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LEI ESTADUAL 869/52 – ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Lei n. 869, de 5 de julho de 1952 Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais. Obs.: hoje, a Constituição não utiliza a expressão funcionário, mas sim servidor público. Na prova, deve-se tratar como sinônimo. Cargo público é ocupado por servidor público, que possui regime estatutário. Cada ente político terá seu próprio estatuto. No âmbito federal, por exemplo, há a lei n. 8.112/90; em Brasília, há a lei complementar n. 840/11.Os estados, municípios e a União podem criar seu próprio regime jurídico para os servidores públicos. Emprego público é ocupado por empregado público, que possui regime celetista (CLT da iniciativa privada). Isso vale para quem trabalha nas empresas públicas, como Correios e Caixa Econômica, e vale para quem trabalha em sociedade de economia mista, como Petrobras e Banco do Brasil. Para ser empregado público, também é preciso ser aprovado em concurso público. Obs.: aplica-se também aos órgãos dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. Art. 2º - Funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º - Cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o criado por lei em número certo, com a denominação própria e pago pelos cofres do Estado. **Obs.: todo cargo público é criado por lei. Não é possível criar cargo por decreto, pois este é um ato administrativo. O cargo público tem uma denominação própria (exemplos: agente de polícia, professor, analista legislativo, técnico judiciário, agente administrativo) Parágrafo único. Os vencimentos dos cargos públicos obedecerão a padrões previamente fixados em lei. Obs.: cada carreira terá lei específica para estabelecer a remuneração daquelas pessoas que ocupam aqueles cargos públicos. Existe lei específica para a polícia civil, o judiciário, o legislativo e o magistério, por exemplo. Art. 4º - Os cargos são de carreira ou isolados. o cargo de carreira é aquele que admite a promoção. Exemplo: servidor entra na classe A da carreira; depois, entra na classe B e C. Cada carreira tem seu plano de carreira. O cargo isolado é aquele que não admite promoção e já está em desuso hoje em dia. **Quando o servidor vai ser promovido, ele geralmente precisa apresentar diploma de participação em algum curso ou atividade promovida pelo órgão. Gerando um estímulo ao servidor, quando o mesmo é provido, a remuneração aumenta bastante em relação ao valor fixado no edital de abertura do concurso, no final da carreira, a remuneração é maior. Art. 5º - Classe é um agrupamento de cargos da mesma profissão e de igual padrão de vencimento. Obs.: exemplo: agente de polícia civil da Classe A. Vários profissionais estão nessa classe A; vários estão na Classe B. Art. 6º - Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de vencimentos. Parágrafo único. Respeitada essa regulamentação, as atribuições inerentes a uma carreira podem ser cometidas, indistintamente, aos funcionários de suas diferentes classes. Obs.: exemplo: técnico de enfermagem. Não importa a classe que ele estiver, pois ele terá a mesma atividade. O que muda é a remuneração. Art. 8º - Quadro é um conjunto de carreiras, de cargos isolados e de funções gratificadas. Obs.: quando se fala em quadros, há o quadro do poder Judiciário, Legislativo, Executivo e de uma autarquia, por exemplo. Obs.: quem pode ocupar cargo público? Brasileiro nato ou naturalizado. Parágrafo único. Os cargos de carreira serão de provimento efetivo; os isolados, de provimento efetivo ou em comissão, segundo a lei que os criar. Obs.: o cargo pode ser efetivo ou em comissão. O cargo efetivo é aquele que exige prévia aprovação em concurso público. PODE SER DE CARREIRA OU ISOLADO. O cargo em comissão é sempre isolado. pode ser ocupado por qualquer pessoa que cumpra os requisitos técnicos do cargo. São cargos de livre nomeação e livre exoneração. Obs.: o estatuto de Minas Gerais e outros estatutos focam no poder Executivo, mas é preciso ter uma simetria. Quem nomeia no Executivo? O governador. E no Poder Legislativo? Presidente da Assembleia Legislativa. E no Judiciário? Presidente do TJ. Art. 13 - Só poderá ser provido em cargo público quem satisfizer os seguintes requisitos: I – ser brasileiro; Obs.: nato ou naturalizado; II – ter completado dezoito anos de idade; III – haver cumprido as obrigações militares fixadas em lei; IV – estar em gozo dos direitos políticos; V – ter boa conduta; VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica; VII – ter-se habilitado previamente em concurso, salvo quando se tratar de cargos isolados para os quais não haja essa exigência; Obs.: cargo sem exigência: cargo em comissão VIII – ter atendido às condições especiais, inclusive quanto à idade, prescrita no respectivo edital de concurso. Obs.: até quando um servidor pode ocupar cargo público? Até antes de complementar 75 anos, pois, aos 75 anos, ocorre a aposentadoria compulsória. Obs.: em regra, o servidor ocupa um único cargo público ou emprego público. Mas há exceções: dois cargos de professor; um cargo de professor com outro técnico ou científico; dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Art. 37, XVI, CF – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Obs.: o próprio art. 37 estabelece um teto remuneratório, que vale no Brasil inteiro. Hoje, no Brasil, ninguém pode receber um valor superior ao que recebe os ministros do STF. O teto deve ser visto em cada cargo. Se a soma de dois cargos públicos ultrapassar o teto máximo, não há problema. OBS: ** A vedação ao acúmulo remunerado de cargos, empregos ou funções públicas se estende aos empregados das sociedades de economia mista. **poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos se houver compatibilidade de horário, ainda que a soma das remunerações ultrapasse o teto constitucional. RELEMBRANDO... membro do MP pode exercer outra atividade no magistério; profissional de saúde pode com outro de profissional de saúde NOMEAÇÃO Edital; Prova; Homologação do concurso (confirmação e validade do concurso) Por que esse ato é importante? Após a homologação começa a contar o prazo do concurso e já podem ser feitas as nomeações. Vale salientar que o prazo de validade do concurso, que está no art. 37 da CF, é de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período. Pode