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10 Justiça Estadual e Federal

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JUSTIÇA FEDERAL E ESTADUAL
A jurisdição, enquanto função estatal, é uma, todos os órgãos do judiciário a exercem, mas nem todos serão competentes para examinar determinado litígio. Assim, seu exercício exige que, na prática, ocorra uma divisão entre os diversos órgãos que compõem o judiciário, listados pelo art. 92 CF, constituindo os limites dentro dos quais cada órgão pode exercer legitimamente esta função. 
A CF distingue entre a Justiça Comum e as Especiais/Especializadas: trabalhista, eleitoral e a militar. A comum é dividida em Federal e Estadual. Competem a Estadual todas as que não pertencem à Federal ou às Especiais.
Justiça federal
Justiça Federal Comum 
Art. 106 - Composta por Juízes Federais e Juízes Federais Substitutos (I) e TRF’s (II), com Desembargadores Federais. 
- Primeira instância
Art. 109 - Aos juízes federais compete processar e julgar:
I. As causas em que a União, entidade autárquica [inclusive agencias reguladoras, universidades federais e autarquias fundacionais] ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e do Trabalho (competência em razão da pessoa):
Equiparam-se a entidades autárquicas os conselhos de fiscalização profissional – como OAB e CRM – visto que prestam serviço público descentralizado específico e típico da administração pública federal. Inclusive “compete à JF processar e julgar execução fiscal promovida por Conselho de fiscalização profissional” (sum. 66 STJ).
A participação destas pessoas, inclusive como assistentes e oponentes, traslada a competência para a JF. Porém, nos casos de jurisdição voluntária, salvo os de opção de nacionalidade e naturalização, é necessária sua participação como interessadas ou requeridas. É de competência da JF:
· Processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS, excluídas as reclamações trabalhistas - Sum. 82 STJ;
· Autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta - Sum. 161 STJ;
· Justificações judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II, lei 5.010/66 - Sum. 32 STJ. 
Sum. 270 STJ - O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na estadual, não desloca a competência para a JF. Além disso, apesar de agencias reguladoras serem autarquias, a competência não será da JF se ela participar do processo como amicus curiae (art. 138, § 1º).
A presença do MPF não equivale à presença da União para fim de determinação da competência da JF, visto que não há nada neste sentido na CF, nem nada que indique que o MPF só pode demandar perante a JF. Ao contrário o art. 37, II, LC 75/93 prescreve que o MPF exercerá as suas funções nas causas de competência de quaisquer juízes e tribunais. Além disso, são as exceções trazidas pelo texto legal:
· Falência: se estende à recuperação judicial e à insolvência civil, conforme art. 45, I;
· Acidente de trabalho: a ação indenizatória contra o empregador é de competência da justiça do trabaljo. Já as ações previdenciárias contra o INSS, decorrentes de acidente de trabalho, são de competência da justiça estadual. Só é da federal a ação previdenciária contra o INSS em razão de acidente comum;
· Justiça eleitoral: causas eleitorais competem à eleitoral, mesmo que envolvam entes federais;
· Justiça do trabalho: abrange inclusive causas relacionadas à relações de emprego envolvendo servidores públicos. Competem à justiça comum, porém, as causas envolvendo servidores estatutários. Além destas, compete à justiça do trabalho processar as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho (Delegacias do Trabalho) e a execução, de oficio, das contribuições sociais, decorrentes das sentenças que proferir (art. 114, VII e VIII, CF).
Somente o juiz federal poderá avaliar a existência de interesse jurídico de um destes entes. Assim, a decisão do juízo federal que exclui da relação processual ente federal não pode ser reexaminada no juízo estadual (Sum. 254 STJ).
Caso o processo esteja correndo perante outra justiça e nele intervier uma daquelas pessoas os autos serão remetidos ao juízo federal competente (art. 45). Isto não ocorrerá se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo junto ao qual foi proposta a ação (§ 1º); nesse caso, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não apreciará o mérito daquele em que exista interesse da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas (§ 2°). O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo (§ 3º e Sum. 224 STJ).
II. As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País:
Assim, contra as decisões proferidas pelo juiz federal em tais processos caberá recurso ordinário para o STJ, não para o TRF respectivo.
III. As causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional (competência em razão da matéria):
Competência fixada em razão da causa de pedir e, pois, da matéria discutida, independentemente de quem são os sujeitos litigantes. 
