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Prof. Dr. Cleber Bissoli UNIDADE I Patologia Geral e Radiológica Saúde: é um estado em que o organismo se encontra adaptado e em equilíbrio, primeiramente, ao ambiente físico, psíquico e social onde o indivíduo esteja inserido. Doença: vem do latim dolentia, que significa “sentir” ou “causar dor”, “afligir-se” ou “amargurar-se”. Patologia: significa o estudo (logos) do sofrimento (pathos). Focaliza as consequências estruturais e funcionais de estímulos lesivos para as células, os tecidos e os órgãos do corpo, trazendo consequências danosas ao organismo. Patologia Geral e Radiológica Homeostase: estado de equilíbrio celular em que a célula mantém as suas funções e estruturas em estado normal, sem variações, ou com variações restritas e estreitas devido ao seu estado de metabolismo, especialização e diferenciação. Patologia Geral e Radiológica Resposta celular aos estímulos nocivos e estresses Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 30). CÉLULA NORMAL (homeostase) LESÃO REVERSÍVEL ADAPTAÇÃO LESÃO CELULAR LESÃO IRREVERSÍVEL Leve, transitório Intensa, progressiva Estímulo lesivoEstresse Incapacidade de se adaptar MORTE CELULAR APOPTOSENECROSE De acordo com a capacidade de regeneração, as células do corpo humano podem ser separadas em três categorias: lábeis, estáveis e permanentes: Células lábeis são as que continuam a se multiplicar durante a vida toda (células epiteliais, hematopoiéticas e linfoides) – são, portanto, células intermitóticas ativas; Células estáveis, normalmente, não se dividem; contudo, podem proliferar se estimuladas (são as células das glândulas – como: fígado, pâncreas, salivares e endócrinas – e as células derivadas do mesênquima – como: fibroblastos e osteoblastos); são, portanto, células intermitóticas potenciais; Células permanentes são as que perderam, totalmente, a capacidade de se dividir, como as células do sistema nervoso central (neurônios) e as fibras musculares – são, portanto, perenes ou pós-mitóticas. Patologia Geral e Radiológica Distúrbios do crescimento e diferenciação celular: Alterações do volume celular: Hipertrofia: as células podem receber estímulos além do habitual, aumentando os constituintes estruturais e as funções celulares, o que resulta no aumento volumétrico das células e dos órgãos afetados, ou seja, “aumento no crescimento”; Hipotrofia é o inverso da hipertrofia; ou seja, é a redução do volume da célula ou de um órgão, diminuindo os componentes estruturais e, consequentemente, as funções celulares. Patologia Geral e Radiológica Patologia Geral e Radiológica Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 324). Representação de tecidos: normal, com hipotrofia e com hipertrofia Normal Hipotrofia Hipertrofia Alterações da proliferação celular: Hiperplasia: é o aumento benigno da divisão celular; ou seja, um aumento natural de proliferação. Patologia Geral e Radiológica Tomografia computadorizada (à esquerda) que mostra a massa volumosa prostática e, à direita, o adenoma prostático Fonte: Wroclawski et al. (2015, p. 2). Alterações da proliferação celular: Hipoplasia: é a diminuição de proliferação celular. É interessante o padrão básico celular ser preservado, porém, o local afetado torna-se menor e mais leve do que o normal. Patologia Geral e Radiológica Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 324). Representação de tecidos: normal, com hipoplasia e com hiperplasia Hipoplasia Hiperplasia Alterações da diferenciação celular: Metaplasia: trata-se da alteração de um tecido por outro tecido de mesma linhagem; As metaplasias mais comuns são: transformação de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado; epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso (ceratinizado ou não); epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso (com ou sem ceratinização); tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo; e tecido cartilaginoso em tecido ósseo. Patologia Geral e Radiológica Metaplasia Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 45). Membrana basal Epitélio colunar normal Metaplasia escamosa A Alterações da proliferação