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1 
 
 
 
 
TELEPROTEÇÃO EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA 
Vinícius Caldeira Oliveira 
 
Orientador: Prof. Carlos Alberto Mohallem Guimarães 
Departamento de Eletrotécnica (DET) 
 
 
Abstract - Este artigo apresenta os conceitos 
básicos relacionados ao entendimento e 
aplicação da teleproteção nos sistemas 
elétricos de potência e introduz os principais 
meios de comunicação existentes para tal, 
assim como os diversos esquemas utilizados 
como filosofia de teleproteção. 
 
Palavras-Chave: Proteção, meios de 
comunicação, esquemas de teleproteção, 
seletividade. 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
Com o advento de novas tecnologias e o 
aumento das potências envolvidas em sistemas 
elétricos, cada vez mais, necessita-se de meios 
que permitam a eliminação rápida das falhas 
ocorridas em linhas de transmissão e 
equipamentos de potência a elas ligadas. 
 
Um canal de comunicação é necessário quando 
a resposta dos relés de proteção deva ser 
comparada entre dois ou mais terminais para 
determinar a localização da falha em um sistema 
elétrico. 
 
Dependendo da situação, existem vários tipos de 
esquemas de proteção que fazem uso de 
equipamentos de teleproteção especificamente 
projetados para esta finalidade. O conjunto dos 
relés de proteção de uma subestação juntamente 
com estes equipamentos formam esquemas de 
teleproteção. 
 
Desta maneira, este trabalho visa apresentar os 
principais esquemas de teleproteção existentes 
juntamente com os seus meios de comunicação. 
 
 
 
II. DEFINIÇÃO 
 
A TELEPROTEÇÃO é um método de proteção 
de linha, através de relés de proteção e meios de 
comunicação, no qual um defeito interno é 
detectado e determinado comparando-se as 
condições do sistema nos terminais do circuito 
protegido, utilizando-se canais de comunicação. 
 
 
III. REQUISITOS BÁSICOS PARA CANAIS 
DE TELEPROTEÇÃO 
 
Os canais usados para transportar os sinais de 
teleproteção devem operar com alguns 
requisitos básicos importantes. Os principais são 
a segurança, a confiabilidade, a seletividade e a 
rapidez na proteção. Adicionalmente deve-se ter 
também um tempo de operação condizente com 
a aplicação desejada. 
 
III.1 – SEGURANÇA 
 
Requer que o canal nunca forneça um falso sinal 
de TRIP. Isto significa que o canal deve ser 
capaz de suportar interferências e ruídos quando 
um comando não é transmitido. É expresso 
numericamente, como a probabilidade de um 
falso comando ser gerado por um ruído de 
determinada duração. 
 
III.2 – CONFIABILIDADE 
 
Requer que o canal sempre forneça um sinal de 
TRIP quando um sinal de comando é recebido. 
O canal deve ter a capacidade de suportar 
interferências e ruídos durante a transmissão do 
comando. Pode ser expresso numericamente 
como a probabilidade de que um comando 
transmitido, seja detectado dentro de um tempo 
especifico. Os ruídos podem interferir no canal 
 
TRABALHO DE DIPLOMA - DEZ.01 
INSTITUTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA 
ESCOLA FEDERAL DE ENGENHARIA DE ITAJUBÁ 
 
2 
retardando um sinal de comando real ou 
impedindo o receptor de reconhecer um sinal de 
comando real como tal. 
 
A confiabilidade está estritamente relacionada 
ao tipo do esquema escolhido para cada linha, 
de acordo com as características particulares da 
mesma. Esta escolha depende dos seguintes 
fatores: 
 
• Comprimento da linha; 
• Tipo de proteção utilizada; 
• Características do Sistema de Potência 
(nas regiões adjacentes a linha); 
• Tempo de desligamento exigido para a 
linha quando ocorre curto-circuito; 
• Tipo do canal de comunicação; 
• Filosofia de cada empresa 
concessionária. 
 
