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HERMENÊUTICA E 
ARGUMENTAÇÃO
JURÍDICA
Magnum Eltz
Interpretação jurídica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar o conceito de interpretação das leis.
  Avaliar os critérios de interpretação.
  Aplicar a interpretação conforme a Constituição.
Introdução
A interpretação jurídica é a aplicação dos métodos hermenêuticos na 
busca da definição do alcance e do conteúdo da norma. Essa interpretação 
é necessária quando o sistema não dá ao jurista a clareza necessária para 
a aplicação direta da norma ao caso concreto. Neste capítulo, trataremos 
do conceito de interpretação, dos critérios da sua aplicação, do conceito 
de interpretação em conformidade com a Constituição e da sua relação 
para com os demais critérios interpretativos.
Interpretação jurídica
A interpretação é o aspecto prático da hermenêutica. Enquanto a hermenêutica 
é o ramo da fi losofi a responsável pela criação de métodos de interpretação, a 
interpretação é a aplicação desses métodos em determinado objeto.
A interpretação jurídica é um instrumento indispensável ao jurista. No 
período das glosas do Corpus Iuris Civilis de Justiniano e na exegese positivista 
de Hans-Kelsen, o culto à literalidade da lei resultava em um exercício de 
aplicação limitado pelos juristas da época. Hoje, vivemos em um verdadeiro 
cenário multidisciplinar, no qual, por um lado, temos a força do império da 
literalidade da lei e, por outro, as inflexões do mundo dos fatos em relação à 
técnica jurídica a partir de movimentos de integração de diálogo das fontes. 
Segundo Larenz (1991, p. 439):
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A interpretação da lei é, como já vimos anteriormente, um processo de duplo 
sentido, em cujo decurso se conforma a situação de fato definitiva enquanto 
enunciado, a partir da “situação de fato em bruto”, atendendo às proposições 
jurídicas potencialmente aplicáveis, e se precisa o conteúdo das normas a apli-
car, atendendo mais uma vez à situação de fato, tanto quanto seja necessário. 
“Interpretar” é [...] “uma atividade de mediação, pela qual o intérprete traz à 
compreensão o sentido de um texto que se lhe torna problemático”. O texto da 
norma torna-se problemático para quem a aplica atendendo à aplicabilidade da 
norma precisamente a uma situação de fato dessa espécie. Que o significado 
preciso de um texto legislativo seja constantemente problemático depende, 
em primeira linha, do fato de a linguagem corrente, de que a lei se serve em 
grande medida, não utilizar, ao contrário de uma lógica axiomatizada e da 
linguagem das ciências, conceitos cujo âmbito esteja rigorosamente fixado, 
mas termos mais ou menos flexíveis, cujo significado possível oscila dentro de 
uma larga faixa e que pode ser diferente segundo as circunstâncias, a relação 
objetiva e o contexto do discurso, a colocação da frase e a entoação de uma 
palavra. Mesmo quando se trata de conceitos em alguma medida fixos, estes 
contêm frequentemente notas distintivas que, por seu lado, carecem de uma 
delimitação rigorosa. 
Assim, conforme o autor (LARENZ, 1991), a interpretação ocorre pelas 
distinções entre a ciência jurídica e a linguagem utilizada nas leis ou na pró-
pria dificuldade de aplicação das leis no seu estado natural ou literal diante 
do caso concreto, situação que convida o jurista a utilizar as ferramentas de 
interpretação. Segundo Nader (2001, p. 245): 
[...] como todo objeto cultural, o Direito encerra significados. Interpretar o 
Direito representa revelar o seu sentido e alcance. Temos, assim: a) revelar 
o seu sentido — a lei que concede férias anuais ao trabalhador tem o signi-
ficado, a finalidade de proteger e de beneficiar a sua saúde física e mental; 
b) fixar o alcance das normas jurídicas — significa delimitar o seu campo 
de incidência. Dentro do exemplo citado, temos que apenas os trabalhadores 
assalariados, isto é, que participam em uma relação de emprego, fazem jus às 
normas trabalhistas. De igual modo, as normas da Lei do Regime Jurídico dos 
Servidores Públicos Civis da União têm o seu campo de incidência limitado.
