Buscar

ESTILOS DE JARDIM - APOSTILA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
ESTILOS DE JARDIM 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. CONTEXTO ................................................................................................................................... 2 
2. ESTILOS ...................................................................................................................................... 10 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1. CONTEXTO 
 
Do Éden ofertado por Deus e perdido pelo homem ao violar o fruto 
proibido, às construções egípcias, persas, gregas, romanas e islâmicas, os 
jardins sempre representaram fartura e bonança (PREST, 1981). 
Planejados para demonstração de poder, como teatros para celebração 
dos sentidos ou ainda como retiros para elevação espiritual, os jardins 
materializavam, dentro de um determinado perímetro a imagem de uma 
natureza profícua e generosa, recriando assim, sob o controle do 
homem, um espaço mítico em que plantas, animais, rios e fontes estariam 
em perfeita harmonia com desígnios divinos de bem-estar (SANJAD, 2001). 
Nos povos de cultura cristã, a origem dos jardins está associada a 
propósitos espirituais, sejam religiosos ou filosóficos. Símbolo da 
benevolência divina, da pureza e da virgindade, a imagem do jardim fechado, 
ordenado racionalmente em oposição ao mundo exterior selvagem, era 
frequentemente utilizada na Idade Média para a representação visual 
do paraíso (PREST, 1981). A possibilidade de reproduzir a natureza, 
transplantando vegetais para um espaço privado, fascina, encanta e desperta a 
imaginação das pessoas com a multiplicidade de cores e formas que as plantas 
proporcionam. Os jardins influenciam, onde estão presentes, o imaginário 
popular e é considerado o mito fundador da civilização ocidental (RODRIGUES 
et al., 2005). 
Neste contexto, a historiadora mexicana Ramona Pérez Bertruy 
relata que “el jardín surgió como un documento que podía mostrar, siempre 
en aras del conocimiento, vestigios sobre los orígenes y el devenir del 
hombre, y que, por ende, forma parte de las raíces que dan identidad a los 
pueblos” (BERTRUY, 2009, p. 323). Isso significa que os jardins desde as 
antigas civilizações, são significativos testemunhos da arte, da história 
e da cultura de humanidade. Foi no início do século 16, o momento em que 
o jardim assumiu nova configuração, requerendo para si a primeira e 
mais evidente representação do poder imperial e um marco disso foi a construção 
dos jardins da Corte Belvedere para a apresentação da coleção papal 
de escultura (Figura 1). O padrão instaurado no jardim do Éden, a exegese 
determinava a clausura, no novo jardim do poder, as portas deveriam 
3 
 
 
estar abertas permitindo que as pessoas vissem e fossem vistas 
(CUNNINGHAM, 1996). 
Assim como os grandiosos palácios principescos que se espalharam pelas 
Cortes italianas, francesas e inglesas, os jardins passaram a dizer algo sobre 
o poderio e a importância dos seus criadores (SANJAD, 2001). 
 
Figura 1: Corte Belvedere no Palácio do Vaticano. 
 
Fonte: Cunningham, 1996. 
 
O jardim botânico, até então, era o mais importante dentre os jardins criados 
pelo ser humano por desempenhar funções científica, educacional, social, 
estética, histórica e ecológica. Foi na Mesopotâmia, no antigo Egito e na 
América pré-colombiana que os primeiros jardins botânicos foram 
criados. Na Mesopotâmia, imaginava-se que os jardins pertenciam a 
Nabucodonossor – os Jardins Suspensos da Babilônia, que ficaram conhecidos 
como uma das sete maravilhas do mundo antigo (SOUSA, 1976). 
Estes primeiros jardins botânicos tinham como objetivo 
fundamental cultivar plantas medicinais que deveriam ser estudadas, 
além de configurar um espaço de convívio para a sociedade. 
4 
 
