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ONU
Criada pela Carta de San Francisco, em 1945, é uma organização universal, que pode englobar a totalidade dos países, pois não tem limitações com relação à entrada. É, assim, a maior delas, com 193 membros (51 originários e os demais admitidos posteriormente). Tem como foco a paz mundial.
Foi precedida pela LDN ou SDN que não teve sucesso, entre outros, por exigir que suas decisões fossem unânimes e apenas desaconselhar em vez de proibir a guerra como solução de conflitos, sendo ela possível após 90 dias do ocorrido que a motivaria. A ONU diferenciou-se dela por:
· Proibir a guerra pelo tratado de Briand- Kellog;
· Exigir a maioria de aprovação para decisões, como o quórum de 2/3 para alterações em sua carta.
Foram observadas três questões que contribuiriam para a paz e são aconselhados (não exigidos): democracia, desenvolvimento e direitos humanos.
São suas estruturas específicas:
· Assembleia-geral: composta por representantes de todos os Estados-membros, com um máximo de 5 delegados por Estado. Tem competência para fiscalizar a ação dos conselhos, discutir e fazer recomendações relativas aos objetos da Carta ou às atribuições e de seus órgãos. Às vezes limitada aos assuntos de competência específica do Conselho de Segurança, devendo ceder às suas decisões. Possui reuniões ordinárias (uma vez por ano) e extraordinárias. Sobre temas importantes/não processuais suas decisões exigem 2/3 de aprovação e seu resultado (resolução, declaração ou recomendação) tem efeito não vinculante aos seus Estados-membros.
· Secretaria: Com sede em Nova Iorque, faz o registro dos arquivos referentes aos países que a compõem. É administrada pelo secretário-geral que presenta a organização na assinatura de tratados, na mediação de conflitos. Ele é indicado para um mandato de 5 anos pela Assembleia Geral, a partir de recomendações do Conselho de Segurança, estando sua nomeação sujeita ao veto de qualquer de seus membros permanentes e seu mandato pode ser renovado por um número ilimitado de vezes.
· Conselho de segurança: tem como função principal a manutenção da paz, além de determinar as condições para a adesão de um novo membro. É composto de 15 membros, sendo 5 deles permanentes (EUA, UK, URSS, China e França – na época, 2 capitalistas, 2 comunistas e uma zona de influência/disputa) e 10 eleitos pela assembleia geral para um mandato de 2 anos sem possibilidade de reeleição. Para evitar conflitos criou-se o poder de veto, segundo o qual, para decisões importantes/não processuais, não podem haver manifestações de desaprovação (sendo possíveis as de abstenção) desses 5 países, além da aprovação de 9 membros. Entretanto, esta estrutura não é mais compatível com a conjuntura política atual. Suas decisões são diferentes das decisões da Assembleia Gera, tendo força cogente e são de cumprimento obrigatório.
Além disso, ela possui algumas outras organizações específicas, que foram criadas após seu surgimento ou já existiam e foram vinculadas:
· Conselho econômico social (ECOSOC): Faz estudos e relatórios de cunho social, econômico, educacional, cultural, e semelhantes, no âmbito internacional, para promover a observância aos direitos humanos. Pode, assim, fazer recomendações sobre esses temas à assembleia geral, aos Estados membros às entidades especializadas interessadas e coordenar as missões destas últimas, bem como apresentar projetos de tratados referentes a estas matérias. Suas decisões são tomadas pela maioria dos votos dos presentes Sua estrutura inclui as comissões necessárias ao seu desempenho, como a comissão de Direitos Humanos, substituída, em 2006, pelo Conselho de Direitos Humanos, desvinculado do ECOSOC. Foi ele que elaborou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
· Conselho de tutela: administra territórios recém-separados de outros Estados ou em processo de independência.
· Corte internacional de justiça: será tratada posteriormente.
É interessante lembrar que entidades como a FAO e a UNESCO não são parte da ONU, mas entidades especializadas que compartilham seus princípios e foram previstas por sua Carta, formando o sistema das nações unidas.
Admissão de novos membros
Exige que o candidato seja amante da paz, aceite as obrigações impostas pela Carta e estarem aptos e dispostos a cumpri-las, além da aceitação pela assembleia geral, através de recomendação do Conselho de Segurança.