O trabalho de interpretação do Direito é uma atividade que tem por escopo 
levar ao espírito o conhecimento pleno das expressões normativas, a fim de 
aplicá-lo às relações sociais. Interpretar o Direito é revelar o sentido e o al-
cance de suas expressões. Fixar o sentido de uma norma jurídica é descobrir 
a sua finalidade; é pôr a descoberto os valores consagrados pelo legislador, 
aquilo que teve por mira proteger. Fixar o alcance é demarcar o campo de 
incidência da norma jurídica; é conhecer sobre que fatos sociais e em que 
circunstâncias a norma jurídica tem aplicação.
Ihering afirmou que “a essência do Direito é a sua realização prática”, o 
que significa que o Direito existe é para ser vivido, para ser aplicado, para 
Interpretação jurídica2
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regrar efetivamente a vida social. Tal objetivo requer, para ser alcançado, o 
conhecimento prévio da ordenação jurídica por parte dos seus destinatários. 
Para cumprir o Direito, é indispensável o seu conhecimento e este é obtido 
pela interpretação. Interpretar o Direito é conhecê-lo; conhecer o Direito é 
interpretá-lo.
Assim, ao utilizar os métodos hermenêuticos para aplicar a norma, o jurista 
define o sentido e alcance das normas utilizadas. Esse alcance pode ser restri-
tivo ou extensivo, e o seu significado, literal, ou definido pelo sistema em que 
se integra, ou mesmo complementado por leis e normas externas ao Direito 
ou ao ordenamento jurídico quando há necessidade dessa complementação.
Larenz (1991, p. 245) concretiza situações em que o Direito necessita do 
uso da interpretação ao focar no Direito alemão, segundo o qual:
[...] muitos conceitos jurídicos, e precisamente os mais importantes, como, por 
exemplo, “negócio jurídico”, “pretensão”, “ilícito” não estão definidos na lei; 
outras definições legais, como a de “negligência” no § 276 do BGB, resultam 
incompletas ou equívocas. Com frequência, uma mesma expressão é usada 
em diferentes leis, e inclusivamente na mesma lei, em diferentes sentidos; 
assim, a expressão “condução de negócio alheio”, nos § 662 e § 667 do BGB, 
por um lado, e no § 675, por outro.
A necessidade da interpretação pode ainda resultar de que duas proposições 
jurídicas prescrevem para a mesma situação de fato duas consequências 
jurídicas que reciprocamente se excluem. Mesmo quando as consequências 
jurídicas não se excluem, surge a questão de se devem ter lugar uma a par com 
a outra, ou se uma norma “repele” a outra (questão do concurso de normas, 
supra, capo 11, 4). A missão da interpretação da lei é evitar a contradição 
entre normas, responder a questões sobre concurso de normas e concurso de 
regulações e delimitar, uma face às outras, as esferas de regulação, sempre 
que tal seja exigível.
Da mesma forma que no nosso Direito interno brasileiro, há normas de caráter 
definido e, portanto, obrigatórios, como determinadas formas contratuais do 
Código Civil (como compra e venda, alienação imobiliária, etc.) e determinados 
conceitos abertos (como boa-fé e função social) — ambos previstos no Código 
Civil de 2002 (BRASIL, 2002) —, que possuem abertura terminológica que 
depende de interpretação do aplicador da norma. Além disso, normas distintas 
com resoluções diferentes para o mesmo objeto, como, por exemplo, a prescrição 
por responsabilidade civil geral do Código Civil de três anos (BRASIL, 2002) 
e do Código de Defesa do Consumidor de cinco anos (BRASIL, 1990), devem 
ser interpretadas de acordo com certos critérios de aplicabilidade, para que haja 
segurança jurídica na sua aplicação ao caso concreto.
3Interpretação jurídica
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Sobre as formas de interpretação, ensina Larenz (1991, p. 245) que o:
[...] objeto da interpretação é o texto legal como “portador” do sentidonele 
vertido, de cuja compreensão se trata na interpretação. “Interpretação” (Aus-
legung) é, se nos ativermos ao sentido das palavras, “desentranhamento” 
(Auseinanderlegung), difusão e exposição do sentido disposto no texto, mas, 
de certo modo, ainda oculto. Mediante a interpretação, “faz-se falar” esse 
sentido, quer dizer, ele é enunciado com outras palavras, expressado de modo 
mais claro e preciso, e tornado comunicável.
