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Ética e Estatuto da OAB

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2
Professora Cínthia Biesek
ÉTICA E ESTATUTO DA OAB COMENTADO E ESQUEMATIZADO
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Sumário
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................3
1 – ATIVIDADE DE ADVOCACIA ......................................................................................4
2 – DIREITOS DOS ADVOGADOS E ADVOGADAS ........................................................16
3 – INSCRIÇÃO NA OAB ..................................................................................................35
5 – ADVOGADO EMPREGADO ........................................................................................55
6 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS .................................................................................61
7 – INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS ..............................................................69
8 – ÉTICA DO ADVOGADO ..............................................................................................82
9 – INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES .............................................................90
10 – A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL .............................................................121
11 – PROCESSO NA OAB ................................................................................................143
GABARITO ........................................................................................................................157
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................158
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Professora Cínthia Biesek
ÉTICA E ESTATUTO DA OAB COMENTADO E ESQUEMATIZADO
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APRESENTAÇÃO
Olá, prezado aluno, prezada aluna. Tudo bem? Desejo que sim!
Esta aula tem por objetivo tornar a sua preparação mais eficiente, possibilitando uma 
revisão completa e objetiva do conteúdo da Lei n. 8.906, de julho de 1994, que dispõe sobre 
o ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
Destaco que, nas aulas regulares do curso, você tem a oportunidade de estudar os assun-
tos de modo completo e aprofundado, todos vistos nos mínimos detalhes.
Sendo assim, este material não tem a pretensão de substituir a leitura das aulas regula-
res do curso, uma vez que a proposta da presente aula é comentar todo o Estatuto da Advo-
cacia e a Ordem dos Advogados do Brasil, além de frisar os tópicos de maior relevância.
Por fim, coloco-me à disposição para sanar todas as suas dúvidas que surgirem no 
decorrer da aula. Não hesite em mandá-las, por mais simples que possam parecer, pois, se 
a dúvida for esclarecida, você seguirá seus estudos de forma eficaz e não se esquecerá do 
assunto tratado, caso contrário, um pequeno detalhe que não foi esclarecido poderá compro-
meter sua preparação. Portanto, contate-me sempre que julgar necessário.
Grande abraço e bons estudos!
SEJA IMPARÁVEL!
Cínthia Biesek
Assessora Jurídica do Ministério Público do Trabalho. Professora em cursos preparatórios para carreiras 
jurídicas. Autora de livros e artigos jurídicos. Aprovada no concurso para o cargo de Analista Jurídico do 
TJ-SC. Especialista em Direito Administrativo – Extensão em Direito Digital.
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ÉTICA E ESTATUTO DA OAB COMENTADO E ESQUEMATIZADO
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1 – ATIVIDADE DE ADVOCACIA
A Constituição da República Federativa do Brasil consagra como integrantes das fun-
ções essenciais à justiça (art. 127 ao 135, CF/1988):
• o Ministério Público;
• a Advocacia Pública;
• a Advocacia; e
• a Defensoria Pública.
Nesse contexto, o artigo 133 da Constituição Federal dispõe que “o advogado é indis-
pensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no 
exercício da profissão, nos limites da lei”.
São diversas as garantias constitucionais que estão relacionadas com a atividade dos 
advogados. Vejamos o artigo 5º da Constituição Federal:
CF/1988, art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro-
cesso legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegura-
dos o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
[...]
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado;
[...]
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufi-
ciência de recursos; [...] (grifos nossos).
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No mesmo sentido, o Estatuto da OAB traz que o advogado é indispensável à adminis-
tração da justiça, sendo que, no seu ministério privado, o advogado presta serviço público 
e exerce função social. Vejamos:
EOAB, art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social.
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu consti-
tuinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.
§ 2º-A. No processo administrativo, o advogado contribui com a postulação de decisão favorável ao 
seu constituinte, e os seus atos constituem múnus público. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites 
desta lei.
Art. 2º-A. O advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas ju-
rídicas, no âmbito dos Poderes da República. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022) (grifos nossos).
A essencialidade da advocacia frente à justiça não deve ser interpretada de modo restrito 
ao processo judicial, haja vista que, além da postulação em órgãos do Poder Judiciário e 
juizados especiais, temos como atividade privativa da advocacia a prestação de consultoria, 
assessoria e direção jurídica.
ATENÇÃO
Nesse contexto, é fundamental destacar que a recentíssima Lei n. 14.365, de 02 de junho 
de 2022, acrescentou a previsão de que no processo administrativo, o advogado contribui 
com a postulação de decisão favorável ao seu constituinte, e os seus atos constituem múnus 
público. Além disso, traz que o advogado pode contribuir com o processo legislativo e com 
a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República (art. 2º-A, EOAB).
Sendo assim, em interpretação extensiva, a essencialidade da advocacia deve ser enten-
dida no âmbito social, levando em consideração que o advogado também é defensor do 
Estado Democrático de Direito e dos direitos humanos e garantias fundamentais.
Em decorrência disso, o CED-OAB traz em seu artigo 3º que o advogado deve ter cons-
ciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções 
justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.
No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos 
limites da lei, ou seja, possui imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação 
puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora 
dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer 
(artigo 7º, § 2º, do EOAB).
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Todavia, é defeso (PROIBIDO) ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via adminis-
trativa falseando deliberadamente a verdade e utilizando de má-fé (art. 6º do CED-OAB).
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal considerou 
que a imunidade profissional é indispensável para que o advogado possa exercer condigna 
e amplamente seu múnus público.
Ao tratar da atividade da advocacia, o Estatutoda OAB dispõe que:
EOAB, art. 1º São ATIVIDADES PRIVATIVAS de advocacia:
I – a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;
II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer 
instância ou tribunal.
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser 
admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade (grifos nossos).
Pois bem.
São atividades PRIVATIVAS de advocacia (art. 1º, EOAB):
I. a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;
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DICA
O inciso I do artigo 1º foi objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI n. 1.127), 
na qual foi retirada a expressão “qualquer” após ser declarada inconstitucional.
Vejamos a redação anterior: “I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário [...]”.
O termo foi declarado inconstitucional pelo entendimento do STF de que impor a 
presença do advogado em toda e qualquer manifestação perante os órgãos do 
Poder Judiciário vai de encontro com o regramento constitucional, considerando 
que o advogado é indispensável à administração da Justiça, entretanto, sua pre-
sença pode ser dispensada em certos atos jurisdicionais.
Sendo assim, não pode o legislador, na elaboração do Estatuto da OAB, exigir a 
presença do advogado para postulação a “qualquer” órgão, pois não é absoluta a 
vedação ao legislador de dispensar a participação do advogado em determina-
das causas, desde que essa dispensa seja feita com base nos princípios da razoa-
bilidade e da proporcionalidade.
 �
 � EXEMPLO
 � Para que você consiga visualizar melhor, o efeito da retirada desse termo ocorre em razão 
da faculdade conferida às partes nas causas cujo valor seja de até 20 (vinte) salários míni-
mos para comparecer assistida por advogado (Lei n. 9.099/1995 – Juizados Especiais).
 � Outro exemplo, é a existência do instituto do jus postulandi perante a Justiça Trabalhista, 
na qual os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a 
Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final (artigo 791 da CLT).
