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Atendimento Veterinário em Animais Silvestres

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Animais Silvestres 
 
RESOLUÇÃO Nº 829 DE 25/04/2006 - 
ABRAVAS 
• Animais silvestres irregulares 
podem ser atendidos, desde que 
seja indicado ao proprietário a 
regulamentação correta do animal 
e que tudo seja anotado em 
prontuário. 
• O veterinário não tem obrigação 
de denunciar, a não ser que ocorra 
maus tratos. 
• Médico veterinário e zootecnista 
são habilitados a identificar se o 
animal está sendo maltratado ou 
não. 
 
 
 
Anilha FOB: é uma anilha utilizada por 
veterinários afiliados à federação que pode 
ser utilizado para identificação do animal 
em criadouros de reprodução, mas a anilha 
não regulariza animal, existe uma 
regularização necessária além disso. 
 
Problema: essa anilha não é específica 
para um único animal e pode ocorrer de 
ser roubada de um pássaro para colocar 
em um animal clandestino e ser vendida 
como se fosse regularizada (crime). Se 
atentar a isso, pois o número da anilha é 
ligada ao veterinário que a comprou. 
 
 
SIGLAS 
ABRAVAS – Associação Brasileira de 
Veterinários de Animais Selvagens 
FOB – Federação de Ornitologia Brasileira 
SIMA – Secretária de Infraestrutura e Meio 
Ambiente 
 
CASO CLÍNICO 1 
Uma coelha fêmea de 7 anos de idade, 
pesando 2,5 kg, foi apresentada com os 
seguintes sinais clínicos de uma semana: 
• Hiporexia 
• Prurido em orelha direita 
• Secreção ocular clara 
 
*Possibilidades: hipercrescimento 
dentário? otite? 
 
Exame físico: 
Na apresentação, o coelho apresentava 
bom peso e alerta. Anormalidades incluiu 
exsudato branco no canal auditivo direito e 
espessamento da base da orelha. O canal 
auditivo esquerdo era estenótico e não 
podia ser visualizado além da parte 
horizontal. Havia pouca secreção ocular 
seca associada ao olho direito. O resto do 
exame não era digno de nota. Uma 
amostra de sangue foi coletada para 
hematologia, o que não era digno de nota 
e a análise química, apresentada na Tabela 
1. O coelho foi sedado para radiografias de 
crânio e coleta de uma amostra do canal 
auditivo direito para cultura e teste de 
sensibilidade bacteriana. 
 
*Espessamento abaixo da orelha é comum 
em algumas espécies devido a bulha 
timpânica maior (osso). 
*Não pode fornecer beta-lactâmicos (atb) 
por via oral para coelhos, devido à 
desenvolvimento de microbiota intestinal 
muito importante, se destruir microbiota 
intestinal pode matar o animal. Pode ser 
utilizado por outras vias. 
 
Perguntas: 
• Quais testes complementares 
solicitaria? Radiografia para avaliar 
dentição, citologia de orelha para 
identificar bactéria ou fungo em 
conduto, exame de sangue. 
• Qual o nome da condição? 
Periodontite, crescimento 
displásico, má oclusão. 
• Qual a provável causa da 
condição? 
*Acúmulo de líquido em cavidade natural, 
como em bulhas timpânicas = empiema. 
*Coelhos não tem neutrófilos, tem 
eterófilos (aves também possuem), o que 
diferencia o processo inflamatório dos 
mamíferos e diferencia a característica do 
pus também. 
 
*Observar se existe reabsorção óssea, 
alterações, lesão óssea, aumento de 
radiopacidade em bulhas timpânicas. 
Considerar que canal auditivo do animal é 
tortuoso e pode ter um acometimento de 
otite em parte interna. Considerar questão 
de dor, animal não tem alteração de feição, 
devido à ausência de musculatura. 
 
