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Livro Educador social

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
InstrumentalIdade e 
Processo de trabalho 
do educador socIal
Prof. Guilherme Augusto Hilário Lopes
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Guilherme Augusto Hilário Lopes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
L864i
Lopes, Guilherme Augusto Hilário
Instrumentalidade e processo de trabalho do educador social. / 
Guilherme Augusto Hilário Lopes. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
199 p.; il. 
ISBN 978-65-5663-074-8
1. Educador social. – Brasil. 2. Educação. – Brasil. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 370
aPresentação
Prezado acadêmico! Estamos iniciando mais uma etapa da sua 
jornada de estudos. Seja bem-vindo ao Livro Didático da disciplina 
Instrumentalidade e processo de trabalho do educador social. Neste livro, 
nós iremos abordar conceitos fundamentais para a atuação do educador 
social, bem como apresentar as possibilidades e desafios da profissão. 
O livro encontra-se dividido em três unidades, cada uma dividida 
em três tópicos e tem por objetivo aprofundar os aspectos do trabalho do 
educador social.
Na primeira unidade, buscamos apresentar o papel da educação e 
suas transformações ao longo do tempo. Ainda, descrevemos as semelhanças 
e diferenças entre o educar, ensinar e o cuidar. Não obstante, esta unidade 
avança sobre as competências sociais e pedagógicas necessárias no trabalho 
do educador social. Por fim, aborda as sociabilidades e as teorias da 
socialização, analisando a relação entre o indivíduo e a sociedade.
A mediação social como elemento de transformação é o tema 
central da segunda unidade. Aqui, nós iremos observar fenômenos que se 
manifestam no cotidiano do educador social, tais como: violência e violação 
de direitos; a importância da vida social e coletiva e do fortalecimento de 
vínculos socioafetivos; e os direitos humanos como direitos fundamentais.
A terceira unidade condensa o conteúdo apresentado na primeira e 
segunda unidade, além de avançar sobre os aspectos diretamente relacionados 
à formação e atuação do educador social. Ou seja, busca compreender os 
limites e desafios da formação e da atuação do educador social no cenário 
nacional.
Caro acadêmico! Esperamos que o conteúdo apresentado ao longo 
da disciplina contribua de forma positiva para a sua formação. Ao longo 
do livro didático sugerimos uma variedade de filmes, livros e artigos que 
dialogam com universo da educação e do educador social, procurando 
oferecer uma visão mais ampla da realidade social. 
É importante salientar que o livro é um convite e uma provocação para 
o aprofundamento do conhecimento no campo da educação social. Neste 
sentido, ele aborda questões básicas que podem e devem ser aprofundadas 
ao longo de sua formação e de sua trajetória profissional.
Bons estudos e sucesso!
Prof. Me. Guilherme Augusto Hilário Lopes
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumárIo
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL............................. 1
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL? ............................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONCEITO DE EDUCAR .................................................................................................................. 4
3 A FUNÇÃO DE EDUCAR .................................................................................................................. 6
4 AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE O ENSINAR, O CUIDAR E O EDUCAR ....... 14
5 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SOCIAL ........................................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — A FUNÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ...... 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 O EDUCADOR SOCIAL ENQUANTO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO ....................... 26
3 AS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO EDUCADOR SOCIAL...................................... 31
4 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL ............................................................... 35
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 —REDES DE SOCIABILIDADE ................................................................................... 45 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45
2 FORMAS DE SOCIALIZAÇÃO ..................................................................................................... 52
2.1 A RELAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E FAMÍLIA ...................................................................... 57
2.2 A RELAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE ................................................................ 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 61
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 63
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 64
UNIDADE 2 — A MEDIAÇÃO SOCIAL COMO FERRAMENTADE TRANSFORMAÇÃO ..... 65
TÓPICO 1 — TRABALHANDO COM VIOLÊNCIAS, RISCO E VULNERABILIDADE 
SOCIAL ......................................................................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67
2 AS DIVERSAS FORMAS DE VIOLÊNCIA ................................................................................. 69
3 CONCEITO DE RISCO E VULNERABILIDADE SOCIAL ...................................................... 76
4 O RESGATE DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RISCO E VULNERABILIDADE SOCIAL ..... 79
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 81
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 82
TÓPICO 2 — VIDA SOCIAL E CONVIVÊNCIA .......................................................................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 83
2 RECUPERAÇÃO DE VÍNCULOS FAMILIARES E SOCIAIS .................................................. 86
3 O INDIVÍDUO E O FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS AFETIVOS ................................ 94
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 101
TÓPICO 3 — DIREITOS HUMANOS E O SER HUMANO ENQUANTO SER SOCIAL ..... 103
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 103
2 O QUE SÃO E PARA QUEM SERVE OS DIREITOS HUMANOS ....................................... 105
3 O DESVIO COMO CONDIÇÃO HUMANA ............................................................................. 110
4 AS CONSEQUÊNCIAS DA COLETIVIDADE .......................................................................... 114
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 118
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 121
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122
UNIDADE 3 — O EDUCADOR SOCIAL ENQUANTO PROFISSIONAL ............................ 125
TÓPICO 1 — O TRABALHO DO EDUCADOR SOCIAL .......................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127
2 DA PRÁTICA À TEORIA: A IMPORTÂNCIA DA REFLEXÃO ACERCA DO 
TRABALHO DE EDUCADOR SOCIAL ..................................................................................... 132
3 DESAFIOS, LIMITES E POSSIBILIDADES DA EDUCAÇÃO SOCIAL ............................. 140
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 146
TÓPICO 2 — A RELAÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL COM A COMUNIDADE ...................147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 A INSERÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL NA COMUNIDADE ........................................... 148
3 O PAPEL DAS ONGS, ASSOCIAÇÕES DE MORADORES E MOVIMENTOS 
SOCIAIS COMO CANAIS DE EDUCAÇÃO SOCIAL ........................................................... 155
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 167
TÓPICO 3 — OS PROCESSOS DE ORIENTAÇÃO PARA A CONVIVÊNCIA 
FAMILIAR E SOCIAL .............................................................................................. 169 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 169
2 O EDUCADOR SOCIAL ENQUANTO ORIENTADOR DE CONVIVÊNCIA................... 170
3 ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA .................................................................................................... 173
4 A CONVIVÊNCIA SOCIAL E FAMILIAR ENQUANTO DIREITO DE TODOS .............. 179
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 184
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 189
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE 
EDUCAÇÃO SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 identificar	as	diferenças	entre	ensinar,	cuidar	e	educar;
•	 analisar	a	importância	da	educação	ao	longo	do	tempo;
•	 compreender	a	função	do	educador	social;
•	 demonstrar	quais	são	suas	áreas	de	atuação;
•	 refletir	acerca	da	importância	da	socialização	e	da	vida	em	sociedade;
•	 distinguir	socialização	primária	e	secundária.
Esta	unidade	está	dividida	em	 três	 tópicos.	No	decorrer	da	unidade	você	
encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	 AFINAL,	O	QUE	É	EDUCAÇÃO	SOCIAL?
TÓPICO	2	–	 A	FUNÇÃO	DO	EDUCADOR	SOCIAL	E	SUAS	ÁREAS	DE	
ATUAÇÃO
TÓPICO	3	–	 REDES	DE	SOCIABILIDADE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
1 INTRODUÇÃO
A	educação	 é	uma	atividade	desenvolvida	pela	 espécie	humana	desde	
tempos	longínquos.	No	decorrer	da	história	podemos	nos	deparar	com	inúmeras	
práticas	e	formas	de	educação.	É	quase	impossível	pensar	o	desenvolvimento	dos	
homens	e	mulheres	em	sociedade,	sem	pensar	nos	mecanismos	e	no	modo	como	
gerações	diferentes	construíram	e	compartilharam	conhecimento.
Ora,	 se	 quisermos	 conhecer	 um	 pouco	 mais	 sobre	 o	 mundo	 no	 qual	
estamos	inseridos	e	qual	o	nosso	papel	em	sociedade	precisamos	refletir	sobre	os	
papéis	sociais.	Nossa	profissão	é	um	bom	exemplo	de	papel	social,	isso	porque,	
enquanto	profissionais,	desempenhamos	funções	específicas	que	são	esperadas	
de	cada	profissional.
Você,	 acadêmico,	 deve	 se	 perguntar:	 afinal,	 o	 que	 é	 Educação	 Social?	
Para	 tentar	 responder	 ao	 questionamento	 iremos	 fazer	uma	 incursão	histórica	
com	o	intuito	de	compreender	um	pouco	mais	sobre	a	origem	e	a	importância	da	
educação	social.
Além	desta	introdução,	este	tópico	está	dividido	em	mais	quatro	partes.	
Na	 primeira	 parte	 buscamos	 as	 definições	 em	 torno	 do	 conceito	 de	 educar.	
Posteriormente,	na	segunda	parte,	avançamos	para	as	 funções	da	educação	ao	
longo	do	tempo	e	em	diferentes	sociedades.	Na	terceira,	a	discussão	ocorre	sobre	
a	relação	entre	ensinar,	cuidar	e	educar.	E	por	fim,	abordamos	a	importância	do	
educador	social	para	transformação	social.
Convidamos	você,	caro	acadêmico,	para	iniciarmos	esta	jornada	em	busca	
do	conhecimento	acerca	da	educação	social,vamos	lá?
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
4
2 CONCEITO DE EDUCAR
Pensar	 a	 história	 da	 educação	 é	 pensar	 a	 própria	 história	 dos	 homens	
ao	 longo	do	 tempo.	A	educação	 enquanto	 exercício	 e	prática	 social	 remonta	 à	
antiguidade.	O	ser	humano	(homo sapiens)	é	o	único	animal	que	produz	cultura	
de	modo	 racional.	 Uma	 das	 formas	 de	 transmissão	 de	 cultura	 é	 por	meio	 da	
educação.
Existem	diversas	concepções	acerca	da	palavra	educar,	mas	via	de	regra	
ela	 representa	o	processo	pelo	qual	 os	 indivíduos	 aprendem	normas,	 regras	 e	
valores.	 Esses	 conhecimentos	 habilitam	 os	 sujeitos	 para	 efetivo	 convívio	 em	
sociedade,	uma	vez	que	este	acaba	incorporando	as	regras	sociais	estabelecidas	
pelo	grupo.
A	origem	etimológica	da	palavra	educar	vem	do	latim “educere”,	que	de	
modo	 literal	 significa	direcionar	para	 fora.	Ou	seja,	 trazer	à	 tona	a	capacidade	
o	 indivíduo	 conhecer	 o	mundo	 no	 qual	 se	 encontra	 inserido.	 De	 acordo	 com	
Brandão	(2007),	as	concepções	em	torno	do	conceito	educar	variam	com	o	passar	
do	tempo	e	de	sociedade	para	sociedade.
Isso	 acontece	 porque	 cada	 sociedade	 busca	 formar	 tipos	 distintos	 de	
sujeitos.	O	meio	pelo	qual	ocorre	a	formação	destes	sujeitos,	está	subordinada	a	
processos	de	educação.	Isso	implica	reconhecer	que	cada	tipo	de	sociedade	busca	
formar	ou	moldar	um	determinado	tipo	de	cidadão.
