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SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Composição química das células e principais tipos de ligações químicas .......................................... 3 3. Unidades fundamentais para a célula ............... 8 4. Catálise ......................................................................... 9 5. Oxidação e redução ................................................11 6. Moléculas carreadoras ativadas .........................12 7. Processo citoplasmático: glicólise .....................17 8. Processos mitocondriais: ciclo do ácido cítrico (krebs) ...................................................................23 9. Processos mitocondriais: cadeia transportadora de elétrons .......................................27 Referências bibliográficas ........................................29 3BIOENERGÉTICA 1. INTRODUÇÃO A bioenergética descreve a transfe- rência e a utilização da energia em sistemas biológicos, sendo o estudo quantitativo das transformações de energia que ocorrem nas célu- las vivas. Nesse sentido, o objeto de análise é a habilidade das células em aproveitar a energia, direcionando- -a na forma de trabalho biológico. O processo citoplasmático relacionado é a glicólise, enquanto que os mito- condriais são a cadeia transportadora de elétrons e o ciclo do ácido cítrico (Ciclo de Krebs). Ciclo do ácido cítrico (Krebs) BIOENERGÉTICA Glicólise Cadeia transportadora de elétrons 2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS CÉLULAS E PRINCIPAIS TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS Os organismos vivos são compostos por 92 elementos, sendo que apenas quatro deles – carbono (C), hidrogê- nio (H), nitrogênio (N) e oxigênio (O) – perfazem 96,5% do peso de um organismo. A ligação dos átomos desses elementos é feita através de ligações covalentes, formando mo- léculas. Como os átomos não são separados por excitação térmica, as ligações são rompidas apenas em re- ações específicas com outros átomos ou moléculas. Existem também as li- gações mais fracas entre duas molé- culas, conhecidas como ligações não covalentes. 4BIOENERGÉTICA átomos de H e de carga negativa no O. Quando uma região da molécu- la de água carregada positivamente se aproxima de uma região carrega- da negativamente de uma segunda molécula de água, a atração elétrica entre elas pode resultar em uma liga- ção de hidrogênio. Tais ligações são muito mais fracas do que as ligações covalentes e são facilmente rompidas pelo movimento cinético que reflete a energia térmica das moléculas. As reações ocorrem no interior das células em um meio aquoso. Em cada molécula de água (H2O), os dois áto- mos de hidrogênio (H) ligam-se ao átomo de oxigênio (O) por ligações covalentes. As duas ligações são al- tamente polares porque o átomo de oxigênio atrai fortemente elétrons, enquanto o átomo de hidrogênio os atrai fracamente. Nesse aspecto, há uma distribuição desigual de elétrons na molécula de água, com predo- minância de carga positiva nos dois SAIBA MAIS! O efeito de um grande número de ligações fracas concomitantemente pode se tornar muito grande. Cada molécula de água pode formar ligações de hidrogênio, através de seus dois átomos de H, com duas outras moléculas de água, formando uma rede na qual ligações de hidrogênio são rompidas e formadas de modo contínuo. A água é um líquido à temperatura ambiente, com alto ponto de ebulição e alta tensão superficial, e não um gás, exatamente porque as moléculas são mantidas unidas devido a ligações de hidrogênio. Figura 1. Os principais elementos da célula (em destaque). Disponível em: Biolo- gia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. 5BIOENERGÉTICA Moléculas que possuem ligações co- valentes polares e que podem formar ligações de hidrogênio com a água, dissolvem-se facilmente em água. Assim, as moléculas que possuem cargas interagem favoravelmente com a água, sendo denominadas hi- drofílicas por possuírem afinidade pela água. São exemplos os açúca- res, o DNA, o RNA e a maioria das proteínas. Por outro lado, moléculas hidrofóbi- cas (moléculas que “não têm afinida- de pela água”) não possuem cargas e formam poucas ligações de hidrogê- nio ou nenhuma. Logo, essas molécu- las não têm capacidade de se dissol- verem em água. Os hidrocarbonetos, por exemplo, não podem formar liga- ções polares com outras moléculas, pois todos os átomos de H estão li- gados de modo covalente a átomos de C por ligações apolares. Isso faz os hidrocarbonetos serem totalmente hidrofóbicos. Muitas ligações entre as moléculas ocorrem por três tipos de ligações não covalentes: atrações eletrostáticas (ligações iônicas), ligações de hidro- gênio e atrações de van der Wa- als. Além