e diferenciação celular: Displasia: trata-se de uma alteração da célula adulta caracterizada por variações na sua organização, no seu tamanho e aspecto, porém, não é um processo adaptativo. Displasias, comumente, se associam à metaplasia ou se originam dela. As mais importantes são as displasias de mucosas, como: do colo uterino, de brônquios e gástrica, pois, muitas vezes, precedem os cânceres que se formam nesses locais. Mas, nem sempre, uma displasia pode se tornar um câncer; inclusive, pode ficar estática e, até mesmo, regredir. Patologia Geral e Radiológica Outros distúrbios: Agenesia: também é possível não haver a formação congênita de um órgão. Patologia Geral e Radiológica Anodontia de incisivo central superior Fonte: Ghom; Jedhe (2013, p. 109). Raios X de anodontia de incisivos laterais superiores Fonte: Franco (2011, p. 139). A B Outros distúrbios: Ectopia: trata-se da presença de tecido normal, porém em localizações díspares. Um exemplo comum é a ectopia cervical de colo de útero, em que ocorre a eversão do epitélio endocervical. Outro exemplo de heterotopia é a gravidez ectópica, quando o óvulo fertilizado se implanta em um local anormal, geralmente, na tuba uterina. Patologia Geral e Radiológica Fonte: Holzhacker et al. (2008, p. 387). Gravidez ectópica. Implantação na tuba uterina Exame de ressonância magnética que demonstra a gravidez ectópica Fonte: Febronio et al. (2012, p. 281). A B C D Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: I. Displasia. II. Atrofia. III. Hiperplasia. IV. Hipertrofia. V. Metaplasia. Interatividade ( ) É o crescimento desordenado de células, podendo ser neoplasia maligna ou benigna. ( ) É a transformação de células de um órgão menos especializado. Ocorre muito em fumantes. ( ) É a diminuição do tamanho das células; pode ocorrer devido ao desuso. ( ) É a variação do tamanho e da forma das células (irregular). ( ) É o aumento do tamanho das células; pode ocorrer devido ao excesso de trabalho do órgão. A alternativa correta é: a) III, II, V, IV, I. b) III, V, II, I, IV. c) I, V, II, III, IV. d) I, IV, III, II, V. e) V, I, II, III, IV. Interatividade A alternativa correta é: a) III, II, V, IV, I. b) III, V, II, I, IV. c) I, V, II, III, IV. d) I, IV, III, II, V. e) V, I, II, III, IV. Resposta Morte celular: necrose e apoptose: Lesões celulares podem ocorrer a ponto de serem irreversíveis e causar a morte celular, que decorre da necrose ou da apoptose; A necrose pode se dar por conta de agentes físicos, químicos e biológicos/infecciosos, reações imunológicas, defeitos genéticos e desequilíbrios nutricionais. Portanto, a necrose ocorre após um estímulo lesivo irreversível exógeno, trazendo as alterações morfológicas e o extravasamento de material celular. Patologia Geral e Radiológica Necroses: Existem cerca de seis padrões morfológicos de necrose: Fibrinoide; Gangrenosa; Caseosa; Coagulativa; Gordurosa; Liquefativa. Patologia Geral e Radiológica Necrose fibrinoide: a sua principal característica é a aparência tecidual sem forma (amorfa), de cor rósea e vítrea, como a fibrina. É visível ao microscópio óptico e é muito comum em arteriosclerose e doenças autoimunes. Patologia Geral e Radiológica Necrose fibrinoide Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 63). Necrose gangrenosa: perde-se suprimento sanguíneo e a área atingida sofre necrose por isquemia. Além disso, após a autólise das células, as bactérias se alojam na lesão e acumulam-se os leucócitos. Forma-se, então, uma área de putrefação, muito desconfortável para o paciente. Patologia Geral e RadiológicaNecrose gangrenosa Fonte: Konopka et al. (2013, p. 28). Necrose caseosa: associa-se às infecções bacterianas e fúngicas, passando por um processo inflamatório e formando granulomas. Assemelha-se a “espaços de queijo”, pois apresenta a cavitação. Uma doença comum causada por esse tipo de necrose é a tuberculose. Patologia Geral e Radiológica Necrose caseosa Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 61). Necrose coagulativa: geralmente, se deve à isquemia, porém, não ocorre no cérebro. A estrutura do tecido lesado permanece preservada por alguns dias, até mesmo com as estruturas firmes, por causa da coagulação de proteínas. Patologia Geral e Radiológica Necrose por coagulação (necrose isquêmica) de hepatócitos em um indivíduo que faleceu por choque hipovolêmico: A) Hepatócitos íntegros, para a comparação, que têm núcleos com a cromatina frouxa e o citoplasma discretamente basofílico; B) Área de necrose, cujos hepatócitos apresentam o citoplasma acidófilo e homogêneo, sem o núcleo (cariólise). As setas amarelas mostram os núcleos picnóticos; as azuis indicam os hepatócitos contraídos e, intensamente, acidófilos, com o núcleo picnótico. Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 198). A B Necrose gordurosa: como o próprio nome diz, refere-se à necrose em tecido adiposo. Resulta da liberação de lipases, sendo muito comum na pancreatite aguda. Forma áreas esbranquiçadas devido à liberação das lipases. Patologia Geral e Radiológica Necrose gordurosa pancreática Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 62). Necrose liquefativa: deve-se, principalmente, às infecções de microrganismos. O local acumula as células inflamatórias e digere as células mortas. Como na liquefação enzimática, o tecido lesado fica sem forma e amolece. É muito comum isso acontecer em um tecido nervoso, devido a uma hipóxia local. Patologia Geral e Radiológica Necrose liquefativa do cérebro Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 60). Apoptose: Do grego apo (“de”) e ptose (“cair”), trata-se de uma morte celular, porém, costuma-se dizer que é programada, não havendo a autólise como na necrose; ou seja, o tecido não passa por um processo inflamatório; Como a apoptose é regulada, a ativação enzimática degrada o seu próprio DNA e as suas proteínas do citoplasma, preservando-se, apenas, a membrana citoplasmática. Essas alterações nas células iniciam a fagocitose. As células apoptóticas são reconhecidas pelos macrófagos e serão fagocitadas, garantindo o funcionamento normal dos tecidos adjacentes. Patologia Geral e Radiológica Necrose consiste na morte de um tecido, órgão ou grupo de células que compõem um organismo vivo. A necrose ocorre quando há a falta de irrigação do suplemento sanguíneo para as células, provocando a sua deterioração. Vários podem ser os motivos para o surgimento de necroses, seja através de agentes físicos (ferimentos, hipotermia, radiação etc.); agentes químicos (exposição às substâncias tóxicas, drogas, venenos etc.); agentes biológicos (infecções bacterianas, virais, de parasitas etc.); e insuficiência circulatória (a partir de vasoconstrições e infartos, por exemplo). Que tipo de necrose é observada no infarto renal? a) Necrose de coagulação. b) Necrose gangrenosa. c) Necrose de liquefação. d) Necrose de gordura. e) Necrose de caseificação. Interatividade Necrose consiste na morte de um tecido, órgão ou grupo de células que compõem um organismo vivo. A necrose ocorre quando há a falta de irrigação do suplemento sanguíneo para as células, provocando a sua deterioração. Vários podem ser os motivos para o surgimento de necroses, seja através de agentes físicos (ferimentos, hipotermia, radiação etc.); agentes químicos (exposição às substâncias tóxicas, drogas, venenos etc.); agentes biológicos (infecções bacterianas, virais, de parasitas etc.); e insuficiência circulatória (a partir de vasoconstrições e infartos, por exemplo). Que tipo de necrose é observada no infarto renal? a) Necrose de coagulação. b) Necrose gangrenosa. c) Necrose de liquefação. d) Necrose de gordura. e) Necrose de caseificação. Resposta Perturbações circulatórias: Hiperemia; Hemorragia; Hemostasia; Edema; Trombose; Embolia. Patologia Geral e Radiológica Hiperemia: Do grego hiper (“muito”) e haimos (“sangue”) – ou seja, é o aumento do volume de sangue no interior dos vasos de um órgão ou tecido, principalmente, na microcirculação; O aumento do volume na microcirculação também aumenta; por consequência, a velocidade do fluxo sanguíneo, conhecida por hiperemia ativa, reduzindo a drenagem venosa – que é a hiperemia passiva (ou congestão). Em caso de inflamação, ambos os processos ocorrem simultaneamente, denominando-se hiperemia mista. Patologia Geral