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crimes contra a paz pública

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Para que haja sensação de segurança e vida em comunidade é necessário que a paz seja mantida. No entanto, há indivíduos que ferem essa estabilidade, com práticas criminosas. Você sabia que isso se caracteriza como crimes contra a paz pública? 
Os crimes contra a paz pública são chamados de associação criminosa, milícia privada, apologia ao crime ou pessoas criminosas e incitação ao crime. Essas práticas afetam diretamente a comunidade e tornam vulnerável a segurança da mesma.
A associação criminosa e milícia privada estão previstas no artigo 288 do Código Penal (CP). A associação criminosa requer três ou mais pessoas, com o objetivo de cometer crimes de forma regular, e a milícia privada acontece quando pessoas se juntam de forma paramilitar.
A associação ocorre quando os envolvidos visam a prática de vários crimes e a milícia privada acontece quando um grupo se reúne como se fossem de uma força militar armada.
De forma corriqueira, eles têm o objetivo de fazer justiça com as próprias mãos ou intenções de obter vantagens financeiras.
Já a incitação ao crime e apologia ao crime ou pessoas criminosas também são considerados delitos pelo CP e é de suma importância que sejam denunciados.
Quando alguém elogia um infrator ou fala bem de um crime, ela está cometendo o crime de apologia. Para que ele aconteça, os elogios devem ser direcionados a várias pessoas. Hoje, há muito esse tipo de apologia em redes sociais. A incitação passa de um elogio e vira uma forma de incentivar que indivíduos pratiquem aquele delito.
Penalidades – a penalidade para quem pratica associação criminosa é de um a três anos. Para quem comete milícia privada é de quatro a oito anos. E quem comete apologia de crime ou criminoso e incitação ao crime ambas são de três a seis meses de detenção, ou multa.
A Paz pública é o sentimento de segurança que deve existir na coletividade/sociedade. Esse sentimento é colocado em risco quando são executadas condutas que causem medo à sociedade, sendo por isso, tipificadas como criminosas pelos artigos 286 a 288 do código penal.
Aqui, o bem jurídico protegido é a paz pública, e o crime poderá ser catalogado de 4 formas diferentes:
1 – Incitação ao crime
Art. 286 – Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.
Incitar significa reforçar, induzir, provocar, ou estimular a prática do crime em questão. Tal incitação precisa ser pública, e deve ser direcionada a um número indeterminado de pessoas.
O crime em questão poderá ser praticado em qualquer meio de execução, inclusive através da internet. O elemento subjetivo é o dolo de incitar a coletividade à prática do crime, ou seja, a vontade consciente do agente. Importante destacar que o elemento publicidade é indispensável para que haja consumação do crime. Além disso, a forma culposa não é permitida.
O crime é de perigo abstrato e admite tentativa, especialmente se for na forma escrita. Ademais, é considerado comum, já que o sujeito ativo poderá ser qualquer indivíduo. Vale lembrar que o concurso de pessoas também é admitido, sendo possível a presença de um partícipe. O sujeito passivo, por sua vez, é a coletividade, sendo por isso um crime vago, já que esse sujeito não possui personalidade jurídica.
Por fim, por ser tratar de um crime formal, a incitação ao crime consuma-se com a mera incitação.
2 – Apologia de crime ou criminoso
Art. 287 – Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.
Fazer apologia significa exaltar, elogiar, enaltecer, de forma pública, um fato criminoso ou autor de algum crime. Assim como na incitação ao crime, a apologia deverá ser direcionada a um número indeterminado de pessoas.
Importante destacar que o crime que a conduta exalta deverá ter sentença transitada em julgado. Além disso, o crime é comum, tendo assim, como sujeito ativo qualquer pessoa. O sujeito passivo continua sendo a sociedade e o elemento subjetivo é o dolo.
Por fim, a tentativa é admissível, e o crime consuma-se com a apologia, independentemente do resultado que essa poderá causar.
3 – Associação criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. 
Importante destacar que a grande diferença se encontra nesse artigo, já que o mesmo passou por algumas modificações após a Lei 12.850 de 2013. Entenda:
Antes de 2013: O crime era conhecido como Formação de quadrilha ou bando, e necessitava de, no mínimo, 4 pessoas.
Depois de 2013:    O crime é denominado Associação criminosa e exige apenas a participação de 3 pessoas.
O sujeito passivo continua sendo a coletividade, e o grupo de pessoas deverá se unir para praticar um número indeterminado de crimes. Ademais, essa união de pessoas deverá ter vínculo permanente e estável, sendo por isso inadmissível a tentativa.
O elemento subjetivo é o dolo de associar-se a fim de cometer número indeterminado de crimes.
A pena é aumentada até a metade quando a associação estiver armada ou quando houver a participação de criança ou adolescente.
4 – Constituição de milícia privada
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.
O sujeito ativo continua sendo qualquer pessoa, desde que seja no mínimo de 4. O sujeito passivo também permanece sendo a coletividade e um número indeterminado de pessoas.
A mera constituição já consuma o crime, e a tentativa é inadmissível por ser um crime abstrato.

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