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Tecnologias Emergentes no Agronegócio - Tendências 2022

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1
 
 
Produzido em parceria com:
TENDÊNCIAS 
PARA UM FUTURO 
MAIS SUSTENTÁVEL 
E EFICIENTE
Special 
Edition
Tecnologias 
emergentes no 
Agronegócio
2
Emerging 
Technologies
Agro –– 2022
A MIT Technology Review, em parceria com o Cubo 
Agro, apresenta a pesquisa Emerging Technologies 
Agro - 2022, que investigou o cenário do investimento 
tecnológico do agronegócio brasileiro com o objetivo de 
antecipar tendências para os próximos anos em vias de 
serem concretizadas.
SOLUÇÕES POSSÍVEIS PARA UM 
FUTURO MAIS EFICIENTE
Uma iniciativa apoiada por:
Produzido em parceria com:
3
Emerging 
Technologies
Agro –– 2022
REALIZAÇÃO
Produzido pelo TEC Institute, a pesquisa 
tinha como objetivo medir a intenção de 
investimento da agroindústria em tecnologias 
habilitadoras. Para isso, ouviu líderes e 
tomadores de decisão em tecnologia 
para o segmento, entre produtores rurais, 
agricultores e pecuaristas; representantes 
da agroindústria e fabricantes de insumos.
METODOLOGIA
Foram aplicados 200 questionários 
estruturados on-line aplicados a 
representantes dos setores primário e 
secundário e de vários segmentos do 
agronegócio. As perguntas foram compostas 
de acordo com escala Likert e admitiam 
respostas com variação de 1 a 5, sendo o 
3, neutro. O resultado foi determinado pela 
média aritmética de todas as respostas com 
os valores correspondentes. A análise das 
respostas foi realizada por meio de estatística 
descritiva, buscando correlações entre as 
variáveis avaliadas, de forma a investigar 
as razões para o investimento e para a não 
intenção de investir nas tecnologias.
Além disso, foram entrevistadas 16 lideranças 
do setor com o auxílio de questionários 
semiestruturados. Os resultados foram 
compilados de forma a propiciar reflexões 
complementares para o tema.
OBJETIVO
Investigar o cenário de investimento 
tecnológico do agronegócio brasileiro 
e antecipar tendências tecnológicas 
que possuem viabilidade de aplicação 
nos próximos anos. Além disso, criar 
referência para que líderes possam ter 
mais embasamento para suas decisões de 
investimento no segmento. 
4
PRINCIPAIS 
DADOS DA 
PESQUISA
Segmentos representados
Intenção de investimento em 
tecnologias habilitadoras
PRIMÁRIO
Produtores 
rurais, como 
agricultores 
e pecuaristas.
As tecnologias foram avaliadas em uma escala 
de 1 a 5, onde 1 é “Muito baixa” e 5 é “Muito Alta”.
Líderes e 
tomadores 
de decisão 
em tecnologia 
do segmento 
de agronegócio 
brasileiro.
Açúcar e álcool 
Adubo, 
defensivos ou 
sementes / 
insumos agrícolas 
Algodão e grãos 
Café 
Proteína animal 
Leite e derivados 
Madeira e 
celulose 
IA e aprendizado 
de máquina 
4,07 
Georreferenciamento e 
cartografia digital 
4,01 
Analytics e
big data 
4,21 
Digital twins 3,12 
Meteorologia digital 3,94
Máquinas e 
equipamentos 
Óleos, farinhas e 
conservas 
Revenda de 
máquinas 
Têxtil 
FLV (frutas, 
verduras e 
legumes) 
Cooperativas e 
distribuidores
36%
SECUNDÁRIO
Agroindústrias 
e fabricantes 
de insumos.
64%
ENTREVISTAS 
QUALITATIVAS
16
ENTREVISTAS 
QUANTITATIVAS
200
4,04 Cloud computing e 
cibersegurança
3,77 
Autonomia e 
computação 
de borda 
Blockchain 3,48 
Visão computacional 
(RA/RV) 
3,71 
Biotecnologia 3,79 
3,44 Interfaces naturais e 
assistentes virtuais 
Descarbonização 3,79 
Conectividade 
5G e internet 
das coisas 
4,26
5
Tecnologias com maior e menor 
intenção de investimento por setor
Outras tecnologias listadas na 
pesquisa como destaque
Setor primário
Produtores rurais, agricultores e pecuaristas
Principais 
correlações 
entre variáveis
Setor secundário
Agroindústrias e fabricantes de insumos
CONECTIVIDADE 
5G E INTERNET 
DAS COISAS
ANALYTICS E 
BIG DATA
GEORREFE- 
RENCIAMENTO 
E CARTOGRAFIA 
DIGITAL
CONECTIVIDADE 
5G E INTERNET 
DAS COISAS
BLOCKCHAIN
INTERFACES 
NATURAIS E 
ASSISTENTES 
VIRTUAIS
METEOROLOGIA 
DIGITAL
INTELIGÊNCIA 
ARTIFICIAL E 
APRENDIZADO DE 
MÁQUINA
4,27 (+)
4,26 (+)
DIGITAL TWINS
3,18 (–)
DIGITAL TWINS
3,09 (–)
4,13 (+)
4,25 (+)
3,38 (–)
3,46 (–)
4,13 (+)
4,14 (+)
INTERFACES 
NATURAIS E 
ASSISTENTES 
VIRTUAIS
3,40 (–)
BLOCKCHAIN
3,54 (–)
I
Quanto mais 
investimento em 
“Inteligência artificial 
e aprendizado de 
máquina” mais se 
investe em “Analytics e 
big data”.
II
Quanto mais 
investimento em “Visão 
computacional (RA/
RV)”, mais se investe 
em “Interfaces naturais 
e assistentes virtuais”.
III
Quanto mais 
investimento em 
“Analytics e big data”, 
mais se investe em 
“Cloud computing e 
cibersegurança” 
IV
Quanto mais 
investimento em 
“Analytics e big data”, 
mais se investe em 
“Conectividade 5G e 
internet das coisas”. 
V
Quanto mais 
investimento em 
“Georreferenciamento 
e cartografia digital”, 
mais se investe em 
“Meteorologia digital”.
As tecnologias foram avaliadas em uma escala de 1 a 
5, onde 1 é “Muito baixa” e 5 é “Muito Alta”.
AÇÚCAR E ÁLCOOL
Georreferenciamento e 
cartografia digital
Digital twins 
4,52 
2,57 
COOPERATIVAS E DISTRIBUIDORES 
Analytics e big data 
Digital twins 
4,62 
3,29 
REVENDA DE MÁQUINAS 
Analytics e big data 
Interfaces naturais e 
assistentes virtuais
4,40 
2,90
LEITE E DERIVADOS
Georreferenciamento e 
cartografia digital
Digital twins 
4,53 
2,93 
FLV (FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES)
Meteorologia digital 
Digital twins 
4,50 
2,90 
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 
Conectividade 5G e internet 
das coisas 
Digital twins
4,52 
2,76 
CAFÉ
Georreferenciamento e 
cartografia digital
Digital twins 
4,82 
3,27 
TÊXTIL 
Inteligência artificial e 
aprendizado de máquina 
Digital twins
4,67 
3,33 
MADEIRA E CELULOSE 
Georreferenciamento e 
cartografia digital
Digital twins 
4,78 
3,22 
ALGODÃO E GRÃOS
Georreferenciamento e 
cartografia digital 4,23
3,15 
ÓLEOS, FARINHAS E CONSERVAS 
Inteligência artificial e 
aprendizado de máquina 
Visão computacional 
(RA/RV)
4,67 
3,33 
PROTEÍNA ANIMAL 
Georreferenciamento e 
cartografia digital
Digital twins 
4,60 
3,15 
ADUBO, DEFENSIVOS OU SEMENTES / INSUMOS
Analytics e big data
Digital twins 
4.38 
3.21 
Digital twins
• EOS - earth observation 
system, satélites 
• Drones, veículos 
autônomos 
• Metaverso 
• Combustível e 
energia alternativa 
• Hidrogênio verde 
• Biotech e Nanotech 
• Biobased resíduos 
• Fenotipagem digital 
• Proteínas alternativas 
• Tokenização de ativos
6
Emerging 
Technologies
Agro –– 2022
Jornada rumo ao Data 
decisioning
N a visão dos entrevistados, investimentos em “Analytics e big data” habilitam o desenvolvimento 
de projetos envolvendo “Inteligência artificial 
e aprendizado de máquina”.