CIJ
Tem competência contenciosa (de julgar) e consultiva (de emitir pareceres), sendo o principal órgão jurisdicional da ONU. É formada por 15 juízes de países diferentes, devendo representar os diferentes sistemas jurídicos contemporâneos, eleitos pela assembleia-geral e pelo Conselho de Segurança da ONU, em votação na qual não pode haver veto, sendo que o candidato precisa preencher os mesmos requisitos que para ser membro da corte suprema de seu país (STF). Os juízes da mesma nacionalidade de qualquer das partes num processo conservam o direito de funcionar numa questão julgada pela Corte, ou seja, os juízes cujos países são partes numa causa podem julgá-la, contanto que o façam em conjunto. Nesse caso, qualquer outra parte no processo poderá escolher uma pessoa para funcionar como juiz ad hoc (temporário), de preferência entre os candidatos a juiz permanente da CIJ, que será investido em suas funções independentemente de votação da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança da ONU. Apesar disso, podem declarar-se ou ser declarados impedidos de julgar uma causa. Antes do término de seu mandato nenhum juiz pode ser excluído da Corte, salvo por decisão unânime dos demais, o que nunca sucedeu. 
Sua competência material se resume a todas as questões submetidas pelas partes, além do exame de possível violação a compromisso internacional, no âmbito civil, e a natureza ou extensão da reparação devida por isto, bem como a interpretação de um tratado. A pessoal abrange apenas Estados (mesmo os não signatários de seu estatuto ou partes da ONU, dentro de parâmetros a serem estabelecidos pelo Conselho de Segurança).
A submissão de um Estado à sua jurisdição só se dá pela vontade das partes, que pode ser expressa através de cláusula fixada em tratado sobre eventuais conflitos, “compromisso” e aceitação (pelo Estado reclamado) após a observação do conflito ou “cláusula facultativa de jurisdição obrigatória” que não se “revoga” por novo consentimento posterior. 
O descumprimento da sentença enseja a responsabilidade internacional do violador e a possibilidade de ação do Conselho de Segurança da ONU, por meio de recomendações ou outras medidas. Apesar de a sentença ser inapelável, são admitidos pedidos de esclarecimento, bem como sua revisão, mas até dez anos depois de ter sido proferida a decisão judicial e diante de fato novo, de influência decisiva e que era desconhecido (pela corte e pelas partes, contanto que não por negligencia) na ocasião em que ela foi proferida. Apesar disso, só será obrigatória para as partes litigantes e sobre aquele caso específico, sem serem vinculantes a princípio.
Apesar de não ser seu foco, nada impede que ela analise questões de direitos humanos.
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Sua línguas oficiais são o inglês e o francês, de modo que caiba as partes escolher uma delas ou cada parte usar a língua que preferir, entre estes dois, sendo a sentença lavrada nos dois idiomas, determinando a corte um dos textos para a fé.
As questões serão submetidas à ela, conforme o caso, por notificação do acordo especial entre as partes para apresentar o caso à Corte ou por meio de petição escrita, dirigida ao Escrivão, que deverá imediatamente comunicar todos os interessados, Membros das Nações Unidas, por intermédio do Secretário-Geral, e quaisquer outros Estados com direito a comparecer perante a Corte.
O processo é público, salvo quando as partes requeiram que o feito seja apreciado em segredo de justiça.
Dentro do processo, a Corte pode indicar medidas cautelares provisórias, para preservar os direitos de cada parte se necessário. Também decide sobre o andamento do processo, a forma e o tempo em que cada parte terminará suas alegaçõese tomará todas as medidas relacionadas com a apresentação das provas. Além disso, pode, antes do início da audiência, intimar os agentes a apresentarem qualquer documento ou a fornecerem quaisquer explicações, e, em qualquer momento, confiar a qualquer indivíduo, companhia, repartição, comissão ou outra organização, a tarefa de proceder a um inquérito ou a uma perícia. 
Os debates serão presididos pelo Presidente da Corte, vice-presidente ou pelo mais antigo dos magistrados, nesta ordem. As deliberações da Corte serão tomadas privadamente e permanecerão secretas, sendo a sentença feita pela maioria dos juízes, admitindo-se opiniões dissidentes, no todo ou em parte, que poderão ser apresentadas de maneira individual.

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