Sobre as formas de interpretação, o autor declara que o sentido obtido 
pelas próprias palavras é uma espécie de desentranhamento, ou seja, retirada 
do sentido que está arraigado no texto legal. Essa forma dá-se pelo uso de 
métodos ligados a aspectos gramaticais e lexicais do texto. Já a exposição do 
sentido oculto do texto se dá pelo processo de “fazê-lo” falar, expressando de 
modo mais claro e preciso o texto e, portanto, comunicável ao técnico jurídico.
Como bem lembra Nader (2001, p. 246), além das leis em sentido formal:
[...] toda norma jurídica pode ser objeto de interpretação. Não apenas a lei é 
interpretável, não apenas o Direito escrito, mas toda forma de experiência 
jurídica. Assim, a norma costumeira, a jurisprudência, os princípios gerais de 
Direito devem ser interpretados para se esclarecer o seu real significado e o 
alcance das suas determinações. Soller julga preferível dizer-se “interpretação 
do Direito”, em vez de “interpretação da lei”, porque essa segunda expressão 
pode levar ao entendimento de que todo Direito se manifesta pela lei — pon-
to de vista defendido pela vetusta escola da exegese —, ou, então, à ideia, 
comentada por Ruggiero, de que só a lei, no setor do Direito, é interpretável.
A hermenêutica jurídica não se ocupa apenas das regras jurídicas genéricas. 
Fornece também princípios e regras aplicáveis na interpretação das sentenças 
judiciais e negócios jurídicos. A interpretação pode ter dupla finalidade: te-
órica e prática. É teórica quando visa apenas a esclarecer, como é próprio da 
doutrina. É prática quando se destina à administração da justiça e à aplicação 
nas relações sociais.
Assim, é possível dizer que a interpretação é a aplicação das ferramentas 
hermenêuticas às normas jurídicas, sejam leis, atos administrativos, sentenças 
e outras fontes de Direito a partir de ferramentas que se atenham à sua litera-
lidade ou aos seus sentidos ocultos a partir do uso de critérios e ferramentas 
desenvolvidas para determinar o alcance e sentido das normas.
Interpretação jurídica4
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A interpretação do Direito é necessária quando a literalidade da norma não é suficiente 
para a resolução do caso apresentado. O intérprete deve levar em conta os aspectos 
históricos e contextuais da vontade da norma e do legislador em face do caso concreto e 
da hierarquia das normas. Além disso, caso não haja solução imediata no próprio sistema, 
o preenchimento de lacunas deve ser resolvido por meio dos valores constitucionais 
daquele ordenamento jurídico.
Critérios jurídicos de interpretação
A interpretação, como visto, é uma forma de aplicar a norma a partir da busca 
por seu sentido e alcance. Essa interpretação pode ser realizada a partir da 
literalidade da norma ou a partir da descoberta de sentidos ocultos da norma, 
revelados por métodos sistemáticos ou mesmo pela aplicação dos seus princípios 
gerais. Conforme o ensinamento de Larenz (1991, p. 451-452) e as tendências 
da própria evolução da hermenêutica:
Toda a interpretação de um texto há de iniciar-se com o sentido literal. Por tal 
entendemos o significado de um termo ou de uma cadeia de palavras no uso 
linguístico geral ou, no caso de que seja possível constatar um tal uso, no uso 
linguístico especial do falante concreto, aqui no da lei respectiva. O arrimo ao uso 
linguístico é o mais evidente, porque se pode aceitar que aquele que quer dizer 
algo usa as palavras no sentido em que comumente são entendidas. O legislador 
serve-se da linguagem corrente porque, e na medida em que, se dirige ao cidadão 
e deseja ser entendido por ele. Para além disso, serve-se em grande escala de 
uma linguagem técnico-jurídica especial, na qual ele se pode expressar com 
mais precisão e cujo uso o dispensa de muitos esclarecimentos circunstanciais.
Ao realizar a leitura da legislação, o jurista deve, primeiramente, tentar extrair dentro da 
letra da lei o seu significado. Se a resposta para a dúvida legal estiver contida no texto 
de forma clara e aplicável de modo imediato ao caso concreto, assim deve proceder 
o seu intérprete para manter a segurança jurídica que se espera do ordenamento 
em questão. Quando o sentido da literalidade é múltiplo, no entanto, o intérprete 
deve utilizar as técnicas do círculo hermenêutico, ou seja, buscar no objeto, livre dos 
seus próprios valores, e no contexto significativo da própria lei (sistema normativo) o 
conteúdo a ser complementado pelas dúvidas e hipóteses do intérprete.