disso, a força hidrofóbica é um importante fator que promove a atração das moléculas. O conjunto de atrações não covalentes permitem que as superfícies complementares de duas moléculas mantenham essas duas macromoléculas associadas en- tre si, já que a soma de suas energias, apesar de individualmente serem fra- cas, pode criar uma força intensa. TIPO DE LIGAÇÃO COMPRIMENTO (NM) NO VÁCUO FORÇA (KJ/MOL) Na água Covalentes 0,15 377 (90) 377 (90) Não covalente Iônica 0,25 335 (80) 12,6 (3) Hidrogênio 0,30 16,7 (4) 4,2 (1) Força de Van der Waals 0,35 0,4 (0,1) 0,4 (0,1) Tabela 1. Tipo de ligações químicas A ligação de hidrogênio correspon- de a uma forma especial de interação polar na qual um átomo de hidrogê- nio, que é eletropositivo, é compar- tilhado por dois átomos com cargas negativas. Ao contrário de uma inte- ração eletrostática típica, essa ligação é altamente direcional, sendo mais in- tensa quando uma linha reta pode ser desenhada ligando todos os seus três átomos. 6BIOENERGÉTICA Figura 2. Ligações de Hidrogênio. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. Adaptado. SAIBA MAIS! Devido ao seu pequeno tamanho e ao fato de possuir quatro elétrons e quatro vacâncias na última camada, o átomo de carbono pode formar quatro ligações covalentes com outros átomos. Mais importante ainda, um átomo de carbono pode ligar-se com outros átomos de carbono por meio da ligação C–C, que é altamente estável, de modo a formar cadeias e anéis e, assim, formar moléculas grandes e complexas, não havendo mesmo um limite imaginável para o tamanho das moléculas que podem ser formadas. Os compostos de carbono formados pelas células são denominados moléculas orgânicas. Por outro lado, todas as demais molécu- las, inclusive a água, são denominadas moléculas inorgânicas. 7BIOENERGÉTICA TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS LIGAÇÕES COVALENTES Compartilhamento de elétrons Dativa ou coordenada Normal Ligação iônica Força de Van der Waals Ligações de Hidrogênio Par de elétrons compartilhados Forma composto molecular LIGAÇÕES NÃO COVALENTES Formação de íons Força intermolecular Ligações a F, O e N Atração eletrostática entre elétrons Dipolo-permanente Forças de London Dipolo-induzido Doa elétrons Forma composto iônico 8BIOENERGÉTICA 3. UNIDADES FUNDAMENTAIS PARA A CÉLULA As moléculas orgânicas pequenas das células são compostos baseados no carbono e têm peso molecular na faixa entre 100 e 1.000, contendo cerca de 30 átomos de carbono. Al- gumas dessas moléculas são utiliza- das como subunidades – monômeros – para compor macromoléculas poli- méricas — proteínas, ácidos nuclei- cos e polissacarídeos. Outras atuam como fonte de energia e são degrada- das e transformadas em outras molé- culas pequenas por vias metabólicas intracelulares. De modo geral, as cé- lulas contêm quatro famílias principais de moléculas orgânicas pequenas: os açúcares, os ácidos graxos, os nucle- otídeos e os aminoácidos. PRINCIPAIS MOLÉCULAS ORGÂNICAS DAS CÉLULAS Açúcares UNIDADES PEQUENAS DA CÉLULA Polissacarídeos UNIDADES MAIORES DAS CÉLULAS Ácidos graxos Lipídeos Aminoácidos Proteínas Nucleotídeos Ácidos nucleicos Nas células, as macromoléculas são polímeros construídos simplesmentepor ligações covalentes entre peque- nas moléculas orgânicas (chamadas de monômeros), formando cadeias longas. As proteínas são abundantes e desempenham muitas funções di- ferentes nas células. Algumas pro- teínas funcionam como enzimas que catalisam reações químicas que formam ou rompem as ligações cova- lentes das células. Outras proteínas 9BIOENERGÉTICA são utilizadas para construir com- ponentes estruturais, como os mi- crotúbulos das células. Além disso, outras proteínas atuam como mo- tores moleculares que produzem força e movimento, como é o caso da miosina nos músculos. O crescimento dos polímeros ocorre pela adição de um monômero à ex- tremidade da cadeia polimérica que está crescendo, por meio de uma re- ação de condensação, na qual uma molécula de água é perdida cada vez que uma subunidade é adicionada. A maior parte das macromoléculas é formada a partir de um conjunto limi- tado de monômeros com pequenas diferenças entre si, como os 20 ami- noácidos que participam da composi- ção das proteínas. 