De	 acordo	 com	 Luzuriaga	 (1983),	 a	 educação	 pode	 ser	 vista	 como	 a	
influência	dos	mais	 velhos	 sobre	 os	mais	 jovens.	 Essa	 influência	 geralmente	 é	
intencional	e	sistemática	e	pode	ser	compreendida	nas	práticas	coletivas,	ou	seja,	
de	modo	genérico.	Portanto,	é	a	forma	como	uma	geração	transmite	seus	valores	
e	 conserva	 uma	 existência	 coletiva.	 Neste	 sentido,	 podemos	 compreender	 os	
aspectos	sociais	da	educação	na	manutenção	e	transformação	dos	valores,	normas	
e	outras	instituições	sociais.
A	 educação	 também	 pode	 ser	 compreendida	 como	 o	 meio	 pelo	 qual	
preservamos	 traços	 da	 cultura.	 Dessa	 forma,	 pode	 ser	 lida	 como	 componente	
indispensável	da	cultura,	tal	como	a	arte,	ciência	ou	mesmo	a	literatura.
Sem	educação	não	seria	possível	aquisição	é	transmissão	da	cultura,	
pois	 pela	 educação	 é	 que	 a	 cultura	 sobrevive	 no	 espírito	 humano.	
Cultura	sem	educação	seria	cultura	morta.	E	esta	é	também	uma	das	
funções	essenciais	da	educação:	fazer	sobreviver	a	cultura	através	dos	
séculos	(LUZURIAGA,	1983,	p.	2).
Como	 podemos	 perceber	 a	 educação	 exerce	 uma	 função	 ímpar	 no	
desenvolvimento	das	sociedades	humanas.	Por	um	lado,	por	nos	humanizar	e	
proporcionar	o	convívio	social,	troca	de	conhecimento	e	vivências.	Por	outro,	é	o	
caminho	que	o	ser	humano	trilha	ao	longo	da	história	e	para	registrar	a	cultura	é	
que	permite	o	resgate	sobre	as	sociedades	do	passado.
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
5
Podemos considerar a educação como o processo de desenvolvimento 
consciente do ser humano visando atingir toda sua potencialidade e capacidade em 
diversos aspectos (SCHMITZ, 1984).
IMPORTANT
E
Como	vimos,	a	educação	é	meio	pelo	qual	os	seres	humanos	compartilham	
conhecimentos	e	aprendem	coisas	importantes	para	a	vida	em	sociedade.	Uma	das	
áreas	da	ciência	que	contribui	significativamente	na	compreensão	dos	processos	
educativos	é	a	pedagogia.
	A	pedagogia	pode	ser	compreendida	como	a	ciência	da	educação,	pois	
busca	refletir	sobre	a	prática	e	a	ação	educativa.	Deste	modo,	constitui	uma	ciência	
própria	e	estabelece	relações	com	outras	ciências,	com	o	objetivo	de	compreender	
de	maneira	mais	ampla	seu	objeto	de	estudo.	Outros	campos	disciplinares	tais	
como:	Psicologia,	Filosofia,	Sociologia	também	têm	a	educação	como	campo	de	
investigação	(LUZURIAGA,	1893).
Prezado acadêmico! É importante pontuar que a educação é objeto de 
investigação adotado por inúmeras áreas do conhecimento. Essa multiplicidade de 
investigações, contribuem para uma melhor compreensão da educação. Deste modo, as 
disciplinas que auxiliam no entendimento da educação não se sobrepõem e nem anulam 
uma a outra, mas de modo contrário, ampliam o entendimento sobre os fenômenos da 
educação.
ATENCAO
A	pedagogia	tem	sua	origem	etimológica	na	aglutinação	de	duas	palavras	
da	 língua	grega.	Como	nos	mostra	Aranha	 (2006,	p.	65),	“A	palavra	paidagogos 
significa	literalmente	‘aquele	que	conduz	a	criança’	(pais, paidós,	‘criança’;	agogós,	
‘que	 conduz’)”.	 Na	 educação	 dos	 gregos	 quem	 desempenhava	 a	 função	 de	
pedagogo	geralmente	era	um	escravo.
A	principal	tarefa	do	pedagogo	na	Grécia	antiga	era	instruir	os	mais	jovens	
e	acompanhá-los	em	seus	afazeres.	Com	o	passar	dos	tempos,	outras	concepções	
foram	incorporadas	à	palavra	pedagogia.	Nesse	sentido,	a	pedagogia	compreende	
o	 conjunto	de	 teorias	 científicas	 sobre	 o	universo	da	 educação	 (LUZURIAGA,	
1983;	ARANHA,	2006).
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
6
Dentre	 os	 campos	 teóricos	 que	 convergem	 com	 a	 Pedagogia	 está	 a	
Didática.	De	acordo	com	Saviani	(2007,	p.	2),	João	Amos	Comênio	considerado	
pai	da	didática	buscou	“[...]	construir	um	sistema	pedagógico	articulado	em	que	
a	consideração	dos	fins	da	educação	constituía	a	base	para	a	definição	dos	meios,	
compendiados	na	didática	como	a	arte	de	ensinar	tudo	a	todos”.
Como	 podemos	 evidenciar,	 ao	 passo	 em	 que	 as	 investigações	 sobre	
o	processo	 educativo	 se	 ampliam,	novos	 campos	de	 investigação	 surgem.	Um	
exemplo	disso	é	a	didática	que	de	modo	simplificado	poderíamos	dizer	que	é	a	
área	que	se	preocupa	com	o	processo	de	ensino	e	quais	métodos	e	ferramentas	
devemos	utilizar	quando	ensinamos	algo.
Caro	 acadêmico!	 É	 preciso	 salientar	 que	 a	 educação	 pode	 ocorrer	 em	
contextos	e	 lugares	diferentes.	A	educação formal,	geralmente,	é	 realizada	em	
instituições	de	ensino.	Temos	como	exemplo	deste	tipo	de	educação	as	escolas.	E	
a	educação informal,	ela	recebe	esse	nome	porque	é	ocorre	para	além	do	próprio	
ambiente	escolar.	
3 A FUNÇÃO DE EDUCAR
Já	mencionamos	que	a	educação	é	uma	instituição	tão	antiga	que	remonta	
os	 períodos	 dos	 primeiros	 agrupamentos	 humanos	 ainda	 nas	 sociedades	
primitivas.	Deste	modo,	a	educação	pode	ser	vista	como	uma	instituição	social.	
Instituição	social	é	um	conjunto	de	ideias,	cultura	ou	práticas	que	perduram	ao	
longo	do	tempo	(JOHNSON,	1997).	
Todas	as	sociedades,	sem	distinção,	contam	com	instituições	sociais	em	
sua	estrutura.	Essas	 instituições	 têm	como	propósito	a	manutenção	da	própria	
sociedade	como	descreve	Reinaldo	Dias	(2010,	p.	238):	“Instituição	social:	é	um	
sistema	 complexo	 e	organizado	de	 relações	 sociais	 relativamente	permanentes	
que	 incorpora	valores	e	procedimentos	comuns	e	atende	a	certas	necessidades	
básicas	da	sociedade”.
As	 próprias	 instituições	 sociais	 modificam-se	 com	 o	 passar	 do	 tempo.	
Para	compreendermos	as	mudanças	e	permanências	existentes	dentro	da	área	da	
educação	observemos	o	Quadro	1.
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
7
QUADRO 1 – FASES DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FONTE: Adaptado de Luzuriaga (1983)
Fase histórica Características
Educação	
Primitiva
Comum	na	pré-história.	Considerado	uma	forma	de	educação	natural,	pois	
nela	a	influência	era	espontânea,	direta	predomina	sobre	o	intencional.	Nesta	
época,	ainda	não	existiam	povos	ou	estados	apenas	pequenos	agrupamentos	
humanos.	Por	esse	motivo	não	se	pode	estabelecer	uma	cronologia	específica	
sobre	esse	período.
Educação	
Oriental
Já	 havia	 civilizações	 desenvolvidas	 sociedades	 com	 caráter	 autocrático,	
erudito	 e	 religioso.	 Os	 povos	 que	 compõe	 esse	 tipo	 de	 educação	 são	 as	
civilizações	 do	Crescente	 Fértil	 e	 povos	 do	 continente	 asiático.	 Essa	 forma	
de	educação	foi	comum	durante	cerca	de	2	milênios	que	corresponde	a	3	mil	
anos	a.C.	a	1	mil	a.C.	
Educação	
Clássica	
Tem	início	com	as	civilizações	ocidentais,	tem	como	caráter	uma									educação	
humanista	 e	 cívica.	Compreende	Grécia	 e	Roma	que	apesar	das	diferençasguardam	 muitas	 semelhanças.	 Desenvolve-se	 aproximadamente	 entre	 o	
século	X	a.C.	e	o	século	V	da	era	cristã,	ou	seja	num	período	de	1.500	anos.
Educação	
Medieval
Esta	fase	inicia	no	século	V	e	se	estende	até	o	século	XV.	A	educação	medieval	
pode	ser	compreendida	como	uma	educação	baseada	no	cristianismo	e	atinge	
todos	os	povos	da	Europa.
Educação	
Humanista
Forma	 de	 educação	 característica	 do	 período	 do	 Renascimento,	 tem	 suas	
origens	 ainda	 no	 período	 anterior.	 Esta	 fase	 busca	 um	 retorno	 à	 cultura	
clássica,	porém,	com	a	emergência	de	novos	elementos	baseados	na	natureza,	
na	arte	e	na	ciência.
Educação	Cristã	
Reformada
Como	 resposta	 a	 educação	 humanista,	 a	 educação	 cristã	 reformada	 surge	
durante	 o	 século	 XVI,	 por	 meio	 das	 reformas	 religiosas.	 De	 um	 lado	
impulsionada	pelo	 surgimento	das	 confissões	protestantes	 e	 no	 outro	 lado	
pelas	 reformas	 na	 própria	 igreja	 católica.	 a	 história	 se	 refere	 esse	 episódio	
como	 Reforma	 e	 Contrarreforma	 essas	 formas	 de	 educação	 vão	 atingir	 a	
Europa	e	depois	continente	americano.
Educação	
Realista
Tem	início	com	os	métodos	da	educação	moderna,	baseia-se	na	filosofia	e	nas	
ciências	novas	tem	como	principais	representantes	estudiosos	como	Galileu	
Galilei,	Nicolau	Copérnico,	 Isaac	Newton,	 René	Descartes.	 Essa	 fase	 inicia	
se	no	século	XVII,	e	avança	para	os	dias	atuais.	Grandes	nomes	da	área	da	
didática	marcam	esse	período	como	Wolfgang	Ratke	e	João	Amós	Comênio.
Educação	
Racionalista	e	
Naturalista
Educação	própria	do	século	XVIII,	no	qual	emerge	a	chamada	“ilustração”,	
movimento	cultural	iniciado	na	Renascença.	Este	é	o	século	é	retratado	por	
figuras	 proeminentes	 como	Marquês	 de	 Condorcet	 (filósofo	 e	 matemático	
francês)	Jean-Jacques	Rousseau	(filosofo	iluminista).	As	ideias	desse	período	
influenciaram	 a	 uma	 vertente	 da	 pedagogia	 intitulada	 “idealista”.	 Sendo	
Johann	Heinrich	Pestalozzi	um	o	principal	representantes	dessa	nova	forma	
de	educação.