haver concurso com prazo de um ano? Sim. Se houver prorrogação, ela se dá por um ano. Acontece que a prorrogação é um ato discricionário. Mas,hoje, na verdade, todos os concursos são prorrogados, pois é muito caro fazer concurso. • Nomeação; • POSSE: 30 dias mas o nomeado pode solicitar a prorrogação desse prazo por mais 30 dias. • Exercício. O prazo também é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. Cabe mencionar que, depois do exercício, começa a contar o prazo da estabilidade e do estágio probatório, que são de 3 anos. Ademais, a remuneração começa a ser recebida após a entrada em exercício. As nomeações são feitas em caráter efetivo quando se tratar de cargo de carreira ou isolado. Cargo de carreira é o cargo que admite promoção. Promoção é a mudança de classe. Cargo isolado está em desuso, pois não gera estímulo para o servidor, pois nele, o servidor não é promovido. O cargo em comissão é de livre nomeação e de livre exoneração. Tendo acabado o prazo de validade do concurso, não hámais como nomear ninguém; isso é proibido. DOS CONCURSOS Art. 16. A primeira investidura em cargo de carreira e em outros que a lei determinar efetuar-se- á mediante concurso, precedida de inspeção de saúde. Sempre precisa passar por junta médica o que é inconstitucional não pode ser considerado certo nas provas concurso, mesmo se estiver escrito na lei. Há, na verdade, hierarquia das normas. Portanto, o que é inconstitucional nunca pode ser cobrado como certo em prova de concurso. Posse Art. 61. Posse é o ato que investe o cidadão em cargo ou em função gratificada. A posse representa a investidura no cargo público. Ao assinar o termo de posse, torna-se servidor(a) público(a). Art. 61. (...) Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção, remoção, designação para o desempenho de função não gratificada e reintegração. Art. 62. São competentes para dar posse: I - o Governador do Estado; II - os Secretários de Estado; III - os Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao Governador; IV - as demais autoridades designadas em regulamentos Isso dependerá de onde o servidor irá trabalhar. Pode ser governador ou secretário de Estado, por exemplo. É interessante o fato de qualquer estatuto focar no Poder Executivo. Todavia, eles são aplicados também aos Poderes Legislativo e Judiciário Não aparecendo para assinar o termo de posse, a nomeação é tornada sem efeito. Isso significa que o ato não produzirá seus efeitos jurídicos e o órgão nomeará o próximo candidato da fila. DO EXERCÍCIO Se o servidor for removido de uma cidade para outra, ele tem trinta dias para se apresentar na nova sede. É o que se chama de período de trânsito. Ademais, tendo sido reintegrado ao seu antigo cargo, o servidor tem trinta dias para entrar em exercício, ou seja, para começar a trabalhar. Nesse contexto, o prazo de trinta dias começa a contar a partir do término da licença. Só não será considerada a prorrogação/início para licença para tratar de assuntos particulares (que se dá sem remuneração). Assentamento individual são os dados do servidor, ou seja, a pasta funcional. Art. 76. Nenhum funcionário poderá ausentar-se do Estado, para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus para os cofres públicos, sem autorização ou designação expressa do Governador do Estado. Lembrado que: No âmbito do Poder Judiciário, é o Presidente do TJ; no âmbito do Poder Legislativo, é o Presidente da Assembleia. Art. 77. O funcionário designado para estudo ou aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os cofres deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo menos por mais três anos. Art. 78. Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do Governador do Estado, nenhum funcionário poderá permanecer por mais de quatro anos em missão fora do Estado, nem exercer outro senão depois de corridos quatro anos de serviço efetivo no Estado, contados da data do regresso. ** Se o servidor estiver em uma missão oficial fora do Estado de Minas Gerais, ele pode ficar no máximo 4 anos. Quando voltar a trabalhar no seu cargo, para ser designado para outra missão fora do Estado, ele precisa ter trabalhado por 4 anos. Art. 79. O funcionário preso por crime comum ou denunciado por crime funcional ou, ainda, condenado por crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia será afastado do exercício até decisão final passada em julgado. o funcionário perderá, durante o tempo do afastamento, um terço do vencimento ou remuneração, com direito à diferença, se absolvido. § 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a demissão, será o funcionário afastado, na forma deste artigo, a partir da decisão definitiva, até o cumprimento total da pena, com direito, apenas, a um terço do vencimento ou remuneração. *Pode ser que o juiz não venha a determinar a demissão do servidor. Nesse momento, ele receberá apenas um terço da sua remuneração. ESTABILIDADE A estabilidade é o direito constitucional de permanência no servidor público. Trata-se de uma expectativa de que o servidor exercerá suas atividades até o dia em que pedir exoneração ou até o dia em que se aposentar (se não fizer nada de errado). Incumbe mencionar que a estabilidade dá uma garantia para o trabalho. Ex.: se um policial não tivesse estabilidade, caso ele prenda um senador, ele poderia ser perseguido. Qual é o prazo da estabilidade? Três anos. É por isso que o estágio probatório tem o mesmo prazo de três anos. Não há como os prazos serem diferentes. Além disso, eles correm de maneira conjunta. Além do prazo de três anos, o servidor deve ser aprovado em avaliação de desempenho. Portanto, os requisitos são: • 3 anos; • Aprovação em avaliação especial. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19/1998) I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19/1998) Obs.: sentença judicial transitada em julgado é aquela que NÃO aceita mais recurso. II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19/1998) III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19/1998) O servidor, mesmo após a estabilidade, será avaliado. Todavia, é preciso que haja uma lei complementar para explicar como será essa avaliação e quais são os critérios. Para finalizar, cabe ressaltar que existe a revogação expressa e a revogação tácita. * Na revogação expressa, a lei nova revoga(ANULAR) tudo que não é compatível com ela. *Na revogação tácita, quando a Constituição é alterada, automaticamente, ela revoga todos os outros dispositivos contrários das demais leis infraconstitucionais. ESTÁGIO PROBATÓRIO Obs.: o estágio probatório é uma avaliação feita pela administração a fim de verificar se o servidor tem aptidão para o exercício do cargo público. Ao final, o servidor será habilitado ou não no estágio probatório. Período: 3 anos de efetivo exercício do funcionário nomeado em virtude de concurso, e de cinco anos para os demais casos. **Obs.: no Brasil inteiro, o período dever ser de três anos, conforme estabelecido pelo STF. O art. 23 não foi recepcionado pela emenda constitucional m. 19. Isso vale para outros estados, municípios e para a União. § 1º - No período de estágio apurar-se-ão os seguintes requisitos: I – idoneidade moral; II – assiduidade; III – disciplina; IV – eficiência ** Obs.: dica para lembrar: I D E A: idoneidade moral; disciplina; eficiência; assiduidade. § 3º - Sem prejuízo da remessa periódica do boletim de merecimento ao Serviço de Pessoal, o diretor da repartição ou serviço em que sirva o funcionário, sujeito ao estágio probatório, quatro meses antes da terminação deste, informará reservadamente ao Órgão de Pessoal sobre o funcionário, tendo em vista os requisitos enumerados nos itens I a IV deste artigo. § 4º - Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará parecer escrito, opinando sobre o merecimento do estagiário em relação a cada um dos requisitos e concluindo a favor ou contra a confirmação. § 5º - Desse parecer, se contrário à confirmação, será dada vista ao estagiário pelo prazo de cinco dias. Obs.: o servidor que está sendo prejudicado pode se defender. Há contraditório e ampla defesa. § 6º - Se o despacho do Governador do Estado for favorável à permanência do funcionário, a confirmação não dependerá de qualquer novo ato. § 7º - A apuração dos requisitos de que trata este artigo deverá processar-se de modo que a exoneração do funcionário possa ser feita antes de findo o período de estágio. PROVIMENTO Obs.: prover é ocupar o cargo público. Existe o provimento originário, que acontece com a nomeação, quando se inicia uma relação jurídicaentre a administração pública e o servidor nomeado. . No entanto, pode acontecer uma situação que leve o servidor a ocupar um novo cargo público ou mesmo seu antigo cargo. ***É um tópico muito cobrado em prova. Art. 12. Os cargos públicos são providos por: I – Nomeação; II – Promoção Obs.: ocorre com a mudança de classe. Exemplo: o servidor vai da Classe A para a Classe C. Cada carreira tem seu plano de carreira. III – Transferência; Obs.: a transferência é inconstitucional. IV – Reintegração; Obs.: retorno do servidor ilegalmente demitido. V – Readmissão; Obs.: readmissão é inconstitucional. VI – Reversão; Obs.: retorno do servidor que estava aposentado. QP VII – Aproveitamento. Obs.: é o retorno do servidor em disponibilidade. Ex: servidor estável teve seu cargo extinto. Como ele era estável, ele fica em disponibilidade. Isso significa que ele fica em casa sem trabalhar e recebendo proporcionalmente ao tempo de contribuição. Algum dia, ele vai voltar a ocupar outro cargo público, com mesma remuneração, nível de escolaridade e atribuições. Quando ele voltar a trabalhar, ocorrerá o aproveitamento. O servidor passa a receber a remuneração integral do cargo. Art. 58. Será obrigatório o aproveitamento do funcionário estável em cargo, de natureza e vencimentos ou remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado. Parágrafo único. O aproveitamento dependerá de prova de capacidade mediante inspeção médica. Obs.: imagine que existam 10 cargos vagos e 10 servidores em disponibilidade. Obrigatoriamente, o órgão terá que aproveitar aqueles que estão em disponibilidade. Não há como fazer um novo concurso para prover esses cargos sendo que há servidor em disponibilidade. Quando um servidor for reaproveitado, ele será avaliado por uma junta médica Súmula Vinculante n. 43 É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. REINTEGRAÇÃO Retorno do servidor demitido ilegalmente. Imagine que um servidor trabalhe em uma secretaria, ocupe cargo de nível médio e seja estável. Ele estudou e passou em um concurso para trabalhar no TJMG, em um cargo de nível superior. Há várias formas de ser nomeado. Exemplo: o Tribunal de Justiça de Minas Gerais resolve nomear Fulano de Tal em razão do falecimento de Ciclano de Tal; TJMG resolve nomear Fulano de Tal em razão da aposentadoria de Ciclano de Tal; o TJMG resolver nomear Fulano de Tal em razão da demissão de Ciclano de Tal. Imagine que o servidor demitido consiga anular a demissão por meio de um processo judicial ou administrativo. Nesse contexto, haverá a reintegração. Ele será reintegrado ao cargo de origem. Aquele “azarado” que estava ocupando o cargo tem que sair. Ele era estável e, por isso, ele será reconduzido ao cargo de origem. Se ele chegar no cargo da secretaria e este estiver ocupado, ele será aproveitado em outro cargo; se o cargo tiver sido extinto, o servidor fica em disponibilidade. Art. 50. A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou sentença judiciária passada em julgado, é o ato pelo qual o funcionário demitido reingressa no serviço público, com ressarcimento dos prejuízos decorrentes do afastamento. Art. 41, § 2º da CF - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. Obs.: o reintegrado recebe indenização referente a todo o período que ficou fora da administração. REVERSÃO A reversão é o retorno do aposentado. Imagine que um servidor tenha um problema de saúde e se aposente proporcionalmente pelo tempo de contribuição. Depois, ele solicita sua reversão, passa pela junta médica e volta para o antigo cargo. Dica: observe a letra “v” em reversão (“o vovô voltou”; o aposentado voltou). § 1º - A reversão far-se-á a pedido ou ex-officio. § 2º - O aposentado não poderá reverter à atividade se contar mais de cinquenta e cinco anos de idade. Obs.: hoje, a idade da aposentadoria compulsória é 75 anos. A lei não vinculada a idade da reversão à aposentadoria compulsória. § 4º - Será cassada a aposentadoria do funcionário que reverter e não tomar posse e entrar em exercício dentro dos prazos legais. Art. 55. A reversão far-se-á de preferência no mesmo cargo . § 1º - A reversão ex-officio não poderá verificar-se em cargo de vencimento ou remuneração inferior ao provento da inatividade. Obs.: quando o funcionário estava aposentado, ele contribuiu para a previdência. O período que ele ficou aposentado pagando a previdência será contado para efeito da aposentadoria no futuro, quando ele se aposentar de maneira definitiva. Lei Complementar n. 152, de 3 de dezembro de 2015 Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade: I – os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações; II – os membros do Poder Judiciário; III – os membros do Ministério Público; IV – os membros das Defensorias Públicas; V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas. ***A idade é 75 anos de idade. Quem ocupa cargo vitalício também se aposenta aos 75 anos. PONTOS CHAVES: Não existe mais readmissão. Em relação ao servidor em disponibilidade, o retorno dele é o reaproveitamento. Não existe mais transferência. Na remoção por permuta, é preciso ter o pedido dos dois interessados. A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou sentença judiciária passada em julgado, é o ato pelo qual o funcionário demitido reingressa no serviço público, com ressarcimento dos prejuízos decorrentes do afastamento. A reversão não é obrigatoriamente no mesmo cargo. VACÂNCIA É uma forma de desocupar um cargo público. Exemplo: um servidor foi exonerado, foi demitido, se aposentou ou faleceu. Todas essas situações gerarão vacância do cargo público, devendo a Administração nomear novos servidores para o cargo Art. 103. A vacância do cargo decorrerá de: a) exoneração; b) demissão; c) promoção; d) transferência; e) aposentadoria; f) posse em outro cargo, desde que dela se verifique acumulação vedada; g) falecimento. A promoção é uma forma simultânea de provimento e vacância do cargo público. Exemplo: o servidor está na Classe “A” da sua carreira e será promovido para a Classe “B”. Neste caso, há vacância do cargo de Classe “A” e provimento do cargo de Classe “B”. A transferência (item “d” do artigo 103) é uma modalidade que já não existe mais. Posse em outro cargo, desde que dela se verifique acumulação vedada (item “f” do artigo 103): quando o servidor público é estável (já tem três anos ou mais no cargo) e passa em um novo concurso público, ele precisa pedir vacância do seu primeiro cargo. Esta modalidade de vacância, portanto, se dá em razão de posse em outro cargo inacumulável. Isto ocorre porque, caso o servidor seja reprovado no estágio probatório do novo cargo, ele será reconduzido para o cargo de origem. Ou seja, o servidor voltará para seu antigo cargo. A isto se dá o nome de recondução. Caso o servidor não seja estável e seja aprovado em outro concurso público, deverá pedir exoneração, já que não há possibilidade de ele ser reconduzido ao cargo de origem no caso de ser reprovado no estágio probatório. • Lembrar-se que transferência é uma modalidade que não existe mais. • Os cargos são criados por meio de lei. • No momento da criação do cargo, este já está vago. • Quando o servidor toma posse em outro cargo,automaticamente há a vacância de seu primeiro cargo, nos casos em que a acumulação é ilegal. Art. 105. Quando se tratar de função gratificada, dar-se-á a vacância por: a) dispensa a pedido do funcionário; b) dispensa a critério da autoridade; c) não haver o funcionário designado assumido o exercício dentro do prazo legal; Função gratificada é diferente de cargo em comissão. O cargo em comissão pode ser ocupado por qualquer pessoa, inclusive aquela que não é servidor efetivo. Já a função gratificada somente pode ser ocupada por servidores efetivos, ou seja, aqueles que fizeram concurso público. A vacância da função gratificada pode se dar por dispensa a pedido do funcionário, quando este decide que não quer mais ocupar uma função gratificada, ou por dispensa da autoridade que nomeou o servidor. A vacância também ocorre quando o funcionário foi nomeado para exercer a função gratificada, mas não assumiu a função. Automaticamente, há a vacância da função. EXONERAÇÃO Art. 106. Dar-se-á exoneração: a) a pedido do funcionário b) a critério do Governo quando se tratar de ocupante de cargo em comissão ou interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo; c) quando o funcionário não satisfizer as condições de estágio probatório; d) quando o funcionário interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo, não satisfizer as exigências para a inscrição, em concurso; e) automaticamente, após a homologação do resultado do concurso para provimento do cargo ocupado interinamente pelo funcionário. A exoneração pode ocorrer quando o funcionário decide que não quer mais ser servidor e pede a exoneração. • Interino é a pessoa que está substituindo alguém momentaneamente. • O concurso para ser interino, indicado nos itens “d” e “e” do artigo 106, não existe mais. Hoje em dia, a autoridade nomeia alguém para ser interino. DEMISSÃO Art. 107. A demissão será aplicada como penalidade. ATENÇÃO!!! Exoneração não é punição, podendo, inclusive, o próprio servidor pedi-la. A demissão, por outro lado, é uma penalidade. SUBSTITUIÇÃO Art. 24. Haverá substituição no impedimento do ocupante de cargo isolado, de provimento efetivo ou em comissão, e de função gratificada. Art. 25. A substituição será automática ou dependerá de ato da administração. § 1º A substituição não automática, por período igual ou inferior a 180 (cento e oitenta) dias, far- se-á por ato do Secretário ou Diretor do Departamento em que estiver lotado o cargo ou se exercer a função gratificada. § 2º O substituto perderá, durante o tempo da substituição, o vencimento ou remuneração do cargo de que for ocupante efetivo, salvo no caso de função gratificada e opção. É muito comum, na Administração Pública, a substituição para atender ao princípio da eficiência. Exemplo: o servidor que é chefe de um setor vai entrar de licença médica, de férias, ou vai participar de um congresso, ficando quinze dias afastado. Neste caso, deverá haver um substituto, já que o setor não pode ficar sem chefe. É para isso que serve a substituição. A substituição, normalmente, ocorre nos cargos de chefia, direção ou assessoramento. A substituição será automática se estiver prevista no regimento interno do órgão. Quando o servidor substituir alguém, ele receberá o vencimento referente