A percepção de que não há mais espaço 
para decisões baseadas apenas no feeling 
do gestor evidencia a necessidade de mais 
previsibilidade sobre os resultados de cada 
ação tomada. Para isso, nada melhor do que 
uma combinação entre Inteligência Artificial 
e Big Data. O papel da IA é justamente cruzar 
dados, identificar relações e gerar insights em 
um nível que seria praticamente impossível 
para o cérebro humano.
Quanto mais investimento em 
“Inteligência artificial e aprendizado de 
máquina” mais se investe em “Analytics 
e big data”. 
01
7
Emerging 
Technologies
Agro –– 2022
Inteligência artificial 
na análise de cenários
E m uma definição abrangente, visão computacional é o campo da inteligência artificial dedicado 
à extração de informações a partir de 
imagens digitais. 
No contexto das tecnologias emergentes 
no Agro, pode ser usada para a detecção de 
doenças e pragas e a estimação de safra, 
além de ser essencial em sistemas robóticos 
agrícolas. Existe um feedback qualitativo 
de que o campo precisa de tecnologias que 
integrem a tecnologia no ambiente natural 
dos colaboradores. Isso fica evidente também 
no aparecimento do termo “Metaverso” em 
terceiro lugar da pesquisa aberta.
Quanto mais investimento em “Visão 
computacional (RA/RV)”, mais se 
investe em “Interfaces naturais e 
assistentes virtuais”.02
8
Emerging 
Technologies
Agro –– 2022
Cloud como caminho 
para expansão do uso 
de dados
C loud computing e big data têm características que levam uma complementaridade entre si de 
uma forma natural. O investimento em cloud 
pode trazer mais velocidade de captura e 
processamento da informação em tempo 
real. Uma tecnologia emergente identificada 
na qualitativa, foi a aplicação de conceitos de 
Edge Computing no agro. 
Quanto mais investimento em 
“Analytics e big data”, mais se 
investe em “Cloud computing e 
cibersegurança”.
03
9
Emerging 
Technologies
Agro –– 2022
Conectividade 
para capturar mais 
informação
A relação do uso de dados no campo respeita um processo de maturidade em transformação 
digital. Dessa forma, quanto mais investimento 
em analytics, mais necessidade por 
conectividade e sensores para produzir 
mais dados e auxiliar na tomada de decisão. 
Dessa forma, a tecnologia 5G torna-se 
uma ponte na qual os dados podem ser 
enviados rapidamente.
Quanto mais investimento em 
“Analytics e big data”, mais se investe 
em “Conectividade 5G e internet 
das coisas”. 
04
10
Emerging 
Technologies
Agro –– 2022
Crescimento 
do EOS
P ercebe-se que os investimentos em base tecnológica de conectividade e análise, habilitam mais investimento 
em tecnologias EOS - earth observation 
system, satélites. Outro item que foi observado 
em nossa pesquisa aberta. Dessa forma, o 
uso combinado de mapas georreferenciados 
com recursos de meteorologia digital facilita a 
identificação de fenômenos que influenciam 
nas atividades de plantio.
Quanto mais investimento em 
“Georreferenciamento e cartografia 
digital”, mais se investe em 
“Meteorologia digital”.
05
A história do agronegócio é marcada por 
revoluções tecnológicas e, no Brasil, uma 
delas ocorre justamente neste momento, 
impulsionada pelos avanços do mundo digital. 
Imagens de satélite, já usadas há algum tempo 
pelo setor, dividem espaço cada vez mais 
com tecnologias de precisão, biotecnologia, 
sensores, robôs, drones e análise de dados. 
Ferramentas que têm apoiado a criação de um 
modelo sustentável e competitivo de agricultura 
tropical sem paralelo no mundo, com uma 
agricultura baseada em ciência, inovação 
e empreendedorismo.
Para conhecer o cenário de investimento no setor 
e conseguir antecipar tendências tecnológicas 
viáveis em aplicação para os próximos anos, 
a MIT Technology Review Brasil analisou a 
pesquisa Emerging Technologies, realizada 
pelo TEC Institute. Nela, foram ouvidos líderes 
e tomadores de decisão em tecnologia para o 
segmento, entre produtores rurais, agricultores 
e pecuaristas (36% dos entrevistados) e 
agroindustriais e fabricantes de insumos (64% 
dos entrevistados). Foram consultados 200 
participantes na pesquisa quantitativa e 16 
na qualitativa.
As tecnologias com maior média de 
uso apontadas foram, respectivamente, 
conectividade 5G e Internet das Coisas (com 
média de 4,26), analytics e big data (com 4,21), 
UMA REVOLUÇÃO 
EM GERMINAÇÃO
Emerging Technologies: Pesquisa realizada 
pelo TEC Institute e publicada pela MIT 
Technology Review Brasil identifica cenário 
de investimentos em tecnologia e aponta 
tendências para o Agro no Brasil.
Por Gabriel Menezes
Inteligência Artificial e aprendizado de máquina 
(com 4,07), cloud computing e cibersegurança 
(com 4,04) e georreferenciamento e cartografia 
digital (com 4,01). A tecnologia com menor 
média apontada foi digital twins (representações 
virtuais dos produtos), com 3,12.
O relatório também revelou quais tecnologias 
são mais requisitadas por diferentes segmentos 
de atuação do agro. O georreferenciamento e 
cartografia digital, por exemplo, foram os mais 
citados pelas áreas de açúcar e álcool (com 
média de 4,52), algodão e grãos (com 4,23), 
café (com 4,82), proteína animal (com 4,60), 
leite e derivados (com 4,53) e madeira e celulose 
(com 4,78).
Outro questionamento foi sobre o eventual uso 
de alguma tecnologia não citada na lista. Nas 
respostas abertas, foram apontados drones e 
veículos autônomos, EOS (Earth observation 
system, satélites), metaverso, hidrogênio 
verde, biotech e nanotech, biobased resíduos, 
fenotipagem digital, proteínas alternativas e 
tokenização de ativos.
A implantação da inovação e a relação 
entre variáveis de investimento
A pesquisa também identificou correlações 
de variáveis de investimento. A mais forte 
detectada foi a de que quanto mais investimento 
em “Inteligência Artificial e aprendizado de 
máquina”, mais se investe em “Analytics e Big 
Data”. Com a análise dos dados e feedbacks 
qualitativos, foi compreendido que “Analytics 
e Big Data” habilita o desenvolvimento de 
projetos envolvendo “Inteligência Artificial e 
aprendizado de máquina”. Essas tecnologias 
estão sendo usadas no setor de laranjas, por 
exemplo, para automatizar a contagem de 
frutos, o que no processo convencional é 
feito por meio da derriça (a retirada de todos 
os frutos). Um projeto desenvolvido pela 
Embrapa e o Fundo de Defesa da Citricultura 
(Fundecitrus) permite que esse trabalho seja 
feito por robôs, que distinguem os frutos verdes 
e maduros, sem precisar arrancá-los. O trabalho 
começou em 2019 e está em fase de refinamento 
da metodologia, com conclusão prevista 
para 2022. 
