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CESSÃO DE MANTENÇA – Protocolo/Processo MEC 201508238 
 
TRABALHO 02 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
 
SEGUNDO BIMESTRE DE 2021-2 
 
NOTA: 2,0 
 
PRAZO PARA ENVIAR: 22/11/2021 
 
INSTRUÇÕES: Considerando o que foi abordado em aula, elabore uma petição 
de contestação contendo pelo menos duas alegações preliminares e defesa de 
mérito. 
contestação 
Ref.: Autos nº 0145.00.000000-0 
Ação: INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS 
Autores: RAFAEL DA SILVA E FERNANDA CASTRO 
Réus: Giovanna Sampaio e Vanusa regina 
Giovanna Sampaio e Vanusa regina, já qualificados, por seu advogado que esta 
assina digitalmente, vêm à presença de Vossa Excelência apresentar 
CONTESTAÇÃO nos seguintes termos: 
1. DAS PRELIMINARES 
 
1.1. DA AUSÊNCIA DE LEGITMIDADE ATIVA DO AUTOR 
 Na presente ação, os autores pleiteiam a condenação dos réus ao pagamento da 
importância de R$ 2.554,00 (dois mil quinhentos e cinquenta e cinco reais), referente 
ao dano material causado no veículo FIAT/IDEA ELX, cor PRETA, placa BRA-0000, 
bem como em importância a ser fixada pelo Juízo, pelo dano moral experimentado, 
tendo em vista que eles – réus – não quiseram resolver amigavelmente a situação, 
 
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diga-se, efetuar o pagamento do dano material, além da posição “vexatória” dos 
autores por comparecerem a juízo para obterem seus direitos. 
 
 O artigo 17 do CPC, estabelece: 
 
“Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.” (g.n.) 
 
 Pelo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (doc. 
id. 00000000), verifica-se que a proprietária do veículo FIAT/IDEA ELX, cor PRETA, 
placa BRA-0000, é a autora Fernanda castro , e, por consequência, somente ela está 
legitimada para pleitear eventual dano material e moral, este último, decorrente dos 
supostos sentimentos negativos experimentados pelo não pagamento dos danos em 
seu veículo. 
 
 Assim, o autor Rafael da silva, repita-se, por não ser 
proprietário do veículo FIAT/IDEA ELX, cor PRETA, placa BRA-0000, não tem 
legitimidade para pleitear as indenizações por dano material e moral, o que caracteriza 
a ausência de legitimidade prevista no artigo 337, inciso XI, do CPC, razão pela qual, o 
processo deverá ser extinto sem resolução de mérito, em relação a ele – Rafael –, 
nos termos do artigo 485, inciso VI, do CPC. 
 
1.2. DA PRELIMINAR DE INÉPCIA DO PEDIDO DE DANO MORAL 
 
 Importante transcrever os dispositivos do CPC: 
 
“Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
 
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II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do 
fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que 
deva ser praticado pelo réu.” (g.n.) 
 
“Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;” 
(g.n.) 
“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o 
pedido genérico;” (g.n.) 
 
 Eis o pedido de dano moral formulado na inicial: 
 
 
“4 – DOS PEDIDOS: 
Diante de tudo o que foi exposto, requer os Autores: 
d) Seja os Réus condenados ao pagamento de indenização por 
Danos Morais a ser arbitrados por V.Exa. (...).” (g.n.) 
 
 
 O pedido referente à indenização por danos morais é genérico, 
e não se enquadra nas exceções previstas no § 1º, do artigo 324, e na segunda parte 
do inciso II, do § 2º, do artigo 330, ambos do CPC. 
 
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 Assim, caracterizada a INÉPCIA DO PEDIDO DE DANO 
MORAL, preliminar prevista no inciso IV, do artigo 337, do CPC, o processo deverá ser 
extinto sem resolução de mérito, em relação ao citado pedido, com base no artigo 485, 
inciso IV, do CPC. 
 