4. CATÁLISE As reações químicas que as células executam dependem de enzimas, as quais organizam o metabolismo ce- lular. Sem as enzimas, as reações só ocorreriam em temperaturas muito mais altas do que a temperatura do interior das células. Assim, toda re- ação requer de um potencializador que possibilita que a célula controle sua própria química. Esse controle é exercido por meio de catalisadores biológicos especializados. Quase sempre eles são enzimas, embora também existam as ribozimas, RNAs catalisadores. Cada enzima acele- ra, ou catalisa, apenas um dos mui- tos tipos possíveis de reações que uma determinada molécula pode so- frer. O resultado das reações cata- lisadas por enzimas é denominado substrato. O metabolismo celular ocorre por dois processos opostos de reações: (1) vias catabólicas: degradam os alimentos em moléculas menores e geram tanto energia, como também geram as pequenas moléculas que as células necessitam, e (2) vias ana- bólicas: que usam as moléculas pe- quenas e a energia liberada pelo ca- tabolismo para a síntese de todas as outras moléculas que constituem as células. 10BIOENERGÉTICA SAIBA MAIS! A quantidade de desordem de um sistema pode ser quantificada e é expressa como a en- tropia do sistema: quanto maior a desordem, maior a entropia. As células vivas, por sobrevi- verem, crescerem e formarem organismos complexos, estão continuamente gerando ordem e, dessa forma, pode parecer que desafiam a segunda lei da termodinâmica. A célula não constitui um sistema isolado, tendo que tomar energia do ambiente, na forma de alimento, ou através da luz solar, usando energia para gerar uma ordem para si própria. O calor é liberado no ambiente onde as células se encontram, tornando-o mais desorganizado. Como resultado, a entropia total aumenta, segundo a lei da termodinâmica. METABOLISMO ANABOLISMO ENERGIA CATABOLISMO Reações que produzem moléculas (endergônica/ endotérmica) Reações que degradam moléculas (exergônica/ exotérmica) Todas as células animais e vegetais são mantidas pela energia armazena- da nas ligações químicas presentes em moléculas orgânicas. Tanto nas plantas como nos animais, a energia é extraída das moléculas dos alimentos por um processo de oxidação gradu- al ou pela queima controlada. A atmosfera terrestre contém uma grande quantidade de oxigênio, e, na presença dele, a forma de carbo- no energeticamente mais estável é o CO2, e a forma energeticamente mais estável do hidrogênio é a água. Dessa maneira, a célula é capaz de obter energia de açúcares e de outras moléculas orgânicas pela combina- ção dos átomos de carbono e de hi- drogênio com oxigênio, para produzir CO2 e H2O, respectivamente, em um processo chamado de respiração ae- róbica. A fotossíntese e a respiração são processos complementares. 11BIOENERGÉTICA Figura 3. Fotossíntese e respiração: processos complementares. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. perde um elétron, processo chamado de oxidação. Quando uma molécula de açúcar é oxidada em CO2 e H2O, por exemplo, a molécula de O2 en- volvida na formação de H2O ganha elétrons e, assim, diz-se que ela foi reduzida. Mesmo quando há envolvi- mento de um próton e de um elétron como no caso das reações de hidro- genação, há redução, e a reação in- versa, desidrogenação, é uma reação de oxidação. É muito fácil determi- nar quando uma molécula orgânica é oxidada ou reduzida: ocorre redução quando o número de ligações C–H na molécula aumenta, e oxidação quan- do o número de ligações C–H na mo- lécula diminui. 5. OXIDAÇÃO E REDUÇÃO Com a utilização de catalisadores en- zimáticos, o metabolismo processa essas moléculas por meio de um gran- de número de reações que envolvem a adição direta de oxigênio. A oxida- ção refere-se, além de adição de áto- mos de oxigênio, a qualquer reação na qual haja transferência de elétrons de um átomo a outro. Assim, a oxidação se refere à remoção de elétrons, e a redução, o contrário da oxidação, a adição de elétrons. Uma vez que em uma reação química o número de elétrons é conservado, sem perda ou ganho, a oxidação e a redução sem- pre ocorrem simultaneamente. Quando uma molécula ganha um elétron na reação pode-se denomi- nar processo de redução, ao mesmo tempo em que uma segunda molécula 12BIOENERGÉTICA Cada enzima tem uma forma única, que contém um sítio ativo no qual ape- nas um determinado substrato pode se ligar. Assim como todos os outros catalisadores, as moléculas enzimá- ticas permanecem inalteradas após participarem de uma reação, de modo que podem atuar em muitos ciclos. SE LIGA! Os catalisadores aumentam a velocidade das reações químicas porque facilitam a ocorrência de uma proporção muito maior de colisões ao acaso entre as moléculas ao seu redor e os substratos, com energias que ultra- passam a barreira de energia da reação, como as enzimas estão incluídas entre os catalisadores conhecidos mais efica- zes; algumas são capazes de acelerar as reações por fatores de até 1014 ou mais. Elas permitem, assim, que reações que não poderiam ocorrer por outros meios ocorram rapidamente em tempe- raturas normais. 