Educação	
Nacional
Iniciada	ainda	antes	da	revolução	francesa,	essa	forma	de	educação	vai	atingir	
seu	potencial	máximo	no	 século	XIX.	Neste	 formato	de	educação	o	Estado	
Possui	uma	postura	intervencionista,	busca	formar	uma	consciência	nacional	
bem	como	cidadãos	patrióticos.	Muitas	nações	passam	adotar	esse	modelo	em	
que	a	uma	universalização	da	escola	primária	gratuita	é	obrigatória.
Educação	
Democrática
Uma	das	principais	características	que	podemos	atribuir	a	educação	no	século	
XX,	 é	 a	 busca	 pela	 educação	 democrática.	 A	 finalidade	 desse	 formato	 de	
educação	é	a	liberdade	e	o	acesso	de	várias	pessoas	a	educação,	por	pressupor	
que	educação	é	um	direito	inalienável	e	fundamental	para	dignidade	humana.	
Esse	formato	de	educação	busca	garantir	o	acesso	e	a	permanência	ao	maior	
número	de	pessoas	quanto	possível.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
8
Existem	 muitas	 nuances	 e	 ramificações	 dentro	 de	 cada	 fase	 histórica	
da	 educação.	 Neste	 sentido,	 o	 Quadro	 1	 traz	 à	 luz	 informações	 gerais	 sobre	
as	 transformações	 ocorridas	 na	 educação	 desde	 o	 período	 pré-histórico	 à	
contemporaneidade.
Todas	 as	 variações	 e	 mudanças	 com	 relação	 à	 educação	 ao	 longo	 do	
tempo	tem	relação	com	o	período	no	qual	essa	prática	se	encontra	circunscrita.	
A	 educação,	 enquanto	prática	 e	 como	uma	 instituição	 social,	 tem	finalidade	 e	
propósito.	Afinal	de	contas,	não	se	educa	ao	acaso.	A	educação	é	um	dos	meios	pelo	
qual	o	ser	humano	passa	a	incorporar	os	valores	e	normas	de	uma	determinada	
sociedade.
No terceiro tópico desta unidade será abordado o tema da socialização de 
maneira mais detalhada e como a socialização é importante na formação e manutenção 
da vida em sociedade.
ESTUDOS FU
TUROS
Acadêmico!	Sugerimos	a	leitura	referente	às	transformações	na	educação	
nos	dois	últimos	séculos.
A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS
João Cardoso Palma Filho
 O século XIX vê surgir das entranhas do iluminismo do século XVIII duas concepções 
antagônicas de organização social e de educação. De um lado, está o positivismo que 
busca consolidar o modelo burguês de educação e, de outro, o movimento popular e 
socialista. O primeiro tem em Augusto Comte (1798-1857) o seu expoente máximo que 
viria a influenciar o reformador educacional brasileiro Caetano de Campos no final do 
século XIX. O segundo tem como expoente Karl Marx (1818-1883). Ambos representam 
correntes de pensamento que, ao lado do ideário católico e do liberalismo, influenciarão o 
pensamento pedagógico brasileiro do século XX.
 Assim é que entre os autores do Manifesto dos Pioneiros pela Educação Nova, 
assinado em 1932 por 26 educadores brasileiros, vamos encontrar próceres educacionais 
que sofreram influência dessas correntes de pensamento.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
9
 Do lado positivista destaca-se a figura do sociólogo francês E. Durkheim (1858-
1917) que tem em Fernando de Azevedo um seguidor no Brasil. Para o sociólogo francês: 
“A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se 
encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na 
criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade 
política no seu conjunto e pelo meio especial que a criança, particularmente, se destine”. 
Já para o filósofo britânico Alfred North Whitehead (1861-1947), a educação deve ser útil: 
“A educação é a aquisição da arte de utilizar os conhecimentos. É uma arte muito difícil de 
se transmitir”. De outra parte, a concepção socialista de educação se opõe à concepção 
burguesa. Como assinala Gadotti (1996, p.119), “ela propõe uma educação igual para todos”. 
 Algumas das ideias do movimento socialista que acabaram incorporadas no 
discurso liberal do manifesto dos pioneiros, como o princípio da educação laica e da 
coeducação, já eram defendidas por Thomas Morus (1478-1535) no seu livro Utopia. O 
movimento socialista no campo da pedagogia contempla uma grande heterogeneidade 
de ideias pedagógicas, muitas das quais acabaram sendo incorporadas em muitos projetos 
educacionais de cunho liberal, história da Educação passando a integrar princípios 
educacionais e a orientar práticas pedagógicas em muitos países de economia de mercado.
 Mas, sem dúvida, o grande movimento educacional do século XX relaciona-se 
com o pensamento pedagógico da Escola Nova. Vários pedagogos engajaram-se neste 
movimento de renovação educacional, dentre outros se destacaram: Ferrière, educador, 
escritor e conferencista suíço; John Dewey, filósofo liberal estadunidense, que mais 
influência exerceu no movimento da Escola Nova brasileiro, influência que se deu na 
pessoa do educador pátrio Anísio Teixeira.
 Para Dewey, educação era ação (learning by doing). Desse modo, o aspecto 
instrucional da educação ficava relegado a um segundo plano. Dewey imaginava o 
processo educacional como algo contínuo, no qual, permanentemente, reconstruía-se a 
experiência concreta, ativa e produtiva de cada ser humano. Para ele, a escola não deveria 
preparar para a vida, pois a escola deveria ser a própria vida. Na sua obra “Como pensamos” 
(1979), apresenta os cinco estágios do ato de pensar que sempre ocorre diante de um 
problema. Os estágios são: 
a) necessidade sentida; 
b) análise da dificuldade; 
c) as alternativas de solução do problema; 
d) a experimentação de várias soluções, até que o teste mental aprove uma delas; e 
e) ação como prova final para a solução proposta que deve ser verificada de modo científico.
 Pode-se concluir que, para Dewey, a educação, antes de qualquer coisa, é processo 
e não produto, ou seja, o importante é ensinar a pensar. Trata-se do famoso princípio do 
“aprender a aprender” que, esquecido durante algumas décadas, retorna valorizado neste 
início de milênio. 
 Além desses dois pensadores da educação, outros nomes se destacaram 
no movimento. Entre eles, Ovide Decroly queformulou a metodologia dos centros de 
interesse; Maria Montessori, grande nome da pedagogia do pré-escolar, que revolucionou 
com seu método de trabalho o ambiente de aprendizagem; Édouard Claparède, para quem 
atividade educativa era aquela que correspondia a uma necessidade humana, daí chamá-
la de educação funcional; Jean Piaget que concentrou a sua atenção de pesquisador no 
estudo da natureza do desenvolvimento da inteligência na criança e forneceu as bases para 
a construção da pedagogia construtivista, ao lado de Vygotsky e Wallon.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
10
 Os estudos de Piaget influenciaram outros pesquisadores, com destaque para 
Emília Ferreiro, psicóloga Argentina que, a partir de seus estudos sobre os processos de 
alfabetização da criança, tem influenciado os educadores brasileiros com estudos voltados 
para esta área, bem como para a prática em sala de aula no ensino fundamental. 
 O educador brasileiro Paulo Freire, cujo pensamento educacional, hoje, é 
mundialmente reconhecido também sofreu influência do ideário pedagógico escolanovista, 
embora discordasse do conservadorismo político que alguns membros desse movimento 
apresentavam.
 Concluindo esse rápido panorama, consideramos necessário tecer alguns 
comentários sobre a educação no terceiro milênio. As transformações a que estamos 
assistindo, nos dias atuais, com o avanço das tecnologias de comunicação e de informação, 
estão levando-nos a repensar as práticas pedagógicas que, enquanto práticas sociais, 
não ficam imunes a esse conjunto de transformações. Os efeitos da terceira revolução 
industrial (a da informática e da microeletrônica e da engenharia genética) são até mais 
profundos do que o impacto que as duas primeiras causaram. Com as duas primeiras, 
vimos emergir a preocupação com a educação das massas populares que desembocou, 
principalmente a partir do século XIX, na construção dos grandes sistemas educacionais de 
massa, impulsionados pelo novo modo de produção industrial e pela urbanização.
 Neste início de século, condicionada pelas consequências da globalização, a 
preocupação passa a ser com a construção de uma educação planetária. Esta tem nos 
quatro pilares a seguir enunciados a sua base de sustentação: 
1) Aprender a conhecer. 
2) Aprender a fazer. 
3) Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros. 
4) Aprender a ser (UNESCO, 1998). 
 Como assinala o pensador francês Edgar Morin, os educadores precisam 
refletir sobre a natureza do conhecimento a ser trabalhado pela escola, enfatizando o 
ensino sobre: a condição humana, a identidade terrena, as incertezas que cada vez mais 
assolaram a espécie humana, com vistas a desenvolver uma educação voltada para a 
compreensão em todos os níveis educativos e em todas as idades, que pede a reforma 
das mentalidades e a consideração do caráter ternário da condição humana, que é ser 
ao mesmo tempo indivíduo/sociedade/ espécie. Morin conclui que há necessidade de a 
educação se preocupar com a ética do gênero humano, tendo em vista estabelecer uma 
relação de “controle mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia e conceber 
a Humanidade como comunidade planetária” (MORIN, p. 2001).
FONTE: PALMA FILHO, João Cardoso. A educação através dos tempos. Acervo digital – 
objetos educacionais Unesp, 2010. p. 6-8. Disponível em: https://bit.ly/33Liwm9. Acesso em: 
22 mar. 2020.
Você	já	perguntou	qual	é	a	função	da	educação?	Experimente	fazer	um	
exercício	de	pesquisa	com	pessoas	no	seu	cotidiano.	Faça	a	seguinte	pergunta	“O	
que	é	educação	e	qual	é	a	sua	função”?
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
11
É importante deixar claro, que quando falamos em educação, estamos nos 
referindo a ela de maneira ampla. Ou seja, no processo de educação (aprendizagem) pelo 
qual passamos no decorrer da nossa vida. É importante destacar que a educação não 
ocorre só no ambiente escolar. A educação escolar ou a escolarização é mais uma das 
formas de educação existentes.
NOTA
As	 respostas	 certamente	 irão	 variar	 com	 relação	 a	 concepção	que	 cada	
respondente	tem	sobre	educação.	Provavelmente,	muitas	respostas	vão	mencionar	
a	 importância	da	educação	para	a	 formação	do	sujeito,	por	entender	que	ela	é	
fundamental	para	o	convívio	em	sociedade.	Outras	podem	ver	a	educação	como	
instrumento	de	dominação	e	reprodução	social	(GADOTTI,1999).
Antes	de	tudo,	é	preciso	levar	em	consideração	que	as	pessoas	possuem	
opiniões	próprias	sobre	as	coisas.	Isso	pode	variar	de	acordo	com	contexto	social,	
econômico,	 político,	 ideológico,	 de	 classe,	 entre	 outros.	 Como	 educação	 é	 um	
assunto	abrangente	e	 comum	e	que	se	estende	a	 todas	as	pessoas,	as	opiniões	
sobre	ela	também	são	as	mais	diversas.
No	 entanto,	 o	que	queremos,	neste	 tópico,	 é	 compreender	 a	 função	da	
educação.	Ora,	a	educação	tem	inúmeras	funções,	essa	pergunta	só	faz	sentido	
quando	 inserida	em	um	contexto	mais	amplo.	 Isto	é,	a	pergunta	para	 ter	uma	
resposta	 adequada	 deve	 ser	 considerada	 em	 um	 determinado	 contexto	 sócio-
histórico.
