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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA ALEXANDRE DOS ANJOS NUNES PEREIRA ENGENHARIA DE MÉTODOS CABO FRIO 2021 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA ALEXANDRE DOS ANJOS NUNES PEREIRA ENGENHARIA DE MÉTODOS Avaliação 2 – Trabalho da disciplina Engenharia de métodos, encaminhado à Universidade Veiga de Almeida – UVA. CABO FRIO 2021 Avaliação 2 - AVA 2 Trabalho da disciplina Engenharia de Métodos Novos conceitos nos processos produtivos O trabalho consiste na apresentação dos novos conceitos relacionados aos processos produtivos que visam a adequação dos postos de trabalho de modo que o operário possa trabalhar com mais saúde e produtividade. Esses conceitos possibilitam que os arranjos físicos, ou leiautes, dos chamados “chãos de fábrica” proporcionem essa adequação. Explique resumidamente cada um dos conceitos apresentados a seguir: 1. Just in time. 2. Engenharia simultânea. 3. Tecnologia de grupo. 4. Consórcio modular. 5. Células de produção. 6. Sistemas flexíveis de manufatura. 7. Manufatura integrada por computador. RESPOSTAS 1. JUST IN TIME Pode-se dizer que o conceito do “Just in Time”, ou “no momento certo”, está relacionado a uma filosofia de manufatura em que a empresa busca produzir na quantidade exata para atender a uma demanda, comprando matéria prima no momento correto e entregando o produto no prazo estipulado, evitando, assim, estoques em todo o processo produtivo. Com isso, espera-se que a empresa que aplica o Just in Time consiga fazer com que a matéria prima chegue no momento exato em que é necessária. Sendo assim, a instituição não fica com estoque parado entre as etapas do processo produtivo e também faz com que os pedido sejam entregues dentro prazo. Esse processo produtivo faz parte da melhoria contínua e é visada pelas empresas que produzem sob encomenda, onde primeiro o produto é vendido para depois comprar o material necessário para fabricá-lo. 2. ENGENHARIA SIMULTÂNEA A engenharia simultânea pode ser definida como uma abordagem sistemática com o objetivo de desenvolver produtos e processos integrados desde o início na concepção, com a contribuição de uma equipe interprofissional, passando pelo ciclo produtivo até o produto final, incluindo qualidade, custos, prazos e necessidades dos usuários finais (FABRICIO, 2002; WINNER et al., 1988). Segundo Fabricio e Melhado (2002), os principais objetivos da engenharia simultânea são: 1. Redução do tempo de projeto; 2. Introdução de inovações; 3. Aumento da qualidade durante a vida útil do produto; 4. Ampliação da manufaturabilidade dos projetos e o aumento da eficiência dos processos produtivos. Anumba et al. (2002) acrescenta que a satisfação do cliente final e a eliminação de desperdícios de tempo e recursos através de retrabalhos tardios, são outros objetivos declarados. Conclui-se que para a implementação bem sucedida da engenharia simultânea, faz-se necessário o engajamento das equipes geralmente motivadas e lideradas por um gerenciador do projeto que, em caso de conflitos, saiba tomar as decisões corretas para que o objetivo seja atingido. 3. TECNOLOGIA DE GRUPO A Tecnologia de Grupo (TG) pode ser conceituada como uma “filosofia que define a solução de problemas expondo semelhanças, para se obter vantagens econômicas e operacionais mediante o tratamento de um grupo” (DALMAS, 2004). Segundo Lorini (1993), operacionalmente a TG é uma filosofia para a gestão de atividades de produção, para se obter vantagens econômicas pela similaridade (forma, dimensões, funções e etc.) das peças fabricadas em pequena escala, agrupando-as como se fossem uma produção em massa. A mesma visão é compartilhada por Black (1998) que afirma que peças com tamanho e forma semelhantes podem ser fabricadas por um conjunto de processos similares, os quais serão agrupados para formar uma célula. Silveira (1994) propõe alguns aspectos a partir dos conceitos fabris de TG: 1) objetiva a simplificação e redução da complexidade para ganhar em produtividade e flexibilidade, 2) tem aplicação prioritária em estabelecimentos industriais de forma predominantemente intermitente