e Radiológica Hiperemia: Patologia Geral e Radiológica Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 277). NORMAL Vênula Arteríola HIPEREMIA Eritema Chegada de sangue aumentada (p. ex.: exercício, inflamação) CONGESTÃO Cianose/hipóxia Retorno venoso diminuído (p. ex.: obstrução local, insuficiência cardíaca congestiva) Hemorragia: Chamamos de processo hemorrágico a saída de sangue dos vasos ou câmaras cardíacas para o interstício, outras cavidades ou para o meio externo; portanto, podemos classificá-la em interna e externa. Patologia Geral e Radiológica Hemorragia: Hemorragia puntiforme (ou petéquia): são pequenas hemorragias de, até, 3 mm de diâmetro e costumam ser múltiplas. Muitas vezes, ocorrem por defeitos em qualidade e quantidade de plaquetas. Patologia Geral e Radiológica Hemorragia puntiforme Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 286). B Hemorragia: Púrpura: hemorragia maior de, até, 1 cm de diâmetro, geralmente, superficial, múltipla, um pouco elevada, mas plana e comum na pele. Patologia Geral e Radiológica A Púrpura Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 286). Hemorragia: Equimose: manchas azuladas ou arroxeadas de hemorragias superficiais em áreas mais extensas do que as púrpuras, com um discreto aumento local de volume. Patologia Geral e Radiológica Equimose Fonte: Acervo pessoal. Hemorragia: Hematoma: hemorragia em que o sangue se acumula, formando uma tumoração. Costuma ser mais profundo do que a equimose, mas, assim como ela, o hematoma é frequente após a ação de agentes mecânicos. Patologia Geral e Radiológica Hematoma Fonte: Kumar; Abbas; Aster (2016, p. 1108). A Hemorragia: Hemorragia em cavidades pré-formadas: recebe a denominação de suas áreas de ocorrência. Por exemplo, uma hemorragia no interior das articulações sinoviais chama-se hemartrose; entre as duas camadas da membrana fibrosa que reveste o coração, hemopericárdio; no tórax, hemotórax; na região abdominal (peritoneal), hemoperitônio; na tuba uterina, hemossalpinge; na cavidade uterina, hematométrio; na cavidade vaginal, hematocolpo; no interior da vesícula biliar, hemobilia. Patologia Geral e Radiológica Hematoma intrapericárdico (hemopericárdio) Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 286). Hemorragia: Exteriorização da hemorragia: quando ocorre, também recebe as denominações de acordo com a região afetada. Por exemplo, uma exteriorização no nariz chama-se epistaxe; quando uma pessoa tosse (vias respiratórias) e expele sangue em grande volume, temos a hemoptise (já em pequenos volumes de sangue, chama-se escarro hemoptoico); quando elimina o sangue pela boca oriundo de vômitos, hematêmese; quando elimina o sangue pelo ânus, melena (sangue digerido que sai pelas fezes; nesse caso, as fezes ficam escuras) ou hematoquezia (sangue avermelhado não digerido); quando se expele sangue pela orelha através do meato acústico externo, otorragia; eliminação de sangue pela urina, hematúria. Patologia Geral e Radiológica Hemostasia: Até o momento, vimos as diversas hemorragias que podem acometer o nosso organismo; em contrapartida, ele inicia o processo de estancá-las– conhecido como hemostasia. Trata- se da cessação do sangramento, de modo espontâneo ou artificial. O primeiro caso decorre da participação das plaquetas, das paredes vasculares e da coagulação sanguínea. Durante o processo, ocorrem os seguintes eventos: Vasoconstrição alveolar; Formação do tampão plaquetário; Formação de rede de fibrina (coágulo sanguíneo); Estabilização do coágulo. Patologia Geral e Radiológica Edema: É o acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades pré-formadas do organismo, intumescendo os tecidos moles. O líquido predominante é a água, mas, se houver a infecção ou a obstrução linfática, pode ser algum líquido rico em células e proteínas. Vale lembrar que o líquido intersticial se origina da filtração do sangue, circula entre as células e retorna à circulação sanguínea. As causas para formar o edema são: Aumento da pressão hidrostática vascular; Redução da pressão do plasma; Aumento da permeabilidade vascular; Bloqueio da circulação linfática. Patologia Geral e Radiológica Edema: Patologia Geral e Radiológica A) Compressão rápida com o polegar, deslocando o líquido intersticial. B) Mesmo com o dedo retirado, permanece uma depressão. Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 310). A B Trombose: Se o sangue se solidifica no interior dos vasos sanguíneos ou no interior das câmaras cardíacas no organismo vivo, estamos diante de uma trombose. Trombo é uma massa sólida de sangue que se forma pela coagulação sanguínea em qualquer área do sistema cardiovascular (artérias, veias, cavidades cardíacas, válvulas ou microcirculação). A maior diferença entre os coágulos e os trombos é que estes são friáveis e aderentes às paredes dos vasos; aqueles são elásticos e não aderentes. Patologia Geral e Radiológica Embolia: Obstrução de um vaso linfático ou sanguíneo por conteúdo sólido, líquido ou gasoso. Esse conteúdo recebe o nome de êmbolo, e não se mistura com o sangue ou a linfa. Patologia Geral e Radiológica Sobre a hiperemia passiva, podemos afirmar, exceto: a) Pode ser local ou sistêmica. b) Pode ser patológica ou fisiológica. c) Ocorre por diminuição da drenagem venosa e por aumento da resistência pós-capilar. d) Pode ocorrer por obstrução ou compressão vascular. e) Ocorre em quadros de insuficiência cardíaca. Interatividade Sobre a hiperemia passiva, podemos afirmar, exceto: a) Pode ser local ou sistêmica. b) Pode ser patológica ou fisiológica. c) Ocorre por diminuição da drenagem venosa e por aumento da resistência pós-capilar. d) Pode ocorrer por obstrução ou compressão vascular. e) Ocorre em quadros de insuficiência cardíaca. Resposta Inflamações: A inflamação também é conhecida como flogose – termos derivados, respectivamente, do latim inflammatio e do grego phologosis; ambos significam “pegar fogo”. É, basicamente, uma reação dos tecidos frente a um agente de agressão, o que resulta na saída de células sanguíneas e de líquidos para o interstício; Essas agressões podem ser externas (exógenas) ou internas (endógenas), e são conhecidas como agentes inflamatórios. Patologia Geral e Radiológica Inflamações: A reação inflamatória é conhecida desde a Antiguidade e tem os seguintes sinais cardinais: dor, tumor, calor e rubor. Patologia Geral e Radiológica Fenômenos da inflamação e a sua relação com os sinais cardinais Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 316). AGENTE INFLAMATÓRIO SINAIS CARDINAIS FENÔMENOS VASCULARES FENÔMENOS EXSUDATIVOS FENÔMENOS RESOLUTIVOS FENÔMENOS REPARATIVOS FENÔMENOS IRRITATIVOS Inflamação crônica persistente CALOR RUBOR DOR TUMOR Inflamação crônica Cura por reabsorção do exsudato e regeneração Cura por cicatrização M E D I A D O R E S F E N Ô M E N O S A L T E R A T I V O S Inflamações: Inflamações podem evoluir de forma aguda ou crônica: as que duram menos de três meses são consideradas agudas; as que duram mais são as crônicas. Nas primeiras, todos os sinais cardinais estão presentes, com o aumento de temperatura, eritema, edema e dor. Além disso, predominam os neutrófilos e os macrófagos no exsudato; Já nas inflamações crônicas, persiste o agente inflamatório, com a exposição prolongada dos agentes tóxicos. Além disso, predominam os fenômenos tardios da resposta inflamatória, e os sinais iniciais comuns da inflamação não são aparentes. Costumam durar mais de seis meses, predominando os macrófagos e os linfócitos. Patologia Geral e Radiológica Tumores ou neoplasias: “Neoplasia é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento ultrapassa e se mostra descoordenado com aquele dos tecidos normais e persiste de maneira excessiva, após a cessação dos estímulos que produziram a mudança” (oncologista Rupert Willis); Brasileiro Filho (2016) afirma que é uma “lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral, com a perda ou a redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes ou proteínas, que regulam a multiplicação e a diferenciação das células”. Patologia Geral e Radiológica Tumores ou neoplasias: O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese (ou oncogênese) e, em geral, é lento, podendo levar vários anos para uma célula cancerosa se proliferar e originar um tumor visível. Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou carcinógenos são os responsáveis pelo início e pela promoção, progressão e inibição do tumor. Patologia Geral e Radiológica Tumores ou neoplasias: Patologia Geral e Radiológica Carcinogênese Fonte: https://bit.ly/3rVxcf5. Acesso em: 27 jan. 2022. Como surge o câncer? Membrana celular Citoplasma Núcleo Célula normal Agente cancerígeno Carcinogênese Célula cancerosa Tumores ou neoplasias: Esse processo é composto por três estágios: 1) Iniciação: os genes sofrem a ação de agentes cancerígenos, que modificam alguns de seus genes. Nessa fase, as células se encontram geneticamente alteradas, porém, ainda não é possível detectar um tumor clinicamente. Elas encontram-se “preparadas”, ou seja, iniciadas para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio; Patologia Geral e Radiológica Agentes iniciadores Fonte: Inca (2021). Como surge o câncer? Agentes iniciadores Tumores ou neoplasias: 2) Promoção: células geneticamente alteradas – ou seja, iniciadas – sofrem o efeito dos agentes cancerígenos, classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para essa transformação, é necessário um contato longo e continuado com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com os agentes promotores, muitas vezes, interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada aos hormônios são fatores que transformam as células iniciadas em malignas; Patologia Geral e Radiológica Agentes promotores Fonte: Inca (2021). Como surge o câncer? Agentes promotores Tumores ou neoplasias: 3) Progressão: é a multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio, o câncer já está instalado e evolui até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. Os fatores que iniciam ou intensificam a carcinogênese são chamados de agentes oncoaceleradores (ou carcinógenos). O fumo é um agente carcinógeno completo, pois tem os componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese. Patologia Geral e Radiológica Multiplicação celular Fonte: Inca (2021). Como surge o câncer? Multiplicação descontrolada de células alteradas Acúmulo de células cancerosas Tumor A inflamação, ou a flogose, é uma das principais reações defensivas do organismo. Sobre esse assunto, leia as afirmações a seguir: I. Processos inflamatórios são desencadeados através de fenômenos irritativos, exsudativos, vasculares, degenerativo-necróticos ou produtivo-reparativos. II. Sãosinais da inflamação aguda: dor, rubor, calor, tumor e alteração da função. III. Existem diversos mediadores químicos da inflamação, dentre os quais citam-se as proteases que circulam no plasma, como as enzimas inativas. IV. Dentre os fenômenos exsudativos, a exsudação hematógena envolve os componentes do plasma e as células que podem se concentrar no foco inflamatório. V. No foco inflamatório, a drenagem da circulação linfática diminui e não consegue carregar todo o excesso de líquido que sai dos vasos sanguíneos e se acumula no interstício. São afirmações verdadeiras: Interatividade a) I, III e V, apenas. b) II, III e IV, apenas. c) I, II, III e IV, apenas. d) I, II, III, IV e V. e) I e V, apenas. Interatividade a) I, III e V, apenas. b) II, III e IV, apenas. c) I, II, III e IV, apenas. d) I, II, III, IV e V. e) I e V, apenas. Resposta BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. FEBRONIO, E. M. et al. Gravidez ectópica: ensaio iconográfico com enfoque em achados de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Radiologia Brasileira, v. 45, n. 5, p. 279-282, set./out. 2012. GHOM, A. G.; JEDHE, S. M. Textbook of oral pathology. 2. ed. New Delhi: Jaypee, 2013. INCA. Como surge o câncer? Brasília, 2021. Disponível em: https://bit.ly/3AN2AR1. Acesso em: 31 jan. 2022. KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. Robbins & Cotran: patologia estrutural e funcional – bases patológicas das doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. SANTOS, G. F. Patologia geral. Curitiba: Contentus, 2020. WARD, L. S. Entendendo o processo molecular da tumorigênese. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 46, n. 4, ago. 2002. Referências ATÉ A PRÓXIMA!