Buscar

Cidadania e Sociedade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CIDADANIA E SOCIEDADE
Tema: Democracia, Ética e Sociedade
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso sobre Cidadania e Sociedade
Centro universitário Leonardo da Vinci
Autora
Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Meike Marly Schubert
Sonia Adriana Weege
Tatiana Milani Odorizzi
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Joice Carneiro Werlang 
José Roberto Rodrigues
1
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
DEMOCRACIA, ÉTICA E CIDADANIA
1 INTRODUÇÃO
Entraremos no mundo intrínseco do comportamento humano em sociedade e suas 
regras de conduta e participação social, política e econômica, no qual trabalharemos a questão 
da formação dos princípios morais e éticos dos homens que vivem e convivem em sociedade, 
além de abordarmos questões pertinentes à democracia e à cidadania. 
Para tanto, abordaremos a compreensão dos significados dos princípios norteadores 
da democracia, ética e cidadania, além de realizar uma reflexão e uma discussão sobre as 
questões ético-morais, na relação indivíduo e sociedade.
2 A DEMOCRACIA EM PAUTA
Estamos vivendo em um país apresentado como democrático! Mas, será que todos 
nós compreendemos o sentido real da democracia e seus reflexos na sociedade brasileira? 
Em outros termos, o que realmente é este Estado Democrático de Direito em que vivemos?
Neste sentido, Moisés (2015) expõe que “o significado mais usual da democracia se 
refere aos procedimentos e aos mecanismos competitivos de escolha de governos através de 
eleições”. Ou seja, a democracia é compreendida habitualmente somente como um processo de 
escolha dos nossos representantes legais em todas as esferas, tanto local, municipal, estadual 
e federal, no qual a população destas esferas, por meio de seu voto, seleciona e elege o seu 
representante para legislar em nome desta mesma população.
Assim, “podemos considerar que a democracia nada mais é do que um sistema de 
governo, no qual o povo governa para sua própria sociedade”. (PIERITZ, 2013, p.133) Deste 
modo, pode-se observar que a democracia pode ser exercida de duas formas distintas, pois 
ela pode ser direta ou indireta. 
QUADRO 1 – FORMAS DE DEMOCRACIA
FORMAS DE DEMOCRACIA
D e m o c r a c i a 
direta
Na qual o povo decide diretamente, por meio de referendo/plebiscito, se 
aceita ou não determinadas questões políticas e administrativas de sua 
localidade, Estado ou país.
EMENTA
Democracia em pauta. A discussão da questão ética. O princípio constitucional da 
democracia
2
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
Este conceito de democracia é notoriamente o entendimento de toda massa populacional 
brasileira nos dias de hoje, pois quando se indaga às pessoas com relação ao conceito de 
democracia, é este conceito de escolha de nossos representantes legais, por intermédio do 
voto popular, que aparece nos discursos da população de nosso país.
Cunha (2011, p. 105) expõe que a democracia pode ser compreendida como “método 
de organização social e política tendente à maior realização da liberdade e da igualdade. É um 
Sistema político em que o povo constitui e controla o governo, no interesse de todos”.
Outro fator que não podemos esquecer é que, quando falamos em democracia, também 
falamos de Estado Democrático de Direito. Segundo Cunha (2011, p. 138), o “Estado de 
direito [é aquele] que se organiza e opera democraticamente”. Nossa Carta Magna de 1988, 
já em seu preâmbulo, instituiu um Estado Democrático de Direito, ou seja, a Constituição da 
República Federativa do Brasil se organizou e definiu suas normativas em prol de um Estado 
Democrático, no qual a democracia deverá ser a base fundamental da República Federativa 
do Brasil.
Assim sendo, segundo Pieritz (2013, p. 133), “este sistema de governo democrático 
possui formatos diferentes nas diversas sociedades, pois em cada uma existem regras e 
normas diferentes, e isto acontece por causa da constituição dos princípios ético-morais de 