II. as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
Sabemos que a orientação feita por profissional qualificado técnica e legalmente habili-
tado reduz consideravelmente a ocorrência de erros e prejuízos. Paulo Lôbo (2017) diferen-
cia os termos trazidos pela legislação:
A assessoria jurídica é espécie do gênero advocacia extrajudicial, pública ou privada, que se 
perfaz auxiliando quem deva tomar decisões, realizar atos ou participar de situações com 
efeitos jurídicos, reunindo dados e informações de natureza jurídica, sem exercício formal de 
consultoria. Se o assessor proferir pareceres, conjuga a atividade de assessoria em sentido es-
trito com a atividade de consultoria jurídica.
Direção jurídica tem o significado de administrar, gerir, coordenar, definir diretrizes de ser-
viços jurídicos. [...] Para os dirigentes jurídicos é essencial a atividade-fim de gestão de serviço 
jurídico, enquanto são complementares as atividades de assessoria e consultoria jurídicas, que 
podem ou não ser por eles exercidas. Os atos de advocacia de quem exerce direção jurídica são 
presumidos, sem necessidade de comprovação específica.
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DICA
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022 acrescentou a previsão de que as ativi-
dades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal 
ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de 
mandato ou de formalização por contrato de honorários (art. 5º, § 4º, EOAB).
ATENÇÃO
NÃO SE INCLUI na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qual-
quer instância ou tribunal. A ressalva feita no § 1º, quanto ao remédio constitucional do habeas 
corpus, se deve ao fato de a legitimidade, nesse caso, ser UNIVERSAL, já que o HC poderá ser 
impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público 
e será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (artigo 5º, LXVIII, da CF/1988).
• § 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nuli-
dade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados 
por advogados.
Ainda em caráter extrajudicial, temos a necessidade de VISTO do advogado para que 
sejam admitidos a registro atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas.
Ressalto que exigir a participação do advogado na celebração de atos e negócios jurídi-
cos violaria o princípio constitucional da liberdade de exercício da atividade econômica, pre-
visto no artigo 170 da Constituição Federal, mas a supervisão dada por meio do visto, não, 
conforme podemos notar no posicionamento do STF ao julgar a ADI n. 1.194:
ADI n. 1.194 – STF
A obrigatoriedade do visto de advogado para o registro de atos e contratos constitutivos de pesso-
as jurídicas (artigo 1º, § 2º, da Lei n. 8.906/1994) não ofende os princípios constitucionais da 
isonomia e da liberdade associativa (grifos nossos).
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DIRETO DO CONCURSO
1. (FGV/2022/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) Aline, advogada inscrita 
na OAB, poderá praticar validamente, durante o período em que estiver cumprindo 
sanção disciplinar de suspensão, o seguinte ato:
a. Impetrar habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça.
b. Visar ato constitutivo de cooperativa, para que seja levado a registro.
c. Complementar parecer que elaborara em resposta à consulta jurídica.
d. Interpor recurso com pedido de reforma de sentença que lhe foi desfavorável em pro-
cesso no qual atuava em causa própria.
Letra a.
De acordo com o artigo 1º, § 1º, do Estatuto da OAB, NÃO se inclui na atividade privativa 
de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. Enquan-
to suspenso, o advogado não poderá exercer nenhum ato privativo de advogado. Contudo, 
lembre-se de que a legitimidade para impetrar HC é UNIVERSAL, ou seja, o remédio 
constitucional pode ser impetrado por qualquer pessoa.
Além do mais, lembre-se: são ATIVIDADES PRIVATIVAS de advocacia: a postulação a 
órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais, bem como as atividades de consultoria, 
assessoria e direção jurídicas.
EOAB, art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de 
advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio 
a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda 
Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Dis-
trito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional.
§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na 
forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.
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O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado 
são PRIVATIVOS dos INSCRITOS na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sendo que o esta-
giário de advocacia, se regularmente inscrito, poderá praticar os atos privativos de advogadoem conjunto com advogado e sob responsabilidade deste, observado o regimento geral.
Obs.: � É importante destacar que o Estatuto da OAB, mediante a Lei n. 8.906/1994, inovou 
ao determinar que os advogados públicos se sujeitem ao regime do Estatuto da enti-
dade e, consequentemente, vários foram os questionamentos acerca dos desdobra-
mentos dessa determinação, como ocorre na ADI n. 4.636 na qual o STF declarou 
inconstitucional qualquer interpretação que resulte no condicionamento da capa-
cidade postulatória dos membros da Defensoria Pública à inscrição dos Defen-
sores Públicos na Ordem dos Advogados do Brasil.
 � Ademais, no julgamento do RE n. 1.240.999, que analisou o TEMA n. 1.074 da reper-
cussão geral, o STF negou provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte 
tese: “É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros 
da Ordem dos Advogados do Brasil”.
EOAB, art. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singula-
res, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da lei.
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de advoga-
dos cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, 
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos re-
lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente 
o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
ATENÇÃO
A Lei n. 14.039 de 2020 incluiu o artigo 3º-A no EOAB, o qual estabelece que os serviços 
profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singulares, quando compro-
vada sua notória especialização, nos termos da lei.
DICA
Na prática, a alteração promovida no Estatuto da OAB está relacionada com o pro-
cedimento de inexigibilidade de licitação quando da contratação de advogados pela 
Administração Pública, uma vez que tais serviços devem ser de natureza singular 
e o profissional deve deter notória especialização.
Desse modo, nos termos do artigo acima, os serviços prestados por advogados quando 
comprovada sua notória especialização são, por sua natureza, técnicos e singulares.
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DIRETO DO CONCURSO
2. (FGV/2022/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) Determinada sociedade 
de advogados sustenta que os serviços por ela prestados são considerados de notória 
especialização, para fins de contratação com a Administração Pública.
Sobre tal conceito, nos termos do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirma-
tiva correta.
a. Todas as atividades privativas da advocacia são consideradas como serviços de 
notória especialização, tratando-se de atributo da atuação técnica do advogado, não 
extensível à sociedade de advogados.
b. Todas as atividades privativas da advocacia são consideradas como serviços de notó-
ria especialização, conceito que se estende à atuação profissional do advogado ou da 
sociedade de advogados.
c. Apenas exercem serviços de notória especialização o advogado ou a sociedade de 
advogados cujo trabalho seja possível inferir ser essencial e, indiscutivelmente, o 
mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
d. Apenas exercem serviços de notória especialização o advogado cujo trabalho seja 
possível inferir ser essencial e, indiscutivelmente, o mais adequado à plena satisfa-
ção do objeto do contrato, tratando-se de atributo da atuação técnica do advogado, 
não extensível à sociedade de advogados.
Letra c.
De acordo com o artigo 3º-A do EOAB, os serviços profissionais de advogado são, por sua 
natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos ter-
mos da lei. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de advoga-
dos cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, es-
tudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros 
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial 
e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
EOAB, art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na 
OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido – no âmbito do im-
pedimento – suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.
Os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, bem como 
os praticados por advogado impedido, no âmbito do seu impedimento, suspenso, licen-
ciado ou que exerça atividade incompatível com a advocacia, serão NULOS.
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Além da nulidade, serão aplicadas sanções civis, já que aquele que der causa ao dano 
será obrigado a repará-lo (art. 927, do Código Civil); penais, pois a prática de atos privativos 
de advocacia por profissionais e sociedades não inscritos na OAB constitui exercício ilegal 
da profissão (art. 4º do Regulamento Geral), sendo defeso (proibido) ao advogado prestar 
serviços de assessoria e consultoria jurídicas para terceiros, em sociedades que não possam 
ser registradas na OAB; e administrativas, se couber.