 
Pode-se dizer também, que o surgimento dos jardins botânicos, 
provavelmente, está relacionado ao aparecimento da agricultura (ROCHA, 
1999). O primeiro jardim botânico ocidental surgiu na cidade de Atenas, 
Grécia, junto ao Liceu, e foi criado por Teofrasto de Ereso, o pai da 
botânica, a cerca de 370-285 a.C., que de acordo com Bye (1994), foi criado para 
atender a demanda científica e educativa até mesmo porque, nele se 
mantinham plantas para as pesquisas dos estudiosos do Liceu. Contudo, é só 
durante o Renascimento europeu que as referências aos jardins botânicos 
ocidentais surgem. 
Na Idade Moderna, a Europa foi pioneira na criação de jardins botânicos 
que tinham por objetivo principal o estudo da flora e da aclimatação, bem como 
o cultivo de plantas úteis. 
Até então, o jardim botânico não era considerado, a priori, um espaço 
de deleite, contemplação, a recriação do Éden monitorado pelos humanos. 
Compreendendo os séculos 16 e 17, tais jardins foram criados e tornaram-se 
locais de experimentação, ensino e estudo. 
Os arranjos paisagísticos visavam, principalmente, a praticidade do 
ordenamento das plantas em gêneros e ou famílias botânicas, ou seja, 
seguindo a classificação filogenética bem como suas exigências de plantio, o que 
significou, em certa medida, não adotar a estética dos jardins 
renascentistas e barrocos. 
Dentre os primeiros jardins botânicos, destacam-se o de Pisa que 
foi considerado o primeiro jardim botânico moderno e o que iniciou o uso 
de estufas de vidro para introdução de plantas exóticas e implantou 
um herbário para estudos; e o de Upsala pela atuação de Carl von Linneus, 
considerado o “pai da Taxonomia”, criador do sistema de classificação 
binária dos seres vivos. 
O jardim foi projetado para mostrar como as plantas se relacionavam 
entre si, através, por exemplo, de similaridades e diferenças físicas. Com a 
difusão dos estudos de Carl von Linneus outros jardins passaram a 
seguir o exemplo de Upsala. 
Os babilônios publicaram os textos mais antigos sobre jardins, datando do 
terceiro milênio a.C.. Descreveram seus jardins como “locais sagrados”. Os Jardins 
5 
 
 
Suspensos da Babilônia destacam-se como sendo uma das sete maravilhas do 
mundo, principalmente por sua grande dimensão,com 100 m de altura em 15.000 m2. 
Relatos indicam que tais jardins foram construídos pelo rei Nabucodonosor a 
partir do ano 605 a.C. Conta-se que os Jardins foram construídos para alegrar a 
esposa do rei, a Rainha Amyitis, a qual tinha saudades das montanhas verdejantes 
de sua terra natal, Medes. Como a Babilônia não possuía montanhas, seu esposo 
decidiu recriar a paisagem de Medes com a construção de uma montanha artificial. 
Tais jardins se caracterizaram mais pelos novos elementos arquitetônicosincorporados que pela sua vegetação. 
Entretanto, continha principalmente álamos, jasmins, malvas-rosa, pínos, 
rosas, tâmaras e tulipas. O geógrafo grego Strabo os descreveu como tendo “terraços 
superpostos, erguidos sobre 
pilares em forma de cubos ocos, os 
quais, preenchidos com terra, 
abrigavam as árvores. 
Lateralmente possuía escadas e 
motores d’água que irrigavam os 
jardins com água do rio Eufrates”. 
 
O geógrafo grego Strabo descreveu os Jardins da Babilônia como tendo terraços 
superpostos, erguidos sobre pilares, em forma de cubos ocos, os quais, preenchidos 
com terra, abrigavam árvores. 
 
No Egito, os jardins eram constituídos em grandes planos horizontais, 
acompanhando a topografia do Rio Nilo, os jardins representavam um símbolo da 
fertilidade e compunham, com seus 
monumentos, uma simetria de rigidez 
retilínea, seguindo os quatro pontos 
cardeais. O jardim oficial de Tebas, de 
2.000 a.C, possuía canteiros de flores, 
cercas vivas, caramanchões e uma 
piscina, sendo contornado por muros altos, 
modelo que persistiu até o ano 500 a.C. As 
6 
 
