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Livro-Texto - Unidade III

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7 OS CÓDIGOS DE ÉTICA DE 1947, 1965, 1975 E 1986
7.1 Os Códigos de Ética de 1947, 1965 e 1975: notas de um passado
Antes de adentrarmos especificamente no estudo dos Códigos de Ética, é necessário uma vez mais 
lembrar que o Serviço Social surgiu e se consolidou enquanto profissão no Brasil em meados de 1930. 
Nesse período, vemos que as expressões da questão social se ampliam, e, com isso, os problemas sociais 
gerados pelo estágio vivenciado de desenvolvimento capitalista são substancialmente ampliados. 
Temos assim uma maior visibilidade dos problemas sociais que afetam a sociedade brasileira, o que, em 
contrapartida, demanda também uma intervenção visando a sua contenção (CARVALHO NETO, 2013).
Observando essa situação, a qual resulta também em uma considerável ampliação dos movimentos 
sociais que eclodem em todo país, o Estado brasileiro se mantém em uma posição de total inércia, sem 
ações voltadas a esse público-alvo. Quem assumiu a vanguarda dessas intervenções, como sabemos, 
foi a Igreja Católica, que organizou seu laicato para exercer a chamada caridade junto aos segmentos 
espoliados da sociedade brasileira.
Proveniente da ação da Igreja Católica, com aval do Estado Brasileiro, em 1936 foi criada em São 
Paulo a primeira Escola de Serviço Social, a qual depois tornou-se a Pontifícia Universidade Católica 
(PUC-SP). No ano seguinte, em 1937 foi criada a segunda escola de Serviço Social, no Rio de Janeiro. 
Ambas, no entanto, foram criadas pela Igreja Católica, que se tornou seu organismo organizador, 
gerenciador, tratando da inclusão dos alunos e conferindo formação às futuras profissionais. Com o 
tempo, outros cursos de graduação em Serviço Social foram sendo criados no Brasil e neles sempre 
teremos a influência marcante da Igreja Católica. 
 Observação
Neotomismo consiste em uma nova roupagem que é conferida à 
filosofia de São Tomás de Aquino, surgida inicialmente no século XIII e 
recuperada pela Igreja Católica no século XIX.
Nesse contexto, conforme Carvalho Neto (2013) nos coloca, o embasamento oferecido nesses 
centros de formação foi a doutrina social da Igreja Católica. A doutrina Neotomista, sobretudo, usada 
como referência para justificar a ação em prol dos segmentos empobrecidos, ganhou grande aplicação 
nos primeiros centros de formação. Os dogmas católicos e as referências bíblicas eram o substrato que 
conferia legitimidade a esse ensino que seria, em tese, orientado para a formação daqueles que tinham 
como missão acabar com a miséria que afetava a sociedade brasileira. 
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E os alunos acatavam tão passivamente essas orientações? Sim, e isso com certeza acontecia 
porque os alunos provinham, essencialmente, da classe burguesa, a qual também era vinculada 
à Igreja Católica, em grande medida. Como sabemos, os alunos eram sempre mulheres, católicas, 
ricas, com moral ilibada e sobretudo que desejassem se dedicar de corpo e alma à profissão, o que 
justifica posicionamentos de autores da época, como Mary Richmond, contrários ao casamento 
dos assistentes sociais.
A natureza confessional encontrou assento nas produções positivistas das Ciências Sociais, 
sobretudo na perspectiva positivista. Essa vinculação resultou na construção de uma imagem 
profissional na qual o assistente social, capacitado e por analogia capaz, poderia através de suas 
ações resolver os problemas sociais presentes. A ação profissional era considerada a única alternativa 
para sanar os problemas sociais, ação esta imediatista e sem reflexão sobre os reais influenciadores à 
desigualdade estruturalmente instituída. 
A questão metodológica também foi idealizada visando dar concreticidade a essa prática 
profissional. Como assim, você pode pensar? E o que isso significa? Bem, para que a ação conseguisse 
ter concreticidade prática e para que pudesse ser executada, era necessário que os profissionais 
tivessem um método de ação. Esse método nos foi dado através das famosas abordagens de caso, 
grupo e desenvolvimento de comunidade pelo Serviço Social brasileiro e foi hegemônico até o 
Movimento de Reconceituação do Serviço Social. Métodos chegavam como um transplante da 
abordagem dos assistentes sociais norte-americanos em solo brasileiro, configurando a chamada 
influência norte-americana no Serviço Social. Anterior a esse período tivemos o aporte à doutrina 
franco-belga como determinante na prática dos assistentes sociais.
Nesse processo de desenvolvimento do profissional brasileiro, algumas instituições foram sendo 
criadas, entre as quais a Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social, ou Abess. No mesmo ano 
também foi criada a Associação Brasileira de Assistentes Sociais, ou Abas. A Abess se ocuparia do ensino 
e a Abas, do exercício profissional.
A Abas era responsável pela organização e legitimação do trabalho 
profissional, orientava as práticas profissionais e estabelecia as articulações 
políticas naquela época. A Abess representava a unidade acadêmica no Brasil, 
desenvolvia ações direcionadas à formação acadêmica, escolas e currículos 
(CARVALHO NETO, 2013, p. 67).
No entanto, esses organismos eram clivados pelos ideais burgueses e católicos que haviam orientado 
as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil. Uma grande expressão desse ideal foi a criação, em 
1947, do Código de Ética Profissional do Assistente Social, pela Associação Brasileira de Assistentes 
Sociais. Nele, teremos a presença extremamente forte dos ideais católicos. Nele, “[...] a ação profissional 
é claramente subordinada à intenção ético-moral dos seus agentes, entendida como uma decorrência 
natural da fé religiosa” (BARROCO, 2006, p. 95-96 apud CARVALHO NETO, 2013, p. 67). 