5Interpretação jurídica
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O contexto significativo da lei determina, em primeiro lugar, da mesma 
maneira, a compreensão de cada uma das frases e palavras, tal como tam-
bém, aliás, a compreensão de uma passagem do texto é codeterminada pelo 
contexto. Até aqui, não se trata mais do que da forma mais simples do an-
teriormente mencionado [...] “círculo hermenêutico”. Uma lei é constituída 
[...] por proposições jurídicas incompletas, a saber: aclaratórias, restritivas e 
remissivas, que só conjuntamente com outras normas se complementam numa 
norma jurídica completa ou se associam numa regulação. O sentido de cada 
proposição jurídica só se infere, as mais das vezes, quando se a considera 
como parte da regulação a que pertence (LARENZ, 1991, p. 457).
Note que se trata de uma interpretação endógena ao próprio sistema nor-
mativo, compondo um segundo passo em relação à literalidade da norma 
autocontida da interpretação literal.
Kelsen (1999, p. 387), representando a fase juspositivista, vincula esse meio 
de interpretação a uma análise do sistema de forma escalonada:
Quando o Direito é aplicado por um órgão jurídico, este necessita identificar 
o sentido das normas que vai aplicar, tem de interpretar essas normas. A 
interpretação é, portanto, uma operação mental que acompanha o processo 
da aplicação do Direito no seu progredir de um escalão superior para um 
escalão inferior. Na hipótese em que geralmente se pensa quando se fala de 
interpretação, na hipótese da interpretação da lei, deve responder-se à questão 
de saber qual o conteúdo que se há de dar à norma individual de uma sentença 
judicial ou de uma resolução administrativa, norma essa a deduzir da norma 
geral da lei na sua aplicação a um caso concreto.
Dessa forma, a norma deve ser confrontada em relação às normas supe-
riores na ordem hierárquica da Constituição, acima de todas as leis, pois é a 
sua própria fonte, as leis ordinárias e complementares e os atos normativos 
subordinados a todas as demais, bem como as sentenças jurisprudenciais que 
nada mais são, para os juspositivistas, do que o “dizer a lei”. Quando, mesmo 
ao confrontar-se com o próprio corpo legislativo, o sentido não se faz claro o 
suficiente, Larenz (1991) prossegue afirmando que deve o intérprete buscar 
então a intenção reguladora e as ideias normativas do legislador histórico:
Com isso, chegamos ao elemento “histórico” da interpretação, o qual, como 
expusemos ao princípio, há de ter-se em conta, também, ao averiguar do 
sentido da lei normativamente determinante. Sobretudo a intenção reguladora 
do legislador e as decisões valorativas por ele encontradas para alcançar 
manifestamente esse desiderato continuam a ser arrimo obrigatório para o 
Interpretação jurídica6
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juiz, mesmo quando acomoda a lei — por via da interpretação teleológica ou 
do desenvolvimento do Direito — a novas circunstâncias, não previstas pelo 
legislador, ou quando a complementa.Aqui surge, abertamente e de imediato, a questão de saber de que pessoas se tra-
ta, quando perguntamos pela vontade ou pela ideia normativa “do legjslador”.
Nos Estados modernos, o legislador não é uma pessoa individual, mas, em 
regra, uma assembleia, o parlamento e, em alguns Estados, um corpo legis-
lativo composto por duas câmaras; de vez em quando, é o mesmo a totalidade 
dos cidadãos eleitores.
Seria, evidentemente, inútil investigar as ideias que do significado desta ou 
daquela disposição legal fizeram todas as pessoas que tomaram parte no 
processo legislativo ou, pelo menos, aquelas que deram o seu assentimento 
ao projeto de lei (LARENZ, 1991, p. 463). 
Esse método, que busca uma análise valorativa da vontade do legislador, 
como critica Larenz (1991), não possui relevância em um sistema legislativo 
de parlamento em que as vontades por trás da lei são diversas. No entanto, 
não é o único meio de se buscar a finalidade (teleologia) da lei:
Os fins que o legislador intenta realizar por meio da lei são em muitos ca-
sos, ainda que não em todos, fins objetivos do Direito, como a manutenção 
da paz e a justa resolução dos litígios, o “equilíbrio” de uma regulação no 
sentido da consideração otimizada dos interesses que se encontram em jogo, 
a proteção dos bens jurídicos e um procedimento judicial justo. Além disso, 
todos nós aspiramos a uma regulação que seja “materialmente adequada”. 
