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Apresentação - Seminário B (28 08 2023)

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A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS (1961) E
A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE
RELAÇÕES CONSULARES (1963) 
D I R E I T O I N T E R N A C I O N A L P Ú B L I C O
IRI U
SP
ROTEIRO 1. LINHA DO TEMPO E CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA DAS CONVENÇÕES
2. CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES
DIPLOMÁTICAS (1961)
Descrição, estrutura e análise do documento
 3. CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES
CONSULARES (1963)
Descrição, estrutura e análise do documento
Objetivo: apresentar o sucesso de tais
Convenções como fruto de longa tradição
das normas, práticas e princípios que
regem os Estados em seus
relacionamentos entre si como sujeitos
fundamentais do Direito Internacional
Público, bem como instrumentos
importantes na consolidação e
formalização da busca pelo
estabelecimento de relações pacíficas no
âmbito internacional.
Direito
consuetudinário
1919
Tratado de
Versalhes
1924-27
Liga das
Nações
1815
Congresso de
Viena
1895
Regulamento do
Inst. de Direito
Intl.
1929
6ª Conf. Intl.
Americana
LINHA DO TEMPO
1930
1ª Conf. para a
Codificação Progressiva
do Direito Intl. (Haia)
1945
Criação ONU 
1947
Criação CDI 
1948
Declaração
Universal dos
Direitos Humanos
LINHA DO TEMPO
CONTEXTO 
Pós-guerra
Guerra Fria
histórico de violações sistemáticas 
complexidade e tensões das relações
internacionais 
necessidade de garantir a paz e evitar
conflitos
multiplicação organizações internacionais
tendência a institucionalização e
codificação do direito internacional
1952
Estabelecimento
como prioridade do
CDI
1961-63
Convenções de Viena
sobre relações
diplomáticas,
consulares, missões
especiais e tratados
CONVENÇÃO DE VIENA
SOBRE RELAÇÕES
DIPLOMÁTICAS (1961) 
Assinada em 18 de abril de 1961 e aprovada pelo
congresso em 1964, a Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas entra em vigor no Brasil em
abril de 1965, sob a vigência do governo de H.
Castelo Branco. Ela tem como objetivo principal
promover em escala global a uniformização das
normas que regem a atuação diplomática, tratando
desde as competências e responsabilidades da
função até as questões de ordem organizacional
que envolvem o estabelecimento de agentes
diplomáticos e da embaixada.
DESCRIÇÃO DO DOCUMENTO
ESTRUTURA
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A Convenção é composta por
um preâmbulo e 53 artigos. Os
artigos iniciais se
comprometem a estabelecer
definições sobre o papel de
cada indivíduo, as condições de
atuação entre Estados e, em
suma, regras sobre como toda
essa relação se dará para o
plano internacional. 
Os Estados Partes na presente Convenção, Considerando que, desde tempos remotos, os povos de tôdas as
Nações têm reconhecido a condição dos agentes diplomáticos; 
Aborda a atemporalidade do direito internacional, uma vez que ele sempre presente nas relações entre as
distintas sociedades e, assim como a dos atores internacionais.
Conscientes dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas relativos à igualdade soberana
dos Estados, à manutenção da paz e da segurança internacional e ao desenvolvimento das relações
de amizade entre as Nações; 
Coexistência dos dois fundamentos do Direito Internacional: o Estado Soberano da lógica contratualista e os
Direitos Humanos 
PREÂMBULO 
Estimando que uma Convenção Internacional sobre relações, privilégios e imunidades diplomáticas
contribuirá para o desenvolvimento de relações amistosas entre as Nações, independentemente da
diversidade dos seus regimes constitucionais e sociais; 
Esse trecho imprime a ideia de que a sobreposição desta convenção ao direito nacional é legitimada devido a ela
ser baseada nos direitos humanos fundamentais
Reconhecendo que a finalidade de tais privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, mas, sim, a de
garantir o eficaz desempenho das funções das Missões diplomáticas, em seu caráter de representantes
dos Estados; 
 
Sujeitos do direito Internacional
Afirmando que as normas de Direito internacional consuetudinário devem continuar regendo as questões
que não tenham sido expressamente reguladas nas disposições da presente Convenção; Convieram no
seguinte: (...)
