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MÚCULO LISO As células musculares lisas participam da constituição dos órgãos ocos como canal alimentar, vias aéreas, vasculatura e trato urogenital, atuando, a partir da sua função contrátil, na propulsão do conteúdo luminal, como na peristalse intestinal e na vasoconstrição. A principal diferença em relação à contração do músculos esquelético é a necessidade de modificação da miosina, antes da interação com a actina. Estrutura Celular ● Células longas – espessas no centro e afiladas nas extremidades; ● Núcleo único e central; ● Tamanho variável – capacidade de aumento em número (hiperplasia) e em tamanho (hipertrofia); ● Lâmina basal + rede de fibras reticulares – contração simultânea para transferência da contração para o músculo inteiro; Universidade Estadual do Ceará – UECE Centro de Ciências da Saúde – CCS Curso: Graduação em Medicina Disciplina: Ciências Morfológicas I / Embriologia e Histologia Professores: Hélder Gurgel e Patrícia Marçal Monitora: Juliana Ciarlini Costa Figura 1: Esquema tridimensional de um pedaço de músculo liso Figura 2: Demonstração de fibras reticulares em músculo liso impregnado por prata ● Cavéolas – invaginações no sarcolema com aspecto de vesículas de pinocitose ◦ Aumentam a relação superfície- volume e estão intimamente opostas ao RS subjacente; ◦ Contém íons de Cálcio para contração; ● Junções comunicantes para transmissão do impulso de uma célula para outra ◦ Vias de baixa resistência que permitem comunicação química pela difusão de compostos; ● Apresentam corpos densos na membrana ◦ Conexão com os filamentos grossos interdigitados aos finos; ◦ A contração dos filamentos se transmite à membrana, o que leva à contração do músculo como um todo; Mecanismo de Contração ● Contração baseada no deslizamento de filamentos de actina e miosina; Figura 3: Superfície interna do sarcolema de célula muscular lisa intestinal Figura 4: Células musculares lisas com projeções para células adjacentes Figura 5: Organização dos contatos célula-célula, citoesqueleto e miofilamentos Figura 6: Célula muscular lisa distendida e contraída ● Os filamentos de actinapermanecem estabilizados a partir da combinação com a tropomiosina; ● Formação dos filamentos de miosina apenas no momento da contração; ◦ Miosina II – moléculas enrodilhadas quando não fosforiladas – estiram-se em filamentos após a fosforilação; ● ↑ Concentração de cálcio intracelular por estímulo do SNA ◦ Canais na membrana e Retículo Sarcoplasmático; ● Íons cálcio se combinam com a calmodulina, graças sua grande afinidade com o íon ◦ Formação do complexo cálcio-calmodulina; ◦ Ativação da enzima cinase da cadeia leve de miosina II (MLCK); ● Distensão da molécula de miosina II mediante sua fosforilação pela MLCK – forma filamentosa – expõe os sítios de ligação da actina na molécula de miosina II; ● Ligação da actina à miosina II ◦ Liberação da energia do ATP; ◦ Deformação da cabeça da miosina; ◦ Deslizamento dos filamentos de actina e miosina uns sobre os outros; ● Ligação desses filamentos à filamentos intermediários de desmina e vimentina que os prendem aos corpos densos, permitindo a contração da célula como um todo. ● Fatores que ativam a MLCK ◦ Aumento intracelular de AMPc – ativação da MLCK – fosforilação da miosina II ▪ Ação de hormônios sexuais como estrógeno; ▪ Progesterona tem efeito oposto diminuindo os níveis intracelulares de AMPc e consequentemente relaxando o músculo liso; ▪ Através da ligação do hormônio com seu receptor na célula muscular lisa, disparando um mecanismo de sinalização celular que ativa a enzima adenilato ciclase, aumentando a quebra de ATP em AMPc; Figura 6: Papel do cálcio na contração do músculo liso ● Função de síntese ◦ Colágeno tipo III, fibras elásticas e proteoglicanos; ◦ Retículo endoplasmático rugoso desenvolvido quando estão em atividade sintética; ● Controle do SNA – dilatações com vesículas sinápticas contendo neurotransmissores colinérgicos (acetilcolina) e adrenérgicos (norepinefrina) ◦ Atuação de modo antagônico – estímulo ou depressão da atividade contrátil; ◦ Grau de controle variável – contração lenta (trato digestivo) ou rápida (íris do globo ocular). REFERÊNCIAS BORON, W. F.; BOULPAEP, E. L. Fisiologia Médica. Trad. sob direção de Daniela Carmo, 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. KOEPPEN, B. M.; STANTON, A. S. Berne & Levy: Fisiologia. Trad. sob direção de Adriana Pitella Sudré, 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
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