III.3 – SELETIVIDADE E RAPIDEZ NA 
PROTEÇÃO 
 
Quando ocorre uma falha ou defeito em um 
componente do Sistema Elétrico de Potência, o 
mesmo deve ser desligado o mais rápido 
possível, e somente este componente, para que o 
defeito seja isolado e comprometa a menor parte 
possível do sistema. 
 
O grande problema é a determinação do local de 
defeito ou curto-circuito pelos relés de proteção, 
para que se possa desligar somente o 
componente defeituoso. Na maioria das vezes, 
esta seletividade é alcançada em detrimento do 
tempo de atuação da proteção. 
 
Alguns esquemas de proteção são inerentemente 
seletivos, isto é, no momento de atuação, a 
própria concepção da proteção permite 
estabelecer a localização do defeito. É o caso 
das proteções diferenciais que apresentem 
seletividade e rapidez na atuação. 
 
Para o caso de linhas de transmissão, a 
localização de defeitos pelos relés de proteção 
torna-se problemática devido a: 
 
• Comprimento das linhas; 
• Curtos-circuitos com elevadas 
resistências de arco ou de contato; 
• Imprecisões nos cálculos teóricos de 
curtos-circuitos e conseqüentemente 
ajustes nos relés. 
 
III.4 – TEMPO DE OPERAÇÃO 
 
Um canal de teleproteção deve fornecer um 
tempo de operação menor possível que ainda 
mantenha as características de segurança e 
confiabilidade, isto considerando uma ligação 
do tipo costa-a-costa, a qual inclui o tempo do 
transmissor (após aplicação do sinal de 
chaveamento), o tempo de resposta do receptor, 
e o tempo de operação dos dispositivos de saída. 
 
Estes tempos são específicos dos equipamentos 
do canal. Para o tempo total, deverá ser 
considerado tempo de propagação do meio de 
transmissão, o qual é uma função da largura de 
banda do canal de comunicação e do próprio 
meio de transmissão. 
 
III.5 – REDUNDÂNCIAS 
 
Para aumentar a segurança e confiabilidade, 
alguns sistemas de teleproteção possuem 
alternativas de redundância. Estas alternativas 
podem ser por canais duplos por rotas 
alternativas, onde se utilizam dois caminhos de 
comunicação separados ou o uso de canais 
duplos pelo mesmo meio de comunicação. 
 
No caso de rotas alternativas, deve ser levado 
em consideração os tempos de transmissão 
envolvidos, pois cada meio de comunicação tem 
diferentes tempos. Estes tempos são por 
exemplo, afetados por filtros de RF ou áudio, 
processos de modulação e demodulação, 
chaveamento de rotas em sistema de Micro 
Ondas, etc. 
 
Na operação a canais duplos, são usados dois 
transmissores em cada terminal de transmissão e 
dois receptores nos terminais de recepção. Na 
transmissão os sinais de comando são aplicados 
simultaneamente aos dois transmissores e na 
recepção, os relés de saída fornecem uma lógica 
binária AND. Desta forma é necessário o 
recebimento dos dois sinais para a atuação final 
da proteção. Os equipamentos envolvidos nesta 
configuração, devem prever dispositivos que em 
caso de falha de um dos canais, a lógica de saída 
de recepção possa ser alterada para a operação 
com um único canal (lógica OR). 
 
III.6 – ALAMES EXTERNOS E INDICAÇÕES 
 
Todo esquema de teleproteção deve estar 
previsto para que haja uma supervisão remota 
ou local, das condições de operação dos 
equipamentos dos canais de teleproteção. Esta 
supervisão é feita por alarmes e indicações 
fornecidas pelos equipamentos que devem ser 
no mínimo: 
 
� Alarme de transmissão; 
� Alarme de recepção; 
� Alarme de equipamento indisponível por 
teste ou manutenção; 
 
3 
� Indicação de transmissão de TRIP (As 
TRIP); 
� Indicação de recepção de TRIP (Received 
TRIP). 
 
Estes alarmes e indicações, devidamente 
configurados, podem ser de grande valia para 
detectar problemas com as falhas de operação 
correta dos esquemas de teleproteção. 
 
