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introdução Introdução LITERATURALITERATURA INFANTILINFANTIL Me. Hellyery Agda Gonçalves da Si lva IN IC IAR Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à primeira unidade do livro Literatura Infantil. Nesta unidade, discutiremos temas importantes e introdutórios. Iniciaremos com um breve panorama da Literatura Infantil. Voltaremos no tempo e descobriremos como se deu o início da literatura voltada para as crianças e os seus desdobramentos ao longo dos séculos. Na sequência de nossos estudos, faremos uma parada e conversaremos sobre o trabalho de La Fontaine, um dos primeiros fabulistas. Faremos, então, uma viagem ao Oriente Médio para abordaremos o clássico Mil e Uma Noites e as adaptações dessa obra aqui no Brasil, em especial. Por �m, conversaremos sobre um gênero muito importante e diretamente relacionado à criança: os Contos de Fadas, os quais são revisitados, adaptados e readaptados, contribuindo para o ensino-aprendizagem, por terem um caráter pedagógico. Convido você, caro(a) aluno(a), a mergulhar nesta aventura pela história comigo. Vamos nessa? Desejo-lhe bons estudos! Caro(a) aluno(a), iniciaremos nossa unidade comentando sobre a importância da Literatura Infantil para o desenvolvimento da leitura nas crianças. Também, discutiremos os meios que o docente pode utilizar para a promoção da leitura em sala de aula. Considerando que toda a �cção pode ser considerada literatura, o texto literário cria a �cção. Este texto liga-se ao mundo real, porém é capaz de criar seres, universos, situações imaginárias etc. No que se refere à Literatura Infantil, trata-se de uma fonte inesgotável de conhecimento e informação, visto que traz ao pequeno leitor momentos de alegria, imaginação e aprendizado. Nas últimas décadas, a Literatura Infantil vem sendo objeto de estudo, cujo intuito é apresentar re�exões sobre a importância da leitura desde as etapas iniciais de escolarização, bem como apresentar alternativas e orientações aos docentes de como realizar um trabalho mais sistemático e interacionista, com obras literárias voltadas ao público infantil. Para um trabalho efetivo de leitura com crianças, faz-se necessário propiciar a elas momentos lúdicos e prazerosos no manuseio e na apreensão dos textos literários, tendo em vista o estímulo à alfabetização e ao letramento, já nos anos escolares iniciais. Considerando esse processo, a Literatura Infantil pode ser vista como um recurso fundamental para a formação do indivíduo, tornando-o mais crítico e desenvolvendo nele valores morais. Ler o mundo, ouvir histórias são fatores que in�uenciam na formação do leitor, uma vez que a formação do leitor se inicia nas suas primeiras leituras de mundo, na prática de ouvir histórias narradas oralmente ou a partir de textos Panorama da Literatura InfantilPanorama da Literatura Infantil escritos, na elaboração de signi�cados e na descoberta de que as marcas impressas produzem linguagem (CORSINO, 2009, p. 57). Assim, a literatura é uma grande auxiliadora no processo de alfabetização e letramento, pois facilita o aprendizado e contribui para o desenvolvimento da criatividade, da imaginação e do prazer pela leitura. Quando o docente insere a literatura como um meio de promoção da aprendizagem, concomitantemente está inserindo a criança em um mundo de aprendizagem lúdica e prazerosa. Segundo o ponto de vista de Zilberman (1985, p. 22): A literatura sintetiza, por meio dos recursos da �cção, uma realidade, que tem amplos pontos de contato com o que o leitor vive cotidianamente. Assim, por mais exacerbada que seja a fantasia do escritor ou mais distanciadas e diferentes as circunstâncias de espaço e tempo dentro das quais uma obra é concebida, o sintoma de sua sobrevivência é o fato de que ela continua a se comunicar com o destinatário atual, porque ainda fala de seu mundo, com suas di�culdades e soluções, ajudando-o, pois, a conhecê-lo melhor. Considerando o exposto, é imprescindível que o docente consiga despertar o gosto pela leitura na criança, uma vez que é dimensão essencial na vida de todo o indivíduo, pelo único fato de que “[...] quando lemos estamos exercitando a mente, aguçando nossa inteligência” (TELES; SOARES, s/d., p. 3), bem como desenvolvendo nossa concepção de mundo. Por meio da literatura, a criança é estimulada a vivenciar situações que estão, muitas vezes, fora de sua realidade. Nas palavras de Pinati et al. (2017, p. 51): Figura 1.1 - Estratégia para a promoção da leitura em sala de aula Fonte: Graham Oliver / 123RF. A criança precisa habituar com a variedade de textos e estilos desde o começo da vida na escola, isso acontece porque nessa fase da escola, a criança se encontra em processo de aprendizado e de desenvolvimento de suas capacidades, mesmo que não tenha domínio da língua, ela necessita dessa relação com a literatura para no futuro, serem leitores críticos. Para isso que isso ocorra, é preciso que o docente estabeleça situações em que a criança seja capaz de realizar suas próprias leituras, visando ao desenvolvimento da criticidade, por meio de textos e leituras adequadas e diversas para a sua faixa etária. Ainda conforme Pinati et al. (2017, p. 51): A atuação do professor com o propósito de fomentar a alfabetização no ambiente escolar, utilizando várias vertentes oferecidas pela Literatura Infantil, necessita ser uma ação de maneira a propiciar divertimento e uma leitura signi�cativa para as crianças, sem dispor do ensino da tradicional gramática ou da ortogra�a como ênfase principal, mas sempre dando estímulo ao prazer de ouvir, ver e ler. A partir do momento em que a criança tem acesso à leitura, toda a equipe pedagógica (professores e coordenadores pedagógicos) deve atuar em conjunto e sintonia, a �m de assegurar que o trabalho com a Literatura Infantil aconteça de forma dinâmica e proveitosa, tendo em vista as práticas docentes que estimulam os pequenos a desenvolverem as habilidades orais, leitoras e escritoras. Um exemplo disso é a contação de histórias, que traz um momento prazeroso e educativo, além de trabalhar com os eixos: leitura, escrita e oralidade, imprescindíveis para o desenvolvimento cognitivo infantil (MELO, 2015). reflita re�ita “Os contos populares