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 Saiba mais
Para conhecer mais a questão do messianismo e do fatalismo no Serviço 
Social, recomendamos a leitura do artigo:
MONTAÑO, C. Um projeto para o serviço social crítico. Rev. 
Katálysis, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 141-157, dez. 2006. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
49802006000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 nov. 2017.
Nele, o autor realiza uma discussão sobre esses e outros aspectos que 
influenciaram e ainda condicionam substancialmente o fazer do assistente 
social. Você vai adorar essa leitura.
Além disso, nesse código temos uma imposição de um perfil profissional que é moldado em valores 
morais burgueses, em que o pudor figura como referência para determinar um perfil profissional. As 
normas de conduta devem ser seguidas por aquelas que desejarem ser assistentes sociais. Além disso, o 
código expressa uma perspectiva messiânica e fatalista do fazer profissional. 
 Observação
Messianismo faz menção ao entendimento de que o profissional poderá 
resolver todos os problemas sociais que lhes forem apresentados por meio 
de sua técnica. Fatalismo é o entendimento de que muitas situações estão 
postas e que nada poderemos fazer para mudá-las. 
Que tal observar de perto esse documento? O Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais 
de 1947 é um documento simples, pequeno, com apenas três páginas. Foi aprovado em uma reunião da 
Abas de 29 de setembro de 1947 e possui seções assim organizadas: Introdução, Deveres Fundamentais, 
Deveres para com os Beneficiários do Serviço Social, Deveres para com os Colegas, Deveres para com a 
Organização que trabalha e Disposições Gerais.
Já na Introdução vemos o forte caráter moralizador que é incutido como um valor ético a ser 
seguido pelos profissionais.I – Moral ou Ética pode ser conceituada como a ciência dos princípios e das 
normas que se devem seguir para fazer o bem e evitar o mal. 
II – A moral aplicada a uma determinada profissão recebe o nome de ÉTICA 
PROFISSIONAL; relacionada esta com o Serviço Social, pode ser chamada de 
DEONTOLOGIA DO SERVIÇO SOCIAL 
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III – A importância da Deontologia do Serviço Social provém do fato de que 
o Serviço Social não trata apenas de fator material, não se limita à remoção 
de um mal físico, ou a uma transação comercial ou monetária: trata com 
pessoas humanas desajustadas ou empenhadas no desenvolvimento da 
própria personalidade. 
IV – A observância dos princípios da Deontologia do Serviço Social exige, 
da parte do Assistente Social, uma segura formação em todos os ramos da 
Moral (ABAS, 1947, p. 1).
Apesar da breve introdução visando diferir Moral de Ética, vemos os princípios religiosos indicando 
que tanto moral quanto ética devem servir para o bem e não para o mal, o que seria, a nosso ver, já a 
presença da religiosidade, que orientava os profissionais a serem bons e evitar o mal. Também nesse 
trecho inicial vemos a palavra “desajustada”, que se refere a pessoas que não se encaixavam ao que 
era posto pela moral burguesa, e fica possível compreender que caberia ao profissional adequá-las à 
sociedade, com normas morais como referência. 
Na sequencia, quando são abordados os deveres do assistente social, novamente vemos a influência 
da doutrina da Igreja, assim como a persistência da moral burguesa de comportamento:
É dever do Assistente Social: 
1. Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus, os direitos 
naturais do homem, inspirando‐se, sempre em todos seus atos profissionais, 
no bem comum e nos dispositivos da lei, tendo em mente o juramento 
prestado diante do testemunho de Deus. 
2. Guardar rigoroso sigilo, mesmo em depoimentos policiais, sobre o que 
saiba em razão do seu ofício. 
3. Zelar pelas prerrogativas de seu cargo ou funções e respeitar as de outrem. 
4. Recusar sua colaboração ou tomar qualquer atitude que considere ilegal, 
injusta ou imoral. 
5. Manter uma atitude honesta, correta, procurando aperfeiçoar sua 
personalidade e dignificar a profissão. 
6. Levar ao conhecimento do órgão competente da ABAS Seção São Paulo, 
qualquer transgressão deste Código. 
7. Manter situação ou atitude habitual de acordo com as leis e bons costumes 
da comunidade (ABAS, 1947, p. 2).
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A análise dos deveres tidos como fundamentais nos apresenta termos como “respeitando a lei de 
Deus” e “tendo em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus”, os quais reforçam a 
vinculação da profissão com a Igreja, com a religiosidade. Outros termos, como “procurando aperfeiçoar 
sua personalidade e dignificar a profissão” e “atitude habitual de acordo com as leis e bons costumes 
da comunidade”, por outro lado, nos demonstram o forte caráter moralizador que era exigido dos 
assistentes sociais do período. 
O texto inicial ainda garante a prerrogativa do sigilo, mesmo em depoimentos policiais, e indica a 
necessidade de respeito com as outras profissões, censurando a participação desse profissional em atos 
que considere injustos ou antiéticos. 
Ao abordar a relação do assistente social com o usuário, o documento condena o recebimento, 
pelo técnico, de recursos destinados aos beneficiários e novamente assume e reafirma a vinculação 
da profissão com a ideologia católica. Observe a seguir o texto em que o Código em questão aborda a 
relação do assistente social com o beneficiário:
I – É dever do Assistente Social 
1. Respeitar no beneficiário do Serviço Social a dignidade da pessoa humana, 
inspirando‐ se na caridade cristã. 
2. Aplicar todo zelo, diligência e recursos da ciência no trabalho a realizar e 
nunca abandonar um trabalho iniciado, sem justo motivo. 