Para o processo, o computador tem que 
aprender a reconhecer o que é uma laranja 
verde ou madura, diferenciando-a de folhas, 
caules e galhos, além de considerar a densidade 
das plantas, diferença entre floradas, 
iluminação não uniforme e áreas sombreadas. 
Para isso, os pesquisadores utilizam técnicas 
de processamento digital de imagens e 
aprendizado de máquina (machine learning), 
que criam algoritmos que permitem ao 
computador enxergar os frutos com o máximo 
de precisão.
Com a implantação da inovação, a ideia é 
aprimorar o método atual de contagem dos 
QUANTO MAIS 
INVESTIMENTO EM 
“INTELIGÊNCIA 
ARTIFICIAL E 
APRENDIZADO DE 
MÁQUINA”, MAIS 
SE INVESTE EM 
“ANALYTICS E 
BIG DATA”
12
13
frutos e reduzir os custos operacionais, gerando 
um protocolo metodológico mais eficiente para 
apoiar a estimativa da safra. O cálculo dependerá, 
ainda, de outras metodologias, envolvendo 
mapeamento dos pomares de citros, coleta de 
dados nas propriedades e inventário de árvores.
A segunda correlação de variáveis detectada 
pela pesquisa Emerging Technologies foi a 
de que quanto mais investimento em “Visão 
computacional (RA/RV)”, mais se investe, 
também, em “Interfaces naturais e assistentes 
virtuais’’. Por meio de um feedback qualitativo, 
foi compreendido que o campo precisa de 
ferramentas que integrem a tecnologia no 
ambiente natural dos colaboradores. Isso 
foi visível, também, na citação do termo 
“Metaverso”, que ficou no terceiro lugar da 
pesquisa aberta de tecnologias.
Já a terceira correlação identificada foi de que, 
quanto mais investimento em “Analytics e Big 
Data”, mais se investe em “Cloud computing 
e cibersegurança”. Nesse caso, foi possível, 
também, enxergar a sinergia entre analytics 
e cloud. O investimento em cloud pode trazer 
mais velocidade de captura e processamento 
da informação em tempo real. Uma tecnologia 
emergente identificada na qualitativa foi a 
aplicação de conceitos de Edge Computing 
no agro. Com ele, busca-se o processamento, 
a análise e o armazenamento de dados mais 
próximos de onde eles são gerados para 
permitir análises e respostas rápidas, quase em 
tempo real.
A quarta correlação foi: quanto mais se investe 
em “Analytics e Big Data”, mais investimento é 
feito, também, em “Conectividade 5G e Internet 
das Coisas”. Foi identificado que a relação do 
uso de dados no campo respeita um processo 
de maturidade em transformação digital. Dessa 
forma, quanto mais investimento em analytics, 
mais necessidade por conectividade e sensores 
para produzir mais dados e auxiliar na tomada 
de decisão.
E, por último, a quinta correlação identificou 
que quanto mais investimento em 
“Georreferenciamento e cartografia digital”, 
mais se investe, também,em “Meteorologia 
digital”. Foi percebido que os investimentos 
em base tecnológica de conectividade e análise, 
habilitam mais investimento em tecnologias 
EOS (earth observation system, satélites) - 
outro item observado na pesquisa aberta.
14
A importância da conectividade para o 
agronegócio brasileiro
A pesquisa foi encomendada pelo Cubo Agro, 
hub de inovação para o agronegócio criado 
há cerca de um ano e mantido pela empresas 
Itaú BBA, Corteva Agriscience, São Martinho, 
CNHi e Suzano. O objetivo é criar a conexão 
entre startups, grandes empresas, fundos de 
investimentos e demais agentes do ecossistema 
do setor. Atualmente, ele conta com 25 agtechs 
que participam de diversas atividades de 
inovação aberta e geração de resultados por 
meio da adesão a novas tecnologias.
Para Mário Lúcio Pires, diretor de Agronegócio 
do Itaú BBA, o resultado trouxe diagnósticos 
que são percebidos no relacionamento do dia 
a dia com diferentes agentes do segmento. O 
principal deles: a importância da conectividade. 
“As tecnologias de ponta já estão disponíveis 
no Brasil, mas em muitos casos não há como 
utilizá-las por conta da falta de conectividade. É 
um grande desperdício. Não é só o 5G que ainda 
não é uma realidade. Em muitos lugares não 
há qualquer conexão. Até mesmo uma troca de 
mensagens por um aplicativo de conversa, algo 
que parece banal para muita gente, torna-se 
inviável”, comenta.
Segundo o diretor, essa falta de conectividade 
impede totalmente ou torna menos eficaz a 
utilização de ferramentas fundamentais para a 
redução de custos e aumento de produtividade. 
Ele, no entanto, mostra-se otimista e aposta 
que, com o aumento cada vez maior da 
importância do agronegócio para a economia 
nacional, será inevitável que o investimento em 
infraestrutura para o segmento se torne uma 
prioridade na agenda do país. Para o executivo, 
com mais tecnologia e modernidade no agro, 
não só as pessoas envolvidas nessa cadeia de 
negócios têm a ganhar. “Mesmo diante das 
restrições com relação à conectividade, temos 
empreendedores e startups buscando soluções 
criativas com o que é possível fazer no momento. 
São pessoas e empresas que estão trabalhando e 
conhecendo a realidade de um setor que envolve 
uma série enorme de variáveis, a começar pelo 
clima, que é algo que não podemos controlar”.
Outra demanda apontada pelo relatório está 
relacionada às ferramentas de gestão, um 
ponto que Pires aponta como fundamental para 
a modernização do campo. “Trabalhamos há 
muitos anos no Itaú BBA auxiliando o produtor 
a se profissionalizar e criar governança em 
seu negócio. Isso era algo que praticamente 
não existia. Atualmente, existem muitas 
ferramentas tecnológicas que tornam essas 
questões muito mais fáceis e acessíveis. Só vão 
sobreviver no mercado aqueles que tiverem 
uma gestão organizada”, afirma.
Pedro Barros Barreto Fernandes, também 
diretor de agronegócio do Itaú BBA, concorda 
que a pesquisa traz elementos que confirmam 
tendências que já eram apresentadas pelos 
clientes. E frisa que foi justamente a percepção 
da demanda por inovações que levou o Cubo a 
criar uma vertical especificamente dedicada 
ao agronegócio. “Conseguimos formar uma 
vertical com diversos sponsors e, com isso, 
ter uma capacidade de atração de companhias. 
Ainda estamos num momento de curva, de uma 
grande entrada de empresas no Cubo Agro”.
Para os próximos anos, ele explica que a 
expectativa é de que a vertical cresça e de que as 
relações geradas e os projetos entre as empresas 
participantes e as grandes corporações se 
avolumem, fazendo dela uma referência, assim 
como o Cubo já é em outros segmentos.
Para Fernandes, com a maturidade da vertical 
agro, um novo desafio se tornará fundamental: 
fomentar o consumo das empresas de 
agronegócio em outras verticais do Cubo. “É 
óbvio que o ecossistema agro tem dores super 
específicas, mas essas empresas também 
têm uma série de problemas que são comuns 
com outras indústrias. Elas também têm 
departamentos de Recursos Humanos, de 
15
finanças, de contabilidade... São questões que 
não estão na Vertical Agro. Temos que fazer 
com que essas empresas entendam o consumo 
de inovação de uma forma ampla e não só no 
seu negócio principal. A forma associativa de 
usar soluções externas é um modo de ser dos 
nossos tempos”.
Soluções digitais para a otimização 
do agronegócio
Para Mariana Castanho, líder comercial 
da Corteva Agriscience, empresa também 
mantenedora do Cubo Agro, além da 
conectividade, também são desafios para o 
segmento a formação de obra especializada 
para interpretar os dados e ajustar a tomada de 
decisão com base na informação digital, além da 
criação de plataformas integradas. “Atualmente 
há centenas de startups que resolvem 
parcialmente as dores do produtor; é necessária 
uma plataforma que conecte diversas soluções 
em um único lugar para facilitar o avanço das 
tecnologias digitais no agro”. 