possuem conteúdo transpassado por sabedoria ancestral e tradição popular, e sua temática é universal e atemporal, assim, o ato de contar histórias confere intimidade e encontro do imaginário com o real” (SOUZA, 2016, p. 28). Para que a leitura seja signi�cativa, formadora de opinião e proporcione um ensino- aprendizagem de qualidade, faz-se necessário seguir algumas estratégias: a) Atividades antes da leitura: I) Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto; II) Antecipação do tema ou ideia principal como: título, subtítulo, do exame de imagens. III) Expectativas em função do autor ou instituição responsável pela publicação. b) Atividades durante a leitura: I) Reti�cação, con�rmação ou rejeição das idéias antecipadas ou expectativas criadas antes do ato de ler; II) Utilização do dicionário para consulta, esclarecendo sobre possíveis dúvidas do vocabulário; III) Identi�cação de palavras-chave; IV) Suposições sobre as conclusões implícitas no texto, com base em outras leituras, valores, experiências de vida, crenças; V) Construção do sentido global do texto; VI) Busca de informações complementares; VII) Relação de novas informações ao conhecimento prévio; VIII) Identi�cação referencial a outros textos. c) Atividades para depois da leitura: I) Construção do sentido sobre o texto lido; II) Troca de opiniões e impressões a respeito do texto; III) Relacionar informações para concluir ideias; IV) Avaliar as informações ou opiniões expressas no texto lido; V) Avaliar criticamente o texto abordado (SOLÉ, 1998 apud ARANA; KLEBIS, 2015, p. 11-12). Acreditamos, caro(a), aluno(a), que o docente é a peça fundamental para instigar e auxiliar o discente ao longo do processo de leitura. Além das estratégias apresentadas, deve-se prestar atenção a algunsdetalhes e tomar algumas medidas pedagógicas, como: [...] convívio contínuo com histórias, livros e leitores; valorização do momento da leitura; disponibilidade de um acervo variado; tempo para ler, sem interrupções; espaço físico agradável e estimulante; ambiente de segurança psicológica e de tolerância dos educadores em relação às singularidades e às di�culdades de aprendizagem de cada criança; oportunidades para que expressem, registrem e compartilhem interpretações e emoções vividas nas experiências de leitura; acesso à orientação quali�cada sobre por que ler, o que ler, como ler e quando ler (MELO, 2015, on-line). Dessa forma, o docente deve preparar um momento para a realização da leitura, tendo em vista o espaço, o tempo e o tipo de texto, em conformidade com a faixa etária das crianças (recomenda-se a utilização de contos de fadas, fábulas, poesias etc.). Além disso, deve-se pensar em estratégias que despertem a curiosidade e o imaginário do aluno. A leitura de história pode provocar (e essa é a intenção) as mais diversas sensações (riso, choro) e também a formulação de perguntas e respostas. A leitura deve ser entendida como uma prática social. atividade atividade Leia o excerto a seguir: “A criança que possui contato com a literatura enquanto obra de arte, acaba por participar de uma ação pedagógica ainda que não seja essa a função do texto; e nesta ação elas alargam sua capacidade de convivência no plano social e coletivo, sua percepção de tempo e espaço, seu mecanismo de comunicação, seu conhecimento de diversidade estética, e [...] desenvolvem-se nos campos emocional, histórico e cultural”. SOUZA, D. L. de. Literatura Infantil: origens e contribuições na Educação Infantil. 2016. 47 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Rio Claro-SP, 2016, p. 30. A partir do excerto apresentado e do conteúdo discutido a respeito das contribuições da Literatura Infantil para as crianças, analise as a�rmativas a seguir: I. A leitura auxilia na assimilação de informações, bem como ajuda a criança a encontrar os signi�cados na vida. II. A Literatura Infantil contribui para o desenvolvimento da imaginação, da criatividade e da criticidade. III. A Literatura Infantil contribui para o desenvolvimento moral, pois apresenta resoluções de con�itos internos da criança. IV. A Literatura Infantil e a leitura capacitam a criança para que ela seja capaz de produzir opiniões, justi�cativas e julgamento sobre o que é certo ou errado, bom ou mau. A partir das a�rmativas apresentadas, assinale, a seguir, a alternativa correta: a) Apenas a a�rmativa IV está correta. b) Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. c) Apenas as a�rmativas III e IV estão corretas. d) Apenas as a�rmativas I, II e III estão corretas. e) Todas as a�rmativas estão corretas. Feedback: A alternativa correta é a letra E . A leitura permite que a criança assimile novas informações, novos aprendizados e forme opinião. Por meio da literatura, há o desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da criticidade e da moralidade. O homem, desde os primórdios, utilizava a contação de histórias para transmitir, de geração para geração, as histórias de suas origens e de seu povo. De acordo com Souza e Feba (2011, p. 153): As primeiras civilizações utilizavam a linguagem oral para repassar aos seus descendentes a sabedoria deixada por seus antepassados, para solucionar problemas e manter viva as tradições e segredos de seus povos. Nesse sentido, ao olharmos para a história da humanidade, constatamos que ela está fortemente marcada pelo uso que os homens �zeram das narrativas para que pudessem se descobrir enquanto pessoas e para repassar às gerações futuras sua identidade e as descobertas realizadas em consequência de suas necessidades, ou seja, o fazer-se ser humano foi construído no decorrer da história narrada. Com a aquisição da escrita, as histórias contadas oralmente foram passadas para o papel; assim, a literatura imortalizou-se. No que se refere aos textos da Literatura Infantil, estes se alimentavam de obras destinadas a um público adulto e, nas palavras de Souza e Feba (2011, p. 100), “[...] circulavam entre as pessoas do povo da Idade Média e eram utilizados como forma de entretenimento dos adultos. [Com o tempo] foram compilados e, posteriormente, adaptados para o público infantil”. O que de�ne e distingue a literatura infantil é, justamente, seu leitor implícito, ou melhor, o que marca sua especi�cidade