II – Não é permitido ao Assistente Social Aceitar remuneração de um 
beneficiário de uma organização, por serviços prestados em nome desta 
(ABAS, 1947, p. 2).
Ou seja, o respeito ao beneficiário era recomendado e deveria ser balizado pela “caridade cristã” e 
não por valores éticos gerais. Quando aborda a relação do assistente social com os colegas, no entanto, 
vemos que há indicações gerais, genéricas, sobre o relacionamento profissional, sem tanto apelo 
confessional. Vejamos:
I – É dever do Assistente Social 
1. Tratar os colegas com perfeita cortesia, evitando fazer quaisquer alusões 
ou comentários desairosos sobre sua conduta na vida privada e profissional 
2. Abster‐se de discutir em público sobre assunto de interesse exclusivo e 
reservado da classe.
 II – Não é permitido ao Assistente Social 
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1. Pronunciar‐se sobre serviço confiado a outro Assistente Social, ainda que 
tenha em vista o bem do Serviço Social, sem conhecer os fundamentos da 
opinião daquele, e sem contar com seu expresso consentimento. 
2. Aceitar funções ou encargos anteriormente confiados a um Assistente 
Social sem antes procurar informar‐se da razão da dispensa deste, de sorte a 
não aceitar a substituição desde que esta implique em desmerecimento para 
a classe (ABAS, 1947, p. 2-3).
Também podemos observar esse caráter na orientação do que é esperado nas relações entre 
assistentes sociais e instituições empregadoras, onde lemos:
I – É dever do Assistente Social 
1. Pautar suas atividades por critério justo e honesto, empregando todo o 
esforço em prol da dignidade e elevação das funções exercidas 
2. Tratar os superiores com respeito, o que não implica restrição de sua 
independência quanto às suas atribuições em matéria específica de Serviço 
Social 
II – Não é permitido ao Assistente Social 
1. Alterar ou deturpar intencionalmente depoimentos, documentos, 
relatórios e informes de natureza vária, para iludir seus superiores ou 
quaisquer outros fins. 
2. Valer‐se da influência do seu cargo para usufruir, ilicitamente, vantagens 
de ordem moral ou material. 
3. Prevalecer‐se de sua situação para melhoria de proventos próprios em 
detrimento de outrem. 
4. Prejudicar a execução de tarefas reclamadas pela natureza do seu cargo, 
ocupando‐se de assuntos estranhos ao mesmo durante as horas de serviço 
(ABAS, 1947, p. 3).
Ou seja, nesses itens o caráter ideológico burguês e católico é sublimado. Por fim, em Disposições 
Gerais temos a indicação de que o Código poderá ser alterado mediante aprovação em Assembleia e que 
o Código entrará em vigor imediatamente. Carvalho Neto (2013) nos indica que esse documento veio a 
atender as necessidades dos profissionais daquele período, que eram igualmente burgueses e religiosos 
e que se viam representados nesse tipo de documento. 
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 Lembrete
O desenvolvimento de comunidade é um método de intervenção 
destinado a desenvolver comunidades em situação de vulnerabilidade. 
Dado o contexto do momento, em que tivemos grande ampliação do desenvolvimento de comunidade 
no Brasil, e isso resultou na ampliação substancial dos postos de trabalho para os assistentes sociais. 
Além do Estado, principal executor das atividades de desenvolvimento de comunidade, e que alocou 
grande parte dos profissionais graduados, esses profissionais encontrarão ocupação em instituições 
paraestatais e particulares. A ampliação do mercado de trabalho resultou na promulgação da primeiralei de regulamentação do trabalho do assistente social no Brasil, a lei de nº 3.252, de 27 de agosto de 
1957 (CARVALHO NETO, 2013). Como sabemos, essa lei foi promulgada durante o governo de Juscelino 
Kubitschek. Vamos conhecê-la?
A legislação em pauta também é bastante simples, pequena e com apenas 9 artigos. Os artigos 1º e 
2º disciplinam, de forma genérica, quem pode ser considerado assistente social e traçam as prerrogativas 
necessárias a essa prática profissional. 
Art. 1º É livre em todo o território nacional o exercício da profissão de 
assistente social, observando-se as disposições da presente lei.
Art. 2º Poderão exercer a profissão de Assistente Social:
a) os possuidores de diploma expedido no Brasil por escolas de Serviço Social 
oficiais ou reconhecidas pelo Govêrno Federal, nos têrmos da Lei nº 1.889, de 
13 de junho de 1953;
b) os diplomados por escolas estrangeiras, reconhecidas pelas leis do pais 
de origem, cujos diplomas tenham sido revalidados de conformidade com a 
legislação em vigor;
c) os agentes sociais qualquer que seja sua denominação, com funções nos 
vários órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14 e seu parágrafo da Lei 
nº 1.889, de 13 de junho de 1953.
Parágrafo único. Vetado (BRASIL, 1957).
Ou seja, são indicações genéricas para definir quais seriam as pessoas aptas ao exercício legal da profissão. 
Os artigos 3º, 4º e 5º também indicam orientações sobre o exercício profissional, sumariando atribuições 
dos profissionais, destacando quais seriam as pessoas que poderiam ser contratadas como assistentes 
sociais e indicando orientações sobre a docência em Serviço Social. Observe que nessa legislação temos 
a possibilidade de que alunos sejam contratados como assistentes sociais. Os artigos 3º, 4º e 5º colocam:
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Art. 3º São atribuições dos assistentes sociais:
a) direção de escolas de Serviço Social;
b) ensino das cadeiras ou disciplinas de serviço social;
c) direção e execução do serviço social em estabelecimentos públicos e 
particulares;
d) aplicação dos métodos e técnicas específicas do serviço social na solução 
de problemas sociais.
