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Info 701 STF

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www.dizerodireito.com.br 
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INFORMATIVO esquematizado 
 
Informativo 701 – STF 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de 
vista: ADI 3327/ES. 
 
Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com 
base em peculiaridades do caso concreto: AC 3141/RJ; ADI 1229 MC/SC; MS 25565/DF; ADI 4307/DF; RE 
611586/PR; RE 541090/SC. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Portal de finanças públicas 
 
A Lei n. 9.755 previu que o Tribunal de Contas da União deveria criar uma homepage na Internet 
para divulgação de dados e informações sobre finanças públicas da União, Estados e Municípios. 
O STF considerou que esta Lei atende ao princípio da publicidade, não violando o princípio 
federativo e não havendo afronta à autonomia dos Estados e Municípios. 
Comentários Em 1998, foi editada a Lei n. 9.755 prevendo que o Tribunal de Contas da União deveria criar 
uma homepage na Internet para divulgação de dados e informações sobre finanças públicas. 
 
O art. 1º da Lei n. 9.755/98 estabelece o seguinte: 
Art. 1º O Tribunal de Contas da União criará homepage na rede de computadores Internet, 
com o título "contas públicas", para divulgação dos seguintes dados e informações: 
I – os montantes de cada um dos tributos arrecadados pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal e pelos Municípios, os recursos por eles recebidos, os valores de origem 
tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio (caput do 
art. 162 da Constituição Federal); 
II – os relatórios resumidos da execução orçamentária da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios (§ 3º do art. 165 da Constituição Federal); 
III – o balanço consolidado das contas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, suas autarquias e outras entidades, bem como um quadro estruturalmente 
idêntico, baseado em dados orçamentários (art. 111 da Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964); 
IV – os orçamentos do exercício da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
e os respectivos balanços do exercício anterior (art. 112 da Lei nº 4.320, de 1964); 
V – os resumos dos instrumentos de contrato ou de seus aditivos e as comunicações 
ratificadas pela autoridade superior (caput do art. 26, parágrafo único do art. 61, § 3º do 
art. 62, arts. 116, 117, 119, 123 e 124 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993); 
VI – as relações mensais de todas as compras feitas pela Administração direta ou indireta. P
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Ana Leticia Stern
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Ana Leticia Stern
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INFORMATIVO esquematizado 
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O Governador do Estado da Paraíba ajuizou, em 2000, uma ADI alegando que esta Lei 
violava o princípio federativo à medida que impunha a divulgação, pelo Tribunal de Contas 
da União, de informações sobre finanças públicas de âmbito estadual e municipal. Para o 
autor da ação, haveria afronta à autonomia dos entes estaduais e municipais. Defendia que 
a Lei deveria ser destinada exclusivamente aos entes da União. 
 
Qual foi o resultado do julgamento? 
O STF, por maioria, julgou improcedente o pedido. Aduziu-se que o referido Portal na 
internet teria o escopo de reunir as informações tributárias e financeiras das diversas 
unidades da federação, a fim de facilitar o acesso desses dados pelo público. 
Observou-se que os dados e documentos previstos no art. 1º da Lei já seriam de publicação 
obrigatória nos veículos oficiais de imprensa das diversas entidades federativas. 
Ademais, apontou-se que a lei não criaria qualquer ônus novo na seara das finanças 
públicas, bem como não haveria qualquer penalidade pelo eventual descumprimento. 
Afastou-se a alegação de inconstitucionalidade formal da norma, por suposta ofensa ao art. 
163, I, da CF, que exigiria a edição de lei complementar para a regulamentação da matéria 
de finanças públicas. Considerou-se que o diploma configuraria norma geral voltada à 
publicidade, e não norma financeira. 
A lei inserir-se-ia na esfera de abrangência do direito financeiro, sobre o qual competiria à 
União legislar concorrentemente, nos termos do art. 24, I, da CF. 
Frisou-se que não haveria desrespeito ao princípio federativo e que a Lei estaria 
fundamentada no princípio da publicidade, inscrito no art. 37, caput, da CF. 
Sublinhou-se, ainda, que a norma buscaria mecanismo de consolidação das contas públicas, 
previsto no art. 51 da LC 101/2000, já declarado constitucional pelo STF. 
O Min. Celso de Mello afirmou que a referida norma é uma lei nacional (e não apenas federal), 
de forma que, por isso, poderia ser aplicada tanto à União, como para Estados e Municípios. 
Processo Plenário. ADI 2198/PB, rel. Min. Dias Toffoli, 11.4.2013. 
 
