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Metodologia do Cuidado de Enfermagem

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EnfErmagEm
Profª. Aline Wisnieski Lemke
Profª. Danieli Holderried Grübel
Profª. Miriam Quadros de Oliveira
mEtodologia do 
Cuidado dE
Indaial – 2022
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Profª. Aline Wisnieski Lemke
Profª. Danieli Holderried Grübel
Profª. Miriam Quadros de Oliveira
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. LEMKE, Aline Wisnieski.
Metodologia do Cuidado de Enfermagem. Aline Wisnieski Lemke, Danieli 
Holderried Grübel, Miriam Quadros de Oliveira. Indaial - SC: Arqué, 2022.
193p.
ISBN 978-65-5466-214-7
ISBN Digital 978-65-5466-211-6
“Graduação - EaD”.
1. Tratamento 2. Materiais 3. Saúde
CDD 610
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Metodologia do Cuidado em 
Enfermagem, que trata de assuntos voltados às teorias de Enfermagem, abordando 
pontos de destaque de atuação dos principais teoristas que norteiam a consulta 
de Enfermagem e embasam as visitas domiciliares. Assim, possibilita a atuação do 
profissional enfermeiro, não apenas dentro das suas unidades de saúde como nos 
domicílios quando necessário.
Na Unidade 1, veremos as principais teorias da Enfermagem que dão suporte 
a nossa atuação profissional. A profissão dos enfermeiros tem ganhado mais visibilidade 
no decorrer dos anos e, com isso, novas atribuições passaram a ser garantidas por lei a 
esses profissionais.
Na Unidade 2, estudaremos a consulta de Enfermagem. Embora muitas pessoas 
vejam a consulta, na área da saúde, como uma atividade somente do médico, o que 
muitos não sabem é que a Enfermagem também tem que a realizar consultas, prescrever 
condutas de cuidados, entre outras atribuições, conforme a legislação vigente. Todavia, 
todo esse processo deve seguir etapas para que se alcance os objetivos desejados.
E, por último, porém não menos importante, na Unidade 3, estudaremos a visita 
domiciliar, que não é algo novo. Com certeza, já ouvimos nossos pais e avós falarem que, 
antigamente, os médicos e enfermeiros realizavam atendimentos em casa. Atualmente, 
os programas do Governo Federal também estabelecem condutas que devem ser 
acompanhadas pela equipe de saúde no domicílio do paciente.
Bons estudos!
Profª. Aline Wisnieski Lemke
Profª. Danieli Holderried Grübel
Profª. Miriam Quadros de Oliveira
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS DO CUIDAR .............................1
TÓPICO 1 — PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM .......................................... 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 TEORIA AMBIENTALISTA ..................................................................................... 3
3 TEORIA DO AUTOCUIDADO ................................................................................. 6
4 TEORIA DA ADAPTAÇÃO ................................................................................... 10
5 TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS (NHB) ..............................11
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE ....................................................................................................17
TÓPICO 2 — CONSULTA DE ENFERMAGEM .......................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19
2 CONSULTA DE ENFERMAGEM ........................................................................... 21
3 PROCESSO DE ENFERMAGEM .......................................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 37
TÓPICO 3 — VISITA DOMICILIAR ..........................................................................39
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................39
2 VISITA DOMICILIAR ...........................................................................................39
3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO – LEGISLAÇÃO .................................................... 47
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 51
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................57
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................58
REFERÊNCIAS .......................................................................................................60
UNIDADE 2 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) .......69
TÓPICO 1 — COMPETÊNCIAS REQUERIDAS PARA O TRABALHO DOS 
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ..................................................71
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................71
2 HABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE 
TRABALHO .........................................................................................................71
3 LEGISLAÇÃO E COMPETÊNCIA DO PROCESSO DE TRABALHO DE 
ENFERMAGEM ...................................................................................................80
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................89
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................90
TÓPICO 2 — CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) ..........................................93
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................93
2 ENTENDENDO A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
(SAE) ..................................................................................................................94
3 ETAPAS DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM (SAE)..96
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................104
AUTOATIVIDADE .................................................................................................105
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO E RACIOCÍNIO CRÍTICO NA ENFERMAGEM ............ 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 107
2 RACIOCÍNIO CLÍNICO ....................................................................................... 107
3 PENSAMENTO REFLEXIVO, PENSAMENTO CRÍTICO E DIAGNÓSTICO DE 
ENFERMAGEM .................................................................................................. 110
4 LEGISLAÇÃO DE ENFERMAGEM ...................................................................... 111
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 118
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................120
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 121
REFERÊNCIAS .....................................................................................................124
UNIDADE 3 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E 
PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA ........................................... 129
TÓPICO 1 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) E 
PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA ................................................131
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................131
2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) .....................131
3 PRÁTICAS DE ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIA ..............................134
3.1 EXEMPLO DE CASO CLÍNICO ......................................................................................... 141
3.2 FISIOPATOLOGIA DA ÚLCERA VENOSA ..................................................................... 146
3.2.1 Tratamento farmacológico da úlcera venosa ...................................................147
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 153
AUTOATIVIDADE .................................................................................................154
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E TAXONOMIAS – 
NANDA, NIC, NOC ........................................................................... 157
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 157
2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE ENFERMAGEM ....................................... 157
3 CLASSIFICAÇÃO NANDA .................................................................................160
4 CLASSIFICAÇÕES NOC E NIC .........................................................................164
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 167
AUTOATIVIDADE .................................................................................................168
TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DE 
ENFERMAGEM (CIPE®) E SOAP (SUBJETIVO, OBJETIVO, 
AVALIAÇÃO E PLANO) .....................................................................171
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................171
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIPE® .....................................................................171
2.1 EIXOS DA CIPE® .................................................................................................................173
2.2 CIPE® – LINGUAGEM E CUIDADO .................................................................................175
3 MÉTODO SOAP (SUBJETIVO, OBJETIVO, AVALIAÇÃO E PLANO) ..................177
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 187
AUTOATIVIDADE .................................................................................................188
REFERÊNCIAS ......................................................................................................191
1
UNIDADE 1 — 
INSTRUMENTOS 
METODOLÓGICOS DO 
CUIDAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• aprender as principais teorias de Enfermagem;
• conhecer a consulta de Enfermagem, que faz parte da assistência prestada ao 
paciente e deve ser realizada pelo profissional enfermeiro;
• identificar a atuação do enfermeiro na visita domiciliar; 
• conhecer as etapas da consulta de Enfermagem.
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM
TÓPICO 2 – CONSULTA DE ENFERMAGEM
TÓPICO 3 – VISITA DOMICILIAR
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Na década de 1960, declaramos o marco do surgimento das primeiras teorias 
de Enfermagem, com o objetivo de fazer a relação científica entre as evidências, 
encontradas pelos profissionais enfermeiros, e a ciência. Portanto, a prática profissional 
está associada, principalmente, aos cuidados do que outros aspectos da profissão 
(HORTA, 1979).
A evolução científica das teorias de Enfermagem continuou repercutindo em 
1970, com o surgimento de novos estudos e pesquisas na área, destacando, ainda mais, a 
atuação do enfermeiro no cuidado ao paciente.
Entre os anos 1980 e 1990, seguindo essa crescente evolução das pesquisas 
de Enfermagem, tornou-se evidente a necessidade de fundamentação e aplicação das 
teorias de Enfermagem na assistência prestada aos pacientes em todos os serviços de 
saúde. Essas teorias surgiram no contexto de orientações filosóficas, pela forma como o 
mundo é visto de um determinado ponto (OLIVEIRA; CURADO, 2019).
Para aprofundar o seu conhecimento sobre o tema, sugerimosa leitura 
do artigo Teorias de Enfermagem na ampliação conceitual de boas 
práticas de Enfermagem: http://twixar.me/YNMm.
DICA
As teorias de Enfermagem possibilitam a atuação profissional, com base no 
cuidado, e a associação com o conhecimento científico, auxiliando os profissionais 
da área a compreenderem e terem um melhor entendimento de vários aspectos que 
interferem no cuidado do paciente.
2 TEORIA AMBIENTALISTA
A enfermeira Florence Nightingale foi reconhecida pela sua atuação profissional na 
guerra da Crimeia, em 1854, ficou conhecida popularmente como a Dama da Lâmpada 
(COREN-SP, 2021), objeto que se tornou símbolo universal da Enfermagem.
4
Durante a Guerra da Crimeia, em 1854, Florence Nightingale foi 
Enfermeira de guerra. Os soldados a transformaram em seu anjo da 
guarda porque ela ia nas enfermarias e acampamentos dos batalhões 
de lanterna na mão, iluminando o caminho, para cuidar dos doentes. 
É por isso que Florence Nightingale é conhecida como a Dama da 
Lâmpada (COREN-SP, 2021).
Ao retornar para casa, quatro meses depois do término da guerra, Florence 
foi recebida como uma heroína, com reconhecimento internacional pela sua atuação 
profissional com os soldados durante a guerra.
Figura 1 – Florence Nightingale
Fonte: http://twixar.me/VNMm. Acesso em: 25 set. 2022.
Em 1859, surgiu a Teoria Ambientalista, criada por Florence Nightingale (PADILHA; 
MANCIA, 2005), que se refere ao meio em que se vive como “Todas as condições e 
influências externas afetam a vida e o desenvolvimento do organismo são capazes de 
prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte” (MEDEIROS; ENDERS; LIRA, 
2015, p. 522).