é o público a que se destina, pois é a única manifestação literária que [...] tem um público bem determinado (SIMÕES, 2013, p. 219). Base Histórica da LiteraturaBase Histórica da Literatura InfantilInfantil Uma literatura pensada para crianças teve origem no século XVII com François Fénelon (1651-1751), que objetivava educar moralmente as crianças. Antes desse século, porém, não havia uma visão especial da infância, ou seja, adultos e crianças conviviam de modo igualitário, compartilhando os mesmos ambientes, o mesmo tipo de vestimenta, trabalho etc. As crianças não eram compreendidas como crianças; logo, não havia uma literatura voltada para este público. De acordo com Zilberman (1985, p. 13): [...] a concepção de uma faixa etária diferenciada, com interesses próprios e necessitando de uma formação especí�ca, só acontece em meio à Idade Moderna. Esta mudança se deveu a outro acontecimento da época: a emergência de uma nova noção de família, centrada não mais em amplas relações de parentesco, mas num núcleo unicelular, preocupado em manter sua privacidade (impedindo a intervenção dos parentes em seus negócios internos) e estimular o afeto entre seus membros. Na Idade Média, a escola era uma instituição precária e instável, muito ligada à Igreja. Além das escolas eclesiásticas medievais, voltadas à formação dos clérigos, existiam ainda os estudos livres, ministrados por professores que não eram livres para determinar o próprio currículo. Esses estudos podiam ser frequentados por qualquer pessoa que precisasse ler e escrever; não havia um trabalho pedagógico voltado à faixa etária e as turmas poderiam chegar a 200 alunos. Poucas crianças frequentavam a escola e não havia uma permanência. Tendo em vista a concepção de criança, estas participavam efetivamente da vida comunitária e social. Assim, não havia assuntos dos quais as crianças não poderiam saber e discutir sobre, e tais assuntos giravam em torno de temáticas como: luta pela sobrevivência, sexualidade, morte, transgressão das regras sociais etc. Em outras palavras, não havia um “�ltro”, pois tudo era comentado, independentemente da faixa etária do indivíduo. Nas palavras de Cortez (2011, p. 2): A concepção de infância que conhecemos hoje vem evoluindo e se desenvolvendo desde o século XV; foi no �m desse século que começaram a acontecer as mudanças. Até então, o que denominamos de primeira infância (três ou quatro anos), a criança era acompanhada pelos pais e tinha seus momentos de criança, isoladamente ou brincando e jogando com outras crianças. Logo depois, passam a jogar e brincar com os adultos e com jogos de adultos; até mesmo das festividades esses pequenos participavam até acabar. As famílias não desenvolviam afetividade pelas crianças e não havia a preocupação em cuidar delas com sentimentos fraternos. Qualquer criança com mais de sete anos já era vista como um adulto, mesmo pequena, possuindo o direito de manifestar sua identidade própria em sociedade. Foi durante o Classicismo Francês, especi�camente na monarquia de Luís XIV, que houve certa preocupação com uma literatura voltada para crianças. A partir daí, criaram-se histórias direcionadas ao público infantil, as quais foram editadas no período de 1668 a 1697. Como exemplo temos: “As Aventuras de Telêmaco”, de Fénelon; e as “Fábulas de La Fontaine” e os “Contos da Mamãe Gansa”, de Charles Perrault. A partir do século XVII, a criança passou a ser consideradaum indivíduo diferente do adulto; portanto, com necessidades e características próprias. Desse modo, houve uma mudança na concepção de indivíduo e um distanciamento da vida adulta. Com isso, nesse século, a criança começou a receber uma educação diferenciada, com a função de prepará-la para a vida. Em 1697, Charles Perrault (1628-1703), escritor e poeta francês considerado o “Pai da Literatura Infantil”, estabeleceu as bases para um novo gênero literário: o Conto de Fadas. Perrault criou grandes clássicos da literatura, como “Chapeuzinho Vermelho”, “O Gato de Botas”, “Cinderela”, “A Bela Adormecida” etc. saiba mais Saiba mais Em relação ao seu marco inicial, ao menos para o Ocidente, pode-se a�rmar que a Literatura Infantil surgiu no século XVII com François Fénelon (1651- 1715), um padre, teólogo, poeta e escritor francês. Dentre seus escritos, os considerados infantis surgiram a pedido da Duquesa de Beauviller, justamente com a função de educar moralmente as crianças (de modo particular, as meninas). As narrativas propostas tinham estrutura maniqueísta, a �m de demarcarem claramente o bem a ser aprendido e o mal a ser desprezado. A maioria dos contos de fadas, das fábulas e de muitos textos contemporâneos inclui-se nessa tradição (CARVALHO, 2015). Para saber mais, acesse: ACESSAR https://www.paulus.com.br/portal/colunista/alexandre-carvalho/literatura-infantil-revisitando-suas-origens.html#.XKa8uphKjIV A respeito da história de vida de Perrault, sabe-se que era um nobre da alta sociedade francesa e que integrou a corte do rei Luís XVI, exercendo atividades ligadas ao Direito. Voltou-se para as Letras quando já tinha mais de 60 anos de idade e estava aposentado. Charles Perrault, coletor de contos populares, realiza seu trabalho após a Fronde, movimento popular contra o governo absolutista no reinado de Luís XIV, cuja repressão deixou marcas de terror na França. Os contos chegam à família Perrault através de contadores que, na época, se integravam à vida doméstica como servos. Considere-se que se trata de um momento histórico de grande tensão entre as classes. O burguês Perrault despreza o povo e as superstições populares e, como homem culto, as ironiza. Seus contos, em alguns momentos, caracterizam-se por um certo sarcasmo em relação ao popular. Ao mesmo tempo, são marcados pela preocupação de fazer uma arte moralizante através de uma literatura pedagógica (CADEMARTORI, 1987, p. 35- 36). Perrault teve o cuidado de editar as narrativas folclóricas contadas pelos camponeses, adaptando-as para o público infantil. Desse modo, retirou as cenas de violência e sexo. Em outras palavras, Perrault deu acabamento literário às histórias que, até então, transitavam de forma oral entre as classes sociais. Figura 1.2 - Chapeuzinho Vermelho Fonte: neftali77 / 123RF. ib