 
IV. FILOSOFIAS DOS ESQUEMAS DE 
TELEPROTEÇÃO 
 
As partes integrantes de um esquema de 
teleproteção podem ser divididas em dois grupos 
distintos. 
 
IV.1 – COMUNICAÇÃO 
 
São os meios e as formas de transmissão e 
recepção de sinais, ou seja, informações entre 
duas mais extremidades de uma linha de 
transmissão de energia elétrica. 
 
IV.2 – LÓGICA PROTETIVA 
 
É composta pelos relés e respectivas filosofias 
de atuações, bem como dos esquemas de 
abertura e fechamento dos disjuntores 
associados. 
 
Devido aos meios e formas de comunicação e a 
diversidade as lógicas protetivas, são vários os 
esquemas de teleproteção utilizados nos 
sistemas de proteção de linhas detransmissão. 
 
 
V. MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
 
As grandes distâncias entre as usinas, 
subestações e centros de despacho de carga 
somadas a alta confiabilidade exigida no 
fornecimento de energia elétrica impõe a 
necessidade da existência de sistemas de 
comunicações entre estas instalações. Desta 
forma, destaca-se como sendo de suma 
importância para a operação de um sistema de 
potência, a existência de uma infra-estrutura de 
telecomunicações adequada. 
 
Os vários meios de transmissão podem 
caracterizar diferentes sistemas de 
comunicações, que podem estar interligados 
entre si ou não, constituindo uma malha de 
telecomunicação podendo ser subdivididos: 
 
• LINHAS FÍSICAS: 
- Par de fios; 
- Fibra Ótica. 
 
• RÁDIO: 
- HF (High Frequency); 
- VHF (Very High Frequency); 
- UHF (Ultra High Frequancy); 
- Micro-Ondas. 
 
• CARRIER (Rádio por Linha Física). 
 
V.1 – LINHAS FÍSICAS 
 
V.1.1 – PAR DE FIOS 
 
Constitui basicamente o sistema telefônico local 
de uma instalação, podendo estar interligado a 
outra, por meio de cabo de pares telefônicos ou 
outro meio. 
 
Um sistema telefônico interligado por pares de 
fios ou cabo de pares apresenta as seguintes 
vantagens e desvantagens: 
 
• VANTAGENS: 
- Econômico para transmissão a curtas 
distâncias. 
 
• DESVANTAGENS: 
- Baixa capacidade de transmissão (um 
canal por cada par telefônico); 
- Alta sensibilidade à indução de surtos 
e intempéries naturais. 
 
Por esses motivos, apresenta baixa qualidade e 
confiabilidade e normalmente não é utilizado 
para trafegar sinais de teleproteção. 
 
V.1.2 – FIBRA ÓTICA 
 
Constitui a transmissão de sinais telefônicos 
modulados em freqüências correspondentes à 
faixa de luz, através de fios de fina espessura, 
constituídos de fibra de vidro. 
 
Devido à modulação ser efetuada por altíssima 
freqüência, por uma única fibra ótica pode 
trafegar grande quantidade de canais telefônicos. 
Para aumentar ainda mais essa capacidade de 
transmissão, utiliza-se os cabos de fibra ótica, 
compostos por várias fibras. 
 
Podem ser observadas as seguintes vantagens e 
desvantagens da utilização de fibras óticas ao 
invés de cabos de pares: 
 
• VANTAGENS: 
- Totalmente imune à indução 
magnética; 
- Capacidade de transmissão 
simultânea de grande quantidade 
de canais. 
 
4 
• DESVANTAGENS: 
- Elevado Custo; 
- Enlaces curtos (sem repetidor – 
aproximadamente 30 Km); 
- Economicamente viável para 
grande quantidade de canais 
(acima de 30 canais). 
 
Devido a alta qualidade e confiabilidade, em 
locais onde sejam econômica e tecnicamente 
viável a instalação de enlaces óticos, os mesmos 
são ideais para trafegarem sinais de 
telecomando, teleproteção, etc. 
 