Só quando se supuser essa intenção da parte do legislador se chegará, por 
via da interpretação, a resultados que possibilitam uma solução “adequada” 
também no caso concreto.
Desse modo, resultam dois grupos de critérios de interpretação teleológico-
-objetivos, que têm que ser decisivos em todos aqueles casos em que os critérios 
até agora discutidos não sejam capazes ainda de dar uma resposta isenta de 
dúvidas (LARENZ, 1991, p. 463).
Segundo Larenz (1991), nesse caso, a busca da finalidade da lei como 
uma leitura do cerne da lei é capaz de traduzir o princípio que deve orientar 
todas as disposições legais de determinado diploma, de modo que a “vontade 
oculta” daquele dispositivo se revela para a aplicação do jurista. Dessa forma, 
é possível estabelecer que os critérios de aplicação do Direito dão-se da sua 
forma mais objetiva à forma mais subjetiva, primando-se pela literalidade, por 
sua manutenção da segurança jurídica e extraindo-se conceitos mais livres de 
interpretação da norma quando a solução objetiva não é encontrada.
7Interpretação jurídica
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Embora não haja uma hierarquia clara na utilização dos métodos de interpretação 
jurídica, há uma clara evolução histórica que dita um caminho a ser seguido pelo 
jurista. Este, portanto, deve partir da interpretação mais básica, qual seja a clareza 
normativa, para, na falta dela, buscar alternativas na integração do sistema ou mesmo 
no preenchimento de lacunas por meio do uso de preceitos fundamentais. Essa lógica 
é implícita no sistema jurídico a partir da criação de instâncias de controle legal nos 
juízos inferiores e análise constitucional na instância superior. No Brasil, apesar de o 
controle de constitucionalidade ser realizado também de forma difusa, ainda é um 
meio complementar de interpretação em relação ao respeito à norma escrita em 
virtude do princípio da segurança jurídica e da repartição de poderes.
Interpretação conforme a Constituição 
e a interpretação jurídica
A interpretação conforme a Constituição é uma ruptura com a hermenêutica 
clássica dogmática, fazendo parte de uma segunda etapa dessa arte. Nela, os 
princípios gerais de determinada nação, presentes na sua Constituição, servem 
como base de preenchimento de lacunas legais.
Segundo Bobbio (1999, p. 119-120), o Estado positivista e a interpretação 
restritiva e literal são frutos de um dogma: 
O dogma da completude, isto é, o princípio de que o ordenamento jurídico 
seja completo para fornecer ao juiz em casa caso, uma solução sem recorrer à 
equidade, foi dominante e o é, em parte, até agora, na teoria jurídica europeia 
de origem romana. Por alguns é considerado como um dos aspectos salientes 
do positivismo jurídico. [...] Nos tempos modernos, o dogma da completude 
tornou-se parte integrante da concepção estatal do Direito, isto é, daquela 
concepção que faz da produção jurídica um monopólio do Estado. Na medida 
em que o Estado moderno crescia em potência, iam-se acabando todas as 
fontes de Direito que não fossem a Lei ou o comando soberano.
Bobbio (1999, p. 115) define essa completude:
Por “completude” entende-se a propriedade pela qual um ordenamento jurídico 
tem uma norma para regular qualquer caso. Uma vez que a falta de uma norma 
se chama geralmente “lacuna” (num dos sentidos do termo “lacuna”), “com-
pletude” significa “falta de lacunas”. Em outras palavras, um ordenamento é 
completo quando o juiz pode encontrar nele uma norma para regular qualquer 
caso que se lhe apresente, ou melhor, não há caso que não possa ser regulado 
Interpretação jurídica8
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com uma norma tirada do sistema. Para dar uma definição mais técnica de 
completude, podemos dizer que um ordenamento é completo quando jamais se 
verifica caso de que a ele não de podem demonstrar pertencentes nem a uma 
certa norma, nem à norma contraditória. Especificando melhor, a incompletude 
consiste no fato de que o sistema não compreende nem a norma que proíbe 
um certo comportamento, nem a norma que o permite. De fato, se se pode 
demonstrar que nem a proibição nem a permissão de certo comportamento 
são dedutíveis do sistema, da forma que foi colocado, é preciso dizer que o 
sistema é incompleto e que o ordenamento jurídico tem uma lacuna.