Art. 4º Só assistentes sociais poderão ser admitidos para chefia e execução 
do serviço social em estabelecimentos públicos, paraestatais, autárquicos e 
de economia mista.
Parágrafo único. Em caráter precário, até 31 de dezembro de 1960, poderão 
ser admitidos para o Serviço Social, nos vários órgãos públicos, paraestatais, 
autárquicos e de economia mista, candidatos não diplomados, desde que 
estejam cursando o 3º ano de Escola de Serviço Social. Após essa data, o 
preenchimento das vagas se fará, mediante concurso de conformidade com 
o disposto neste artigo.
Art. 5º Nas escolas oficiais de Serviço Social, que se criarem, a penas 
Assistentes Sociais poderão assumir os cargos docentes, de direção, 
secretaria e supervisão, excetuando-se, no cave do ensino, as cadeiras ou 
disciplines que pelo seu programa, possam ou devam ser ensinados por 
outros profissionais. 
Art. 6º O disposto nos artigos anteriores se praticara sem prejuízo da 
observância das normas relativas ao provimento das cátedras de ensino e da 
legislação geral sôbre os funcionários públicos civis da União (BRASIL, 1957).
Os artigos finais, do 8º ao 9º, indicam informações gerais sobre o período que a lei iria vigorar e sobre 
sua regulamentação. O artigo 7º foi vetado. Carvalho Neto (2013) indica que a promulgação dessa lei se 
deu em virtude da ampliação do mercado de trabalho para os assistentes sociais nesse contexto. Nesse 
momento, em que também tivemos a ampliação das escolas ou centros de formação, vimos que passa 
a ser requerido um profissional competente. 
Na década de 1960, contexto de ditadura política e de profunda recessão econômica, vemos surgir 
um debate, uma reflexão interna na profissão. Os questionamentos endógenos buscavam embate com a 
essência burguesa ainda predominante no Serviço Social. Isso emerge uma nova consciência ético-política 
sobre o Serviço Social, gerando uma nova moralidade, que busca sintonizar o Serviço Social com a 
realidade brasileira. Essa revisão profissional, como sabemos, não foi hegemônica e encontramos grupos 
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que desejavam retomar a vertente católica, outros que pressupunham uma especialização técnica dos 
profissionais e também aqueles que buscavam um rompimento com os valores burgueses. Essa reflexão 
teve como resultado o Código Moral de Serviço Social, publicado em 1962 pela Associação Brasileira de 
Ensino de Serviço Social.
No entanto, nesse momento nossa profissão ainda esteve sob o embasamento da vertente 
conservadora. No ano de 1965, no dia 8 de maio, foi criado o Conselho Federal de Assistentes Sociais 
no Brasil, o qual passou a promover uma ampla revisão no Código de Ética de 1947, considerado pelos 
profissionais da época um instrumento de visão tradicionalista, conservador e assentado no positivismo 
e no tomismo. Tal reflexão teve como resultado o Código de Ética Profissional do Assistente Social de 
1965, aprovado em 8 de maio.
 Observação
Positivismo é uma corrente de pensamento filosófico francesa surgida em 
meados do século XIX e que teve como principal defensor Augusto Comte. 
Esse segundo Código, já bem maior do que o primeiro, além de traçar parâmetros gerais da atuação 
do assistente social em uma parte introdutória mais ampla do que a do Código Profissional do Assistente 
Social de 1947, apresenta ainda dez capítulos assim distribuídos: capítulo 1, em que temos orientações 
gerais sobre o exercício profissional, denominado Da Profissão; capítulo 2, intitulado Dos Deveres 
Fundamentais, em que são apresentados valores gerais de norteamento da prática profissional; capítulo 
3, Do Segredo Profissional, no qual é destacado o sigilo profissional; capítulo 4, Dos Deveres para com 
as Pessoas, Grupos ou Comunidades Atingidos pelo Serviço Social; capítulo 5, Dos Deveres para com 
os Serviços Empregadores; Capítulo 6, Dos Deveres para com os Colegas; Capítulo 7, Das Associações 
de Classe; Capítulo 8, Do Trabalho em Equipe; Capítulo 9, Da Responsabilidade e da Preservação da 
Dignidade Profissional; e Capítulo 10, Da Aplicação e Observância do Código. Todos esses capítulos, 
agregados, integram e compõe o Código de Ética de 1965, que analisaremos agora. Vamos conhecê-lo?
O texto introdutório é bastante interessante e representativo. Vejamos:
Considerando que: 
A formação da consciência profissional é fator essencial em qualquer 
profissão e que um Código de Ética constitui valioso instrumento de apoio e 
orientação para os Assistentes Sociais; 
O Serviço Social adquire no mundo atual uma amplitude técnica e cientifica, 
impondo aos membros da profissão maiores encargos e responsabilidades; 
Só à luz de uma concepção de vida, baseada na natureza e destino do 
homem, poderá de fato o Serviço Social desempenhar a tarefa que lhe cabe 
na complexidade do mundo moderno; 
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Um Código de Ética se destina a profissionais de diferentes credos e princípios 
filosóficos, devendo ser aplicável a todos. 
O Conselho Federal de Assistentes Sociais – CFAS, no uso suas atribuições 
conferidas pelo item IV art. 9° do Regulamento aprovado pelo Decreto 994 
de 15 de maio de 1962, resolve aprovar o Código de Ética alicerçado nos 
direitos fundamentais do homem e as exigências do bem‐ comum, princípios 
estes reconhecidos pela própria filosofia do Serviço Social (CFESS, 1965).
