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Filosofia 09-05

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Platão - A República 
 Livro I 
- Parágrafos 330 a 335
Página 71 – alguém que está perto da morte se pergunta se cometeu injustiças com alguém. Isso vai possibilitar que Sócrates comece uma discussão sobre o tema justiça. 
Página 72 – o Píndaro (poeta) elogia o homem justo. Diz que a posse de riquezas quando se encontra na mão de um homem injusto, pode ser uma perdição. O Sócrates cita um conceito clássico de justiça, fala que a justiça corresponde à verdade e justiça seria restituir ou dar a cada um o que é seu. Um conceito clássico oriundo do direito romano. Esse conceito pode ser aplicado em qualquer ocasião? No caso de uma pessoa com sede de vingança, pois sua mão foi morta por culpa de outra pessoa, e seu amigo o vendo nessa situação mesmo assim lhe devolve a arma que lhe pertencia. Isso seria justo? Se fosse um amigo de verdade, não devolveria a arma. Então o ato de justiça nessa ocasião seria não devolver ao outro o que lhe pertence. Então esse não pode ser um conceito universal de justiça. Devemos evitar na teoria que o conceito de justiça seja relativo de acordo com o caso concreto. É sempre mais fácil fala que tudo é relativo, por exemplo, gosto é relativo. Eu posso dizer que uma música de funk é melhor do que uma música do Chico Buarque, simplesmente porque eu gosto mais de uma do que de outra. Mas não é bem assim, existem critérios objetivos que podem ser utilizados para verificar a qualidade musical, como a letra da música (os diferentes sentidos e palavras empregadas, a quantidade de vocabulário utilizado, etc), a qualidade do arranjo musical.
Eu penso que, mesmo se não chegar a um conceito universal de justiça, é possível estabelecer critérios para que a mesma seja reconhecida universalmente em qualquer situação, e dessa forma não há como dizer que o conceito é relativo. É claro que o conceito pode variar de pessoa para pessoa de acordo com sua bagagem cultural e o meio onde foi criado, mas de qualquer forma há necessidade de uma definição de conceito teórico de justiça para poder ser utilizado no caso concreto.
Para que o juiz aplique a justiça é preciso encontrar um conceito universal, ou pelo menos aceito pela grande maioria da sociedade.
Página 74 – Sócrates está dizendo que se justiça é restituir a cada um o que se deve, nesse exemplo trata-se de dois amigos e o interlocutor vai dizer que no caso de dois amigos não se pode aplicar esse conceito, e nem no caso de dois inimigos pois o inimigo comete o mal contra outro inimigo, e se o outro inimigo achar que deve restituir o que deve, deve então restituir o mal. E justiça nunca pode ser fazer o mal para quem te fez mal. 
A justiça seria a arte de trazer beneficio para os amigos e prejuízo para os inimigos? 
Página 75 – Se para nada serve o médico para quem não está doente e nem o piloto para quem vive no mar, também não é de serventia o homem justo se não há guerra?
Não, pois a justiça ainda sim é útil em tempos de paz. Útil para o estabelecimento de contratos, associações. 
Página 77 – justiça é beneficiar os amigos e prejudicar os inimigos, disse Polemarco. Sócrates disse então que, com essa conclusão, justiça seria, no caso de uma pessoa má, prejudicar os inimigos seria prejudicar pessoas boas e beneficiar os amigos seria beneficiar pessoas más. Justiça não pode ser isso. 
Página 78 – justo não é só fazer mal ao inimigo e bem ao amigo, acrescentamos que justiça é fazer o bem ao amigo bom e mal ao inimigo mau. 
Página 79 – Se o homem sofre o mal, a tendência é que ele se torne pior do que era. Causar violência a alguém significa perpetuar o ciclo de violência. Nós, enquanto seres humanos, podemos acabar com isso. “não é próprio do justo prejudicar a um amigo ou a pessoa alguma, mas do seu contrário, do injusto”. É propriedade do homem bom fazer o bem e não o mal. 
Página 80 – O conceito de justiça: restituir a cada um o é seu, não parece certo, pois remete a conclusão de que ser justo seria fazer o bem aos amigos e mau aos inimigos, sendo que ser justo nunca pode remeter a fazer o mal. O homem justo não pode ser como o perverso. 
- Parágrafos 350 a 354
Parágrafo 352 d - Sócrates vai propor que a justiça gera sempre a concórdia e amizade concordando com o que tinha falado antes. Pois, se o mal é pago com o mal, não estaria gerando concórdia e amizade. 
Sócrates parte de uma premissa de que o justo tem uma vida melhor e mais feliz do que o homem injusto. 
Parágrafos 353 e 354 – o homem justo então vive bem e é feliz. Então jamais a injustiça será mais vantajosa do que a justiça.
O diálogo do livro I não consegue ainda concluir o conceito de justiça. No livro II ele começa a pensar como seria uma cidade justa, para que talvez assim consiga aplicar o conceito de cidade justa a uma pessoa justa. 
No livro III ele diz que uma cidade é fundada pela nossa necessidade de muitas coisas. As sociedades se formam porque os homens não são autossuficientes, precisam viver em conjunto para dividir as atividades. Ai surge a ideias de profissão, quando você tem uma profissão, você assume seu papel na sociedade, sua função. Então por isso a divisão de funções para Sócrates, já se uma pessoa tem uma única função, ela terá um maior desempenho do que outra que tiver mais de uma função. 
 
Livro IV
Sócrates considera que uma sociedade justa é uma sociedade feliz. 
Parágrafo 423 – a discussão é que se cada classe cuida do que é seu, do que lhe cabe, será que isso não gera multiplicidade ao invés de união? Sócrates diz que se cada pessoa pertencendo a uma classe for designada a função para qual é mais apta, deste modo há uma formação de uma unidade, e não multiplicidade. Nessa sociedade, a pessoa não se sentia obrigado a desempenhar a função para qual está mais apto, mas se sente cumprindo seu dever na sociedade e isso é a ideia de cidade justa.
Parágrafo 433 a – o governador da cidade deve ser capaz de possibilitar que cada um desempenhe a função para qual está mais apto, dessa forma estará promovendo a justiça. 
Página 219 – o dano não é grande se um carpinteiro exercer as funções de um artesão, mas seria grande se, por exemplo, um guerreiro exercesse a função de um guerreiro e vice-versa. Seria um grande prejuízo para a cidade, de acordo com Sócrates. 
Esse princípio que torna a cidade justa será transferido para o indivíduo para ver se ele é justo ou não (não entraremos nessa discussão).
Parece, essa premissa para se pensar uma sociedade, algo simples, mas não é.

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