O Superior Tribunal de Justiça entendeu, no julgamento do Recurso Especial n. 449.627, 
que não será decretada a nulidade dos atos praticados por advogado afastado do exercício 
profissional, se foram ratificados por novo procurador constituído nos autos, bem como 
se a nulidade não prejudicar qualquer das partes (LÔBO, 2017).
EOAB, art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.
§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no 
prazo de quinze dias, prorrogável por igual período.
§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em 
qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação 
da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.
A atuação do advogado, quando postula em juízo ou fora dele, está vinculada à existência de 
um mandato. O mandato nada mais é do que a famosa procuração, documento por meio do qual 
o cliente confere ao advogado poderes para representá-lo na esfera judicial e/ou extrajudicial.
Desse modo, ao postular, o advogado deverá fazer prova do mandato. Porém, se ale-
gada urgência, pode atuar sem procuração, sendo obrigatória a apresentação no prazo 
de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período.
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DICA
De acordo com a Súmula n. 115 do Superior Tribunal de Justiça, na instância espe-
cial, é inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos autos.
Em regra, o advogado NÃO DEVE ACEITAR procuração de quem já tenha patrono cons-
tituído, sem prévio conhecimento deste, SALVO por motivo plenamente justificável ou para 
adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis, de acordo com o artigo 14 do CED-OAB.
A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais 
em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
 �
 � EXEMPLO
 � De acordo com o artigo 105 do Código de Processo Civil, são atos do processo que 
exigem cláusula específica: receber citação, confessar, reconhecer a procedência 
do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, 
dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica.
Observe que nadaimpede que o advogado renuncie ao mandato, de acordo com a sua 
conveniência, sem menção do motivo que determinou a renúncia, exigindo-se apenas que 
continue representando o mandante durante 10 (dez) dias, contados da notificação da 
renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo, sendo que cessará, após o 
decurso desse prazo, a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa 
(art. 5º, § 3º, do EOAB c/c art. 16 do CED-OAB).
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Além disso, o mandato se presume cumprido e extinto quando concluída a causa ou 
arquivado o processo (art. 13 do CED-OAB).
O Código de Ética e Disciplina da OAB recomenda que o advogado, em face de dificul-
dades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido soli-
citadas, não deixe ao abandono ou desamparadas as causas sob seu patrocínio, mas 
sim que RENUNCIE ao mandato (art. 15 do CED-OAB).
Outra forma de encerrar o mandato é mediante a REVOGAÇÃO pela vontade do cliente, 
que não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não 
retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba 
honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente 
prestado (art. 17, CED-OAB).
O mandado judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o 
contrário for consignado no respectivo instrumento (art. 18, CED-OAB).
Desse modo, podemos afirmar que existem 4 (quatro) possibilidades de extinguir o man-
dato (procuração):
 
Obs.: � Os poderes conferidos ao advogado podem ser SUBSTABELECIDOS a outro advo-
gado, que irá sub-rogar-se dos poderes conferidos.
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 � O substabelecimento é a autorização legal para que outro advogado substitua o titu-
lar dos poderes conferidos pelo cliente e poderá ser com reserva de poderes ou sem 
reserva de poderes (art. 26, CED-OAB).
 � O substabelecimento COM RESERVA de poderes é a substituição parcial e provi-
sória, caracterizada como ato pessoal do advogado da causa, devendo o substa-
belecido ajustar antecipadamente seus honorários com o substabelecente. Já 
o substabelecimento SEM RESERVA de poderes é a substituição total e definitiva, 
que exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.
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2 – DIREITOS DOS ADVOGADOS E ADVOGADAS
CAPÍTULO II
Dos Direitos do Advogado
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministé-
rio Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.
Parágrafo único. As autoridades e os servidores públicos dos Poderes da República, os serven-
tuários da Justiça e os membros do Ministério Público devem dispensar ao advogado, no exercício 
da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu 
desempenho, preservando e resguardando, de ofício, a imagem, a reputação e a integridade do 
advogado nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.365, de 2022)
Perceba, inclusive, que não há hierarquia ou subordinação entre os próprios advo-
gados. Já mencionei, também nesse sentido, que, quando há concurso entre colegas na 
prestação de serviços advocatícios, seja em caráter individual, seja no âmbito de socie-
dade de advogados ou de empresa ou entidade em que trabalhe, será necessário o tra-
tamento condigno, que não os torne subalternos nem lhes avilte os serviços prestados 
mediante remuneração incompatível com a natureza do trabalho (art. 29 do CED-OAB).
DICA
O dever de tratar o advogado de modo compatível com a dignidade da advocacia 
previsto no artigo 6º, parágrafo único, do EOAB, teve sua redação alterada pela Lei 
n. 14.365, de 02 de junho de 2022, a qual acrescentou o dever aos membros do 
Ministério Público, bem como o seguinte trecho: “preservando e resguardando, de 
ofício, a imagem, a reputação e a integridade do advogado”.
O Código de Ética e Disciplina é expresso ao estabelecer o dever de urbanidade do advo-
gado, que deve tratar todos com respeito e consideração, além de exigir igual tratamento de 
todos com quem se relacione, preservando seus direitos e prerrogativas (art. 27 do CED-OAB).
Quanto à independência, o artigo 4º do Código de Ética e Disciplina da OAB determina 
que o advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, deve zelar pela sua liber-
dade e independência, permitindo-se, inclusive, a recusa do patrocínio de causa e de 
manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja 
aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente.
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Além da isonomia entre as partes, são direitos do advogado (art. 7º, EOAB):
I – EXERCER, COM LIBERDADE, A PROFISSÃO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL.
De acordo com o artigo 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988, é livre o exercício de qual-
quer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
No caso, o Estatuto da OAB prevê uma série de requisitos para a inscrição do profissional 
nos quadros da Ordem (art. 8º), dentre eles a verificação da capacidade técnica do profissio-
nal por meio do Exame de Ordem.
Desse modo, uma vez preenchidos os requisitos legais para inscrição como advogado 
da Ordem, o profissional tem liberdade para atuar em todo o território nacional, sem sofrer 
qualquer forma de restrição.
II – INVIOLABILIDADE DE SEU ESCRITÓRIO OU LOCAL DE TRABALHO, bem como 
de seus INSTRUMENTOS DE TRABALHO, de sua correspondência escrita, eletrônica, 
telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal considerou 
que a inviolabilidade do escritório ou do local de trabalho é consectário da inviolabilidade 
assegurada ao advogado no exercício profissional.
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022 trouxe diversos limites à violação do escritó-
rio ou do local de trabalho do advogado. Vejamos os §§ 6º-A a 6º-I do artigo 7º:
EOAB, art. 7º, § 6º. Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte 
de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de 
que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca 
e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da 
OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos ob-
jetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de 
trabalho que contenham informações sobre clientes.