cada localidade”. 
Resumidamente, a Figura 1, a seguir, apresenta o primeiro entendimento da definição 
e o significado da democracia e o Estado Democrático de Direito:
D e m o c r a c i a 
indireta
Nesta, o povo participa democraticamente, por meio do voto, elegendo 
seu representante político, ou seja, uma pessoa que o represente nas 
diversas esferas governamentais, para tomar decisões cabíveis em nome 
do povo que o elegeu.
FONTE: Adaptado de Pieritz (2013, p. 133)
3
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
FIGURA 1 - DEMOCRACIA E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
DEMOCRACIA E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
FONTE: Os autores
Vale salientar que a democracia vai muito além deste discurso sintético de representação 
e de voto, pois Moisés (2015, p. 277, grifos nossos) coloca-nos que:
existem outras perspectivas que ampliam a compreensão do conceito, incluin-
do tanto as dimensões que se referem aos conteúdos da democracia, como 
também os seus resultados práticos esperados no terreno da economia e 
da sociedade. Por uma parte, acompanhando a abordagem minimalista de 
Schumpeter (1950) e a procedimentalista de Dahl (1971), vários autores defi-
niram a democracia em termos de competição, participação e contestação 
pacífica do poder. 
Neste sentido, no que tange a esta conotação que a democracia tem de competição, 
participação e contestação pacífica do poder, pode-se expor que falar de democracia também 
está atrelado ao conceito do “jogo de poderes”, principalmente a disputa e concorrência de 
cargos em todas as esferas governamentais ou não, além da competição entre partidos políticos 
e outros grupos econômicos, políticos, culturais e sociais. 
Além disso, não podemos esquecer um elemento fundamental da democracia, que é a 
questão da “participação do povo”, no qual cada cidadão brasileiro é elemento fundamental no 
processo democrático do Brasil, pois direta ou indiretamente é parte do processo democrático 
4
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
instaurado neste país. Ao preferir sua escolha, independentemente do que for ou de que escolha 
fora feita, torna-se automaticamente parte do Estado Democrático de Direito e integra-se ao 
sistema vigente de democracia daquele determinado Estado.
Maciel (2012, p. 73, grifos do autor) complementa expondo que a democracia “tornou-
se uma aspiração universal, por ser o regime de governo mais propenso a garantir os direitos 
individuais, porém não se resume simplesmente ao ato de votar, sendo que o direito à 
participação tornou-se uma atividade importante diante da constituição da cidadania”.
Por conseguinte, pode-se expor que democracia denota participação direta ou indireta 
da população em todos os espaços que necessitem do veredito do povo em prol de objetivos 
comuns a ele mesmo. Assim, Beethan apud Maciel (2012, p. 73, grifos nossos) complementa 
expondo que: 
o direito à participação pode ser tanto reativo quanto proativo. Em sua forma 
reativa, a participação consiste na articulação coletiva de respostas a polí-
ticas de desenvolvimento. Na forma proativa, ela invoca a responsabilidade 
popular no desencadeamento da articulação de políticas de desenvolvimento. 
No primeiro caso, os governos propõem e os cidadãos reagem;no segundo, 
os cidadãos propõem e os governos reagem. Em ambas as formas, o direito 
de participação assume a lógica de colaborar com o desenvolvimento. 
No coração da democracia repousa, assim, o direito do cidadão de opinar nos 
assuntos públicos e de exercer controle sobre o governo, em pé de igualdade 
com os demais.
Deste modo, pode-se expor que um dos elementos da democracia é a articulação coletiva 
do povo em prol de uma determinada demanda social, política, cultural ou econômica. Para 
que se possa debater coletivamente os prós e contras, no que tange aos assuntos pertinentes 
ao interesse coletivo, dando assim respostas a esta mesma demanda.
Vale salientar que a não participação e a omissão também são formas de participação, 
