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ATIVIDADE – DECISÃO DO TST Nome: Weslley Oberdan Matos Lins Disciplina: Filosofia e Sociologia Jurídica Professor: João Vitor Dantas Alves Faça um relatório completo dos principais pontos da decisão do TST. Elenque quais são as partes envolvidas, qual o recurso manejado e sua previsão legal, quais os principais argumentos utilizados pelo ministro e, por fim explique qual foi à decisão final e como isso se relaciona com aulas de sociologia. PRAZO: 18/05. Enviar para o e-mail: joao.dantas@unesp.br O processo de número TST-RRAg-100853-94.2019.5.01.0067 refere-se a um recurso de revista interposto pela parte ré, na pessoa de uma empresa, contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), em ação movida por um empregado. Partes envolvidas: Ré: empresa Uber do Brasil tecnologia (Dr. Vilma Toshie Kutomi) Autor: empregado Viviane Pacheco Câmara (Dr. Gustavo Henrique Vieira Jacinto) Relator: Ministro Alexandre Agra Belmomonte Custos Legis: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (Dr. Fábio Leal Cardoso) Recurso manejado: Recurso de revista. Previsão legal do recurso de revista: art. 896 da CLT. O recurso de revista é um instrumento processual previsto na legislação trabalhista brasileira, que permite que as partes contestem decisões proferidas pelas instâncias inferiores em processos trabalhistas. Em outras palavras, é um meio pelo qual uma parte que se sente prejudicada pela decisão de um tribunal regional do trabalho (TRT) pode buscar a revisão dessa decisão pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que é a instância máxima da Justiça do Trabalho no Brasil. Pode ser interposto pela parte que se sentir prejudicada pela decisão do TRT com base em diversas hipóteses previstas na lei, tais como: violação direta de norma constitucional; violação direta de norma federal; divergência jurisprudencial entre TRTs ou entre TRT e TST; e decisões conflitantes proferidas pelo TST e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Resumo Geral: A ementa diz que o recurso de revista foi parcialmente provido para afastar a responsabilidade subsidiária da UBER e manter a condenação da empresa de transporte ao pagamento das verbas trabalhistas ao reclamante. O relatório diz que o reclamante era motorista de aplicativo e que alegou vínculo empregatício com a empresa de transporte e com a UBER, mas que as instâncias inferiores reconheceram apenas a relação de trabalho com a primeira e condenaram ambas subsidiariamente. O voto diz que o relator examinou os argumentos das partes e concluiu que não havia elementos para caracterizar a subordinação jurídica entre o reclamante e a UBER, mas sim uma relação de consumo, e por isso reformou a decisão do TRT nesse aspecto. Argumentos apresentados pelo Ministro: Os argumentos apresentados pelo Ministro Alexandre Agra Belmonte foram os seguintes: Ele afirmou que a relação entre o reclamante e a UBER era de consumo e não de trabalho, pois o reclamante era livre para escolher quando e como prestar o serviço de transporte, sem qualquer subordinação jurídica à UBER. Ele citou diversos precedentes do TST e do STJ que reconheceram a natureza de consumo da relação entre motoristas de aplicativo e plataformas digitais, bem como a legislação aplicável ao caso (Lei 12.587/2012 e Decreto 9.287/2018). Ele destacou que a UBER não exercia nenhuma atividade-fim relacionada ao transporte de passageiros, mas sim uma atividade-meio de intermediação tecnológica entre usuários e motoristas, sendo apenas uma fornecedora de serviços. Ele concluiu que não havia elementos para caracterizar a responsabilidade subsidiária da UBER pelo pagamento das verbas trabalhistas ao reclamante, pois não havia vínculo empregatício entre eles nem grupo econômico entre a UBER e a empresa de transporte. Os fundamentos jurídicos do TST para negar o vínculo empregatício com a UBER são baseados na análise dos requisitos previstos no artigo 3º da CLT, que define o empregado como "toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário". Segundo o TST, os motoristas de aplicativo não preenchem esses requisitos, pois têm autonomia e flexibilidade para escolher quando, como e quanto trabalhar, não recebem ordens ou metas da UBER, não têm exclusividade ou subordinação com a plataforma, e recebem uma remuneração variável conforme as corridas realizadas. Portanto, o TST entende que há uma relação de parceria comercial entre os motoristas e a UBER, e não uma relação de emprego. Decisão: Em prosseguimento ao julgamento, por maioria, I - conhecer e negar provimento ao agravo de instrumento; II - conhecer do recurso de revista apenas quanto ao tema "INDENIZAÇÃO POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS. ASSÉDIO MORAL. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS", por violação do artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal e divergência jurisprudencial; III - dar provimento ao recurso de revista para restabelecer a sentença que julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais. Relacionamento com as aulas de Filosofia e Sociologia. Durante as aulas nos vimos: O materialismo histórico de Marx e Engels é uma conjectura que tenta explicar a história das relações humana em termos de fatos materiais. Especialmente os fatores de produção e as relações sociais dos resultados. De acordo com essa conjectura, a sociedade capitalista produz uma luta de classes entre a burguesia (dominante) e o proletariado (dominado), que transportar à derrubada do capitalismo pelo socialismo. O positivismo de Comte é uma corrente filosófica que defende o uso do método científico para estudar os fenômenos naturais e sociais e busca leis gerais que explicam a realidade. Segundo essa corrente, a humanidade trespassa por três estágios: teológico (explanação religiosa), metafísico (explanação abstrata) e positivo (explanação científica). O funcionalismo de Durkheim é uma abordagem sociológica que compara a sociedade a um organismo vivo, composto de partes interdependentes que desempenham funções específicas para manter a ordem e a estabilidade social. Segundo essa abordagem, os fatos sociais são externos e coercivos aos indivíduos sendo regidos por normas e valores coletivos. A sociologia abrangente de Weber é uma visão sociológica que enfatiza as implicações subjetivas das ações sociais das pessoas. Tentando interpretar as motivações e intenções por trás disso. De acordo com essas perspectivas, existem quatro tipos ideais de ação social: racional em termos de propósito, racional em termos de valores, afetiva e tradicional. Para Bourdieu, o direito e seu poder é uma análise crítica do campo do direito como uma área de conflito simbólico entre atores com diferentes capitais (econômico, cultural, social, etc.). A partir desta análise O direito é uma ferramenta de dominação que estabelece as relações de poder da sociedade e legitima a desigualdade social. Correlacionando o caso processo TST-RRAg-100853-94.2019.5.01.0067 com essas os pontos vistos durante aula: Refere-se à questão do vínculo empregatício e do assédio moral de um motorista de aplicativo da Uber. Este caso pode ser analisado do ponto de vista do materialismo histórico, pois diz respeito à relação entre duas classes sociais: o proletariado (motoristas) e a burguesia (UBER). No que diz respeito a um motorista de Uber, ele se qualifica como defensor do proletariado porque não tem segurança trabalhista ou segurança no emprego. A empresa se qualifica como tecnoburguesa porque utiliza plataformas digitais para intermediar e monetizar os serviços prestados pelos motoristas. Correlacionando Comte e Durkheim no caso do motorista de Uber, ele se encontra em uma posição ambígua em relação ao seu papel social de trabalhador. Por um lado, ele não tem contrato formal com a empresae nem direitos trabalhistas garantidos legalmente. Por outro lado, ele depende da plataforma para obter renda e está sujeito às regras estabelecidas pela empresa. Relacionando com a visão de Weber No caso do motorista do Uber, ele pode ser visto como um agente que age racionalmente de acordo com seus próprios fins, ou seja, busca gerar renda por meio de uma plataforma digital que lhe proporcione flexibilidade e autonomia. No entanto, ele também pode ser visto como um agente agindo racionalmente de acordo com seus valores, ou seja, defende seus direitos trabalhistas e denuncia situações de abuso e exploração empresarial. A Uber pode ser vista como um agente agindo racionalmente de acordo com seu propósito, ou seja, busca maximizar lucros por meio da prestação de serviços inovadores e competitivos no mercado. No entanto, também pode ser vista como um agente que age racionalmente de acordo com seus valores, ou seja, defende seu modelo de negócios baseado na livre iniciativa e na desregulamentação do trabalho. No caso do motorista do Uber, ele pode ser visto como um agente da heresia, que questiona o modelo de trabalho imposto pela empresa e faz valer seus próprios direitos trabalhistas. Recorreu ao judiciário, pleiteando o reconhecimento de seu vínculo empregatício e a indenização pelos danos morais sofridos. A empresa Uber pode ser vista como uma proxy ortodoxa para a legitimidade e liberdade de seu modelo de negócios baseado na prestação de serviços por meio de plataformas digitais. Ela argumentou que não havia vínculo empregatício entre as partes, mas uma sociedade de negócios.
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