Ela ressalta que, se hoje o Brasil é considerado 
uma potência agrícola mundial e um dos 
principais produtores e exportadores de 
alimentos, muito disso se deve justamente à 
adoção de tecnologias e aplicação da ciência no 
campo. “Por isso, muitas startups começam a 
ver uma grande oportunidade de desenvolver 
soluções inovadoras para a agricultura e 
a pecuária. Então, entendo que o grande 
diferencial do Brasil – e o que o faz ser líder 
na produção de diversas culturas – está na 
pesquisa e no constante desenvolvimento de 
tecnologias inovadoras por instituições públicas 
e privadas e que resultaram em ferramentas 
que contribuíram para elevar sucessivamente 
nossa produtividade”.
No âmbito das empresas, Mariana Castanho 
destaca que investimentos em parcerias com 
startups – e nesse sentido o Cubo Agro tem 
contribuído para criar trocas e geração de 
negócios –, em tecnologias e análise de dados 
para tomada de decisões estão muito aquecidos 
entre as companhias dos mais diversos setores 
do agronegócio.
Na visão da líder comercial da Corteva 
Agriscience, para o futuro serão essenciais 
tecnologias que melhorem a lucratividade do 
produtor. Entre elas, soluções financeiras como 
modelos de sofisticação de Barter e fintechs; 
sustentabilidade e rastreabilidade que permitam 
uma valorização da produção agro brasileira e 
soluções digitais que otimizem a produtividade 
das lavouras. “Como exemplo, destaco, uma 
ferramenta da Corteva, Granular Insights, 
que permite aos produtores direcionarem o 
monitoramento no campo para identificar 
mudanças nas lavouras, facilitar a colaboração 
com os parceiros e trazer informações para 
tomada de decisão com confiança e economia 
de tempo”.
O metaverso é uma tecnologia que vem 
ganhando cada vez mais espaço no setor 
agro por permitir o aumento de lucratividade 
MUITAS STARTUPS 
COMEÇAM A VER 
UMA GRANDE 
OPORTUNIDADE 
DE DESENVOLVER 
SOLUÇÕES 
INOVADORAS PARA A 
AGRICULTURA E 
A PECUÁRIA
16
e a otimização da produtividade através 
do ambiente digital. A realização de leilões 
virtuais e o compartilhamento de soluções 
para o segmento agrícola no mundo digital já é 
realidade. Algumas empresas vêm apresentando 
novas ferramentas e maquinários a partir de 
simulações digitais, com as quais é possível 
ver na prática o funcionamento de ideias 
inovadoras; outras vêm utilizando o ambiente 
virtual para pesquisas com a simulação de 
lavouras e fazendas.
Outra integrante do Cubo Agro, a São Martinho, 
um dos maiores grupos sucroenergéticos 
do Brasil, vem fazendo um investimento 
pesado em inovações e, por conta disso, em 
conectividade. A empresa desenvolveu, por 
exemplo, uma rede privada de 4G, em parceria 
com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento 
em Telecomunicações (CPQD). Ela entrou em 
funcionamento em uma das unidades em 2019 
e, no ano seguinte, foi implementada em todas, 
cobrindo uma área de aproximadamente 300 
mil hectares.
De acordo com Edi Claudio Fiori, gerente 
executivo de TI da São Martinho, com a 
implantação da rede privada de dados, as 
possibilidadesno dia a dia aumentaram 
substancialmente: “Costumamos dizer que 
iluminamos o nosso campo. Isso nos permitiu 
primeiramente ter uma visibilidade em tempo 
real de informações que antes demandariam 
dias e grande esforço para serem coletadas. E a 
partir daí, pudemos agir de forma muito mais 
rápida também. Por exemplo, se um trator 
para porque furou o pneu, nós conseguimos de 
imediato acionar o caminhão borracheiro mais 
próximo. Conseguimos mais eficiência com 
menor custo operacional”.
A importância de ter toda a área operacional 
conectada, ele acrescenta, não é apenas para 
receber dados, mas também enviar dados para 
as máquinas. Com isso, o nível de automação 
no campo aumentou de forma considerável. 
VISIBILIDADE EM 
TEMPO REAL DE 
INFORMAÇÕES QUE 
ANTES DEMANDARIAM 
DIAS E GRANDE 
ESFORÇO PARA 
SEREM COLETADAS.
“O uso desses dados nos leva a automação e a 
otimização de processos. Toda operação agrícola 
é uma grande logística, que envolve pessoas, 
máquinas, produtos, a produção... Aproveitando 
os dados de todos os equipamentos agrícolas e 
muitos sensores instalados em campo, estamos 
viabilizando um estágio que chamamos de 
agricultura de ultra precisão”.
O próximo passo, segundo ele, é buscar cada 
vez mais ferramentas e conhecimentos para 
trabalhar todos os dados para criar insights que 
ajudem na tomada de decisões, na eficiência 
operacional e na criação de produtos digitais. 
Neste sentido, a empresa está desenvolvendo, 
por exemplo, uma plataforma de manejo 
integrado de pragas. O objetivo é encontrar 
combinações de fatores que criam condições 
para disseminação da praga, e, assim sendo, 
ações de combate são imediatas e assertivas. 
“Hoje, temos uma avalanche de dados. 
Precisamos agora avançar na capacidade 
de análise e conectar com todas as funções 
de negócio”.
17
Dados de qualidade para uma 
agricultura de ultra precisão
O gestor de inovação da empresa, Walter 
Maccheroni ressalta que toda a história da 
São Martinho é pautada por inovações, com o 
principal objetivo de aumentar a eficiência dos 
processos e reduzir custos. “Trabalhamos com 
commodities, o que significa que a variação de 
preços é estabelecida por diversos fatores que 
fogem do nosso potencial. Para que tenhamos 
um lucro consistente, precisamos estar sempre 
focados na redução de custos”.
E, por ter esse espírito de pioneirismo, ele diz, 
a empresa se tornou uma referência para o 
segmento e até mesmo outras indústrias no 
Brasil e no mundo. “Isso é importante porque 
torna o país mais avançado tecnologicamente 
e tem o efeito da atração de startups 
e universidades”.
Maccheroni comenta que um planejamento 
estratégico foi elaborado para que, na próxima 
década, a empresa foque ainda mais no 
desenvolvimento de inovações disruptivas 
para criar novas possibilidades de negócios. 
Neste mesmo sentido, há um investimento 
em capacitação dos funcionários para que 
eles adquiram uma visão cada vez mais 
empreendedora. “A nossa participação no Cubo 
Agro faz parte desse plano. É uma iniciativa para 
intensificar o nosso pioneirismo, desenvolver 
novos negócios para a empresa e fortalecer 
ainda mais o nosso ecossistema”.
Três pilares para a revolução: 
de importador a potência mundial
A escalada tecnológica no agro brasileiro 
começou a ganhar corpo na década de 1970, 
época em que o país importava boa parte dos 
seus alimentos básicos, como o feijão, que 
vinha do México, e o leite, dos Estados Unidos. 
Em 1973, com a criação da Empresa Brasileira 
de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, esse 
cenário foi completamente transformado.
“O que a Embrapa, juntamente com as 
universidades, os institutos de pesquisa, as 
assistências técnicas e o setor privado fizeram 
nas últimas cinco décadas foi uma verdadeira 
revolução baseada na ciência. Hoje, somos 
uma potência agropecuária que alimenta mais 
de 800 milhões de pessoas em todo o mundo. 
E isso, com dois terços do território nacional 
com a vegetação nativa preservada: uma área 
equivalente a 16 vezes a superfície da Alemanha”, 
comenta o engenheiro agrônomo Celso Moretti, 
que desde 2019 ocupa a presidência da Embrapa. 