A jurisprudência mitiga bastante a interpretação deste inciso que, aplicado literalmente, autorizaria que um sem-número de causas fosse ajuizado perante a JF, tendo em vista que inúmeras matérias são reguladas em tratados internacionais. Assim, o STJ tem entendido que só serão de competência federal as causas que tenham por objeto essencial obrigações derivadas de disposições contidas no próprio tratado como, como aquelas relativas ao nome comercial (Convenção de Paris) e ao ressarcimento de danos causados por vazamento ocorrido em navio de petróleo (Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por danos causados por Poluição de Óleo- Decreto 79.347 /77). Outro exemplo é ação de alimentos internacionais, envolvendo sujeitos em países diferentes (Convenção de Nova York - Decreto Legislativo 10/1958 e Decreto 56.826/1965).
IV. Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e Eleitoral;
V. Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo (competência em razão da matéria): 
§ 5º - “Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STF, em qualquer fase do inquérito ou do processo, incidente de deslocamento de competência para a JF”.
Embora se trate do inciso V-A, que se relacionaria, a princípio, ao inciso V, que cuida de competência criminal não houve distinção no enunciado constitucional entre a natureza da causa, se cível ou criminal. Não parece, contudo, que o texto se refira apenas à competência criminal, pois o § 5º fala de apenas grave violação de direitos humanos, sem mencionar sua natureza (cível, criminal ou administrativa).
“Grave violação de direitos humanos” é conceito jurídico indeterminado, cujo uso tem o propósito implícito é o de retirar da competência da justiça estadual causas que, em razão da sua magnitude, possam vir a sofrer com as influências políticas locais.
Verificada a adequação do caso a esta situação, cria-se um incidente de deslocamento de competência, cujo julgamento [do incidente, não do processo todo] é de competênciado STJ e, logo, para cuja decisão cabe REx ao STF. 
Tendo em vista o entendimento do STJ, que considera pressuposto para a federalização da competência para processar e julgar a causa a incapacidade de as autoridades estaduais desincumbirem-se a contento das suas funções, ou seja, julgá-la sem a influencia de questões políticas e/ou regionais, é indispensável o estabelecimento do contraditório, no incidente, para que possam elas ser ouvidas, sendo-lhes permitido demonstrar que estão cumprindo satisfatoriamente com as suas tarefas.
O STJ admitiu a intervenção de amicus curiae no incidente, reconhecendo-se, implicitamente, a existência de alta carga de interesse público em seu objeto litigioso.
Acolhido o pedido de deslocamento da competência, os atos até então praticados são válidos, pois a autoridade era a competente. O julgamento do incidente é fato superveniente que altera a competência absoluta ex nunc.
Cumpre lembrar que essa regra de competência somente diz respeito às causas que podem tramitar perante juízes federais, juízos monocráticos de primeira instância, não afetando regras de competência que estabelecem "foros privilegiados" para certas autoridades, que devem ser processadas perante tribunais.
VI. Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII. Os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII. Os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais (competência em razão da pessoa):
Art. 1º, § 1º, lei 12.016/09 – Equiparam-se às autoridades [...] os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de PJ’s ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. § 2º - Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.
IX. Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X. Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização (competência funcional):
Compete ao juiz federal executar sentença estrangeira, após homologação do STJ e cumprir carta rogatória, após o exequatur do STJ. 
Se trata de competência funcional, não material: o juiz federal exercerá a jurisdição para cumprir tais funções, independentemente da matéria de que cuida a rogatória ou a sentença. O enunciado deve ser interpretado no sentido de ser aplicável a qualquer das modalidades de cooperação internacional. Assim, também é da competência do juízo federal apreciar o pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional (art. 34).
O art. 32, § 4º, lei de Registros Públicos, prevê que o interessado em manifestar sua opção pela nacionalidade brasileira deverá fazê-lo perante juízo federal, configurando-se exceção à regra de que a JF não trata de questões sobre o estado da pessoa. Para Didier, locução “causas referentes à nacionalidade” deve ser entendida da maneira mais abrangente possível, abrangendo, por exemplo, ação de verificação de possibilidade do naturalizado ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, ação de registro de nacionalidade brasileira e ação visando à concessão de passaporte.
Vladimir Carvalho, por sua vez, tem orientação diversa, entendendo que a competência da JF se exaure com a entrega do título de naturalizado, incluindo-se aí também ação de cancelamento de título de naturalização e toda ação que se refira à perda e aquisição de nacionalidade.