 
1.3. DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA 
 
 Os autores ajuizaram a presente a ação indenizatória 
objetivando o recebimento da importância de R$ 2.555,00 (dois mil quinhentos e 
cinquenta e cinco reais), a título de dano material, e dano moral em importância a ser 
fixada pelo Juízo, atribuindo à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
 
 Quando há a cumulação de pedidos, inclusive, indenizatórios, o CPC disciplina a 
matéria da seguinte forma: 
 
“Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos 
valores de todos eles; (...).” (g.n.) 
 
 
 Ocorre que os autores inobservaram as regras acima 
transcritas, ao atribuírem à causa valor diverso do que pretendem receber dos réus, 
mesmo tendo formulado um pedido inepto (item 1.2. acima), vale dizer, R$ 20.000,00 
ao invés de R$ 2.555,00, referente ao dano material. 
 
 
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 Assim, os autores deverão ser intimados nos termos do artigo 
321 do CPC, para retificarem o valor da causa para R$ 2.555,00 (dois mil quinhentos e 
cinquenta e cinco reais), e, se for o caso, complementarem o valor das custas iniciais, 
sob pena de indeferimento da petição inicial (PU do artigo 321 do CPC). 
 
2. DO MÉRITO 
 
 Pelo princípio da concentração ou da eventualidade (artigo 336 
do CPC), se ultrapassadas as preliminares acima alegadas, no mérito melhor sorte 
não terão os autores, conforme a seguir será demonstrado. 
 
2.1. DO DANO MATERIAL 
 
 Os autores pleiteiam a importância de R$ 2.555,00 (dois mil 
quinhentos e cinquenta e cinco reais), pelo suposto dano material causado no veículo 
de propriedade da autora fernanda . 
 
 Ao narrarem a dinâmica do acidente, apenas informam que a 
colisão se deu na parte traseira de seu veículo, sem descrever as partes atingidas. 
Juntaram notas fiscais (doc. id. 00000000), algumas fotografias (doc. id. 00000000) e 
um Boletim de Ocorrência (doc. id. 00000000), lavrado 04 dias após o acidente, que 
se limita a narrar os fatos, diga-se, sua versão particular, sem indicar a extensão dos 
danos no veículo. 
foto 
É de se observar que os autores não juntaram fotografia de seu veículo imediatamente 
após o acidente, somente do veículo do 2º réu. Por que não foram juntadas tais 
fotografias? 
 
 
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 Pelas 03 fotografias juntadas pelos autores, o seu veículo está 
estacionado em lugar diverso do local do acidente, e não se pode precisar quando 
foram tiradas. Frise-se que os negativos das citadas fotos não foram careados aos 
autos! 
 
 Pelas fotografias, verifica-se que o impacto se deu num ponto 
“central” da dianteira do veículo do 2º réu, só podendo causar algum dano em ponto 
“central” da traseira do veículo da 1ª autora, mas o para-choque traseiro apresenta, 
em toda sua extensão, arranhados, como se tivesse sido lixado. Ainda, a parte 
dianteira do veículo do 2º réu (grade), é apenas uma “peça de acabamento”, não 
oferecendo qualquer resistência no caso de uma colisão, e por consequência, não 
atingiria todas as partes/peçasdanificadas com alegado na petição inicial. 
 
 Para darem sustentação as suas alegações, os réus 
estacionaram o veículo atrás de um outro, igual ao da 1ª autora, para demonstrar 
possível ponto de impacto, e pela fotografia abaixo, verifica-se que os danos relatados 
na petição inicial atingiram outras partes do veículo. Certamente caso a 1ª autora 
tivesse anexado fotografias de seu veículo imediatamente após o acidente, tal 
situação seria esclarecida!!!. 
 
 
 
 
 
 
 
 Outro aspecto a ser considerado, é o de que a colisão aconteceu numa decida 
e pelo fato do 1º réu ter freado o veículo, naturalmente, a dianteira abaixou ainda mais, 
 
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de forma que o contato aconteceu apenas com o para-choque traseiro do veículo da 
1ª autora, e não na tampa do porta-malas. 
 
 As notas fiscais juntadas com a inicial (doc. id. 00000000) não retratam a real 
extensão dos danos do veículo da 1ª autora, pois como já mencionado, a colisão se 
deu a parte central da traseira, com danos mínimos. 
 