V.3 – RÁDIO 
 
V.3.1 – HF – HIGH FREQUENCY (3 a 30 
MHZ) 
 
Utiliza a faixa de freqüência de 3000 a 30000 
Khz, através de reflexões na ionosfera terrestre, 
propiciando com isso comunicações a longas 
distâncias. Devido à susceptibilidade a ruídos 
radioelétricos provocados por irradiações 
solares, apresentam baixa qualidade de 
transmissão. 
 
Por este motivo, este meio é utilizado como 
última alternativa. 
 
V.3.2 – VHF – VARY HIGH FREQUENCY 
(30 a 300 MHZ) 
 
O mecanismo de propagação para esta faixa de 
freqüência é feito através de ondas diretas, 
havendo uma boa difração nos obstáculos, o que 
favorece as comunicações entre estações fixas e 
móveis. 
 
A legislação vigente, a qual estabelece a 
canalização de freqüências da faixa de VHF, 
permite a transmissão de apenas uma canal de 
voz por radiofreqüência. 
 
Assim, para se ter duas ou mais comunicações 
simultâneas dentro de uma mesma área sem que 
haja interferência, é necessário mais de uma 
freqüência, o que ocasiona congestionamento do 
espectro radioelétrico, uma vez que existem 
vários usuários de freqüências. 
 
Esta faixa de freqüência é normalmente utilizada 
por empresas de energia elétrica nas 
comunicações de pátio e para a manutenção de 
linhas de transmissão, onde muitas vezes 
necessita-se de repetidoras. 
 
Apesar de ser possível, não é comum enlaces 
nesta faixa, trafegando sinais de teleproteção. 
 
V.3.3 – UHF – ULTRA HIGH FREQUENCY 
(300 a 3000 MHZ) E MICRO-ONDAS (3 a 30 
GHZ) 
 
Nestas faixas de freqüência, a legislação 
estabelece uma canalização que permite a 
transmissão de 1 até 160 canais telefônicos por 
radiofreqüência em diferentes sub-faixas de 
espectro. 
 
Para a propagação dos sinais utiliza-se o espaço 
aéreo como meio de comunicação com enlaces 
de aproximadamente 50 Km, necessitando-se de 
estações repetidoras quando os pontos de 
interesse estão distantes. 
 
Estes sistemas possuem a vantagem de serem 
independentes do Sistema Elétrico de Potência, 
porém apresentam infra-estrutura onerosa e são 
afetados pelas condições atmosféricas. 
 
Devido à alta sensibilidade dos receptores e à 
boa qualidade dos equipamentos em geral, 
consegue-se alta confiabilidade nestes serviços. 
 
V.4 – CARRIER 
 
O sistema Carrier ou ondas portadoras em linhas 
de alta tensão (OPLAT) é constituído pela 
transmissão de um sinal elétrico de 
radiofreqüência (30KHz a 300 KHz) de uma 
subestação para outra, através da própria linha 
de transmissão que as interliga eletricamente. 
 
É o meio de comunicação mais utilizado em 
esquemas de teleproteção visto o baixo custo 
que o mesmo apresenta, pois há o 
aproveitamento da própria linha de transmissão 
como meio físico para propagação do sinal. 
 
• VANTAGENS: 
- Econômico para a transmissão de 
pequeno número de canais e 
longas distâncias; 
- Alta confiabilidade e qualidade; 
- Não necessita de repetidoras para 
transmissão a longas distâncias; 
- Apresenta baixo custo de 
manutenção. 
 
• DESVANTAGENS: 
- Susceptível a ruídos das linhas de 
transmissão; 
- Espectro de freqüências limitado. 
 
 
VI. ESQUEMAS DE TELEPROTEÇÃO 
 
A escolha de um esquema de teleproteção 
depende de diversos fatores, tais como 
 
5 
comprimento da linha, tipo de proteção 
utilizada, características do sistema, tempo de 
desligamento requerido para eliminação do 
defeito, meio e forma de comunicação, filosofia 
de cada empresa, etc. 
 