i Vejamos, a seguir, ainda na mesma temática de adaptação de obra para o público infantil, as contribuições de La Fontaine, contemporâneo de Charles Perrault. O Estudo das Fábulas de La Fontaine Jean de La Fontaine nasceu em Château-Thierry, na França, em 8 de julho de 1621 e faleceu em 13 de abril de 1695, em Paris, deixando para as gerações futuras um legado repleto de lições sobre a condição humana. A primeira obra importante de La Fontaine foi publicada em vários volumes, a partir de 1665, e foi chamada de “Contos”, cujo propósito era a diversão do leitor. O primeiro volume foi nomeado “Novelas em versos extraídos de Bocaccio e Ariosto”, e o último saiu em 1667. Em um outro momento de sua produção, La Fontaine inspirou-se nas literaturas clássicas (gregas) e na Oriental, começando a escrever fábulas (relato �ctício, com �m didático e moralizante, cujas personagens são animais). Na Antiguidade, o fabulista mais famoso foi o grego Esopo, grande inspiração de La Fontaine. La Fontaine visitou também as histórias medievais, as parábolas bíblicas e as coletâneas orientais, as quais possuíam a mesma característica: pertencer à memória popular. saiba mais Saiba mais Houve, na história do Ocidente, grandes autores de fábulas. Na Grécia Antiga, o mais famoso deles foi Esopo, que viveu entre os séculos VII e VI a. C. Diz a tradição que Esopo era um grande contador de histórias, mas que não deixou nenhuma fábula escrita. Seus apólogos foram registrados de forma literária mais tarde, por outros autores, e o mais importante deles foi o romano Fedro (15 a.C. – 50 d.C.), que se declarava admirador e imitador de Esopo. Algumas fábulas de Fedro que se tornaram extremamente conhecidas são: “O lobo e o cordeiro”, “A raposa e o corvo”, “A rã e os bois” e “A raposa e as uvas”. No século XVII, na França, viveu o mais importante fabulista da Era Moderna: Jean de La Fontaine (1621- 1695). Esse autor, além de compor suas próprias fábulas, também reescreveu em versos franceses muitas das fábulas antigas de Esopo e de Fedro. É dele a fábula mais conhecida de todo o Ocidente: “A cigarra e a formiga” (CARVALHO; MENDONÇA, 2006). Para saber mais, acesse: ACESSAR http://files.brejodigital.webnode.com/200000056-b7398b833c/livro_salto_praticas_de_leitura_e_escrita.pdf#page=51 Com toda essa referência, La Fontaine desenvolveu as suas histórias. No ano de 1684, tornou-se membro da Academia Francesa, por ter atuado no classicismo francês, fato que o tornou uma das mais belas expressões literárias do período. Contabilizando a produção literária de La Fontaine, chegamos aos números de: [...] 64 contos, um romance em prosa entremeado de versos, um idílio heroico, dois libretos de ópera, duas tragédias (uma lírica e outra incompleta), duas comédias, um balé cômico, fragmentos de um sonho, um poema cientí�co, três epístolas críticas em verso, um poema cristão, duas paráfrases de textos sagrados, um relato de viagem, seis elegias, sátiras, odes, baladas, madrigais, sonetos, canções, epitálamos e epigramas, um pastiche, traduções de versos latinos, de cartas, muitos versos de circunstância e outras obras perdidas (CARDOSO, 2015, p. 53). Apesar da quantidade, a coletânea de fábulas é ainda maior, sendo composta por 240, as quais foram distribuídas em doze livros, em 1694. A primeira edição, lançada em dois volumes no ano de 1668, continha um total de 124 fábulas, divididas em seis livros. La Fontaine tem suas fábulas tidas como modelo até os dias de hoje. Nelas, o referido autor aborda princípios básicos que movem os homens, como o comportamento humano e o sentido da vida. As temáticas são apresentadas por meio da exempli�cação, podendo conter humor e comicidade, uma vez que as fábulas trazem por personagens, conforme exposto, os animais. Com isso, o fabulista apresenta valores de seres racionais transmitidos por seres irracionais, a �m de transmitir um ensinamento por meio da moral da história. Por meio da fábula, o ser humano pode satisfazer sua necessidade natural de usar a comparação e a imagem para explicar melhor seu pensamento, suas ideias. O importante das fábulas de La Fontaine não é somente o que se conta, pois os temas já faziam parte do imaginário coletivo desde Esopo (620 a.C. – reflita re�ita “Sirvo-me de animais para instruir os homens. [...] Procuro tornar o vício, ridículo. Por não poder atacá-lo com braço de Hércules. [...] Algumas vezes oponho, através de uma dupla imagem, o vício à virtude, a tolice ao bom senso. [...] Uma moral nua provoca o tédio: O conto faz passar o preceito com ele. Nessa espécie de �ngimento, é preciso instruir e agradar. Pois, contar por contar me parece de pouca monta” (LA FONTAINE, 1668 apud COELHO, 2000, p. 166). 564 a.C.), mas sim como se conta. A unicidade da obra de La Fontaine está no modus dicendi e não nos temas (CARDOSO, 2015, p. 57). Diante do exposto, podemos a�rmar, caro(a) aluno(a), que La Fontaine foi um grande entendedor e criador de fábulas e que, por meio dessa produção ,consagrou-se, entrando para o rol de escritores que produziram literaturas universais. Por isso, o poder moralizante de suas fábulas continua forte ainda nos dias atuais. O Uso dasFábulas no Processo de Ensino- aprendizagem Considerando que as fábulas possuem um �m moralizante, autores como Esopo, Perrault e La Fontaine utilizaram as fábulas como um meio para criticar e denunciar as injustiças e as maldades. Desse modo, trazer esse gênero para a sala de aula é uma forma de mostrar às crianças a vida como ela é, além de esse ser um tipo de texto propício para o desenvolvimento das habilidades de leitura. A fábula também é uma excelente atividade de re�exão sobre o comportamento humano, exigindo do professor uma participação crítica, levando os educandos a realizarem uma leitura re�exiva de forma que percebam a ação dos personagens, relacionando-as aos acontecimentos do dia a dia e do seu próprio contexto social. Pela sua versatilidade, a criança enxerga com maior facilidade as diversas situações, orientações e aprendizado (LIMA; MARTINS; RODRIGUES, 2016, p. 41). De acordo com o exposto, a leitura de fábulas em sala de aula desencadeia no aluno o interesse em conhecer novas histórias, bem como contribui para a formação do hábito de leitura