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Intр�etação da Lei Penal ● Interpretação: ↳ Interpretar é descobrir o real sentido e o verdadeiro alcance da norma jurídica, em relação à realidade. ↳ É uma operação lógico-jurídica que se dirige a descobrir a vontade da lei, em função de todo o ordenamento jurídico e das normas superiores de cultura, a fim de aplicá-las aos casos concretos da vida real. ⇘ não pode em momento algum desvincular-se do ordenamento e do contexto histórico-cultural que está inserido. ↳ O Direito Penal não exige nenhum método específico o que possibilita a aplicação de qualquer processo hermenêutico. ● Espécies de Interpretação: 1) Quanto ao sujeito: a) autêntica: ↳ procede do próprio órgão que emana, nesse caso o Poder Legislativo, já que é ele que elabora o diploma legal. ↳ interpretação que parte do próprio sujeito que elabora o preceito a ser interpretado. ↳ pode ser: ➔ contextual: legislador insere a interpretação no próprio texto da lei. ⇘ Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. ➔ posterior: depois da lei ser editada, com o fim de de elidir incerteza ou obscuridade. b) doutrinária: ↳ é a interpretação feita pelos doutrinadores, que interpretam a lei com base em seis conhecimentos técnicos. ⇘ possuem autoridade de cultores da ciência jurídica. ↳ em resumo, é a interpretação realizada pelos escritores e comentadores da legislação e do direito. ↳ é denominado “communis opinio doctorum”. c) judicial: ↳ é a interpretação que deriva dos órgãos judiciários (juízes e tribunais) por meio da reiteração de suas decisões. ↳ é a orientação firmada pelos tribunais relativamente a determinada norma. ↳ não possuem força obrigatória, a não ser para o caso concreto (coisa julgada). 2) Quanto aos meios empregados: a) gramatical, literal ou sintática: ↳ é a interpretação que se fixa no significado das palavras contidas no texto legal. ↳ procura o sentido da lei por meio da função gramatical dos vocábulos e do sentido literal das palavras que foram utilizadas pelo legislador. ↳ deve-se levar em conta: ➔ a lei não tem palavras supérfluas; ➔ as expressões contidas na lei têm conotação técnica e não vulgar. b) lógica ou teleológica: ↳ consiste na indagação da vontade ou intenção da lei. ⇘ buscando descobrir os fundamentos político-jurídicos da norma. ↳ são investigados os motivos que determinam o preceito, as necessidades e o princípio superior que lhes deram origem. ⇘ é o chamado ratio legis. ↳ essa interpretação se vale dos seguintes elementos: ➔ ratio legis; ➔ sistemática; ➔ histórico; ➔ direito comparado, extrapenal e extrajudiciário 3) Quanto ao resultado: a) declarativa: ↳ quando a dúvida se resolve pela correspondência entre a letra e a vontade da lei, sem conferir à formula um sentido que seja mais amplo ou mais estrito. ⇘ texto não é ampliado e nem restringido. ⇘ concordância entre o resultado da interpretação gramatical e o da lógico-sistemática. ↳ “a interpretação declarativa afirma a coincidência da norma com o sentido exato do preceito” - Vicente Ráo. ⇘ Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. b) restritiva: ↳ restringe o alcance das palavras da lei até o seu sentido real, porque se trata de uma exigência jurídica. ↳ a interpretação é restritiva quando se procura minimizar o sentido ou alcance das palavras que visam refletir o direito contido na norma. ⇘ Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; c) extensiva: ↳ é utilizada quando o caso requer a ampliação do alcance das palavras para que a letra corresponda à vontade do texto. ↳ acontece quando o texto normativo não expressa a sua vontade em toda a extensão desejada, ou seja, as palavras do texto normativo dizem menos do que a sua vontade. ⇘ Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: ● Interpretação Analógica: ↳ É uma espécie de interpretação extensiva. ↳ É um processo interpretativo analógico previamente determinado pela lei, isto é, um meio indicado para integrar o preceito normativo dentro da própria norma, estendendo-o a situações análogas. ↳ Dessa forma, completa-se o conteúdo da norma com um processo de interpretação extensiva, aplicando-se analogicamente aos casos semelhantes que se apresentem, por determinação da própria norma. ↳ “É a própria lei que a ordena e, por isso, não se trata de analogia, mas de interpretação analógica, posto que ela se vincula à própria vontade da lei” - Jiménez de Asúa. ⇘ Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços ⇘ não é incomum a lei dispor sobre os casos específicos e análogos.
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