O reconhecimento das lacunas em um sistema é o passo natural após o 
vencimento do princípio in claris cessat interpretation, portanto:
Outrora, vigorava o princípio in claris cessat interpretatio. Pensavam os 
juristas antigos que um texto bem redigido e claro dispensava a tarefa do 
intérprete. Havia a ideia errônea de que o papel do intérprete era o de “torcer 
o significado das normas”, para colocá-las de acordo com o interesse do 
momento. A confirmar a desconfiança no trabalho dos intérpretes, encon-
tramos em Hufeland a declaração de que “é um mal que a lei precise de uma 
interpretação. As leis não devem estar sujeitas às chicanas jurídicas”. O jurista 
brasileiro Paula Batista, autor de uma apreciada “Hermenêutica jurídica”, 
esposou essa tese, há mais de meio século, afirmando: “Ou existem motivos 
para dúvidas do sentido de uma lei, ou não existem. No primeiro caso, cabe 
interpretação, pela qual fixamos o verdadeiro sentido da lei e a extensão do 
seu pensamento; no segundo, cabe apenas obedecer ao seu preceito literal” 
(NADER, 2001, p. 257).
Dessa forma, quando não há clareza no sistema e a solução do caso concreto 
não pode ser depreendida dos métodos clássicos da interpretação dogmática, 
é necessária a construção de novos caminhos de interpretação do sistema 
jurídico. Segundo Larenz (1991, p. 479):
Entre os princípios ético-jurídicos, aos quais a interpretação deve orientar-se, 
cabe uma importância acrescida aos princípios elevados a nível constitucio-
nal. Estes são, sobretudo, os princípios e decisões valorativas que encontram 
expressão na parte dos direitos fundamentais da Constituição, quer dizer, a 
prevalência da “dignidade da pessoa humana” (art. 1º da Lei Fundamental), 
a tutela geral do espaço de liberdade pessoal, com as suas concretizações nos 
art. 2º, 4º, 5º, 8º, 9º, 11 e 12 da Lei Fundamental; o princípio da igualdade, 
com as suas concretizações no art. 3º, parágrafos 2º e 3º da Lei Fundamental, 
e, para além disso, a ideia de Estado de Direito, com as suas concretizações 
nos art. 19, parágrafo 4º, e 20, parágrafo 3º da Lei Fundamental e na seção 
relativa ao poder judicial, à democracia parlamentar e à ideia de Estado So-
cial. É reconhecido que esses princípios hão de ter-se emconta também na 
interpretação da legislação ordinária e na concretização de “cláusulas gerais”.
9Interpretação jurídica
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Esse tipo de interpretação segundo a Constituição, portanto, invoca as 
bases constitucionais do Estado para buscar, por meio de princípios abertos, 
uma interpretação axiológica, ou seja, valorativa, da lacuna legal, para que 
possamos encontrar a “teleologia constitucional” da norma.
Essa interpretação pode se dar pelo controle de constitucionalidade de 
determinada norma:
Como as normas constitucionais precedem em hierarquia todas as demais 
normas jurídicas, uma disposição da legislação ordinária que esteja em contra-
dição com um princípio constitucional é inválida. Só o Tribunal Constitucional 
Federal pode decidir sobre se uma disposição do Direito pós-constitucional 
contradiz a Constituição. Declarou em muitos acórdãos que uma disposição 
só é inconstitucional e, portanto, inválida, quando não pode ser interpretada 
“em conformidade com a Constituição” (LARENZ, 1991, p. 480). 
Ainda segundo Larenz (1991), pelos métodos tradicionais, o controle de 
constitucionalidade tomando por base a ordem hierárquica constitucional 
seria o único possível. No Brasil, tal controle se dá de forma difusa (nas 
cortes inferiores na análise do caso concreto) e concentrada na corte superior 
(Supremo Tribunal Federal) por intermédio do recurso extraordinário e das 
ações diretas de constitucionalidade e de desrespeito a preceito fundamental.