e, consequentemente, escrita. Considerando o caráter pedagógico, a fábula é organizada em duas partes: primeiro, apresenta-se a história, que ocorre em um mundo �ctício, e as personagens, na maioria das vezes, são animais; segundo, trata-se da moral da história, que aparece, normalmente, no �nal, acentuando o signi�cado do que foi narrado. A moral costuma estar separada da história. Vejamos o exemplo a seguir A Fábula, segundo La Fontaine: [...] possui duas partes distintas: o corpo e a alma, sendo a narrativa a parte sensível, o corpo dinâmico e �gurativo da narração; enquanto a alma é a moralidade, implícita no corpo, embora sem ser destacada materialmente, ela opera com conceitos que revelam as verdades mais sutis (UBIALI, 2014. p. 8). O “corpo” refere-se ao tipo textual narrar, já a “alma” refere-se à moralidade. Assim, o texto moralizante tem por função regular o comportamento e as ações em sociedade. Tendo isso em vista, as fábulas podem suscitar, em sala de aula, boas discussões. Então, o professor pode apresentar aos alunos alguns temas importantes, como: bondade, ganância, solidariedade, injustiça social, vaidade, amizade etc. Desse modo, para a exploração das fábulas no contexto escolar, o docente deve seguir os seguintes passos: 1. Qual é o repertório de leitura necessário para a compreensão da fábula? 2. Resgatar os aspectos culturais trabalhados pela fábula. 3. Desenvolver uma escuta ativa, orientada e colaborativa para que o aluno perceba as nuances da fábula. 4. Analisar o aspecto temático trabalhado pela fábula e trazê-lo para a realidade do aluno. 5. Elaborar um roteiro com as palavras mais relevantes retiradas da fábula para a discussão logo após o encerramento da leitura. 6. Isolar um fato da fábula para analisá-lo a partir da experiência vivida ou não, pelo aluno. 7. Considerar os elementos não verbais apresentados pela fábula. 8. Veri�car as interferências das vozes e de outras imagens para a compreensão �nal da fábula (ALMEIDA, 2010, p. 114). Figura 1.3 - Estrutura da Fábula Fonte: Adaptada de Chagall (2004). Ao analisar a fábula junto aos alunos, o docente consegue veri�car o processo interacional autor - texto - leitor, bem como o modo como o contexto e os conhecimentos individuais in�uenciam no momento da interpretação do texto, os quais afetam, e muito, na compreensão dos sentidos. Por �m, vale salientar, já antecipando o que veremos adiante, que a fábula “[...] é uma fórmula especí�ca de comunicar pensamentos críticos. [...] dirige-se à inteligência, provoca discussões, desa�a a crítica e fomenta capacidade dos alunos de analisar e julgar” (LIMA; ROSA, 2012, p. 160). atividade atividade Leia o excerto a seguir: “A história da literatura infantil tem relativamente poucos capítulos. Começa a delinear-se no início do século XVIII, quando a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta”. CUNHA, M. A. A. Literatura Infantil : teoria e prática. São Paulo: Ática, 1987, p. 19. A respeito da história da Literatura Infantil, analise as a�rmativas a seguir: I. Após o século XVIII, há uma fase de descoberta da infância, na qual a criança passa a receber uma atenção especial, que foca em sua existência. II. Com a nova percepção da criança, ocorre uma separação do mundo adulto e a escola passa a se responsabilizar por uma educação voltada ao público infantil. III. Os contos, a partir do século XVIII, passaram a ser selecionados, além de conterem valores morais e regras a serem seguidas. IV. Com a nova visão de criança, surgia uma preocupação com seu o desenvolvimento moral e intelectual, mesmo a literatura sendo igual para adultos e crianças. A partir das a�rmativas apresentadas, assinale, a seguir, a alternativa correta: a) Apenas a a�rmativa IV está correta. b) Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. c) Apenas as a�rmativas III e IV estão corretas. d) Apenas as a�rmativas I, II e III estão corretas. e) Todas as a�rmativas estão corretas. Feedback: A alternativa correta é a letra D. Após o século XVIII, a criança é percebida como criança, merecedora de uma literatura própria. Tendo isso em vista, a escola toma a responsabilidade para si, e surge uma expoente produção de contos e fábulas voltadas às crianças, os quais objetivam, além do deleite, transmitir uma moralidade. Tendo em vista que a Literatura Infantil, desde seu surgimento, é considerada um instrumento pedagógico e signi�cativo na formação de leitores, partiremos agora, caro(a) aluno(a), para as adaptações literárias, as quais são um recurso muito interessante para despertar o gosto pela leitura. Antes de iniciarmos essa temática, é necessário ter em mente que: [...] a adaptação literária para crianças e jovens é um processo instável, tendo em vista que o uso de procedimentos narrativos tais como o corte, a segmentação, a redução de elementos, a mudança ou manutenção da perspectiva narrativa, a simpli�cação das ações, a representação do tempo e do espaço mais próxima ou mais distante do original, depende do cruzamento da leitura da obra e do leitor-alvo que o adaptador realiza, tendo como parâmetro o caráter emancipatório da obra fonte (CARVALHO, 2006, p. 381). As adaptações literárias re�etem, decisivamente, na formação de leitores; desse modo, são práticas que merecem estudo e procedimentos bem delineados. O uso dos textos literários adaptados em sala de aula justi�ca-se, pois é um tipo de texto que facilita o acesso ao texto literário, bem como contribui para o processo de ensino-aprendizagem. De que forma as adaptações podem ser trabalhadas no contexto escolar? Vejamos: As Adaptações do Clássico “AsAs Adaptações do Clássico “As Mil e uma Noites” Para o MundoMil e uma Noites” Para o Mundo Infanto-JuvenilInfanto-Juvenil As adaptações podem facilitar o acesso dos alunos aos clássicos, funcionando como porta de entrada. Assim sendo, com o uso dos textos adaptados, pode-se incluir ao ensino de língua portuguesa o objetivo de ampliar o repertório e a bagagem do aluno, para formar leitores. Também, podem ser ampliados os objetivos relacionados à re�exão sobre recursos linguísticos. É de adaptações de textos clássicos e de contos de fadas que provém e se fortalece a literatura para jovens leitores. Compilados pelo francês Charles