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Títulos de crédito
Estudaremos hoje os atos cambiários. Já sabemos que título de crédito é um documento que encerra uma obrigação de dar coisa certa, um pagamento que pode ser em espécie ou através de bens. Vimos que o título goza de autonomia em relação à obrigação original que o criou. Vimos que os títulos, basicamente, se dividem em dois grandes grupos: os títulos de crédito à ordem e não à ordem. Nos títulos à ordem, temos a maioria: letra de câmbio, duplicata, cheque, etc., terá uma terceira pessoa envolvida que efetuará o pagamento. Então teria o sacador como àquele que é o emitente (devedor inicial), mas a partir do momento que ele emite o título de crédito, ele transfere a sua obrigação para o sacado (obrigado principal), que no exemplo do cheque será o banco, e a terceira figura que vai receber o pagamento. Vimos que no título não à ordem, tem apenas duas pessoas, o sacador (devedor principal, emitente), e o beneficiário ou tomador que é o credor, aquele que vai receber o pagamento. Vimos também que os títulos velem por terem princípios válidos que os informam: primeiro é o da literalidade (vale o que está escrito); o da autonomia (não é preciso vincular a obrigação do título à obrigação do direito civil que foi realizada na contratação); a abstração (possibilidade de o mesmo título vir a ser fonte de pagamento de outras obrigações diferentes, não há concretude); e a cartularidade (os títulos tem que estar necessariamente documentados, não há como ter título de crédito verbal).
 Existem também modalidades de títulos de crédito conforme a sua utilização, normalmente os títulos de crédito são títulos de apresentação, ou seja, você apresenta e recebe o pagamento. Mas tem também títulos de crédito de participação, onde eu vou ter direito de participação nos lucros ou nas assembleias. Tenho ainda os títulos de legitimação, são aqueles que me legitimam para eventualmente ter prestado pra mim um determinado serviço (bilhete de show). 
7- Principais atos cambiários:
Hoje nós vamos estudar os principais atos cambiários que são aqueles que podem ocorrer depois da emissão até o pagamento do título. O primeiro ato cambiário é justamente a emissão do título de crédito, que chamamos de saque. A pessoa saca um título de crédito.
SAQUE = emissão. É preciso ser um agente capaz para emitir título de crédito, e o título é preciso estar na sua forma específica, dependendo de qual ele seja e o objeto é preciso ser lícito. Quem emite títulos de crédito é o agente legítimo que é o empresário, podendo ser pessoa física. 
ACEITE: só para ordem de pagamento a prazo -> faz do sacado o devedor principal -> recusa do aceite = vencimento antecipado, devolve a obrigação do sacador. Há alguns títulos de crédito que não são para pagamento a vista, mas para pagamento à prazo. Esses títulos de crédito que forem para pagamento à prazo, que forem expedidos, é claro que estamos falando de títulos à ordem, é necessário que o sacado (terceira pessoa) aceite o título de crédito. Ele aceitando, torna-se o obrigado principal. Pode se dar alguma situação que o sacado recuse o aceite, exemplo: no caso do cheque, o sacado (banco) pode rejeitar o cheque por não ter fundos. Só que quando ocorre a recusa pelo sacado, ele está devolvendo a obrigação que seria dele ao emitente. Naquele momento em diante (após a recusa com fundamento), o título é devolvido, a obrigação volta para o emitente e a obrigação se considera vencida mesmo que ainda tenha um prazo. Isso funciona também, mas de forma diferente, com as faturas do cartão de crédito, pois se não for pago, o cartão tem direito de cobrar com integralização da fatura no mês posterior com taxas. Então o emitente passa a ser obrigado de uma dívida vencida, após a recusa fundamentada do sacado. 
 Tipos de aceite:
a) Total ou integral: ocorre com mais frequência, quem aceita, o faz com tudo que tem ali.
b) Parcial: ocorre quando, por exemplo, discuto alguma cláusula, algum valor colocado ali. Por exemplo, eu aceito o valor até tanto, mas não o restante. Esse aceite é válido, o sacado pode fazer isso. Então o banco pode zerar a conta do devedor, mas não deixá-la negativa, basta que a contratação entre o emitente e o sacado tenha essa especificação. 
c) Modificado ou limitado: é quando altera alguma coisa, como por exemplo, o local do pagamento, ou a data. Ocorre essa modificação da hora no aceite, se modifica de acordo com a limitação colocada. O sacado não precisa ser sempre o banco, existem muitas empresas desse tipo.