 
principais plantas utilizadas foram: figueiras, palmeiras, plantas aquáticas, sicômoros 
e videiras. 
Na Grécia, os jardins, que se esmeravam pela simplicidade, possuíam uma 
forte influência egípcia, mas com características próprias devido à topografia mais 
acidentada e pelo clima diferenciado. Os jardins, que imitavam a natureza, ficavam 
em recintos abertos para pórticos e colunas na entrada, como uma extensão das 
construções. 
Na decoração, 
utilizavam esculturas 
humanas e animais, 
próximas do tamanho e 
forma naturais. 
Cultivavam-se hortaliças 
e várias frutíferas como 
figueiras, macieiras, 
oliveiras, pereiras, 
romãzeiras e videiras. 
Os jardins Romanos seguiram o estilo grego. Posicionavam-se voltados para o 
interior das habitações e ficavam separados das mesmas por colunas. Suas 
características eram a grandiosidade e a decoração pomposa, com finalidades 
recreativas e sociais. Éram metódicos, ordenados e integrados às residências, como 
os das cidades de Herculano e Pompéia. As sombras proporcionadas por galerias de 
arcos, reduziam a necessidade de árvores que eram plantadas em grupos. 
Possuíam tanques d’água para a irrigação planejada, monumentos, mesas e 
estátuas de mármore, oriundas principalmente de saques na guerra com a Grécia. 
Algumas plantas utilizadas foram amendoeira, amoreira, buxos, ciprestes, figueiras, 
coníferas, louro-anão, macieiras, pessegueiros, plátanos e videiras. 
As vilas romanas são exemplos do conceito “casa-jardim”, empregado na 
época, com sua horta e terraço ornamentado com flores perfumadas. O uso da 
topiária, compondo formas de figuras e de nomes, caracterizou o período. 
 
 
 
 
7 
 
 
Figura 2: Jardinagem. 
 
 Fonte: Cunningham, 1996. 
 
 A jardinagem da China teve sua origem ao redor do ano 200 a.C.. Os 
imperadores criaram jardins cercados, propícios à contemplação, cujos elementos 
básicos foram as pedras, riachos e lagos, onde se limitava a ordenar as plantas 
nativas. 
Naquela época acreditava-se que ao norte da China havia um lugar para os 
imortais, uma espécie de lago-ilha. A imitação deste local imaginário efetivou o estilo 
chinês, com palácios vermelhos em meio às rochas, lagos cobertos de lótus e 
rodeados de chorões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Figura 3: O Jardim. 
 
 Fonte: Cunningham, 1996. 
 
O jardim japonês se baseia no mesmo estilo empregado pelos chineses. A 
partir de 607 d.C. formou seu próprio estilo de jardim “lago-ilha”, no qual valorizou as 
formas das plantas e a composição das cores das folhagens e flores. Naquela época 
surgiram os bonsais, criados pelos monges budistas. 
Em 1894 construíram o seu mais famoso jardim, o Santuário Heian, em Kioto. 
Utilizaram-se, em seus jardins, as azaléias, cerejeiras e lírios, entremeados de rochas 
cobertas por flores e pínos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Figura 4: Lagos. 
 
 Fonte: Cunningham, 1996. 
 
O início do Renascimento data de meados do século XV e tal época ficou assim 
conhecida devido ao ressurgimento da cultura de um modo em geral. Houve uma 
renovação do pensamento no que diz respeito às artes, às ciências, à literatura e a 
filosofia. Consequentemente, houve o renascimento também dos jardins e os países 
que mais expressaram esta renovação foram Itália, França e Inglaterra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
2. ESTILOS 
 
 Na Espanha, entre os séculos XV (Antiguidade clássica) e XVI (Renascimento), 
ocorreu um retorno à economia rural e a simplicidade de hábitos. O estilo gótico de 
seus jardins é uma mistura dos que o precederam. As plantas eram utilizadas, 
principalmente, para fins alimentícios e medicamentosos. Cultivavam-se árvores 
frutíferas, hortaliças e flores para uso religioso. 
Criaram-se os chamados “jardins da sensibilidade” que se caracterizavam pela 
água, cor e perfume das plantas e pela pequena dimensão. O emprego de canais, 
fontes e regatos objetivavam amenizar o calor, enriquecer a ornamentação e 
possibilitar a irrigação das plantas. As espécies vegetais mais cultivadas foram as 
alfazemas, as anêmonas, os cravos, os jacintos, os jasmins e as rosas. 
Seguem o estilo dos jardins murados de influência medieval, dos séculos IX a 
XV, muito utilizado nos monastérios europeus. Principalmente no século XII, seguem 
mais o estilo Barroco, com liberdade de criação e ornamentação pesada. Neste caso, 
cultivavam-se principalmente o pínos, oliveira, uva (entre outras frutíferas), hortaliças 
e medicinais. Podem-se citar dois jardins típicos da Espanha, o Jardim do Conde, em 
Cáceres, do final do século XIX e o Jardin Del Malecón, em Múrcia, de 1845. Seus 
principais Jardins Botânicos estão em Barcelona, Córdoba, Málaga, Madri e Valência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Figura 5: Jardim. 
 