pois retratam a sua alienação, indiferença, contestação ou o seu descontentamento com 
relação ao sistema vigente. Então, isto não quer dizer que aquele cidadão que se omitiu ou 
apenas não quis participar não fez parte do processo democrático de um país, pelo contrário, 
todo cidadão tem o direito de participar ou não, mesmo que o voto no Brasil seja obrigatório, 
pois ao votar ele exprime a sua vontade, ou o seu desejo.
Aqui fica claro que a população, ao exercer seu direito de participação de forma proativa, 
demonstra seus direitos e responsabilidades perante os efeitos da decisão coletiva.
Entretanto, também existem quatro condições necessárias para que se possa instaurar 
um regime governamental pautado na democracia, estas serão vistas no Quadro 2, disposto 
a seguir.
5
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
QUADRO 2 - CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O REGIME DEMOCRÁTICO
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O REGIME DEMOCRÁTICO
 Disponível em: <http://
rafaelsilva.over-blog.es/
article-objetivo-demo-
cracia-iv-124370354.
html>
1. Direito dos cidadãos de ESCOLHEREM GOVERNOS por 
meio de eleições com a participação de todos os membros 
adultos da comunidade política.
2. ELEIÇÕES regulares, livres, competitivas, abertas e significa-
tivas.
3. GARANTIA DE DIREITOS de expressão, reunião e organiza-
ção, em especial, de partidos políticos para competir pelo poder.
4. Acesso a fontes alternativas de INFORMAÇÃO sobre a 
ação de governos e a política em geral. 
FONTE: Adaptado de Moisés (2015, p. 277)
Estas quatro condições mínimas para implantar um regime democrático são de 
fundamental importância para que haja a participação democrática de um povo em prol dos 
objetivos comuns do próprio povo, uma vez que a democracia vai muito além da simples 
representação e de voto, ela se efetiva e concretiza-se com a participação, com a competição 
e a contestação dos processos pacíficos da busca do poder no Estado Democrático de Direito.
Sucintamente, a Figura 2 apresenta a ampliação da compreensão do entendimento do 
significado da democracia, ou seja, o seu conceito ampliado:
6
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
FIGURA 2 - CONCEITO AMPLIADO DE DEMOCRACIA 
FONTE: Os autores
IMP
ORT
ANT
E! �
Caro acadêmico, para colaborar com seus estudos, veja que a 
junção das Figuras 1 e 2 proporciona o entendimento global do 
que é democracia.
3 A QUESTÃO DA ÉTICA
O tema que abordaremos neste momento é relativo à questão da ética, a qual permeia 
constantemente nosso dia a dia, seja no âmbito familiar, social ou profissional. Aparentemente 
compreendemos o seu significado e seus efeitos, mas será que realmente compreendemos o 
seu sentido real? Será que sabemos o que é certo ou errado para nós na sociedade em que 
vivemos? 
7
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
Neste sentido, Tomelin e Tomelin (2002, p. 89) expõem que “a ética é uma das áreas 
da filosofia que investiga sobre o agir humano na convivência com os outros [...]”. Em outros 
termos, as nossas ações perante a sociedade em que vivemos são orientadas por princípios 
éticos e morais, e esta própria sociedade é que forma esta consciência moral do certo e do 
errado, do bem e do mal.
Assim, no que tange a esta problemática relativa à ética, Pieritz (2013, p. 3) expõe que 
“a ética não é facilmente explicável, mas todos nós sabemos o que é, pois está diretamente 
relacionada aos nossos costumes e às ações em sociedade, ou seja, ao nosso comportamento, 
ao nosso modo de vida e de convivência com os outros integrantes da sociedade”. E que estes 
valores éticos são construídos historicamente pelos povos, de geração em geração.
Mas, o que são valores?
Paulo Netto expõe que Agnes Heller cita que “VALOR é tudo aquilo que contribui para 
explicar e para enriquecer o ser genérico do homem, entendendo como ser genérico um 
conjunto de atributos que constituiriam a essência humana”. (PAULO NETTO apud BONETTI 