6. MOLÉCULAS CARREADORAS ATIVADAS A energia liberada pelo processo de oxidação deve ser armazenada por um tempo antes que possa ser ca- nalizada para a síntese de moléculas necessárias para a célula. Na maioria das vezes, a energia é armazenada em “moléculas carreadoras”, as quais se difundem rapidamente pelas célu- las, carregando energias de um local para outro para a biossíntese e outras atividades necessárias para o funcio- namento celular. Dessas moléculas carreadoras, chamadas de coenzi- mas, as mais conhecidas são o ATP, o NADH e o NADPH. O ATP (adenosina trifosfato) é a mo- lécula carreadora ativada mais ampla- mente utilizada, funcionando como um depósito conveniente de energia, PERDE ELÉTRONS OXIDAÇÃO NAD + É AGENTE OXIDANTE NADPH É AGENTE REDUTOR GANHA ELÉTRONS REDUÇÃO MOLÉCULA ORGÂNICA MOLÉCULA ORGÂNICA NÚMEROS DE LIGAÇÃO C- H DIMINUI NÚMERO DE LIGAÇÕES C – H AUMENTA CATABOLISMO ANABOLISMO 13BIOENERGÉTICA utilizado para efetivar as reações quí- micas. O ATP é sintetizado em uma reação de fosforilação altamente des- favorável energeticamente, na qual um grupo fosfato é adicionado à ADP (adenosina difosfato). Quando ne- cessário, o ATP doa certa quantidade de energia por meio de sua hidróli- se, energeticamente muito favorável, formando ADP e fosfato inorgânico. O ADP regenerado fica, então, dispo- nível para ser utilizado em outro ciclo de reação de fosforilação que forma uma nova molécula de ATP. Figura 4. Hidrólise de ATP. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. As moléculas de NADH e NADPH são importantes carreadores de elétrons, participando de reações ce- lulares acopladas e oxidação – redu- ção. São especializados no transporte de elétrons com alto nívelenergéti- co e átomos de hidrogênio. Os mais importantes desses carreadores de elétrons são o NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) e a molécu- la intimamente relacionada, NADP+ (fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo). Cada um deles aceita um “pacote de energia” correspon- dendo a dois elétrons mais um pró- ton (H+), convertendo-os em NADH (nicotinamida adenina dinucleotídeo reduzido) e NADPH (fosfato de nico- tinamida adenina dinucleotídeo redu- zido), respectivamente. 14BIOENERGÉTICA Figura 5. NADPH. (A) NADPH é produzido em reações do tipo geral, mostradas no lado esquerdo, nas quais há remoção de dois átomos de hidrogênio de um substrato. A forma oxidada da molécula carreadora, NADP+, recebe um átomo de hidrogênio e um elétron (um íon hidreto); o próton (H+), de um outro átomo de H, é liberado para a solução. Uma vez que NADPH mantém o íon hidreto por meio de uma ligação rica em energia, esse íon pode ser facilmente transferido para outras moléculas, como é mostrado no lado direito da figura. (B) e (C) estruturas do NADP+ e do NA- DPH. A parte da molécula de NADP+ conhecida como anel da nicotinamida aceita o íon hidreto, H-, formando, dessa forma, NADPH. As moléculas de NAD+ e NADH têm estrutura idêntica a NADP+ e NADPH respectivamente, exceto pela ausência do grupo fosfato indicado. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. um próton são adicionados ao anel nicotinamida do NADP+, forman- do, assim, NADPH; o segundo pró- ton (H+) é liberado na solução. Essa é uma reação de oxidação-redução típica, na qual o substrato é oxidado O NADPH é produzido a partir de dois átomos de hidrogênio que são removidos da molécula do substra- to em determinadas reações cata- bólicas geradoras de energia. Nes- se sentido, dois elétrons e apenas 15BIOENERGÉTICA e o NADP+ é reduzido. O íon hidreto (H+) carregado pelo NADPH é doado rapidamente por meio de uma reação de oxidação-redução subsequente para estabilizar o anel. Nessas rea- ções subsequentes, que regeneram o NADP+, é o NADPH que se torna oxidado, e o substrato fica reduzido. O NADPH se liga principalmente a enzimas que catalisam reações ana- bólicas, provendo os elétrons ricos em energia que são necessários para a síntese de moléculas ricas em ener- gia. O NADH, por outro lado, tem um papel específico como intermediário no sistema de reações catabólicas que geram ATP pela oxidação das moléculas dos alimentos. No interior das células, a proporção entre NAD+ e NADH é mantida alta, enquanto a proporção entre NADP+ e NADPH é mantida baixa. Isso assegura uma enorme disponibilidade de NAD+ para funcionar como agente oxidan- te e NADPH em abundância para agir como agente redutor. Dessa forma, essas funções específicas de cada molécula atendem aos concei- tos do catabolismo e do anabolismo, respectivamente. Outros carreadores ativados também são importantes para transportar grupos químicos que podem ser facil- mente transferidos, na forma de liga- ções ricas em energia. Por exemplo, a coenzima A carrega por meio de uma ligação tioéster um grupo acetila facil- mente transferível, que, nessa forma ativada, é conhecido como acetil-CoA (acetil-coenzima A). A acetil-CoA é usada para adicionar unidades de dois carbonos em processos de bios- síntese de macromoléculas. 