Alguns aspectos gerais da Teoria Ambientalista podem ser destacados, como:
• Um ambiente saudável é essencial para a cura.
• As janelas devem ser abertas possibilitando a entrada da luz para 
todos os ocupantes e um fluxo de ar fresco.
• Com a vestimenta adequada, pode-se manter, ao mesmo tempo, o 
paciente aquecido no leito e em ambiente muito bem arejado.
• A administração apropriada da residência interfere na cura dos 
enfermos.
• Os cuidados de Enfermagem envolvem a casa na qual o paciente 
vive e os que têm contato com ele, sobretudo os cuidadores.
• O ruído é prejudicial e perturba a necessidade de repouso do 
doente.
5
• Alimentação nutritiva, leitos e roupas de cama apropriadas e 
higiene pessoal do indivíduo são essenciais.
• A limpeza previne a morbidade.
• Com o ambiente limpo o número de casos de infecção diminui.
• Todas as condições e influências externas que afetam a vida e 
o desenvolvimento de um organismo são capazes de prevenir, 
suprimir ou contribuir para a doença e a morte (MEDEIROS; 
ENDERS; LIRA, 2015, p. 522).
Florence traz, na sua teoria, como principais fatores envolvidos no cuidado em 
saúde: o paciente, ambiente e o profissional de saúde. 
“O meio ambiente foi por ela definido como tudo aquilo que cerca ou que 
envolve os seres vivos, sendo as condições externas que exercem influência na vida e 
no desenvolvimento das pessoas, favorecendo meios de prevenção e contribuindo para a 
saúde ou para a doença” (SCHAURICH; MUNHOZ; DALMOLIN, 2020, p. 14).
Cabe ao profissional de Enfermagem manter o equilíbrio entre esses fatores, 
trazendo o aspecto de liderança nas condutas a serem tomadas para o tratamento do 
paciente.
Acadêmico, sugerimos a leitura do livro Enfermagem – História de uma profissão, de Maria 
Itayra Padilha e Miriam Süsskind Borenstein.
DICA
Figura – Enfermagem – História de uma profissão
Fonte: http://twixar.me/NNMm. Acesso em: 1 jun. 2021.
Atualmente, uma homenagem importante é o Dia da Enfermagem, no qual é 
ressaltado o termo anjos, que faz referência à Florence e a como ela ficou popularmente 
conhecida durante a guerra da Crimeia:
6
Dia 12 de maio é comemorado o Dia Mundial do Enfermeiro. A data 
é celebrada em homenagem a Florence Nightingale, um marco 
da Enfermagem que ficou conhecida como a Dama da Lâmpada, 
por percorrer os leitos de soldados durante a noite em tempos de 
guerra. Ela foi a fundadora da primeira Escola de Enfermagem da 
Inglaterra, no Hospital Saint Thomas, em 1859. No Brasil, em 20 
de maio comemora-se o Dia Nacional dos Técnicos e Auxiliares 
de Enfermagem, na data do falecimento de Ana Neri, a primeira 
enfermeira voluntária do País. Assim como a europeia, ela deu nome 
à primeira Escola de Enfermagem oficializada pelo Governo Federal, 
em 1923. Enfermagem é a arte de cuidar do ser humano, protegendo, 
prevenindo e tratando da reabilitação e recuperação da saúde de 
todos. A coluna Presença de hoje estampa os profissionais do corpo 
de Enfermagem da Irmandade de Santa Casa de Misericórdia, que 
é um dos hospitais referência em tratamento do novo coronavírus 
na cidade, além de profissionais da Unidade Pré-hospitalar da Zona 
Leste (GARCIA, 2020, s. p.).
Em 13 de agosto de 1910, Florence Nightingale faleceu em Londres, com 
90 anos de idade. Antes de falecer, ela ficou em tratamento domiciliar e repouso 
absoluto no leito, tendo sido acometida por febre tifoide e sérias complicações, 
o que a levou ao óbito. 
3 TEORIA DO AUTOCUIDADO 
Entre os anos de 1959 e 2001, Dorothea Orem desenvolveu a teoria de 
Enfermagem do Autocuidado ou o Modelo Orem de Enfermagem, com relevância para 
a atuação dos enfermeiros, por trazer conceitos gerais aplicáveis a todas as instâncias 
de Enfermagem (GONZALO, 2021), independentemente da atuação profissional do 
enfermeiro.
Figura 2 – Dorothea Orem
Fonte: https://quien.net/dorothea-orem/. Acesso em: 25 set. 2022.
https://quien.net/dorothea-orem/
7
A teoria de Dorothea Orem integra três teorias inter-relacionadas: a do 
autocuidado, a do déficit de autocuidado e a dos sistemas de Enfermagem.
Figura 3 – Relação das teorias de Dorothea Orem
Fonte: as autoras
No Quadro 1, veremos a classificação das teorias de Orem, enfatizando a 
importância do autocuidado com as suas três classificações. 
Quadro 1 – Classificação das teorias de Orem
Teoria do déficit do autocuidado
Autocuidado individual.
Reflexão do autocuidado relacionado à saúde.
Teoria do autocuidado
Enfermagem é indispensável.
Teoria generalista. 
Teoria dos sistemas de Enfermagem
Déficit de autocuidado do paciente.
Ênfase nos cuidados de Enfermagem.
Fonte: as autoras
Segundo Bub et al. (2006), a teoria do autocuidado destaca:
O tema do Cuidado de si mesmo foi abordado de forma específica 
durante o curso ministrado no Collège de France nos anos de 1981 
e 1982, e publicado no Brasil sob o nome de “A hermenêutica do 
sujeito”. Para poder fazer uma aproximação a este tema é importante 
não esquecer que o pensamento de seu autor, no momento da sua 
produção, está atravessado por dois conceitos que organizam sua 
obra, o de biopoder e o de biopolítica (BUB et al., 2006, p. 153).
8
Acadêmico, sugerimos a leitura do artigo Metodologia do cuidar em 
Enfermagem na abordagem fenomenológica, para aperfeiçoar os seus 
conhecimentos: http://twixar.me/cNMm.
DICA
O Quadro 2 descreve a concepção de um plano de cuidado de Enfermagem, que 
visa ao autocuidado. 
Quadro 2 – Plano de cuidado de Enfermagem
Diagnóstico de 
Enfermagem
Plano Intervenção Evolução
Adaptação 
prejudicada
relacionada ao 
sistema de
suporte 
inadequado
Meta
Levar a paciente a 
adaptar-se a sua 
nova situação.
Orientar a 
paciente sobre a 
aceitação de sua 
gravidez por meio 
do diálogo, e dar 
apoio quanto à 
mudança no seu 
padrão de vida, 
com uma melhor 
aceitação para o 
novo colégio.
A paciente tem 
aceitado a sua 
gravidez; já 
frequenta 
as aulas no 
novo colégio, 
relaciona-se com 
novos colegas e 
pensa concluir 
seu curso 
secundário.
Objetivos
Dar condições a uma 
melhor adaptação da 
gravidez da paciente 
e a sua mudança de 
colégio.
Sistema de 
Enfermagem
De apoio-educação.
Método Orientação e apoio.
Distúrbio do 
padrão do 
sono
relacionado a 
alterações
sensoriais 
internas
Meta
Promover sono e 
repouso adequado às 
suas necessidades 
fisiológicas.
Orientar edemonstrar a 
paciente novas 
técnicas para 
mudança postural:
• decúbito 
ventral com 
apoio de 
travesseiros 
sob o tórax;
• decúbito 
lateral 
apoiando 
o abdome 
sobre os 
travesseiros;
• colocar 
travesseiros 
sob as pernas 
quando em 
decúbito 
dorsal e 
posição de 
semi-Fowler.
A paciente 
já consegue 
dormir e 
repousar com o 
apoio de 
travesseiros 
como foi 
ensinado
Objetivo
Tentar adaptar a 
paciente a novas 
posições para o 
sono e repouso.
Sistema de 
Enfermagem
De apoio-educação.
Método
Orientação e ensino.
9
Processo 
familiar 
alterado 
relacionado 
à situação de 
transição
Meta
Reduzir o 
desequilíbrio e o 
desajuste familiar.
Orientar a 
paciente e 
seus familiares 
sobre a situação 
transitória que 
estão passando 
e apoiá-los 
nas discussões 
dos problemas, 
através do 
diálogo.
A paciente 
refere que os 
seus pais já 
estão aceitando 
a gravidez e a 
presença do 
companheiro no 
convívio familiar 
(só a mãe), a 
qual
demonstra 
interesse em 
sua gravidez; 
o companheiro 
começou 
a ajudar na 
compra do 
enxoval do 
bebê.
Objetivo
Melhorar o 
relacionamento e o 
convívio familiar.
Sistema de 
Enfermagem
De apoio-educação.
Método Orientação e apoio.
Fonte: adaptado de Torres; Davim; Nóbrega (1999)
O plano de cuidado em Enfermagem está relacionado à Sistematização da 
Assistência de Enfermagem (SAE), sendo o diferencial na atuação do enfermeiro no 
tratamento aos pacientes que buscam atendimento em saúde. 
Desse modo, o processo de Enfermagem fica dividido em cinco etapas, sendo 
elas: coleta de dados, diagnóstico de Enfermagem, planejamento de Enfermagem, 
implementação da SAE e avaliação de Enfermagem, todas as etapas envolvidas em um 
processo sistemático, conforme mostra a Figura 4.