Ele explica que essa revolução foi feita 
baseada em três pilares. O primeiro deles, o 
enriquecimento do solo fraco de algumas regiões 
até torná-lo fértil. O segundo, a tropicalização 
de plantas e animais. O boi, por exemplo, veio da 
Índia e da Europa. Atualmente, há um trabalho 
neste sentido sendo feito com o trigo, a única 
commodity que o Brasil ainda importa.
O terceiro pilar foi o desenvolvimento de uma 
plataforma sustentável, que envolve técnicas 
como a fixação biológica do nitrogênio (FBN) – 
um processo natural que ocorre em associações 
de plantas com bactérias –, e o Plantio Direto – 
técnica em que o cultivo é feito sem as etapas da 
aração e da gradagem. Nesse sistema, é essencial 
manter o solo sempre coberto por plantas em 
desenvolvimento e por resíduos vegetais. Entre 
os seus benefícios, está o favorecimento do 
sequestro de carbono e a redução da demanda 
por água e de extremos de temperatura no solo. 
Segundo dados recentes, Moretti aponta, há 
cerca de 35 milhões de hectares sendo cultivados 
dessa forma no território nacional.
Moretti destaca que quando o assunto é 
tecnologia no setor agropecuário, o Brasil está 
no patamar dos países mais avançados. “Em 
tecnologia agropecuária, o Brasil é primeiro 
mundo. Não existe nenhum outro país no 
cinturão tropical do globo que tenha avançado 
tanto. E esses avanços ocorrem de forma 
mais acelerada na produção de commodities, 
18
naturalmente, que é o nosso carro-chefe”.
E para nortear os caminhos a partir de agora, 
uma das iniciativas da instituição foi o recente 
lançamento da plataforma Visão de Futuro do 
Agro Brasileiro, que reúne e sintetiza análises 
estruturais do ambiente de produção de 
alimentos, fibras e bioenergia, com horizonte de 
longo prazo. Ela foi criada a partir da reunião de 
300 especialistas e lideranças do agro brasileiro, 
a análise de 126 documentos e discussões em 
37 eventos.
O resultado foi a consolidação de oito 
megatendências para o setor. São elas: 
sustentabilidade, adaptação à mudança do 
clima, agrodigital, intensificação tecnológica 
e concentração da produção, transformações 
rápidas no consumo e na agregação de valor, 
biorrevolução, integração de conhecimentos e 
de tecnologias e incremento da governança e 
dos riscos. 
A partir dessa definição, uma série de desafios 
também foram estabelecidos. Com relação às 
mudanças climáticas, por exemplo, foi definido 
que será preciso adaptar a agricultura tropical 
brasileira para que ela possa competir com 
países (na sua maioria, os mais desenvolvidos) 
situados em regiões temperadas, que poderão 
vir a ter melhores tecnologias e condições 
climáticas, com o aquecimento do planeta. Além 
disso, foi destacada a necessidade da diminuição 
da perda da biodiversidade, desenvolvendo 
práticas sustentáveis de produção e manejo 
do solo, água, insumos e energia; e o 
cumprimento dos acordos internacionais 
relacionados à mudança do clima, para garantir 
a melhor imagem dos produtos brasileiros em 
mercados externos.
O agrodigital e a barreira 
da conectividade
Apesar de um cenário promissor em muitos 
sentidos, para que as inovações tecnológicas 
se popularizem no campo é preciso ainda 
19
superar algumas barreiras. Uma das principais 
é a conectividade. De acordo com o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
70% das propriedades rurais brasileiras não 
possuem conexão à internet. Para o presidente 
da Embrapa, a solução desse desafio virá 
com políticas públicas, mas também com 
investimentos privados, que já começaram a ser 
feitos pelas principais operadoras de telefonia.
Além disso, é preciso difundir a cultura digital 
entre os produtores e conscientizá-los de que 
esse é um caminho sem volta. Em 2020, uma 
pesquisa feita pela instituição em parceria com o 
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas (Sebrae) e o InstitutoNacional de 
Pesquisas Espaciais (Inpe) fez um retrato sobre 
a presença do digital no agro. O trabalho contou 
mais de 750 participantes entre produtores 
rurais, empresas e prestadores de serviço, e 
revelou que 84% dos agricultores brasileiros já 
utilizam ao menos uma tecnologia digital como 
ferramenta de apoio na produção agrícola.
Mais de 70% dos produtores disseram que 
acessam a internet para pesquisas variadas 
sobre agricultura. Já as redes sociais, como o 
Facebook, e os serviços de mensagem, como o 
WhatsApp, foram apontados por 57,5% deles 
como meios usados para receber ou divulgar 
informações sobre a propriedade, comprar 
insumos ou comercializar sua produção. “Hoje, 
existem mais celulares do que pessoas no 
Brasil, e boa parte da população sabe manejar as 
operações básicas. Temos feito um conjunto de 
ações em parceria com outras instituições para 
capacitar e fazer com que toda essa tecnologia 
chegue até os produtores de todas as regiões”, 
comenta Moretti.
No VII Plano Diretor da Embrapa 2020-2030, 
a instituição estabeleceu metas robustas sobre 
o tema. Entre elas, ampliar em 100%, até 
2025, o número de usuários de plataformas 
digitais de dados espaço-temporais integrados 
para o território brasileiro e de aplicativos e 
sistemas digitais, ambos gerados pela Embrapa 
e parceiros.
Neste sentido, uma frente de estímulo é a 
plataforma AgroAPI, que oferece informações 
e modelos agropecuários criados pela Embrapa 
que podem ser usados por empresas, instituições 
públicas e privadas e startups para a criação de 
softwares, sistemas web e aplicativos móveis 
para o setor agropecuário, com redução de 
custo e de tempo. O acesso aos dados e modelos 
é feito virtualmente por meio de APIs (Interface 
de Programação de Aplicativos), um conjunto 
de padrões e linguagens de programação 
que permite, de maneira automatizada, a 
comunicação entre sistemas diferentes de 
forma ágil e segura.
Moretti frisa que a chegada da tecnologia 5G 
também abrirá um leque de possibilidades que 
trará redução de custos e maior produtividade. 
No ano passado, por exemplo, foi feito o uso 
experimental da tecnologia por uma empresa 
de Londrina (PR) para o manejo da ferrugem, 
um fungo que ataca as plantações de soja. 
Normalmente, os produtores usam armadilhas 
físicas para coletar esporos que podem indicar 
a presença da praga. Em seguida, o material é 
levado para a análise e, caso seja confirmado o 
fungo, a plantação recebe o fungicida.
Com o 5G, os especialistas instalaram sensores 
nas armadilhas capazes de identificar a praga de 
forma rápida. Em caso de ocorrências localizadas, 
basta o produtor enviar um drone para aplicar 
o defensivo apenas naquele pedaço. “Isso traz 
mais sustentabilidade, economia e eficiência 
na produção”.
Monitoramento de agtechs 
no território brasileiro
O cenário de investimento tecnológico no 
agronegócio brasileiro também vem sendo 
monitorado pelo Radar Agtech, um mapeamento 
das startups do segmento feito pela Embrapa, a 
SP Ventures e a Homo Ludens.
O relatório mais recente, que analisou os anos 
de 2020 e 2021, identificou 1.574 startups 
voltadas para o setor no país, concentradas 
20
em quase 90% nas regiões Sudeste (62,5%) e 
Sul (25,2%). A unidade federativa com maior 
número de agtechs é São Paulo, com 48,1%.