Desse trecho vemos que o Código destaca quese destina a todos profissionais, independentemente 
do credo religioso. Isso indicaria, no dizer de Carvalho Neto (2013), que agora a profissão deixa de ser 
uma prerrogativa dos grupos católicos, tal como era no início de sua constituição no Brasil. 
O capítulo 1, composto por três artigos, indica que o assistente social é um profissional liberal, 
obrigado a atender as legislações que disciplinem sua conduta. 
Já no capítulo 2, composto pelos artigos 4º ao 14º, em que temos grande detalhamento do que 
seriam os deveres fundamentais dos profissionais, podemos ler: 
Art. 4 – O assistente social no desempenho das tarefas inerentes a sua 
profissão deve respeitar a dignidade da pessoa humana que, por sua natureza 
é um ser inteligente e livre. 
Art. 5 – No exercício de sua profissão, o assistente social tem o dever de 
respeitar as posições filosóficas, políticas e religiosas daqueles a quem se 
destina sua atividade, prestando‐lhes os serviços que lhe são devidos, tendo‐
se em vista o princípio de autodeterminação. 
Art. 6 – O assistente social deve zelar pela família, grupo natural para o 
desenvolvimento da pessoa humana e base essencial da sociedade, 
defendendo a prioridade dos seus direitos e encorajando as medidas que 
favoreçam a sua estabilidade e integridade. 
Art. 7 – Ao assistente social cumpre contribuir para o bem comum, 
esforçando‐se para que o maior número de criaturas humanas dele se 
beneficiem, capacitando indivíduos, grupos e comunidades para sua melhor 
integração social. 
Art. 8 – O assistente social deve colaborar com os poderes públicos na 
preservação do bem comum e dos direitos individuais, dentro dos princípios 
democráticos, lutando inclusive para o estabelecimento de uma ordem 
social justa. 
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Art. 9 – O assistente social estimulará a participação individual, grupal e 
comunitária no processo de desenvolvimento, propugnando pela correção 
dos desníveis sociais. 
Art. 10 – O assistente social no cumprimento de seus deveres cívicos 
colaborará nos programas nacionais e internacionais, que se destinem a 
atender às reais necessidades de melhoria das condições de vida para a sua 
pátria e para humanidade. 
Art. 11 – Ao assistente social cumpre respeitar a justiça em todas as suas 
formas: comutativa, distributiva e social, lutando para seu o seu fiel 
cumprimento, dentro dos princípios de fraternidade no plano nacional e 
internacional. 
Art. 12 – O assistente social conforme estabelecem os princípios éticos e a Lei 
penal, deve pautar toda a sua vida profissional condicionalmente pela verdade. 
Art. 13 – O assistente social no exercício de sua profissão deve aperfeiçoar 
sempre seus conhecimentos, incentivando o progresso, atualização e difusão 
do Serviço Social. 
Art. 14 – O assistente social tem o dever de respeitar as normas éticas das 
outras profissões, exigidos, outrossim, respeito àquelas relativas ao Serviço 
Social, quer atuando individualmente ou em equipes (CFESS, 1965).
Surgem agora novos termos, como “respeito a dignidade do ser humano”, “dever de respeitar as 
posições filosóficas, políticas e religiosas daqueles a quem se destina sua atividade”, “O assistente social 
deve zelar pela família”, “Ao assistente social cumpre contribuir para o bem comum”, em que vemos que 
a prática do assistente social é vinculada ao alcance do bem comum pela sociedade, atribuindo assim ao 
fazer profissional a responsabilidade de uma sociedade sem diferenças. Isso indica ainda a necessidade 
do profissional colaborar com os valores democráticos e que o profissional deve ser vinculado ao Estado 
e aos demais programas ou ações sociais, supostamente com a finalidade de superar as desigualdades 
sociais. Isso reforça o caráter de subordinação profissional no interior das instituições empregadoras e 
afirma ainda a necessidade de atualização constante do profissional, além de chamar a atenção para o 
respeito de outras profissões. 
O capítulo 3 faz orientações com relação ao sigilo profissional, destacando que o sigilo é um direito 
garantido aos profissionais, podendo ser quebrado somente quando visar impedir um mau maior, e 
assevera que essa revelação deve ser feita somente dentro do que é estritamente necessário. Esse 
capítulo dedica os artigos 15º ao 17º para orientações com relação às prerrogativas que envolvem o 
sigilo profissional.
O capitulo 4 aborda a relação firmada entre assistente social e o público atendido. Vejamos o que 
ele nos diz:
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Art. 18 – O respeito pela pessoa humana, considerado nos arts. 4° e 5° deste 
Código, deve nortear a atuação do assistente social, mesmo que esta atitude 
reduza a eficácia imediata da ação. 
Art. 19 – O assistente social em seu trabalho junto aos clientes, grupos e 
comunidades, deve ter o sentido de justiça, empregando o máximo de seus 
conhecimentos e o melhor de sua capacidade profissional, para a solução 
dos vários problemas sociais. 
Art. 20 – A ação do assistente social será perseverante, a despeito das dificuldades 
encontradas, não abandonando nenhum trabalho sem justo motivo. 
Art. 21 – O assistente social esforçar‐se‐á para que seja mantido um bom 
entrosamento entre as agências de Serviço Social e demais obras ou 
serviços da comunidade, com o objetivo de assegurar mútua compreensão 
e eficiente colaboração. § único – As criticas construtivas que contribuam 
para o aperfeiçoamento do Serviço Social e entendimento crescente entre 
as obras, poderão ser feitas pertinentemente e com discrição. 
