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PROJETO DE 
INTERIORES 
COMERCIAIS
Vanessa Guerini Scopell
Geração de alternativas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Mapear os determinantes do programa de necessidades e as alterna-
tivas para contemplar os requisitos projetuais.
  Reconhecer a geração de alternativas como uma etapa do processo 
do projeto. 
  Identificar exemplos de geração de alternativas.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre a etapa inicial de um projeto de 
arquitetura de interiores, que contempla a elaboração do programa de 
necessidades e a fase de geração de alternativas, verificando os seus 
conceitos, diferenças e objetivos. Além disso, você vai identificar algumas 
ideias utilizadas na arquitetura de interiores que desempenham várias 
funções dentro do espaço construído.
Importância do programa de necessidades 
na geração de alternativas
A Resolução Federal nº. 76 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, 
de 10 de abril de 2014, defi ne a arquitetura de interiores como uma:
[...] intervenção detalhada nos ambientes internos e externos que lhe são 
correlatos, definindo uma forma de uso do espaço em função do mobiliário, 
dos equipamentos e suas interfaces com o espaço construído, alterando ou 
não a concepção arquitetônica original, para adequação às necessidades de 
utilização (BRASIL, 2014, documento on-line). 
Essa intervenção se dá em relação a diversos aspectos, nos seguintes âm-
bitos: espacial, das instalações, de condicionamento acústico, de climatização, 
estrutural, dos acabamentos, luminotécnico, de comunicação visual, das cores, 
de mobiliários, de equipamentos da coordenação de projetos complementares 
e da proteção e segurança. Ou seja, uma proposta de interiores para um espaço 
deve ser pensada de forma global e abrangente.
A elaboração de um projeto de interiores comercial é um processo bastante 
complexo que requer conhecimento e dedicação, assim como os projetos de 
outras áreas dentro da arquitetura. Para o arquiteto Rafael Fischer ([2018], 
documento on-line), existem algumas fases nesse processo de projeto que 
devem ser seguidas:
[...] primeiramente precisamos descobrir o que exatamente vamos projetar; 
em seguida, é preciso interpretar e analisar criticamente os problemas, opor-
tunidades e potencialidades do projeto, para após isso podermos desenvolver 
ideias (conceito). Uma vez definido o conceito, é hora de definir alternativas 
(partidos) que estejam de acordo com ele, selecionando ao final aquele que for 
julgado como mais adequado (ou combinando ideias de vários partidos para 
formar um). Para finalizar, devemos partir então para a solução de problemas 
mais específicos do partido escolhido, refinando a proposta com o objetivo 
de ter como produto final um excelente projeto de interiores.
Em um primeiro momento, é necessário entender aquilo que vai ser pro-
jetado. No caso da arquitetura de interiores comercial, deve-se analisar o 
tipo do negócio, o local, o investimento possível, as particularidades de cada 
caso, a marca da empresa e a quantidade de colaboradores e de clientes que 
devem ser atendidos, entre outros fatores. Segundo Fischer ([2018], documento 
on-line), algumas respostas a serem encontradas nessa fase são “[...] o que o 
cliente realmente deseja, como deverá ser o uso do espaço e qual a relação dele 
com outros ambientes de apoio”. Essa fase pode ser reconhecida também como 
briefing. O briefing, conforme destaca Marques (2017, documento on-line), é 
“[...] um documento que terá o resumo do que será preciso para executar um 
determinado projeto”. Assim, segundo o autor, o briefing contém informações 
importantes e, na maioria das vezes, é consultado por vários profissionais até 
que todos estejam cientes do que é necessário para começar o trabalho. Esse 
documento pode ser verificado e revisado quantas vezes forem necessárias; 
quanto mais informações ele contiver, melhor será o resultado. 