Perrault, no século XVII, adaptando-os de narrativas populares e revestindo-as de valores da burguesia, e pelos famosos alemães Jacob e Wilhelm, conhecidos irmãos Grimm, no século XIX, os contos de fadas não foram escritos especialmente para as crianças bem como não faziam parte da educação burguesa. Esses contos, anônimos e, portanto, recolhidos do seio do povo – do folclore popular –, eram ligados às camadas inferiores e estabeleciam conexões entre a situação social ea condição servil. Assim, por meio desses materiais preexistentes, como os clássicos e os contos de fadas, essa literatura começou a constituir o seu acervo (CORSO, 2012, on-line). Tendo em vista o exposto, centralizaremos nossos estudos no que se refere às adaptações da obra “As mil e uma noites”. A respeito dessa obra, sabe-se que não há um único autor, mas vários narradores anônimos, e que suas histórias foram reunidas ao longo de séculos, formando uma coletânea, que é considerada pelos especialistas um clássico da literatura fantástica. Estima-se que parte desses contos teria surgido na Índia, em torno do século 3, em decorrência da aparição de semideuses, gênios e animais diversos, os quais remontam o panteão hinduísta. Da Índia, as histórias chegaram à Pérsia por meio da transmissão oral de viajantes e mercadores, e uma obra chamada de Hezar Afsaneh , que signi�ca “Os Mil Contos”, teria formado a primeira compilação dessas histórias. Essa versão já continha personagens Fonte: Adaptado de Weller (2013). importantes, como o sultão Shariar e sua esposa Sherazade, da versão �nal de “As Mil e Uma Noites”. Os pesquisadores acreditam que, por volta do século 8, já havia uma tradução de Hezar Afsaneh , realizada pelos povos árabes, bem como uma espécie de adequação da linguagem, incluindo os valores islâmicos, o erotismo e palavras de calão. O título “As Mil e Uma Noites” também foi substituído no mesmo período, uma vez que há uma superstição do povo árabe a respeito dos números redondos, os quais trazem azar. Nos séculos seguintes, houve a incidência de diferentes manuscritos, cada um com uma versão da história. No Ocidente, a história “As Mil e Uma Noites” só �caria conhecida após 1702, por intermédio do trabalho de Antoine Galland, que traduziu um manuscrito do ramo sírio do século 13. Em seu trabalho de tradução, Galland eliminou o erotismo e as ofensas a outros povos. Além disso, pesquisadores apontam que o tradutor acrescentou novos contos árabes à obra, como “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”, “Aladim” e “As Viagens de Simbá”. É a partir da versão francesa que a maioria das adaptações dessa obra nasceu, surgindo, assim, um processo de adaptação a partir de uma fonte secundária. “As mil e uma noite” conta a história de um sultão, chamado de Shariar, que surpreendeu sua esposa traindo-o com outro homem e mandou matá-los. A partir daí, resolveu se casar todos os dias com uma nova mulher, que seria degolada no dia seguinte à noite de núpcias. Assim, nenhuma outra mulher o trairia de novo. Até que se casou com Sherazade e, na primeira noite, ela contou uma história, a interrompendo sob a promessa de seguir na noite seguinte, deixando o sultão curioso. Todas as noites, ela começava a contar uma história e a interrompia na melhor parte. Desse modo, o sultão era obrigado a esperar a noite seguinte para ouvir a continuação. Passando as mil e uma noites, o sultão resolveu continuar casado com Sherazade e suas histórias foram escritas. Sherazade pediu para ser entregue ao Rei, pois sabia que havia descoberto uma forma de escapar da morte (RIBEIRO, 2018). A respeito das adaptações de “As mil e uma noite”, a de maior sucesso é a dos britânicos Sir Richard Burton e Andrew Lang, na qual foi retirado o conteúdo erótico, deixando o contexto menos sexual em alguns contos. Entretanto, a tradução, diretamente do árabe, feita por Mamede Jarouche, da Editora Globo, recolocou o conteúdo erótico que antes havia sido censurado, apresentando as histórias como eram contadas na época. Desse modo, esse não é um livro recomendado para as crianças. Para o público infantil, temos a adaptação realizada pela Publifolhinha, que apresenta as histórias contadas pela protagonista Sherazade ao marido, a �m de se manter viva. Dentre as histórias contadas, aparecem, por exemplo, “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, “Ali Babá e os Quarenta Ladrões” e “O Cavalo encantado”, compostas por ilustrações. Temos também uma versão de “As mil e uma noites” organizada por Ruth Rocha, pela Editora Salamandra, constituída por uma reunião de contos populares do Oriente Médio e do Sul da Ásia. Nesse material, há três das histórias lendárias, como “Aladim e a Lâmpada Mágica”, “O Pescador e o Gênio” e “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”. Outra adaptação voltada ao público infantil é a obra “Scherazade Das Crianças - Histórias de As Mil e Uma Noites - Série Infantil”, de Jordi Sierra I Fabra. Nessa obra, há uma compilação de contos que abordam hábitos, valores, crenças, visão de mundo e cultura da civilização árabe, apresentando ao leitor o povo do Oriente. É uma obra que compõe a série “Mundo Árabe”, da coleção Clássicos do Mundo. Assim, uma adaptação consiste em, basicamente, realizar uma releitura de um texto primário e reescrevê-lo sob uma nova ótica, por meio de uma seleção de léxico em consonância com o objetivo proposto: alcançar determinado público especí�co e promover sua formação. Vale mencionar também que os livros voltados ao público infantojuvenil apresentam imagens junto ao texto escrito, principalmente nas obras que são destinadas à primeira e à segunda infância, pois essa união (texto + imagem) tem o intuito de chamar a atenção das crianças. Caro(a) aluno(a), as adaptações literárias são imprescindíveis para o desenvolvimento do gosto pela leitura, bem como da arte. Além disso: contribuem no processo de formação de leitores; aproximam as obras clássicas dos leitores; promovem a circulação dos textos e, assim, mantêm as referências culturais; atuam como um estímulo para a leitura do original, que pode ser a tradução; e, por �m, tornam a leitura diferente e mais prazerosa (CORSO, 2012). atividade atividade Considere a citação a seguir: “Adaptações