Art. 22 – O assistente social deve interessar‐se por todos os grandes problemas 
sociais da comunidade, dentro de uma perspectiva da realidade brasileira, 
colaborando com seus recursos pessoais e técnicos, para o desenvolvimento 
solidário e harmônico do país (CFESS, 1965).
Aqui vemos que é enaltecido o princípio do respeito, da justiça, mas também é destacado que o 
assistente social deve perseverar no exercício de suas funções e manter bom relacionamento com outras 
agências sociais, aceitando as críticas recebidas e permanecendo atualizado sobre os problemas presentes 
na sociedade brasileira. Isso confere um caráter um pouco romântico à profissão e oferece uma ideia de 
profissional técnico, capaz de fazer bem o serviço, mas também subjugado por uma prática em que não é 
possível se colocar contrário às situações que estão presentes em seu cotidiano. Essa tendência é afirmada 
no capítulo subsequente, o capítulo V, em que são abordadas as relações firmadas entre o assistente social 
e as instituições empregadoras. O capítulo V indica novamente o assistente social como profissional liberal 
e reafirma a sujeição dos profissionais segundo a hierarquia institucional. Vejamos:
Art. 23 – O assistente social, profissional liberal, tecnicamente independente 
na execução de seu trabalho, se obriga a prestar contas e seguir diretrizes, 
emanadas do seu chefe hierárquico, observando as normas administrativas 
da entidade que o emprega. 
Art. 24 – O assistente social ter por dever tratar superiores, colegas e 
subordinados hierárquicos com o respeito e cortesia devidos, usando 
discrição, lealdade e justiça no convívio que as obrigações do trabalho 
impõem. 
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Art. 25 – O assistente social deve zelar pelo bom nome da entidade que o 
emprega, prestando‐lhe todo esforço para que a mesma alcance com êxito 
seus legítimos objetivos. 
Art. 26 – O assistente social zelará para que seja mantida em seus serviços 
perfeita organização, fator valioso de eficiência e produtividade,sem, 
contudo burocratizar suas funções. 
Art. 27 – O assistente social deve ser pontual e assíduo no cumprimento 
de sés deveres para com a entidade, jamais relegando o seu trabalho para 
ocupar‐se de assuntos estranhos à natureza do seu cargo. 
Art. 28 – O assistente social exercerá suas funções com honestidade, 
obedecendo rigorosamente aos preceitos éticos e às legítimas exigências 
da entidade, não se prevalecendo de sua situação para obter vantagens 
(CFESS, 1965).
Trechos como: “na execução de seu trabalho, se obriga a prestar contas e seguir diretrizes, emanadas 
do seu chefe hierárquico”, “O assistente social ter por dever tratar superiores, colegas e subordinados 
hierárquicos com o respeito e cortesia devidos”, “O assistente social deve zelar pelo bom nome da 
entidade que o emprega”, “obedecendo rigorosamente aos preceitos éticos e às legítimas exigências 
da entidade” demonstram, conforme Carvalho Neto (2013), que é esperado do assistente social um 
profissional eficiente, tecnicamente capaz para atender suas atribuições profissionais e sobretudo 
subjugado às necessidades e ditames da instituição empregadora. 
O capítulo VI, dos Deveres com os Colegas, indica normas de conduta dos profissionais e em seu 
relacionamento com outros trabalhadores, afirmando sobre abstenção de críticas a outros profissionais 
e ainda destacando uma série de condutas que devem ser observadas pelos assistentes sociais em 
seu relacionamento com outros profissionais. Já o capítulo VII aborda a questão das associações de 
classe, indicando que o assistente social deve colaborar com os órgãos representativos de sua categoria 
profissional. Ainda, no capítulo VIII é abordado o trabalho em equipe, ressaltando que o assistente social 
deve ser imparcial e que isso não diminuiria a sua responsabilidade nas equipes. 
O capítulo IX, Da Responsabilidade e Preservação da Dignidade Profissional, ressalta que o assistente 
social pode responder civil e criminalmente quando incorrer em erros. Nesse item é definido que os 
conselhos devem exercer a função de fiscalização do exercício profissional e são apontadas até as 
possíveis punições para aqueles que incorrerem em erros, como podemos ver:
Art. 41 – Os infratores ao presente Código estão sujeitos às seguintes 
medidas disciplinares: 
a. Advertência confidencial; 
b. Censura confidencial; 
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c. Censura pública 
d. Suspensão do exercício da profissão; 
e. Cassação do exercício profissional (CFESS, 1965).
No último capítulo, capítulo X, é destacado que os conselhos federal e estaduais deverão funcionar 
como tribunais de ética.
 Saiba mais
Vamos conhecer um pouco mais sobre os Códigos Profissionais do Assistente 
Social de 1947 e de 1965? Recomendamos, para isso, a leitura do artigo:
GUEDES, O. de S. Expressões do conservadorismo nos códigos de 
ética dos assistentes sociais de 1947 e 1965. Textos & Contextos (Porto 
Alegre), v. 15, n. 1, p. 28 - 42, jan./jul. 2016. Disponível em: <http://
revistaseletronicas.pucrs.br/fass/ojs/index.php/fass/article/view/24058>. 
Acesso em: 9 nov. 2017. 
Nele, a autora aborda a conservadorismo presente nos dois documentos 
supracitados, ressaltando a vinculação da categoria aos valores burgueses 
da época.
De acordo com a análise de Carvalho Neto (2013) sobre esse Código, ele acompanharia o perfil 
profissional da época em que o assistente social passou a ser requisitado como um profissional 
competente e adaptado às normas sociais. 
Agora, convidamos você para uma aproximação a um outro documento importante na construção 
dos códigos de ética de nossa profissão: o Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1975. 