Quando, no entanto, o legislador tenha intentado um efeito mais amplo do que o 
permitido nos termos da Constituição, a lei pode, no parecer do Tribunal Cons-
titucional Federal, ser interpretada restritivamente “conforme a Constituição”. 
Só se trataria de um tal caso se “da intenção do legislador se preserva o máximo 
do que, segundo a Constituição, se pode preservar”. Na verdade, já não se trata 
aqui de interpretação, mas de uma redução teleológica (infra capo V, 2c) e, por 
conseguinte, de um desenvolvimento do Direito conforme à Constituição. A 
sua pauta não é, como em regra, o sentido e o escopo da regulação em causa, 
mas o preceito da conformidade à Constituição, em conexão com o empenho 
de preservar tanto dela quanto esse preceito o permita (LARENZ, 1991, p. 480).
A forma tradicional de interpretação hierárquica, no entanto, é sucedida 
pelo uso dos já mencionados princípios constitucionais, quando não há regra 
clara mesmo na lei maior:
[...] “princípios” são pautas carecidas de preenchimento, para cuja concretização 
são convocados tanto o legislador ordinário como a jurisprudência. Aqui vale, 
segundo a Constituição, um primado de concretização do legislador. Este significa 
que onde o princípio deixe em aberto diferentes possibilidades de concretização, 
os tribunais estão vinculados à escolhida pelo legislador ordinário, não lhes sendo, 
Interpretação jurídica10
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portanto, lícito substituí-la por outra — porventura, por via de uma interpretação 
“conforme à Constituição” ou de uma correção da lei — que, em sua opinião, 
seja de preferir. Só quando — e na medida em que — a regulação encontrada 
pelo legislador contradiz pura e simplesmente o princípio constitucional, quer 
dizer, não representa já qualquer possível concretização do princípio, é que se 
há de recusar a validade à lei por inconstitucional (LARENZ, 1991, p. 480).
Cabe ao julgador, portanto, analisar a legislação em tela em relação aos 
princípios constitucionais para verificar se ela é coberta por tais princípios. Caso 
não haja correspondência entre a legislação e os preceitos que orientam as leis 
em geral, é possível a declaração de inconstitucionalidade daquela legislação. 
Por outro lado, é possível também que o princípio que reveste de consti-
tucionalidade determinada norma entre em conflito com outros princípios 
constitucionais. Nesse caso, a Corte deve utilizar métodos de ponderação de 
princípios. Um desses métodos é a chamada ordem hierárquica de valores:
Considera-se chamado a decidir em relação à revisão de sentenças dos tribu-
nais comuns transitadas em julgado, sempre que a sentença viole o Direito 
Constitucional. Este é sobretudo o caso quando assenta numa concepção em 
princípio incorreta sobre o significado e alcance de um direito fundamental, 
ou quando o resultado da interpretação não é compatível com as normas 
de direitos fundamentais e com a ordem de valores nelas estabelecidas. A 
expressão “ordem de valores”, ou mesmo “ordem hierárquica de valores”, é, 
no entanto, equívoca (LARENZ, 1991, p. 483).
Larenz (1991, p. 483), ressalva, no entanto, que:
Não deve conceber-se por tal algo como um catálogo completo de valores válidos 
“em si” (com inclusão da posição hierárquica que em cada caso lhes cabe). Algo 
assim transcende, mesmo que fosse de todo em todo possível, as faculdades e 
também a competência de um legislador constitucional. Mas é verdade que subjaz 
à Lei Fundamental o reconhecimento de determinados valores humanos gerais, 
como, sobretudo, a dignidade humana e o valor da personalidade humana, e que 
para a tutela desses valores foram atribuídos ao indivíduo direitos fundamentais 
amplamente tutelados, como também se elevou a Direito vigente de escalão 
constitucional certos princípios ético-jurídicos e político-constitucionais — como 
o princípio da igualdade, o princípio do Estado de Direito e do Estado Social. É 
também verdade que esses direitos fundamentais e princípios não estão uns a par 
dos outros, sem conexão, mas que se relacionam uns com os outros de acordo com 
o sentido e, por isso, podem tanto complementar-se como delimitar-se entre si. 