O relatório também dividiu as empresas em 
três estágios distintos de atuação: “Antes 
da fazenda”, que se refere às necessidades 
anteriores ao processo de produção, como, 
por exemplo, fertilizantes, sementes, 
crédito, seguro e análise fiduciária; “Dentro 
da fazenda”, que são aquelas que atendem 
questões do dia a dia da produção, como, 
por exemplo, automação, gestão de resíduos 
agrícolas, meteorologia e irrigação e gestão 
de água; e “Depois da fazenda”, voltadas 
para a pós-produção, como armazenamento, 
infraestrutura e logística, biodiversidade e 
sustentabilidade e sistemas de gerenciamento 
de lojas e serviço de alimentação. O resultado 
foi que as empresas voltadas para “Depois da 
fazenda” são a maior parte: 718. Já “Dentro da 
fazenda” foram identificadas 657 startups e, 
“Antes da fazenda”, 199.
Já com relação aos segmentos de atuação das 
startups, os cinco mais populares identificados 
foram: alimentos inovadores e novas 
tendências alimentares (com 293 startups), 
sistemas de gestão de propriedade rural (com 
154), plataforma integradora de sistemas, 
soluções e dados (com 111), marketplaces e 
plataformas de negociação e venda de produtos 
agropecuários (com 100) e drones, máquinas e 
equipamentos (com 79).
Redução da emissão de 
carbono e biorrevolução
Com tantas novidades tecnológicas no 
setor, apontar quais serão as ferramentas 
indispensáveis para os próximos anos não é uma 
tarefa simples. Mas, é possível ter alguma noção 
ao refletir sobre demandas que hoje começam 
a se tornar fundamentais para a sociedade e 
governos. Uma delas é a sustentabilidade. E 
neste sentido, a prática do ESG (Environmental, 
Social e Governance) vem ganhando cada vez 
mais importância no mercado. Ela determina 
uma série de ações de sustentabilidade que 
devem ser adotadas por uma empresa ou um 
governo para que, por exemplo, eles possam 
receber investimentos de determinados grupos.
E uma das formas de compensação por impactos 
ambientais é por meio da compra de créditos de 
carbonos. Cada crédito equivale a uma tonelada 
de dióxido de carbono (CO2) que deixou de ser 
emitida na atmosfera por alguma empresa, 
que pode negociá-la com outras que tiveram 
uma emissão grande. A tecnologia blockchain 
vem sendo usada para trazer agilidade e 
mais confiabilidade neste mercado, por meio 
de tokenização. 
Celso Moretti, o presidente da Embrapa, afirma 
que o agro brasileiro ainda não participa com 
todo o seu potencial neste segmento, que já 
movimenta bilhões de dólares. “O agro tem uma 
oportunidade muito grande para se inserir nesse 
mercado, já que, há mais de 30 anos, utiliza 
técnicas que reduzem a emissão de carbono, 
como o plantio direto. Já há também no mercado 
a carne carbono neutro, produzida pelo sistema 
de integração silvipastoril (pecuária-floresta) 
ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-
floresta). Nele, você tem numa mesma área a 
plantação da pastagem e outros cultivos, como 
a soja”.
Ele lembra que as mudanças climáticas também 
vêm criando demandas por inovações. E que boa 
parte delas está ligada à biotecnologia, como, 
por exemplo, a edição do genoma de plantas 
e animais. “Recentemente, apresentamos na 
Embrapa duas variedades de cana geneticamente 
editadas. Isso mostra que temos essa expertise e 
abre uma quantidade enorme de possibilidades, 
como, por exemplo, criar plantas mais tolerantes 
à seca e às temperaturas mais elevadas”, 
diz Moretti. 
Universidades trabalham por 
inovações mais acessíveis 
Dentro das universidades, os avanços 
tecnológicos voltados para o agronegócio 
vêm sendo trabalhados continuamente com 
21
o objetivo de não só criar novas soluções, mas 
também dominar as ferramentas já existentes 
e tornar o acesso a elas mais democrático. A 
afirmação é do pesquisador Gustavo Bastos 
Lyra, professor do Departamento de Ciências 
Ambientais do Instituto de Florestas da 
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 
(UFRRJ), além de docente do Programa de Pós-
graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental 
da instituição.
Segundo ele, com o passar dos anos e a maior 
complexidade das demandas, o agro se tornou 
uma matéria multidisciplinar, que, além da 
agronomia, envolve engenharias, computação 
e outras áreas. Ao passo em que as inovações 
são agregadas pela tecnologia nacional, o custo 
é bastante reduzido. Por exemplo, uma estação 
meteorológica que antigamente poderia custar 
em média R$ 35 mil, hoje tem modelos pela 
metade do preço. “As universidades estão muito 
comprometidas em fazer com que as pesquisas 
se transformem em ferramentas e cheguem 
até os produtores. Há um trabalho com as 
empresas, governos e institutos de pesquisas 
neste sentido. Hoje, há um movimentomuito 
forte de incubadoras de empresas dentro das 
instituições de ensino”. 
O pesquisador destaca que as inovações já podem 
ser encontradas em grandes empreendimentos 
e até mesmo em produções de médio porte em 
diversas partes do país, mas reforça que a falta 
de conectividade é uma barreira que precisa 
ser superada. “A agricultura digital depende da 
transmissão de dados para a nuvem, e é preciso 
existir algum tipo de conexão para que isso 
ocorra. Existem casos em que essa transmissão 
de dados é feita via rádio ou via satélite, mas 
o primeiro tem uma extensão limitada e o 
segundo, um custo muito alto. O 5G promete ser a 
grande solução”.
Na visão dele, as inovações tecnológicas no 
setor, cada vez mais, serão voltadas para 
mitigar os riscos de produção, visto que com a 
globalização a concorrência está cada vez maior. 
“A agricultura por si só é uma atividade de risco 
elevado. Você utiliza a tecnologia para controlar 
esse risco. Antigamente, ao produtor bastava a 
sensibilidade. Hoje, com as grandes produções, 
não dá para ser assim. O campo que usa as 
novas tecnologias tem uma vulnerabilidade 
menor”, comenta.
Outro ponto de atenção cada vez maior 
nas inovações, aponta o especialista, será 
a sustentabilidade. A rastreabilidade dos 
produtos, por meio da tecnologia blockchain, 
por exemplo, tende a se tornar cada vez mais 
popular, uma vez que há uma cultura crescente 
entre os consumidores de conhecer todo o 
processo de produção e fazer escolhas mais 
sustentáveis. Além disso, com os sistemas de 
monitoramento e processamento de dados, 
O AGRO SE TORNOU 
UMA MATÉRIA 
MULTIDISCIPLINAR, 
QUE, ALÉM DA 
AGRONOMIA, ENVOLVE 
ENGENHARIAS, 
COMPUTAÇÃO...
será possível cada vez mais recuperar áreas 
degradadas e transformá-las em produtivas. 
“Ter um agronegócio forte e competitivo 
mundialmente exigirá a preservação das 
florestas, até mesmo por uma exigência de 
mercados estrangeiros. E não há a necessidade 
22
no Brasil de mais terras para o segmento. 
Com o que já existe, é possível produzir mais 
e mais barato, com a ajuda da tecnologia”, 
conclui Lyra.
Universidades trabalham por 
inovações mais acessíveis 
O mundo digital surgiu na vida de Bernhard 
Kiep em 1999, quando ele estudava na Harvard 
Bussines School. De lá para cá, além de 
produtor rural, ele se envolveu diretamente 
numa série de projetos tecnológicos voltados 
para o segmento do agronegócio. Um dos 
mais recentes é o aplicativo inLida, cofundado 
por ele, uma espécie de caderneta de campo 
digital para que o pecuarista e a sua equipe 
façam a contagem do rebanho por meio 
do controle das informações coletadas 
dos animais. 
No sistema, é possível ver, por exemplo, 
gráficos com a distribuição das categorias 
animais da propriedade, a evolução do rebanho, 
o nascimento, desmama e mortalidade, vendas, 
além da importação e exportação de planilhas 
com dados do rebanho e de inseminação 
em Excel. O aplicativo é gratuito e funciona, 
também, no modo off-line.