 
Competência legislativa da União 
 
A competência para legislar sobre TRÂNSITO e TRANSPORTE é privativa da União. 
Logo, é inconstitucional lei estadual que verse sobre este tema. 
Comentários A competência para legislar sobre trânsito e transporte é privativa da União, estando 
prevista no art. 22, XI, da CF/88 : 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XI - trânsito e transporte; 
 
Com nisso, é inconstitucional lei estadual que verse sobre trânsito e transporte, salvo na 
hipótese do parágrafo único do art. 22 da CF/88. 
 
Assim, o Plenário do STF, ao julgar ações diretas de inconstitucionalidade, julgou 
procedentes os pedidos para declarar inconstitucionais as seguintes leis estaduais: 
 Lei n. 10.521/95-RS: estabelecia a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança nas 
vias urbanas daquele estado, bem como proibia aos menores de dez anos de viajar nos 
bancos dianteiros de veículos; 
 Lei n. 8.027/2003-MT: autorizava o parcelamento de multa vencida, resultante de 
infração de trânsito; 
 Lei n. 3.279/99-RJ: previa o cancelamento de multas de trânsito aplicadas a 
determinados tipos de veículos. 
Processos Plenário. ADI 2960/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 11.4.2013. 
ADI 3708/MT, rel. Min. Dias Toffoli, 11.4.2013. 
ADI 2137/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, 11.4.2013. 
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INFORMATIVO esquematizado 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
Mandado de segurança impetrado contra CNJ e intervenção da União 
 
A União pode intervir em mandado de segurança impetrado contra ato do CNJ, mesmo que no 
processo esteja sendo discutido um concurso público do Tribunal de Justiça (estadual). 
Fundamento legal: art. 7º, II, da Lei n. 12.016/2009. 
Comentários O caso concreto foi o seguinte: 
O CNJ anulou determinado concurso público realizado por Tribunal de Justiça (ou seja, 
estadual). O candidato prejudicado impetrou mandado de segurança questionando este ato. 
 
Quem é competente para julgar MS impetrado contra o CNJ? 
STF (art. 102, I, r, da CF). 
 
O STF concedeu a segurança e determinou a suspensão da decisão do CNJ. 
 
A União, que não figurava no processo, apresentou uma petição requerendo seu ingresso 
no feito e a intimação pessoal do Advogado-Geral da União sobre o acórdão que concedeu 
a segurança, com a abertura de prazo para a eventual interposição de recurso. 
 
A União poderá intervir neste MS impetrado contra ato do CNJ? 
SIM. O Plenário do STF decidiu que a União pode intervir em mandado de segurança no qual 
o ato apontado como coator seja do Conselho Nacional de Justiça - CNJ. 
O CNJ possui natureza de “órgão”. Logo, é destituído de personalidade jurídica, integrando 
a estrutura institucional da União. 
O pedido de ingresso no feito formulado pela União encontra amparo na Lei do Mandado 
de Segurança (Lei n. 12.016/2009): 
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
(...) 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse 
no feito; 
 
O Min. Celso de Mello sublinhouque a expressão “pessoa jurídica interessada” prevista 
neste inciso II designaria a pessoa em cujo nome aquele ato fora praticado. Acrescentou 
que a União responderia por órgãos federais perante a jurisdição. 
 
Desse modo, sendo o ato atacado do CNJ, deveria ser defendido pela Advocacia-Geral da 
União, órgão de representação judicial da União (pessoa jurídica interessada). 
 
Atente para o fato de que o concurso público que havia sido anulado era ESTADUAL. 
Mesmo assim, a União tinha interesse de intervir no processo porque o ato questionado 
pelo writ foi a decisão do CNJ (órgão da União). 
Processo Plenário. MS 25962 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 11.4.2013. 
 
