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MARIA EUGÊNIA RODRIGUES 2896189 N/A 07/03/23 01 TÍTULO NOME ESCALA DATA RA FOLHA RESUMO ARTIGO VILLAÇA SÃO PAULO: SEGREGAÇÃO URBANA E DESIGUALDADE - DE FLAVIO VILLAÇA A forma mais tradicional de estudo da segregação urbana é aquela que aborda o centro versus periferia urbanos. Assim, limita-se a apenas denunciar a injustiça, mas sem explicar a segregação. Além disso, é uma teoria falsa. Essa segregação não se aplica a modelos brasileiros como o Rio de Janeiro, já que a Zona Sul por exemplo nunca teve periferia pobre. Favela incrustada na mancha urbana, como a Rocinha por exemplo. Não é periferia segundo nenhum conceito. E em São Paulo, periferias como Granja Viana, Alphaville ou Aldeia da Serra não são áreas pobres, ou seja, existem áreas ricas não só foram do centro, mas na periferia afastada. Nenhum estudo do espaço urbano será satisfatório se não entender a segregação espacial urbana. A segregação deve ser analisada por região e não por bairros, e deve ultrapassar a segregação residencial. Assim nasceu a ideia de região da cidade, com seu “lado social” e seu “lado espacial”. No lado social dividimos a sociedade metropolitana de São Paulo em duas classes: mais ricos e mais pobres. Do lado do espaço, não utilizamos os bairros e sim regiões homogêneas. Região de Grande Concentração das Camadas de Mais Alta Renda: Quadrante Sudoeste Até o clima, que supostamente não seria obra dos homens, é mais ameno no Quadrante Sudoeste do que no restante da cidade. Isso se deve ao fato de que tem muitos mais parques e arvores do que o resto da cidade. A temperatura do Quadrante Sudoeste varia entre 25 e 29 graus, enquanto na Zona Leste varia entre 29 e 33 graus. Ou seja, a preservação de áreas verdes, parques, praças e ruas/avenidas arborizadas são incentivadas nesses bairros, diferente de bairros mais pobres. A ideologia domina o pensamento da maioria que adota como verdadeira o centro versus periferia. Primeiro que a classe dominante identifica apenas uma parte como cidade e o resto como periferia, como se apenas seu parecer fosse determinante. Segundo que outra ideia dominante é que o centro da cidade está se deteriorando. Mas o processo real é que essa decadência é responsabilidade da classe dominante, que abandonou o centro, retirando dele suas lojas, escritórios, cinemas e moradias. Quando a maioria toma conta do centro, cria-se a ideia que esse não é mais o centro da cidade, e que então ela teria que ter um novo centro. É assim que o “centro comercial” migra para a Av Faria Lima, Av Paulista e a região do Rio Pinheiros. A realidade é que a classe dominante considera que o centro que for SEU será o centro DA CIDADE. Assim, vai deixando seus “restos” para as camadas populares, as quais pertencem hoje todo o centro velho. DESLOCAMENTO A dominação por meio do espaço urbano se dá pela desigual distribuição das vantagens e desvantagens do espaço produzido. Assim, é feita uma manipulação, pela classe dominante, dos tempos gastos nos descolamentos espaciais dos habitantes da cidade. A segregação dos locais de emprego gera uma manipulação no tempo gasto dos habitantes da cidade. A localização dos empregos terciários apresenta um duplo interesse para a população que deles se utiliza – cada ponto de emprego desse setor não é só um local de emprego, mas também um local de atendimento da população nas suas compras e serviços. Um grande fator é: a Área de Grande Concentração das Camadas de Alta Renda é no Quadrante Sudoeste, porém esta não abrange nem 20% da população da Região Metropolitana. Os mais pobres têm, então, várias áreas de concentração de seus empregos. Várias concentrações terciarias e várias zonas industriais. Os ricos tem apenas uma. Ao comandar a produção de espaço urbano, a classe dominante comanda não só a a produção material e direta, seu valor e seu preço (mercado imobiliário), como também as ações do Estado sobre esse espaço (legislações urbanas) e ainda a produção das ideais dominantes a respeito dele. Tudo isso na verdade é o que especifica o espaço urbano. A classe dominante manipula a produção do espaço urbano priorizando sempre a otimização dos seus tempos de deslocamento. SISTEMA VIÁRIO Os mais pobres não são penalizados somente pela estrutura espacial urbana que produz os locais de origem e de destino de suas viagens, mas também pelo uso de veículos privados (os ridos tem dois, três ou mais automóveis por família) e pelos sistemas viário e de transporte, que sempre privilegiaram os mais ricos. E novamente a manipulação do espaço urbano é feita pela classe dominante: as obras urbanas referentes a transporte são escandalosamente prioritárias as obras voltadas para o transporte privado individual e não o transporte coletivo publico. Em São Paulo são gastos bilhões de dólares em rodoanéis, tuneis e vias expressas, enquanto sua Região Metropolitana tem um metrô menor do que o de Santiago do Chile – cuja população da região metropolitana é um quarto da de São Paulo. BARRA FUNDA VL. MADALENA SÉ TUCURUVI JABAQUARA CORINTHIANS- ITAQUERA Croqui digital do mapa das regiões de São Paulo com temperaturas mais baixas (fonte: mapa 4 - artigo Flavio Villaça) Mapa do Metrô de Santiago em 2019 (fonte: https://www.melhoresdestinos.com.br/metro-santiago-chile.html) Mapa do Metrô de Santiago em 2019 (fonte: https://www.melhoresdestinos.com.br/metro-santiago-chile.html) MARIA EUGÊNIA RODRIGUES 2896189 N/A 07/03/23 01 TÍTULO NOME ESCALA DATA RA FOLHA RESUMO LIVRO RAQUEL ROLNIK Em seu livro, Raquel Rolnik discorre e reflete sobre a São Paulo de 2001, de quando o livro foi publicado, ser consequência dos sucessivos modelos de cidade e de gestão urbana construídos para administrar um lugar que em cem anos passou de 30 mil para mais de 2,5 milhões de habitantes, chegando a 10 milhões nas décadas seguintes e transformando-se na principal cidade de um pais marcado pela extrema concentração de renda. A partir da segunda década do século 20, a cidade viveu seu primeiro surto industrial, Neste momento, constrói-se um dos primeiros fundamentos da ordem urbanística que governa a cidade: a região central investida pelo urbanismo, destinada às elites; fora do centro um local sem regras, onde misturam o mundo do trabalho e da moradia dos pobres. O centro recebe sua primeira reforma urbanistica com alargamento de ruas, urbanismo, equipamentos culturais e etc. Nos bairros populares, a paisagem misturava chaminés de fabrica a alta densidade das vilas e cortiços, e a infra-estrutura urbana se resumia praticamente ao bonde elétrico. Neste momento, constrói-se um dos primeiros fundamentos da ordem urbanística que governa a cidade: a região central investida pelo urbanismo, destinada às elites; fora do centro um local sem regras, onde misturam o mundo do trabalho e da moradia dos pobres. Em 1924 aparecem os primeiros ônibus clandestinos, graças a falta de oferta de transporte nos bairros populares. Surge então uma competição com os bondes. Assim, a Light propõe renovar seu contrato com o governo mas sugerindo a implantação de metrô na região central, com integração no sistema bonde-ônibus, O governo decide não renovar o contrato com a Light e começa então a implementar a proposta de Prestes Maia: Plano de Avenidas. Inicia-se então a abertura da Nove de Julho, uma das avenidas radiais propostas no plano. Assim configura-se na cidade a opção pelo modelo rodoviarista do transporte sobre pneus. Nove de Julho, 23 de Maio, Radial Leste: todas fazem parte do plano que acabou por definir, ate hoje, a estrutura urbana básica da cidade. A concepção urbanística de Prestes Maia em 1924 se opunha a qualquer obstáculo para o crescimento urbano. Era então necessário espalhar a cidade densa e explosiva. O uso de ônibus a diesel tornaria os bairros periféricos mais acessíveis. Diferente dos bondes e trens, seu raio de influencia não era limitado pela distancia entre estacoes. Isso traria uma solução para a crise de moradia. Assim como no artigo de Villaça, fica explicada aquia prioridade que foi feita em cima de ruas e não de transporte publico. Problema que, ainda em 2023, é uma grande questão a ser solucionada na cidade de São Paulo. Croqui digital do Edifício Martinelli na década de 30 (fonte da imagem: Edifício Martinelli, São Paulo, 1933. Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã) Croqui digital da Avenida Paulista em 1891 (fonte da imagem: https://noticias.esquemaimoveis.com.br/especial-avenida-paulista/) Croqui digital do modelo do Plano de Avenidas de Prestes Maia (fonte da imagem: livro Raquel Rolnik) A configuração de uma segregação espacial mais clara se deu por meio da constituição dos bairros proletários e dos loteamentos burgueses, da apropriação e reforma do centro urbano pelas novas elites dominantes e da acao discriminatória dos investimentos públicos e regulação urbanística. Em 1891 inaugura-se no ponto mais alto da cidade a Avenida Paulista, com novas leis de recuos e afastamento aprovada por Joaquim Eugenio de Lima. São lotes de mansões com rede de agua e esgoto. A imagem dessa topografia social é feita de colinas secas, arejadas e iluminadas, de palacetes que olham para as baixadas úmidas e pantanosas, onde se aglomera a pobreza. É algo que difere do artigo de Villaça, já que aqui no livro de acordo com Rolnik a topografia conta muito para a segregação. Na década de 1930 a cidade ultrapassaria a marca de 1 milhao de habitantes. A imagem futurista que sintetiza essa nova paisagem é o Zeppelin passando em 1928 pelo edifício Martinelli, primeiro arranha-ceu de uma cidade cujos edifícios não passavam de 11 pavimentos. As decorrências dessa industrialização em larga escala foram: aparecimento do proletariado urbano, intenso crescimento demográfico e inflação de alugueis com preços multiplicados. SÃO PAULO, RAQUEL ROLNIK
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