Por outro lado, estão excluídas de sua competência, por exemplo, causas sobre adição de patronímico por brasileira naturalizada, que referem-se a direito de família e registro público, além das causas de modificação de registro de brasileiro naturalizado.
XI. A disputa sobre direitos indígenas: enquanto coletividade, cabendo à estadual as questões individuais. 
As causas cíveis processadas pela JF são, por exemplo, as referentes ao meio ambiente, previdência social, direito tributário, licitações, questões relativas a concursos públicos e a imóveis da União. As criminais envolvem, por exemplo, crimes de contrabando, descaminho, tráfico internacional de drogas, considerados crimes federais.
§ 1º e art. 51 CPC - “As causas em que a União for autora serão aforadas na seção [ou subseção] judiciária onde tiver domicílio a outra parte”. Trata-se de foro exclusivo que prevalece sobre qualquer competência territorial prevista no CPC.
§ 2º e art. 51, único CPC - “As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no DF”. O STJ entendeu, em julgamento de recurso especial repetitivo, que o juiz federal pode, de ofício, declinar a competência para o juízo estadual do domicílio do executado, em execução fiscal (1ª S., REsp 1.146.194, 2013).
Uma vez que o dispositivo menciona apenas a União, há divergência em relação à competência territorial em causas envolvendo os demais órgãos que atraem a competência da JF.
O STJ, em processo, envolvendo o CADE, entendeu pela aplicação do art. 53, CPC, segundo o qual “as autarquias federais podem ser demandadas no foro da sua sede [no caso do CADE, Brasília] ou naquele da agência ou sucursal em cujo âmbito de competência ocorreram os fatos da causa, desde que a lide não envolva obrigação contratual”. Assim, o uso do termo União não estende a aplicação do dispositivo aos entes federais da administração indireta. 
Já o STF, no RE 627.709, julgado sob o regime de repercussão geral, entendeu pela interpretação extensiva. Para o ministro Lewandowskí, o texto normativo em questão "não foi concebido para favorecer a União, mas sim para beneficiar o outro pala da demanda, que, dispondo da faculdade de escolha do foro, terá mais facilidade para obter a pretendida prestação jurisdicional". Neste sentido é a sum. 689 STF: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital do Estado-membro.
§ 3º - “Lei poderá autorizar que as causas de competência da JF em que forem parte instituição de previdência social e segurado [independente do polo de cada um] possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal”. § 4º - Nesta hipótese “o recurso cabível será sempre para o TRF na área de jurisdição do juiz de 1º grau”.
Não pode o INSS, também, propor demanda em face do segurado na capital, perante o juízo federal, se o réu estiver domiciliado em cidade do interior que não disponha de vara federal. Caso isto ocorra, poderá o segurado alegar incompetência relativa.
A criação superveniente de vara federal na localidade implica deslocamento da causa para o juízo federal, porque se trata de fato superveniente que altera competência absoluta e que, portanto, está apto a quebrar a perpetuação da competência.
O STJ ainda considera aplicável a sum, 216 do extinto TRF, segundo a qual essa autorização constitucional não se aplica ao mandado de segurança, o que Didier critica, visto que a CF não estabelece tal distinção
Art. 110 - Cada Estado, bem como o DF, constituirá uma seção judiciária [sendo assim dividido o território em relação à JF] que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. Único - Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidasaos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
- Segunda instância - TRF
Sua competência cível é sempre funcional, não sendo relevantes os sujeitos da demanda nem a matéria discutida. Ela originária e recursal, competindo-lhe (art. 108):
I. Processar e julgar, originariamente:
a) Os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do MPU, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) As revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região:
Quando ato questionado for de juiz estadual investido de jurisdição federal, entende Didier pela competência do TRF para julgá-lo em razão da interpretação extensiva do STJ à alínea “e” neste sentido, a ser vista a seguir. 
Quando o ato for de juiz estadual sem investidura federal, e tais demandas tenham sido ajuizadas por entes federais, como ação rescisória ajuizada pela União, na qualidade de terceira, com o objetivo de rescindir acórdão proferido por um TJ, a competência ainda será do TJ, pois a ele se vincula o magistrado coator (no caso do mandado de segurança) e o que proferiu a decisão rescidenda (no caso da ação rescisória).
c) Os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) Os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal.
Sum. 03 STJ – Compete ao TRF o julgamento do conflito de competência envolvendo juiz federal e juiz estadual investido de jurisdição federal (art. 109, § 3º, CF), da mesma região.
II. Julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição
Tem também competência para julgar os embargos de declaração contra suas decisões, competência implícita admitida pelo STF.
Sum. 55 STF – “O TRF não tem competência para julgar recurso interposto contra decisão de juiz estadual sem investidura federal”, independentemente de quem o interpôs. Assim, como ocorre com a ação rescisória, a JF, no caso, o TRF, não tem competência para analisar recurso interposto pela União ou semelhantes. Do mesmo modo, se a autarquia federal ingressa como assistente de uma das partes, após proferida a sentença, a causa não se desloca da justiça estadual para federal, pois o TRF não poderia exercer juízo de revisão sobre a sentença de juiz estadual.
Por este motivo, Didier critica a sum. 365 STJ, segundo a qual “A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por juízo estadual”. Ressalta-se, porém, que o deslocamento de competência é correto se a intervenção ocorrer ainda em primeira instancia.
Por fim, se o TRF, ao julgar uma apelação interposta pela União, em processo em que ela litiga em litisconsórcio com um ente privado, reconhecer a sua ilegitimidade, e excluí-la do feito, não será caso de remessa dos autos à justiça estadual nem de reconhecimento de incompetência absoluta da JF para ter processado a causa até então, devendo prosseguir no julgamento do recurso. Isto ocorre pois a JF, pela presença, até então, da entidade federal, era competente para julgar a causa e o TRF não tem sua competência determinada pela pessoa (União), como a JF, mas pela função de julgar recursos á decisões dos juízes federais que, pela então presença da União ou semelhante, é perfeitamente válida.
A situação seria outra se o recurso fosse o agravo de instrumento, interposto à decisão interlocutória, ou seja antes do fim do processo no primeiro grau, situação na qual, excluído o ente federal, caberá ao juiz federal, tendo em vista que não mais subsiste o fato que lhe imputava a competência, remeter os autos à justiça Estadual.
Art. 107 - Os TRF’s compõem-se de, no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I. 1/5 dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de carreira;
II. Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º - “A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede”.
§ 2º - Os TRF’s instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 3º - Os TRF’s poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
Conforme art. 27, § 6º, ADCT, atualmente existem 5 TRF’s, com sede em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife.
Justiça Federal Especial 
Composta por Justiça do Trabalho, Justiça Militar e Justiça Eleitoral.
Juizados especiais federais e turmas recursais
De acordo com a Lei 10.259/01 os Juizados Especiais Federais Criminais têm competência para julgar os feitos de competência da JF relativos às infrações de menor potencial ofensivo, cuja a pena não ultrapasse 2 anos (por exemplo temos sonegação fiscal, usurpação de função pública, resistência, desobediência, desacato, impedimento, perturbação ou fraude de concorrência). Neles a parte autora é sempre o MP e o réu deve ser sempre acompanhado por um advogado. 
Aos Cíveis competem processar, conciliar e julgar as causas da competência da JF até o valor de 60 salários mínimos, bem como executar as sentenças.
O art. 8º, lei 9.099/95 prevê que não poderão ser partes o incapaz, o preso, as PJs de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil, e o § 1º dispõe que somente as PF’s capazes serão admitidas a propor ação perante ele, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas. Podem ainda ser autores as microempresas e empresas de pequeno porte, acompanhadas ou não de advogado. Assim a União, as autarquias, as fundações e as empresas públicas federais são sempre rés.
As decisões que sejam objeto de recurso serão julgadas pelas Turmas Recursais, que conforme lei 10.529/2001, serão instituídas por decisão do TRF, de modo que o número de turmas recursais pode variar e sua composição e área de competência pode abranger mais de uma Seção Judiciária.
Como exemplo disso, tem-se, no TRF da 4ª Região, composta pelos Estados do Sul do País, duas Turmas Recursais por Estado. Cada Turma desta Região compõe-se 3 juízes federais titulares e 2 suplentes, para um mandato de 2 anos, vedada a recondução. O Presidente da 1ª Turma é quem resolve as questões administrativas, além de analisar o juízo de admissibilidade dos recursos para as Turmas. Ao Presidente da 2ª Turma cabe o juízo de admissibilidade dos recursos extraordinários ao STF. 