16BIOENERGÉTICA 1 MOLÉCULA DE GLICOSE FERMENTAÇÃO OBTENÇÃO DE ENERGIAGLICÓLISE DEPÓSITOS DE GLICOGÊNIO OU GORDURA DE RESERVA DOS ÁCIDOS GRAXOS TRANSPORTE DE ELÉTRONS OXIDAÇÃO GANHO DE 2 MOLÉCULAS DE ATP E DUAS DE NADH PARA PERÍODOS DE JEJUM ENTRE AS REFEIÇÕES AERÓBICOS ANAERÓBICOS PIRUVATO PARA A MITOCÔNDRIA PIRUVATO PARA O CITOSOL CO2 E ACETIL-COA NADH CONVERTIDO PARA NAD+ NADH E FADH2 GANHAM ELÉTRONS DA OXIDAÇÃO DE MOLÉCULAS ORGÂNICAS NADH E FADH2 TRANSFEREM ELÉTRONS BOMBEAMENTO DE H+ PARA A FOSFORILAÇÃO DE ADP EM ATP HIDRÓLISE DOS TRIACILGLICERÓIS GLICEROL ÁCIDO GRAXO OXIDAÇÃO 17BIOENERGÉTICA Desse modo, o ATP transfere fosfa- to, o NADPH transfere elétrons e hi- drogênio, e a acetil-CoA transfere o grupo acetila, que corresponde a dois carbonos. O FADH2 (flavina adenina dinucleotídeo reduzido) é utilizado da mesma forma que o NADH na trans- ferência de elétrons e prótons. As reações de outras moléculas carrea- dorAs ativadas envolvem a transfe- rência de grupos metila, carboxila ou glicose para a biossíntese de vá- rias moléculas. Figura 6. FADH2. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. 7. PROCESSO CITOPLASMÁTICO: GLICÓLISE As macromoléculas constituem a maior parte da massa das células e são constituídas por subunidades, li- gadas por reações de condensação. Nessa reação, dois reagentes pro- vocam a remoção dos componentes da água (OH e H). Ao contrário, a de- gradação de 3 polímeros diferentes ocorre pela adição de água, através da hidrólise por reações enzimáticas. Os ácidos nucleicos, as proteínas e os polissacarídeos são polímeros produzidos pela adição repetitiva de subunidades ou monômeros a uma das extremidades da cadeia em crescimento. HORA DA REVISÃO! As proteínas, os lipídeos e os polissa- carídeos, os constituintes da maior par- te dos alimentos que comemos, devem ser degradados em moléculas peque- nas antes que nossas células possam usá-los, tanto como fonte de energia ou como unidades fundamentais para ou- tras moléculas. A digestão enzimática degrada as grandes moléculas poliméri- cas dos alimentos até suas subunidades monoméricas que serão transportadas para o citosol, onde ocorrerá o processo de oxidação. Os açúcares são oxidados em várias etapas, controladamente, até dióxido de carbono (CO2) e água. 18BIOENERGÉTICA Figura 7. Oxidação do açúcar na célula: . (A) Caso o açúcar seja oxidado gerando CO2 e H2O em uma única etapa, ele liberará uma quantidade de energia maior do que aquela que pode ser capturada para propósitos úteis. (B) Nas cé- lulas, as enzimas catalisam oxidações por meio de uma série de pequenas etapas nas quais a energia livre é transferi- da, em pacotes de tamanho conveniente, para moléculas carreadoras, frequentemente ATP e NADH. Em cada etapa, uma enzima controla a reação reduzindo a barreira de energia de ativação que deve ser suplantada para que a reação possa ocorrer. O total de energia livre liberado é exatamente o mesmo em (A) e em (B). Disponível em: Biologia mole- cular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. produzidas duas moléculas do carre- ador ativado NADH. A glicólise envolve uma sequência de 10 reações, cada uma produzindo um açúcar diferente, sendo catalisada por enzimas diferentes. Embora não utilize o oxigênio, a glicólise ocorre por oxidação, onde elétrons dos carbonos derivados da molécula de glicose são removidos por NAD+, produzindo NADH. Parte da energia liberada pela oxidação impulsiona a síntese de mo- léculas de ATP a partir de ADP e Pi e parte permanece com os elétrons no carreador de elétrons rico em energia NADH. A glicólise, processo de oxidação dos açúcares, produz ATP sem a participação de oxigênio molecu- lar. Na maioria das células, ocorre no citosol. Durante a glicólise, uma molécula de glicose, com seis átomos de carbono, é convertida em duas moléculas de piruvato, cada uma de- las com três átomos de carbono. No processo, duas moléculas de ATP são hidrolisadas e fornecem energia para impulsionar as primeiras etapas, e quatro moléculas de ATP são pro- duzidas nas etapas finais. Ao final, há um ganho de duas moléculas de ATP para cada molécula de glicose que passa pela degradação. Também são 19BIOENERGÉTICA Assim, durante a glicólise são forma- das duas moléculas de NADH para cada molécula de glicose. Nos orga- nismos aeróbios, organismos que não utilizam oxigênio molecular, essas moléculas de NADH doam seus elé- trons para a cadeia transportadora de elétrons, e o NAD+ formado a partir do NADH é usado novamente para a glicólise. Figura 8. Esquema de 10 etapas da glicólise:1-5. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. Adaptado. 