 
 
 
 
 
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INFORMATIVO esquematizado 
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DIREITO PENAL MILITAR 
 
Incitamento à desobediência (art. 155 do CPM) / Crítica indevida às Forças Armadas (art. 166 do CPM) 
 
O militar que distribui panfletos com críticas ao salário e à excessiva jornada de trabalho não 
comete o crime de incitamento à desobediência (CPM, art. 155) e, tampouco, o de publicação 
ou crítica indevida às Forças Armadas (CPM, art.166). 
Comentários O militar que distribui panfletos com críticas ao salário e à excessiva jornada de trabalho 
não comete o crime de incitamento à desobediência (CPM, art. 155) e, tampouco, o de 
publicação ou crítica indevida às Forças Armadas (CPM, art.166). 
 
Incitamento 
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito 
à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou 
gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no artigo. 
 
Publicação ou crítica indevida 
Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou 
criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a 
qualquer resolução do Governo: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Com base nesse entendimento, a 2ª Turma do STF concedeu habeas corpus para trancar 
ação penal instaurada contra militar que, à época da apuração dos fatos, seria Presidente 
da Associação de Praças do Exército Brasileiro no Rio Grande do Norte - APEB/RN. 
 
Ao paciente foram imputadas as condutas de: a) incitar praças à desobediência militar por 
meio de declarações divulgadas na internet, na página eletrônica da APEB/RN; e b) criticar 
publicamente o Exército Brasileiro e o Governo Federal, no tocante a determinado projeto, 
por meio do panfleto distribuído durante desfile cívico- militar. 
 
Para o STF, em nenhum momento houve incitação ao descumprimento de ordem de 
superior hierárquico, incitamento à desobediência, insubordinação ou indisciplina. Segundo 
restou apurado, o paciente apenas fez relatos de situações, abstratamente consideradas, de 
excesso de jornada de trabalho, de entraves a tratamentos de saúde fora do 
aquartelamento, de insatisfação quanto aos valores recebidos a título de soldo pelos 
soldados. 
 
Ressalvou-se que, para se desobedecer a uma ordem, essa deveria ser identificada e, no 
material acostado aos autos, não haveria individualização de comando de autoridade militar 
que se pretendesse descumprir. 
 
Pontuou-se que os panfletos teriam como destinatários os cidadãos civis que assistiam a 
desfile cívico-militar. 
 
Reconheceu-se que as Forças Armadas, nos termos do art. 142 da CF, seriam organizadas 
com base na hierarquia e na disciplina, as quais não se confundiriam com desmandos e 
arbitrariedades. 
Processo Segunda Turma. HC 106808/RN, rel. Min. Gilmar Mendes, 9.4.2013. 
Ana Leticia Stern
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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Teoria do juízo aparente 
 
Determinado juiz decreta a interceptação telefônica dos investigados e, posteriormente, chega-se à 
conclusão de que o juízo competente para a medida era o Tribunal. Esta prova colhida é ilícita? 
Não necessariamente. A prova obtida poderá ser ratificada se ficar demonstrado que a 
interceptação foi decretada pelo juízo aparentemente competente. 
 
Não é ilícita a interceptação telefônica autorizada por magistrado aparentemente competente 
ao tempo da decisão e que, posteriormente, venha a ser declarado incompetente. 
 
Trata-se da aplicação da chamada “teoria do juízo aparente”. 
Comentários Imagine a seguinte situação adaptada: 
Durante investigações da Polícia, descobriu-se a participação de vereadores do Rio de 
Janeiro na prática de crimes federais. 
A CF/88 não prevê foro por prerrogativa de função para vereadores. Contudo, algumas 
Constituições estaduais estabelecem que os vereadores devem ser julgados pelo Tribunal 
de Justiça. A Constituição do Estado do Rio de Janeiro trazia esta previsão. 
Apesar desta previsão, o juiz federal de 1ª instância entendeu que a competência para 
julgar estes crimes federais praticados pelos vereadores seria da 1ª instância, ao 
fundamento de que a Justiça Federal seria subordinada à Constituição Federal (art. 109) e 
não às constituições estaduais. 
Por tal razão, o juiz federal decretou a interceptação telefônica dos investigados e, 
posteriormente, recebeu a denúncia formulada contra eles. 
 
