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A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS (1961) E A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES CONSULARES (1963) D I R E I T O I N T E R N A C I O N A L P Ú B L I C O IRI U SP ROTEIRO 1. LINHA DO TEMPO E CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DAS CONVENÇÕES 2. CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS (1961) Descrição, estrutura e análise do documento 3. CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES CONSULARES (1963) Descrição, estrutura e análise do documento Objetivo: apresentar o sucesso de tais Convenções como fruto de longa tradição das normas, práticas e princípios que regem os Estados em seus relacionamentos entre si como sujeitos fundamentais do Direito Internacional Público, bem como instrumentos importantes na consolidação e formalização da busca pelo estabelecimento de relações pacíficas no âmbito internacional. Direito consuetudinário 1919 Tratado de Versalhes 1924-27 Liga das Nações 1815 Congresso de Viena 1895 Regulamento do Inst. de Direito Intl. 1929 6ª Conf. Intl. Americana LINHA DO TEMPO 1930 1ª Conf. para a Codificação Progressiva do Direito Intl. (Haia) 1945 Criação ONU 1947 Criação CDI 1948 Declaração Universal dos Direitos Humanos LINHA DO TEMPO CONTEXTO Pós-guerra Guerra Fria histórico de violações sistemáticas complexidade e tensões das relações internacionais necessidade de garantir a paz e evitar conflitos multiplicação organizações internacionais tendência a institucionalização e codificação do direito internacional 1952 Estabelecimento como prioridade do CDI 1961-63 Convenções de Viena sobre relações diplomáticas, consulares, missões especiais e tratados CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS (1961) Assinada em 18 de abril de 1961 e aprovada pelo congresso em 1964, a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas entra em vigor no Brasil em abril de 1965, sob a vigência do governo de H. Castelo Branco. Ela tem como objetivo principal promover em escala global a uniformização das normas que regem a atuação diplomática, tratando desde as competências e responsabilidades da função até as questões de ordem organizacional que envolvem o estabelecimento de agentes diplomáticos e da embaixada. DESCRIÇÃO DO DOCUMENTO ESTRUTURA D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O A Convenção é composta por um preâmbulo e 53 artigos. Os artigos iniciais se comprometem a estabelecer definições sobre o papel de cada indivíduo, as condições de atuação entre Estados e, em suma, regras sobre como toda essa relação se dará para o plano internacional. Os Estados Partes na presente Convenção, Considerando que, desde tempos remotos, os povos de tôdas as Nações têm reconhecido a condição dos agentes diplomáticos; Aborda a atemporalidade do direito internacional, uma vez que ele sempre presente nas relações entre as distintas sociedades e, assim como a dos atores internacionais. Conscientes dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas relativos à igualdade soberana dos Estados, à manutenção da paz e da segurança internacional e ao desenvolvimento das relações de amizade entre as Nações; Coexistência dos dois fundamentos do Direito Internacional: o Estado Soberano da lógica contratualista e os Direitos Humanos PREÂMBULO Estimando que uma Convenção Internacional sobre relações, privilégios e imunidades diplomáticas contribuirá para o desenvolvimento de relações amistosas entre as Nações, independentemente da diversidade dos seus regimes constitucionais e sociais; Esse trecho imprime a ideia de que a sobreposição desta convenção ao direito nacional é legitimada devido a ela ser baseada nos direitos humanos fundamentais Reconhecendo que a finalidade de tais privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, mas, sim, a de garantir o eficaz desempenho das funções das Missões diplomáticas, em seu caráter de representantes dos Estados; Sujeitos do direito Internacional Afirmando que as normas de Direito internacional consuetudinário devem continuar regendo as questões que não tenham sido expressamente reguladas nas disposições da presente Convenção; Convieram no seguinte: (...) CONTEÚDO DA CONVENÇÃO O 1° artigo se compromete com a definição dos integrantes da missão diplomática e da definição dos termos utilizados ao longo da convenção para determinar os agentes diplomáticos, o pessoal técnico e os locais da missão. Enquanto o terceiro descreve as funções a serem exercidas pelo pessoal diplomático. E, os artigos 10 a 13 descrevem procedimentos a serem adotados entre o Estado acreditado e o Estado acreditante junto dos integrantes da missão. Exemplo: o artigo 10, parág. 