e repetitiva e 3) pode servir como auxílio a implementação de SFM e CIM. A aplicação da TG implica em redução de custos e idealmente deve ser usada em sistemas produtivos de pequenos e médios lotes e médias variedade de produtos para não aumentar a complexidade. As famílias são classificadas por tamanho, forma, roteiros de fabricação, volume, etc; através de um sistema de codificação, onde cada parte recebe um código estruturado contendo as características físicas das peças, tornando mais fácil a determinação do roteiro de fabricação, onde os passos ficam mais claros devido a seu código. Algumas outras vantagens da TG são: 1) padronização do projeto de peças e minimização da duplicação de projetos, 2) informações relativas ao projeto e fabricação da peça preparadas por um engenheiro experiente podem ser utilizadas por todos, 3) custos de fabricação podem ser estimados mais facilmente, 4) planos de processo podem ser padronizados e programados de modo eficiente, ordens de produção podem ser agrupadas, tempos de preparação podem ser reduzidos, ferramentas, dispositivos de fixação e máquinas podem ser compartilhados pela família de peças e 5) redução do Custo do Material em Processo e Estoque: ocorre pela redução do ciclo de fabricação, melhor resposta a demanda e à diminuição dos estoques intermediários combinados ao estoque final. 4. CONSÓRCIO MODULAR Nesse processo produtivo, existe a aliança de duas ou mais empresas que fabricam e montoam os componentes num produto final, sem a mão-de- obra da empresa contratante. Muito usado na indústria automobilística, no consórcio modular os parceiros do fabricante trabalham dentro da planta da indústria dentro de seus respectivos módulos, tendo a total responsabilidade sobre a montagem do módulo e a conexão deste ao produto na linha de montagem final (LIMA, 2002). Desta forma ocorre uma redução significativa dos custos de produção. A contratante é responsável pelo planejamento, marketing, vendas e pós-vendas, desenvolvimento e liberação final do produto além da aprovação do planejamento do sistema de qualidade de cada módulo e da fábrica como um todo (CORREA, 2001). 5. CÉLULAS DE PRODUÇÃO As células de produção nada mais são que um arranjo aplicado na indústria de manufatura para simplificar o planejamento, reduzir o tempo de produção, aumentar a produtividade além de melhorar a satisfação do cliente (HEINECK, 2006). Rother e Harris (2002) afirmam que: “Uma célula é um arranjo de pessoas, máquinas, materiais e métodos em que as etapas do processo estão próximas e ocorrem em ordem seqüencial, através do qual as partes são processadas em um fluxo contínuo”. Já Hyer e Brown (1999) caracterizam o layout celular como sendo um arranjo que: a) Produz partes ou famílias de produtos; b) Envolve a locação física dos equipamentos para produzir estas famílias de produtos; c) Submete os equipamentos à produção da família de produtos. Geralmente aplicada em um lote pequeno com espaço reduzido, as atividades são executadas na sequência ideal a fim de evitar perdas e, por consequência, aumentar a produtividade. O produto deve seguir o fluxo contínuo na produção, com os trabalhadores próximos, dentro de uma sequência e ritmo ideal, afim de evitar perdas por retrabalho e espera (HEINECK, 2006). Em estudos de campo, Hyer e Brown (1999) afirmam que um arranjo de trabalho celular atinge seu ponto crítico quando os operadores não podem visualizar, ouvir e se comunicar entre si e ocorre para a maioria das células, com um grupo acima de dez pessoas. A eficáciadas células de manufatura é dependente da conexão baseada em informação, sendo que a informação tem influência mais dinâmica no sistema, pois é o elemento central que determina a eficácia das células de manufatura. Veja na figura abaixo: Figura 1 - Blocos de construção para efetividade da célula real. Fonte: Hyer e Brown (1999). Consideramos como benefícios listados por Wemmerlov (1996) os seguintes itens: ✓ menor tempo de processamento; ✓ menor quantidade de matéria prima, estoque em processo e de produtos acabados; ✓ menor tempo de setup; ✓ movimentação de materiais mais eficiente; ✓ qualidade de output melhorada e menos retrabalho; ✓ maior produtividade; ✓ melhoria da satisfação dos operadores no trabalho; ✓ visibilidade da condição do trabalho aumentada; ✓ procedimentos simplificados de planejamento e controle. 6. SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA Os Sistemas Flexíveis de Manufatura Flexíveis, ou Flexible Manufacturing System, em inglês, são, basicamente, sistemas de produção altamente automatizados, capazes de produzir uma grande variedade de peças e produtos por meio de um único equipamento e software. Eles fornecem uma série de benefícios de produção e ajudam as empresas a alcançarem o sucesso em seus negócios. Segundo Lucero, os Sistemas Flexíveis de Manufatura Flexíveis são os sistemas que possuem a característica de responder a circusntâncias variáveis do ambiente, ajustando-se em um amplo intervalo de possibilidades, em tempo e economicamente. Daviset g a r a n t e q u e a flexibilidade é uma medida de quão prontamente o processo de transformação da empresa pode se ajustar para atender às demandas sempre variáveis dos clientes”. Essa mudança de operação deve atender a 4 tipos de exigências a saber: 1) produtos e serviços diferentes, 2) ampla variedade ou composto de produtos e serviços, 3) quantidades ou volumes diferentes de produtos e serviços e, 4) tempos de entrega diferentes (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Sendo assim, é possível definir os Sistemas Flexíveis de Manufatura (SFM) como uma configuração controlada por computador de estações de trabalho, apoiada por um sistema integrado de movimentação de materiais e estações de preparação de peças, dispositivos e ferramentas (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Esse sistema é apoiado em quatro ou mais estações de trabalho de processamento considerando como vantagens os seguintes elementos: 1) redução do lead time entre 60 e 70%, 2) economia de estoque e fluxo de materiais uniforme ao longo da planta, 3) utilização aumentada dos recursos entre 200 e 400%, 4) redução dos tempos de preparação entre 50 e 90%, 5) número de máquinas e operações reduzidas, 6) aumento na qualidade dos produtos, 7) economia de espaços e 8) ciclos de inovação da produção mais rápidos. 7. MANUFATURA INTEGRADA POR COMPUTADOR A Manufatura Integrada por Computador (CIM, do inglês) busca aumentar a eficiência da empresa como um todo através da integração dos sistemas de produção, utilizando informação, computação e automação para auxiliar nas operações, tática e estrategicamente. Além disso, envolve também as questões de marketing, gestão de estoques, finanças e pessoal (JÚNIOR et al., 2012). Segundo Moura Jr. (1996) quando há o uso do CIM, elimina-se a necessidade de papel, pois ocorre completa automatização da fábrica, onde todos os processos e atividades são controlados por computador, ou seja, atividades integradas interdependentes, exclusivamente na forma digital. Tovar (1996) complementa que o CIM proporciona às empresas uma melhor percepção sobre seu estado geral e uma maior agilidade e capacidade de reação e de adaptação, de uma forma coordenada, rápida e flexível. Segundo Palomino (1995), um sistema de produção automatizado, que interliga estações de processamento, deve exibir alto grau de automatização, intergração e interligação, bem como alto grau de flexibilidade e evolutibilidade. Essa rede de informações, além das transferências de informações, deve suportar a coordenação, monitoração, controle e gestão de todo o sistema (TOVAR, 1996). Cunha (1999) cita as diversas vantagens do CIM em comparação com a fabricação tradicional, tais quais: aumento da produtividade, redução dos leads times, redução do trabalho em processo, redução dos custos laborais, aumento da qualidade do produto, o equipamento é utilizado de uma forma mais eficiente. REFERÊNCIAS ANUMBA, C. J.; BAUGH, C; KHALFAN, M. M. A. Organisational structures to support concurrent engineering in construction. Industrial Management and data systems. UK, 2002. BLACK, J. Temple; KANNENBERG, Gustavo; PIZZATO, Flávio. O projeto da fábrica com futuro. Bookman, 1998. CORRÊA, L. H. 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