O processo foi depois remetido para o TRF (2ª instância) porque se entendeu que, apesar 
do foro privativo para os vereadores estar previsto apenas na Constituição estadual, este 
deveria também ser observado pela Justiça Federal. Assim, é possível que a Constituição 
estadual preveja foro privativo para vereadores na 2ª instância: 
(...) Não afronta a Constituição da República, a norma de Constituição estadual que, 
disciplinando competência originária do Tribunal de Justiça, lha atribui para processar e 
julgar vereador. 
(STF. 2ª Turma. RE 464935, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, julgado em 03/06/2008) 
 
Vale ressaltar, no entanto, que, se a Constituição Estadual prevê que o vereador seja 
julgado criminalmente pelo Tribunal de Justiça, caso ele pratique um crime federal, a 
competência para julgá-lo será do Tribunal Regional Federal (2ª instância da Justiça 
Federal). 
 
Por intermédio de um habeas corpus, a defesa de um dos réus alegou a seguinte tese: 
As interceptações telefônicas, por atingirem investigados vereadores, deveriam ter sido 
decretadas pelo TRF (e não pelo juiz federal). Logo, por terem sido deferidas por juízo 
incompetente, são provas ilícitas, devendo ser desentranhadas do processo. 
 
O STF concordou com esta tese? 
NÃO. Para a 2ª Turma do STF, a decisão que decretou a interceptação não foi nula porque o 
juiz federal era aparentemente competente à época dos fatos. 
 
O Min. Relator afirmou que, no momento em que foi deferida a interceptação, o tema 
relativo à prerrogativa de foro dos vereadores do Município do Rio de Janeiro era bastante 
Ana Leticia Stern
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Ana Leticia Stern
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controvertido. Desse modo, não seria razoável a anulação das provas determinadas pelo 
juízo federal de 1ª instância. 
Assim, o STF aplicou a “teoria do juízo aparente” para ratificar as provas colhidas, 
considerando que o magistrado era aparentemente competente para deferir a medida. 
 
O STF possui precedente antigo no mesmo sentido: 
(...) 3. Não induz à ilicitude da prova resultante da interceptação telefônica que a 
autorização provenha de Juiz Federal - aparentemente competente, à vista do objeto das 
investigações policiais em curso, ao tempo da decisão - que, posteriormente, se haja 
declarado incompetente , à vista do andamento delas. 
(HC 81260, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, julgado em 14/11/2001). 
 
Nadoutrina, quem trabalha sobre o tema é Luiz Flávio Gomes: 
“E se a autorização foi dada por um Juiz aparentemente competente e depois se verifica 
que não era. Deve-se aplicar, desde logo, a regra rebus sic stantibus. Se havia fumus boni 
iuris em relação a um determinado órgão jurisdicional, fato superveniente, que altera a 
competência, não invalida a medida cautelar. 
Por exemplo, (...) um juiz de jurisdição estadual determinou a interceptação telefônica. 
Posteriormente, descobre-se que é o caso de tráfico internacional (que é de competência 
da justiça federal). É válida a medida cautelar. Havia fumus bonis iuris para a fixação da 
competência estadual. Logo, é válida.” (CERVINI, Raúl; GOMES, Luiz Flávio. Interceptação 
telefônica. São Paulo: RT, 1997, p. 158). 
Processo Segunda Turma. HC 110496/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 9.4.2013. 
 
 
Habeas corpus 
 
Não cabe habeas corpus de decisão monocrática de Ministro do STJ que nega seguimento a 
idêntica ação constitucional lá impetrada por ser substitutivo de recurso ordinário. 
Comentários Imagine a seguinte situação: 
O advogado impetra um habeas corpus no STJ em favor de seu cliente. 
O habeas é sorteado e distribuído a um Ministro Relator. Este Ministro, de forma 
monocrática, não conhece do writ (extingue o HC sem apreciar o mérito). 
 
Qual é o recurso cabível contra este decisão monocrática do Ministro Relator? 
Agravo regimental, a ser julgado pela 5ª ou 6ª Turmas do STJ (art. 258 do RISTJ). 
 