Figura 4 – Etapas da SAE
Fonte: Ribeiro; Pereira; Padoveze (2020, p. 39)
10
Portanto, para o desenvolvimento saudável de um ser humano, o autocuidado é 
essencial. Quando identificamos um déficit no autocuidado, é o momento da Enfermagem 
atuar e, literalmente, entrar em cena para auxílio ao paciente.
4 TEORIA DA ADAPTAÇÃO 
A enfermeira pesquisadora Callista Roy destaca a Enfermagem como ciência 
e prática. O ser humano se adapta às situações ambientais, no âmbito que envolve a 
saúde e a doença (KAMIYAMA, 1984; COELHO; MENDES, 2011). 
Figura 5 – Callista Roy
Fonte: https://nurseslabs.com/wp-content/uploads/2014/08/Sister-Callista-Roy.jpg. Acesso em: 25 set. 2022.
Três aspectos da sua Teoria da Adaptação são fundamentais, segundo Roy:
• Pessoa/grupo: sistema adaptativo em que se manifestam 
os principais mecanismos de adaptação categorizados como 
reguladores, sensoriais ou perceptores e as formas de adaptação 
identificadas: fisiológicas, de autoconceito, desempenho de papel 
e interdependência. 
• Meio: refere-se ao conjunto de três estímulos internos e externos 
inerentes à pessoa ou ao grupo (focal, contextual e residual), ou 
seja, todas as condições, circunstâncias e influências situacionais 
que afetam o desenvolvimento da pessoa/grupo. São estímulos 
importantes, na adaptação humana, o estágio do desenvolvimento 
da pessoa, a família e a cultura. 
• Saúde: o objetivo da Enfermagem é o de promover a adaptação 
e contribuir para a saúde que é um estado e processo do ser 
humano como um todo integrado, que tem o seu estilo peculiar de 
vida (KAMIYAMA, 1984, p. 202-203, grifo nosso). 
https://nurseslabs.com/wp-content/uploads/2014/08/Sister-Callista-Roy.jpg
11
A adaptação é necessária para manter o equilíbrio do ser humano, no âmbito 
da saúde perante as mudanças do meio interno e externo. As respostas adaptativas são 
consideradas estimulantes, diante de todas as alterações do meio e do nível de adaptação da 
pessoa/grupo. A questão comportamental envolve aspectos de sobrevivência, crescimento, 
reprodução e domínio sobre si, de sua vida e do ambiente (KAMIYAMA, 1984; COELHO; 
MENDES, 2011).
Callista Roy expôs o processo de Enfermagem, para assistir a pessoas/grupos, 
como:
• identificação de problemas;
• diagnóstico de Enfermagem ou classificação sumária do compor-
tamento da pessoa/grupo; 
• determinação dos objetivos da assistência; 
• intervenção de Enfermagem; 
• avaliação de Enfermagem (KAMIYAMA, 1984, p. 203).
A teoria de Roy, cada dia mais, tem sido aplicada pela Enfermagem, tendo 
em vista as necessidades patológicas do paciente em recuperação, com base no 
autocuidado em saúde. Assim, podemos evidenciar o avanço científico da atuação do 
enfermeiro. 
 5 TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS (NHB)
A enfermeira brasileira Wanda de Aguiar Horta nasceu em Belém do Pará, em 
1926, estudou na escola de Enfermagem, que ficava no Hospital de Clínicas da Faculdade 
de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e se tornou professora, em 1959, dessa 
instituição. Aprimorou seus conhecimentos quando criou a Teoria das Necessidades 
Humanas Básicas (GONÇALVES, 1988). 
Figura 6 – Wanda de Aguiar Horta
Fonte: https://portal.uepg.br/noticias.php?id=14804. Acesso em: 25 set. 2022.
https://portal.uepg.br/noticias.php?id=14804
12
Wanda Horta implantou a sua teoria nos atendimentos de saúde, tornando-
os humanizados, ao levar em consideração sentimentos e emoções do paciente, que, 
posteriormente, nortearam a aplicação dos métodos de Enfermagem.
Para saber mais sobre Wanda Horta e a sua teoria, sugerimos a leitura do 
artigo Fragmentos da trajetória pessoal e profissional de Wanda Horta: 
contribuições para a área da Enfermagem: https://www.souenfermagem.
com.br/biblioteca/artigos/Wanda_Aguiar_Horta.pdf.
DICA
Para Horta (1979, p. 133), “Enfermagem é ciência e a arte de assistir o ser humano no 
atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência 
através da educação; de recuperar, manter e promover sua saúde, contando para isso 
com a colaboração de outros grupos profissionais”. 
Uma frase de destaque da trajetória dessa importante figura na Enfermagem é 
“gente que cuida de gente” (COREN-SP, 2021).
Acadêmico, sugerimos a leitura do livro Processo de Enfermagem, da autora Wanda Horta.
DICA
Figura – Livro Processo de Enfermagem
Fonte: http://twixar.me/MNMm. Acesso em: 23 set. 2022.
Embora tenha sido desenvolvida a partir da Teoria da Motivação Humana de 
Maslow, que se fundamenta nas necessidades humanas básicas, a teoria de Wanda Horta 
foi aplicada à Enfermagem (HORTA, 1979).
https://www.souenfermagem.com.br/biblioteca/artigos/Wanda_Aguiar_Horta.pdf
https://www.souenfermagem.com.br/biblioteca/artigos/Wanda_Aguiar_Horta.pdf
13
Segundo Horta (1979), as leis que dão embasamento à Teoria das Necessidades 
Humanas Básicas são: 
• Lei do equilíbrio: todo universo se manter por processos de 
equilíbrio dinâmico entre seus seres (homeostase e hemodinâmica)
• Lei de adaptação: todos os seres do universo interagem com seu 
meio externo buscando sempre forma de ajustamento para se 
manterem em equilíbrio.
• Lei do holismo: o universo, o ser humano e as células são um 
todo, esse todo não é uma mera soma de partes constituintes de 
cada ser (HORTA, 1979, p. 28, grifo nosso).
TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
I- A ENFERMAGEM É UM SERVIÇO PRESTADO AO HOMEM
— O Homem é parte integrante do Universo dinâmico e como tal sujeito a todas as 
leis que o regem, no tempo e no espaço.
— A dinâmica do Universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e 
desequilíbrio no tempo e no espaço. Resulta, pois:
1. O Homem como parte integrante do Universo está sujeito a estados de 
equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço.
— O Homem se distingue dos demais seres do universo por sua capacidade de 
reflexão, por ser dotado do poder de imaginação e simbo lização e por poder unir 
presente, passado e futuro.
— Essas características do homem permitem sua Unicidade, Autenticidade e 
Individualidade (HORTA, 1974, p. 8).
Fonte: HORTA, W. A. Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo. Rev. Esc. Enf. USR, v. 5, n. 1, 
p. 7-15, 1974. Disponível em: http://twixar.me/QNMm. Acessoem: 28 set. 2021.
A partir da Figura 7, podemos entender melhor a Teoria das Necessidades de 
Maslow, que proporcionou embasamento científico para a Teoria das Necessidades 
Humanas Básicas.
14
Figura 7 – Teoria das Necessidades de Maslow
Fonte: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/AOP0443/Piramide_Maslow.jpg. Acesso: 25 set. 2022.
Ainda sobre as necessidades humanas básicas, destacamos o enfoque no 
conceito, nas proposições e nos princípios:
CONCEITO, PROPOSIÇÕES E PRINCÍPIOS
— A ciência da Enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas 
básicas, dos fatores que alteram sua manifestação e atendimento, e na assistência 
a ser prestada.
— Alguns princípios podem também ser deduzidos:
• A Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade 
do Homem.
• A Enfermagem é prestada ao homem, e não à sua doença ou desequilíbrio.
• Todo o cuidado de Enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação.
• A Enfermagem reconhece o homem como membro de uma família e de uma 
comunidade.
• A Enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo no 
seu autocuidado.
Para que a Enfermagem atue eficientemente, necessita desenvolver sua 
metodologia de trabalho que está fundamentada no método científico. Esse método 
de atuação da Enfermagem é denominado processo de Enfermagem. 
Fonte: HORTA, W. A. Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo. Rev. Esc. Enf. USR, v. 5, n. 1, 
p. 7-15, 1974. Disponível em: http://twixar.me/QNMm. Acesso em: 28 set. 2021.
https://www.psicologia.pt/artigos/textos/AOP0443/Piramide_Maslow.jpg
15
Acadêmico, sugerimos a leitura do artigo Enfermagem: teoria, conceitos, 
princípios e processo, para uma melhor compreensão do processo de 
Enfermagem: http://twixar.me/QNMm
DICA
Para Horta (1979, p. 39), as necessidades humanas básicas podem ser descritas 
como “estados de tensões conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios 
hemodinâmicos dos fenômenos vitais”. 
Acadêmico, neste tópico, tivemos a oportunidade de ampliar o nosso 
conhecimento sobre as teorias de Enfermagem e estudar sobre 
a sua importância para o desenvolvimento de nossas atividades 
profissionais no dia a dia. No Tópico 2, estudaremos a consulta 
de Enfermagem, apresentando quais são as nossas atribuições, 
enquanto profissionais da saúde e membros de equipes, no 
atendimento ao paciente.