20BIOENERGÉTICA SAIBA MAIS! Na maioria dos animais e das plantas, o piruvato formado pela glicólise é rapidamente trans- portado para a mitocôndria, na qual é convertido em CO2 e acetil-CoA, cujo grupo acetila é, então, completamente oxidado em CO2 e H2O. No entanto, em muitos organismos anaeró- bios, a glicólise é a principal fonte de ATP para as células. No caso das condições anaeróbicas, o piruvato e os elétrons do NADH permanecem no citosol, sendo que o piruvato é convertido em produtos que são excretados pelas células, e o NADH, que doa seus elétrons, é recon- vertido em NAD+. A regeneração do NAD+ é necessária para a manutenção das reações da glicólise. O processo que produz energia, onde moléculas orgânicas doam e aceitam elétrons é denominado fermentação. A formação de ATP na glicólise envol- ve duas reações centrais que conver- tem o açúcar (com três carbonos), o gliceraldeído-3-fosfato, em 3-fosfo- glicerato, oxidando um grupo aldeído a um grupo ácido carboxílico. A rea- ção total libera energia livre suficiente para converter uma molécula de ADP em ATP e para transferir dois elétrons e um próton do aldeído para o NAD+, formando NADH. As reações químicas são conduzidas por duas enzimas: a primeira enzima (gliceraldeído-3-fosfato desidroge- nase) forma uma ligação covalente de vida curta com o aldeído por meio do grupo –SH reativo da enzima, catali- sando a oxidação desse aldeído pelo NAD+, ligado à enzima. A ligação en- zima-substrato é deslocada por um íon fosfato para formar o açúcar-fos- fato intermediário, liberado da enzima. Esse intermediário liga-se a uma se- gunda enzima (fosfoglicerato-cina- se) que catalisa a transferência ener- gicamente favorável do fosfato de alta energia recém-sintetizado para o ADP, formando ATP, finalizando o processo de oxidação. Essas reações são importantes, pois são considera- das as únicas que criam uma ligação fosfato rica em energia diretamen- te a partir de fosfato inorgânico. Desse modo, elas são responsáveis pelo rendimento líquido de duas mo- léculas de ATP e duas moléculas de NADH por molécula de glicose. 21BIOENERGÉTICA Figura 9. Esquema de 10 etapas da glicólise: 6 e 7. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. Adaptado. 22BIOENERGÉTICA Todos os organismos precisam man- ter uma relação ATP/ADP alta para manter a ordem biológica em suas células. Isso ocorre no momento em que, tanto os animais quanto as plan- tas, convertem açúcares e gorduras em formas que são armazenadas para utilizar posteriormente. No en- tanto, para compensar longos perío- dos de jejum, os animais armazenam ácidos graxos na forma de gotículas de gordura insolúveis em água, os triacilgliceróis ou triglicerídeos, arma- zenados no citoplasma de adipócitos, no caso dos animais. Para armazenamento em menor tempo, os açúcares são armazena- dos como subunidades de glicose no glicogênio, presente principal- mente no fígado e no músculo. A síntese e a degradação do glicogênio são prontamente reguladas, de acor- do com a necessidade. Quando as células precisam de uma quantida- de de ATP maior do que aquela que pode ser gerada a partir das molécu- las de alimento captadas da corrente sanguínea, essas células degradam glicogênio por meio de uma reação que produz glicose-1-fosfato, a qual é, em seguida, convertida em glicose- -6-fosfato para a glicólise. SE LIGA! Nesse sentido, o armazena- mento através de gordura é mais efi- ciente do que na forma de glicogênio para os animais. Isso se justifica pelo fato de a oxidação de um grama de gor- dura liberar cerca de duas vezes mais energia que a oxidação de um grama de glicogênio. Além disso, o armazena- mento através do glicogênio incorpora uma quantidade relativamente maior de água, o que gera uma diferença na massa. Assim, para armazenar a mes- ma quantidade de energia, a massa do glicogênio deve ser seis vezes maior do que a massa de gordura. O açúcar e o ATP nas células vege- tais são produzidos em organelas di- ferentes. Enquanto que os açúcares são produzidos nos cloroplastos, res- ponsável pela fotossíntese, o ATP é sintetizado nas mitocôndrias. Embora as plantas produzam grandes quan- tidades de ATP e NADPH nos cloro- plastos, essa organela está isolada por uma membrana que é impermeá- vel a esses dois carreadores ativados. Além disso, as plantas contêm mui- tos tipos de células que não possuem cloroplastos e, portanto, não podem produzir açúcares. Desse modo, os açúcares são exportados dos cloro- plastos para as mitocôndrias, presen- tes em todas as células da planta. O ATP sintetizado nas mitocôndrias da célula vegetal degrada os açúcares através de oxidação, pelas mesmas vias das células animais. Assim que sintetizado, a molécula de ATP segue 23BIOENERGÉTICA para o restante