Ao invés de interpor o agravo regimental, o advogado poderá impetrar novo habeas corpus, 
desta vez para o STF questionando esta decisão monocrática do Ministro do STJ? 
NÃO. NÃO cabe habeas corpus de decisão monocrática de Ministro do STJ que nega seguimento 
à idêntica ação constitucional lá impetrada por ser substitutivo de recurso ordinário. 
Processo Primeira Turma. HC 116114/MG, rel. Min. Dias Toffoli, 9.4.2013. 
2ª Turma 
do STF 
Este entendimento acima exposto foi também adotado pela 2ª Turma do STF, no dia 
07/05/2013, ao julgar o HC 116218/MG. Na ocasião, o Min. Teori Zavascki afirmou que a 
análise de HC contra decisão de Ministro Relator do STJ, pelo Supremo, fere o princípio da 
colegialidade, uma vez que o recurso cabível contra decisão monocrática é o agravo 
regimental, que deve ser julgado por colegiado do STJ. 
 
Obs: acredito que a 2ª Turma do STF caminha em direção a não admitir mais o HC 
substitutivo, assim como a 1ª Turma já não aceita. Trata-se, contudo, de tema ainda 
pendente de definição. 
Ana Leticia Stern
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Ana Leticia Stern
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DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
ICMS 
 
 
Serviço de fornecimento 
de água encanada 
Fornecimento de 
água envasada (embalada) 
NÃO está sujeito ao pagamento de ICMS 
(não é objeto de comercialização, mas sim 
de prestação de serviço público). 
Está sujeito ao pagamento de ICMS (há 
circulação de mercadoria). 
 
 
Comentários IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – ICMS 
 
Previsão 
O ICMS é um imposto estadual previsto no art. 155, II, da CF e na LC 87/96: 
Art. 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior; 
 
Fatos geradores 
Eduardo Sabbag afirma que, resumidamente, o ICMS pode ter os seguintes fatos geradores 
(Manual de Direito Tributário. 4ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1061): 
 Circulação de mercadorias; 
 Prestação de serviços de transporte intermunicipal; 
 Prestação de serviços de transporte interestadual; 
 Prestação de serviços de comunicação. 
 
Circulação de mercadorias 
Conceito de mercadorias 
Mercadorias são os bens móveis que estão no mundo dos negócios com finalidade 
comercial (ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. São Paulo: Método, 2012, p. 575). 
 
Incide ICMS sobre o serviço de fornecimento de água encanada? 
NÃO. Segundo o STF, mercadoria, para fins de ICMS, é o bem móvel sujeito à mercancia 
(objeto de atividade mercantil). 
As águas públicas derivadas de rios ou mananciais são qualificadas juridicamente como bem 
de uso comum do povo, conforme preveem os arts. 20, III, e 26, I, da CF. Logo, não podem 
ser equiparadas a mercadoria. 
O fato de a empresa fazer o tratamento químico da água para que esta se torne apropriada 
para o consumo não tem o condão de descaracterizar a água como bem público de uso 
comum de todos. 
 
Vale ressaltar, ainda, que as concessionárias responsáveis pelo fornecimento da água não 
detêm poderes jurídicos de disposição sobre a água, tampouco poderiam lhe dar destinação 
comercial, dada a sua natureza de bem público. Assim, não se pode falar que elas fazem a 
“circulação de mercadoria”. 
 
A água embalada para venda (garrafinha de água mineral) está sujeita ao ICMS? 
SIM, considerando que, neste caso, a água foi transformada em mercadoria. 
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Resumindo: 
Serviço de fornecimento 
de água encanada 
Fornecimento de 
água envasada (embalada) 
NÃO está sujeito ao pagamento de ICMS 
(não é objeto de comercialização, mas sim 
de prestação de serviço público). 
Está sujeito ao pagamento de ICMS (há 
circulação de mercadoria). 
 
 
Processo Plenário. RE 607056/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, 10/4/2013. 
 
 
IR e CSLL 
(obs: somente interessa a quem presta concursos federais) 
(obs2: este julgado não é importante, salvo em concursos que exijam direito tributário de forma 
muito intensa, como o de Auditor da Receita Federal. Em caso de concursos para os demais cargos, 
é extremamente improvável que seja cobrado). 
 
O STF, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação para conferir interpretação 
conforme, no sentido de que o art. 74 da MP nº 2.158-35/2001 não se aplica às empresas 
"coligadas" localizadas em países sem tributação favorecida (não "paraísos fiscais"), e que o 
referido dispositivo se aplica às empresas "controladas" localizadas em países de tributação 
favorecida ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados ("paraísos fiscais", 
assim definidos em lei). 
 