A	 educação	 enquanto	 categoria	 analítica	 passou	 por	 profundas	
transformações.	Isso	implica	reconhecer	que	o	consenso	ou	o	entendimento	do	
que	é	ou	deixa	de	ser	educação	 também	se	modificou	com	o	passar	do	 tempo	
(LUZURIAGA,	1983).	Ou	seja,	os	valores	que	norteavam	o	processo	educativo	na	
antiguidade,	durante	o	período	medieval	e	hoje	são	muitos	diferentes.	Mesmo	
assim,	nos	referimos	a	educação	como	se	fosse	uma	entidade	coletiva	ou	categoria	
única.
Caro acadêmico! É importante salientar que essas diferentes formas de 
educação ao longo do tempo não se anulam. De modo contrário, cada sociedade 
estabeleceu meios próprios para transmitir conhecimentos e valores para novas gerações.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
12
Não	há	uma	uniformização	quando	nos	referimos	à	educação	no	curso	
do	seu	desenvolvimento	histórico.	Cada	tipo	de	educação	visa	formar	um	sujeito	
com	competências	e	capacidades	que	respondam	aos	interesses	da	sociedade	na	
qual	está	 inserido.	Por	esse	motivo,	uma	simples	pergunta	pode	levar	a	várias	
respostas.	As	ideias	pedagógicas	variam	no	espaço	e	tempo.
Essas	transformações	modificam	nossa	própria	visão	sobre	a	educação	e	
a	sua	função.	Como	podemos	ver	na	Figura	1,	a	educação	busca	apresentar	as	
muitas	dimensões	que	podemos	usar	para	compreender	as	questões	relacionadas	
com	a	educação.
FIGURA 1 – DIMENSÕES DA EDUCAÇÃO
FONTE: O autor
Na	dimensão	histórica	podemos	destacar	as	muitas	transformações	que	
permitiram	 a	manutenção	 da	 educação	 enquanto	 instituição	 social.	 Por	mais,	
que	ela	sofra	modificações	de	uma	sociedade	para	outra,	a	educação	permanece	
enquanto	 prática	 social.	 Isto	 é,	 a	 forma	 como	 educamos	 hoje	 difere	 do	modo	
adotado	nas	sociedades	primitivas	e	nas	sociedades	antigas.	Por	mais	que	haja	
diferença	nessa	forma	de	educar	é	possível	notar	permanências.
Na	dimensão	cultural	destacamos	a	importância	que	a	educação	possui	
na	transmissão	de	valores,	normas,	crenças	e	comportamento.	Neste	sentido,	a	
educação	pode	ser	vista	como	forma	meio	para	formação	de	unidade	e	identidade.	
Outra	variável	possível	de	constatar	é	a	cultural.	
Imaginem	duas	crianças	com	a	mesma	idade	em	contexto	socioespaciais	e	
culturais	distintos.	As	duas	possivelmente	vão	passar	pela	escola	e	vão	aprender	
coisas	 com	 as	 pessoas	 de	 sua	 comunidade.	 Embora	 tenham	 a	mesma	 idade	 e	
passem	por	experiências	parecidas,	os	contextos	não	são	idênticos.	Imagine	uma	
criança	educada	no	Japão	e	outra	no	Brasil.
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
13
A	dimensão	ideológica	trata	dos	embates	entorno	da	própria	educação.	
Existem	 grupos	 com	 opiniões	 diversas	 que	 as	 vezes	 são	 convergentes	 outras	
divergentes.	A	dimensão	ideológica	busca	compreender	quais	são	os	motivos	que	
esses	indivíduos	ou	grupos	atribuem	a	sua	opinião	e	por	que	o	fazem.	
O	conceito	de	ideologia	é	um	dos	conceitos	mais	complexos	dentrodas	
ciências	humanas	e	muitas	vezes	 tido	como	vilão.	O	cientista	político	Andrew	
Heywood	(2010),	descreve	que	a	ideologia	nos	oferece	a)	explicações	da	situação	
atual,	ou	seja,	nos	oferece	uma	visão	de	mundo;	b)	permite	pensarmos	num	futuro	
desejável,	um	modelo	ideal	de	sociedade;	e	c)	explicam	como	mudar	o	panorama	
político.
A	dimensão	 econômica	 influi	 diretamente	 sobre	 a	 ordem	material.	 Em	
outras	 palavras,	 há	 quem	 vê	 na	 educação	 uma	 forma	 de	 ascensão	 social.	 A	
educação	em	países	em	desenvolvimento	permite	uma	maior	mobilidade	social.	
Deste	 modo,	 educação	 no	 prisma	 econômico	 desloca	 seu	 eixo	 para	 relação	
indivíduo	e	Estado	(CARNOY,	1984).	Como	o	Estado	pode	atuar	para	melhorar	
as	condições	de	renda	e	educação	de	sua	população.
A	dimensão	social	constitui	uma	dimensão	extensiva	e	restritiva.	Extensiva	
porque,	quando	falamos	em	social	nos	remetemos	a	sociedade	e	todos	as	dimensões	
arroladas	até	momento	são	frutos	e	ocorreram	em	sociedade.	Restritiva	porque	
é	muito	difícil	pensar	uma	sociedade	sem	educação.	Lembrando	que	educação	e	
escola	não	são	sinônimos,	educação	é	mais	do	que	escolarização.
A	 política	 também	 é	 uma	 das	 dimensões	 importantes	 quando	 falamos	
em	educação.	Pois	é	o	que	define	quais	as	obrigações	que	indivíduos,	estados	e	
municípios	devem	ter	quando	o	assunto	é	educação.	Se	considerarmos	a	educação	
como	elemento	indispensável	à	dignidade	humana	e	para	o	pleno	exercício	da	
cidadania,	 iremos	 perceber	 que	 o	 direito	 e	 acesso	 à	 educação	 pública	 é	 uma	
conquista	histórica	muito	recente.	E	este	só	foi	possível	por	meio	de	muita	luta.
Prezado acadêmico! Busque sempre, em sua prática profissional, analisar as 
questões em uma perspectiva globalizante e abrangente. Tome, por exemplo, as dimensões 
que utilizamos para tentar explicar o que é educação e como é possível estabelecer várias 
conexões. Pensar de maneira ampla auxilia na compreensão do mundo que nos circunda 
e ajuda a fugir de imediatismo.
ATENCAO
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
14
4 AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE O ENSINAR, O 
CUIDAR E O EDUCAR
Iremos	 adentrar	 e	 buscar	 compreender	 melhor	 alguns	 conceitos	
importantes	e	que	fazem	parte	da	atividade	cotidiana	de	um	educador	social.	O	
trinômio	ensinar,	cuidar	e	educar	guardam	semelhanças	e	contrastes	entre	si.	O	
conceito	de	ensinar também	se	modificou	com	a	passagem	do	tempo	como	nos	
mostra	Antunes	(2011,	p.	51),
[...]	 a	 palavra	 “ensinar”	 aparece	 entre	 aspas.	 Se	 consultamos	 o	
Minidicionário	Enciclopédico	Escolar,	de	Ruth	Rocha	e	Hindenburg	
da	Silva	Peres,	o	verbete	informa	que	ensinar	significa	instruir,	educar,	
adestrar,	 castigar.	 O	 conceito	 apavora	 e	 concordar	 plenamente	
com	 ele	 seria	 um	 retrocesso,	 pois	 instruir	 e	 educar	 são	 conceitos	
aceitáveis,	mas	adestrar	e	castigar	remete-nos	justamente	à	escola	da	
qual	procuramos	fugir.
Quase	sempre	quando	pesquisamos	sobre	ensino,	a	bibliografia	encontrada	
está	atrelada	à	escola.	Como	podemos	perceber	os	seres	humanos	recorreram	a	
várias	práticas	para	atingir	seus	fins.	Isto	é,	o	processo	de	ensino,	muitas	vezes,	
foi	mediado	por	punições,	sanções	e	castigos	infligidos	aos	educandos.
Um	outro	olhar	sobre	o	conceito	de	ensino	é	apresentado	por	Castro	(2018,	
p.	9,	grifo	nosso):
Costuma-se	 associar	 ao	 conceito	 de	 ensino a ideia de instrução.	
Esta, às vezes, diz respeito ao processo de transmissão do saber, à 
tarefa de instruir; outras vezes, denomina seu resultado:	fala-se,	por	
exemplo,	de	homens	 instruídos,	 como	de	pessoas	que	adquiriram	o	
saber,	 a	 cultura	 e	 de	 instrução	 como	 um	 procedimento,	 uma	 ação.	
Indica	a	aquisição	de	algum	conteúdo	cognitivo,	mas	o	termo	é	usado	
também	na	expressão	“instrução	moral	e	cívica”,	mais	comprometida	
com	a	formação	de	atitudes	e	valores,	sabendo-se	que	o	mesmo	radical	
aparece	na	palavra	“instrutor”	relacionada	à	aquisição	de	destrezas,	
hábitos	 ou	habilidades.	Como	acontece	 com	muitas	 outras	palavras	
do	vocabulário	pedagógico,	não	tem	um	significado	preciso,	embora	
tenha	tendência	a	priorizar	a	aquisição	de	determinadas	informações	
ou	 saberes,	 e	 corresponde	à	necessidade	que	 tem	a	humanidade	de	
valorizar	 os	 tesouros	 culturais	 que	 coloca	 à	 disposição	 das	 novas	
gerações.
Como	podemos	 perceber	 a	 ideia	 de	 ensino	 está	 vinculada	 ao	 processo	
de	instrução.	Pode	ser	representado	de	dois	modos:	1)	como	a	forma	pela	qual	
ocorre	a	transmissão	do	saber;	e	2)	como	resultado	dessa	ação.	No	primeiro	caso,	
está	vinculado	ao	processo	pelo	qual	o	indivíduo	aprende	uma	competência	ou	
habilidade.	No	segundo	caso,	está	associado	a	um	comportamento	ou	valor.
Além	 do	 ensino,	 outro	 conceito	 central	 para	 nós	 enquanto	 educador	
social	 é	 a	 palavra	 cuidar.	 Essa	 deriva	 do	 latim	 colere	 que	 significa	 cultivar,	
contextualizando	 significa	 compreender	 o	 cuidado	 como	 algo	 indispensável	 a	
todo	ser	humano.
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
15
O	cuidar	é	um	processo	que	envolve	desenvolvimento;	cuidar	é	ajudar	
a	crescer	e	a	se	realizar	e,	para	isso,	existe	um	padrão	comum:	ao	cuidar	
experiencia-se	o	outro	ser	de	forma	a	considerá-lo	com	capacidades	e	
necessidades	de	crescer.	[...]	No	processo	de	ajudar	o	outro	a	crescer,	a	
ideia	é	a	de	que	esse	venha	cuidar	também	de	algo	ou	alguém,	assim	
como	de	si	mesmo	(WALDOW,	2006,	p.	36).
Perceba	 que	 o	 cuidado	 é	 algo	 indispensável	 quando	 pensamos	 no	
desenvolvimento	 da	 empatia	 e	 autonomia	 dos	 sujeitos.	 O	 cuidado,	 enquanto	
uma	atividade	coletiva,	não	é	exclusividade	da	espécie	humana.	Ao	observamos	
o	reino	animal,	também	podemos	evidenciar	práticas	de	cuidados	em	diferentes	
espécies.	