et al., 2010, p. 22-23, grifos do autor).
Deste modo, vejamos no Quadro 3 quais são estes atributos na perspectiva de Heller:
QUADRO 3 - ATRIBUTOS DOS VALORES HUMANOS
OBJETIVAÇÃO
- que se expressa prioritariamente por intermédio do trabalho;
- que proporciona sair do subjetivo e passar para o real e concre-
to.
SOCIALIDADE
- que se expressa com a convivência com o outro, em grupo;
- aprendizagem com o outro;
- assimilação de normas sociais.
CONSCIÊNCIA
- tomar ciência dos fatos ou de alguma coisa;
- reconhecimento da realidade;
- descoberta de algo;
- capacidade de perceber as coisas.
UNIVERSALIDADE
- universal;
- o todo;
- fazer parte de um determinado grupo.
LIBERDADE - livre-arbítrio. 
FONTE: Adaptado de Paulo Netto (apud BONETTI et al., 2010, p. 23)
8
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
Então, os atributos dos valores humanos apresentados no Quadro 3 são os elementos 
constitutivos do ser humano, do ser social, que formam os nossos valores morais.
Complementando, no Quadro 4 apresentamos mais exemplos dos valores e virtudes 
do ser humano, que vive e convive em sociedade.
QUADRO 4 - EXEMPLOS DOS VALORES E VIRTUDES HUMANOS
AMIZADE JUSTIÇA OBEDIÊNCIA RESPEITO SIMPLICIDADE
LEALDADE COMPREENSÃO SINCERIDADE PUDOR GENEROSIDADE
PACIÊNCIA ORDEM HUMILDADE AUTOESTIMA LIBERDADE
FONTE: Os autores
Deste modo, podemos expor que “todos nós possuímos princípios e valores que foram 
e são constituídos por nossa sociedade. E, com relação a estes valores, cada um de nós possui 
uma visão do que é certo e errado, do que é o bem e o mal.” (PIERITZ, 2012, p. 57)
Não podemos nos esquecer de que “esta consciência moral é determinada por um 
consenso coletivo e social, ou seja, o conjunto da sociedade é que formula e compõe as normas 
de conduta que o regem. Como exemplo, temos a nossa Constituição Federal e outras regras 
e normas de nossa sociedade”. (PIERITZ, 2013, p. 4) 
São estas regras e normativas jurídicas e sociais que determinam o nosso agir em 
sociedade, e cada grupo social possui suas características, ou seja, não se pode dizer que 
todos nós somos iguais, que todas as nações e Estados são iguais, porque não somos, pois, 
independentemente do Estado, do país ou grupo social, fomos moldando nossos valores e 
princípios de forma diferente ao longo de nossa existência.
Segundo Valls (2003, p. 8), 
costuma-se separar os problemas teóricos da ética em dois campos: num, os 
problemas gerais e fundamentais (como liberdade, consciência, bem, valor, 
lei e outros); e no segundo, os problemas específicos, de aplicação concreta, 
como os problemas da ética profissional, de ética política, de ética sexual, de 
ética matrimonial, de bioética etc.
Em outros termos, os problemas éticos permeiam todas as nossas ações em 
sociedade. Neste sentido, vale salientar que “cada sociedade possuisuas normas de conduta 
comportamental e seus princípios morais, ou seja, cada grupo social constituiu o que é certo e 
errado, o que é o bem e o mal para o seu povo, portanto, nem sempre o que é certo para nós 
9
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
pode ser certo para um outro grupo social e vice-versa”. (PIERITZ, 2013, p. 4)
Então, como desvelar esta situação? Ou seja, como saber se estamos no caminho 
certo? Se estamos fazendo certo ou errado? Ou se realmente estamos fazendo o bem ou o 
mal a alguém? São muitas indagações!
Neste sentido, podemos observar que:
os problemas éticos se distinguem da moral pela sua característica genérica, 
enquanto que a moral se caracteriza pelos problemas da vida cotidiana. O que 
há de comum entre elas é fazer o homem pensar sobre a responsabilidade 
das consequências de suas ações. A ética faz pensar sobre as consequências 
universais, sempre priorizando a vida presente e futura, local e global. A moral 
faz pensar as consequências grupais, adverte para normas culturalmente for-
muladas ou pode estar fundamentada num princípio ético. A ética pode, desta 
forma, pautar o comportamento moral. (TOMELIN; TOMELIN, 2002, p. 90)
 