Essa fase inicial de levantamento de dados e entrevista com o cliente servirá 
como base para a elaboração do projeto; por isso, Fischer ([2018]) ressalta que 
é importante juntar o máximo possível de informações sobre o que vai ser 
Geração de alternativas2
projetado, entendendo o contexto do local e sua relação com toda a edificação 
e o espaço urbano. Além disso, é importante buscar boas referências de projeto 
com usos e contextos parecidos, pois isso facilitará no momento da elaboração 
do programa de necessidades.
O que deve conter no briefing do cliente?
O ideal é que o cliente consiga expor informações como:
Objetivo do projeto
Essa é uma das fases mais importantes do processo de criação do briefing. Você 
precisa compreender completamente qual o objetivo do seu cliente, seja um projeto 
comercial, um blog, um site, uma peça impressa, uma peça para ser divulgada ou uma 
nova identidade visual. Todos esses, ou qualquer outro objetivo, precisam ser muito 
bem definidos para que o cliente saia satisfeito.
Público-alvo
Por mais que pareça estranho, muitas empresas não conhecem o seu público-alvo. 
Por isso, é fundamental que seu cliente saiba definir se o público dele faz parte da classe 
A, B, C ou D; além disso, definir a idade do seu público é outro ponto importantíssimo. 
Todas as características que o cliente puder descrever e oferecer sobre seu público-alvo 
serão muito bem-vindas nesse processo de “brifagem”.
Concorrência
Mostre ao seu cliente que os concorrentes dele são um parâmetro para que ele 
cresça cada vez mais. Assim, é importante fazer uma lista dos principais concorrentes 
da empresa para que se tenha uma ideia do que se deve criar (ainda que seja algo 
melhor ou no mesmo patamar), bem como analisar os concorrentes, para se ter uma 
referência do que pode ou não ser feito para o seu cliente.
Orçamento
Ainda que você se sinta desconfortável, não hesite em perguntar qual o orçamento 
disponível para executar o projeto. É raro encontrar pessoas que não se incomodam ao 
falar de gastos, contudo, esse fator influenciará no valor do projeto; por isso, pergunte e 
discuta sobre essa questão. Sabendo do real montante que o seu cliente poderá investir 
no projeto, fica muito mais fácil desenvolver um serviço de acordo com o capital que 
ele pode oferecer. Nesse processo é importante compreender que o ideal é ajustar o 
projeto ao valor investido, sem que a qualidade seja comprometida.
3Geração de alternativas
Após essa busca por informações do cliente e referências projetuais, inicia-
-se a etapa de interpretação e seleção desses dados. Para Fischer ([2018], 
documento on-line), essa etapa é fundamental, pois “[...] muitas vezes, aquilo 
que o cliente diz que quer, não é a melhor solução para os seus problemas”. 
Assim, é função do profissional perceber quais sãos as reais necessidades e o 
que precisa ser resolvido. Segundo Kowaltowski (2011, p. 89):
A análise, como um processo racional, está relacionada à obtenção e ao 
gerenciamento de informações e dados advindo de: pesquisas de comporta-
mentos e entrevistas aos clientes; casos precedentes; códigos de edificações; 
condicionantes culturais, econômicos e ambientais etc. Essas informações 
não são o principal objetivo da fase de análise em si, mas sim a maneira como 
são organizadas, de modo que possam ser úteis para as etapas subsequentes 
dos estágios de decisão. Para isso, a utilização de métodos e procedimentos 
precisos é importante nesta fase do projeto.