Porém,	o	 aperfeiçoamento	das	práticas	de	 cuidado	através	do	 tempo	é	
obra	humana	como	nos	mostra	Waldow	(2006,	p.	39):
O	ser	humano,	ao	longo	do	seu	desenvolvimento,	adquire	formas	de	
expressão	de	cuidar	que	se	sofisticam.	De	modo	informal,	o	cuidar	se	
inicia,	ou	se	expressa,	predominantemente	de	duas	formas:	como	um	
modo	de	sobreviver	e	com	uma	expressão	de	 interesse	e	carinho.	O	
primeiro	modo	 faz-se	notar	 em	 todas	as	 espécies	os	 sexos.	Homens	
e	 mulheres,	 bem	 como	 plantas	 e	 animais,	 desenvolvem	 formas	 de	
sobrevivência	 que,	 dada	 a	 capacidade	 de	 raciocínio	 do	 ser	 humano	
aprimoram-se	e	sofisticam-se	com	o	tempo.	O	segundo	modo	ocorre	
entre	os	humanos,	predominantemente	considerando	sua	capacidade	
de	usar	a	 linguagem,	entre	outras	 formas,	para	se	comunicar	com	o	
outros.	Desde	o	início	da	espécie,	os	estudos	sobre	o	desenvolvimento	
mostram	 que	 o	 ser	 humano,	 independentemente	 sexo,	 tinha	 uma	
preocupação	principal:	sobreviver,	e	para	isso	precisava	primeiro	de	
alimento	e	água.	Posteriormente,	buscava	abrigo	de	proteção	contra	
inimigos	 e,	 mais	 tarde	 ainda,	 conta	 frio	 e	 chuva;	 construir	 abrigos	
onde	 se	 refugiava	 em	 fabricava	 indumentárias	 para	 cobrir	 o	 corpo,	
em	geral	 com	pele	 de	 animais,	 folhas	 e	 fibras	 tecidas.	Desenvolveu	
instrumentos	para	casa	e	a	pesca,	artefatos	é	utensílios	para	o	preparo	
é	o	consumo	dos	alimentos.
Cuidar	 uns	 dos	 outros	 foi	 fundamental	 para	 que	 a	 espécie	 humana	
evoluísse	 até	 a	 nossa	 espécie,	 os	 Homo sapiens.	 Num	 primeiro	 momento,	 o	
cuidado	está	correlacionado	à	necessidade	de	proteção	e	manutenção	do	grupo.	
Posteriormente,	 com	a	Revolução	Cognitiva,	ocorrida	no	período	pré-histórico	
(HARARI,	 2017),	 representada	 pelas	 formas	 de	 comunicação,	 linguagem	
elaborada	e	o	cuidado	tomam	novos	contornos.
Uma	forma	mais	clara	de	compreendermos	as	necessidades	humanas	foi	
sintetizada	nas	obras	do	psicólogo	americano	Abraham	Harold	Maslow	 (1943;	
1962).	Segundo	seus	estudos,	existe	uma	hierarquia	das	necessidades	básicas	dos	
seres	humanos,	estas	estão	dispostas	em	uma	pirâmide	como	ilustra	a	Figura	2.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
16
FIGURA 2 – PIRÂMIDE DAS DA NECESSIDADES DE MASLOW
FONTE: <https://bit.ly/2WBcbIq>.Acesso em: 22 mar. 2020.
Na	base	da	pirâmide	se	encontram	as	necessidades	básicas	indispensáveis	
para	 qualquer	 indivíduo	 como	 necessidades	 fisiológicas	 de	 segurança.	 As	
necessidades	 de	 pertencimento	 e	 amor	 (necessidades	 sociais),	 assim	 como,	 as	
necessidades	 de	 estima	 compõem	 o	 quadro	 de	 necessidades	 psicológicas.	 No	
topo	da	pirâmide	 estão	 as	 necessidades	 de	 autorrealização	 como	 crescimento,	
independência	e	realização	pessoal.
Para	 Maslow	 (1943;	 1962),	 ao	 passo	 que	 vamos	 satisfazendo	 nossas	
necessidades	mais	 básicas,	 buscamos	 satisfazer	 também	 as	 necessidades	mais	
abstratas	que	se	encontram	no	topo	da	pirâmide.	Até	o	momento	apresentamos	
os	conceitos	de	ensinar e cuidar,	iremos	agora	discorrer	sobre	o	último	conceito	
que	é	educar.
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
17
Existem	 inúmeras	 concepções	 sobre	 o	 educar,	 no	 entanto,	 vamos	 nos	
ater	 aqui	 à	 concepção	de	 educação	 como	um	 resultado	do	 esforço	 do	 ensinar	
e	do	cuidar.	 Isto	é	um	educar	com	um	olhar	humanizado	sobre	o	processo	de	
uma	educação	que	privilegie	a	interação	e	a	troca	entre	os	sujeitos	envolvidos	no	
processo.	“Educar	é	comover.	Educar	é	doar.	Educar	é	sentir	e	pensar,	não	apenas	
a	própria	identidade,	mas	também	outras	formas	possíveis	de	viver	e	conviver	
(SKLIAR,	2014,	p.	189).
Na	Figura	3,	nós	temos	a	representação	gráfica	em	forma	de	diagrama	da	
relação	entre	educar,	ensinar	e	cuidar.
FIGURA 3 – DIAGRAMA DA RELAÇÃO ENTRE EDUCAR, ENSINAR E CUIDAR
FONTE: O autor
Podemos	verificar	que	a	educação	engloba	tanto	o	cuidado	para	com	quem	
se	 educa,	 como	o	 ensino.	Esse	 trinômio	é	 importante	para	que	a	 educação	 seja,	
humanizada	e	de	qualidade.	Para	que	a	educação	ocorra	de	forma	humanizada,	
acolhedora	e	significativa	para	todos	os	envolvidos	devemos	privilegiar	a	relação	
entre	o	educar,	cuidar	e	o	ensinar.	Essa	forma	de	pensar	a	educação	não	deve	se	
restringir	apenas	a	locais	formais	de	educação.	Para	além	dos	muros	das	escolas	e	
centros	de	educação	e	mesmo	universidades	a	educação	tem	que	ser	algo	maior	do	
que	mera	reprodução	de	conteúdo.	
Estimado acadêmico! O educar significa muito mais do que ensinar e cuidar. O 
cuidado e o ensino constituem partes importantes da educação. Pensar sobre o processo 
de educar sem o cuidar e o ensinar seria um esforço infrutífero. Neste sentido, lembre-se, 
futuro educador social, você tem um grande desafio em suas mãos o de educar.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
18
5 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SOCIAL
A	educação	social	emerge	da	necessidade	de	apararmos	as	desigualdades	
sociais.	Nesse	sentido,	a	sua	atuação	é	fundamental	na	melhoria	das	condições	
sociais	 dos	 indivíduos	 no	 qual	 realiza	 seu	 trabalho.	 A	 educação	 como	 uma	
educação	não	formal	é	o	palco	do	educador	social.	
A	 educação	não	 formal	 respeita	 a	 cultura,	 pois	 ela	 faz	parte	do	 ser	
humano	 e	 os	 valores	 são	 importantíssimos	 para	 sua	 formação.	 O	
indivíduo	é	reconhecido	como	um	ser	que	pensa,	age,	sente	e	necessita	
ser	respeitado	para	que	possa	crescer	e	se	desenvolver.	[...]	A	educação	
não	formal	apresenta	muitas	vezes	características	da	educação	social,	
que	tem	por	referência	a	pedagogia	social	(SALGADO,	2018,	p.	32).
Como	a	educação	social	é	uma	forma	de	educação	manifesta	na	própria	
realidade	social	e	dialoga	com	vários	campos	do	conhecimento,	sua	definição	se	
torna	uma	tarefa	difícil.	Como	descreve	Díaz	(2006),	não	há	uma	única	maneira	
de	descrever	ou	conceituar	o	que	é	educação	social.
A	educação	social	encontra-se	ligada	às	discussões	que	ocorrem	nas	áreas	
da	Sociologia,	Pedagogia	Social,	Serviço	Social,	Psicologia	e	também	da	educação.	
Esses	vários	campos	disciplinares	contribuem	para	formação	do	educador	social.	
Cabe	 salientar	 que	 a	 educação	 social	 é	 uma	 realidade	 recente	 na	 história	 da	
educação	social,	principalmente,	em	nosso	país.
Os	projetos	de	educação	social	ocorrem	em	outros	períodos	que	não	são	
preenchidos	por	atividades	da	educação	formal.	De	acordo	com	Trilla	(1996),	a	
educação	 social	 atua	 com	 aqueles	 indivíduos	 que	 estão	 sob	 condição	 de	 risco	
social.	Uma	das	funções	sociais	da	educação	social	é	justamente	acompanhar	os	
sujeitos	que	são	deixados	à	margem	da	sociedade	(GARCIA,	2009).
Caro acadêmico! No próximo tópico desta unidade, você irá conhecer um 
pouco mais das principais áreas de atuação do educador social.
ESTUDOS FU
TUROS
Para	 compreendermos	 a	 importância	 da	 Educação	 Social,	 precisamos	
fazer	um	resgate	na	história	 recente	a	fim	de	assimilar	em	que	contexto	social	
essa	área	de	conhecimento	surgiu.	Podemos	nos	reportar	ao	século	XX	como	um	
século	de	grandes	transformações	sociais.
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
19
Entre	os	principais	episódios	que	marcaram	o	século	XX	estão	as	guerras	
mundiais	 e	 a	 crise	do	modo	de	produção	 capitalista,	 evidenciado	pela	quebra	
da	bolsa	de	valores	em	1929.	Não	bastasse	isso,	ainda	temos	a	polarização	entre	
Estados	Unidos	da	América	e	a	União	das	Repúblicas	Socialistas	Soviética	ao	fim	
da	Segunda	Guerra	Mundial.
É	 nesse	 cenário	 que	 surgem	 as	 primeiras	 políticas	 de	 educação	 social	
promovidas	 pelos	 países	 envolvidos	 nos	 conflitos	 e	 crises	 do	 século	 passado.	
Lideranças	políticas	viram	que	o	único	modo	de	reorganizar	o	setor	econômico,	
era	por	meio	da	intervenção	e	incentivo	econômico	em	áreas	sociais.	Dessa	forma,	
temos	os	primeiros	contornos	de	políticas	na	área	de	assistência	e	educação	social	
(DÍAZ,	2006).
No	Brasil,	podemos	dizer	que	a	Educação	Social	se	constitui	inicialmente	
fora	 das	 universidades	 como	 resultado	 da	 contribuição	 de	 muitos	 saberes	 e	
conhecimentos.	 Ou	 seja,	 num	 primeiro	 momento,	 a	 educação	 social	 estava	
voltada	no	atendimento	de	pessoas	em	vulnerabilidade	ou	risco	vinculado	a	uma	
mentalidade	caritativa	e	assistencial.	
Recentemente,	sua	atuação	está	associada	à	luta	pela	garantia	de	direito	
dos	indivíduos	e	redução	de	desigualdades.	Neste	sentido,	a	educação	atua	com	
vistas	a	melhorar	a	vida	em	sociedade.	Em	suma,	as	fronteiras	da	Educação	Social,	
como	ciência,	estão	em	construção	e	são	frutos	de	algumas	conquistas	recentes	
dos	profissionais	que	atuam	dentro	desta	área.