Juntamente com isso, conheceremos o contexto vivenciado por nossa categoria profissional em um 
contexto de muitas mudanças conjunturais do nosso país. 
Esse Código foi gestado durante o regime ditatorial no país. Apesar de haver nesse momento algumas 
manifestações populares, vemos que o Código foi substancialmente condicionado pelo regime político 
adotado no Brasil. 
Carvalho Neto (2013) indica ainda que o Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1975 
representa o momento endógeno do Serviço Social em que temos o aporte a diversas teorias que buscam 
conferir sustentação a nossa profissão. É o momento da reconceituação, e nesse contexto vemos o 
Serviço Social recorrer à fenomenologia buscando uma modernização, uma tecnificação de sua prática 
e o marxismo, visando o rompimento com a prática até então desenvolvida. 
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Como representativos desses posicionamentos temos a elaboração de métodos de ação, sendo estes 
os aclamados método de Belo Horizonte e de desenvolvimento de comunidade. É certo que o método de 
desenvolvimento de comunidade já era usado no país, mas sua vinculação ao método fenomenológico 
apenas demonstra o quão importante tornou-se a capacidade técnica dos assistentes sociais, retirando 
da prática todo significado crítico e político. O método de Belo Horizonte, por outro lado, representativo 
da recorrência ao marxismo por parte da categoria profissional, não deprecia o caráter técnico do fazer 
profissional, mas evoca o compromisso ético e político do assistente social na defesa dos direitos dos 
segmentos socialmente excluídos. 
No entanto, o Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1975 reprimiu o já consagrado 
respeito ao pluralismo conseguido no Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1947, 
fortaleceu a necessidade de respeito do profissional ao Estado e reatualizou sob novas e sólidas bases 
o conservadorismo profissional. O objetivo era moldar um novo profissional, com capacidade técnica 
de atender de forma eficaz as necessidades do Estado. A grande expressão desse movimento foi, nos 
termos de Carvalho Neto (2013), o Encontro de Sumaré, de 1978. Somente em 1979, com o Congresso 
Brasileiro de Assistentes Sociais, é que a influência marxista ganhou maior adesão dos assistentes sociais 
– falaremos sobre esse evento que é tão relevante em nossa formação na sequência de nossos estudos. 
Agora, vamos apresentar o Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1975.
O Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1975, aprovado em 30 de abril, no Rio de 
Janeiro, é um texto curto, pequeno, com apenas 11 artigos. O documento, no entanto, é iniciado com 
um pequeno trecho introdutório no qual lemos a relevância que é conferida à sistematização da prática 
profissional, destacando-se nessa breve introdução a importância da capacidade técnica do profissional. 
Assim, a perspectiva conferida é de que o Código em questão fora instituído para traçar parâmetros 
destinados ao novo perfil profissional idealizado pelo mercado. 
Nesse sentido, ainda no trecho introdutório, um subitem indica que a regulamentação de uma 
profissão seria algo mais relevante socialmente do que uma opção de defesa de classe social, ou seja, 
aborda as discussões presentes na categoria e reafirma o caráter conservador idealizado para o Serviço 
Social. Acredita-se como valores que norteiam essa prática:
• Subsistência digna; 
• Direito a um “status” social; 
• Direito de associação; 
• Direito de intervenções pertinentes; e, por outro lado, salvaguardar‐
se o bem da sociedade; 
• De busca de valores que respondem às exigências do dever; 
• De legislação fiel ao interesse geral; 
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• De instituições adequadas ao meio social; 
• De oferecimento de condições de vida humana digna, atendendoa 
aspectos curativos e preventivos; 
• De composição do bem total humano (CFESS, 1975, p. 1-2).
Afirma-se assim a importância do respeito à dignidade da pessoa humana. Aliás, o ser humano é 
considerado o eixo central desse código, o que para Carvalho Neto (2013) confere a esse documento um 
caráter fortemente psicologizante dos problemas sociais. Ora, a perspectiva conferida é de que apenas o 
ser humano deve ser considerado pelo Serviço Social, sendo depreciada qualquer análise conjuntural da 
realidade por meio do deslocamento do estudo do homem pela profissão. Atrelados a essa compreensão 
são traçados como valores centrais para a satisfação do ser humano: 
• Bem comum considerado como conjunto das condições materiais 
e morais concretas nas quais cada cidadão poderá viver humana e 
livremente; 
• Justiça social, que compreende tanto o que os membros devem ao 
bem comum, como o que a comunidade deve aos particulares em 
razão desse bem (CFESS, 1975, p. 2).
Ao mesmo tempo que indica que as condições materiais são importantes para o homem, aponta 
a justiça social como sendo aquilo que o homem deve à sociedade. Há uma analogia direta com o 
positivismo, ou seja, a perspectiva é que os seres humanos devem colaborar para a vida em sociedade. 
Essa forma de entendimento é reforçada quando o documento apresenta princípios que devem servir 
de norte aos assistentes sociais, sendo eles:
I. Autodeterminação – que possibilita a cada pessoa, física ou jurídica, o agir 
responsável, ou seja, o livre exercício da capacidade de escolha e decisão; 
II. Participação – que é presença, cooperação, solidariedade ativa e 
corresponsabilidade de cada um, nos mais diversificados grupos que a 
convivência humana possa exigir; 
III. Subsidiariedade – que é elemento regulador das relações entre os 
indivíduos, instituições ou comunidades, nos diversos planos de integração 
social (CFESS, 1975, p. 2).
Melhor dizendo, compete a cada um, e também ao assistente social, colaborar com uma sociedade 
melhor, algo que fará com competência técnica. 