§ 6º-A. A medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de trabalho do 
advogado será determinada em hipótese excepcional, desde que exista fundamento em indício, 
pelo órgão acusatório. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-B. É vedada a determinação da medida cautelar prevista no § 6º-A deste artigo se fundada 
exclusivamente em elementos produzidos em declarações do colaborador sem confirmação por 
outros meios de prova. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-C. O representante da OAB referido no § 6º deste artigo tem o direito a ser respeitado pelos 
agentes responsáveis pelo cumprimento do mandado de busca e apreensão, sob pena de abuso 
de autoridade, e o dever de zelar pelo fiel cumprimento do objeto da investigação, bem como de 
impedir que documentos, mídias e objetos não relacionados à investigação, especialmente de 
outros processos do mesmo cliente ou de outros clientes quenão sejam pertinentes à persecução 
penal, sejam analisados, fotografados, filmados, retirados ou apreendidos do escritório de advoca-
cia. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
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§ 6º-D. No caso de inviabilidade técnica quanto à segregação da documentação, da mídia ou dos 
objetos não relacionados à investigação, em razão da sua natureza ou volume, no momento da 
execução da decisão judicial de apreensão ou de retirada do material, a cadeia de custódia preser-
vará o sigilo do seu conteúdo, assegurada a presença do representante da OAB, nos termos dos 
§§ 6º-F e 6º-G deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-E. Na hipótese de inobservância do § 6º-D deste artigo pelo agente público responsável pelo 
cumprimento do mandado de busca e apreensão, o representante da OAB fará o relatório do fato 
ocorrido, com a inclusão dos nomes dos servidores, dará conhecimento à autoridade judiciária e 
o encaminhará à OAB para a elaboração de notícia-crime. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-F. É garantido o direito de acompanhamento por representante da OAB e pelo profissional 
investigado durante a análise dos documentos e dos dispositivos de armazenamento de informa-
ção pertencentes a advogado, apreendidos ou interceptados, em todos os atos, para assegurar o 
cumprimento do disposto no inciso II do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-G. A autoridade responsável informará, com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) ho-
ras, à seccional da OAB a data, o horário e o local em que serão analisados os documentos e os 
equipamentos apreendidos, garantido o direito de acompanhamento, em todos os atos, pelo repre-
sentante da OAB e pelo profissional investigado para assegurar o disposto no § 6º-C deste artigo. 
(Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-H. Em casos de urgência devidamente fundamentada pelo juiz, a análise dos documentos e dos 
equipamentos apreendidos poderá acontecer em prazo inferior a 24 (vinte e quatro) horas, garanti-
do o direito de acompanhamento, em todos os atos, pelo representante da OAB e pelo profissional 
investigado para assegurar o disposto no § 6º-C deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-I. É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu clien-
te, e a inobservância disso importará em processo disciplinar, que poderá culminar com a aplicação 
do disposto no inciso III do caput do art. 35 desta Lei, sem prejuízo das penas previstas no art. 154 do 
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 7º. A ressalva constante do § 6º deste artigo não se estende a clientes do advogado averigua-
do que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou coautores pela 
prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade (grifos nossos).
Já não era novidade, mas passou a constar expressamente no Estatuto da OAB que a 
medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de trabalho do advo-
gado deve ser aplicada excepcionalmente, sendo vedada a determinação quando fundada 
exclusivamente em elementos produzidos em declarações de colaborador, sem confirmação 
por outros meios de prova (art. 7º, §§ 6º-A e 6º-B, EOAB).
Perceba que aqui há um conflito entre direitos. De um lado, procura-se assegurar ao advogado 
a liberdade de atuação, bem como o sigilo de sua atividade profissional, mas, por outro, tal garan-
tia não pode impedir a aplicação de um instrumento processual penal em face dos advogados 
para acobertar a investigação de possível cometimento de crimes em conluio com seus clientes.
Sendo assim, caso estejam presentes indícios de autoria e materialidade da prática de 
crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra 
da inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como dos seus instrumentos 
de trabalho e correspondências, mediante decisão motivada, mandado de busca e apre-
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ensão específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, 
sendo vedada, em qualquer hipótese, a utilização dos documentos, das mídias e dos obje-
tos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de 
trabalho que contenham informações sobre clientes.
Obs.: � A ressalva de utilização dos documentos, das mídias e dos objetos não se estende 
a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados 
como seus partícipes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à 
quebra da inviolabilidade.
Além disso, é importante frisar que o representante da OAB tem o dever de zelar pelo 
fiel cumprimento do objeto da investigação e de impedir que documentos, mídias e objetos 
não relacionados à investigação, especialmente de outros processos do mesmo cliente ou 
de outros clientes que não sejam pertinentes à persecução penal, sejam analisados, fotogra-
fados, filmados, retirados ou apreendidos do escritório de advocacia (art. 7º, § 6º-C, EOAB).
Observe que o Estatuto restringe a busca e apreensão de dados referentes aos inves-
tigados, impedindo que a intimidade profissional do advogado seja completamente violada, 
resguardando ainda os dados referentes aos demais clientes alheios à investigação.
Tanto é assim que, no caso de inviabilidade técnica para segregação da documenta-
ção, mídia ou objetos não relacionados à investigação, seja em razão da sua natureza ou do 
volume, no momento da execução da decisão judicial de apreensão ou de retirada do material, 
a cadeia de custódia deverá preservar o sigilo do seu conteúdo (art. 7º, § 6º-D, EOAB).
Obs.: � Na hipótese de inobservância do sigilo pelo agente público responsável pelo cumpri-
mento do mandado de busca e apreensão, o representante da OAB fará o relatório do fato 
ocorrido, com a inclusão dos nomes dos servidores, dará conhecimento à autoridade judi-
ciária e o encaminhará à OAB para a elaboração de notícia-crime (art. 7º, § 6º-E, EOAB).
Ademais, é garantido o direito de acompanhamento por representante da OAB e pelo 
profissional investigado durante a análise dos documentos e dos dispositivos de armazena-
mento de informação apreendidos ou interceptados (art. 7º, § 6º-F, EOAB).
Para tanto, a fim de garantir o direito de acompanhamento ao representante da OAB e ao 
profissional investigado, em todos os atos, a autoridade responsável deve informar à sec-
cional da OAB, com antecedência mínima de 24 horas, a data, o horário e o local em que 
serão analisados os documentos e os equipamentos apreendidos (art. 7º, § 6º-G, EOAB).
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Entretanto, em casos de urgência, devidamente fundamentada pelo juiz, a análise poderá 
acontecer em prazo inferior a 24 horas, desde que garantido o direito de acompanhamento 
(art. 7º, § 6º-H, EOAB).
ATENÇÃO
O representante da OAB tem o direito de ser respeitado pelos agentes responsáveis pelo 
cumprimento do mandado de busca e apreensão, sob pena de estes incorrerem em cri-
me de abuso de autoridade (art. 7º, § 6º-C, EOAB).
Obs.: � É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha 
sido seu cliente, e a inobservância importará em processo disciplinar, que poderá 
culminar na aplicação da penalidade de exclusão, sem prejuízo das penas previstas no 
Código Penal para o delito de violação do segredo profissional (art. 7º, § 6º-I, EOAB).
III – COMUNICAR-SE COM SEUS CLIENTES, pessoal e reservadamente, mesmo 
sem procuração, quando estes se acharem PRESOS, DETIDOS ou RECOLHIDOS em 
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis.A exigência de procuração, por exemplo, iria obstar o exercício pleno da atividade profis-
sional do advogado e, ainda, iria ferir um direito fundamental do preso, que é a assistência do 
advogado (art. 5º, LXIII, da CF/1988).