Geralmente o esquema de teleproteção é 
escolhido em conjunto com a proteção da linha, 
pois existem relés mais adequados para um 
esquema que para outros. 
 
O próprio meio de comunicação depende do tipo 
de proteção, do comprimento da linha e do grau 
de confiabilidade desejado. Mesmo com o meio 
de comunicação já escolhido, o modo de 
operação do mesmo depende do esquema a ser 
adotado. 
 
Assim, apresentaremos aqui os principais 
esquemas de teleproteção utilizados: 
 
� Esquemas de Comparação de Fase; 
� Esquemas de Transferência de Sinal de 
TRIP; 
� Esquemas de Comparação Direcional; 
� Esquemas de Aceleração ou Prolongamento 
de Zona. 
 
VI.1 – ESQUEMAS DE COMPARAÇÃO DE 
FASE 
 
Este esquema funciona comparando-se o ângulo 
de fase entre as correntes nos dois terminais da 
linha protegida. 
 
A B
F1 F2
Proteção + Teleproteção A Proteção + Teleproteção B 
Fig. 1 – Representação do esquema de 
Comparação de Fase 
 
Como pode-se ver na figura 1, quando ocorre 
uma falta dentro do trecho protegido, a corrente 
se inverte em um dos terminais. Nesse caso, a 
soma dos sinais em ambas as extremidades 
produz um sinal contínuo que será o sinal de 
desligamento. 
 
Verifica-se que a proteção só opera para defeitos 
internos à linha protegida, não havendo 
retaguarda para curtos externos. Portanto, se 
uma proteção de comparação de fase for 
empregada, há necessidade de outros tipos de 
proteção para maior confiabilidade. Uma outra 
proteção servirá não só de retaguarda para 
defeitos externos, como também para uma 
segunda proteção da linha em questão, sendo 
absolutamente necessário, pois a proteção de 
comparação de fase não funciona durante a 
manutenção do canal de comunicação. 
 
A proteção de comparação de fase pode ser 
utilizada principalmente quando há dificuldades 
na aplicação de proteção de distância, como nos 
seguintes casos, por exemplo: 
 
� Linhas curtas, com baixaimpedância série; 
� Linhas onde há possibilidade de alta 
resistência de defeito; 
� Linhas onde exige maior velocidade da 
proteção para defeitos internos. 
 
VI.2 – ESQUEMAS DE TRANSFERÊNCIA DE 
SINAL DE TRIP 
 
Nestes esquemas, a informação da existência de 
sinal de trip pela proteção, em uma das 
extremidades da linha de transmissão é 
transmitida através de canal de comunicação a 
outra extremidade. Dependendo do 
aproveitamento que se faz do sinal recebido, um 
dos seguintes esquemas pode ser utilizado: 
 
� Transferência Direta de Trip com 
Subalcance (DUTT); 
� Transferência de Trip Permissivo com 
Subalcance (PUTT); 
� Transferência de Trip Permissivo com 
Sobrealcance (POTT); 
� Transferência de Trip Direto (DTT); 
 
VI.2.1 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA 
DE TRIP DIRETO COM SUBALCANCE 
(DUTT) 
 
Neste esquema, há necessidade de um 
transceptor para cada terminal de linha (2 
freqüências). Em cada um deles, o trip local não 
depende da recepção do sinal e, a recepção do 
sinal desliga diretamente o disjuntor. Por este 
motivo, a proteção deve ser ajustada com 
subalcance (proteção de distância) para se ter 
seletividade. 
 
A B
F1
F2 F3
21 21
21 21 2121Recep Recep
Bobina de Trip do Disjuntor Bobina de Trip do Disjuntor
52/a 52/a
Transm Transm
A B+ +
- -
TRANSFERÊNCIA DE TRIP DIRETO COM SUBALCANCE 
Fig. 2 – Representação do esquema DUTT 
 
 
6 
Para um curto-circuito em F1, há desligamento 
das duas extremidades da linha pelos respectivos 
relés de distância (21), sem necessidade da 
teleproteção. Ocorrerá recepção em cada 
extremidade da linha, porém o sinal de trip será 
redundante. 
 