 Com base nas fotografias apresentadas pelos autores, os réus 
solicitaram dois orçamentos para o conserto do veículo da 1ª autora. Repita-se, com 
base nas fotografias, foram apresentados os valores de R$ 800,00 (oitocentos reais) e 
R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais), para o serviço de lanternagem e pintura 
(docs. 01 e 02), ou seja, valores bem inferiores ao pretendido pelos autores. 
 
 Em nenhum momento os réus se negaram a efetuar o 
pagamento de eventual dano da 1ª autora, o que ocorreu foi que o valor apresentado 
para uma composição amigável estava muito acima do real valor do conserto, vale 
dizer, R$ 1.250,00 (mil e duzentos reais), e com isto eles não concorda. 
 Esclareça-se, inicialmente, que o 1º ré, Giovanna Sampaio, ao contrário do alegado 
na inicial, POSSUI HABILITAÇÃO, conforme se verifica da cópia anexa de sua CNH 
(doc. 03). 
 O acidente ocorreu na decida da Avenida dos Andradas, próximo ao Colégio 
Santa Catarina, por volta das 16 horas, quando o 2º autor, sem qualquer sinalização, 
freou o veículo para uma pessoa que estava num veículo estacionado pudesse 
ingressar na via e prosseguir. O 1º réu tentou de todas as formas evitar a colisão, mas 
diante da conduta imprudente do 2ª autor, não conseguiu evitar o contato. 
 
 As fotografias do veículo do 2º réu tirados no local do acidente pelo 2º autor mostram 
de forma clara que houve o afundamento da grade frontal do veículo, uma peça de 
acabamento, que devido a colisão ficou danificada. O contato entre os veículos foi 
leve, não acarretando os danos apresentados na petição inicial. Injustificadamente os 
 
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autores não juntaram as fotografias de seu veículo no local do acidente, pois se assim 
o fizessem, o real “dano” seria demonstrado. 
 
 Os réus impugnam as alegações de que os danos no veículo da 1ª autora 
aconteceram na tampa traseira e na destruição total do para-choque traseiro, sendo 
necessário a sua substituição. Impugnam também, a troca do silencioso e das 
bieletas. 
Pelas fotos juntadas pelos autores, verifica-se que o para-choque traseiro do veículo 
da 1ª autora, está apenas “uniformemente arranhando”, sendo possível a sua 
recuperação, ao invés da substituição realizada. 
 Em função das posições divergentes com relação à extensão dos danos no veículo 
da 1º autora, será necessário a realização de perícia no veículo dela – 1ª autora – e 
nas peças substituídas, para a constatação dos danos causados em função da colisão 
e os valores necessários para o conserto (peças e mão-de-obra). 
 
 Assim, os autores deverão apresentar as peças substituídas 
para serem periciados juntamente com o veículo, para a apuração da extensão dos 
danos causados. 
 
2.3. DO DANO MORAL 
 
 Pela narrativa e pelas fotografias juntadas aos autos, em função do acidente, os 
autores não ficaram feridos ou internados, também não foram ofendidos física ou 
verbalmente pelos réus após o acidente. 
 Evidentemente que os réus não se questionam a colisão entre os carros, mais sim a 
extensão do dano material e o valor para o conserto. Os réus não aceitaram o valor 
apresentado pelos autores que, diga-se, muito acima do valor de mercado, e 
abrangendo peças que não foram atingidas pelo leve contato no acidente. 
 
 
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 Ainda pela inicial e pelas fotografias juntadas pelos autores, os danos aparentes no 
veículo não o deixaram sem condições de transitar, vale dizer, os autores continuaram 
a utilizar o veículo. 
Portanto, não há que se falar em “dor” e “sofrimento” pelas quais “vêm passando” e 
“ainda passarão”, pelas consequências do acidente. 
Igualmente a “atitude negligente, ultrajante, desonrosa a que foi submetido os autores” 
pelo acidente causado pelo 1º réu, não ficou demonstrada. 
 