 Fonte: Cunningham, 1996. 
 
Os jardins italianos, em meados do século XV, inspiraram-se no estilo romano, 
com suas estátuas e fontes monumentais, porém, com terraços de vistas 
panorâmicas, corredeiras d’água e construção através de técnicas de engenharia. 
Tais jardins uniam-se às casas por meio de galerias externas e outras prolongações 
arquitetônicas. 
Destinavam-se ao retiro intelectual, onde se trabalhava ao ar livre aproveitando-
se das sombras proporcionadas pelas árvores que comumente recebiam topiárias. O 
estilo metódico do final da Renascenca e começo do Barroco, segue o exagero e 
técnicas refinadas influenciadas pelos artistas Micchelangelo e Rafael, como pode ser 
visto nos jardins da Villa d’Este em Tivoli. As plantas mais utilizadas foram o azinheiro, 
o buxo, a cipreste, o louro e o pinheiro. Segundo a UNESCO, o Jardim Botânico de 
Pádua é o mais antigo do mundo, fundado em 1545, seguido pelos de Pisa, em 1546 
e o de Bolonha, em 1568. 
Sendo assim, foi proposto que para o aproveitamento das irregularidades do 
terreno, se fizesse uso de escadarias e terraços acompanhados de corredeiras de 
12 
 
 
água. Tais jardins deveriam unir-se à casa por meio de galerias externas e outras 
prolongações arquitetônicas. 
A vegetação era considerada secundária e se caracterizava por receber cortes 
adquirindo formas determinadas. Nestes jardins a paisagem era desenhada com 
régua e compasso, caracterizando a simetria de linhas geométricas. Havia também 
muito contraste entre as formas naturais e as criadas pelo homem. 
 
Figura 6: Geométricas. 
 
 Fonte: Cunningham, 1996. 
 
O estilo francês foi inspirado nos jardins medievais, principalmente nos da Itália. 
Predominaram as construções de estilo Barroco, com canteiros de flores 
multicoloridas, hortas com ervas medicinais, espelhos d’água com chafarizes e 
pontes, plantas com topiárias. 
Suas formas geométricas podiam ser percebidas tanto nos caminhos e 
passeios quanto na vegetação,admitindo-se poucos desníveis. São responsáveis 
pelos maiores jardins formais do mundo, utilizados para fins de lazer e caça. Um dos 
seus mais famosos jardins é o do Palácio de Versalhes, e o mais antigo é o Jardim 
Botânico de Montepellier, fundado em 1597, seguido pelo de Paris, em 1626. 
 
 
 
 
13 
 
 
O mais rígido e formal dos estilos, é caracterizado por linhas retas e formas 
geométricas. Foi muito utilizado em castelos e palácios, onde vivia a nobreza 
francesa. O jardim é composto basicamente por arbustos baixos, topiados. Esse estilo 
de jardim ressaltava as construções, reafirmando a superioridade da nobreza em 
relação aos seus servos. Sua influência é muito grande nos jardins atuais. 
 
O estilo inglês se inspirou nos jardins chineses, ficando conhecidos como 
“jardins paisagísticos”. Eram irregulares e assimétricos, sendo planejados com 
liberdade, buscavam refletir a natureza com seus riachos e lagos. 
De linhas graciosas, amplos gramados, com poucas ruas, porém, amplas e 
cômodas, belas perspectivas devido às inclinações dos terrenos e pequenos bosques. 
Utilizavam agrupamentos de árvores pouco numerosas e plantas isoladas. 
Os ingleses acabaram dando origem aos parques e jardins públicos. Este estilo 
foi utilizado por quase dois séculos e depois entrou em decadência, dando lugar ao 
estilo misto. O Jardim Botânico mais antigo da Inglaterra é o de Oxford, criado em 
1640. O Jardim Botânico Real de Kew, criado em 1759, é considerado o principal 
jardim botânico do mundo. 
Além disso, a Inglaterra possui também o Jardim Botânico mais moderno do 
mundo, o Jardim do Éden, em Cornwall, que foi criado em 2000. É um estilo que foge 
à formalidade dos demais jardins, sendo caracterizado pelas curvas; não possui linhas 
retas, e utiliza intensamente árvores e arbustos, com extensos gramados e formação 
de bosques, não sendo utilizada a topiaria. 
 
O estilo valoriza muito mais a natureza do que a construção em si. É utilizado em 
jardins de grandes áreas. O estilo também gerou muita influência nos jardins atuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
Figura 7: Jardim. 
 