Para um curto-circuito em F2, o disjuntor da 
extremidade B será desligado pela própria 
proteção de distância. O disjuntor da 
extremidade A será desligado pela recepção do 
sinal de transferência de trip. No caso de uma 
eventual falha do Carrier, o disjuntor em A será 
desligado pela sua proteção de distância com o 
tempo de 2ª zona. 
 
Para um curto-circuito em F3, o relé em B não 
atuará pois o defeito está na sua direção 
contrária. O relé em A atuará na sua 2ª zona 
apenas se houver falha da proteção da linha 
adjacente. 
 
Como neste esquema, a recepção desliga 
diretamente o disjuntor, há risco de 
desligamento intempestivo devido a algum sinal 
espúrio no canal de comunicação. Portanto, este 
esquema é pouco utilizado. 
 
VI.2.2 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA 
DE TRIP PERMISSIVO COM SUBALCANCE 
(PUTT) 
 
No circuito de desligamento pela recepção é 
colocada uma supervisão de tal maneira que o 
trip é efetuado apenas quando ocorrer defeito 
em direção e alcance, detectado por um 
elemento de impedância. Isto evita os falsos 
desligamentos causados pelas recepções 
espúrias do esquema anterior, aumentando-se a 
confiabilidade. 
 
A B
F1
F2 F3
21 21
2121Recep
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
Transm
A+
-
Partida
Local
21 21 Recep
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
Transm
B +
-
Partida
Local
TRANSFERÊNCIA DE TRIP PERMISSIVO COM SUBALCANCE 
Fig 3 – Representação do esquemas PUTT 
 
Este esquema é bastante utilizado pelos 
fabricantes europeus para linhas de transmissão 
de comprimentos médios e longos. 
 
Para estes dois primeiros casos uma falha no 
sistema de comunicação não compromete a 
proteção primária. 
 
VI.2.3 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA 
DE TRIP PERMISSIVO COM 
SOBREALCANCE (POTT) 
 
Em linhas curtas, torna-se muito difícil de se 
ajustar a proteção de distância para 80 ou 85% 
da linha de transmissão. Neste caso, ao se 
utilizar um esquema de subalcance, há grande 
probabilidade de atuação incorreta da própria 
proteção de distância devido aos erros de 
medição. Portanto, utiliza-se o esquema POTT 
para resolver este problema. 
 
Todo trip local só será possível coma permissão 
recebida da outra extremidade da linha. Nestas 
condições, pode-se ajustar a proteção com 
sensibilidade suficiente para ultrapassar os 
limites (em alcance) da própria linha. 
 
A B
F1
F2 F3
21 21
TRANSFERÊNCIA DE TRIP PERMISSIVO COM SOBREALCANCE
Recep
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
21
Transm
+
-
21
Recep
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
21
Transm
+
-
21
 
Fig. 4 – Representação do esquema POTT 
 
O defeito F1 (ou F2) será detectado de imediato 
pelas proteções das duas extremidades que irão 
transmitir permissões. Em cada extremidade, a 
própria atuação e a recepção irão possibilitar o 
desligamento do disjuntor. 
 
Um defeito em F3 será detectado pelo relé em 
A, mas não pelo relé em B. Assim, não haverá 
desligamento em A pelo fato de não existir 
recepção (permissão de B) 
 
Observa-se neste caso que uma falha no canal de 
comunicação compromete a proteção primária. 
Outro aspecto muito importante é que este 
esquema pode ser utilizado com Relés de 
Sobrecorrente Direcionas ao invés dos relés de 
distância, visto que o ajuste do alcance não é 
condição preponderante para o esquema, e sim a 
direção. 
 
 
 
 
 
 
7 
VI.2.4 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA 
DE TRIP DIRETO (DTT) 
 
Neste caso, o sinal de trip de uma extremidade é 
utilizado para desligamento direto da outra 
extremidade. 
 