 Da mesma forma, deve ser afastada a alegação se que os 
autores ocuparam uma posição vexatória pelo fato de terem ajuizado a presente ação 
para o recebimento dos valores referentes ao dano material pleiteado. 
A fato narrado (causa de pedir) na inicial para amparar o pedido de indenização por 
dano moral deve ser considerado com mero dessabor ou aborrecimento. Sobre o 
tema, eis dois julgados: 
 
(TJMG) 
“APELAÇÃO CÍVIL - AÇÃO REPARAÇÃO DE DANOS - ACIDENTE DE TRANSITO - 
COLISÃO DE VEÍCULOS - DANOS MORAIS - ESCORIAÇÕES - MERO 
ABORRECIMENTO - DEVER DE COMPENSAR AFASTADO - GRATUIDADE 
JUDICIÁRIA - PREPARO DO RECURSO - ATO INCOMPATÍVEL COM O 
REQUERIMENTO - BENEFÍCIO INDEFERIDO. - Conquanto evidente o desconforto e 
susto causados à apelada em decorrência do acidente, a situação retratada nos autos 
não autoriza reconhecer a ocorrência do dano moral. - Não se defere a gratuidade 
judiciária à parte que requer o benefício e efetua o preparo do recurso por meio do 
qual busca reformar o ato judicial que o indeferiu.” (TJMG – AC 1.0114.10.010313-
3/001 - 12ª C.Cível – Rel. Des. Juliana Campos Horta – DJ 17.11.2016) (g.n.) 
(STJ) 
 “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. 
ACIDENTE DE TRÂNSITO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS. 
INEXISTÊNCIA. SITUAÇÃO DE MERO ABORRECIMENTO OU DISSABOR. SÚMULA 
 
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7/STJ. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte entende que, 
quando a situação experimentada enseja mero aborrecimento ou dissabor, como no 
caso dos autos, não há falar em dano moral. 2. No caso, não ficou demonstrada 
nenhuma hipótese de excepcionalidade, decorrente da colisão entre veículos, apta a 
ensejar reparação a título de dano moral. 3. Agravo regimental não provido.” (STJ - 
AgRg no AREsp 726096/RJ – Quarta Turma – Rel. Min. Raul Araújo – DJe 
13.10.2015) Portanto, o pedido de indenização por dano moral não pode ser acolhido. 
 
3. CONCLUSÃO (OU PEDIDOS) 
 Diante do exposto, requerem: 
 a) o acolhimento da preliminar de AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE ATIVA do autor 
JOÃO DA SILVA, e consequente extinta do processo sem resolução de mérito, nos 
termos do artigo 485, VI, do CPC, em relação a ele -RAFAEL; 
 b) o acolhimento da preliminar de INÉPCIA DO PEDIDO DE DANO MORAL (pedido 
genérico), com a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo 
485, IV, do CPC; 
c) o acolhimento da preliminar de INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA, e a 
intimação dos autores para retificá-la para R$ 2.555,00, e eventual complementação 
das custas iniciais, sob pena de extinção do processo (artigo 321, PU, do CPC);D) a IMPROCEDÊNCIA do pedido de indenização por dano moral, conforme razões 
acima, e no caso de eventual condenação em dano material, que seja considerada a 
média dos orçamentos apresentados pelos réus, ou no laudo pericial a ser realizados 
para a apuração dos danos e valores necessários para o conserto do veículo da 1ª 
autora, e, 
e) a CONDENAÇÃO dos autores nas custas processuais e honorários advocatícios. 
 
4. DAS PROVAS 
 Pretendem provar o alegado com os documentos que instruem a inicial, oitiva de 
testemunhas e o depoimento pessoal dos autores, além de prova pericial para 
 
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apuração da extensão dos danos no veículo da 1ª autora e a importância necessária 
para o respectivo conserto. 
 
5. DOS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
Os réus requerem os benefícios da gratuidade da justiça, uma vez que, conforme o 
arrigo 98 do CPC, não têm condições de arcar com as custas processuais e 
honorários advocatícios. Juntam declaração de carência (doc. 04 e 05). 
 
 
 
 
 
Pede deferimento. 
 
Juiz de Fora, 05 de outubro de 2.020.

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