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Neurociência e Comportamento Neuroplasticidade: Definição: → É a propriedade relacionada à capacidade do sistema nervoso de modificar-se estrutural e funcionalmente e adaptar-se em resposta a estímulos. OBS: O que importa é a quantidade e qualidade de sinapses (redes de comunicação) que consigo realizar ao longo da vida, e não o número de neurônios. Alguns mecanismos neuroplásticos são a memorização e a capacidade de aprender. OBS: A reorganização é o principal objetivo prévio à recuperação neuronal. → Dentro do conceito de neuroplasticidade, reparar a lesão é recuperar a função da mesma forma que era executada antes da lesão. Se for de forma diferente, é adaptação e não recuperação. Recuperação parcial = adaptação Modificações funcionais duradouras = recuperação total). Quando se tem uma lesão neuronal, as células que estão na borda da lesão tentam aumentar seu metabolismo, liberando Glutamato para compensar, na tentativa de reverter o déficit. Esse mecanismo é chamado de Excitabilidade neuronal. Porém, o que acontece quando elas aumentam o metabolismo é um "enfraquecimento" das mesmas, fazendo com que elas não consigam “lutar contra” a lesão que está se instalando, contribuindo para a aceleração do quadro de dano tecidual e a morte neuronal. OBS: Nesse caso, uma forma de tentar reverter o quadro seria sedar o paciente, para as células não se excitarem e o corpo responder melhor a lesão. Isso diminuiria as chances de que a área lesionada se alastre. → As etapas ideais da neuroplasticidade são: 1. reorganização neuronal 2. recuperação neuronal 3. recuperação funcional Mas tudo vai depender da qualidade dessa reorganização e do ambiente interno e externo que o indivíduo se encontra. Fatores que influenciam na forma como os mecanismos neuroplásticos se estabelecem: - Experiências de vida - Comportamento - Memórias - Práticas de tarefas - Lesões encefálicas Neurociência e Comportamento → Aprender uma atividade e/ou praticar pode induzir mudanças plásticas e dinâmicas no SNC. → O encéfalo realiza ajustes constantes, a todo o tempo, durante nossa vida, desse modo, a estimulação cortical com novas sinapses e novas formas de aprendizado é importantíssima para o cérebro se recuperar de lesões. Porém, é válido ter em mente que não conseguimos fazer e aprender várias coisas ao mesmo tempo. Temos que focar em uma de cada vez! Mudanças promovidas pelo treinamento motor: ● Neurogênese: construir novos neurônios. ● Sinaptogênese: construir novos brotos axonais. ● Angiogênese: construir novos vasos sanguíneos. ● Modulação pré e pós sináptica. Estudos experimentais associados a essa mecânica neuroplástica sugerem alguns mecanismos por onde essas vias se organizam: Brotamento regenerativo colateral: formam-se novos brotos a partir de axônios (para suprir os axônios perdidos pela lesão) e assim, conseguem formar novas conexões. A imagem abaixo mostra um brotamento colateral em paciente com ELA, no qual um mesmo neurônio inerva duas placas motoras: Supersensibilidade desnervatória: neurônios desnervados desenvolvem sensibilidade a mediadores químicos e a célula pós sináptica remanescente torna-se mais sensível, daí, o efeito dos neurotransmissores é maior que o habitual. Assim, a função retorna, pela reabertura do circuito lesado. Equipotencialidade ou Ação de Massa: as áreas do sistema nervoso que tem funções similares podem executar a função da área que foi lesionada. Nesse caso, a quantidade de tecido lesado (e não a localização) será determinante para o déficit pós lesão. Redundância ou Vias Alternativas: existem múltiplos centros de controle para certas funções. Caso a via principal seja lesionada, alguns circuitos alternativos podem atuar de forma similar, se hipertrofiando e alterando seu modo de operar. É provável que não vai conseguir executar a função perfeitamente, mas em grande parte, sim. OBS: A presença de vias alternativas supõem que o sistema neural possua a capacidade latente de mediar certas funções que não estão habitualmente dentro de sua esfera de competência. Porém, apenas quando a via preferencial é perdida, é que os circuitos alternativos entram em ação. Recuperação de lesões: → Potencial de recuperação: ausência de um déficit funcional logo após uma lesão no SNC. → Compensação: o cérebro altera os meios para realizar a tarefa. → Recuperação: o cérebro executa a tarefa como fazia antes. Neurociência e Comportamento Mediadores químicos: → Fatores neurotróficos: mantém e estimulam o crescimento neuronal. → Fatores estimuladores axonais: crescimento do axônio (por ação local). → Fatores inibitórios: inibem o crescimento colateral. Fatores que limitam a neuroplasticidade: → Natureza da lesão: adquirida ou inata, tempo e correlações com experiências de vida. → Extensão da lesão: quanto menor, melhor? →Mecanismo da lesão: progressão lenta ou repentina? → Idade: as células em desenvolvimento têm maior capacidade adaptativa. Quanto maior a idade, maior a deterioração do hemisfério direito relacionado ao aprendizado. → Sexo: o cérebro de ambos os sexos possui diferenças morfológicas e bioquímicas. Também possui diferenças tanto na resposta quanto no potencial de recuperação. Os cérebros femininos são menos lateralizados. Terapia celular: → Foi feito um experimento no qual cientistas inseriram células tronco - neuronais e precursoras - na medula lesionada de ratos. → 7 semanas após, notou-se um aumento de neurônios, astrócitos e oligodendrócitos. Além disso, os neurônios estenderam seus axônios pela medula espinhal.
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