Acrescento, ainda, que a comunicação faz parte do direito do preso à autodefesa, uma 
das espécies que compõem a ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/1988).
Desse modo, a comunicação entre o advogado e seu cliente não pode ser restringida em 
nenhuma circunstância, devendo ser permitida mesmo que o preso seja considerado incomunicável.
Sobre o tema, Paulo Lôbo (2017) discorre que:
A prisão ou mesmo a incomunicabilidade do cliente não podem prejudicar a atividade do profissio-
nal. A tutela do sigilo envolve o direito do advogado de comunicar-se pessoal e reservadamente 
com o cliente preso, sem qualquer interferência ou impedimento do estabelecimento prisional e 
dos agentes policiais.
[...]
A eventual incomunicabilidade do cliente preso não vincula o advogado, mesmo quando ainda não 
munido de procuração, fato muito frequente nessas situações. O descumprimento dessa regra 
importa crime de abuso de autoridade (art. 3º, alínea ‘j’, da Lei n. 4.898/1965).
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• O ADVOGADO somente poderá ser PRESO EM FLAGRANTE, por motivo de exer-
cício da profissão, em caso de CRIME INAFIANÇÁVEL (art. 7º, § 3º, EOAB).
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal considerou 
que o múnus constitucional exercido pelo advogado justifica a garantia de somente ser preso 
em flagrante e na hipótese de crime inafiançável.
Além do mais, caso isso venha a ocorrer, é direito do advogado ter a presença de repre-
sentante da OAB para lavratura do auto de prisão em flagrante (APF), sob pena de nulidade. 
Todavia, nos demais casos, não é necessária a presença de representante da OAB, mas sim 
a comunicação expressa da ocorrência à seccional da OAB.
IV – Ter a PRESENÇA DE REPRESENTANTE DA OAB, quando preso em FLAGRANTE, 
por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena 
de nulidade e, nos DEMAIS CASOS, a COMUNICAÇÃO EXPRESSA À SECCIONAL DA OAB.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal conside-
rou que “a presença de representante da OAB em caso de prisão em flagrante de advogado 
constitui garantia da inviolabilidade da atuação profissional. A cominação de nulidade da 
prisão, caso não se faça a comunicação, configura sanção para tornar efetiva a norma”.
Quanto à presença do representante da OAB, discorre Paulo Lôbo (2017) que: “A presença 
necessária do representante da OAB não é simbólica, porque ele tem o direito e dever de 
participar da autuação, assinando-a como fiscal da legalidade do ato, fazendo consignar os 
protestos e incidentes que julgue necessários”.
Destaco que a comunicação à seccional da OAB está relacionada à assistência prestada 
por representante da OAB nos inquéritos policiais ou nas ações penais em que o advogado 
figurar como indiciado, acusado ou ofendido, sempre que o fato a ele imputado decorrer do 
exercício da profissão ou a este vincular-se, sem prejuízo da atuação de seu defensor, nos 
termos do artigo 16 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB.
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V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em 
SALA DE ESTADO MAIOR, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, 
em prisão domiciliar.
Ressalto que, na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal 
Federal considerou que a prisão do advogado em sala de Estado Maior é garantia suficiente 
para que fique provisoriamente detido em condições compatíveis com o seu múnus público.
O texto original do Estatuto exigia que a OAB averiguasse e reconhecesse se as instala-
ções e comodidades eram realmente condignas. Contudo, no julgamento de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI n. 1.127), a expressão “assim reconhecida pela OAB” foi decla-
rada inconstitucional; o Supremo considerou que o controle das salas especiais para advo-
gados é prerrogativa da Administração forense e, ainda, estabeleceu que a administração de 
estabelecimentos prisionais e congêneres constitui uma prerrogativa indelegável do Estado.
ATENÇÃO
O direito de ser recolhido em sala de estado-maior e, na sua falta, em prisão domiciliar 
ocorre somente nos casos de prisão cautelar. Com o trânsito em julgado da sentença 
condenatória, o cumprimento da pena imposta dar-se-á em presídios comuns.
VI – INGRESSAR LIVREMENTE:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte 
reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, 
serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora 
de expediente e independentemente da presença de seus titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto onde funcione repartição judicial ou outro serviço 
público no qual o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício 
da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se 
ache presente qualquer servidor ou empregado;
d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu 
cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;
A regra é que o acesso do advogado às salas de sessões dos tribunais, audiências judiciais, 
secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro ocorra durante o horá-
rio de expediente. No caso de delegacias e prisões, o ingresso é livre, sendo irrelevante o 
horário de funcionamento regular, bem como se os seus titulares estão ou não presentes.
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Destaca-se que o advogado não precisa apresentar procuração para circular livre-
mente nos locais indicados acima, sendo esta requisito apenas para reunião ou assembleia 
de que participe ou possa participar seu cliente ou perante a qual este deva comparecer.
VII – PERMANECER SENTADO OU EM PÉ E RETIRAR-SE de quaisquer locais indi-
cados no inciso anterior, INDEPENDENTEMENTE DE LICENÇA;
VIII – DIRIGIR-SE DIRETAMENTE aos magistrados nas salas e gabinetes de tra-
balho, INDEPENDENTEMENTE DE HORÁRIO PREVIAMENTE MARCADO OU OUTRA 
CONDIÇÃO, observando-se a ordem de chegada.
PEGADINHA DA BANCA
Prezado, cuidado com as pegadinhas da banca quanto aos direitos elencados acima.
O advogado poderá permanecer (sentado ou em pé) e se retirar, independentemente de 
licença, de qualquer um destes locais:
• salas de sessões dos tribunais;
• salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, ser-
viços notariais e de registro, delegacias e prisões;
• em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro ser-
viço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao 
exercício da atividade profissional;
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• em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, 
ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;
 �
 � EXEMPLO
 � Tânia, advogada, dirigiu-se à sala de audiências de determinada Vara Criminal, a fim 
de acompanhar a realização das audiências designadas para aquele dia em feitos 
nos quais não oficia. Tânia verificou que os processos não envolviam segredo de jus-
tiça e buscou ingressar na sala de audiências no horário designado.
 � Tânia possui o direito de permanecer, mesmo que de pé, na salade audiências, bem 
como de se retirar a qualquer momento, independentemente de licença do juiz.
Além disso, cuidado: não podem ser criados embaraços ao acesso do advogado aos 
magistrados, pois ele tem direito de se dirigir diretamente aos magistrados em suas salas 
e gabinetes de trabalho. Inclusive esse direito pode ser exercido independentemente de 
horário previamente marcado, sendo necessário apenas observar a ordem de chegada.
X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou administrativo, 
órgão de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar de 
inquérito, mediante intervenção pontual e sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida 
surgida em relação a fatos, a documentos ou a afirmações que influam na decisão;
XI – RECLAMAR, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou 
autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
XII – FALAR, SENTADO OU EM PÉ, EM JUÍZO, TRIBUNAL OU ÓRGÃO DE DELIBE-
RAÇÃO COLETIVA da Administração Pública ou do Poder Legislativo.
Uma das principais formas de atuação do advogado para o exercício da advocacia são 
suas manifestações orais. Em uma análise global do ordenamento jurídico brasileiro, pode-
mos observar que este migra cada vez mais em direção à oralidade. Sendo assim, o uso da 
palavra pelo advogado não pode ser restringido, sendo este um de seus principais direitos.
O direito de usar da palavra previsto no inciso X teve sua redação alterada pela Lei n. 