Nesse momento, a partir das indicações passadas pelo cliente, é possível 
elaborar o programa de necessidades. O programa de necessidades consiste 
em uma lista com todos os ambientes que o projeto deve contemplar. Se-
gundo Pinhal (2009, documento on-line), “[...] é o conjunto sistematizado de 
necessidades para um determinado uso de uma construção”, servindo para o 
desenvolvimento do projeto e o norteamento das decisões a serem tomadas na 
próxima etapa. Para Pinhal (2009), o programa é um dos principais determi-
nantes do projeto, poisé ele que expressa as metas do cliente e as necessidades 
dos futuros usuários da obra. Coimbra (2015, documento on-line) ressalta que:
Prazos
Independentemente de qual seja o projeto do seu cliente, o ideal é que sejam 
estabelecidos prazos para cada etapa até que o mesmo seja entregue. Essa combinação 
de prazos é essencial para que o cliente compreenda o seu tempo de produção e, 
claro, para que vocês alinhem da melhor maneira possível o prazo de entrega, sem 
afetar a produção e sem prejudicar o cliente. 
Objeções
Dizer apenas o que se quer em um projeto nunca foi o ideal; é de extrema importância 
que você e sua equipe saibam o que o seu cliente não gosta. Saber o que pode e 
o que NÃO pode ser feito no projeto em questão é a chave para que se obtenham 
resultados extraordinários.
Fonte: Marques (2017).
Geração de alternativas4
[...] a listagem de necessidades feita pelo cliente será muitas vezes algo que ele 
imagina ou sonha, isso não significa que é possível incluir todos os ambientes 
que deseja, cabe ao profissional realizar os cálculos, principalmente o de 
zoneamento, aferindo as possibilidades e orientando-o de possíveis alterações.
Para Pinto (2013, documento on-line):
[...] o programa não descreve a forma ou seus aspectos; mas, sim, estabelece 
o problema a que a forma deverá responder, ou seja, ele apenas expõe as pro-
priedades funcionais exigidas pelo contexto, pois seu objetivo é descrever o 
contexto do projeto, a fim de que o problema seja identificado e compreendido.
Moreira (2007, p. 83) acredita que “[...] o programa arquitetônico é o estágio 
de definição do projeto — o momento de descobrir a natureza do problema de 
projeto, em vez de a natureza da solução de projeto”. Para Piñón (2006, p. 46):
Só se pode iniciar a concepção quando se consegue captar a estrutura da 
atividade, estrutura que não pode reduzir-se à soma dos requisitos funcionais 
particulares, senão que define o âmbito de possibilidade da forma, na medida 
em que consegue apreciar as estruturas formais compatíveis com o sistema 
de atividades que prevê o programa. Só por meio de um certo distanciamento 
durante a consideração do programa — isto é, tratando de entender a atividade 
em seu conjunto — pode-se apreciar sua virtualidade formal e propor, portanto, 
estruturas espaciais que o satisfaçam em sua totalidade e, ao mesmo tempo, 
cumpram todos e cada um dos seus requisitos.
Assim, a elaboração do programa de necessidades é de extrema impor-
tância, pois é ele que será a base para a geração de alternativas nas etapas 
subsequentes. Pinto (2013) destaca que, entendendo quais são as tarefas que 
serão desempenhadas em cada espaço do programa de necessidades, é possível 
dimensionar esses locais. Nesse dimensionamento “[...] são quantificados os 
equipamentos, os mobiliários, as circulações, as infraestruturas técnicas, os 
serviços de apoio necessário e suas consequentes correspondências com as 
dimensões humanas”, conforme leciona Pinto (2013, documento on-line). 
Para a projetação futura dos espaços, é o programa de necessidades que vai 
sugerir a divisão das atividades de modo adequado às tarefas e aos usuários, 
especificando os setores e suas ligações. Ainda conforme Pinto (2013, docu-
mento on-line), “[...] ao programa cabe estabelecer se as atividades e os setores 
possuem dependência física, ou seja, relacionam-se diretamente, ou se devem 
estar apenas próximos, ou ainda se devem estar totalmente afastados”. Para 
5Geração de alternativas
a autora, além de definir previamente as dimensões e ligações, o programa 
pode recomendar qual o tipo de contato visual que deve ser estabelecido, se 
as atividades e os setores devem estar escondidos dos olhos dos usuários, pois 
requerem privacidade e sigilo, ou se devem ser mostrados, pois representam 
a instituição e são motivos de orgulho. 