Também, por maioria, o STF declarou inconstitucional a retroatividade prevista no parágrafo 
único do art. 74 da MP 2.158-35, de 2001. O dispositivo prevê que “os lucros apurados por 
controlada ou coligada no exterior até 31 de dezembro de 2001 serão considerados 
disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das 
hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor”. Nesse ponto, os Ministros 
destacaram que a retroatividade fica afastada tanto para controladas e coligadas situadas em 
paraísos fiscais quanto para aquelas instaladas em países de tributação não favorecida. 
Comentários O § 2º do art. 43 do CTN, ao tratar sobre o imposto de renda, prevê o seguinte: 
§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as 
condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do 
imposto referido neste artigo. (Acrescentado pela Lei Complementar nº 104/2001) 
 
Desse modo, a LC 104/2001, ao acrescentar este § 2º, delegou à lei ordinária o poder de 
fixar as condições e o momento em que se ocorre a disponibilidade econômica de receitas 
ou de rendimentos oriundos do exterior para fins de incidência do imposto de renda. 
 
Foi, então, editada a Medida Provisória 2.158-35/2001, cujo art. 74 estabelece o momento 
em que são considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil os 
lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior: 
Art. 74. Para fim de determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL, nos 
termos do art. 25 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e do art. 21 desta MedidaProvisória, os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior serão considerados 
disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual 
tiverem sido apurados, na forma do regulamento. 
Parágrafo único. Os lucros apurados por controlada ou coligada no exterior até 31 de 
dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo 
Ana Leticia Stern
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se ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na 
legislação em vigor. 
 
A Confederação Nacional da Indústria – CNI ajuizou uma ADI impugnando estes dispositivos. 
A entidade questionava, sobretudo, a incidência dos dois tributos na data do balanço no 
qual tiverem sido apurados, sustentando que a incidência deveria ocorrer apenas no 
momento em que há a efetiva distribuição dos resultados. 
 
Resumindo: as normas atacadas incluem na base de cálculo do IR e da CSLL os lucros 
auferidos por controlada ou coligada no exterior, considerando os valores disponibilizados 
na data do balanço em que forem apurados. A CNI alegava, em síntese, que a incidência 
deveria ocorrer apenas no momento em que há a efetiva distribuição dos resultados. 
 
O STF, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para conferir interpretação 
conforme, no sentido de que o art. 74 da MP nº 2.158-35/2001 não se aplica às empresas 
"coligadas" localizadas em países sem tributação favorecida (não "paraísos fiscais"), e que o 
referido dispositivo se aplica às empresas "controladas" localizadas em países de tributação 
favorecida ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados ("paraísos fiscais", 
assim definidos em lei). 
 
Em suma: 
 Empresa controlada ou coligada situada em paraíso fiscal: aplica-se o art. 74 da MP; 
 Empresa controlada ou coligada não situada em paraíso fiscal: não se aplica o art. 74. 
 
Também, por maioria, o STF declarou inconstitucional a retroatividade prevista no 
parágrafo único do art. 74 da MP 2.158-35, de 2001. O dispositivo prevê que “os lucros 
apurados por controlada ou coligada no exterior até 31 de dezembro de 2001 serão 
considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta 
data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor”. Nesse 
ponto, os Ministros destacaram que a retroatividade fica afastada tanto para controladas e 
coligadas situadas em paraísos fiscais quanto para aquelas instaladas em países de 
tributação não favorecida. 
 
A definição do que sejam paraísos fiscais está, atualmente, contida nos arts. 24 e 24-A da 
Lei 9.430/96. Em sua decisão, entretanto, o STF não vinculou sua decisão a esta norma, para 
evitar que ficasse sujeita a mudanças futuras da legislação ordinária que trata do assunto. 
Assim, da decisão consta apenas que ela se aplica aos paraísos fiscais “definidos em lei”. 
Processo Plenário. ADI 2588/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 10.4.2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JULGADOS QUE NÃO FORAM COMENTADOS POR SEREM DE POUCA 
(OU DE NENHUMA) RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS PÚBLICOS 
 