Para determinados casos, é inevitável a 
utilização da transferência direta, apesar do risco 
de desligamentos indevidos, como no caso de 
proteção de Reator Shunt diretamente conectado 
a linha e da proteção de falha de disjuntor, que 
faz a transferência direta de trip para a outra 
extremidade da linha. 
 
A B
TRANSFERÊNCIA DE TRIP DIRETO
Transm
+
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
-
Recep
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
+
-
demais proteções em A
Prot.
Reator
Falha
Disjuntor
Outras
Reator Shunt
 
Fig. 5 – Representação do esquema DTT 
 
Neste esquema uma falha no canal de 
comunicação compromete totalmente a proteção 
do Reator Shunt. 
 
VI.3 – ESQUEMAS DE COMPARAÇÃO 
DIRECIONAL 
 
Nestes esquemas, a informação da direção é 
transmitida de um terminal para o outro através 
do canal de comunicação. Dependendo do 
aproveitamento que se faz do sinal recebido e de 
como e qual a direção que é detectada por cada 
terminal, um dos seguintes esquemas pode ser 
utilizado: 
 
� Esquema de comparação direcional com 
bloqueio; 
� Esquema de comparação direcional com 
desbloqueio. 
 
VI.3.1 – ESQUEMA DE COMPARAÇÃO 
DIRECIONAL COM BLOQUEIO 
(BLOCKING) 
 
O principal objetivos deste esquema é evitar que 
uma informação crucial para a proteção seja 
transmitida sobre uma linha em defeito. Assim, 
a transmissão é efetuada sobre a linha apenas 
para “informar” a outra extremidade que o 
defeito é externo à linha. 
 
A B
F1
F2 F3
COMPARAÇÃO DIRECIONAL TIPO BLOCKING
Recepção
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
+
-
CS
P
S
P
S
ON-OFF
P
CS
BLOQUEIO
DA TRANSMISSÃO
S
PARTIDA
TRANSMISSÃO CARRIER13 ~ 16 ms
 
Fig. 6 – Representação do esquema de 
comparação direcional “blocking” 
 
Os relés de proteção S são conectados de tal 
maneira a detectar defeitos “para trás”. Quando 
ocorrer o defeito em F3, a proteção S da 
extremidade B ativará o Carrier e transmitirá 
sinal para o bloqueio da outra extremidade. A 
proteção P na extremidade A detectará também 
o defeito F3. Porém, seu trip é retardado de 13 a 
16 ms para que haja tempo para chegada do 
sinal de bloqueio. 
 
Para curtos-circuitos em F1 e F2, nenhuma 
proteção S atuará. Mesmo que haja uma 
eventual atuação de um relé S, a atuação da 
proteção P bloqueará a transmissão . Após as 
temporizações CS, os disjuntores serão 
desligados. Nestes casos, o Carrier não tem 
influência na proteção. 
 
VI.3.2 – ESQUEMA DE COMPARAÇÃO 
DIRECIONAL COM DESBLOQUEIO 
(UNBLOCKING) 
 
Este esquema é bastante semelhante ao esquema 
de transferência de disparo permissivo com 
sobrealcance. A diferença está na lógica de 
recepção do canal de comunicação, sendo que a 
utilizada para a transferência de trip é mais 
segura. 
 
A B
F1
F2 F3
COMPARAÇÃO DIRECIONAL TIPO UNBLOCKING
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
+
-
RECEPÇÃO
P P
P
TRANSMISSÃO CARRIER
DO SINAL DE DESBLOQUEIO
 
Fig. 7 – Representação do esquema de 
comparaçãodirecional “unblocking” 
 
Estes dois esquemas são bastante confundidos 
um com o outro, podendo ser diferenciados da 
seguinte forma: 
 
 
8 
� Se o contato de trip da proteção é utilizado 
para a transmissão carrier, o esquema é de 
transferência de trip. 
 
� Se o contato de direção ou elemento de 
partida da proteção é utilizado, o esquema é 
de comparação direcional. 
 