Assim, percebe-se que o programa de necessidades é um instrumento que, 
além de facilitar a resolução do problema, serve como orientação para a gera-
ção de alternativas, porque já deixa claro e especificado tudo o que é preciso 
pensar para se chegar a uma proposta que, de fato, atenda às necessidades do 
cliente. Ainda segundo Pinto (2013, documento on-line):
A maneira como todas estas informações, princípios, restrições, relações, 
pré-dimensionamentos e outros são organizados é fundamental para a inte-
ligibilidade desses dados, pois o objetivo maior do programa de necessidades 
não é apenas fazer uma lista de restrições e diretrizes, mas, sim, codificá-
-las de forma clara para que o problema a ser atendido seja compreendido e 
corretamente assimilado.
Dessa maneira, um programa bem elaborado e organizado torna-se uma 
síntese projetiva, que facilita as atividades das etapas posteriores. É importante 
ressaltar, conforme acrescenta Pinto (2013), que o programa não estabelece 
diretrizes definitivas, mas serve para dar um norte ao profissional, auxiliando 
nas escolhas futuras.
Etapa de geração de alternativas
Após a defi nição do programa de necessidades do projeto de interiores co-
mercial, inicia-se a fase da geração de alternativas. Nessa etapa, o objetivo 
é buscar ideias para a resolução da proposta, deixando-a de acordo com as 
necessidades elencadas e os setores e as ligações organizados por meio do 
programa de necessidades. Segundo Ferroli e Librelotto (2016, documento 
on-line):
A evolução do processo de desenvolvimento de um produto passa por uma 
série de tomadas de decisões, cruciais em determinados momentos. O processo 
de geração de alternativas no design ocupa lugar de destaque nos métodos 
de projeto existentes, estando sempre localizado no período intermediário 
do processo.
Geração de alternativas6
 Trata-se, portanto, da etapa de criação. Segundo Löbach (2001), a ge-
ração de alternativas está voltada para a escolha dos melhores métodos para 
solucionar os problemas, por meio da produção de ideias, conceitos, esboços 
e alternativas. Para Fischer ([2018], documento on-line), “[...] é nessa hora 
que podemos perceber que uma solução de projeto não convencional e pouco 
usual em referências de propostas do tipo pode ser a melhor para a solução 
que estamos lidando”. 
Para Nunes (2012), esse é o momento em que as ideias surgem, por meio 
das conexões feitas a partir das pesquisas e dados levantados na fase anterior. 
Pereira (2006) nomeia esse estágio como laboração; segundo ele, nessa fase 
são geradas alternativas analíticas e gráficas relativas ao novo projeto, para 
a posterior seleção da melhor opção e descrição das prescrições de projeto. 
Segundo Vianna (2012), é importante que esse processo de concepção de 
ideias seja colaborativo entre equipes multidisciplinares, pois, assim, ele 
gera interações e aprendizados constantes. Para Fischer ([2018], documento 
on-line), “[...] não vai ser raro surgirem ideias que em nossas cabeças e no 
papel funcionam perfeitamente, mas que na hora de transformá-las em algo 
concreto — um partido arquitetônico — perdem totalmente o sentido”. Por 
isso, quanto mais pessoas gerando ideias e possibilidades para a resolução das 
questões projetuais, mais fácil será chegar a uma decisão correta. O arquiteto 
indica que, em um primeiro momento, nenhuma ideia deve ser descartada e 
nada deve ser considerado absurdo. Com o desenvolvimento das ideias e a 
reflexão sobre as mesmas, será possível selecionar as mais pertinentes para 
as questões a serem resolvidas. Ainda conforme Fischer ([2018], documento 
on-line):
Crie a mais variada gama de propostas possível. É provável que muitas delas 
vão ser descartadas. Mas ao mesmo tempo, considerar alternativas diversas 
vai abrir sua cabeça para soluções mais adequadas. Desenvolva com mais 
detalhes as propostas que se apresentarem mais promissoras — normalmente 
vão ser aquelas que estão de acordo com suas primeiras ideias e que resolvem 
os problemas de projeto identificados nas fases anteriores.