CONTEÚDO DA CONVENÇÃO
O 1° artigo se compromete com a definição dos integrantes da missão diplomática e da
definição dos termos utilizados ao longo da convenção para determinar os agentes
diplomáticos, o pessoal técnico e os locais da missão. Enquanto o terceiro descreve as
funções a serem exercidas pelo pessoal diplomático. E, os artigos 10 a 13 descrevem
procedimentos a serem adotados entre o Estado acreditado e o Estado acreditante
junto dos integrantes da missão. Exemplo: o artigo 10, parág. 1 “Serão notificados ao
Ministério das Relações Exteriores do Estado acreditado, ou a outro Ministério em que
se tenha convindo”.
010
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IREITO
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LIC
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FUNDAMENTO CONTRATUALISTA CLARAMENTE EVIDENCIADO PELO
ESTABELECIMENTO DO CONSENTIMENTO
 “O estabelecimento de relações diplomáticas entre Estados e o envio de
Missões diplomáticas permanentes efetua-se por consentimento
mútuo.” Todas as decisões deixam explícitas que as partes estão de
comum acordo em toda e qualquer situação elencada nos artigos, ou
seja, a ideia de consentimento mútuo está sempre presente como
critério primordial para o estabelecimento das relações entre Estados. 
ARTIGO 2°
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011
"Os membros do pessoal diplomático da Missão
não poderão ser nomeados dentre pessoas que
tenham a nacionalidade do Estado acreditado,
exceto com o consentimento do referido Estado,
que poderá retirá-lo em qualquer momento."
A questão da nacionalidade ser declarada como
preferencial deixa explícito a importância de um
representante que vá defender "os interesses da
Nação"
ARTIGO 8° 
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012
"A pessoa do agente diplomático é
inviolável. Não poderá ser objeto de
nenhuma forma de detenção ou prisão. O
Estado acreditado tratá-lo-á com o devido
respeito e adotará tôdas as medidas
adequadas para impedir qualquer ofensa à
sua pessoa, liberdade ou dignidade."
ARTIGO 29º
Os Interesses da Nação Direitos Fundamentais do Agente Diplomático
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013
O Estado acreditado poderá a qualquer
momento, e sem ser obrigado a justificar a
sua decisão, notificar ao Estado
acreditante que o Chefe da Missão ou
qualquer membro do pessoal diplomático
da Missão é persona non grata ou que
outro membro do pessoal da Missão não é
aceitável. 
LIMITES/EXCESSÕES À IMUNIDADE
DIPLOMÁTICA
Artigo 9° parágrafo 1
Sem prejuízo de seus privilégios e
imunidades, todas as pessoas que gozem
desses privilégios e imunidades deverão
respeitar as leis e os regulamentos do
Estado acreditado
Artigo 41° parágrafo 1
HÁ UMA UNIFORMIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS, PORÉM, A CONVENÇÃO
DEIXA CLARO QUE ENTRE SI OS ESTADOS PODEM ESTABELECER NOVAS
CONDIÇÕES
P.1. "Na aplicação das disposições da presente Convenção, o Estado
acreditado não fará nenhuma discriminação entre Estados."
P.2. "Todavia, não será considerada discriminação:
 b) o fato de os Estados em virtude de costume ou convênio, se
concederem reciprocamente um tratamento mais favorável do que o
estipulado pelas disposições da presente Convenção."
ARTIGO 47°
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014
CONVENÇÃO DE VIENA
SOBRE RELAÇÕES
CONSULARES (1963) 
Capítulo 1 - As relações consulares em geral, que vai do
Artigo 2 ao 24; 
Capítulo 2 - Facilidades, privilégios e imunidades relativas aos
postos consulares, aos funcionários consulares e aos outros
membros do posto consular, que vai do Artigo 25 ao 37; 
Capítulo 3 - Regime aplicável aos funcionários consulares
honorários e aos postos consulares por eles geridos, que vai
do Artigo 38 ao 68; 
Capítulo 4 - Disposições gerais, que inclui o Artigo 69 a 73; 
Capítulo 5 - Disposições finais, que inclui os últimos Artigos
74 a 79.