Aumento da imagem nas bulhas 
timpânicas 
Laudo: 
• A qualidade radiográfica e o 
posicionamento são satisfatórios 
para avaliação das bolhas 
timpânicas 
• Os achados radiográficos incluem 
aumento da densidade de ambas 
as bolhas timpânicas 
• Aumento da espessura do osso 
cortical e proliferação periosteal 
• As margens do meato acústico são 
irregulares. Esses achados são 
indicativos de otite média bilateral 
e possível empiema das bolhas 
• Existe um aumento da 
radiodensidade das bolhas; no 
entanto, isso é incerto devido à 
sobreposição das bolhas nesta 
visão. Não há evidência de 
doença dentária 
 
Exame sérico: 
 
*FA aumentado, mas nada digno de nota. 
*Globulina aumentada, indica se existe 
doença inflamatório ou não, é um 
anticorpo. 
 
Eletroforese de proteína - globulina: 
 
*Globulina beta aumentada e as demais 
dentro do padrão. 
*Pequenas variações são consideradas 
nesse exame, pois são concentrações de 
proteínas mensuradas separadamente. 
 
Interpretação do perfil bioquímico 
sérico: 
• Elevada concentração de 
globulinas, aumento de beta 
globulinas que podem refletir em 
um processo inflamatório agudo 
subjacente 
• É improvável que uma elevação 
leve de fosfatase alcalina (FA) seja 
significativa 
 
Quais diagnósticos diferenciais? 
• Inflamação, possivelmente aguda 
• Otite externa, orelha direita 
• Otite média, possivelmente 
bilateral 
 
Terapia: 
• Enrofloxacina, 5–15 mg/kg VO S-
BID – depende da cultura 
• Limpeza por flushing do canal 
guiado por endoscópio 
• Alimentação fracionada ao longo 
do dia, balanceada, com 
suplemento. Redução na medida 
que o apetite melhorar. 
 
Complementos: 
• Otoscopia diagnóstica bilateral 
• Tomografia computadorizada do 
crânio ou limitada a bolhas 
timpânicas 
 
Continuação: 
• A cultura e teste de sensibilidade 
do canal auditivo não revelaram 
crescimento de organismos. 
• Foi orientado levar o coelho para 
casa com antibioticoterapia a 
longo prazo sem mais avaliação ou 
tratamento do canal auditivo 
• Dois meses depois, o coelho 
retornou com leve inclinação da 
cabeça para a esquerda e 
nistagmo horizontal. O 
proprietário concordou em teste 
de diagnóstico naquele momento. 
O coelho foi anestesiado para 
otoscopia de ambas as orelhas e 
tomografia computadorizada do 
crânio. 
• A otoscopia revelou otite externa 
bilateral com uma aparente 
membrana timpânica intacta no 
lado direito; a esquerda não 
poderia ser visualizado devido a 
estenose acentuada do canal 
auditivo horizontal. 
 
Tomografia e laudo: 
 
• Otite média bilateral com 
empiema de ambas as bolhas 
timpânicas 
• Otite média e externa bilateral 
confirmada por radiologista 
• Não foram observadas outras 
anormalidades 
 
Recomendações: ablação total do canal 
auditivo e cirurgia para osteotomia da 
bulha com antibioticoterapia aplicada no 
local. 
- Coelho foi encaminhado ao cirurgião 
veterinário com experiência. 
 
Cirurgia: o local da cirurgia foi implantado 
com pérolas impregnadas com 
gentamicina e cefazolina (atb) no momento 
da cirurgia. 
 
Pós-cirúrgico: 
• Os cuidados incluíram meloxicam 
(0,2 mg/kg) SID quando 
necessário, enrofloxacina (10 
mg/kg) VO SID 
• Diariamente, cisaprida (0,5 mg/kg) 
BID e alimentação de suporte. 
*Cisaprida é um procinético, utilizada para 
ajudar na motilidade intestinal e ajuda a 
prevenir a regurgitação estomacal. 
 
Diagnóstico final: 
• Otite externa e média bilateral 
• Síndrome vestibular periférica 
secundária 
 
Comentários: 
• Otite comum em coelhos idosos, 
principalmente Lop 
• Flexão e estenose do canal 
predispõe a ocorrência de otite 
• Otite média tem relação com 
sinusite ou doença periodontal 
• Para anormalidade da bulha deve 
ser indicado osteotomia

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