Como	 efeito,	 boa	 parte	 dos	 referenciais	 teóricos	 são	 provenientes	 de	
outros	países	ou	de	outras	áreas	do	conhecimento	como	nos	mostra	Garcia	(2009,	
p.	233-234).
O	campo	da	educação	social	no	Brasil	não	dispõe	de	uma	sistematização	
teórica	efetuada	pelo	campo	investigativo	universitário,	não	possuindo	
uma	 carreira	universitária.	 Em	 função	disso,	 o	 que	parece	 acontecer	 é	
que	nos	utilizamos	da	expressão	por	uma	concepção	de	senso	comum	e	
nos	aproximamos	dos	estudos	e	produções	teóricas	realizados	em	outros	
países,	 para,	 através	 dessa	 inter-relação,	 produzirmos	 e	 avançarmos	
na	concepção	de	educação	social	e	conhecermos	se	há	alguma	que	nos	
interessa	e	que	responda	aos	anseios	desse	campo	no	Brasil.
Na	esfera	da	atuação	política	do	educador	social,	nós	podemos	constatar	
avanços	significativos.	Há	uma	articulação	entre	sujeitos	de	diversas	regiões	do	
país	preocupados	com	as	discussões	e	o	reconhecimento	do	educador	social	no	
âmbito	profissional.
Essa	 articulação	 é	 materializada	 por	 meio	 do	 Encontro	 Nacional	 de	
Educação	Social	(ENES).	Estes	encontros	têm	por	princípio	o	fortalecimento	de	
políticas	 e	 ações	voltadas	para	 o	universo	da	 educação	 social.	De	 acordo	 com	
ENES	(2020,	s.p.),
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
20
A	educação	social	pauta-se	pelo	compromisso	com	a	luta	pelos	direitos	
humanos	em	todas	as	suas	categorias,	configurando-se,	portanto,	como	
potencializadora	das	ações	dos	educadores	na	afirmação	dos	direitos	à	
cidadania	das	populações	em	situação	de	vulnerabilidade	social.	Em	
um	cenário	de	flagrante	retrocesso	contra	os	direitos	humanos	no	Brasil	
e	golpe	contra	a	democracia	e	os	direitos	dos	trabalhadores,a	história	
e	os	princípios	da	Educação	Social	nos	fortalecem	na	construção	de	um	
projeto	popular.
Sobre	os	encontros	do	ENES	(2020,	s.p.)	podemos	destacar:
 
A	 educação	 social	 pauta-se	 pelo	 compromisso	 com	 a	 luta	 pelos	
direitos	humanos	em	todas	as	suas	categorias,	portanto,	configura-se	
como	 potencializadora	 das	 ações	 dos	 educadores	 na	 afirmação	 dos	
direitos	de	cidadania	de	populações	em	situação	de	vulnerabilidade	
social.	A	partir	do	primeiro	ENES	alguns	encaminhamentos	devem	ser	
observados:	caráter	nacional;	realização	bienal;	ênfase	na	participação	
de	 indivíduos,	 mais	 do	 que	 instituições;	 multireferencialidade	
e	 interdisciplinaridade	 teórica;	 debate	 que	 garanta	 políticas	 de	
afirmação	de	direitos;	estímulo	ao	processo	de	construção	de	práticas	
educativas	e	implementação	de	formas	de	organização	de	educadores;	
e	a	contribuição	para	o	diálogo	internacional	sobre	Educação	Social.	Já	
foram	realizados	07	ENES,	a	saber:	o	“I	Encontro	Nacional	de	Educação	
Social”,	realizado	em	junho	de	2001,	na	cidade	de	São	Paulo/SP,	com	
cerca	 de	 1000	 participantes,	 o	 “II	 Encontro	 Nacional	 de	 Educação	
Social”	realizado	em	julho	de	2002,	em	Maringá/PR,	com	cerca	de	700	
participantes,	o	“III	Encontro	Nacional	de	Educação	Social”	realizado	
em	novembro	de	 2004,	 em	Colatina/ES,	 onde	participaram	cerca	de	
750	pessoas,	o	“IV	Encontro	Nacional	de	Educação	Social”	realizado	
em	novembro	de	2006	em	Belo	Horizonte	–	MG	onde	participaram	800	
pessoas,	 	o	“V	Encontro	Nacional	de	Educação	Social”	realizado	em	
novembro	de	2008	em	Recife	–	PE	com	a	participação	de	cerca	de	1.200	
pessoas,		o		VI	“Encontro	Nacional	de	Educação	Social”		realizado	em	
Julho	de	2011	na	cidade	de	Goiânia-GO	e	o	VII	“	Encontro		Nacional	
de	Educação	Social”	,	realizado	em	outubro	de	2017	em	Fortaleza.	Os	
participantes	são	oriundos	de	diversas	áreas	de	políticas	públicas,	de	
garantia	 de	 direitos	 humanos,	 de	 programas	 governamentais	 e	 não	
governamentais,	 de	movimentos	 sociais	 entre	 outros.	Notadamente	
o	maior	público	 é	 o	que	 atua	 com	crianças	 e	 adolescentes,	 fato	que	
pode	 ser	 explicado	 pela	 iniciativa	 dos	 profissionais	 e	militantes	 da	
área	da	criança	e	do	adolescente	em	realizar	o	I	Encontro	Nacional	de	
Educação	Social.
Para conhecer mais da educação social no Brasil, sugerimos que você acesse o 
site do Encontro Nacional de Educação Social (ENES). Lá existe um acervo com documentos 
e registros dos encontros, além de uma biblioteca virtual com relatório e resoluções acerca 
da profissão. Acesse: https://www.enes8.org/.
DICAS
TÓPICO 1 — AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO SOCIAL?
21
Outro	marco	 importante	é	a	 regulamentação	da	profissão	de	Educador	
Social	no	Brasil.	Bauli	e	Müller	 (2019),	analisaram	o	processo	de	normatização	
da	profissão	e	as	legislações	que	procuraram	aperfeiçoar	e	delimitar	os	diretos	e	
deveres	dos	profissionais	que	atuam	na	área	da	educação	social.
Por	fim,	o	que	podemos	concluir	é	que	a	Educação	Social	carrega	uma	
bagagem	baseada	no	contexto	histórico	das	sociedades	e	no	desenvolvimento	
humano	 social	 dos	 indivíduos.	 Sua	 importância	 fica	 evidente	 quando	
percebemos	que	este	profissional	é	peça-chave	para	mudanças	sociais	positivas	
e	significativas.
22
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 As	 concepções	 acerca	 da	 educação	 se	 modificam	 de	 acordo	 com	 cada	
sociedade.	Entretanto,	é	possível	perceber	que	a	educação	é	uma	 instituição	
social	consolidada	no	tempo.
•	 A	 educação	 é	 uma	 das	 formas	 pela	 qual	 os	 seres	 humanos	 compartilham	
conhecimentos	e	valores.
•	 A	pedagogia	é	uma	ciência	que	busca	analisar	e	teorizar	processos	de	educação.
•	 Cada	tipo	de	educação	visa	formar	um	sujeito	com	competências	e	capacidades	
que	respondam	aos	interesses	da	sociedade	em	que	está	inserido.
•	 Para	que	a	educação	ocorra	de	forma	significativa	devemos	privilegiar	a	relação	
entre	o	educar,	cuidar	e	o	ensinar.
•	 A	educação	social	recebe	contribuições	de	inúmeras	áreas	entre	elas	podemos	
destacar:	Sociologia,	Pedagogia	Social,	Serviço	Social,	Psicologia	e	Educação.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1	 A	 educação	 é	 fundamental	 na	 formação	dos	 indivíduos.	 É	 praticamente	
impossível	 pensarmos	 na	 construção	 de	 uma	 sociedade	 sem	 passar	 por	
processos	 educacionais.	 Neste	 sentido,	 escreva	 sobre	 a	 importância	 da	
educação	ao	longo	da	história.
2	 Enquanto	seres	biológicos	e	sociais,	possuímos	necessidades	e	desejos.	E,	
por	 sua	 vez,	 estas	 necessidades	 e	 desejos	 são	 condicionantes	 de	 nossas	
ações.	Partindo	deste	pressuposto,	 sobre	a	Pirâmide	de	Necessidades	de	
Maslow	assinale	a	alternativa	INCORRETA.
a)	(			)	As	 necessidades	 básicas	 se	 encontram	 na	 base	 da	 pirâmide	 e	 estão	
vinculadas	as	necessidades	fisiológicas	e	de	segurança.
b)	(			)	No	 topo	 da	 pirâmide	 estão	 as	 necessidades	 mínimas	 que	 são	
indispensáveis	para	todos	os	seres	humanos.
c)	 (			)	As	 necessidades	 psicológicas	 estão	 relacionadas	 a	 questões	 de	
pertencimento,	amor	e	estima.
d)	(			)	A	 autorrealização	 encontra-se	 no	 topo	 da	 pirâmide	 e	 versa	 sobre	 a	
realização	pessoal.
3	 A	educação	social	assume	uma	grande	importância	na	luta	contra	as	mais	
diversas	formas	de	desigualdade	social.	Sobre	a	importância	da	educação	
social,	leia	as	sentenças	a	seguir	e	classifique	V	para	Verdadeiras	e	F	para	
Falsas.	
(			)	A	 educação	 social	 só	 acontece	 de	 maneira	 efetiva	 dentro	 de	 espaços	
escolares.
(			)	Não	existem	políticas	públicas	que	visem	a	redução	das	desigualdades	no	
Brasil.
(			)	 É	preciso	fazer	um	resgate	da	história	para	compreender	de	maneira	mais	
aprofundada	a	importância	da	educação	social.	
(			)	A	educação	social,	enquanto	ciência,	está	em	construção	e	suas	conquistas	
derivam	do	esforço	dos	profissionais	que	se	dedicam	e	trabalham	nesta	
área.	
Agora	assinale	a	alternativa	que	apresente	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	F	–	F	–	V	–	V.
b)	(			)	V	–	V	–	F	–	F.
c)	 (			)	F	–	F	–	V	–	F.
d)	(			)	F	–	V	–	F	–	V.
AUTOATIVIDADE
24
25
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
A FUNÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL E SUAS 
ÁREAS DE ATUAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro	 acadêmico!	 As	 transformações	 sociais	 e	 o	 papel	 do	 educador	
social	estão	de	alguma	forma	relacionadas.	A	sociedade	é	ampla	e	complexa	e	
compreender	como	ela	funciona	faz	parte	do	trabalho	do	educador	social.	 Isso	
porque	esse	profissional	irá	trabalhar	nos	mais	diversos	tipos	de	ambientes,	com	
os	mais	diversos	tipos	de	sujeitos.	
É	 na	 sociedade	 que	 encontramos	 problemas	 sociais,	 religiosos,	
econômicos,	políticos,	entre	outros,	mas	é	em	sociedade	que	também	encontramos	
a	 oportunidade	 de	 dialogar	 e	 promover	 ações	 para	 possíveis	 soluções	 destes	
problemas.	Essa	pluralidade	e	complexidade	existente	na	vida	em	sociedade	têm	
impacto	direto	no	trabalho	do	educador	social.	