VI.4 – ESQUEMAS DE ACELERAÇÃO OU 
PROLONGAMENTO DE ZONA DE 
PROTEÇÃO DE DISTÂNCIA 
 
Nestes tipos de esquemas, no caso de falha do 
Carrier, as proteções de linha irão atuar 
normalmente, apenas com atraso no tempo de 
atuação para defeitos em alguns trechos da linha 
protegida (2ª zona). 
 
A B
F1
F2
21 21
21- Trip ou Elemento Direcional21 Recepção
Bobina de Trip do Disjuntor
52/a
Transmissão
A B+ +
-
ESQUEMA DE PROLONGAMENTO OU ACELARAÇÃO DE ZONA
( 1 ) - Corte da Temporização da 2a. Zona (ACELERAÇÃO)
OU
( 2 ) - Aumento do Alcance da 1a. Zona (PROLONGAMENTO)
 
Fig. 8 – Representação do esquema de 
prolongamento ou aceleração de zona. 
 
Para um defeito na linha, pelo menos um dos 
relés o detecta na 1ª zona. Este relé desliga o 
respectivo disjuntor e envia um sinal para a 
outra extremidade da linha. Na extremidade 
receptora, o sinal é utilizado para uma das duas 
alternativas: 
 
� Cancelar a temporização de 2ª zona. A 
seguir o relé irá atuar (trip). Este esquema é 
o chamado Aceleração de Zona. 
 
� Prolongar o alcance da 1ª zona. A seguir o 
relé irá atuar (trip). Este esquema é 
conhecido como Prolongamento de Zona. 
 
O sinal transmitido pela primeira extremidade 
pode ser um sinal de trip ou de direção. 
 
 
VII. CONCLUSÃO 
 
Durante a realização deste trabalho, muito pôde-
se aprender com relação ao princípio de 
funcionamento de esquemas de teleproteção e 
ainda entender um pouco sobre os meios de 
comunicações existentes que tornam estes 
esquemas possíveis. 
 
A importância destes tipos de equipamentos 
aplicados às linhas de transmissão é crucial, pois 
buscam garantir a seletividade de todo o 
fornecimento de energia vinculado ao sistema 
em questão. 
 
Enfim, a extensão da teleproteção como um 
meio de proteção de sistemas elétricos se traduz 
numa facilidade, ou ainda, numa forma de 
buscar contornar o problema para a proteção de 
linhas de transmissão. 
 
 
VIII. AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço ao Professor Carlos Alberto 
Mohallem Guimarães cuja orientação e 
fornecimento de material foi imprescindível 
para o desenvolvimento deste trabalho. 
Agradeço também ao aluno Ramon Vilela de 
Moraes pela fornecimento de bibliografias aqui 
utilizadas. 
 
 
IX. BIBLIOGRAFIA 
 
� L. B. Filho e B. V. dos Santos - 
Teleproteção, Proteção de Sistemas 
Elétricos I – Curso de Pós-
Graduação/CESE - EFEI, 1994; 
 
� J. A. Goris – Conceitos Básicos para 
Canais de Teleproteção, 1999; 
 
� O. V. Candia e M. A. B. Reyes – 
Teleproteção em Sistemas Elétricos de 
Potência – Proteção de Sistemas Elétricos, 
EFEI, 1999. 
 
� Whestinghouse Electric Corporation – 
Applied Protective Relaying – Relay 
Instrument Division. 
 
 
BIOGRAFIA: 
 
Vinícius Caldeira Oliveira 
Nasceu em Belo Horizonte 
(MG) em 1978, onde estudou 
e concluiu o ensino médio no 
Colégio Municipal Marconi. 
Ingressou na EFEI em 1996. 
Durante o período acadêmico 
foi monitor de E312 e QUI-03 
(Química I – Parte prática) e lecionou Química 
no Curso Elit Pré-Vestibulares. Realizou estágio 
na SIEMENS LTDA em São Paulo (SP), onde 
trabalha atualmente.

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