 Fonte: Cunningham, 1996. 
 
O estilo holandês seguiu, no início, os estilos francês e italiano, porém, devido 
à sua topografia plana e pelo hábito de cultivo das plantas bulbosas multicoloridas e 
acabou criando um estilo próprio. Tornaram-se mais compactos e graciosos, de 
múltiplos recintos e com túneis formados por trepadeiras compondo com intrincados 
grupos florais ao centro, especialmente Tulipas. 
As pequenas fontes eram envoltas por cercas vivas e ciprestes com topiárias, 
colocadas em círculos sobrepostos. Os portões de ferro fundido fechando os jardins, 
também são sua marca. Seu Jardim Botânico mais antigo é o de Eliden, criado em 
1577. 
O paisagismo holandês é facilmente reconhecido pela simetria, proporção e 
harmonia, motivo pelo qual transmite uma incrível sensação de equilíbrio e 
organização. Não deveríamos olhar para nossos jardins como uma extensão dos 
nossos ambientes? É assim que os holandeses olham para os seus. 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
Figura 8: Jardim Botânico. 
 
 Fonte: (INNES, 2014). 
 
O estilo indiano baseou-se principalmente nos estilos persa, grego e romano. 
Foram fortemente influenciados pelas religiões dominantes como o Budismo, 
Hinduismo e Islamismo. 
Comumente seus jardins são simétricos, irrigados por canais e associados à 
arquitetura dos edifícios. O louvor às mulheres proporcionou a criação de templos, 
integrados a jardins contemplativos, e o Taj-Mahal, construído no século XVII, é o seu 
exemplo mais famoso. 
O Jardim Botânico de Calcutá (1787) serviu como berçário para disseminação 
de plantas econômicas para o mundo, especialmente flores e hortícolas. O Jardim 
Botânico de Ooty, de 1848, esmera pelos seus lagos com arbustos, lírios e eucaliptos. 
 
Figura 9: O Jardim Botânico de Ooty. 
16 
 
 
 
 Fonte: (INNES, 2014). 
 
O estilo americano teve por base a extrema organização e a praticidade na 
recepção aos visitantes. Mesmo não imitando a natureza, o gosto pelas flores 
multicoloridas proporciona uma paisagem muito bonita aos visitantes. No século XVIII 
utilizou-se do estilo paisagístico. 
O Jardim Botânico de Filadélfia seria o mais antigo, criado em 1730, se 
houvesse sobrevivido à guerra da Independência, assim, o Jardim Botânico do 
Missouri, St. Louis, de 1858, é o mais antigo em atividade. O Jardim Botânico de Nova 
York, além de ser um dos mais antigos, ainda é um dos maiores do mundo. 
 
Figura 10: Jardim. 
 
17 
 
 
 
 Fonte: (INNES, 2014). 
 
O estilo português segue principalmente o estilo do jardim inglês, construído 
com terraços, possuindo arboretos e contornados por muros com portões e colunas 
em estilo barroco. As principais plantas cultivadas, além das espécies arbóreas e 
arbustivas nativas, foram algumas espécies introduzidas das colônias. 
Cultivaram-se as acácias, araucárias, bambus, buxos, canforeiras, 
castanheiras, eucaliptos, figueiras, magnólias, nogueiras, palmeiras, plátanos, 
podocarpos, sequoias e tílias. O Jardim Botânico da Ajuda é o seu mais antigo, de 
1768, e o Jardim Botânico de Coimbra é o seu jardim mais famoso, tendo sido criado 
em 1772. No caso dos jardins da Ilha da Madeira, o Jardim Botânico de Funchal possui 
conservadas as espécies em risco de extinção, da própria flora local, compondo 
maravilhosos canteiros florais que podem ser observados dos terraços superiores. 
 
Figura 11: Jardim. 
18 
 
 
 
 Fonte: (INNES, 2014). 
 
O estilo brasileiro seguiu de certa forma os dos jardins holandeses e 
portugueses, no período do século XVII até o início do século XX. Os jardins 
brasileiros, na segunda metade do século XIX, tiveram forte influência do paisagista 
francês, Auguste Marie François Glaziou, que introduziu o romantismo e o jardim 
pitoresco, implantando vários jardins e parques públicos na cidade do Rio de janeiro. 
No segundo quarto do século XX surge o paisagista Atílio Correa Lima, com o 
chamado movimento renovador e, mais recentemente, na década de sessenta, surgiu 
o seu mais famoso paisagista Roberto Burle Marx, com grande apego à natureza e o 
uso prioritário de espécies nativas, principalmente as da própria região do jardim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Paisagismo. 
19 
 
 
 
 Fonte: (INNES, 2014). 
 