Amigos do Dizer o Direito, 
Desde o início dos INFORMATIVOS Esquematizados, selecionamos para comentar apenas os julgados que 
são relevantes para fins de concurso público, ou seja, aqueles que podem ser cobrados nas provas. 
Deixamos de lado as decisões proferidas com base em peculiaridades muito específicas do caso concreto ou, 
então, que trataram sobre temas que dificilmente serão exigidos nos concursos. 
Sempre fizemos isso para facilitar o estudo dos leitores, evitando que vocês percam tempo. No entanto, 
algumas pessoas nos escrevem relatando que ficam angustiadas por estarem deixando de ler todos os 
julgados noticiados nos Informativos. Por essa razão, decidimos transcrever aqui os acórdãos que não 
foram comentados para que as pessoas que quiserem possam lê-los sem ter que imprimir o Informativo 
original, além do esquematizado. 
Vale ressaltar que continuamos achando recomendável estudar apenas os julgados que foram acima 
comentados. 
Alguns de vocês nos indagam: pode ser que, em uma prova, seja cobrado um julgado que não foi comentado? 
Sim, com certeza isso poderá ocorrer. No entanto, vale a pena ler o informativo inteiro por conta disso? 
Entendemos que não porque a probabilidade de isso acontecer é muito pequena, não compensando o 
custo/benefício desse tempo perdido. É o mesmo caso da pessoa que estuda por dois ou três livros sobre a 
mesma disciplina. Gasta-se muito tempo e o retorno, em termos de concurso, é muito pequeno. 
De qualquer modo, como o objetivo é sempre ajudar vocês, vamos transcrever aqui embaixo todos os 
julgados que não foram comentados para aqueles que quiserem ler. Os que preferirem estudar apenas os 
julgados comentados podem imprimir o Informativo até a página dos exercícios, evitando, assim, gastar 
com páginas impressas que não serão lidas. 
Bons estudos a todos e que venham as aprovações! 
 
IR e CSLL: sociedades controladas e coligadas no exterior e medida cautelar 
O Plenário referendou medida acauteladora concedida pelo Min. Marco Aurélio, relator, em ação cautelar 
na qual implementada eficácia suspensiva ativa a recurso extraordinário. Neste, alega-se a 
inconstitucionalidade da exigência do IRPJ e da CSLL sobre os lucros apurados nos exercícios de 1996 a 
2001 e de 2002 e seguintes, por sociedades controladas e coligadas no exterior, consoante os artigos 74, 
caput e parágrafo único, da Medida Provisória 2.158-35/2001 e 25 da Lei 9.249/95, regulamentados pela 
Instrução Normativa 213/2002, da Secretaria da Receita Federal. Registrou-se que o tema fora aventado na 
ADI 2588/DF e nos RE 611586/PR e RE 541090/SC, julgados nesta assentada, a indicar fumus boni iuris e 
periculum in mora, ressaltado o caráter preparatório do pleito. O Min. Luiz Fux destacou que o caso trataria 
de empresas controladas em países não considerados “paraísos fiscais”, em que existente tratado 
internacional. Tudo a corroborar a necessidade de implementação da medida. 
Plenário. AC 3141/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, 10.4.2013. 
 
Representantes de empregados: participação em conselhos e diretorias 
Por não vislumbrar ofensa ao art. 37, II, da CF, o Plenário, por maioria, indeferiu pedido formulado em 
medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade, ajuizada pelo Governador do Estado de Santa 
Catarina, contra o inciso II do art. 14 da Constituição estadual. O preceito questionado estabelece, como 
instrumento de gestão democrática, a participação no conselho de administração e na diretoria de 
empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias, de um representante dos 
empregados, por eles indicados mediante processo eletivo, regulamentado pela Lei estadual 1.178/94, 
também impugnada — v. Informativos 476 e 591. Destacou-se não se tratar de cargo de provimento 
comissionado, como na administração pública. Entreviu-se não haver inconstitucionalidade na 
 