Não é outra coisa o que pretende dizer o Tribunal Constitucional Federal quando 
fala da Constituição como “um todo de sentido” ou da “unidade desse sistema 
fundamentante de valores”. De modo nenhum se quer dizer com isso que se possa 
retirar da Lei Fundamental, como se fosse uma tabela, o “valor posicional” de 
cada um dos direitos fundamentais ou princípios constitucionais. 
11Interpretação jurídica
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Dessa forma, quando se trata de princípios fundamentais, não há como 
se valorar um princípio em detrimento do outro. Por exemplo, a ordem eco-
nômica e o direito ao meio ambiente não podem excluir um ao outro, pois 
ambos compõem os direitos fundamentais elencados, respectivamente, nos 
arts. 170 e 225 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), cabendo ao julgador 
uma forma de composição desses princípios. Segundo o autor:
Que tal não é a opinião do Tribunal Constitucional Federal decorre claramente 
de que, em caso de colisão de direitos fundamentais ou bens jurídicos tutelados 
pela Constituição, ele utiliza, como havemos de ver (infra, cap. V, 3), preponde-
rantemente o método da “ponderação de bens no caso particular”; [...] tem que 
ser, por seu lado, interpretada também à luz desse direito fundamental e do alto 
valor hierárquico que lhe cabe, de modo a que, assim, o direito fundamental 
continue a manter uma certa primazia. Tem lugar, como diz o Tribunal Cons-
titucional Federal, uma “interação recíproca, no sentido de que as ‘leis gerais’, 
na verdade impõem, segundo o teor literal, barreiras ao direito fundamental; 
mas elas, por seu lado, têm que ser interpretadas com base no conhecimento 
do significado da estruturação valorativa desse direito fundamental do Estado 
liberal democrático, sendo assim também elas mesmas restringidas na sua ação 
delimitadora do direito fundamental”. O Tribunal Constitucional Federal fala de 
uma “ação de irradiação” do direito fundamental sobre o simples Direito legal 
que o restringe. Isso é compreensível se na “lei geral” se trata, como no primeiro 
dos acórdãos mencionados, de uma cláusula geral (§ 826 do BGB), pois que na 
sua concretização não deve por certo deixar de se prestar atenção à primazia 
de valor do direito fundamental.No restante, a interpretação restritiva que se 
exige da “lei geral”, de acordo com a importância e o grau de valor do direito 
fundamental restringido desse modo, conduz de novo o Tribunal Constitucional 
Federal a uma “ponderação de bens” — a saber, entre o direito fundamental e 
o bem protegido pela lei restritiva.
Essa ponderação deve ser realizada de forma a dar sentido de coerência prin-
cipiológica ao sistema jurídico, mas, no entanto, deve ser dotado de técnica 
interpretativa para que haja segurança jurídica (LARENZ, 1991, p. 483-484).
Em resumo, conclui Larenz (1991, p. 484) que:
[...] é claro que o Tribunal Constitucional Federal tampouco quer considerar 
a esse propósito o sentido literal possível da “lei geral” como limite de uma 
interpretação que a restringe, sendo antes a lei corrigida sempre que o exija a 
salvaguarda da primazia de valor do direito fundamental no caso particular. 
Então não se trata já de uma mera interpretação (“conforme a Constituição”), 
mas de uma correção da lei orientada pelas normas constitucionais e pela 
primazia de valor de determinados bens jurídicos que delas se deduz.
Interpretação jurídica12
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Assim, ao passo que a literalidade não é suficiente para dar conta de todos os 
casos de conflitos entre a legislação e a Constituição, é necessário que se tenha 
cuidado de dar preferência à coerência do sistema jurídico, estando relegados ao 
controle constitucional aqueles casos em que os princípios fundamentais têm a 
sua primazia ferida. Isso considerando que toda a legislação possui amparo em 
determinado valor fundamental que a suporte, caso contrário não seria recebida 
pela Constituição vigente (e, portanto, deve ser considerada inconstitucional).
A interpretação jurídica é um meio de aplicar a legislação, em que devem ser conside-
rados pelo intérprete a literalidade da lei, a coerência sistemática e hierárquica das leis, 
a vontade do legislador como aspecto histórico e as circunstâncias do caso concreto. 
Por fim, a finalidade objetiva da lei extraída do próprio sistema jurídico e, em caso de 
lacunas substanciais, devemos buscar na Constituição e nos princípios fundamentais 
a solução do conflito normativo que se apresenta.
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13Interpretação jurídica
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