Então, podemos expor que existem diferenças nítidas entre ética e moral, sendo que 
a ética regula a moral, a ética é generalista e a moral reflete o comportamento socialmente 
construído e legitimado pelo seu povo.
Enfim, Tomelin e Tomelin (2002, p. 89, grifos do autor) complementam expondo que “a 
palavra ética provém do grego ethos e significa hábitos, costumes, e se refere à morada de um 
povo ou sociedade. A palavra moral provém do latim moralis e significa costume, conduta”.
 
Logo, conforme Pieritz (2012, p. 58, grifo nosso): 
A principal função da ética é sugerir qual o melhor comportamento que cada 
pessoa ou grupo social tem ou venha a ter. Indicando o que é certo ou errado, 
o que é bom ou mal. Porém, este comportamento sempre partirá do ponto de 
vista dos princípios morais de cada sociedade, ou seja, seu grupo social. A 
ética auxilia no esclarecimento e na explicação da realidade cotidiana de cada 
povo, procurando sempre elaborar seus conceitos conforme o comportamento 
correspondente de cada grupo social.
 Por conseguinte, “o ético transforma-se assim numa espécie de legislador do 
comportamento moral dos indivíduos ou da comunidade”. (VÁZQUEZ, 2005, p. 20), ou seja, a 
ética está para regular o nosso comportamento em sociedade.
Complementando, Vázquez (2005, p. 21) coloca-nos que “a ética é teoria, investigação 
ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens [...]”, 
ou seja, “o valor de ética está naquilo que ela explica – o fato real daquilo que foi ou é –, e não 
no fato de recomendar uma ação ou uma atitude moral”. (PIERITZ, 2013, p. 7, grifo nosso)
Devemos compreender as diferenças conceituais de ética e moral, pois “podemos afirmar 
10
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
que a ética estuda e investiga o comportamento moral dos seres humanos. E esta moral é 
constituída pelos diferentes modos de viver e agir dos homens em sociedade, que é formada por 
suas diretrizes morais da vida cotidiana, transformando-se no decorrer dos tempos”. (PIERITZ, 
2013, p. 19)
Porém, o que é a moral?
Segundo Aranha e Martins (2003, p. 301, grifos das autoras), “a MORAL vem do latim 
mos, moris, que significa ‘costume’, ‘maneira de se comportar regulada pelo uso’, e de moralis, 
morale, adjetivo referente ao que é ‘relativo aos costumes’”. Assim sendo, a moral é compreendida 
como um conjunto de regras de condutas socialmente admitidas em determinadas épocas ou 
por um grupo de pessoas. Ou seja, “a moralidade dos homens é um reflexo direto do modo de 
ser e conviver em sociedade, no qual o caráter, os sentimentos e os costumes determinam o seu 
comportamento individual e social, que foi ou está sendo perpetuado num espaço de tempo”. 
(PIERITZ, 2013, p. 35) 
Ainda de acordo com Pieritz (2013, p. 38), 
A moral sugere, constantemente, a valorização de nossas ações e de nossos 
comportamentos em sociedade, mas é a moral que determina quais são os 
nossos direitos e deveres perante a sociedade em que vivemos. Estes deve-
res são conectados ao nosso modo de ser e conviver em sociedade, gerando 
certas responsabilidades com relação a si próprio e aos outros, tais como: 
• sentimentos;
• escolhas; 
• desejos; 
• atitudes; 
• posicionamentos diante da realidade; 
• juízo de valor; 
• senso moral;
• consciência moral. 
Sob estas concepções de ética e moral, apresentamos as suas principais diferenças 
na figura 3 a seguir:
11
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
FIGURA 3 – DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL
FONTE: Adaptado de Tomelin e Tomelin (2002, p. 89-90)
Assim, podemos observar que existem diferenças concretas entre estes dois conceitos, 
no entanto ainda devemos compreender as diferenças apontadas na figura a seguir:
FIGURA 4 – DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL
FONTE: Adaptado de Paulo Netto (apud BONETTI et al., 2010, p. 23)