de clássicos de literatura para o público escolar consistem em: [...] textos novos, construídos sobre enredos antigos; são apropriações”. FEIJÓ, M. O prazer da leitura : como a adaptação de clássicos ajuda a formar leitores. São Paulo: Ática, 2010, p. 42. A respeito da adaptação, analise as a�rmativas a seguir: I. É um meio de facilitar o acesso dos alunos aos clássicos. II. Trata-se de um texto derivado, que é resultado de um texto primário. III. São paráfrases, “recontos”, uma vez que contam uma história de forma resumida, com as palavras do parafraseador. IV. É uma releitura de um texto primeiro, reescrito sob uma nova ótica, por meio de uma seleção de léxico. A partir das a�rmativas apresentadas, assinale, a seguir, a alternativa correta: a) Apenas a a�rmativa IV está correta. b) Apenas as a�rmativas I, II e IV estão corretas. c) Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. d) Apenas as a�rmativas I, II e III estão corretas. e) Todas as a�rmativas estão corretas. Feedback: A alternativa correta é a letra E. Trabalhar com adaptações é um modo de promover a leitura dos clássicos, visto que uma adaptação se trata de um texto que deriva de um original, formando-se conforme a ótica do parafraseador. Caro(a) aluno(a), chegando ao �m desta unidade, iremos nos debruçar sobre o estudo de mais um gênero da narrativa: o conto de fadas. Vejamos, a seguir, sua de�nição: Os contos de fadas são narrativas onde aparecem seres encantados e elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário, maravilhoso. Estes contos têm quase sempre uma estrutura simples e �xa. Tem uma característica bem marcante como na sua fórmula inicial: “Era uma vez... ’’ e �nal: “... foram felizes para sempre’’. Há neles uma ordem na sequência narrativa, ou seja, uma situação inicial, uma ordem perturbadora, quando a situação de equilíbrio inicial se desestabiliza, gerando uma série de con�itos que só se interrompem com o aparecimento de uma força maior que restabelece a ordem. Geralmente há personagens do bem e do mal, e a vitória, apesar do sofrimento, sempre é do personagem do bem (PORTELA, 2013, p. 7-8). Os contos de fadas surgiram por intermédio da tradição oral há muitos séculos, porém sua valorização só se concretizou mais tarde,quando os contos se voltaram para o público infantil. Nas palavras de Pinheiro (2012), essas narrativas eram chamadas de primordiais, pois surgiram anonimamente e tinham por intuito a transmissão e o entretenimento. Os contos de fadas são, basicamente, narrativas antigas – uma espécie de mito que era difundido pelos povos – que apresentavam os con�itos entre a natureza e o homem. Assim, em um determinado momento, as narrativas começaram a trazer como tema os problemas cotidianos, como: poder, fome, família, trabalho, dentre outros. As obras literárias ligam-se, sempre, ao seu contexto de produção. Nos contos de fadas não era diferente, pois eles conservavam uma visão de mundo do período, além de suas ideologias. Os Contos de Fada e suasOs Contos de Fada e suas CaracterísticasCaracterísticas É no século XVII que o interesse dos intelectuais pelo conto popular nasceu, principalmente após a publicação da obra “Contos da Mamãe Ganso”, de Charles Perrault, cujo trabalho foi reproduzir em papel os contos que transitavam entre os componentes franceses. No século XIX, com os Irmãos Grimm, os contos populares foram concebidos como objeto de estudo capaz de apresentar aspectos linguísticos, psicológicos, históricos, sociais etc. - em outras palavras, apresentar o modo de pensar e agir dos homens do passado (PINHEIRO, 2012). Os contos de fada podem ser encontrados em todas as culturas, porém com outra roupagem. Nas próximas unidades, iremos nos dedicar ao estudo das obras de Perrault e dos Irmãos Grimm. Os contos de fada podem apresentar algumas características, como: [...] colocar um dilema existencial de forma breve e categórica. Isto permite à criança aprender o problema em sua forma mais essencial, onde uma trama saiba mais Saiba mais A Mamãe Ganso era uma personagem dos velhos contos populares, muito familiar entre os franceses. Sua função era contar histórias para os seus “�lhotes fascinados”. Com o passar do tempo, o nome da Mamãe Ganso passou a designar não a personagem dos contos populares, mas uma velha contadora de histórias (PINHEIRO, 2012, p. 41). Para leitura na íntegra, acesse: ACESSAR reflita re�ita “É preciso que o conto seja velho na memória do povo, anônimo em sua autoria, divulgado em seu conhecimento e persistente nos repertórios orais” (CASCUDO, 2001, p. 11). http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-29102012-122544/pt-br.php mais complexa confundiria o assunto para ela. O conto de fadas simpli�ca todas as situações. Suas �guras são esboçadas claramente; e detalhes, a menos que muito importantes, são eliminados. Todos os personagens são mais típicos do que únicos (BETTELHEIM, 2002. p. 7). Além disso, os contos de fada contêm também uma simbologia �xa e estruturada. Suas personagens são simples, apresentam qualidades e defeitos e são representadas por pais, avós, camponeses e até animais, como lobos, porquinhos etc.; porém, tais personagens possuem problemas reais, desenvolvendo, assim, a identi�cação da criança. Quanto ao tempo e ao espaço, são como que indeterminados, pois é comum os contos iniciarem com “Num certo reino”, “Em um reino muito distante” e “Era uma vez”. Há um narrador que detém todo o conhecimento da história e que é “dono da vida” das personagens. Estruturalmente, a narrativa inicia-se com uma situação de equilíbrio que, logo na sequência, é alterada pelo con�ito, por parte de um herói. Adiante, com o auxílio de seres mágicos e poderosos, consegue vencer o con�ito, saindo vitorioso(a) e com um �nal feliz: - “E viveram felizes para sempre…”. Os contos de fadas podem ser divididos em quatro etapas. Vejamos o quadro a seguir: Quadro 1.1 - Saga do(a) herói/heroína Fonte: Elaborado pela autora. 