NOTA
16
Neste tópico, você aprendeu:
• Florence Nightingale é responsável pela Teoria Ambiental e reconhecida, 
mundialmente, como uma referência na área de Enfermagem. Os principais fatores 
envolvidos no cuidado em saúde nessa teoria: o paciente, o ambiente e o profissional de 
saúde. 
• Wanda de Aguiar Horta criou a teoria das Necessidades Humanas Básicas, que foi 
implantada nos atendimentos de saúde, tornando-os humanizados, ao levar em 
consideração sentimentos e emoções do paciente, que, posteriormente, nortearam a 
aplicação dos métodos de Enfermagem.
• Existem quatro principais teorias de Enfermagem: ambiental, autocuidado, adaptação 
e necessidade humanas básicas.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 As teorias definem e esclarecem a Enfermagem e a finalidade da sua prática, para 
distingui-la das outras profissões de atendimento, estabelecendo seus limites 
profissionais. Descreva o tema central das teorias de Enfermagem desenvolvidas por 
Florence Nightingale e Dorothea Orem.
2 O uso da teoria de Enfermagem oferece estrutura e organização ao conhecimento 
de Enfermagem e proporciona um meio sistemático de coletar dados para descrever, 
explicar e prever a prática da profissão. Ela confere um propósito mais claro, enunciando 
não apenas o foco dessa prática, mas ainda metas e resultados específicos. Sobre as 
teorias, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A teoria de Florence Nightingale dá particular importância para a manutenção 
do ambiente, visando a facilitar a execução dos cuidados prestados pelos 
enfermeiros, com destaque para a ventilação, a iluminação, o calor, a limpeza, os 
ruídos, os odores e a alimentação.
b) ( ) A teoria de Orem define três outras teorias sequenciais: teorias do autocuidado, 
do déficit no autocuidado e de sistemas de Enfermagem, sendo a teoria do déficit 
do autocuidado a principal, pois orienta o desenvolvimento das outras duas 
teorias, que devem ser aplicadas, de forma simultânea e sistemática, durante a 
realização do cuidado.
c) ( ) Um metaparadigma representa a visão de mundo de uma disciplina – a 
perspectiva mais global, que subordina visões e abordagens mais específicas 
aos conceitos centrais com os quais a disciplina se preocupa. Acredita-se 
que o metaparadigma da Enfermagem comumente consiste nos conceitos de 
indivíduo, ambiente, saúde e Enfermagem.
d) ( ) A teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda de Aguiar Horta, recebeu 
forte influência da teoria de Maslow. Horta classificou as necessidades humanas 
básicas em diferentes níveis: necessidades fisiológicas, de segurança, de 
aceitação, de amor, de estima e de autorrealização.
e) ( ) Florence Nightingale define três categorias dentro da sua teoria: autocuidado, 
déficit no autocuidado e de sistemas de Enfermagem.
3 As teorias de Enfermagem auxiliam a compreensão da realidade, favorecendo a 
reflexão e a crítica, evitando a naturalidade e a banalidade dos fenômenos, com 
base em elementos científicos no entendimento e na análise da realidade. A Teoria 
Ambientalista demonstrou que, com um ambiente limpo, o número de infecções 
diminui. Assinale a alternativa CORRETA sobre a teórica responsável por essa teoria:
AUTOATIVIDADE
18
a) ( ) Wanda de Aguiar Horta.
b) ( ) Joyce Travelbee.
c) ( ) Hildegard Peplau.
d) ( ) Florence Nightingale.
e) ( ) Dorothea Orem.
4 O processo de Enfermagem é instrumento que carece de suporte teórico para a sua 
utilização. Segundo estudos, existem diferentes teorias e modelos teóricos e todos 
eles refletem os conceitos centrais da Enfermagem. Quais são esses conceitos? 
5 A Enfermagem tem como base teórico-científica seus métodos próprios de cuidado 
e teorias que apoiam esse cuidado, fazendo parte de todo o processo de saúde 
aplicado pela equipe de Enfermagem. O Processo de Enfermagem está dividido em 
cinco etapas. Quais são essas etapas?
19
CONSULTA DE ENFERMAGEM
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos a consulta de Enfermagem, que é um conjunto de 
ações realizadas, exclusivamente, pelo enfermeiro, sendo este o único profissional da 
equipe de saúde responsável e habilitado para fazer a consulta – portanto, trata-se de 
uma atribuição privativa do enfermeiro. 
Figura 8 – Consulta de Enfermagem
Fonte: http://twixar.me/xNMm. Acesso em: 25 set. 2022.
A consulta de Enfermagem tem como objetivo identificar possíveis problemas 
de saúde do paciente, podendo fazer uso de algumas prescrições de Enfermagem e 
implantar medidas de Enfermagem que visem à promoção, à proteção, à recuperação e à 
reabilitação do paciente.
A consulta pode ser prestada de forma individual, quando se trata de um 
paciente, e de forma coletiva, quando prestamos atendimento aos familiares e, até 
mesmo, à comunidade, como nos grupo de apoio nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
20
Figura 9 – Acolhimento da comunidade nas UBS
Fonte: https://redehumanizasus.net/95313-unidade-basica-de-saude-ubs/. Acesso em: 26 set. 2022.
Para complementar os seus estudos, acesse a Lei nº 7.498, de 25 de 
junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da 
Enfermagem e dá outras providências: http://twixar.me/6NMm.
INTERESSANTE
Conforme a Lei nº 7.498/1986 (BRASIL, 1986), regulamentada pelo Decreto 
nº 94.406, de 9 de junho de 1987 (COFEN, 1987), determina que cabe ao enfermeiro 
as atividades privativas de consulta de Enfermagem, prescrição e assistência de 
Enfermagem, sendo este profissional o responsável pelo atendimento ao paciente.
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, 
cabendo-lhe: 
I- privativamente: 
a) direção do órgão de enfermagemintegrante da estrutura básica 
da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e 
de unidade de enfermagem; 
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas 
atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses 
serviços; 
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação 
dos serviços da assistência de enfermagem; 
[...]
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de 
enfermagem; 
i) consulta de enfermagem; 
j) prescrição da assistência de enfermagem; 
https://redehumanizasus.net/95313-unidade-basica-de-saude-ubs/
21
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco 
de vida; 
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que 
exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar 
decisões imediatas (BRASIL, 1986, p. 2-3).
2 CONSULTA DE ENFERMAGEM
Na atenção básica de saúde, os enfermeiros devem garantir a aplicabilidade da 
consulta de Enfermagem, sendo parte da assistência prestada ao paciente.
A consulta de Enfermagem deve ser aplicada para integrar os primeiros 
cuidados de Enfermagem que devemos aplicar ao paciente, sendo assim fazemos o 
acompanhamento, proteção e principalmente nos preocupamos com a bem-estar físico e 
mental do paciente. 
A Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, descreve 
as atribuições de cada profissional na atenção básica e, entre as diversas atribuições do 
enfermeiro, destacam-se:
I- Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas 
às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou 
nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre 
outras), em todos os ciclos de vida.
II- Realizar consulta de Enfermagem, procedimentos, solicitar 
exames complementares, prescrever medicações conforme 
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas 
técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal 
ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da 
profissão (BRASIL, 2017, s. p.).
Para aprimorar os seus conhecimentos, sugerimos a leitura do artigo 
O conceito de ação comunicativa: Uma contribuição para a consulta de 
Enfermagem, disponível em: http://twixar.me/2NMm.
DICA
A consulta de Enfermagem é de grande importância, seja na atenção básica, 
no ambiente hospitalar e privado. Sousa et al. (2020) destaca a atual relevância na 
assistência prestada pelo enfermeiro com o reconhecimento e crescimento ao prestar a 
consulta de Enfermagem.
22
O grau de satisfação daqueles que recorrem a atenção básica está 
intimamente ligado à capacidade de resolutividade dos enfermeiros 
que os atendem. Neste sentido a resolutividade tem grande 
importância tanto para as diretrizes da Política Nacional de Atenção 
Básica (PNAB) quanto para o enfermeiro (SOUSA et al., 2020, p. 25).
Figura 10 – Atuação do enfermeiro
Fonte: http://twixar.me/xNMm. Acesso em: 25 set. 2022.
No que se refere à consulta de Enfermagem, cabe ao enfermeiro realizar 
ou supervisionar o acolhimento, de forma qualificada, efetuando a classificação de 
risco, estruturar um plano de cuidados, efetuar a estratificação de risco com equipes 
multidisciplinares, elaborar atividades em grupo e realizar o encaminhamento dos 
usuários, quando necessário, a outros serviços de saúde.
Na Figura 11, temos a classificação de risco, bem como os seus resultados na 
forma de escore, para auxiliar o enfermeiro durante a atuação na consulta de Enfermagem. 
23
Figura 11 – Classificação de risco
Fonte: http://twixar.me/HNMm. Acesso em: 27 set. 2022.
Após a aplicação da classificação de risco, cabe ao enfermeiro realizar a 
somatória dos resultados e interpretar a avaliação de escore, que nada mais é do que o 
resultado dos dados coletados do paciente. Assim, o enfermeiro precisa a conduta da 
equipe de Enfermagem, para a atuação no paciente. 
O escore possibilita conduta referente à reavaliação, após a aplicabilidade 
dos resultados, determinando o encaminhamento a ser dado ao paciente, conforme 
podemos observar na Figura 12.