	É	pensando	nisso	que	este	tópico	irá	discutir	o	papel	transformador	do	
educador	social	na	sociedade	e	convidá-lo	para	refletir	acerca	de	suas	ações	e	da	
sua	importância	enquanto	profissional.	
Como	vimos,	no	tópico	anterior,	existem	discrepâncias	entre	o	educar,	o	
ensinar	e	o	cuidar,	pois	a	educação	não	tem	um	fim	nela	mesma	e	vai	além	dos	
processos	de	ensino	e	aprendizagem	dentro	do	ambiente	escolar.
	Ao	considerar	a	complexidade	da	educação	e	suas	práticas,	este	tópico	
tem	como	objetivo	proporcionar	uma	série	de	leituras,	sugestões	e	reflexões	sobre	
as	competências	pedagógicas	e	socais	do	educador	social.
Neste	 tópico,	 também	 serão	 propostas	 atividades,	 em	 que	 a	 principal	
intenção	 é	 que	 você,	 estudante,	 consiga	 refletir	 tanto	 sobre	 as	 experiências	 e	
vivências	do	educador	social,	quanto	acerca	das	mudanças	sociais,	da	vida	em	
sociedade	e	dos	desafios	que	este	profissional	pode	encontrar	no	seu	cotidiano.
Por	último,	 já	 cientes	da	 importância	do	 educador	 social,	 suas	práticas	
e	 realidades,	 conversaremos	 sobre	 alguns	 conceitos	 importantes,	 para	 através	
deste	tópico,	conhecer	as	áreas	de	atuação	em	queo	educador	social	está	inserido.	
Vamos	lá?
26
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
2 O EDUCADOR SOCIAL ENQUANTO AGENTE DE 
TRANSFORMAÇÃO
Muito	 provavelmente,	 você	 que	 está	 lendo	 este	 livro	 se	 tornará	 um	
educador	 social.	 Saiba	 que	 sua	 atuação	 em	 sociedade	 é	 fundamental	 para	
a	 transformação	 social.	 E	 além	de	profissionais	 da	 área,	 nós	 também	 somos	 a	
sociedade,	 temos	 casas,	moramos	 em	 comunidades,	 bairros,	 cidades.	 Por	 isso,	
para	 compreender	 o	papel	do	 educador	 social,	 precisamos	pensar	 também	na	
relação	entre	educação	e	sociedade.
É	um	desafio,	mas	se	faz	necessário	construir	este	diálogo	entre	a	educação	
social	e	a	comunidade.	É	desta	maneira	que	perceberemos	como	é	possível	articular	
nossos	saberes	acadêmicos	com	a	realidade	social	na	qual	estamos	inseridos.
Moacir	 Gadotti	 (2012,	 p.	 5),	 em	 seu	 artigo	 intitulado	Educação Popular, 
Educação Social, Educação Comunitária: conceitos e práticas diversas, cimentadas por 
uma causa comum,	faz	um	questionamento	importante:	“Quem	educa	o	educador	
social?	Onde	este	profissional	se	forma?”
Para ampliar seus conhecimentos, acesse o artigo Educação Popular, Educação 
Social, Educação Comunitária: Conceitos e práticas diversas, cimentadas por uma causa 
comum, de Moacir Gadotti, neste link: https://bit.ly/2U8wLOK.
DICAS
É	pensando	nisso	que	discutir	 sobre	o	papel	do	 educador	 social	 se	 faz	
ainda	mais	 importante	 neste	 tópico,	 para	 de	 alguma	 forma,	 contribuir	 com	 o	
aperfeiçoamento	dos	educadores	sociais	em	geral.	
Sobre	 essa	 relação	 entre	 sociedade	 e	 educação,	 consideremos	 alguns	
pontos:
A	 compreensão	de	 que	uma	prática	 educativa	 compõe	uma	prática	
social	permite	entender	que	a	primeira	ocorre	em	diferentes	espaços	
na	 sociedade	 e	 de	 várias	 maneiras.	 Quando	 se	 fala	 em	 prática	
educativa,	 logo	 se	 pensa	 em	 um	 processo	 de	 ensino-aprendizagem	
que	 acontece	 exclusivamente	 no	 ambiente	 escolar,	 mas,	 com	 a	
compreensão	 dessa	 prática	 como	 uma	 prática	 social,	 a	 educação	
pode	ser	concebida	de	outra	forma.	Passar	a	compreender	o	processo	
de	 ensino–aprendizagem	 de	 uma	 maneira	 ampla,	 em	 que	 o	 ser	
humano,	protagonista	desse	processo,	é	entendido	como	um	ser	que	
vive	e	se	desenvolve	socialmente,	torna	lógica	a	conclusão	de	que,	a	
todo	o	momento	e	em	 todos	os	 lugares,	 ele	ensina	ou	aprende	algo	
(MACHADO,	2015,	p.	14-15).
TÓPICO 2 — A FUNÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO
27
Desta	maneira,	é	importante	ressaltar	que	pouco	vamos	falar	neste	tópico	
sobre	educação	escolar.	Estamos	falando	de	educação	em	um	sentido	muito	mais	
amplo,	no	qual	o	educador	social	faz	parte	do	processo	de	ensino-aprendizagem	
de	 maneira	 integral.	 Como	 nos	 diz	 Paulo	 Freire	 (1999,	 p.	 52),	 em	 sua	 obra	
“Pedagogia	 da	Autonomia”,	 “[...]	 ensinar	 não	 é	 transferir	 conhecimento,	 mas	
criar	as	possibilidades	para	a	sua	própria	produção	ou	a	sua	construção”.
O	sociólogo	Anthony	Giddens	(2012,	p.	590,	grifo	do	autor)	nos	explica	a	
diferença	de	educação	e	escolarização,	veja:
A	 educação,	 assim	 como	 a	 saúde,	 costuma	 ser	 vista	 como	um	bem	
social	 livre	 de	 problemas,	 ao	 qual	 se	 tem	 direito.	 Quem	 não	 seria	
a	 favor	dela?	De	 fato,	 a	maioria	das	pessoas	 que	passaram	por	um	
sistema	educacional	e	saíram	alfabetizadas	e	com	um	conhecimento	
razoável	provavelmente	concordaria	que	a	educação	foi	benéfica	para	
elas.	Todavia,	existe	uma	diferença	entre	educação	e	escolarização.	A	
educação	pode	ser	definida	como	uma	instituição social,	que	possibilita	
e	promove	a	aquisição	de	habilidades	e	conhecimento	e	a	ampliação	
de	horizontes	pessoais.	A	educação	pode	ocorrer	em	muitos	ambientes	
sociais.	A	escolarização,	por	outro	lado,	refere-se	ao	processo	formal	
pelo	qual	certos	tipos	de	conhecimento	e	habilidades	são	transmitidos,	
normalmente	 por	meio	 de	 um	 currículo	 predefinido	 em	 ambientes	
especializados:	 as	 escolas.	 A	 escolarização,	 na	 maioria	 dos	 países,	
divide-se	 em	 estágios,	 como	 os	 estágios	 das	 escolas	 primária	 e	
secundária	e,	em	muitas	sociedades,	é	um	requisito	obrigatório	para	
todas	as	pessoas	até	uma	determinada	idade.
Há	 várias	 formas	 de	 compreender	 a	 realidade	 em	 que	 estamos	
inseridos	 e	 há	 outras	 tantas	 de	 entender	 o	 fenômeno	 educativo.	 Estudamos,	
no	tópico	anterior,	o	conceito	de	educar,	por	isso	agora	conseguimos	pensar	na	
multidimensionalidade	deste	conceito.	Assim,	de	acordo	com	tudo	o	que	já	lemos	
até	aqui,	podemos	perceber	que	o	educador	social	é	um	profissional	que	possui	
uma	função	complexa	e	de	extrema	importância	na	contemporaneidade.
Valorizar e reconhecer a função do educador social é essencial! Por isso este 
tópico conta com subsídios teóricos que convidam a refletir sobre a construção de práticas 
inovadoras que contribuam com os processos de mudanças sociais.
ATENCAO
“Quando	analisamos	a	educação	atualmente	em	nosso	contexto	cada	vez	
mais	globalizado,	o	que	se	observa	é	a	diversidade	de	provisão	educacional	ao	
redor	do	mundo”	(GIDDENS,	2012,	p.	611).
28
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
Ao	entrar	em	uma	sala	de	aula,	em	quase	todos	os	lugares	do	mundo,	um	
professor	encontrará	seus	alunos	enfileirados	em	carteiras	escolares	e	ele	seguirá	
rotinas	 como	 fazer	 a	 chamada,	 aplicar	 provas,	 passar	 tarefas,	 entre	 outros.	 Já	
o	 educador	 social	 construirá	 sua	 rotina	 em	 cima	 das	 experiências	 inéditas	 do	
cotidiano	em	que	irá	trabalhar.
A	prática	educativa	pode	acontecer	em	diferentes	espaços	e	com	diferentes	
pessoas.	 Por	 isso	 é	 importante	 que	 o	 educador	 social	 esteja	 aberto	 para	 lidar	
com	os	desafios	diários	durante	o	exercício	da	profissão.	Faz	parte	então,	que	o	
educador	social	seja	capaz	de	lidar	com	a	diversidade.	Sobre	a	diversidade	que	
encontramos	ao	trabalhar	nesta	área,	Gadotti	(2012,	p.	2)	afirma:
A	 diversidade	 é	 a	 marca	 desse	 movimento	 de	 educação	 social,	
popular,	cidadã,	cívica,	comunitária.	Trata-se	de	uma	rica	diversidade	
que	 precisa	 ser	 compreendida,	 respeitada	 e	 valorizada.	A	 primeira	
impressão	que	se	tem	é	de	fragmentação,	mas	se	olharmos	o	conjunto	
desta	 obra,	 veremos	 que	 ela	 está	 unida	 [...].	 Essa	 diversidade	 tem	
em	 comum	 o	 compromisso	 ético-político	 com	 a	 transformação	 da	
sociedade,	 desde	 uma	 posição	 crítica,	 popular,	 política,	 social	 e	
comunitária.
A	 consciência	 política	 do	 educador	 social	 caminha	 junto	 com	 o	 seu	
trabalho	nas	comunidades	e	coletivamente	vai	construindo	ferramentas,	através	
do	diálogo,	compartilhando	seus	saberes,	técnicas	e	experiências,	que	servirão	de	
apoio	para	transformar	positivamente	a	realidade.
O	 papel	 ético	 e	 político	 do	 educador	 social	 baseia-se	 numa	 educação	
transformadora	que	rompa	com	status	quo,	que	permite	com	que	os	indivíduos	
vivam	a	margem	da	sociedade	possam	se	livrar	desta	situação	(NATALI;	SOUZA;	
MÜLLER,	 2013).	 Deste	 modo,	 é	 fundamental	 que	 o	 educador	 social	 tenha	
compromisso	ético	e	político	no	exercício	de	profissão.
Valorizar	as	diferenças,	conhecer	e	respeitar	outras	culturas,	pensar	em	
práticas	inovadoras	e	estimular	a	aprendizagem	de	um	jeito	que	o	indivíduo	se	
sinta	protagonista	da	sua	própria	história	são	maneiras	de	mudar	a	realidade	na	
qual	vivemos.
Portanto,	a	educação	social	possui,
[...]	 uma	 gama	 ampla	 de	 atividades	 educacionais	 cujo	 objetivo	 é	
estimular	 a	 participação	 política	 de	 grupos	 sociais	 subalternos	 na	
transformação	 das	 condições	 opressivas	 de	 sua	 existência	 social.	