1 “Serão notificados ao Ministério das Relações Exteriores do Estado acreditado, ou a outro Ministério em que se tenha convindo”. 010 D IREITO IN TERN A C IO N A L PÚ B LIC O FUNDAMENTO CONTRATUALISTA CLARAMENTE EVIDENCIADO PELO ESTABELECIMENTO DO CONSENTIMENTO “O estabelecimento de relações diplomáticas entre Estados e o envio de Missões diplomáticas permanentes efetua-se por consentimento mútuo.” Todas as decisões deixam explícitas que as partes estão de comum acordo em toda e qualquer situação elencada nos artigos, ou seja, a ideia de consentimento mútuo está sempre presente como critério primordial para o estabelecimento das relações entre Estados. ARTIGO 2° D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O 011 "Os membros do pessoal diplomático da Missão não poderão ser nomeados dentre pessoas que tenham a nacionalidade do Estado acreditado, exceto com o consentimento do referido Estado, que poderá retirá-lo em qualquer momento." A questão da nacionalidade ser declarada como preferencial deixa explícito a importância de um representante que vá defender "os interesses da Nação" ARTIGO 8° D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O 012 "A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá-lo-á com o devido respeito e adotará tôdas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade." ARTIGO 29º Os Interesses da Nação Direitos Fundamentais do Agente Diplomático D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O 013 O Estado acreditado poderá a qualquer momento, e sem ser obrigado a justificar a sua decisão, notificar ao Estado acreditante que o Chefe da Missão ou qualquer membro do pessoal diplomático da Missão é persona non grata ou que outro membro do pessoal da Missão não é aceitável. LIMITES/EXCESSÕES À IMUNIDADE DIPLOMÁTICA Artigo 9° parágrafo 1 Sem prejuízo de seus privilégios e imunidades, todas as pessoas que gozem desses privilégios e imunidades deverão respeitar as leis e os regulamentos do Estado acreditado Artigo 41° parágrafo 1 HÁ UMA UNIFORMIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS, PORÉM, A CONVENÇÃO DEIXA CLARO QUE ENTRE SI OS ESTADOS PODEM ESTABELECER NOVAS CONDIÇÕES P.1. "Na aplicação das disposições da presente Convenção, o Estado acreditado não fará nenhuma discriminação entre Estados." P.2. "Todavia, não será considerada discriminação: b) o fato de os Estados em virtude de costume ou convênio, se concederem reciprocamente um tratamento mais favorável do que o estipulado pelas disposições da presente Convenção." ARTIGO 47° D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O 014 CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES CONSULARES (1963) Capítulo 1 - As relações consulares em geral, que vai do Artigo 2 ao 24; Capítulo 2 - Facilidades, privilégios e imunidades relativas aos postos consulares, aos funcionários consulares e aos outros membros do posto consular, que vai do Artigo 25 ao 37; Capítulo 3 - Regime aplicável aos funcionários consulares honorários e aos postos consulares por eles geridos, que vai do Artigo 38 ao 68; Capítulo 4 - Disposições gerais, que inclui o Artigo 69 a 73; Capítulo 5 - Disposições finais, que inclui os últimos Artigos 74 a 79. 016 ESTRUTURA D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O Preâmbulo e 79 artigos, divididosem 5 capítulos Fundamentação das relações consulares no consentimento mútuo, em conformidade com o fundamento contratualista D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O Funções consulares As funções consulares consistem em: a) Proteger no Estado receptor os interesses do Estado que envia e dos seus nacionais, pessoas singulares ou colectivas, dentro dos limites permitidos pelo direito internacional; Além de “fomentar o desenvolvimento das relações comerciais, econômicas, culturais e científicas entre o Estado que envia e o Estado receptor e promover por quaisquer outros meios as relações amistosas entre eles”; "emitir passaportes e outros documentos de viagem aos nacionais do Estado que envia, assim como vistos e documentos apropriados às pessoas que desejarem viajar para o Estado que envia"; "prestar socorro e assistência aos