1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa 4ª etapa Travessia Ocorre alguma situação constrangedora/ embaraçosa/ desagradável que faz com que a personagem principal (herói/heroína) saia em busca de uma solução para esse problema. Assim, em seu percurso, depara- se com uma paisagem desconhecida, contendo acontecimentos mágicos e criaturas estranhas. Esse lugar desconhecido costuma ser caracterizado como �orestas e bosques, lugar onde residem animais perigosos, bruxas más e magias. Encontro No ambiente inóspito, a personagem depara-se com algum ser maligno e, para que a jornada tenha sucesso, é preciso que esse “obstáculo” seja ultrapassado. Enfrentar o mal signi�ca um ato de autorreconhecimento. O ser maligno pode ser representado por bruxas, madrastas más, magos etc. Conquista O herói/ heroína entram em um combate de sobrevivência, vida ou morte, com o ser maligno, que morre no �nal. Com a morte do mal, a personagem principal consegue garantir a erradicação das partes más do próprio eu e a superioridade das partes boas. Celebração Para comemorar o triunfo do bem, costuma acontecer um casamento ou uma reunião de família. O bem sempre vence e todos vivem felizes para sempre. A respeito das sagas dos heróis nos contos de fadas, vale pontuar que costumam ser mais universais e podem estar além ou aquém das divisões entre masculino e feminino, uma vez que, por mais que os contos respeitem essas questões na de�nição de seus personagens, a feminina costuma ser mais valorizada, em decorrência da in�uência celta; desse modo, surgem mais heroínas (como Aurora, Mulan, Branca de Neve etc.). De qualquer modo, é interessante percebermos que há diferenças nas narrativas das histórias clássicas de heróis e dos contos de heroínas (por exemplo Cinderela ou Chapeuzinho Vermelho), pois tanto o herói quanto a heroína passam pelos mesmos percalços; no entanto, terminam a jornada de modo diferente. saiba mais Saiba mais A palavra “conto” origina-se do latim, sendo que seu signi�cado remete a duas dimensões: por um lado, à oralidade; e, por outro, à �ccionalidade, isto é, trata-se de um relato que não tem compromisso com a realidade, utilizando-se do maravilhoso com a função de entreter e possibilitar a verbalização das di�culdades humanas (HILLESHEIM E GUARESCHI, 2006). Para leitura na íntegra, acesse: ACESSAR https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/viewFile/22976/13260 atividade atividade Leia o excerto a seguir: “Talvez um dos temas mais recorrentes nas histórias seja o mito da jornada do herói. Ele aparece desde �lmes até os contos de fadas. Como toda narrativa de herói, o conto de fadas vai apresentar o seu protagonista. Esse protagonista pode ser homem ou mulher, herói ou heroína”. ASSIS, P. de. Os contos de fadas e o caminho do herói. Pablo de Assis , 14 out. 2011. Disponível em: <http://pablo.deassis.net.br/2011/10/os-contos-de-fadas-e-o-caminho-do-heroi/>. Acesso em: 02 abr. 2019. A respeito da saga do herói, é correto a�rmar que: a) No encontro, o protagonista encontra o seu desa�o, seu inimigo ou antagonista, que o ameaça de alguma forma. b) É na celebração que o protagonista inicia suajornada; normalmente, há o bordão: Era uma vez. c) Nos mitos clássicos,predominam protagonistas femininas. d) Na travessia, o protagonista chega à sua terranatal por meio de magia. e) É na conquista que há embate de vida ou morte entre o protagonista e o antagonista, no qual o herói morre. Feedback: A alternativa correta é a letra A. Em sua saga, o herói passa por alguns percalços: é na travessia que o herói/heroína vai para longe de sua terra, adentrando o mundo da magia. Na sequência, é no encontro que ele/ela depara-se com um ser oposto, inimigo mau (por exemplo, uma bruxa). Há uma ameaça. Adiante, ocorre uma luta, vida ou morte, entre o inimigo e o(a) herói/heroína, este último saindo vitorioso. Por �m, há a celebração, marcada por um �nal feliz, o “viveram felizes para sempre”. indicações Material Complementar LIVRO Um estudo sobre asfábulas e os contos de fadas Maria Viana Editora: Eureka ISBN: 978-85-693-7755-9 Comentário: É uma obra que estuda as origens, os usos e as transformações das fábulas e dos contos de fadas ao longodos séculos. Objetiva orientar e sensibilizar os docentes no sentido de atribuir à leitura o valor devido, colocando-a como escopo do processo educacional e de letramento. A obra apresenta algumas fábulas de La Fontaine, Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans Christian Andersen. FILME Cinderela Ano: 2015 Comentário: Este �lme é uma recriação da animação de 1950, da Disney. A crítica a�rma que o �lme funciona como uma “homenagem à animação original”, visto que o estilo e o humor fantásticos tomam conta desta história em live action . Como em todos os contos de fada, o �lme apresenta uma moral, repetida pela protagonista ao longo do �lme: Tenha coragem e seja gentil. Além disso, esta Cinderela conserva a visão romântica do mundo, característica dos �lmes antigos do gênero. Para conhecer melhor o �lme, assista ao trailer disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=KsnlU2y-Lz0 >. Acesso em: 05 abr. 2019. TRA ILER https://www.youtube.com/watch?v=KsnlU2y-Lz0 conclusão Conclusão Caro(a) aluno(a), chegamos ao �m da primeira unidade. Espero que tenha aprendido bastante. Não sei você, mas eu acredito que é essencial conhecermos as histórias do mundo e as coisas, para vermos se houve evolução e de que modo ela ocorreu. Em um primeiro momento, abordamos questões e conceitos sobre literatura e literatura infantil. Conversamos também sobre a história e apresentamos algumas referências no gênero, como La Fontaine, Perrault, Irmãos Grimm etc. Adianto que nos aprofundaremos nos estudos desses autores e suas respectivas contribuições nas próximas unidades. Nesta primeira parte, discutimos os conceitos de fábula e de contos de fadas, que são os gêneros mais indicados e trabalhados em sala de aula, pois em ambos conseguimos depreender uma moral, que pode promover grandes discussões e ensinamentos aos discentes. Até as próximas unidades! referências Referências Bibliográ�cas ALMEIDA, G. P. Práticas de leituras . Curitiba: Pró-Infantil, 2010. ARANA, A. R. A.; KLEBIS, A. B. S. O. A importância do incentivo à leitura para o processo de formação do aluno. In: EDUCERE - XII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2005, Curitiba. Anais ... Curitiba: PUCPR, 26 a 29 out. 2015. p. 26669-26686. Acesso em: 16 mar. 2019. 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