àquele cargo mais elevado que está substituindo. Ele deixará, portanto, de receber o vencimento referente ao seu cargo de origem. Dependendo da carreira, o servidor substituto pode continuar recebendo seu vencimento de origem, acrescido de uma porcentagem referente à gratificação do cargo que estará substituindo. Isso dependerá da lei que regulamenta cada carreira. DA REMOÇÃO Art. 80. A remoção, que se processará a pedido do funcionário ou ex-officio, dar-se-á: I – de uma para outra repartição ou serviço; II – de um para outro órgão de repartição, ou serviço. § 1º A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação de cada repartição ou serviço. § 2º A autoridade competente para ordenar a remoção será aquela a quem estiverem subordinados os órgãos, ou as repartições ou serviços entre os quais ela se faz. A remoção pode ser com ou sem mudança de sede. Exemplo: o servidor trabalha em uma escola no bairro A e na escola do bairro B está faltando servidor. Este servidor pode, então, ser removido para o bairro B. Esta remoção pode ser feita de ofício pela Administração Pública ou a pedido do servidor, podendo ocorrer também para fora da sede, fora da cidade. DA READAPTAÇÃO Art. 81. Dar-se-á readaptação: a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da modificação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário, que não justifiquem a aposentadoria. b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das atribuições do cargo isolado de que for titular o funcionário ou da carreira a que pertencer. Art. 83. Far-se-á a readaptação prevista na alínea “b” do art. 81: I – pelo cometimento de novos encargos ao funcionário, respeitadas as atribuições inerentes ao cargo isolado ou à carreira a que pertencer, quando se verificar uma das seguintes causas: a) o nível mental ou intelectual do funcionário não corresponder às exigências da função que esteja desempenhando; b) a função atribuída ao funcionário não corresponder aos seus pendores vocacionais. II – Por transferência, a juízo da administração, nos casos de: a) não ser possível verificar-se a readaptação na forma do item anterior; b) não possuir o funcionário habilitação profissional exigida em lei para o exercício do cargo de que for titular; c) ser o funcionário portador de diploma de escola superior devidamente legalizado, de título ou certificado de conclusão de curso científico ou prático instituído em lei e estar em exercício de cargo isolado ou de carreira, cujas atribuições não correspondam aos seus pendores vocacionais, tendo-se em vista a especialização. Art. 85. A readaptação por transferência só poderá ser feita mediante rigorosa verificação da capacidade intelectual do readaptando. Art. 86. A readaptação será sempre ex-officio e se fará nos termos do regulamento próprio. ATENÇÃO!!! A readaptação, em alguns estatutos (como a Lei n. 8.112/1990, que é o Estatuto federal), é uma forma de provimento no cargo. No Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, não. A readaptação ocorre muito, por exemplo, com professores. Exemplo: o professor ficou sem voz e não tem mais condições de exercer sua atividade. Ele poderá ser readaptado para exercer uma nova função, com mesmo nível de escolaridade e mesma remuneração. Ele vai trabalhar, por exemplo, na biblioteca ou na coordenação, em lugares em que não precise usar sua voz como instrumento de trabalho. Assim, a readaptação ocorre por limitação física ou mental do servidor, nos casos em que a aposentadoria não se justifique. Nos casos em que o servidor não possui nenhuma condição de trabalho, mesmo em outras funções, ele precisa ser aposentado. O item “b” do artigo 81 faz referência a situações em que o servidor não dá conta de realizar as atribuições do cargo. Ele será então indicado para exercer atividades mais simples que se encaixem nas suas condições intelectuais ou suas vocações. O inciso II do artigo 83 tornou-se inócuo, uma vez que não existe mais a opção de transferência do servidor para outra carreira. Exemplo: o servidor foi aprovado no concurso para agente de polícia. Não existe a possibilidade de ele ser transferido para outra carreira por não dar conta das atividades do seu cargo. Não existe a possibilidade de readaptação a pedido do servidor, sendo esta sempre realizada de ofício. Da Frequência e do Horário Art. 92. O expediente normal das repartições públicas será estabelecido pelo Governo, em decreto, no qual a determinará o número de horas de trabalho normal para os diversos cargose funções. Art. 93. O funcionário deverá permanecer na repartição durante as horas do trabalho ordinário e as do expediente. Parágrafo único. O disposto no presente artigo aplica-se, igualmente, aos funcionários investidos em cargo ou função de chefia. O servidor precisa cumprir horário. Caso não cumpra, será descontada parcialmente a sua remuneração. Da mesma forma, será descontada a remuneração caso o servidor não vá trabalhar. Caso o servidor falte, por exemplo, de quinta a terça, perderá, inclusive, o descanso remunerado do sábado e domingo. Ainda, a frequência do servidor é registrada na folha de ponto ou ponto eletrônico. É impossível que uma lei que regulamenta centenas de carreiras estabeleça um horário fixo de frequência. Até porque, existem carreiras com carga horária de seis horas, outras de oito horas, algumas trabalham em regime de plantão (como os servidores da polícia, do IML ou da saúde, por exemplo). Assim, o horário que o servidor terá que cumprir estará no regulamento específico de cada carreira. Art. 95. Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamente, as entradas e saídas dos funcionários em serviço. Obs.: excepcionalmente, pode haver algum servidor que não precise bater o ponto, mas isso é uma grande exceção. No caso do período de trabalho ser antecipado ou prorrogado, o servidor receberá hora-extra. Art. 98. Para efeito de pagamento, apurar-se-á a frequência do seguinte modo: I – pelo ponto; II – pela forma que for determinada, quanto aos funcionários não sujeitos a ponto. Parágrafo único. Haverá um boletim padronizado para a comunicação da frequência. Art. 99. O funcionário perderá: I – o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer ao serviço; II – um quinto do vencimento ou remuneração, quando comparecer depois da hora marcada para início do expediente, até 55 minutos; III – o vencimento ou remuneração do dia, quando comparecer na repartição sem a observância do limite horário estabelecido no item anterior; IV – quatro quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar da repartição no fim da segunda hora do expediente; V – três quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da terceira hora do expediente; VI – dois quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da quarta hora; VII – um quinto do vencimento ou remuneração, quando se retirar do princípio da quinta hora em diante. Dos Direitos, Vantagens e Concessões IV – abono de família; V – gratificações; VI – honorários; VII – quotas-partes e percentagens previstas em lei; VIII – adicionais previstos em lei. Do Vencimento e da Remuneração Art. 120. Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão fixado em lei. Art. 121. Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão de vencimento e mais as quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe tenham sido atribuídas. Vencimento é diferente de remuneração. O vencimento é uma parcela que o servidor irá receber como uma contraprestação por ter trabalhado durante o mês. No entanto, o servidor não recebe apenas o valor referente ao vencimento, recebendo, também, outras parcelas (como, por exemplo, gratificação, auxílio alimentação, indenização etc.) que, somadas, irão totalizar a remuneração deste servidor. Exemplo: Um servidor do Poder Judiciário federal recebe R$ 6.000,00 de vencimento. Recebe, também, R$ 8.000,00 de Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ). A remuneração deste servidor será de R$ 14.000,00. Cargo isolado é aquele que não admite promoção. Quando o servidor é nomeado, por exemplo, para um cargo em comissão, ele perderá o seu vencimento ou a sua remuneração, passando a receber a remuneração referente ao cargo em comissão. Tal matéria está disciplinada nos regulamentos específicos de cada carreira. Apesar de estarem previstos no inciso II do artigo 124, o arresto, sequestro ou penhora do vencimento ou remuneração quando se tratar de dívida à Fazenda Pública, não é mais permitido. Cabe exceção no caso de a dívida à Fazenda Pública estar relacionada ao cargo do servidor. Exemplo: servidor que deu prejuízo à Administração Pública. Mesmo neste caso, a jurisprudência orienta que, para que tal valor seja descontado de sua remuneração, o servidor deve autorizar este desconto. Do Abono de Família No caso do inciso I do artigo 126, o servidor receberá o abono família pela esposa apenas quando esta não estiver trabalhando. Caso a esposa do servidor trabalhe, este não receberá abono família com relação a ela. Caso o filho do servidor não esteja estudando, o abono família é devido até os 21 anos. Caso ele estude, o abono será pago até os 24 anos. Não há pagamento de Imposto de Renda sobre o valor referente ao abono de família. Do Auxílio para Diferença de Caixa O auxílio para diferença de caixa é pago ao servidor que trabalha recebendo valores em dinheiro para o Estado. Nestes casos, pode dar uma diferença no caixa, por causa de um troco errado, por exemplo. Este auxílio é para compensar esta diferença. Trata-se, hoje em dia, de um artigo inócuo. Da Ajuda de Custo Exemplo: O servidor mora em Uberaba e passa a exercer um cargo em comissão em Belo Horizonte. Este servidor receberá uma ajuda de custo para realizar a mudança de cidade. Quando o servidor voltar a morar em Uberaba, receberá uma nova ajuda de custo. A ajuda de custo terá como base o vencimento do servidor, sendo de, no mínimo, o equivalente a um mês de vencimento e, no máximo, três meses. Exceção: Caso o servidor se mude para algum país estrangeiro, esta ajuda de custo poderá ultrapassar o equivalente a três meses de vencimento. Na hipótese do inciso II do artigo 135, quem paga a ajuda de custo é o cessionário, o órgão que receberá o servidor. Exemplo: o Estado de Minas Gerais cede um servidor para trabalhar em um Ministério, na União. Quem pagará a ajuda de custo para o servidor será a União. A diária é paga ao servidor quando este vai participar de congressos ou reuniões em outras cidades, para compensar despesas com alimentação, hospedagem, transporte etc. GRATIFICAÇÃO A Constituição Federal estabelece que a gratificação por hora-extra deve ser paga com, no mínimo, 50% em relação à hora normal de trabalho do servidor. Esta normativa também está prevista na Constituição Estadual de Minas Gerais Das Férias Art. 152. O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano vinte e cinco dias úteis de férias, observada a escala que for organizada de acordo com conveniência do serviço, não sendo permitida a acumulação de férias. DECRETO 44693, DE 28/12/2007 Art. 1º O gozo de férias regulamentares do servidor público estadual, no âmbito do Poder Executivo, rege-se pela Lei n. 869, de 5 de julho de 1952 e por este Decreto. Art. 2º O servidor público estadual gozará, por ano, vinte e cinco dias úteis de férias regulamentares. § 1º Na elaboração da escala, não será permitido que entrem em gozo de férias, em um só mês, mais de um terço de funcionários de uma seção ou serviço. § 2º É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho. § 3º Ingressando no serviço público estadual, somente depois do 11º mês de exercício poderá o funcionário gozar férias. É vedado ao servidor deixar de contabilizar as faltas injustificadas que tiver, descontando- as dos seus dias de férias. Exemplo: O servidor faltou cinco dias. Não poderá pedir que seu chefe desconte estes cinco dias de suas férias. Art. 153. Durante as férias, o funcionário terá direito ao vencimento ou remuneração e a todas as vantagens, como se estivesse em exercício exceto a gratificação por serviço extraordinário. Art. 154. O funcionário promovido, transferido ou removido,quando em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes de terminá-las. DAS FÉRIAS-PRÊMIO A redação do caput do artigo 156 da Lei Estadual n. 869/1952 já não está mais vigente, devendo ser considerado, com relação às férias-prêmio, o disposto no artigo 31, § 4º, da Constituição Estadual de Minas Geral, que prevê: Serão concedidas ao servidor ocupante de cargo de provimento efetivo e função pública férias-prêmio com duração de três meses a cada cinco anos de efetivo exercício no serviço público do Estado de Minas Gerais. Licença à Funcionária Gestante