nacionais, pessoas físicas ou jurídicas, do Estado que envia"; "representar [...] os nacionais do Estado que envia e tomar as medidas convenientes para a sua representação apropriada perante os tribunais e outras autoridades do Estado receptor"; fiscalizar, inspecionar e prestar assistência a embarcações, aeronaves e tripulações que tenham a nacionalidade do Estado que envia; m) Exercer todas as demais funções confiadas ao posto consular pelo Estado que envia, que não sejam proibidas pelas leis e regulamentos do Estado receptor, ou às quais este não se oponha, ou ainda as que lhe sejam atribuídas pelos acordos internacionais em vigor entre o Estado que envia e o Estado receptor. ARTIGO 5º 1. Os funcionárias consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à jurisdição das autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos realizados no exercício das funções consulares. 019 ARTIGO 43º D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O Imunidade de jurisdição "A finalidade de tais privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, mas assegurar o eficaz desempenho das funções dos postos consulares em nome de seus respectivos Estados" D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O 020 TEORIA DA NECESSIDADE FUNCIONAL D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O ARTIGO 31º Inviolabilidade das instalações consulares ARTIGO 33º Inviolabilidade dos arquivos e documentos consulares ARTIGO 35º Inviolabilidade da correspondência consular ARTIGO 41º Inviolabilidade pessoal dos funcionários consulares ARTIGO 43º Imunidade de jurisdição ARTIGO 49º Isenção fiscal ARTIGO 50º Isenção de direitos aduaneiros e de inspeção alfandegária O equilíbrio entre o dever de proteger do Estado que recebe e o direito de exercer plenamente as funções consulares do Estado que envia, contrabalanceados pela priorização da aprovação do Estado que recebe ARTIGO 55ºARTIGO 23º O Estado receptor poderá a qualquer momento informar o Estado que envia que um funcionário consular é persona non grata ou que qualquer outro membro do pessoal consular não é aceitável Todas as pessoas que beneficiarem desses privilégios e imunidades terão o dever de respeitar as leis e os regulamentos do Estado receptor ARTIGO 36º D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O Comunicação com os nacionais do Estado que envia 1. A fim de facilitar o exercício das funções consulares relativas aos nacionais do Estado que envia: a) Os funcionários consulares terão liberdade de se comunicar com os nacionais do Estado que envia e visitá-los. Os nacionais do Estado que envia terão a mesma liberdade de se comunicar com os funcionários consulares e de os visitar; b) Se o interessado assim o solicitar, as autoridades competentes do Estado receptor deverão, sem tardar, informar o posto consular competente quando, na sua área de jurisdição, um nacional do Estado que envia for preso, encarcerado, posto em prisão preventiva ou detido de qualquer outra maneira. Qualquer comunicação endereçada ao posto consular pela pessoa detida, encarcerada ou presa preventivamente deve igualmente ser transmitida sem tardar pelas referidas autoridades. Estas deverão imediatamente informar o interessado dos seus direitos, nos termos da presente alínea; c) Os funcionários consulares terão direito a visitar o nacional do Estado que envia que esteja encarcerado, preso preventivamente ou detido de qualquer outra maneira, conversar e corresponder- se com ele e providenciar quanto à sua defesa perante os tribunais. 023 D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O Status dos cônsules honorários e dos cônsules residentes permanentes do Estado que recebe 024 ARTIGO 72º D IR EI TO IN TE RN A C IO N A L PÚ B LI C O Não discriminação 1. Ao aplicar a presente Convenção, o Estado receptor não fará discriminação entre os Estados. 2. Todavia, não será considerado discriminatório: a) O facto de o Estado receptor aplicar restritivamente qualquer das disposições da presente Convenção em consequência de igual tratamento aos seus postos consulares pelo Estado que envia; b) O facto de os Estados se concederem mutuamente, por costume ou acordo, tratamento mais favorável que o estabelecido nas disposições da presente Convenção. 025 OBRIGADA PELA ATENÇÃO. Ana Carolina Ribeiro Maria Clara Gama Vieira Mariana Bruneli D IREITO IN TERN A C IO N A L PÚ B LIC O 000
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