Para Fischer ([2018]), saber identificar e interpretar os reais problemas 
de projeto é fundamentalpara evitar desperdícios, obras desnecessárias, uso 
exagerado de materiais, compra descabida de mobiliário e, principalmente, 
dores de cabeça ao longo da execução. Se deixarmos de considerar o mais 
simples dos fatores, corremos o risco enorme de termos uma surpresa negativa 
na hora da execução. 
7Geração de alternativas
É importante esclarecer que, nessa etapa de geração de ideias, além do 
programa de necessidades a ser utilizado como referência, existem diversos 
recursos que colaboram para o pensamento criativo. Para Suwa e Tversky 
(1997), algumas maneiras que contribuem para a criação são a elaboração de 
diagramas, esboços, desenhos, mapas, gráficos e até anotações escritas, que 
se comportam como representações externas do pensamento do projetista. 
Segundo os autores, essas representações externas são utilizadas não apenas 
como auxiliares da memória, mas também como facilitadores de tarefas de 
projeto, como a verificação do atendimento a condicionantes, a compreensão 
do problema e a própria busca de soluções por meio da geração e do registro 
de alternativas para posterior avaliação, confrontação e refinamento. Ainda 
de acordo com Suwa e Tversky (1997, documento on-line):
Essas funções facilitadoras atribuídas às representações externas ou às formas 
de concepção e representação do projeto se originam, além do próprio ato de 
sua execução, da interação entre a representação e os processos cognitivos de 
sua interpretação. Os esboços e croquis dos arquitetos representam um bom 
exemplo dessa interação. O registro de ideias colocadas no papel permite ao 
projetista a sua análise. À medida que analisam e interpretam seus próprios 
esboços, arquitetos e projetistas conseguem visualizar relações espaciais e 
formais não previstas, além de outros fatores relacionados ao objeto em estudo.
Goldsmith (1994, documento on-line) explica que todos esses recursos e a 
maneira de expressão e representação das primeiras ideias “[...] também atuam 
como instrumento de geração de novas ideias, ou seja, croquis executados de 
forma aleatória, sem uma intenção prévia de representação de algum conceito, 
podem vir a gerar representações de soluções inicias para um determinado 
problema”. 
Todos os desenhos usados para a projetação, na fase de definição e desenvol-
vimento dos princípios de solução, são executados, segundo Borges e Naveiro 
(2001), principalmente, como forma de estudar a arquitetura, encontrar e testar 
ideias e desencadear e desenvolver o processo criativo de forma inventiva e 
especulativa. Apesar dessa diversidade de formas de expressão, a sua função 
é caracterizada como um meio de descoberta de caráter pessoal. 
Geração de alternativas8
Como você deve ter percebido, a etapa da geração de ideias é intensa, pois nesse 
momento são externalizadas as mais variadas suposições para cada intervenção. O 
desenho, como principal ferramenta de expressão criativa na arquitetura, colabora 
para registrar no papel todas as possibilidades que surgirem.
Exemplos de geração de alternativas 
em arquitetura de interiores
Na arquitetura de interiores comercial, assim como nas demais áreas, todos 
os elementos utilizados nos projetos têm um fundamento. Esses elementos 
podem ser usados somente como decoração, mas, na maioria dos casos, eles 
apresentam outras funções advindas das ideias inovadoras dos profi ssionais 
responsáveis. A geração de alternativas permite que cada decisão projetual 
possa cumprir mais de uma função, contribuindo para diversos aspectos 
dentro do projeto. Existem variados exemplos na arquitetura de elementos e 
materiais que são pensados para causar a sensação de espaços mais amplos 
ou menores, mais alegres ou tranquilos, mais vivos ou aconchegantes. Além 
disso, materiais reaproveitados, mobiliários adaptáveis e elementos fl exíveis 
garantem uma maior contemporaneidade aos espaços.