da célula. Ao longo do dia, os açúcares são convertidos nos cloroplastos em gordura e em amido. As gorduras das plantas são triacil- gliceróis, assim como a gordura dos animais, com diferenças nos tipos de ácidos graxos que predominam. Tan- to as gorduras como o amido são ar- mazenados nos cloroplastos até que sejam necessários para produção de energia através do processo oxidação na escuridão. No período das refeições, a maior parte da energia de que os animais necessitam vem dos açúcares ob- tidos dos alimentos. O excesso de açúcares é utilizado como depósito em glicogênio ou para produzir gor- dura para reserva. Por outro lado, a gordura é armazenada no tecido adi- poso e, logo em seguida, é utilizada. Ao acordar, a oxidação dos ácidos graxos gera a maior parte do ATP ne- cessário para o organismo humano. Caso os níveis sanguíneos de glicose estejam baixos, ocorre a degradação de ácidos graxos para a produção de energia. Isso ocorre quando os triacilgliceróis armazenados nos adi- pócitos são hidrolisados produzindo ácidos graxos e glicerol. Após isso, os ácidos graxos, agora livres, são trans- feridos para todo o corpo através do tecido sanguíneo. Ademais, em ani- mais, apesar de os açúcares conver- terem em gorduras, a conversão de gordura em açúcares não é possível, ocorrendo oxidação dos ácidos gra- xos diretamente. 8. PROCESSOS MITOCONDRIAIS: CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO (KREBS) Na glicólise, o piruvato, produzido no citosol a partir dos açúcares, é trans- portado para a mitocôndria das cé- lulas eucarióticas. Em seguida, esta molécula é, então, descarboxilada pelo complexo da piruvato desidro- genase, envolvendo 3 enzimas im- portantes. Os produtos dessa reação (descarboxilação) são uma molécula de CO2, uma molécula de NADH e uma molécula de acetil-CoA. Os ácidos graxos são transportados para as mitocôndrias onde ocorre o processo de oxidação. Nas mitocôn- drias, as moléculas de ácido graxo, na forma da molécula ativada acilgraxo- -CoA, são degradadas por um ciclo de reações que remove dois carbonos de cada vez, a partir do grupo carbo- xila terminais, gerando uma molécula de acetil-CoA em cada volta do ciclo. Uma molécula de NADH e uma mo- lécula de FADH2 também são produ- zidas nesse processo. As principais fontes de energia para os organismos, exceto as plantas, são os açúcares e as gorduras. No entan- to, a maior parte da energia útil que pode ser extraída da oxidação de am- bos os tipos de alimento permanece 24BIOENERGÉTICA armazenada nas moléculas de acetil- -CoA, produzidas pelos dois tipos de reações descritas. As reações do ci- clo do ácido cítrico, nas quais o gru- po acetila (–COCH3) da acetil-CoA é oxidado a CO2 e H2O, são, portan- to, essenciais para o metabolismo energético dos organismos aeró- bios. Todas essas reações ocorrem nas mitocôndrias nos seres aeróbios. Por outro lado, nas bactérias aeróbi- cas, todas essas reações ocorrem no citosol. O ciclo de Krebs ou ciclo do áci- do cítrico é responsável por cerca de dois terços do total da oxidação de carbonos que ocorre nas célu-las. Os principais produtos dessa via metabólica são CO2 e elétrons na forma de NADH. Enquanto que o CO2 é liberado como um produ- to de descarte, os elétrons ricos em energia do NADH passam por uma cadeia transportadora de elétrons li- gada à membrana, combinando-se posteriormente com O2, resultando em água (H2O). Para que as reações possam ter continuidade, há necessi- dade de O2 para as etapas posterio- res, apesar de não utilizar O2 gasoso para concluir o ciclo. Isso porque não há nenhuma outra maneira eficiente para que o NADH perca seus elé- trons, regenerando, assim, o NAD+ que é molécula necessária. SAIBA MAIS! No século XIX, os biólogos observaram que, na ausência de ar, as células produzem ácido lático (p. ex., no músculo) ou etanol (p. ex., em leveduras), enquanto, na presença de ar, elas consomem O2 e produzem CO2 e H2O. Os esforços feitos para definir as vias do metabo- lismo aeróbio, focados na oxidação do piruvato, levaram à descoberta, em 1937, do ciclo do ácido cítrico, também conhecido como ciclo do ácido tricarboxílico ou, ainda, ciclo de Krebs. Nos eucariotos, o ciclo de Krebs ocorre dentro das mitocôndrias, onde há oxidação completa dos áto- mos de carbono dos grupos acetila da acetil-CoA, que são convertidos em CO2. O grupo acetila é transferi- do da acetil-CoA para uma molécula maior com 4 carbonos (oxalacetato), formando o ácido tricarboxílico com seis carbonos (ácido cítrico) que dá origem ao nome do ciclo de reações. Em seguida, a molécula de ácido cítri- co é oxidada gradativamente, contri- buindo para que a energia dessa oxi- dação seja acoplada à produção de moléculas ativadas carreadoras. Ao final, há