24
Figura 12 – Escore
Fonte: INTS (2021, p. 3)
Compete ao enfermeiro, ainda, gerenciar, planejar e avaliar ações a serem 
realizadas por técnicos ou auxiliares de Enfermagem, agentes de combate às endemias 
(ACE) e agentes comunitários de saúde (ACS), além de supervisionar os procedimentos 
feitos por cada profi ssional envolvido no atendimento ao paciente. 
Figura 13 – Representação de uma equipe de saúde
Fonte: http://twixar.me/kNMm. Acesso: 27 set. 2022.
O enfermeiro deverá implementar e atualizar protocolos, fl uxos e rotinas 
pertinentes a sua área de competência na UBS, assim como exercer as atribuições, 
conforme a legislação vigente, dos profi ssionais na área de atuação (BRASIL, 2017). 
No Quadro 3, apresentamos as principais atribuições do técnico de Enfermagem e do 
enfermeiro na UBS.
25
Quadro 3 – Principais atribuições do técnico em Enfermagem e do enfermeiro
Técnico em Enfermagem Enfermeiro
Prestar assistência de Enfermagem segura, 
humanizada e individualizada aos pacientes, 
sob supervisão do enfermeiro, assim como 
colaborar nas atividades de ensino e pesquisa 
desenvolvidas na instituição.
Direção do órgão de Enfermagem integrante 
da estrutura básica da instituição de saúde, 
pública ou privada, e chefi a de serviço e de 
unidade de Enfermagem.
Coletar e/ou auxiliar o paciente na coleta de 
material para exames de laboratório, segundo 
orientação.
Organização e direção dos serviços de 
Enfermagem e de suas atividades técnicas e 
auxiliares nas empresas prestadoras desses 
serviços.
Realizar exames de eletrodiagnósticos e 
registrar os eletrocardiogramas efetuados, 
segundo instruções médicas ou de 
Enfermagem.
Planejamento, organização, coordenação, 
execução e avaliação dos serviços da 
assistência de Enfermagem.
Orientar e auxiliar pacientes, prestando 
informações relativas a higiene, alimentação, 
utilização de medicamentos e cuidados espe-
cífi cos em tratamento de saúde.
Consultoria, auditoria e emissão de parecer 
sobre matéria de Enfermagem.
Verifi car os sinais vitais e as condições gerais 
do paciente, segundo prescrição médica e de 
Enfermagem.
 Consulta de Enfermagem.
Preparar e administrar medicações por 
via oral, tópica, intradérmica, subcutânea, 
intramuscular, endovenosa e retal, segundo 
prescrição médica, sob supervisão do 
Enfermeiro.
Prescrição da assistência de Enfermagem.
Cumprir prescrições de assistência médica e 
de Enfermagem.
Cuidados diretos de Enfermagem a pacientes 
graves com risco de vida.
Realizar a movimentação e o transporte de 
pacientes de maneira segura.
Cuidados de Enfermagem de maior 
complexidade técnica e que exijam 
conhecimentos científi cos adequados e 
capacidade de tomar decisões imediatas.
Auxiliar nos atendimentos de urgência e 
emergência.
Participação no planejamento, execução e 
avaliação da programação de saúde.
Realizar controles e registros das atividades 
do setor e outros que se fi zerem necessá-
rios para a realização de relatórios e controle 
estatístico.
Participação na elaboração, execução e 
avaliação dos planos assistenciais de saúde.
Efetuar o controle diário do material utilizado, 
bem como requisitar, conforme as normas da 
instituição, o material necessário à prestação 
da assistência à saúde do paciente.
Prescrição de medicamentos, previamen-
te, estabelecidos em programas de saúde 
pública e em rotina aprovada pela instituição 
de saúde.
Efetuar o controle diário do material utilizado, 
bem como requisitar, conforme as normas da 
instituição, o material necessário à prestação 
da assistência à saúde do paciente.
Participação em projetos de construção 
ou reforma de unidades de internação; 
prevenção e controle sistemático da infecção 
hospitalar, inclusive como membro das 
respectivas comissões.
26
Manter equipamentos e a unidade de trabalho 
organizada, zelando pela sua conservação e 
comunicando ao superior eventuais problemas.
Participação na elaboraçãode medidas de 
prevenção e controle sistemático de danos 
que possam ser causados aos pacientes 
durante a assistência de Enfermagem.
Executar atividades de limpeza, desinfecção, 
esterilização de materiais e equipamentos, 
bem como seu armazenamento e distribuição.
Participação na prevenção e controle das do-
enças transmissíveis em geral e nos progra-
mas de vigilância epidemiológica.
Propor a aquisição de novos instrumentos 
para reposição daqueles que estão avariados 
ou desgastados.
Prestação de assistência de Enfermagem à 
gestante, parturiente, puérpera e ao recém-
nascido.
Realizar atividades na promoção de 
campanha do aleitamento materno bem 
como a coleta no lactário ou no domicílio.
Participação nos programas e nas atividades 
de assistência integral à saúde individual e de 
grupos específicos, particularmente daqueles 
prioritários e de alto risco.
Auxiliar na preparação do corpo após o óbito.
Acompanhamento da evolução e do trabalho 
de parto.
Participar de programa de treinamento, quando 
convocado.
Execução e assistência.
participação nos programas de treinamento 
e aprimoramento de pessoal de saúde, 
particularmente nos programas de educação 
continuada.
Executar tarefas pertinentes à área de 
atuação, utilizando-se de equipamentos e 
programas de informática.
Participação em programas e atividades de 
educação sanitária, visando à melhoria de 
saúde do indivíduo, da família e da população 
em geral.
Executar outras tarefas compatíveis com as 
exigências para o exercício da função.
Participação nos programas de higiene e 
segurança do trabalho e de prevenção de 
acidentes e de doenças profissionais e do 
trabalho.
Auxiliar o superior na prevenção e no controle 
das doenças transmissíveis em geral, em 
programas de vigilância epidemiológica e no 
controle sistemático da infecção hospitalar.
Participação na elaboração e na 
operacionalização do sistema de referência e 
contrarreferência do paciente nos diferentes 
níveis de atenção à saúde; participação no 
desenvolvimento de tecnologia apropriada à 
assistência de saúde.
Fonte: adaptado de Brasil (1986)
São inúmeros os tipos de demanda em que o enfermeiro da UBS irá realizar 
a consulta de Enfermagem, porém é importante ressaltarmos alguns deles, como 
atendimento a gestantes de baixo risco, realização do preventivo de coleta de secreção do 
colo uterino (Papanicolau) e orientação para a realização do exame de mamas para a 
prevenção do câncer. 
27
Figura 14 – Modelo de formulário da consulta de Enfermagem
Fonte: http://twixar.me/qNMm. Acesso em: 3 out. 2022.
Na consulta de Enfermagem, deve-se orientar as puérperas, esclarecer as 
dúvidas sobre o aleitamento materno, enfatizar e explicar a cobertura vacinal e sua 
importância para a vida saudável do bebê, sendo este um direito dele, e realizar o 
acompanhamento no desenvolvimento infantil. 
Ainda, na saúde do adulto e do idoso, o enfermeiro irá atuar no controle e 
no monitoramento de comorbidades e morbidades, na manutenção e na autonomia 
desses pacientes (BORGES, 2018), promovendo, assim, o seu reestabelecimento social e 
profissional o mais rápido possível. 
3 PROCESSO DE ENFERMAGEM
A consulta de Enfermagem ocorre, de forma sistematizada, por meio do processo 
de Enfermagem, o qual é usado como uma ferramenta que orienta o profissional no 
cuidado, seja no âmbito público, privado de forma sistemática.
28
Figura 15 – Consulta de Enfermagem sistematizada
Fonte: http://twixar.me/fcMm. Acesso em: 25 set. 2022.
 O processo de Enfermagem ocorre em cinco etapas: coleta de dados de 
Enfermagem ou histórico de Enfermagem, diagnóstico de Enfermagem, planejamento 
de Enfermagem, implementação e avaliação de Enfermagem. 
Quadro 4 – Etapas do processo de Enfermagem
Etapas do processo de Enfermagem
Coleta de dados
Diagnóstico de Enfermagem
Planejamento de Enfermagem
Implementação
Avaliação de Enfermagem
Fonte: as autoras
A primeira etapa é a coleta de dados de Enfermagem , que tem como 
propósito obter informações básicas, como histórico de usuário, família ou comunidade. 
Na coleta de dados, abre-se espaço para o paciente dialogar, criando um vínculo e 
agindo de forma terapêutica. 
Figura 16 – Enfermeiros
Fonte: http://twixar.me/3cMm. Acesso em: 25 set. 2022.
29
A coleta de dados no processo de Enfermagem é considerada a primeira a 
ser aplicada ao paciente, porém, como profissionais de Enfermagem, sabemos que ela 
continua durante todo o tratamento do paciente.
Para realizar a coleta de dados, alguns pontos devem ser seguidos pelos 
enfermeiros:
• Domínio profissional, a partir das suas responsabilidades práticas no atendimento.
• Coletar apenas informações necessárias para o tratamento do paciente.
• Escolha correta na elaboração de perguntas e observações pertinentes ao 
atendimento de saúde do paciente.