Segundo Kiep, o mundo digital teve um 
avanço expressivo no agronegócio brasileiro 
principalmente nos últimos três ou quatro anos. 
Para ele, o trabalhador do campo brasileiro 
está muito mais aberto para experimentar as 
novidades tecnológicas do que o americano ou 
o europeu, por exemplo. “O desenvolvedor, no 
entanto, precisa conhecer a realidade do negócio 
e criar uma ferramenta simples e funcional. 
Com o arrocho financeiro e a alta de juros, os 
produtores passarão a ter uma seletividade 
muito maior para decidir pelas inovações que 
eles realmente precisam ter, e não aquelas que 
são legais de ter. No inLida, a solução foi criar 
uma ferramenta gratuita e se manter por meio 
de patrocínios e parceiros”, explica. 
Ele também é membro do conselho da empresa 
austríaca Pessl Instruments GmbH, que no Brasil 
atua com a marca METOS Brasil. Ela oferece 
soluções de tecnologia de monitoramento 
climático, risco agrícola e gerenciamento de 
irrigação. Os seus produtos incluem estações 
meteorológicas, dispositivos de monitoramento 
de umidade do solo, controladores de automação 
de irrigação, armadilhas eletrônicas para 
insetos, sistemas remotos de monitoramento 
de culturas, software de alerta de doenças e 
pragas e previsões meteorológicas localizadas.
Outro negócio em que está envolvido é a 
InstaAgro, a primeira grande loja virtual voltada 
para o agronegócio com atuação em todo o 
território nacional. “Não somos um marketplace 
tradicional. Nos responsabilizamos por todo o 
processo, da compra até a entrega do produto, 
e garantimos toda a segurança. E tudo isso por 
um preço justo aos produtores”.
Já Maurício Nicocelli Netto se formou em 
Engenharia Agronômica na Universidade 
Federal de São Carlos (UFSCar). Após alguns 
anos de experiência no segmento tecnológico 
do agronegócio, em 2017 ele decidiu criar a 
Monagri, uma consultoria em agricultura 
digital. “Eu ensino os agricultores a trabalharem 
com tecnologia. Hoje, atendo seis grandes 
grupos do Mato Grosso, que totalizam 72 mil 
hectares. O meu trabalho é formar a unidade 
de tecnologia, que envolve pessoas, sistemas 
e plataformas. Além disso, faço consultorias 
para empresas que querem entrar no ramo do 
agro e viajo por diversas partes do mundo para 
trocar conhecimentos nesta área. Eu sou um 
encorajador da tecnologia no agro”. 
Na sua visão, as informações e ferramentas 
tecnológicas atualmente estão mais 
democratizadas. As mesmas tecnologias 
disponíveis em países da Europa e nos Estados 
Unidos, também podem ser encontradas 
por aqui. “O maior desafio é fazer com que o 
produtor tenha o entendimento de que pode 
23
usá-las. Ainda existe muita fazenda que está 
capitalizada e pode investir, mas mesmo assim 
prefere manter o sistema tradicional. A geração 
mais nova de produtores, por sua vez, vem 
aderindo em peso às novidades e criando uma 
maior competitividade no setor”. 
E entre as tecnologias que se tornarão 
essenciais nos próximos anos, ele aponta as 
máquinas autônomas, desde robôs, tratores 
a pulverizadores, além dos drones e Vants 
(Veículos aéreos não tripulados). “Outra coisa, 
que é elementar, mas se tornará uma exigência 
para se manter no mercado, é o uso de softwares 
de gestão. Quem não aderir, ficará para 
trás”, diz. 
A tecnologia voltada para a gestão foi justamente 
um dos alicerces para o crescimento da Alvorada 
Produtos Agropecuários, empresa criada em 
1986 na cidade de Dourados, no Mato Grosso do 
Sul, por Feres Soubhia Filho, até hoje diretor e 
único proprietário. De lá para cá, ela se expandiu 
bastante e hoje conta com 36 filiais em sete 
estados, com mais de 700 colaboradores, sendo 
cerca de 100 deles fazendo trabalho de campo. 
Em 2021, o faturamento da empresa foi de R$ 
1,3 bilhão e, para esse ano, a meta é chegar a R$ 
1,6 bilhão. Outro planejamento estabelecido é 
chegar a 200 filiais até o ano de 2026. 
De acordo com o gerente financeiro da empresa, 
Felipe Flumian Soubhia, sempre houve um 
foco especial no investimento em tecnologia, 
para permitir o crescimento físico e de vendas. 
Atualmente, todos os processos da Alvorada 
são centralizados: financeiro, contabilidade, 
recursos humanos, marketing e compras. 
“Hoje, contamos com uma ferramenta de 
Business Intelligence (BI) líder de mercado 
que fornece todos os dados necessários 
em tempo real para tomadas de decisões. 
Informações como receita, margem, prazos, 
compras de clientes, despesas, contas a pagar, 
entre outras, são disponibilizadas em poucos 
segundos através dessa ferramenta. Nosso ERP 
(sistema integrado de gestão empresarial) vai 
ao campo junto com o nosso vendedor, onde, 
por meio de um tablet, ele consegue implantar 
pedidos e verificar os preços atualizados dos 
produtos”, comenta. 
A empresa está iniciando, também, as suas 
operações de e-commerce e, no seu Centro 
de Serviços Compartilhados (CSC), houve 
um investimento em robotização. Os robôs 
exercem atividades repetitivas referentes a 
procedimentos fiscais, cadastrais e financeiros. 
“Essaferramenta nos possibilitou um ganho 
enorme, já que essas atividades demandavam 
um tempo enorme de nossa equipe, que não 
se sentia motivada para realizar esses tipos de 
procedimentos. Para projetos futuros na área 
de tecnologia, a empresa começou seus estudos 
em softwares para fazendas, dispositivos 
de rastreamento animal e dispositivos de 
diagnóstico animal”, conclui o gerente.
Entenda as tecnologias 
apontadas na pesquisa:
Inteligência Artificial e 
aprendizado de máquina 
A Inteligência Artificial é o campo 
d a c i ê n c i a d a c o m p u t a ç ã o c o m 
capacidade para elaborar sistemas 
que criam raciocínios próprios a partir 
de algoritmos. Por meio dela, é possível 
fazer o aprendizado de máquinas, em 
que o computador ganha a capacidade 
de aprender por si próprio, com base em 
modelos de treinamento e experiências.
01
Cloud computing e 
cibersegurança 
Cloud computing é uma tecnologia que 
possibilita o acesso remoto a softwares, 
armazenamento de arquivos e processamento 
d e d a d o s p o r m e i o d a i nt e r n et . J á a 
cibersegurança é a tecnologia voltada para 
a proteção de computadores e servidores, 
dispositivos móveis, sistemas eletrônicos, 
redes e dados contra ataques criminosos.
Descarbonização
Conjunto de ferramentas voltado para 
a redução da emissão de carbono das 
cadeias produtivas. O tema vem ganhando 
cada vez mais relevância para investidores 
e consumidores.
Digital twins 
Um digital t win é uma repres entaç ão 
virtual de objetos ou processos físicos. Ele 
permite que os especialistas analisem a 
performance e todas as variáveis por meio 
dessa representação. 
Conectividade 5G e Internet 
das Coisas 
O 5G é o padrão de tecnologia de quinta 
geração para redes móveis e de banda larga, 
com muito mais potência do que a tecnologia 
4G. Já a Internet das Coisas se refere a objetos 
físicos capazes de receber e transmitir dados. 
No campo, o uso da segunda está intimamente 
relacionado à popularização da primeira.
Analytics e big data 
O Analytics é uma ferramenta que faz a análise 
computacional sistemática de dados ou 
estatísticas. Ele é usado para a descoberta, 
interpretação e comunicação de padrões 
significativos. Já o big data é uma rede de 
dados com maior variedade que chega em 
volumes crescentes e com velocidade cada 
vez maior.