Em	 muitos	 casos,	 as	 atividades	 de	 “educação	 popular”	 visam	 o	
desenvolvimento	 de	 habilidades	 básicas	 como	 a	 leitura	 e	 a	 escrita,	
consideradas	como	essenciais	para	uma	participação	política	e	social	
mais	ativa.	Em	geral,	seguindo	a	teorização	de	Paulo	Freire,	busca-se	
utilizar	métodos	pedagógicos	–	como	o	método	dialógico,	por	exemplo	
–	que	não	reproduzam,	eles	próprios,	relaçõessociais	de	dominação	
(SILVA,	2000,	p.	48).
TÓPICO 2 — A FUNÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO
29
Desta	forma,	faz-se	necessário	que	o	educador	social	perceba	a	importância	
de	 subsídios	 teóricos,	 mas	 também	 incorpore	 novas	 práticas.	 É	 preciso	 que	
o	 profissional	 compreenda	 que	 só	 é	 possível	 ser	 um	 agente	 transformador	da	
sociedade	se	ele	se	permitir	compartilhar	o	que	sabe,	sugerindo	novas	atividades	
e	propostas.	
FIGURA 4 – EDUCAÇÃO NÃO É SÓ IR À ESCOLA
FONTE: <https://bit.ly/3di8f5z>. Acesso em: 15 mar. 2020.
Podemos	 entender	 na	 Figura	 4	 que	 há	 uma	 variedade	 de	 práticas	
educativas	e	que	vão	além	do	ambiente	escolar.	Quando	se	trata	da	educação	
social,	 essas	 práticas	 podem	 acontecer	 em	 vários	 espaços	 e	 precisam	 de	 um	
profissional	que	seja	responsável	por	elas:	o	educador	social.
Fique tranquilo. Iremos aprender em breve quais ambientes são espaços para 
práticas na educação social. Veremos isso ainda neste tópico!
ESTUDOS FU
TUROS
Outro	 fato	 que	 precisa	 ser	 ressaltado,	 é	 que	 o	 profissional	 educador	
precisa	estar	preparado	para	lidar	com	as	condições	sociais	e	de	vida	dos	seus	
educandos.	
Então,	o	educador	social	enquanto	exerce	o	seu	trabalho	possui	influência	
sobre	a	mudança	social	no	ambiente	em	que	está	inserido.	São	vários	os	fatores	que	
ajudam	a	promover	mudança	social,	entre	eles	podemos	citar:	fatores	culturais,	
de	ambiente,	políticos	e	econômicos.	E	quando	um	educador	social	trabalha	para	
que	a	realidade	de	algum	indivíduo	mude,	ele	trabalha	a	favor	da	mudança	social.
30
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
Segundo	Giddens	(2012,	p.	98),	
Identificar	mudanças	 significativas	 envolve	mostrar	 o	 quanto	 existe	
alterações	na	estrutura	subjacente	de	um	objeto	ou	situação	durante	
um	período	de	tempo.	No	caso	de	sociedades	humanas,	para	decidir	
o	quanto	e	de	que	maneira	o	sistema	está	em	processo	de	mudança,	
temos	 que	 mostrar	 em	 que	 grau	 existe	 alguma	 modificação	 das	
instituições	básicas	durante	um	período	específico.
Desta	 forma,	 percebemos	 que	 o	 trabalho	 do	 educador	 social	 não	 é	
feito	da	noite	para	o	dia	e	precisa	de	planejamento	e	seriedade	para	 lidar	com	
as	 diversidades	 e	 adversidades	 que	 serão	 encontradas	 ao	 longo	 do	 percurso	
educacional.	
O	educador	social,	como	já	vimos	de	forma	breve	anteriormente	e	iremos	
aprofundar	em	seguida,	trabalhará	em	vários	ambientes	diferentes	e	por	isso	terá	
que	lidar	com	vários	sujeitos	diferentes	e	diversos	tipos	de	realidade.
FIGURA 5 – A IMPORTÂNCIA DO EDUCADOR
FONTE: <https://bit.ly/2y0gfrt>. Acesso em: 23 mar. 2020.
A	figura	 ilustra	 a	 importância	do	 educador	no	processo	 formativo	dos	
seus	educandos,	seja	dentro	ou	fora	de	ambientes	 formais.	A	 imagem	também	
convida	a	refletir,	já	que	a	faixa	etária,	o	gênero,	a	raça,	a	etnia	e	a	condição	social	
e	dos	sujeitos	que	o	educador	social	irá	atender	pode	variar	muito	de	lugar	para	
lugar.		
Seu	 trabalho	 trata	 então	 da	 promoção	 de	 ações	 que	 acabarão	
consequentemente	melhorando	 as	 condições	 de	 vida	 destes	 indivíduos,	 sejam	
eles	crianças,	adolescentes,	adultos	ou	idosos.
É	 o	 processo	 educacional	 contínuo	 e	 gradual	 que	 promove	mudanças	
sociais	e	faz	deste	profissional	um	agente	transformador.
TÓPICO 2 — A FUNÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO
31
3 AS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO EDUCADOR 
SOCIAL
O	que	fundamenta	a	ação	do	educador	social?	Qual	é	o	papel	do	educador	
social?	Na	tentativa	de	responder	a	essas	questões,	abordaremos	agora	quais	são	
as	competências	pedagógicas	do	educador	social.
Vamos	buscar	interagir	com	a	pedagogia	social	e	compreender	a	função	
pedagógica	deste	profissional.	Segundo	o	autor	Érico	Ribas	Machado	(2015,	p.	
18),
 
[...]	 a	 Pedagogia	 Social	 pode	 auxiliar	 na	 orientação	 da	 tomada	 de	
decisões,	particularmente	em	momentos	cruciais.	A	Pedagogia	Social	
é	considerada	como	o	dispositivo	pedagógico	de	leitura,	de	crítica	e	
de	elaboração	de	propostas	ou	modelos	propriamente	educativos	em	
relação	às	políticas	sociais.
Este	mesmo	autor	também	nos	diz	que	a	pedagogia	social	é	avaliada	como	
a	ciência	da	educação	social.	Neste	sentido,	nós	precisamos	tomar	cuidado,	pois	
as	definições	de	educação	social,	pedagogia	social	e	também	de	trabalho	social	
são	muito	parecidas,	e,	às	vezes,	aparecem	juntas	em	obras	e	artigos	de	alguns	
pesquisadores	(MACHADO,	2015).	
É	objetivo	deste	tópico	é	contribuir	para	o	esclarecimento	dessas	questões	
e	convidá-los	a	refletir	sobre	a	relação	que	a	educação	social	tem	com	as	áreas	da	
assistência	social	e	da	pedagogia.	Essas	áreas	se	aproximam	de	várias	formas	e	
todas	elas	se	preocupam	com	o	desenvolvimento	humano	e	a	mediação	com	as	
práticas	educativas.
Podemos	 já	 ter	ouvido	falar	que	toda	pedagogia	é	social,	mas	que	nem	
toda	 educação	 é	 formal.	 Por	 isso,	 quando	 falamos	 aqui	 de	 pedagogia	 social	
estamos	 conceituando	 a	 relação	 entre	 educação	 e	 sociedade,	 falando	 de	 um	
conceito	exclusivamente	social.
Portanto,	tratar	das	competências	pedagógicas	de	um	educador	social	é	
buscar	 entender	quais	 caminhos	 ele	vai	 trilhar	para	organizar	 as	práticas	 e	 os	
processos	de	ensino	e	aprendizagem	dos	grupos	com	os	quais	ele	vai	trabalhar.
Mas	 o	 que	 são	 competências	 pedagógicas?	 Podemos,	 de	 modo	 breve,	
dizer	que	são	um	conjunto	de	conhecimentos,	habilidades,	técnicas	e	atitudes	que	
auxiliam	na	construção	da	educação	de	qualidade	contribuindo	para	a	formação	
geral	dos	indivíduos.	Ou	ainda,
Segundo	 o	 MEC,	 as	 competências	 são	 ações	 e	 operações	 que	
utilizamos	 para	 estabelecer	 relações	 com	 e	 entre	 objetos,	 situações,	
fenômenos	e	pessoas	que	desejamos	conhecer.	São	operações	mentais	
estruturadas	 em	 rede	 que	mobilizadas	permitem	a	 incorporação	de	
32
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO SOCIAL
novos	 conhecimentos	 e	 sua	 integração	 significada	 a	 esta	 rede.	 As	
habilidades	 decorrem	 das	 competências	 adquiridas	 e	 referem-se	
ao	 plano	 imediato	 do	 saber	 fazer.	 Com	 essas	 orientações,	 a	 prática	
pedagógica	não	será	a	transmissão	dos	saberes,	mas	o	processo	mesmo	
de	construção,	apropriação	e	mobilização	destes	saberes.	A	construção	
de	competências	depende	de	conhecimentos	significados	(MENEZES,	
SANTOS,	2001,	s.p.).
Podemos	pensar	então	que	são	competências	pedagógicas	tudo	aquilo	que	
o	educador	planeja	e	faz	para	consolidar	o	processo	de	ensino	e	aprendizagem	
quando	 se	 relaciona	 com	 as	 pessoas	 e	 ambientes	 em	 que	 está	 trabalhando.	
“A	 compreensão	 de	 que	 uma	 prática	 educativa	 compõe	 uma	 prática	 social	
permite	 entender	 que	 a	primeira	 ocorre	 em	diferentes	 espaços	na	 sociedade	 e	
de	 várias	 maneiras”	 (MACHADO,	 2015,	 p.	 14).	 Desta	 maneira,	 cabe	 refletir	
que	 as	 competências	 pedagógicas	 do	 Educador	 Social	 podem	 variar	 quando	
levamos	em	consideração	a	realidade	do	indivíduo,	mas	que	de	todo	modo,	essas	
competências	são	essenciais	para	que	o	profissional	consiga	exercer	seu	trabalho	
de	forma	efetiva.	
De	 acordo	 com	a	Base	Nacional	Comum	Curricular	 –	BNCC	 (BRASIL,	
2017)	atual,	existem	algumas	competências	gerais	que	devem	ser	desenvolvidas	
com	ao	longo	da	Educação	Básica	com	os	estudantes.
É	 verdade	 que	 já	 deixamos	 claro	 aqui	 algumas	 vezes	 que	 a	 educação	
escolar	não	tem	um	fim	nela	mesma	e	que	vamos	além	dos	muros	da	escola.	Por	
isso	a	importância	do	Educador	Social.	Mas	vamos	ler	o	Quadro	2	a	seguir:
QUADRO 2 – AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC
COMPETÊNCIAS GERAIS DA NOVA BNCC
1.	Valorizar	e	utilizar	os	conhecimentos	historicamente	construídos	sobre	o	mundo	físico,	social,	
cultural	e	digital	para	entender	e	explicar	a	realidade,	continuar	aprendendo	e	colaborar	para	a	
construção	de	uma	sociedade	justa,	democrática	e	inclusiva.
2.	Exercitar	a	curiosidade	 intelectual	e	 recorrer	à	abordagem	própria	das	ciências,	 incluindo	a	
investigação,	a	reflexão,	a	análise	crítica,	a	imaginação	e	a	criatividade,

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