Figura 17 – Tipos de coletas de dados
Fonte: adaptada de Tannure; Gonçalves (2008)
A coleta de dados deve iniciar no momento que o paciente chega para o 
atendimento, independentemente do local, seja público ou privado. O enfermeiro pode 
escolher qual tipo de coleta de dado ele prefere utilizar para esse atendimento, porém, 
independentemente da escolha, esta deve ser clara, sem condições para julgamento.
Durante a coleta de dados, o enfermeiro precisa encontrar e identificar dois 
tipos de dados: objetivos e subjetivos.
30
Quadro 5 – Tipos de coleta de dados objetivos e subjetivos
Dados objetivos
Realizados pelo enfermeiro, quando se deve verificar órgãos dos 
sentidos, com auxílio de equipamentos específicos, sendo: balança, 
estetoscópio, esfigmomanômetro, termômetro, entre outros.
Dados subjetivos
Serão obtidos na forma de perguntas ou instrumento científico, no 
qual o paciente irá confirmar os dados. Ao realizar a coleta de dados, 
verificar se o ambiente que será usado se encontra livre de ruídos 
interrupções, sendo bem iluminado e tranquilo. 
Fonte: adaptado de Tannure; Gonçalves (2008)
No processo de coleta de dados, o enfermeiro avaliará, perante a observação e o 
que o paciente relata, a fim de que os dados coletados indiquem uma intervenção sobre a 
presença ou não de um problema (TANNURE; GONÇALVES, 2008, p. 24)
No entanto, os dados coletados precisam apresentar algumas características 
muito importantes: primeiramente, precisam ser válidos, ou seja, representar a resposta 
humana (por exemplo, relatos de dor); a segunda característica é que eles precisam ser 
confiáveis, de preferência, que possam ser coletados a partir de uso de equipamentos 
específicos (por exemplo, balança, esfigmomanômetro); e, por fim, está a relevância 
desses dados para o fechamento do diagnóstico do paciente. 
Quadro 6 – Tipos de dados
Confiáveis
Obtidos por meio de instrumentos acurados e que são 
representativos da resposta humana; nesse caso, pode-se 
considerar desde a utilização de equipamentos calibrados, como 
uma balança ou esfigmomanômetro.
Válidos
Representam as propriedades da resposta humana que está sendo 
julgada; por exemplo, o relato verbal de dor pode ser considerado 
um dado válido para afirmar o diagnóstico dor (aguda ou crônica), 
mas, por outro lado, o relato verbal de ocorrência de edema, ao final 
do dia, não parece ser um dado válido para afirmar o diagnóstico 
débito cardíaco diminuído.
Relevantes
São os dados válidos, porém, levando-se em conta o propósito 
da coleta de dados; por exemplo, a observação da presença de 
edema pode ser um dado válido para o diagnóstico débito cardíaco 
diminuído, porém a informação de que ele ocorre ao final do dia 
torna o dado pouco relevante para esse diagnóstico.
Fonte: adaptado de Barros et al. (2015)
A segunda etapa é o diagnóstico de Enfermagem e consiste em realizar 
o planejamento de atuação e a compreensão com o agrupamento das informações 
coletadas sobre o processo saúde-doença, seja de usuário, família ou comunidade, 
contemplando tudo na tomada de decisão do diagnóstico de Enfermagem. 
31
O diagnóstico de Enfermagem é centralizado no cuidado ao paciente,podendo 
ser realizado a curto, médio e longo prazos.
O enfermeiro usa, como principal referencial, a aplicação de diagnóstico de 
Enfermagem NANDA (acrônimo para North American Nursing Diagnosis Association), 
internacionalmente conhecido como NANDA-I, que utiliza, como padrão, para as 
respostas, o corpo humano na sua essência.
Figura 18 – NANDA
Fonte: http://twixar.me/KcMm Acesso: 27 set. 2022
Ainda no planejamento de Enfermagem, a terceira etapa da consulta de 
Enfermagem é o planejamento, quando os enfermeiros definem as ações e as intervenções 
de Enfermagem que devem ser realizadas e aplicadas no paciente. 
Nessa etapa da consulta de Enfermagem, deve-se enfatizar a promoção, a 
prevenção, a recuperação e a reabilitação da saúde. Portanto, esse planejamento é de 
extrema importância para determinar os resultados que a equipe de Enfermagem busca 
alcançar, já constatados no diagnóstico de Enfermagem.
32
Com a finalidade de estabelecer resultados dos diagnósticos de Enfermagem, 
devemos utilizar a Classificação de Resultados de Enfermagem, conhecida como NOC.
NOC é um tema que será abordado, de forma mais clara, na Unidade 2.
ESTUDOS FUTUROS
Para aprimorar seus conhecimentos sobre os protocolos de Enfermagem, 
acesse: http://twixar.me/ncMm.
DICA
As intervenções de Enfermagem podem ser selecionadas com linguagem 
padronizada, conforme a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem 
(CIPE) ou a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 
A quarta etapa se caracteriza pela implementação, a qual é executada pela 
equipe de Enfermagem, composta por enfermeiros, técnicos e auxiliares de saúde. 
Nesse momento, a equipe técnica e auxiliar deve aplicar a prescrição de Enfermagem 
feita pelo enfermeiro.
Nessa etapa do processo, toda a equipe envolvida deve realizar as suas 
anotações no prontuário do paciente, seja físico ou eletrônico.
33
Figura 19 – Prontuário eletrônico
Fonte: http://twixar.me/1cMm. Acesso em: 5 out. 2022.
Na consulta de Enfermagem, a quinta etapa do processo de Enfermagem é 
a avaliação, um método sistemático e contínuo, no qual será analisada a resposta do 
paciente e do quadro clínico, para verificação de mudanças ou adaptações do processo 
de Enfermagem. 
Nesse momento, cabe ao enfermeiro fazer o levantamento das ações, avaliar 
os resultados, observando-se os casos que não obtiveram resultado evidenciados, a 
fim de podermos compreender a evolução do paciente durante todo o processo de 
atendimento da saúde.
34
Figura 20 – Diferenças entre evolução e anotação de Enfermagem
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/711850284846678483/. Acesso: 27 set. 2022.
Segundo Borges (2018), o método SOAP (do acrônimo subjetivo, objetivo, 
avaliação e plano) baseia-se em um suporte teórico, a fim de orientar o processo de 
Enfermagem como um todo, contemplando as ações de Enfermagem a serem utilizadas 
no registro do prontuário do paciente (Quadro 7).
Quadro 7 – SOAP
Subjetivo (S)
Nessa parte, anotam-se as informações recolhidas na entrevista clínica 
sobre o motivo da consulta ou o problema de saúde em questão. Inclui 
as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela 
pessoa que está sendo cuidada. Se tivermos como referencial o “método 
clínico centrado na pessoa” (MCCP), é nessa seção que exploramos 
a “experiência da doença” ou a “experiência do problema” vivida pela 
própria pessoa, componente fundamental do MCCP.
Objetivo (O)
Nessa parte, anotam-se os dados positivos (e negativos que 
se configurarem importantes) do exame físico e dos exames 
complementares, incluindo os laboratoriais disponíveis.
https://br.pinterest.com/pin/711850284846678483/
35
Avaliação (A)
Após a coleta e o registro organizado dos dados e informações subjetivas 
(S) e objetivas (O), o profissional de saúde faz uma avaliação (A) mais 
precisa em relação ao problema, queixa ou necessidade de saúde, 
definindo-o e denominando-o. Nessa parte se poderá utilizar, se for o caso, 
algum sistema de classificação de problemas clínicos, por exemplo, o CIAP.
Plano (P)
• A parte final da nota de evolução SOAP é o plano (P) de cuidados ou 
condutas que serão tomados em relação ao problema ou necessidade 
avaliada. De maneira geral, podem existir quatro tipos principais de planos:
• Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnósticas 
necessárias para elucidação do problema, se for o caso.
• Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas 
planejadas para a resolução ou manejo do problema da pessoa: 
medicamentos, dietas, mudanças de hábitos, entre outras.
• Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento 
longitudinal e continuado da pessoa e do problema em questão.
• Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram brevemente as 
informações e orientações apresentadas e negociadas com a pessoa, 
em relação ao problema em questão.
Fonte: adaptado de http://twixar.me/mcMm. Acesso: 26 set. 2022
Caro acadêmico, chegamos ao final deste tópico, no qual conhecemos todas as 
etapas para realizar a consulta de Enfermagem. 
No Tópico 3, continuaremos nossos estudos sobre como ocorre a visita 
domiciliar e por que ela é tão importante no processo de recuperação 
do paciente.
ESTUDOS FUTUROS
36
Neste tópico, você aprendeu:
• A consulta de Enfermagem é um conjunto de ações realizadas, exclusivamente, 
pelo enfermeiro, sendo este o único profissional da equipe de saúde responsável e 
habilitado para fazer a consulta – portanto, trata-se de uma atribuição privativa do 
enfermeiro.
• A classificação de risco não tem a função de diagnosticar doenças, sendo apenas um 
instrumento para hierarquizar a prioridade do atendimento, conforme a gravidade do 
paciente.
• Escore da escala de classificação de risco: 
◦ Emergência – deve ser feito o encaminhamento direto para a sala de ressuscitação; 
atendimento imediato; e casos de risco de morte muito alto (por exemplo, parada 
cardiorrespiratória, infarto, politrauma, choque hipovolêmico); 
◦ Urgência – paciente deve ser encaminhado para consulta médica imediata, 
avaliação em, no máximo, 30 minutos e elevado risco de morte (por exemplo, 
trauma moderado ou leve, queimaduras menores, dispneia leve a moderada, dor 
abdominal, convulsão, cefaleias, idosos e grávidas sintomáticos). 