14.365, de 02 de junho de 2022, que ampliou sua aplicação para qualquer tribunal admi-
nistrativo, órgão de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar 
de inquérito (CPI). Acrescentou-se que a intervenção, além de sumária, deverá ser pontual, 
bem como se limitou o uso para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, a 
documentos ou a afirmações que influam na decisão, deixando de prever sua aplicação “para 
replicar acusação ou censura que lhe forem feitas”.
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Além disso, é importante esclarecer que a Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, trouxe 
a previsão de que o advogado poderá realizar a sustentação oral no recurso interposto 
contra a decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer dos seguintes 
recursos ou ações (art. 7º, § 2º-B, EOAB):
• recurso de apelação;
• recurso ordinário;
• recurso especial;
• recurso extraordinário;
• embargos de divergência;
• ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações 
de competência originária.
XIII – examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Adminis-
tração Pública em geral, AUTOS DE PROCESSOS FINDOS OU EM ANDAMENTO, MESMO 
SEM PROCURAÇÃO, QUANDO NÃO ESTIVEREM SUJEITOS A SIGILO OU SEGREDO DE 
JUSTIÇA, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos.
A redação do Estatuto busca ser clara e ampla com relação aos direitos dos advogados, 
sendo necessária a alteração de diversos dispositivos para viabilizar a interpretação e apli-
cação desses direitos.
Digo isso porque, apesar de parecer óbvio, o advogado tem o direito de examinar, em 
qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, 
autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não esti-
verem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com 
possibilidade de tomar apontamentos.
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A redação original do Estatuto não mencionava a impossibilidade de acesso aos autos 
acobertados pelo segredo de justiça sem procuração, razão pela qual foi editada recente-
mente a Lei n. 13.793, de 3 de janeiro 2019.
Atente-se sempre para as alterações recentes, a banca organizadora pode explorar o 
conhecimento das atualizações legislativas.
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir INVESTIGAÇÃO, 
mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, 
findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e 
tomar apontamentos, em meio físico ou digital.
Destaco que, nos casos de sigilo ou segredo de justiça, não é vedado o acesso do 
advogado aos autos do procedimento, mas sim exigida a apresentação de procuração (art. 
7º, § 10, EOAB).
ATENÇÃO
A autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de 
prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, 
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade 
das diligências (art. 7º, § 11º, EOAB).
Podemos concluir que, se a diligência estiver em andamento, a fim de garantir a eficácia 
da sua realização, ao advogado poderá ser indeferido o acesso ao procedimento, porém, 
com a conclusão e a documentação, ele volta a ter amplo acesso ao procedimento.
Sobre o assunto, foi editada a Súmula Vinculante n. 14:
Súmula Vinculante n. 24
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova 
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência 
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
A inobservância desse direito do advogado, seja pelo fornecimento incompleto de 
autos, seja pelo fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no 
caderno investigativo, implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de 
autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o 
exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer o acesso aos 
autos ao juiz competente (art. 7º, § 12, EOAB).
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Outra novidade trazida pela Lei n. 13.793/2019 é que o direito ao exame de processos e 
de procedimentos de investigação aplica-se integralmente a processos e a procedimen-
tos eletrônicos, observadas as restrições quanto aos casos de sigilo ou segredo de jus-
tiça, bem como das diligências em andamento (art. 7º, § 13, EOAB).
XV – ter VISTA dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, 
em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;
XVI – RETIRAR AUTOS de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo 
de 10 (dez) dias.
Todavia, esses direitos não são absolutos, já que a lei determina que os incisos não se 
aplicam (art. 7º, § 1º, EOAB):
• aos processos sob regime de segredo de justiça;
• quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer 
circunstância relevante que justifique a permanência dos autos em cartório, secretaria 
ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, 
mediante representação ou requerimento da parte interessada;
• até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os 
respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado.
ATENÇÃO
Prezado, apesar de constar no Estatuto da OAB que a Lei n. 14.365, de 02 de junho de 
2022, revogou o § 1º do artigo 7º, é importante saber que ocorreu uma “falha na técnica 
legislativa”. 
– Professora, como assim?
Calma, o que aconteceu foi um erro material na publicação da Lei n. 14.365, de 02 de junho de 
2022, que inseriu novos parágrafos ao dispositivo e, ao invés de renumerar, equivocadamente 
constou como revogado. Ressalto que a OAB já solicitou as providências para adequação.
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XVII – ser publicamente DESAGRAVADO, quando ofendido no exercício da profis-
são ouem razão dela;
No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função 
de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, 
sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator (art. 7º, § 5º, EOAB).
De acordo com Paulo Lôbo (2017):
Esse procedimento peculiar e formal tem por fito tornar pública a solidariedade da classe ao 
colega ofendido, mediante ato da OAB, e o repúdio coletivo ao ofensor. O desagravo público, 
como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, não depende de con-
cordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do Conselho, 
como estabelece o § 7º do art. 18 do Regulamento Geral.
Desse modo, o inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente em razão do exercí-
cio profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido 
pelo Conselho competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa (art. 18 do 
Regulamento Geral da OAB).
Obs.: � Além da possibilidade de ser requerido por qualquer pessoa, o desagravo público, 
como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, não depende 
de concordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido 
a critério do Conselho.
ATENÇÃO
Os desagravos deverão ser decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Em caso de aco-
lhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, amplamente divulgada, devendo 
ocorrer, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, preferencialmente, no local onde a ofensa foi sofri-
da ou onde se encontre a autoridade ofensora (art. 18, §§ 5º e 6º, do Regulamento Geral da OAB).
Além disso, é conveniente acrescentar que ao tomar conhecimento de fato que possa 
causar, ou que já causou, violação de direitos ou prerrogativas da profissão, o Presidente 
do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção deverá adotar as providên-
cias judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, 
em sua plenitude, inclusive mediante representação administrativa, de acordo com o 
artigo 15 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB.
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XVIII – usar os SÍMBOLOS privativos da profissão de advogado;
Símbolos privativos são aqueles aprovados ou difundidos pelo Conselho Federal da 
Ordem, além dos que a tradição vinculou à advocacia. Os símbolos não podem ser confundi-
dos com os meios de identificação profissional (carteira, cartão e número de inscrição), pois 
são formas externas genéricas e ostensivas, como desenhos, togas ou vestimentas, anéis, 
adornos etc. Apenas o Conselho Federal da Ordem tem competência para criá-los ou apro-
vá-los, levando-se em conta a uniformidade nacional imposta (LÔBO, 2017).
XIX – RECUSAR-SE A DEPOR COMO TESTEMUNHA em processo no qual funcio-
nou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi 
advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre 
fato que constitua sigilo profissional;
XX – retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, 
após 30 (trinta) minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido 
a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo.
Saliento que o Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juiza-
dos, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, SALAS ESPECIAIS permanentes 
para os advogados, com uso assegurado à OAB (art. 7º, § 4º, EOAB).
Ademais, o advogado tem IMUNIDADE PROFISSIONAL, não constituindo injúria ou difa-
mação puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo 
ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que 
cometer (art. 7º, § 2º, EOAB).