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circunstância de o constituinte estadual ter previsto a possibilidade de acionista majoritário fixar que pelo 
menos um dos cargos fosse exercido por empregado, por integrante dos quadros efetivos da própria 
entidade. Pontuou-se que a matéria inserida na Constituição catarinense estaria em conformidade com a 
autonomia normativa dos estados-membros para dispor sobre a organização das entidades estaduais, o 
que tampouco contrariaria a competência do Governador. Assinalou-se que o instrumento de gestão 
democrática prevista no inciso II do art. 14 da mencionada Constituição estadual obedeceria à Constituição 
Federal e não haveria comprometimento ou transgressão à competência nacional do legislador. Deliberou-
se que, por se tratar de medida cautelar e, em razão do longoperíodo de vigência, tanto da regra da 
Constituição estadual, como do próprio diploma legislativo local, não seria conveniente conceder-se o 
pedido acautelatório. Obtemperou-se que, neste caso, a suspensão de eficácia poderia trazer mais 
prejuízos e problemas do que o acolhimento da postulação cautelar. 
 
Vencidos os Ministros Carlos Velloso, relator, e Sepúlveda Pertence, que davam interpretação conforme a 
Constituição no sentido de que a norma adversada não teria aplicação aos empregados de empresas 
públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, condicionada a sua eficácia, nos 
termos explicitados em assentada anterior. Vencido, ainda, o Min. Marco Aurélio, que a deferia em maior 
extensão. Frisava que o preceito contido no art. 10 da CF (“É assegurada a participação dos trabalhadores e 
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários 
sejam objeto de discussão e deliberação”) teria alcance próprio, que não incluía a disciplina da diretoria de 
pessoas jurídicas e de sociedade de economia mista, mas de outros órgãos públicos, nos quais fossem 
discutidos interesses profissionais ou previdenciários de trabalhadores e empregadores. 
Plenário. ADI 1229 MC/SC, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 11.4.2013. 
 
IR e CSLL: disponibilidade de lucros de controlada ou coligada no exterior para controladora ou coligada no Brasil 
O Plenário concluiu julgamento de recursos extraordinários em que discutida a constitucionalidade do art. 74 e 
parágrafo único da Medida Provisória 2.158-35/2001, que estabelece que os lucros auferidos por controlada ou 
coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora no Brasil na data do balanço no 
qual tiverem sido apurados, na forma do regulamento, bem como que os lucros apurados por controlada ou 
coligada no exterior até 31.12.2001 serão considerados disponibilizados em 31.12.2002, salvo se ocorrida, antes 
desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor. A repercussão geral da 
questão constitucional fora reconhecida no RE 611586/PR (DJe de 2.5.2012). No entanto, em virtude da 
identidade de temas, o RE 541090/SC fora apregoado em conjunto — v. Informativo 700. 
 
No tocante ao RE 611586/PR, por maioria, negou-se provimento ao recurso, consoante o que decidido na 
ADI 2588/DF. Consignou-se que a empresa recorrente seria controlada e situada em “paraíso fiscal”, de 
modo que a legislação impugnada seria aplicável ao caso. Vencido o Min. Marco Aurélio, que provia o 
recurso, na linha do voto proferido na ADI 2588/DF. Por outro lado, no que se refere ao RE 541090/SC, 
interposto pela União, por votação majoritária, proveu-se parcialmente o recurso, para considerar ilegítima 
a tributação retroativa, haja vista a inaplicabilidade do parágrafo único do art. 74 da Medida Provisória 
2.158-35/2001, à luz do que decidido na ADI 2588/DF. Registrou-se cuidar de empresas controladas fora de 
“paraíso fiscal”. O Min. Teori Zavascki reajustou o voto anteriormente proferido, no tocante à 
retroatividade tributária. Vencidos os Ministros Joaquim Barbosa, relator e Presidente, Ricardo 
Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello, que desproviam o recurso. Por fim, deliberou-se, por 
maioria, que os autos retornassem à origem para que houvesse pronunciamento acerca de eventual 
vedação de bitributação baseada em tratados internacionais. Considerou-se que a temática, embora 
suscitada, não teria sido debatida na origem, que decidira apenas quanto à inconstitucionalidade de lei, 
questão prejudicial em relação aos tratados. Vencido o Min. Dias Toffoli, que, ao enfrentar a matéria, 
considerava não existir bitributação na hipótese. O Min. Marco Aurélio, tendo em vista haver desprovido o 
recurso, não se manifestou a respeito. 
RE 611586/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa. 
RE 541090/SC, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 10.4.2013.

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