◦ Pouca urgência – deve ser feito encaminhamento para consulta médica; urgência 
menor; avaliação em, no máximo, 1 hora; reavaliação periódica; e sem risco de 
morte (por exemplo: ferimento craniano menor, dor abdominal difusa, cefaleia 
menor, doença psiquiátrica, diarreias, idosos e grávidas assintomáticos).
◦ Não urgente – encaminhamento para atendimento por ordem de chegada; não há 
urgência; tempo de atendimento alvo: 2 horas; sem risco de morte (por exemplo, 
dor leve, contusões, distensões, mialgias, escoriações e ferimentos que não 
requerem fechamento).
• A consulta de Enfermagem ocorre, de forma sistematizada, por meio do processo 
de Enfermagem, o qual é usado como uma ferramenta que orienta o profissional no 
cuidado, seja no âmbito público, privado de forma sistemática.
• O processo de Enfermagem ocorre em cinco etapas: coleta de dados de Enfermagem 
ou histórico de Enfermagem; diagnóstico de Enfermagem; planejamento de Enfer-
magem; implementação; e avaliação de Enfermagem.
• O método SOAP (do acrônimo subjetivo, objetivo, avaliação e plano) serve como 
embasamento teórico para a realização do processo de Enfermagem.
RESUMO DO TÓPICO 2
37
1 Quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, 
domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o Processo de Enfermagem 
corresponde ao, usualmente, denominado nesses ambientes como:
a) ( ) Histórico de Enfermagem.
b) ( ) Consulta de Enfermagem.
c) ( ) Planejamento de Enfermagem.
d) ( ) Avaliação de Enfermagem.
2 A consulta de Enfermagem é um conjunto de ações realizadas, exclusivamente, 
pelo enfermeiro, sendo este o único profissional da equipe de saúderesponsável 
e habilitado para fazer a consulta. Sobre a consulta de Enfermagem, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) A consulta de Enfermagem é uma atividade privativa de toda a equipe de 
Enfermagem.
b) ( ) A consulta de Enfermagem utiliza componentes do método científico para 
identificar situações de saúde-doença, prescrever e implementar medidas de 
Enfermagem.
c) ( ) A consulta de Enfermagem apenas pode ser realizada em consultórios formais 
destinados para tal função.
d) ( ) A consulta de Enfermagem apenas está autorizada de forma presencial, não 
sendo permitido ao enfermeiro realizá-la na forma de teleconsulta.
e) ( ) Apenas as etapas de coleta de dados e de diagnósticos conseguem ser realizadas 
durante uma consulta de Enfermagem. As demais etapas apenas são possíveis 
diante de pacientes hospitalizados.
3 Cabe ao enfermeiro as atividades privativas de consulta de Enfermagem, prescrição e 
assistência de Enfermagem, sendo este profissional o responsável pelo atendimento 
ao paciente. Sabendo que o processo de Enfermagem é composto por cinco etapas 
inter-relacionadas, assinale a alternativa CORRETA:
( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnósticos 
Médicos; Planejamento de Enfermagem; Prescrição de Enfermagem; e Avaliação de 
Enfermagem.
( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Dados Subjetivos; 
Dados Objetivos; Análise de Enfermagem; e Plano de Enfermagem
( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnóstico de 
Enfermagem; Planejamento de Enfermagem; Implementação; e Avaliação de 
Enfermagem.
AUTOATIVIDADE
38
( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnósticos Médicos; 
Prescrição Médica; Observações Complementares; e Prescrição de Enfermagem.
( ) Observações e Anotações de Enfermagem; Coleta de Dados de Enfermagem 
(ou Histórico de Enfermagem); Diagnóstico de Enfermagem; Implementação; e 
Avaliação de Enfermagem.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – V – V – F.
b) ( ) F – F – V – V – F.
c) ( ) F – F – V – F – F.
d) ( ) V – V – V – V – V.
4 O Processo de Enfermagem é organizado em cinco etapas inter-relacionadas, 
interdependentes e recorrentes. Qual é a etapa que tem por finalidade a obtenção 
de informações sobre a pessoa, a família ou a coletividade humana e sobre as suas 
respostas em um dado momento do processo saúde e doença?
5 O método SOAP baseia-se em um suporte teórico, a fim de orientar o processo 
de Enfermagem como um todo, contemplando as ações de Enfermagem a serem 
utilizadas no registro do prontuário do paciente. O que significa a sigla SOAP?
39
TÓPICO 3 — 
VISITA DOMICILIAR
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos a visita domiciliar (VD), prevista no Sistema Único de 
Saúde (SUS), na Política Nacional de Atenção Domiciliar, que define a Atenção Domiciliar 
(AD) como uma modalidade de atenção à saúde “substitutiva ou complementar as já 
existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção, 
tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade 
de cuidados e integrada às Redes de Atenção à Saúde (RAS)” (BRASIL, 2012).
Para complementar os seus estudos, acesse a Portaria nº 825, de 
25 de abril de 2016, que redefine a atenção domiciliar no âmbito 
do SUS e atualiza as equipes habilitadas: http://twixar.me/bcMm.
INTERESSANTE
A visita domiciliar, exercida pelo enfermeiro, tem o objetivo de aproximar a equipe 
de Enfermagem (profissionais), o paciente e seus familiares, atuando todos juntos na 
terapêutica do paciente. Além disso, a visita domiciliar de Enfermagem contempla vários 
requisitos, a fim de desenvolver um conjunto de atividades, com a pretensão de determinar 
um plano assistencial, conforme as demandas estabelecidas pelos familiares e paciente, 
tendo o enfermeiro como principal profissional para essa atuação e condução de caso.
2 VISITA DOMICILIAR
A visita domiciliar garante a continuidade da assistência prestada e funciona, de 
forma complementar, com um conjunto de características para a promoção da saúde. 
Proporciona, aos profissionais e usuários, uma maior aproximação, valorizando as práticas 
em saúde, facilitando a comunicação da equipe de saúde e usuários. 
Desse modo, a visita domiciliar possibilita aos profissionais de saúde entender as 
condições de vida das pessoas, a fim de dimensionar e adequar os cuidados, ampliando 
o serviço prestado àqueles que estão restritos ao leito ou ao domicílio. Nesse sentido, 
pode-se dizer que a visita domiciliar visa à aproximação de profissional e usuário, à 
promoção da equidade e à melhora da compreensão do contexto da vida.
40
Para aprimorar os seus conhecimentos, sugerimos a leitura do artigo: 
A contribuição do enfermeiro no contexto de promoção à saúde através da 
visita domiciliar: http://twixar.me/gcMm.
DICA
Figura 21 – Possibilidades da atenção domiciliar
Fonte: Ribeirão Preto (2021, p. 5)
Usuário é cada um daqueles que usam ou desfrutam de alguma coisa 
coletiva, ligada a um serviço público ou particular (SAITO et al., 2013).
Fonte: SAITO, D. Y. T. et al. Usuário, cliente ou paciente? Qual o termo 
mais utilizado pelos estudantes de Enfermagem? Texto Contexto 
Enferm., Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 175-183, jan.-mar. 2013.
NOTA
41
Segundo a Resolução Cofen nº 0464/2014, a visita domiciliar de Enfermagem são 
ações desenvolvidas para promoção, prevenção e tratamentos de saúde, abrangendo 
também a reabilitação e cuidados paliativos. Todas as ações no atendimento domiciliar, 
sejam educativas ou assistenciais, destinadas ao paciente ou a seus familiares, são 
desenvolvidas pelos profissionais de Enfermagem. 
Figura 22 – Visita domiciliar do enfermeiro
Fonte: http://twixar.me/wcMm. Acesso em: 24 set. 2022.
As características da visita domiciliar podem ser desempenhadas no campo da 
atenção primeira ou secundária, seja de forma autônoma ou em equipes multidisciplinares 
de instituições públicas, privadas ou filantrópicas.
Todas as condutas de Enfermagem, realizadas durante o atendimento, devem 
ser registradas no domicílio do paciente, assim como a execução de toda SAE e dos 
cuidados de Enfermagem. A visita domiciliar deve ser registrada no prontuário, a fim de 
otimizar a assistência prestada (COFEN, 2014). 
A Figura 23, mostra um modelo de formulário/roteiro que deve ser preenchido 
na visita domiciliar, para a coleta de dados, podendo conter uma forma estrutural mais 
objetiva e de simples preenchimento.
42
Figura 23 – Roteiro visita domiciliar
Fonte: http://twixar.me/9cMm. Acesso em: 29 set. 2022.
43
A visita domiciliar acontece com a atuação da equipe da atenção básica, a 
partir de algumas ações nos domicílios dos pacientes, iniciando por cadastramento dos 
usuários, busca ativa, ações de educação e vigilância em saúde. Há várias maneiras de 
solicitação para inclusão da visita domiciliar, algumas delas podem ser requeridas pela 
unidade de pronto atendimento, pela UBS, pelos hospitais, pelo Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (Samu), por familiares, pelo próprio paciente ou, até mesmo, por 
demandas judiciais (RIBEIRÃO PRETO, 2021).