Paulo Lôbo (2017) leciona que:
A imunidade profissional estabelecida pelo Estatuto é a imunidade penal do advogado por suas 
manifestações, palavras e atos que possam ser considerados ofensivos por qualquer pes-
soa ou autoridade. Resulta da garantia ao princípio de libertas convinciandi. A imunidade é re-
lativa aos atos e manifestações empregados no exercício da advocacia, não tutelando os que 
deste excederem ou disserem respeito a fatos e situações de natureza pessoal.
No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 1.127-8, o plenário do 
Supremo Tribunal Federal considerou que a imunidade é indispensável para que o advo-
gado possa exercer condigna e amplamente seu múnus público.
Ainda, declarou inconstitucional a abrangência da imunidade profissional do advogado 
quanto ao delito de desacato, pois conflita com a autoridade do magistrado na condução da 
atividade jurisdicional.
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ATENÇÃO
Prezado, apesar de constar no Estatuto da OAB que a Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, 
revogou o § 2º do artigo 7º, é importante saber que ocorreu uma “falha na técnica legislativa”.
– Professora, como assim?
Calma, o que aconteceu foi um erro material na publicação da Lei n. 14.365, de 02 de junho de 
2022, que inseriu novos parágrafos ao dispositivo e, ao invés de renumerar, equivocadamente 
constou como revogado. Ressalto que a OAB já solicitou as providências para adequação.
XXI – ASSISTIR A SEUS CLIENTES INVESTIGADOS durante a apuração de infra-
ções, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decor-
rentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respec-
tiva apuração, apresentar razões e quesitos.
Observe que a participação do advogado é um direito, ou seja, uma faculdade conferida 
ao advogado, que poderá utilizar ou não essa prerrogativa. Com isso, não há falar-se em 
obrigatoriedade da participação de advogado constituído ou da Defensoria Pública ou de 
defensor dativo nomeado no ato de interrogatório ou depoimento. Contudo, caso seja do 
interesse do advogado participar, a autoridade competente não poderá impedir a assistência, 
sob pena de nulidade absoluta.
PECULIARIDADES
Ainda dentro dos direitos e prerrogativas do advogado, trago que a Lei n. 14.365, de 02 
de junho de 2022, acrescentou a competência privativa do Conselho Federal da OAB, em 
processo disciplinar próprio, para dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do ser-
viço jurídico realizado pelo advogado, sendo nulo o ato praticado com violação da sua com-
petência privativa, em qualquer esfera de responsabilização.
EOAB, art. 7º, § 14. Cabe, privativamente, ao Conselho Federal da OAB, em processo disciplinar 
próprio, dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico realizado pelo advo-
gado. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
§ 15. Cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e decidir sobre os honorários advocatí-
cios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado, resguardado o sigilo, nos termos do Capítulo 
VI desta Lei, e observado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal. 
(Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 16. É nulo, em qualquer esfera de responsabilização, o ato praticado com violação da competência pri-
vativa do Conselho Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
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Registre-se que também cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e decidir 
sobre os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado.
DIREITOS DA ADVOGADA
EOAB, art. 7º-A. São direitos da advogada:
I – gestante:
a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhosde raios X;
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;
II – lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao 
atendimento das necessidades do bebê;
III – gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustentações orais e 
das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição;
IV – adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da 
causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente.
A Constituição Federal de 1988 é expressa ao garantir que todos são iguais perante 
a lei, sem distinção de qualquer natureza, sendo que homens e mulheres são iguais em 
direitos e obrigações (art. 5º, caput e inciso I, CF/1988).
Estamos diante do princípio da igualdade material, que estabelece o tratamento igual 
para os que se encontram em situações equivalentes e desigual aos que estão em situações 
diversas, na medida de suas desigualdades.
Desse modo, o Estatuto da OAB foi alterado pela Lei n. 13.363, de 2016, que incluiu direi-
tos específicos à advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz, como a prefe-
rência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, 
mediante comprovação de sua condição (art. 7º-A, inciso III, EOAB).
Além disso, é direito da advogada lactante, adotante ou que der à luz, ter acesso a creche, onde 
houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê (art. 7º-A, inciso II, EOAB).
Os direitos assegurados nos incisos II e III à advogada adotante ou que der à luz serão 
concedidos pelo prazo previsto no art. 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (art. 7º-A, § 
2º, EOAB): “CLT, art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 
(cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário”.
Por sua vez, a gestante não deve ser submetida a detectores de metais e aparelhos 
de raios-X na entrada de tribunais, devendo-lhe, ainda, ser assegurada a reserva de vaga 
em garagens dos fóruns dos tribunais (art. 7º-A, inciso I, EOAB).
Ademais, os prazos processuais serão suspensos quando a única patrona da causa 
for adotante ou advogada que der à luz, desde que haja notificação por escrito ao cliente 
(art. 7º-A, inciso IV, EOAB).
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O período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da con-
cessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que 
comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que 
haja notificação ao cliente (art. 7º-A, § 3º, EOAB c/c art. 313, § 6º, do Código de Processo Civil).
É evidente que os direitos previstos à advogada gestante ou lactante se aplicam apenas 
enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação 
(art. 7º, § 1º, EOAB).
ATENÇÃO
ADVOGADA DIREITO
GESTANTE
– Entrada em tribunais sem ser submetida a 
detectores de metais e aparelhos de raio-X;
– Reserva de vaga em garagens dos fóruns 
dos tribunais;
– Preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a serem realizadas a 
cada dia.
ADOTANTE
E QUE DER À LUZ
– Acesso a creche ou local adequado ao 
atendimento do bebê;
– Preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a serem realizadas a 
cada dia;
– Suspensão de prazos processuais quando 
for a única patrona da causa.
LACTANTE
– Acesso a creche ou local adequado ao 
atendimento do bebê;
– Preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a serem realizadas a 
cada dia.
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CRIME DE VIOLAÇÃO DE DIREITO OU PRORROGATIVA DE ADVOGADO
Nos termos do artigo 7º-B do Estatuto da OAB, constitui crime, sujeito a pena de detenção, 
de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, violar os seguintes direitos/prerrogativa de advogado:
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de 
trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas 
ao exercício da advocacia;
III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, 
quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, 
ainda que considerados incomunicáveis;
IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao 
exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais 
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado 
Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em prisão domiciliar (grifos nossos).
ATENÇÃO
A pena prevista no EOAB para o delito de violação de direito ou prorrogativa de advogado 
foi aumentada pela Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022. A pena antes era de 3 meses 
a 1 ano de detenção e multa, porém agora é de 2 a 4 anos de detenção e multa.
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3 – INSCRIÇÃO NA OAB
O Estatuto de Advocacia da OAB estabelece o preenchimento dos seguintes requisitos 
para inscrição nos quadros da OAB:
EOAB
CAPÍTULO III
Da Inscrição
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I – capacidade civil;
II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente 
autorizada e credenciada;
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV – aprovação em Exame de Ordem;
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI – idoneidade moral;
VII – prestar compromisso perante o conselho.
§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.
§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do 
título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender 
aos demais requisitos previstos neste artigo.
§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão 
que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em 
procedimento que observe os termos do processo disciplinar.
§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infa-
mante, salvo reabilitação judicial (grifos nossos).
Quanto à capacidade, você já deve ter estudado em Direito Civil que ela pode ser divi-
dida em dois atributos, mas vou refrescar sua memória:
A pessoa natural, ao nascer com vida, adquire personalidade jurídica, de acordo com o 
artigo 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Com isso, ao nascer 
a pessoa adquire personalidade jurídica e passa a ser sujeito de direito e obrigações, pos-
suindo, então, capacidade de direito ou de gozo.