016
ESTRUTURA
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Preâmbulo e 79 artigos,
divididosem 5 capítulos
Fundamentação das relações
consulares no consentimento
mútuo, em conformidade com o
fundamento contratualista D
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Funções consulares
As funções consulares consistem em:
a) Proteger no Estado receptor os interesses do Estado que envia e dos seus nacionais, pessoas singulares ou
colectivas, dentro dos limites permitidos pelo direito internacional;
Além de “fomentar o desenvolvimento das relações comerciais, econômicas, culturais e científicas entre o
Estado que envia e o Estado receptor e promover por quaisquer outros meios as relações amistosas entre
eles”; "emitir passaportes e outros documentos de viagem aos nacionais do Estado que envia, assim como
vistos e documentos apropriados às pessoas que desejarem viajar para o Estado que envia"; "prestar
socorro e assistência aos nacionais, pessoas físicas ou jurídicas, do Estado que envia"; "representar [...] os
nacionais do Estado que envia e tomar as medidas convenientes para a sua representação apropriada
perante os tribunais e outras autoridades do Estado receptor"; fiscalizar, inspecionar e prestar assistência a
embarcações, aeronaves e tripulações que tenham a nacionalidade do Estado que envia; 
m) Exercer todas as demais funções confiadas ao posto consular pelo Estado que envia, que não sejam
proibidas pelas leis e regulamentos do Estado receptor, ou às quais este não se oponha, ou ainda as que lhe
sejam atribuídas pelos acordos internacionais em vigor entre o Estado que envia e o Estado receptor.
ARTIGO 5º
1. Os funcionárias consulares e os empregados
consulares não estão sujeitos à jurisdição das
autoridades judiciárias e administrativas do
Estado receptor pelos atos realizados no
exercício das funções consulares.
019
ARTIGO 43º
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Imunidade de jurisdição
"A finalidade de tais privilégios e imunidades não é
beneficiar indivíduos, mas assegurar o eficaz desempenho
das funções dos postos consulares em nome de seus
respectivos Estados"
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020
TEORIA DA NECESSIDADE FUNCIONAL
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ARTIGO 31º
Inviolabilidade das instalações
consulares
ARTIGO 33º
Inviolabilidade dos arquivos e
documentos consulares
ARTIGO 35º
Inviolabilidade da
correspondência consular
ARTIGO 41º
Inviolabilidade pessoal dos
funcionários consulares
ARTIGO 43º
Imunidade de jurisdição
ARTIGO 49º
Isenção fiscal
ARTIGO 50º
Isenção de direitos aduaneiros
e de inspeção alfandegária
O equilíbrio entre o dever de proteger do Estado que recebe e o direito
de exercer plenamente as funções consulares do Estado que envia,
contrabalanceados pela priorização da aprovação do Estado que recebe
ARTIGO 55ºARTIGO 23º
O Estado receptor poderá a
qualquer momento informar o
Estado que envia que um
funcionário consular é persona
non grata ou que qualquer outro
membro do pessoal consular não
é aceitável
Todas as pessoas que
beneficiarem desses privilégios e
imunidades terão o dever de
respeitar as leis e os
regulamentos do Estado receptor
ARTIGO 36º
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Comunicação com os nacionais do Estado que envia
1. A fim de facilitar o exercício das funções consulares relativas aos nacionais do Estado que envia:
a) Os funcionários consulares terão liberdade de se comunicar com os nacionais do Estado que envia e
visitá-los. Os nacionais do Estado que envia terão a mesma liberdade de se comunicar com os
funcionários consulares e de os visitar;
b) Se o interessado assim o solicitar, as autoridades competentes do Estado receptor deverão, sem
tardar, informar o posto consular competente quando, na sua área de jurisdição, um nacional do
Estado que envia for preso, encarcerado, posto em prisão preventiva ou detido de qualquer outra
maneira. Qualquer comunicação endereçada ao posto consular pela pessoa detida, encarcerada ou
presa preventivamente deve igualmente ser transmitida sem tardar pelas referidas autoridades. Estas
deverão imediatamente informar o interessado dos seus direitos, nos termos da presente alínea;
c) Os funcionários consulares terão direito a visitar o nacional do Estado que envia que esteja
encarcerado, preso preventivamente ou detido de qualquer outra maneira, conversar e corresponder-
se com ele e providenciar quanto à sua defesa perante os tribunais. 
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Status dos cônsules
honorários e dos
cônsules residentes
permanentes do Estado
que recebe
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ARTIGO 72º
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Não discriminação
1. Ao aplicar a presente Convenção, o Estado receptor não fará discriminação entre os
Estados.
2. Todavia, não será considerado discriminatório:
a) O facto de o Estado receptor aplicar restritivamente qualquer das disposições da
presente Convenção em consequência de igual tratamento aos seus postos consulares
pelo Estado que envia;
b) O facto de os Estados se concederem mutuamente, por costume ou acordo,
tratamento mais favorável que o estabelecido nas disposições da presente Convenção.
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OBRIGADA PELA
ATENÇÃO.
Ana Carolina Ribeiro
Maria Clara Gama Vieira
Mariana Bruneli
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