12
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
Assim sendo, podemos concluir que a moral
Vem se constituindo historicamente, mudando no decorrer da própria evolução 
do homem em sociedade. Em que seus hábitos e costumes são constituídos 
por esta relação social, em que a essência humana é pautada por estes prin-
cípios morais. E estes, por sua vez, constituem o ser social que somos. E a 
ética nesta questão chega para simplesmente regular e analisar estes preceitos 
morais. (PIERITZ, 2013, p. 21)
Por conseguinte, segundo Pieritz (2013, p. 21, grifo nosso), “a ética é precursora da 
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL dos diversos sistemas ou estruturas sociais. Sistemas estes que 
imprimiam suas mudanças sociais, tais como: Capitalismo e Socialismo”.
Por fim, Pieritz (2013, p. 21) expõe que “quando é constituída uma nova estrutura social, a 
ética, os valores e princípios morais são modificados para constituir assim esta nova concepção 
de sociedade”. Ou seja, historicamente, com as transformações sociais, políticas e econômicas 
de um povo, automaticamente o sistema de valores morais e éticos se transforma, para que 
assim seja possível constituir um novo padrão sócio-histórico daquele determinado grupo.
Salientando ainda que neste processo de transformação social devemos respeitar a 
permanência de alguns valores socialmente construídos, como, por exemplo, a solidariedade, 
a igualdade e a fraternidade, para que todos possamos construir uma sociedade mais justa, 
ética, democrática e cidadã.
4 O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA CIDADANIA
No que tange às questões pertinentes à cidadania, partiremos de sua concepção advinda 
do Título I – “Dos Princípios Fundamentais” da Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988, a qual assim expressa:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático 
de direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Neste sentido, podemos observar que um dos princípios fundamentais da Carta Magna 
brasileira é a cidadania. Mas você sabe o seu significado?
Vejamos: cidadania “é um conjunto de direitos e deveres que denotam e fundamentam13
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
as condições do comportamento de cada indivíduo em relação à sociedade, ou seja, a cidadania 
designa normas de conduta para o convívio social, determinando nossas obrigações e direitos 
perante os outros integrantes da nossa sociedade”. (PIERITZ, 2013, p. 132)
Neste sentido, 
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade, para melhorar 
suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca esquecer das pessoas 
que mais necessitam. A cidadania deve ser divulgada através de instituições 
de ensino e meios de comunicação, para o bem-estar e desenvolvimento da 
nação. A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não 
pichar os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim 
como todas as outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer 
obrigado, desculpe, por favor e bom dia quando necessário [...], até saber 
lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito das 
crianças carentes e outros grandes problemas que enfrentamos em nosso 
país. ‘A revolta é o último dos direitos a que deve um povo livre para garantir 
os interesses coletivos: mas é também o mais imperioso dos deveres impostos 
aos cidadãos’. Juarez Távora - Militar e político brasileiro. (WEB CIÊNCIA, 
2009, apud PIERITZ, 2013, p. 132)
Então, podemos observar que a cidadania possui três dimensões, que estão descritas 
no Quadro 5.
QUADRO 5 - DIMENSÕES DA CIDADANIA
 DIMENSÕES DA CIDADANIA
Cidadania 
civil
São aqueles direitos advindos da LIBERDADE de cada indiví-
duo, como, por exemplo: 
•	 o livre-arbítrio para expressar nossos pensamentos; 