Perceba que a capacidade de direito ou de gozo é limitada, em razão da inaptidão para que 
o possuidor pratique pessoalmente os atos da vida civil – um bebê, por exemplo, não é capaz de 
expressar sua vontade, não é mesmo? Falta, desse modo, capacidade de fato ou de exercício, que 
é adquirida, em regra, quando a pessoa completa 18 (dezoito) anos de idade (art. 5º, Código Civil).
Veja que, no contexto do nosso estudo, quando a lei fala em capacidade civil não é sufi-
ciente a capacidade de direito, pois esta é inerente a todas as pessoas, sendo necessária a 
conjugação das duas espécies para que a pessoa adquira capacidade plena.
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A exigência de diploma parece óbvia, mas devemos entender que é possível a substituição 
do diploma pela certidão de graduação em Direito, uma vez que o futuro advogado, tendo 
já concluído a graduação, não pode ser prejudicado pela instituição de ensino pela demora na 
emissão do diploma, o documento formal. A certidão, nesse caso, irá atestar que o aluno con-
cluiu a graduação e é bacharel em Direito, estando apto a adentrar no mercado de trabalho.
Faço uma ressalva quanto ao estrangeiro ou ao brasileiro não graduado em Direito 
no Brasil, que deve fazer prova do título de graduação obtido na instituição estrangeira, o 
qual será devidamente revalidado, além de demonstrar o cumprimento dos demais requisi-
tos previstos neste artigo (§ 2º, art. 8º, EOAB).
A exigência do título de eleitor está associada ao conceito de cidadão e ao pleno gozo dos 
direitos civis e políticos por parte do requerente da inscrição brasileiro (art. 14, § 1º, CF/1988).
O serviço militar, por sua vez, consiste no exercício de atividades específicas, desempe-
nhadas nas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), obrigatório para todos os brasi-
leiros, ficando isentas as mulheres em tempo de paz (art. 143, CF/1988). Desse modo, apenas 
os requerentes do sexo masculino devem cumprir a exigência de quitação do serviço militar.
Outro pressuposto um tanto quanto óbvio é a aprovação no Exame de Ordem.
A obrigatoriedade de realização do exame decorre diretamente do princípio da liberdade pro-
fissional condicionada à qualificação, previsto no artigo 5º, XIII, da CF/1988: “é livre o exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Acrescento, apenas para aprofundar seu estudo, que o dispositivo trazido acima é um 
clássico exemplo de norma de eficácia contida, observada a classificação da aplicabilidade 
das normas constitucionais proposta por José Afonso da Silva, a qual é tida como norma 
apta a produzir todos os seus efeitos, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, 
mas que pode ser (discricionariedade) restringida pelo legislador.
No caso, diante da relevância da atuação do profissional advogado, e tendo em vista 
também o múnus público relacionado com o ministério da advocacia, é necessária a verifi-
cação da qualificação técnica do profissional antes de sua inserção no mercado de trabalho.
Sobre o requisito, destaco que já foi questionada a constitucionalidade da obrigatoriedade 
de realização do exame, através do Recurso Extraordinário n. 603.583, no qual foi reconhecida a 
repercussão geral do tema e proferida decisão reconhecendo a constitucionalidade do exame:
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RE N. 603.583 – STF
TRABALHO – OFÍCIO OU PROFISSÃO – EXERCÍCIO. Consoante disposto no inciso XIII do artigo 
5º da Constituição Federal, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. BACHARÉIS EM DIREITO – QUALIFICA-
ÇÃO. Alcança-se a qualificação de bacharel em Direito mediante conclusão do curso respectivo e 
colação de grau. ADVOGADO – EXERCÍCIO PROFISSIONAL – EXAME DE ORDEM. O Exame 
de Ordem, inicialmente previsto no artigo 48, inciso III, da Lei n. 4.215/1963 e hoje no artigo 84 da 
Lei n. 8.906/1994, no que a atuação profissional repercute no campo de interesse de tercei-
ros, mostra-se consentâneo com a Constituição Federal, que remete às qualificações pre-
vistas em lei. Considerações (RE n. 603.583, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, 
julgado em 26/10/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-102 
DIVULG 24-05-2012 PUBLIC 25-05-2012 RTJ VOL-00222-01 PP-00550) (grifos nossos).
Para a inscrição como advogado, é necessário, ainda, que o requerente não exerça ati-
vidade incompatível com a advocacia.
O Estatuto determina que a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as 
seguintes atividades:
EOAB, art. 28, I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus 
substitutos legais;
II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos 
de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos 
os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração 
pública direta e indireta;
III – ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta 
ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de 
serviço público;
IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do 
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de 
qualquer natureza;
VI – militares de qualquer natureza, na ativa;
VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou 
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive priva-
das (grifos nossos).
A idoneidade moral é um conceito jurídico indeterminado, porém determinável após ser 
efetuada análise do caso concreto.
O dicionário Aurélio conceitua idoneidade como “característica de quem aparenta ser 
honesto; qualidade da pessoa apta a desempenhar funções, cargos ou trabalhos. Qualidade 
do que é idôneo, que convém de modo perfeito ou é adequado”.
Segundo Paulo Lôbo (2017),
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O sexto requisito é a idoneidade moral. É um conceito indeterminado (porém determinável), cujo 
conteúdo depende da mediação concretizadora do Conselho competente, em cada caso. Os pa-
râmetros não são subjetivos, mas decorrem da aferição objetiva de standards valorativos que 
se captam na comunidade profissional, no tempo e no espaço, e que contam com o máximo de 
consenso na consciência jurídica.
De maneira geral, não são compatíveis com a idoneidade moral atitudes e comportamentos 
imputáveis ao interessado, que contaminarão necessariamente sua atividade profissional, 
em desprestígio da advocacia (grifos nossos).
O Estatuto determina que a inidoneidade moral poderá ser suscitada por qualquer 
pessoa, e deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo 2/3 (dois terços) 
dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os 
termos do processo disciplinar (§ 3º, artigo 8º, EOAB).
Ademais, há presunção legal de inidoneidade quando ocorrer a condenação por crime 
infamante, salvo reabilitação judicial (§ 4º), conforme destaca Lôbo (2017):
Há uma hipótese taxativa de inidoneidade moral, dada sua gravidade, contida no § 4º do art. 
8º e que merece destaque: a do crime infamante. Não é qualquer crime, mas aquele, entre os 
tipos penais, que provoca o forte repúdio ético da comunidade geral e profissional, acarre-
tando desonra para seu autor, e que pode gerar desprestígio para a advocacia se for admitido 
seu autor a exercê-la. Infamante é conceito indeterminado, de delimitação difícil, devendo ser 
concretizado caso a caso pelo Conselho Seccional.
[...]
A extinção da punibilidade da prescrição punitiva não afasta a existência do fato tipificado como 
crime, notadamente se infamante. É infamante e atentatório à dignidade da advocacia o crime de es-
telionato e de falsificação documental, impedindo a inscrição do interessado nos quadros da OAB.
Obs.: � Podemos extrair do Estatuto que a idoneidade moral é avaliada constantemente, não 
sendo apenas um requisito para a inscrição nos quadros da OAB, uma vez que, como 
veremos adiante, constitui infração disciplinar tornar-se moralmente

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