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5-Resumo da aula 25-04-SD

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25/04/2012
Max Weber (1864 - 1920)
Separação entre ciência e política:
Como weber concebe o conhecimento cientifico a partir da separação da ciência e da política. 
Assim como Marx, weber começa seus estudos no campo do direito. Ele faz uma serie de pesquisas, sobretudo no campo de direito privado. Diferentemente de Marx, o estudo do direito sempre esteve presente na trajetória de weber, não obstante o fato de ele ser considerado como um sociólogo. Em sua obra central “economia e sociedade” tem um capitulo voltado para a sociologia do direito. O que mostra que sempre manteve um campo voltado para o direito.
Weber vai ter uma visão epistemológica e metodológica do conhecimento a partir dessa diferença entre ciência e política. Ele tem uma obra que antecede a outra, chamada “ciência e política”, onde ele faz a distinção entre dois espaços de atuação, o espaço da ciência, ou seja, o cientista e pesquisador e o espaço da política, o homem político. Nessa distinção, pesquisadores sobre Weber procuram vincular essa preocupação dele a sua própria trajetória pessoal, já que ele foi um político e também um professor sociólogo e pesquisador.
Obs.: Weber participou da elaboração de uma das primeiras constituições que vai exigir no texto constitucional a garantia desses direitos sociais. Até então o corpo constitucional garantia no seu quadro normativo somente direitos civis. O que mostra no ponto de vista político um caráter progressista nas posições de Weber (um político preocupado com a população).
Sobre a distinção entre ciência e política, Weber diz que a ciência somente aborda a realidade, ela lida com o mundo social fazendo o tempo inteiro um juízo de realidade enquanto que a política não somente aborda a realidade, no sentido de fazer uma analise como faz também intervenções na realidade, ou seja, estabelece modelos de organização, faz um juízo de valor. Um juízo é um modo de qualificação, um ato mental.
 O juízo de realidade, para fins de estruturação, não admite possibilidade diversa a uma valoração, ou seja, uma analise avalorativa (independe de valor), objetiva. Segundo weber esse é o juízo próprio do conhecimento cientifico. A ciência não faz nenhum tipo de valoração, se alguma coisa deve ser boa ou não, justa ou não, etc. faz apenas a analise objetiva da realidade, não se posiciona com relação a ela porque trabalha com o conhecimento objetivo.
A política mesmo que se utilize de análise feita por cientistas, ela trabalha com o juízo de valor, ou seja, ela se posiciona em relação a uma estrutura de ação que necessariamente pode ser questionada sem que o juízo se desfaça, pois ela esta intervindo na realidade. 
Exemplo: os cientistas dizem que o desmatamento das florestas causa um agravamento do efeito estufa e etc., o político esta pegando essa analise da realidade e pode, com relação a ela, propor uma redução do desmatamento ou não, pois isso é necessário para o desenvolvimento e etc., ou seja, no juízo de valor dentre diferentes possibilidades, eu tomo partido por uma e essa possibilidade é claramente questionada, e não acaba com o juízo em si.
Então na perspectiva de Weber, o direito como instrumento normativo é claramente um esquema de seleção de valores e esse valor é protegido pelo ordenamento jurídico, aquilo que é legal. E a ciência do direito, quando se quer abordar uma pesquisa de conhecimento, pode olhar de uma maneira objetiva, ou seja, independentemente do que eu penso, eu posso descrever de maneira neutra e avalorativa o valor contido no ordenamento jurídico legal.
Então a maneira como Weber concebe a ciência esta nas possibilidades de se construir um conhecimento objetivo da realidade, neutro sobre a realidade e a aborda sobre perspectivas avalorativas, ou seja, algo próximo da visão positivista do conhecimento geral do direito.
A ciência produz um quadro de analise da realidade com a pretensão de ser neutro e avalorativo e quem mobiliza esse quadro é a política, que usa as referencias cientificas para legitimar certas posições.
25/04/2012
Individualismo metodológico:
Forma de abordar a realidade em weber. Ele concebe o conhecimento e a realidade a partir do individualismo metodológico (bem diferente de Marx). 
	O método que se tem para abordar a realidade, particularmente a realidade social. Não mais falando da ciência em geral, mas como se pode construir um conhecimento científico sobre o funcionamento social. Uma teoria sociológica que se pretende uma teoria cientifica. 
	Weber vai dizer que a teoria sociológica tem como objetivo principal compreender o funcionamento da sociedade, entretanto o núcleo central do conhecimento sociológico para conseguir compreender a organização social é dado no individuo, na ação individual. Se pensarmos na idéia de Marx sobre o funcionamento da sociedade, vemos que ele se remete a categorias gerais (modo de produção, classes sociais), e Weber vai dizer que também tem como objetivo compreender o funcionamento da sociedade, sendo que o núcleo central é a ação individual (elemento de base). Por isso Weber é conhecido como um pesquisador representativo do individualismo metodológico. 
	Isso leva a um universo empírico praticamente inesgotável e impraticável para fins de realização de pesquisa, já que quanto mais pessoas mais possibilidades de ações. Exatamente porque Weber centra na ação individual, mas querendo dar conta do funcionamento social, ele vai criar uma categoria que vai mediar entre esse plano empírico concreto da ação individual e a formação social e essa categoria é a do ideal-tipo.
Ideal-tipo
Weber desenvolve um instrumento para dar conta de seu método, que é a categoria de ideal-tipo.
	O ideal-tipo em Weber não é o tipo ideal, é uma categoria analítica que envolve uma abstração, nesse sentido ela é tipológica. Sendo que a tipologia que ele faz é calcada na ação individual. A partir de certas posturas que são recorrentes das ações individuais, começa a criar certos ideais-tipos. Exemplo: aluno estudioso, existem posturas recorrentes em certos alunos, inclusive existe aluno que se enquadra em mais de um ideal-tipo (estudioso e crítico). 
A idéia de dizer que existem posturas que são recorrentes, não remete a uma ação individual especifica, esta remetendo a posturas que podem aparecer ao longo das ações individuais daquele grupo, significa que alguém que em algum momento tenha a postura que seja encaixada no ideal-tipo estudioso, em algum outro momento pode estar mais disperso, ou seja, possibilidade de expressar referências e posturas dos diferentes ideais-tipos, porque eles não nos remetem a uma pessoa concreta, é uma abstração, é um conjunto de referencias baseadas nas ações individuais que me permitem ter um mapa do que seria uma organização social. 
Então Weber calca o método de analise dele na ação individual, mas ele se utiliza dessa mediação que é o ideal-tipo para compreender uma formação social. Weber está interessado nas posturas que em um grupo podem aparecer de maneira mais recorrente, e elas não remete a uma pessoa, e sim a uma compreensão daquilo que podem ser diferentes ações individuais. 
25/04/2012
Teoria compreensiva
A compreensão que weber tem dentro dessa teoria do conhecimento e dessa perspectiva do individualismo metodológico, da sociologia. Ele tem uma analise da sociologia compreensiva.
Se o mundo existe de maneira objetiva que existe por si só, ou seja, existe uma realidade com uma formação social objetiva e se ela for conhecida através da ação individual baseado nessas categorias próprias de uma tipologia que trabalha com o ideal-tipo, Weber vai dizer também que a sociologia se preocupa também com outro campo de analise, ou seja, para alem desse mundo objetivamente dado, vai dizer que a sociologia tem como objeto não somente essas categorias, mas a maneira como os atores sociais pensam e como dão sentido e significado para suas ações, ou seja, ela é também uma sociologia que pretende compreender. 
	Sociologia objetiva diz respeito à realidade, e a compreensiva diz respeito à visão ou a representaçãoque os atores sociais possuem da realidade, ou seja, não quer saber mais se é justo ou injusto, quer entender como os atores pensam e concebem a realidade para agir e se posicionar. Exatamente por isso, a sociologia Weberiana foi taxada como acrítica diferente da marxista que é pretensamente crítica da realidade social no sentido de intervir, ou seja, apenas compreender e não se posicionar.
	