LEI ESTADUAL N. 18.879/1910. Art. 1º Fica instituído, no âmbito da administração pública direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo estadual, programa destinado a prorrogar por sessenta dias a duração da licença- maternidade. Art. 2º Serão beneficiadas pela prorrogação da licença-maternidade as servidoras públicas lotadas ou em exercício nos órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo estadual. A licença-maternidade terá duração de 120 dias + 60 dias de prorrogação, totalizando 180 dias. § 1º A prorrogação será automática e concedida à servidora pública que requeira a licença- maternidade prevista no art. 17 da Lei Complementar n. 64, de 25 de março de 2002. § 2º O início da prorrogação dar-se-á no dia subsequente ao do término da vigência da licença- maternidade. “Os prazos da licença adotante não podem ser inferiores aos prazos da licença gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada”. Licença para tratar de interesses particulares: tempo para outras atividades pessoais, como: mudança de país, Estado e estudo. Para o requerimento dessa licença, o servidor deverá ter dois anos de efetivo exercício. Esta Lei, especificamente, não coloca um prazo de tempo máximo, mas, de acordo com o decreto n. 28.039 (2 de maio de 1988), o tempo máximo previsto é de 24 meses. É um ato discricionário, o servidor faz o pedido e o órgão verificará se concederá ou não a liberação. Art. 179. Depois de dois anos de exercício, o funcionário poderá obter licença, sem vencimento ou remuneração, para tratar de interesses particulares. Na parte de administração/RH de concursos do Estado de Minas Gerais, entre as perguntas mais frequentes, é retomada a seguinte sentença: a licença pode ser requerida durante o estágio probatório? Sim, desde que o servidor trabalhe por dois anos, retire a sua licença e, ao retornar, cumpra mais um ano do seu estágio probatório. ***O retorno ao exercício do servidor público estadual, convocado para prestar serviço militar e que permaneceu incorporado pelo menos um ano, poderá ocorrer no prazo de 15 DIAS. REVISANDO... O servidor poderá ser licenciado por motivo de doença em pessoa de sua família. O servidor interino e de comissão não possuem direitos à licença. Licenças para tratamento de saúde são de responsabilidade do Governador. A licença médica não terá o tempo estipulado, o caso será informado por laudos e atestados médicos e eles validarão ou não a sua prorrogação DIREITO A PETIÇÃO Direito de petição representa a forma, a possibilidade, que o servidor público tem para comunicar-se com o órgão em que trabalha. Por exemplo: o servidor vai solicitar uma licença para tratar de questões particulares, ele vai preencher um formulário com o pedido e isso vai gerar um processo. Exemplo 2: o órgão não depositou 1/3 de férias que o servidor tinha direito, o servidor vai utilizar o direito de petição para fazer o pedido. É a representação, a comunicação com o órgão em que o servidor trabalha. Além disso, é dever do servidor representar contra qualquer ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Se o servidor possui ciência de algum desses pontos, deve agir e fazer a devida representação para uma autoridade superior àquela que está supostamente praticando a ilegalidade. O servidor entrega o pedido ao seu chefe imediato e este é quem irá despachá-lo, em razão da hierarquia que há dentro da Administração. Por exemplo: se o pedido feito pelo servidor for atendido, encerra nesse momento. Se indeferido, poderá haver o pedido de reconsideração. O pedido de reconsideração será direcionado à mesma autoridade que indeferiu o pedido. Se a reconsideração for deferida, encerra o processo. Se indeferida, o servidor poderá interpor recurso para a autoridade superior. A autoridade que recebe o pedido inicial possui 30 dias para decidir, é o mesmo prazo para o pedido de reconsideração (30 dias). Se não houver a reconsideração, haverá a interposição de recurso para a autoridade superior. Exemplo: o pedido de reconsideração foi direcionado ao chefe do Departamento Pessoal e o recurso ao Diretor Geral do órgão. *** O que é importante memorizar é que o pedido de reconsideração é para a mesma autoridade e o recurso para a autoridade superior. Quantas vezes é possível recorrer? Vai depender do regulamento de cada órgão. Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de trinta, improrrogáveis. Ou seja, quando o servidor entrega o pedido para o chefe, este possui 05 dias para despachar o pedido. Art. 194. Caberá recurso: I – do indeferimento do pedido de reconsideração; II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. Por exemplo, pode chegar até o Governador, o presidente do legislativo. Um recurso pode ter efeito devolutivo ou suspensivo. A legislação dispõe que o recurso não possui efeito suspensivo, logo ele possui apenas efeito devolutivo. Ou seja, o processo é devolvido para uma autoridade superior para fazer a reavaliação. Por exemplo: um servidor foi demitido e entrou com recurso. Nesse momento, a demissão dele não será cancelada só porque ele recorreu. A demissão continuará cumprindo seus efeitos jurídicos até que a autoridade decida no final. Agora se o recurso tiver efeito suspensivo, nesse caso, paralisa o ato praticado pela Administração. A regra é o efeito devolutivo. O normal é a prescrição ocorrer junto com a prescrição da possível ação do Poder Judiciário. Prescrição é a perda do direito de ação. Se o servidor não fizer seu pedido, não entrar com o requerimento dentro de determinado período estabelecido nos prazos de processos, acaba perdendo o direito. Prescrição é isso. É a perda do direito de ação. Existe um ditado conhecido no mundo do Direito que diz: “o direito não socorre os que dormem”, ou seja, se a pessoa dormiu perdeu o direito. Concessões Art. 201. Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou qualquer outro direito ou vantagem legal, o funcionário poderá faltar ao serviço até oito dias consecutivos por motivo de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. Art. 203. Poderá ser concedido transporte à família do funcionário, quando este falecer fora da sede de seus trabalhos, no desempenho de serviço. Por exemplo: o servidor fez uma viagem a serviço e acabou falecendo, a Administração providenciará transporte à família. Art. 206. A administração, em igualdade de condições, preferirá para transferência ou remoção da localidade onde trabalha, o funcionário que não seja estudante. Por exemplo: se for necessário remover um servidor de ofício e houver dois servidores nessa condição e um for estudante, a preferência recairá sobre o outro para não prejudicar o estudo. Art. 207. Ao funcionário estudante matriculado em estabelecimento de ensino será concedido, sempre que possível, horário especial de trabalho que possibilitea frequência regular às aulas. Parágrafo único. Ao funcionário estudante será permitido faltar ao serviço, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes do exercício, nos dias de prova ou de exame. Ou seja, nos dias de prova que o servidor precisar faltar, não será descontado de sua remuneração. Art. 88. Serão considerados de efetivo exercício para os efeitos do artigo anterior os dias em que o funcionário estiver afastado do serviço em virtude de: – férias e férias-prêmio; II – casamento, até oito dias; III – luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão até oito dias; IV – exercício de outro cargo estadual, de provimento em comissão; V – convocação para serviço militar; VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII – exercício de funções de governo ou administração em qualquer parte do território estadual, por nomeação do Governador do Estado; VIII – exercício de funções de governo ou administração em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República; IX – desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal Memorizar da seguinte forma para ficar mais fácil: quando o servidor receber a remuneração e ficar afastado de seu cargo, esse período é contado para todos os efeitos, ou seja, para promoção na carreira, aposentadoria, progressão funcional, disponibilidade, é considerado como se ele estivesse em exercício. Porém, se o servidor sai de licença e fica afastado sem remuneração, esse período não é contado para aposentadoria, pois nosso sistema hoje é contributivo, se o servidor contribui esse período serve para aposentar, se o servidor não contribui, esse período não é contado para aposentadoria. O inciso IX só não é contado para promoção por merecimento, conforme dispõe a Constituição Federal de 1988, pois se o servidor está afastado de seu cargo para ocupar um cargo eletivo (deputado, senador), ele não pode ser promovido por merecimento. Na promoção por merecimento, é realizada uma avaliação do servidor para verificar se ele realmente merece, logo não tem como ele ser promovido por merecimento se ele não está exercendo seu trabalho. Promoção por antiguidade continua. Art. 89. Na contagem de tempo para os efeitos de aposentadoria, computar-se-á integralmente: O art. 89 refere-se apenas aos efeitos de aposentadoria. Os outros artigos referem-se a tudo. O tempo de serviço é contado para tudo, por exemplo, férias prêmio, qualquer promoção na carreira etc. Por exemplo, o tempo de serviço contado antes do ingresso na carreira pública, exemplo, se trabalhou em uma farmácia, comércio, indústria, se ele contribuiu para o INSS durante esse período também será contado para aposentadoria no serviço público. Outro exemplo: um servidor público federal há 15 anos que passa em um concurso estadual. Esse período contribuído no serviço público federal da União também será considerado para efeitos de aposentadoria no serviço público estadual. Se contribuiu antes, ótimo, se não contribuiu não tem como computar. Por exemplo, se o servidor público exerceu algum cargo em comissão, trabalhou temporário, tudo isso também é contado para efeitos de aposentadoria. Por exemplo, quando servidor público é cedido para trabalhar em outro órgão, também possui período contado para aposentadoria. f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário, mediante a autorização do Governo do Estado, às organizações autárquicas e paraestatais; Atualmente, não se utiliza mais “paraestatais” para esse assunto, mas sim empresa pública ou sociedade de economia mista. Por exemplo: o servidor público foi vereador ou deputado no passado e nessa época contribuiu para o INSS, essa contribuição também será contada. Obviamente, não é possível computar de forma simultânea. Por exemplo: o servidor ocupa dois cargos públicos permitidos pela Constituição Federal, professor da União e professor do estado de Minas Gerais. Cada cargo será contado de forma independente. Por exemplo, ele tem 15 anos em um cargo e 20 anos em outro, o servidor não pode dizer que possui 35 anos de contribuição porque as contribuições de cada cargo são independentes. Agora, vamos estudar a respeito das responsabilidades. O servidor, no exercício da função, poderá responderá nas esferas civil, penal e administrativa. Por exemplo: o servidor desviou verba pública e recebeu propina para agir dessa forma. Ele vai responder tanto na esfera administrativa (pode gerar demissão), como na civil (improbidade administrativa), como na penal (corrupção, por exemplo). Também poderá responder em apenas uma esfera se não atingiu as demais esferas. As esferas são independentes entre si, mas podem cumular. Art. 209. A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que importe em prejuízo da Fazenda Estadual, ou de terceiro. Por exemplo, o servidor estava dirigindo o veículo de um órgão acabou provocando um acidente. Ocorre responsabilidade civil. O Estado indeniza o prejuízo do lesado e pode entrar com uma ação de regresso contra o servidor. A lei também permite o pagamento de forma parcelada. Poderá ocorrer o parcelamento de cada parcela, mas este não poderá ser superior à 10% do valor da remuneração. Suspensão Preventiva Serve para o servidor não atrapalhar as investigações de um processo disciplinar. Por exemplo: pode ser que se o servidor estiver trabalhando ele queira destruir provas, alterar o sistema do órgão, aliciar subordinados, entre outras coisas. Para que isso não ocorra, pode ser determinada a ele uma suspensão preventiva, que não é uma penalidade, serve apenas para o servidor não atrapalhar as investigações. É uma medida cautelar. A suspensão preventiva é com remuneração. O prazo é de 30 dias, podendo chegar a 60 dias ou até 90 dias. Esse prazo é o mesmo prazo do processo administrativo: 60 dias podendo ser prorrogado por até 90 dias.
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