Elas têm competência para julgar recursos às sentenças dos Juizados Especiais, sujeitas ao Recurso Extraordinário, ao Pedido de Uniformização de Jurisprudência e ao Incidente de Uniformização do STJ. Contudo, de acordo com a Súmula 203 do STJ: “Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de 2º grau dos Juizados Especiais” Portanto, de acordo com o Procurador da Fazenda Nacional Mauro Evaristo Medeiros Junior, quando as decisões das Turmas Recursais forem dissonantes da jurisprudência regional, a competência para regularizar será da Turma Regional de Uniformização. 
Conselho da justiça federal 
Composto por ministros e desembargadores e regulamentado pela lei 11.798/2008. São suas funções a coordenação, regulamentação e padronização de atividades administrativas como controle interno, estratégias de funcionamento, controle de documentos e informações inclusive as relativas à recursoshumanos, para assegurar eficiência e celeridade da jurisdição. Além disso, a EC 45/04 acrescentou ao art. 105, um inciso que trata da sua competência:
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
Além disso, junto da população, através de pesquisas, ele contribui para a difusão de informações em todo o Brasil, principalmente através de seu Centro de Estudos Judiciários. Além das funções administrativas, pela lei n.º 10.259/01, adquiriu função jurisdicional com a criação da supracitada Turma Nacional de Uniformização dos JEF.
Justiça estadual
O que não for de competência das justiças especiais, nem da Justiça Federal, será atribuído, supletivamente, Estadual. Cabe aos Estados organizar sua justiça, respeitados os dispositivos da CF: em cada qual haverá os juízos e tribunais estaduais, cuja competência é dada em conformidade com as Constituições Estaduais e leis de organização judiciária. Os Tribunais de Justiça são responsáveis pela administração do judiciário local.
Sum. 42 STJ - Compete à justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
A competência para sistematizar e manter a Organização Judiciária dos Tribunais de Justiça e dos juízes, no DF e Territórios é da União.
Os Tribunais de Justiça funcionam como órgão recursal para julgar e revisar uma questão anteriormente sentenciada, ou somente decidida, pelo juízo de 1ª instância. É exceção o previsto no art. 29, X da CF: “O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos, com o interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: [...] X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; [...]. Assim, possuirão competência para atuar no julgamento de 1ª instância nos casos penais envolvendo prefeitos municipais. 
Eles gozam de autonomia administrativa e financeira, cabendo-lhes a elaboração de suas propostas orçamentárias, dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais poderes na lei de diretrizes orçamentárias. Lhes compete, ainda escolher seus dirigentes e elaborar seus regimentos internos, organizar os serviços de suas secretarias e do juízo que lhes são vinculados, e prover os cargos de juiz de carreira e os necessários à administração da justiça. Portanto, cabe a cada Tribunal de Justiça estruturar-se, bem como estabelecer o seu critério de funcionamento orgânico por meio de seu regimento interno.
Uma vez que os administradores públicos devem preocupar-se com a satisfação dos usuários dos serviços públicos, incluindo as organizações judiciárias, se deve garantir a boa prestação de serviços, para o exercício da cidadania. Nesse sentido, o princípio da eficiência da Administração Pública é exercido, por exemplo, na criação das ouvidorias, que garantem maior participação popular.
Ainda, as ouvidorias judiciárias em conjunto com o princípio da eficiência e a participação popular, estão previstas no art. 103-B, § 7°, CF: “A União, inclusive no DF e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao CNJ”. Assim, elas possibilitam uma melhoria no alcance dos objetivos da justiça estadual quais sejam: a participação popular na gestão pública dos Tribunais e o controle do Judiciário. 
As corregedorias são responsáveis pelas correições nas comarcas, além de apurarem infrações dos magistrados e servidores vinculados aos seus respectivos tribunais, podendo também aplicar penas. Elas se encontram no âmbito interno do CNJ, e são, consequentemente, interligadas às ouvidorias.
 Esta preocupação com o controle jurisdicional é antiga pois “Já nas Ordenações Afonsinas, cuja feitura remonta ao século XV, era prevista a figura do Corregedor, ou Juiz corregedor, das comarcas e da corte, para quem podiam ser feitas reclamações acerca de determinadas condutas de Juízes, podendo, o corregedor, prosseguir com o processamento e punição do denunciado. Tal figura foi mantida nas posteriores Ordenações Filipinas. Mais adiante, já durante o império, tem-se, em 1845, a Revisão Geral e Codificação das Leis Civis e do Processo no Brasil, apresentada pelo Barão de Penedo, o qual ressaltava a importância do necessário monitoramento dos juízes, a fim de que estes não se sentissem acima da lei.

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