Sociologia da dominação
Como weber, dentro dessa sociologia compreensiva, vai desenvolver uma serie de elementos da sociologia. Como a dominação (o poder) se organiza em termos sociais, sociologia histórica da dominação. Dentro disso weber apresenta três ideais-tipos:
Obs.: Se é uma construção tipológica, essas formas de dominação indicam uma abstração, ou seja, um quadro analítico, nenhuma delas falam sobre um momento histórico especifico de dominação. Não obstante, pode-se dizer que a tipologia da dominação tradicional e carismática indicam certos tipos de dominação concretamente existentes que se formaram num período pré moderno. Então, elementos de uma dominação tradicional e uma dominação carismática, mesmo numa construção tipológica, eles seriam elementos mais presentes em dominações que ocorreram no período pré-moderno.
 Weber trabalha a questão da dominação vinculada a um conceito de legitimidade, no sentido de que pra ele, todas essas dominações são tidas como legitimas. O conceito de legitimidade em Weber, não esta relacionado a uma dominação mais justa e correta, pois assim estaria valorando a dominação, ele entende como sendo dominações legitimas não só pelo fato de que elas conseguem neutralizar possíveis ações contrárias a essa dominação, tanto do ponto de vista individual como de grupos sociais, e se estabilizar no tempo. 
Tradicional (pré-moderno): 
Aquela que se organiza em função de tradições, de costumes. É um tipo de dominação que se estrutura em torno de uma organização de poder que Weber chama de patrimonialismo, ou seja, a indiferenciação entre publico e privado. Ou seja, nesse tipo de dominação, o poder se organiza em torno de uma estrutura que ele chama de patrimonialista, baseada numa tradição de uma família, de um grupo ou clã, e o gerenciamento desse poder indiferencia uma esfera publica e privada. Os negócios privados se confundem com os públicos. Do pondo de vista histórico, isso é algo ideal, na historia brasileira que ainda é presente nos dias de hoje (são ideais-tipos, ahistoricos) temos o coronelismo. Consegue neutralizar as contradições e se perpetuar ao longo do tempo, exemplo concreto dos dias de hoje: família Sarney no maranhão, família garotinho em campos.
25/04/2012
Carismática (pré-moderno):
Esse outro ideal-tipo se estrutura em torno do carisma de um líder, que é vista dotada de poderes sobrenaturais, ele é visto em termos figurativos. Nessa dominação há uma relação direta entre povo e o líder, ou seja, não tem propriamente a mediação de grupos sociais (partidos políticos, sindicatos) e o líder, na verdade é uma relação quase direta. Os elementos que vão calcar essa dominação são muito menos racionais e muito mais ligados a uma crença (não religião, é uma dominação institucional) nesse poder, nesse carisma do líder. Um exemplo no Brasil seria Vargas.
Burocrático-racional (legal – dominação por meio do direito – moderno):
Uma dominação que se faz com uma diferenciação bem rígida e marcada entre o publico e o privado. Uma dominação que se faz por meio de um sistema positivado de normas, por meio da lei. O povo não se está mais sujeito a uma personalidade, esta sujeito a lei. Inclusive essa norma enquadra o exercício do poder (o funcionário publico obedece à lei também), existe um quadro legal que normatiza as relações. As pessoas estão sujeitas a uma regra calcada na impessoalidade.

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