regeneração do oxalacetato, iniciando um novo ciclo. Além das três moléculas de NADH, cada volta do ciclo também produz 25BIOENERGÉTICA uma molécula de FADH2 (flavina adenina dinucleotídeo reduzido) a partir do FAD, e uma molécula do ri- bonucleotídeo trifosfato GTP, a partir do GDP. O GTP é uma molécula com componentes semelhantes ao ATP, sendo que a transferência do seu grupo fosfato terminal para o ADP produz uma molécula de ATP a cada novo ciclo. Dessa forma, pode-se considerar que a energia armazena- da nos elétrons ricos em energia do NADH e do FADH2 é utilizada para a produção de ATP através do proces- so de fosforilação oxidativa, a única etapa do catabolismo oxidativo dos nutrientes que necessita de oxigênio gasoso. Figura 10. Ciclo do ácido cítrico. Visão geral do ciclo de Krebs completo. Os dois carbonos da acetil-CoA que entram nessa volta do ciclo (marcados em vermelho) são convertidos em CO2 nas voltas seguintes do ciclo. Os dois carbonos que são convertidos a CO2 neste ciclo estão sombreados em azul. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. Adaptado. 26BIOENERGÉTICA fonte de alimento (açúcares, gorduras ou proteínas). A glicólise e o ciclo de Krebs funcio- nam como o início de reações biossin- téticas essenciais por produzir mo- léculas de importância vital, como oxalacetato e α-cetoglutarato. Al- gumas dessas substâncias produzi- das pelo catabolismo são transferidas da mitocôndria de volta para o citosol, onde servem como precursores para reações anabólicas de síntese de ou- tras moléculas essenciais. Os demais átomos de oxigênio ne- cessários para produzir CO2 a partir dos grupos acetila que entram no ci- clo do ácido cítrico são supridos pela água. Assim, três moléculas de água são quebradas a cada ciclo, sendo que átomos de oxigênio de dessas moléculas de água são utilizados para sintetizar CO2. Além do piruvato e dos ácidos gra- xos, alguns aminoácidos passam do citosol para a mitocôndria, onde tam- bém são convertidos em acetil-CoA ou em algum outro intermediário do ciclo de Krebs. Assim, nas células eucarióticas, as mitocôndrias são o centro de todos os proces- sos que produzem energia, independentemente da Figura 11. Glicólise e Ciclo de Krebs: reações biossintéticas essenciais. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. 27BIOENERGÉTICA 9. PROCESSOS MITOCONDRIAIS: CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS A maior parte da energia das molécu- las dos alimentos é liberada no último estágio da degradação das moléculas utilizadas como alimento. Nesse pro- cesso, as moléculas de NADH e FADH2 transferem os elétrons que receberam ao oxidar as moléculas or- gânicas derivadas dos alimentos para a cadeia transportadora de elé- trons. Esta se localiza na membrana interna da mitocôndria. Figura 12. Fosforilação oxidativa. Disponível em: Biologia molecular da célula 6ª Ed. - Alberts, Bruce. A energia que os elétrons liberam des- se processo bombeia íons H+ (pró- tons) através da matriz mitocondrial para o espaço entre as membranas e, em seguida, para o citosol, gerando um gradiente de prótons. Esse gra- diente serve como importante fonte de armazenamento de energia para as células, usada em reações que ne- cessitam de energia. A fosforilação de ADP, formando ATP, é a mais pro- eminente dessas reações. Ao momento final da transferência de elétrons, estes passam para mo- léculas de oxigênio que se difundiram para a mitocôndria e que se combi- nam com os prótons (H+) presentes em solução, produzindo moléculas de água. Esse processo, o qual é de- nominado fosforilação oxidativa, ocorre na membrana plasmática das bactérias. Desse modo, a oxidação completa de uma molécula de glicose até a produção de H2O e CO2 é utili- zada pela célula para produzir 30 mo- léculas de ATP. Entretanto, conside- rando apenas a glicólise, apenas duas moléculas de ATP são produzidas por molécula de glicose. 28BIOENERGÉTICA Quebra da glicose BIOENERGÉTICA GLICÓLISECitosol Respiração celular CICLO DE KREBS CADEIA RESPIRATÓRIA CO2 Elétrons energizados ATP Ácido pirúvico Pi ADP FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Mitocôndrias Moléculas transportadoras Energia Elétrons de baixa energia Transporte ativo H2O H+ Doa elétron ao 02 SINTETASE DO ATP MAPA RESUMO: BIOENERGÉTICA 29BIOENERGÉTICA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alberts, Bruce et al. Biologia molecular da Célula, 6ª ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 2017. Alberts, Bruce et al. Fundamentos da biologia celular. 6ª ed. Editora Artmed, Porto Alegre. Nelson DL, M. Cox M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6ª ed. Editora Artmed, Porto Alegre.2014. 30BIOENERGÉTICA
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