Autonomia e computação 
de borda 
Trata-se de uma arquitetura de rede que 
atua sob a nuvem, distribuindo recursos 
de processamento e armazenamento para 
dispositivos de Internet das Coisas. O objetivo 
é pré-processar os dados no local físico ou 
próximo do usuário e acelerar os processos.
Georreferenciamento e 
cartografia digital 
Trata-se de um conjunto de ferramentas 
que fazem o armazenamento e visualização 
de dados espaciais. O objetivo é a produção 
de mapas.
Blockchain
É um sistema que possibilita o rastreio 
de trocas de alguns tipos de informação 
pela web. São pedaços de código que 
carregam informações conectadas. Ele 
p e r m i te, p o r exe m p l o, a s t ra n s a ç õ e s 
com criptoativos. 
Meteorologia digital 
Sistema que fornece a previsão do tempo 
localizada, permitindo planejamento de 
operações como o manejo hídrico e o 
monitoramento de doenças e pragas.
Visão computacional 
A visão computacional utiliza Inteligência 
Artif icial para identific ar e interpretar 
dados visuais. Ela pode ser implantada 
e m c â m e ra s , s e r v i d o re s d e b o rd a o u 
na nuvem.
Interfaces naturais e assistentes 
virtuais 
Sistemas que permitem a interação humana 
de uma forma intuitiva e natural, seja pelo 
corpo, voz, toque e gestos.
Biotecnologia
Tecnologia que utiliza sistemas biológicos 
o u o r g a n i s m o s v i v o s p a r a f a b r i c a r 
o u m o d i f i c a r p ro d u t o s . N o a g ro, e l a 
é u t i l i z a d a , p o r exe m p l o, p a ra to r n a r 
espécies mais resistentes a variações 
de climas.
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Tudo conectado
A chegada do 5G do Brasil se sobrepõe ao 
estudo em andamento do 6G, previsto para 
entrar em operação em 2030. A ampliação da 
conectividade - incluindo a internet por satélite 
- vai impulsionar a Internet das Coisas, com 
soluções de computação de borda e nuvem, e 
tornar o tráfego de informações onipresente.
Produção sem fronteiras 
A distância física entre as áreas rurais e 
urbanas vai encurtar, via internet. Operações 
automatizadas serão controladas a partir de 
qualquer ponto do planeta, desde que haja 
conexão disponível. Da mesma forma, quem 
optar por permanecer no campo, poderá 
coordenar, remotamente e digitalmente, toda 
a cadeia de produção até que os produtos 
cheguem ao consumidor. 
01
Colheita no metaverso
Novos dispositivos de realidade aumentada 
e virtual trarão um grau maior de imersão 
a o l o n g o d o p ro c e s s o d e p ro d u ç ã o. 
Tecnologias hápticas, que simulam tato, olfato 
e paladar, serão capazes de fazer com que 
a experiência sintética seja muito próxima 
da verdadeira. Eventualmente, até animais 
e plantas serão submetidos a estímulos 
ambientais sinteticamente modificados 
no metaverso. 
02
Sensores moleculares
Sensores microscópicos, a nível celular, vão 
ampliar a capacidade da computação de 
borda. Informações importantes, sobre o 
desenvolvimento dos alimentos, serão obtidos 
em tempo real a partir do envio de dados 
pelos próprios organismos e alimentados 
energeticamente por eles.
03
FUTURO AGRO
Um novo mundo vai surgir nos próximos anos 
a partir do uso de tecnologias emergentes. O 
setor agropecuário será impactado por essas 
mudanças e, por sua vez, impactará os outros 
grandes segmentos da economia. 
A partir do cruzamento de macrotendências 
mundiais e tecnologias pesquisadas neste 
relatório, apresentamos alguns cenários que 
podem se transformar em oportunidades de 
negócios. Selecionamos 3 grandes movimentos 
globais: Conectividade, Longevidade e 
Hiperpersonalização. 
O objetivo aqui não é acertar previsões, mas 
refletir sobre possibilidades a serem construídas 
por meio de tecnologias habilitadoras. A 
construção do futuro exigirá o planejamento e 
o esforço de cada um de nós. 
Por Rafael Coimbra
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Hiperpersonalização em massaNovas e antigas gerações
No passado, produtos iguais eram ofertados 
para pessoas muito diferentes. No futuro 
será possível entregar experiências únicas 
a partir de soluções combinadas, que vão da 
biotecnologia a cadeias logísticas preditivas.
Graças ao avanço científico, pela primeira vez 
na história humana, teremos o maior número 
de gerações convivendo simultaneamente. A 
base da pirâmide está mudando e teremos, 
proporcionalmente, mais pessoas idosas entre 
nós. Além disso, a população mundial segue 
crescendo. Chegaremos a 9,7 bilhões, em 
2050, segundo a ONU. O desafio será produzir 
alimentos e energia suficiente para todos, sem 
destruir o planeta. 
Precisaremos desenvolver novos produtos, 
mais eficazes, além de planejar melhor 
as cadeias de distribuição a partir de uma 
compreensão da Terra em tempo real. 
O fim da geladeira
A c o n exã o d o c a m p o c o m a s c a s a s 
inteligentes terá impacto na cadeia de 
distribuição. A logística, de ponta a ponta, 
impactada pela c artografia digital de 
precisão, tenderá a se tornar mais rápida, 
barata e inteligente, a ponto de se antecipar 
às necessidades dos consumidores. Pode 
ser que, em algum momento, a geladeira e 
despensa não sejam mais necessárias. Os 
algoritmos vão prever o que falta em casa e 
tudo chegará na hora desejada. 
01
Alimentos eficientes
Atualmente uma grande parte dos alimentos é 
desperdiçada em diversas etapas: produção, 
transporte e consumo. Para alimentar o 
planeta de forma sustentável será preciso 
repensar toda a cadeia de forma mais 
eficiente. Com o uso de Big Data e Analytics vai 
ser possível entender padrões para produzir, 
transportar e consumir apenas o necessário.01 Bolsa verde
Novas soluções de rastreabilidade vão 
surgir em cima das redes blockchain. 
M u i t a s e m p r e s a s e c o o p e r a t i v a s 
vã o s e t ra n sfo r m a r e m o rg a n i z a ç õ e s 
autônomas descentralizadas (DAOs). E 
os produtos vão virar tokens fungíveis e 
não fungíveis (NFTs). Uma grande bolsa 
verde digital surgirá para transacionar 
ativos internacionais. 
02
Combustível descarbonizante
Eliminar os combustíveis fósseis e adotar 
aqueles de baixa emissão de carbono não 
será o suficiente para evitar o aquecimento 
global. É preciso encontrar novas substâncias 
que removam o dióxido de carbono da 
atmosfera. Os combustíveis do futuro vão 
sequestrar poluentes e transformá-los em 
insumos agrícolas. 
02
Refeição DNA
Os consumidores vão poder optar por 
alimentos com sabores exclusivos, criados 
a partir de gostos particulares. Ou, para 
melhorar a saúde, a partir do cruzamento 
de dados do próprio DNA com os genes 
dos al imentos a s erem produzidos. A 
inteligência artificial já está sendo usada para 
a compreensão, por exemplo, da estrutura de 
proteínas. Em breve, a computação quântica, 
aliada a novos algoritmos, impulsionará ainda 
mais, esse tipo de conhecimento. 
03
Gêmeo digital da Terra
Os modelos climatológicos avançaram 
muito, graças à Inteligência Artificial. Em 
algum momento será possível construir 
uma representação digital muito próxima 
do que existe fisic amente no planeta , 
p r o c e s s a n d o u m g r a n d e v o l u m e d e 
informações. A previsão do tempo será 
múltipla: hiperlocal ou global, imediata ou 
longamente antecipada. 
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