Para que a visita domiciliar aconteça de forma efetiva, três questões devem ser 
atendidas:
• A visita domiciliar tem contribuído para melhoria na demanda do usuário?
• Avaliar a aceitabilidade da visita domiciliar.
• Aceitação do usuário e de familiares ao acompanhamento da visita, com comprome-
timento mútuo com tratamento.
A Figura 24 apresenta um fluxograma com as etapas que auxiliam para uma 
melhor compreensão do planejamento da visita domiciliar.
Figura 24 – Etapas do planejamento da visita domiciliar
Fonte: as autoras
Existem alguns tipos de chamados de visita domiciliar, como mostra a Figura 25.
44
Figura 25 – Tipos de visita domiciliar
Fonte: as autoras
Os pacientes que possuem comorbidades controladas ou compensadas, que 
dificultam ou impossibilitam a realização das atividadesda vida diária ou que apresentam 
dificuldade de locomoção para o seu deslocamento até a unidade de saúde podem 
solicitar a visita domiciliar, assim como outras circunstâncias específicas, como:
• adaptações iniciais no puerpério, redução de mobilidade transitória ou permanente 
de idosos, composição sócio-familiar-econômica frágil, que afete, indireta ou 
diretamente, o estado de saúde do usuário;
• pacientes com afecções crônicas ou agudas, conforme o grau de comprometimento 
da doença e os cuidados paliativos, com o intuito de minimizar o sofrimento e para 
controle da dor, necessitando, assim, de cuidados semanais;
• bebês prematuros com baixo peso com demanda de ganho ponderal (RIBEIRÃO 
PRETO, 2021). 
Destacamos, também, uma importante atuação para pacientes que precisam 
de cuidados da equipe multiprofissional com uso de equipamentos, introdução de 
procedimentos de maior complexidade, como nutrição parenteral ou transfusão sanguínea, 
necessitando de, pelo menos, uma visita domiciliar na semana (RIBEIRÃO PRETO, 2021).
A Visita Domiciliar também deve ser considerada no contexto de 
educação em saúde por contribuir para a mudança de padrões de 
comportamento e, consequentemente, promovera qualidade de vida 
através da prevenção de doenças e promoção da saúde. Garante 
atendimento holístico por parte dos profissionais, sendo, portanto, 
importante a compreensão dos aspectos psicoafetivo-sociais e 
biológicos da clientela assistida (SOUZA; LOPES; BARBOSA, 2004, p. 3).
45
Figura 26 – Atendimento durante a visita domiciliar
Fonte: http://twixar.me/JcMm. Acesso em: 24 set. 2022.
A visita domiciliar proporciona maior proximidade entre os profissionais e o pa-
ciente e seu modo de vida, permitindo que o processo saúde e doença seja determinante 
para o âmbito familiar. Assim, possibilita identificar, no meio familiar, a forma de vida e 
a solidariedade, compreendendo, assim, as funções socioeconômicas e ideológicas, e 
contribuindo para o processo de cuidado, recuperação e cura do paciente (SOUZA; LO-
PES; BARBOSA, 2004).
Figura 27 – Acompanhando o paciente na visita domiciliar
Fonte: http://twixar.me/ycMm. Acesso em: 24 set. 2022.
A Figura 28 demonstra um formulário de aviso de visita domiciliar, para assegurar o 
acompanhamento do paciente na visita domiciliar.
46
Figura 28 – Aviso de visita domiciliar
Fonte: http://twixar.me/5cMm. Acesso em: 29 set. 2022.
Para que a visita domiciliar ocorra com melhor êxito, o enfermeiro deverá destinar 
a escolha correta de alguns materiais a serem utilizados pela equipe de Enfermagem 
e equipe multidisciplinar (RIBEIRÃO PRETO, 2021). Alguns materiais podem variar 
conforme a complexidade do paciente: 
• estetoscópio;
• esfigmomanômetro;
• termômetro;
• otoscópio;
• glicosímetro, fita de reagente para glicemia capilar e lanceta;
• oxímetro de pulso portátil;
• álcool 70%;
• algodão;
• garrote;
• luvas de procedimentos e demais EPIs; 
• luvas estéreis; 
• óculos de proteção;
• avental;
• touca;
• máscara;
• materiais para coleta de exames (agulhas, seringas, agulhas a vácuo e tubos);
• materiais para curativos (gaze, instrumentais, soro fisiológico [SF] 0,9%, coberturas, 
pomadas, faixas);
• caixa para perfurocortantes pequena;
• saco de lixo para contaminantes;
• documentos para realizar anotações (RIBEIRÃO PRETO, 2021).
47
Para êxito na visita domiciliar, o profissional deve observar o meio em que esse 
paciente e seus familiares vivem, averiguar questões referentes a saneamento básico, 
coleta de lixos, acúmulo de lixos nas ruas e localidade, e observar o grau de segurança 
da localidade bairro ou rua na qual será realizado o atendimento de saúde. 
Além disso, é preciso atentar para os vínculos familiares, comportamento 
e comunicação; verificar condições básicas de higiene, organização, iluminação no 
interior da residência, objetos que possam ser obstáculos (tapetes, degraus, vasos e 
rampas, entre outros); verificar se a família dispõe de produtos de limpeza e a disposição 
de medicamentos, principalmente quando houver crianças na residência; e orientar 
sempre referente aos cuidados com a automedicação e possíveis criadouros de insetos e 
animais peçonhentos (RIBEIRÃO PRETO, 2021).
Para entender melhor sobre o tema, sugerimos a leitura do artigo 
Sistematização da assistência de Enfermagem: vislumbrando um cuidado 
interativo, complementar e multiprofissional: http://twixar.me/ScMm.
DICA
É de suma importância manter a cordialidade e postura profissional, respeitando 
limites e crenças, sem invadir a privacidade da família e do paciente. Ainda, é fundamental 
informar e explicar ao paciente todo procedimento e cuidados a serem realizados, orientar 
e ouvir o usuário sem julgamentos, mantendo a postura profissional. 
Ao término da visita domiciliar, cabe à equipe de saúde realizar as anotações 
de Enfermagem, bem como os procedimentos feitos e os materiais utilizados durante o 
procedimento, a fim de registrar no prontuário do paciente. 
Segundo Horta (1979, p. 10), “Cabe à Enfermagem comunitária, assistir ao 
ser humano, dentro da família e da comunidade, direta ou indiretamente, através da 
enfermeira e de pessoal auxiliar, para atender às necessidades humanas básicas e 
intervir na história natural da Enfermagem em todo os níveis de prevenção”.
3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO – LEGISLAÇÃO 
A visita domiciliar deve ser realizada pela equipe de saúde, cabe ao enfermeiro 
a condução correta da equipe. Para que isso ocorra de forma segura e correta, esse 
profissional precisa estar seguro das suas competências a serem realizadas. 
Nesse sentido, o Art. 2º da Resolução nº 0464/2014 descreve como competências 
do enfermeiro: 
48
I- Dimensionar a equipe de Enfermagem.
II- Planejar, organizar, coordenar, supervisionar e avaliar a prestação 
da assistência de Enfermagem. 
III- Organizar e coordenar as condições ambientais, equipamentos 
e materiais necessários à produção de cuidado competente, 
resolutivo e seguro. 
IV- Atuar de forma contínua na capacitação da equipe de Enfermagem 
que atua na realização de cuidados nesse ambiente. 
V- Executar os cuidados de Enfermagem de maior complexidade 
técnico-científica e que demandem a necessidade de tomar 
decisões imediatas (COFEN, 2014).
Sobre a atuação do enfermeiro durante a visita domiciliar, atualmente, não 
temos vigente, na legislação, uma indicação da quantidade ou um limite de visitas para 
cada paciente. Essa avaliação e decisão de conduta cabe ao enfermeiro, em conjunto 
com a equipe de saúde que irá prestar atendimento ao paciente. 
A visita domiciliar “considera um contato pontual da equipe de Enfermagem para 
a avaliação das demandas exigidas pelo usuário e/ou familiar, bem como o ambiente 
onde vivem, visando estabelecer um plano assistencial, programado com objetivo 
definido” (COFEN, 2014).
Na realização da visita domiciliar, o enfermeiro deve aplicar o processo de 
Enfermagem, proporcionando qualidade no atendimento e seguindo uma ordem lógica 
de raciocínio. Portanto, a aplicação da SAE é de fundamental importância, para nortear as 
condutas da equipe. 
A Resolução Cofen nº 0464/2014 estabelece:
Art. 3º A atenção domiciliar de Enfermagem deve ser executada no 
contexto da Sistematização da Assistência de Enfermagem, sendo 
pautada por normas, rotinas, protocolos validados e frequentemente 
revisados, com a operacionalização do Processo de Enfermagem, de 
acordo com as etapas previstas na Resolução COFEN nº 358/2009, 
a saber:
I- Coleta de dados de (Histórico de Enfermagem).
II- Diagnóstico de Enfermagem.
III- Planejamento de Enfermagem.
IV- Implementação.
V- Avaliação de Enfermagem (COFEN, 2014).
O enfermeiro deve levar em consideração, durante o atendimento ao paciente, 
suas particularidades, podendo, assim, planejar o atendimento adequado para cada 
paciente, de forma individualizada, seguindo também a Resolução Cofen nº 358/2009.
A Resolução Cofen nº 0464/2014 classifica em três modalidades de atendimento 
na visita domiciliar: atendimento domiciliar,

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