Por exemplo, a proposição de brises em pontos externos específicos de 
um projeto garante que seu efeito seja sentido na parte interna. Os brises são 
elementos que, conforme leciona Gutierez e Silva ([2018], documento on-line):
[...] barram a incidência da radiação solar antes que ela atinja a fachada e, 
consequentemente, o ambiente interno, reduzindo o calor recebido. Em com-
paração a outros dispositivos de proteção solar, oferece melhor controle dos 
ganhos térmicos, iluminação natural adequada e ventilação.
Esses elementos podem ser tanto fixos como móveis e, além de contribuírem 
para o controle da incidência solar nos ambientes, podem ser também um ele-
mento decorativo, visto que existem vários modelos e cores dessa alternativa.
9Geração de alternativas
Uma alternativa que está tomando conta dos espaços de interiores diz 
respeito aos mobiliários multifuncionais (Figura 1). Trata-se de móveis que 
servem para mais de uma função e podem ser adaptados à necessidade de 
cada usuário. Conforme Simionato (2012, documento on-line):
O mobiliário multifuncional aproveita bem o espaço porque permite que uma 
mesma área seja utilizada de várias formas, sem a necessidade de adquirir 
várias peças e espalhá-las pelo ambiente. Mas ele também pode ser utilizado 
quando se quer leveza e maior sensação de amplitude em situações em que 
uma das funções é muito pouco utilizada.
Figura 1. Exemplo de mobiliário multifuncional.
Fonte: Aleksander Krsmanovic/Shutterstock.com.
Uma opção utilizada na arquitetura de interiores que vai muito além de 
um elemento de decoração é o uso de espelhos (Figura 2). Segundo Bucchioni 
(2016), os espelhos são um recurso muito utilizado em arquitetura e decoração 
de interiores como um truque para trazer amplitude a um ambiente, multiplicar 
a luz natural, esconder o que não precisa ser mostrado ou mesmo criar com-
posições de diferentes tamanhos, formatos e tipos de moldura, tornando-se 
um objeto de decoração que enriquece qualquer ambiente. 
Geração de alternativas10
Figura 2. Uso de espelhos nos espaços internos.
Fonte: Dariusz Jarzabek/Shutterstock.com.
Para Santos (2017), a proposição de mobiliários verticais é uma alterna-
tiva que contribui para a otimização do espaço interno. Juntamente a isso, 
os mobiliários sob medida não só permitem uma maior personalização do 
ambiente como também ajudam no aproveitamento de todos os pormenores 
do espaço, conforme mostra a Figura 3. 
Figura 3. Aproveitamento de espaços com mobiliários sob 
medida.
Fonte: Jo Ann Snover/Shutterstock.com.
11Geração de alternativas
Quanto aos revestimentos, a geração de ideias possibilita que sejam elabo-
rados revestimentos com restos de materiais inutilizados (Figura 4). Segundo 
Correia (2018), algumas novidades são o uso do bambu, os porcelanatos feitos 
com materiais reciclados, as tintas ecológicas e os pisos feitos com garrafa pet.
Figura 4. Exemplo de revestimento de parede que combina 
sobras de materiais. 
Fonte: Ilija Erceg/Shutterstock.com.
Na arquitetura, o uso de móveis, revestimentos e decorações está cada vez 
mais atrelado à diversidade de funções que os mesmos podem desempenhar, 
não se limitando a apenas uma finalidade. Isso mostra que a geração de 
alternativas é uma etapa fundamental no projeto de arquitetura de interiores, 
pois, a partir da criação de propostas inovadoras, é possível gerar novos usos, 
conceitos e aplicações dentro de um ambiente.