 
Protesto: 
É o ato cambiário pelo qual se dá publicidade de que um título, ou não foi aceito, ou está vencido e não foi pago. Em ambas as situações, trazendo problemas para quem emitiu o título. É um ato oficial, é feito num cartório de protestos, existente na nossa organização extrajudiciária. No protesto, o agente pegará o título e tirar uma cópia autenticada, colocará os documentos do emitente, vai colocar a indicação de onde encontrar o emitente e o sacado. Que vai protestar é o beneficiário, ele é o credor. Quando o faz, um oficial vai a residência do devedor principal que passou a ser o emitente já que não houve aceite pelo sacado, mas se houve o aceite e não foi pago, vai a residência do sacado para a cobrança. Se não há pagamento e a divida não estando vencida, é feita a execução direta daquele título em juízo, pois se olharmos o código de processo civil, terá uma parte para a execução direta, não é preciso uma ação principal (testemunha, audiência), ou seja, não é preciso cobrar. A ação cambial tem caráter executivo, e o juiz então vai expedir o bloqueio de contas do devedor. O grande objetivo do protesto é fazer com que esse título fique pronto para ser executado imediatamente, é o que chamamos de dar certeza, ou seja, é um título válido, tem uma contra prestação em pagamento e exigibilidade (está vencido e já foi notificado).
	Então o lugar do protesto é a praça aonde vence o título, para saber qual é o cartório de protestos que responde por aquela praça, aquele lugar onde o título será pago. O prazo para fazer o protesto dependerá do tipo. Se for por falta de aceite sem uma justificativa válida, é preciso atenção se o sacado não pediu um prazo de respiro, que seria o tempo pedido para juntar o dinheiro ou organizar aquilo e efetuar o pagamento. Não se pode protestar dentro do prazo de respiro que equivale às 24h úteis após a apresentação dos títulos. Nesse caso é feito o protesto para antecipar para garantir o vencimento antecipado, já que é para pagamento à prazo mas se percebe que não pagou nem a primeira parcela, logo atrasará todas. Se for por falta de pagamento, após o aceite, ou não precisava ser aceito já que era um título à vista, o prazo para protesto é a partir do primeiro dia útil seguinte do não pagamento abre o prazo. O prazo limite é o mesmo dado aos próprios títulos, se for um cheque há um prazo de prescrição para cobrança de 6 meses a partir do momento em que não for pago. A letra de câmbio, nota promissória e a duplicata tem um prazo decadencial de até 36 meses. A ação cambial pode ser iniciada um dia útil após o pagamento até o prazo para cada tipo de título. O protesto tem a função de fazer com que o titulo se torne exigível executoriamente, não precisando entrar com ação principal. Quando se tem título protestado, a pessoa não pode pedir empréstimo em lugar nenhum. Não se pode ter protesto contra a união. 
O protesto no caso de não pagamento ocorre apenas em títulos à ordem e em que não tenha uma lei especifica tratando. O cheque não precisa ser protestado, vai direto com a ação, é crime, é um estelionato. O cheque devolvido será apresentado novamente no banco no dia seguinte e o banco central emite uma ordem de bloqueio de conta do devedor (judicialmente), mas o banco pode cortar os benefícios.
Se o sujeito perder o prazo do protesto, não pode mais tornar o emitente o obrigado principal, mantendo o sacado com tal e nem vincular outros coobrigados. 
Endosso 
Grande facilidade do titulo de crédito, poder transferir o crédito. O beneficiárioque pode fazer isso desde que seja um crédito à ordem. É escrito então no verso o endossatário. Os envolvidos são: o endossante (beneficiário original), o endossatário (beneficiário posterior). É possível fazer o endosso em branco ou em preto. Em preto é porque vai ser especificado o endossatário que será o beneficiário desse endosso. Em branco, não será indicado o endossatário. 
Em endosso pode ser feito de forma: Parcial,não está completo no direito brasileiro, já que é visto como nulo. Como se ele não existisse, não tem nenhuma validade, apenas vale o total; Total; e Condicional, condicionado ao pagamento em certa data (exemplo). O direito brasileiro também tem restrições, mas se trata apenas de ineficácia. O endosso transferido condicionado é ineficaz em relação a quem o recebe, ou seja, o endossante que fizer isso é como se não tivesse, é uma cláusula não escrita, respondendo pelo endossatário (beneficiário posterior).
Quando eu endosso, eu passo a ser garantidor do pagamento perante o beneficiário. Esse tipo de coisa não vai acontecer se, por exemplo, fizer o endosso depois que a divida for vencida e não for paga. Este endosso é chamado de endosso póstimo, não transfere a responsabilidade para o endossante, já que o beneficiário sabia do risco. O endosso mandato é quando um procurador, um advogado, por exemplo, vai receber o título no lugar de seu cliente. Esse endosso só legitima a posse, mas não transfere o direito de crédito para o advogado. O endosso calção é quando o endossante na hora que transfere, o faz apenas para garantir o pagamento que ele já vai receber, então é a garantia. Esse endosso é mais seguro. O endosso sem garantia, feito antes do vencimento e que o endossante quer se livrar da responsabilidade perante o endossatário, só pode ser feito expressamente, pois o endossatário deve conhecer essa cláusula e aceitar. Se não, a titularidade do crédito passa a ser do endossatário e a garantia do pagamento fica para o endossante, como um coobrigado em relação ao título quando o mesmo vencer.

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