•	 o direito de propriedade (venda e compra de um imóvel, 
um bem ou serviço); 
•	 entre outros.
Cidadania 
política
Podemos considerar que a cidadania política se legitima quan-
do os homens exercem seu poder político de ELEGER e SER 
ELEITOS para o exercício do poder político, independentemente 
da instituição pública ou privada na qual venham exercer suas 
atribuições.
Cidadania 
social
Compreendida como o conjunto de direitos concernentes ao 
CONFORTO de cada cidadão, no que tange à sua vida econômi-
ca e social, ou seja, do seu bem-estar social.
FONTE: Adaptado de Pieritz (2013, p. 132-133)
14
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
Assim, podemos observar que a cidadania expressa os direitos e deveres de todas as 
pessoas que vivem e convivem em sociedade, seja na esfera social, política ou civil, no que 
tange ao respeito a si, ao próximo e ao patrimônio público e privado. Além de que a cidadania 
é participação nos espaços públicos de discussão, a qual permeia as questões de democracia 
e ética de toda a população daquele determinado grupo social, político ou econômico.
Deste modo, Maciel (2012, p. 29) expõe que hoje em dia a cidadania é “sinônimo 
de participação que remete ao exercício da democracia para além das eleições. Somos 
‘controladores’ da política, do orçamento, ou seja, das ações do Estado como um todo”. Ou 
seja, cada cidadão tem o dever e o direito de participar de todos os espaços democráticos do 
seu município, Estado ou Federação.
Neste sentido, tem-se a participação como um mecanismo do exercício da cidadania, 
ou seja, “O conceito contemporâneo de cidadania transcende à simples lógica da garantia de 
direitos legais. Segundo a concepção de Dallari (2004), a cidadania expressa um conjunto 
de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar da vida e do governo de seu povo”. 
(MACIEL, 2012, p. 31). Portanto, a palavra de ordem é “participar”, fazer parte do processo 
democrático, pois, de acordo com Maciel (2012, p. 32), quem não exerce sua cidadania “está 
excluído da vida social e da tomada de decisões. A cidadania não significa apenas uma conquista 
legal de alguns direitos, mas sim a realização destes direitos. Ela é construída e conquistada 
a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social”.
Vale salientar que a cidadania é conquistada pela nossa participação nos momentos 
das discussões e decisões coletivas, portanto a cidadania se dá pela participação ativa de 
nossa vida em sociedade e na vida pública.
15
Democracia, Ética e Sociedade 
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: intro-
dução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
 
BONETTI, Dilséia Adeodata et al. Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 
11. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. São Paulo: 
Nilobook, 2013.
 
 
CUNHA, Sergio Sérvulo da. Dicionário Compacto de Direito. 10. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2011.
 
MACIEL, Marluse Castro. Direitos humanos e cidadania. Indaial: Uniasselvi, 2012.
 
MOISÉS, José Álvaro. Os significados da democracia segundo os brasileiros. 
Vol. 16, nº 2. Campinas: OPINIÃO PÚBLICA, novembro, 2010. Endereço Eletrônico: 
<http://www.scielo.br/pdf/op/v16n2/a01v16n2>. Acesso em: 10 maio 2015.
 
 
PIERITZ, Vera Lúcia Hoffmann. Relações humanas e sociais. Indaial: Uniasselvi, 
2012.
 
PIERITZ, Vera Lúcia Hoffmann. Ética profissional em serviço social. Indaial: 
Uniasselvi, 2013.
 
TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a razão: uma dia-
lética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002.
 
VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 2003.
 
VÁSQUEZ, Adolfo S. Ética. 26. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito
Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000 - lndaial-SC
Home-page: www.uniasselvi.com.br

Continue navegando