 
 
Os jardins clássicos são marcados pelas formas geométricas, simetria e 
separação dos espaços. É bastante frequente o uso de coníferas e plantas que podem 
ser podadas, formando figuras de topiaria (esculturas vegetais). Também são 
bastante vistos neste tipo de paisagismo estátuas, escadarias e fontes de água. 
Geralmente tem dimensões monumentais. 
Tal configuração foi uma evolução dos jardins da época do Renascimento 
(século XVI) que atingiu seu auge na França e Itália. O jardim era praticamente todo 
verde, com áreas sombreadas, e podiam conter canteiros com flores para um 
diferencial na época da primavera-verão. 
20 
 
 
 
 
 
O jardim inglês tem um traçado mais orgânico, em que os diversos elementos 
se integram visualmente na paisagem. As plantas são mantidas em sua forma natural, 
ou seja, sem fazer o uso da técnica de topiaria. 
Este estilo tem bastante influência dos jardins chineses e japoneses e no jardim 
inglês do século XVIII, que era caracterizado pelo uso de muitas espécies de plantas. 
Apesar de parecer feito ao acaso, a concepção era formal e muito bem pensada, mas 
sua implantação seguia de forma despretensiosa. Não havia a preocupação da 
simetria como no estilo clássico muito pelo contrário, a assimetria era o que trazia o 
efeito surpresa! Também eram comuns ruínas e elementos arquitetônicos que 
remetiam à antiguidade, juntamente com espelhos d’ água. 
21 
 
 
 
Jardim do Palácio de Kensington, Londres. Foto: Leonid AndronovO jardim tropical é quase sempre caracterizado pela forma informal da 
composição e pela presença de vegetação nativa como palmeiras, plantas aquáticas, 
bromélias, ágaves, dracenas, monsteras, samambaias, entre outras. Para integrar 
todos esses elementos visualmente, o gramado ou vegetação rasteira é praticamente 
obrigatório. 
 
22 
 
 
 
Jardim tropical projetado por Alex Hanazaki (Foto: Divulgação) 
 
Jardim rochoso ou árido: 
Como o nome já diz, a vegetação é predominantemente de plantas nativas de 
clima seco e árido, como as suculentas, plantas xerófitas e cactos. Também há 
bastante uso de pedras e areia para complementar o conjunto e trazer uma paisagem 
árida. No jardim árido você nunca verá um gramado verde complementando, por 
exemplo. 
23 
 
 
 
Paraíso Invertido, do holandês Arie van der Hout, coberto por pedaços de pneus reciclados e 
vegetação árida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BELTING, Hans. Bild-Anthropologie, München: Wilhelm Fink Verlag, 2001. 
 
BELTING, Hans. Após o fim da história da arte, (1985) São Paulo: Coisac Naify, 2012. 
 
CHASTEL, André. «Histoire de l’art et histoire», Encyclopaedia Universalis, vol. 
«Enjeux», 1989, 
p.491-498. 
 
DAMISCH, Hubert. L’origine de la perspective, (1987), Paris: Flammarion, col. 
«Champs», 1994. 
 
DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante da imagem. Questão colocada aos fins de uma 
história da arte. (1990), São Paulo: ed.34, 2013. 
 
DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: ed.34, 1998 
[Ce que nousvoyons, ce qui nous regarde, Paris: Minuit, 1992]. 
 
DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente. História da arte e tempo dos 
fanstamas segundo Aby Warburg, (2000). Rio de Janeiro: Contraponto, 2013. 
 
DIDI-HUBERMAN, Georges. Devant le temps, Paris: Minuit, 2000. 
 
DILLY, Heinrich. «Heinrich Wölfflin: histoire de l’art et germanistique entre 1910 et 
1925», in: Histoire et théories de l’art. De Winckelmann à Panofsky. Revue 
Germanique Internationale, n0 2, Paris:PUF, 1994. 
 
FAURE, Élie. Histoire de l’art. L’art antique. Prefácio à edição de 1921, Livre de Poche, 
p.32 (História Antiga. História Medieval. História Moderna. São Paulo: Martins Fontes).

Continue navegando