Geração de alternativas12
1. O projeto de interiores é uma 
atividade bastante complexa que 
leva em consideração variados 
aspectos e dados que servem 
como embasamento para a 
futura proposta. Sobre as fases 
dessa tarefa, é correto afirmar:
a) O problema a ser resolvido no 
projeto de interiores aparece 
em uma das fases finais.
b) A fase de elaboração do 
conceito consiste na revisão do 
programa de necessidades.
c) A etapa de estabelecer um 
partido diz respeito ao momento 
de definir a melhor alternativa.
d) As oportunidades, 
condicionantes e potencialidades 
devem ser analisadas após 
a geração de ideias.
e) O aprimoramento da proposta 
é uma fase intermediária que 
colabora parao produto final.
2. O briefing realizado junto ao 
cliente é um documento que 
tem grande importância para as 
etapas posteriores do processo 
projetual. Sobre esse documento, 
assinale a alternativa correta:
a) No briefing são definidas as 
melhores estratégias e soluções 
para o problema em questão.
b) É uma síntese com as 
principais informações que 
devem ser consideradas 
para a proposta. 
c) Ele contém os principais 
desenhos e detalhamentos 
do projeto de interiores.
d) Ele deve ser acessado somente 
por pessoas autorizadas da 
obra, além do cliente.
e) É bastante rígido e tem 
características de contrato, 
sendo vedada sua retificação.
3. A partir do levantamento 
de dados e das informações 
necessárias, podemos interpretá-los 
para elaborar o programa de 
necessidades que a futura proposta 
deverá atender. Sobre o programa 
de necessidades, é correto afirmar:
a) Trata-se da enumeração e 
descrição de todos os ambientes 
que farão parte do projeto.
b) Trata-se de um agrupamento 
complexo e desordenado das 
utilidades da edificação.
c) Tem por objetivo desencaminhar 
as etapas de geração de ideias 
e tomada de decisões.
d) É uma lista que deve ser 
elaborada e mantida sem 
alterações até o fim do projeto.
e) Trata-se de um momento de 
definição de formas, conceitos 
e partidos da proposta.
4. Como uma fase inicial do projeto, o 
programa de necessidades apresenta 
algumas funções com relação ao 
processo de criação e elaboração 
de ideias. Sobre as funções do 
programa de necessidade, assinale a 
alternativa que apresenta uma delas:
a) Mimetizar as propriedades 
funcionais do projeto.
b) Expandir o contexto em que 
o projeto será inserido.
13Geração de alternativas
c) Modificar as estruturas e 
os fluxos das atividades.
d) Ser referência para a fase de 
geração de alternativas.
e) Dimensionar e especificar 
os materiais da obra.
5. Com o programa de necessidades 
definido e todos os dados 
levantados e analisados, 
inicia-se a fase da geração de 
alternativas. Nesse momento, a 
criatividade é um dos principais 
requisitos para a elaboração 
das mais variadas ideias. 
Sobre a fase de geração de 
alternativas, é correto afirmar:
a) Está voltada para a escolha do 
método que apresenta o menor 
custo–benefício para o cliente.
b) Está voltada para a elaboração 
de ideias padronizadas e 
tradicionalmente conhecidas.
c) Pode ser compreendida como 
uma fase de laboração, onde são 
geradas possibilidades diversas.
d) É um processo rígido e 
individualizado que deve ser 
realizado por uma só pessoa.
e) Deve-se trabalhar somente 
com ideias extremamente 
fundamentadas, evitando 
alternativas em vão.
BORGES, M. M.; NAVEIRO, R. M. Considerações acerca das formas tradicionais e recursos 
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2016. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/moveis-acessorios/certo-e-errado-
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Geração de alternativas14
FERROLI, P. C. M.; LIBRELOTTO, L. I. Geração de alternativas no design: uso da ferra-
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