Assim, dá início à discussão proposta. Nas Disposições Gerais, o documento reafirma a obrigatoriedade 
dos assistentes sociais observarem o Código e coloca o Conselho Federal e os Conselhos Regionais como 
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tribunais de ética. Após isso, apresenta de forma genérica quais seriam os direitos e os deveres dos 
assistentes sociais:
Art. 4° São direitos do Assistente Social: 
I. Com relação ao exercício profissional: 
a. Desempenho das atividades inerentes à profissão; b. Desagravo 
público por ofensa que atinja sua honra profissional; c. Proteção à 
confidencialidade do cliente; d. Sigilo profissional; e. Inviolabilidade do 
domicilio do consultório, dos locais de trabalho e respectivos arquivos; 
f. Livre acesso ao cliente; g. Contratação de honorários segundo normas 
regulamentares; h. Representação ao Conselho Regional de Assistentes 
Sociais – CRAS com jurisdição sobre a sede de suas atividades. 
II. Com relação ao “status” profissional: 
a. Reconhecimento do Serviço Social como profissão liberal, incluída entre 
as de nível universitário; b. Garantia das prerrogativas da profissão, e de 
defesa do que lhe é privativo; c. Acesso às oportunidades de aprimoramento 
da formação profissional (CFESS, 1975, p. 5).
Por sua vez, o artigo 5º destaca como dever do assistente social em seu exercício profissional obedecer 
os valores éticos, ser responsável no desempenho de suas funções, atuar em equipe, defender a profissão, 
incentivar o progresso da profissão e outros afins. No artigo em questão vemos um receituário de 
compromissos que são propostos ao assistente social, buscando fortalecer a importância da formação 
continuada dos profissionais e de aspectos que visem à relação dessa profissão com as demais. Importante 
destacar que o artigo 5º apresenta parâmetros específicos para os assistentes sociais em sua relação com 
clientes, colegas, entidades de classe, comunidade e justiça e até enfatiza a questão da publicação de 
trabalhos científicos. São orientações genéricas, que oferecem referências e parâmetros visando à oferta 
de um serviço qualificado pelos profissionais. 
Já o artigo 6º apresenta as vedações ao assistente social, sendo indicado um rol amplo de 
comportamentos considerados proibidos a nossa categoria. Vejamos:
a. Usar titulação ou outorgá‐la a outrem indevidamente; 
b. Exercer sua autoridade de forma a limitar o direito do cliente de decidir 
sobre sua pessoa e seu bem‐estar; 
c. Divulgar nome, endereço ou outro elemento que identifique o cliente; 
d. Reter, sem justa causa, valores que lhe sejam entregues de propriedade 
do cliente; 
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e. Recusar ou interromper atendimento a cliente, sem prévia justificação; 
f. Criticar de publico, na presença de cliente ou de terceiro, erro técnico 
‐ cientifico ou ato de colega atentatório à ética; g. Prejudicar, direta ou 
indiretamente, a reputação, situação ou atividade do colega; 
h. Valer‐se de posição ocupada na direção de entidade de classe para obter 
vantagens pessoais, diretamente ou através de terceiros; 
i. Participar de programa com entidade que não respeite os princípios éticos 
estabelecidos; 
j. Formular, perante cliente, critica aos serviços da instituição, à atuação de 
colegas e demais membros da equipe interprofissional; 
k. Oferecer prestação de serviço idêntico por remuneração inferior à que se 
pague a colega da mesma instituição, e da qual tenha prévia conhecimento; 
l. Aceitar, de terceiro, comissão, desconto ou outra vantagem, direta ou 
indiretamente relacionada com atividade que esteja prestando à instituição; 
m. Recusar‐se, quando denunciante, a prestar declaração que esclareça o 
fato e as provas de sua denúncia; 
n. Recusar‐se a depor ou testemunhar em processo ético‐profissional, sem 
justa causa; 
o. Divulgar informações ou estudos da instituição ou usufruir de planos e 
projetos de outros técnicos, salvo quando devidamente autorizado; 
p. Valer‐se do Serviço Social para objetivos estranhos à profissão ou consentir 
que outros o façam; 
q. Funcionar em perícia quando o caso escape a sua competência ou quando 
se tratar de questão que envolva cliente, amigo, inimigo ou pessoa da 
própria família; 
r. Apresentar como original, idéia, descoberta ou ilustração que não o seja; 
s. Utilizar, sem referência ao autor ou sua autorização expressa, dado, 
informação ou opinião inédita ou colhida em fonte particular; 
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t. Prevalecer‐se de posição hierárquica para publicar, em seu nome exclusivo 
trabalho de subordinados e assistentes, embora executado sob sua orientação 
(CFESS, 1975, p. 6-7).
Ou seja, há um rol amplo de comportamentos que são proibidos ao assistente social. No artigo 
seguinte, o artigo 6º, é indicada a questão do sigilo, sendo que grande parte desse artigo é recuperada do 
Código de Ética de 1965. Assim, nesse documento vemos que o sigilo é considerado direito do assistente 
social, sendo admitido mesmo em casos de intervenção interdisciplinar e no caso de depoimento judicial. 
As orientações sobre a questão do sigilo são abordadas nos artigos 6º, 7º e 8º.
No artigo 9º, o documento apresenta as possíveis sanções disciplinares, assim apresentadas:
a. Advertências em aviso reservado; 
b. Censura em aviso reservado; 
c. Censura em publicação oficial; 
d. Suspensão do exercício profissional até 30 (trinta) dias; 
e. Cassação do exercício profissional “ad‐referendum” do ConselhoFederal 
(CFESS, 1975, p. 9).
Os artigos 10 e 11 comportam as disposições finais e transitórias.
Esse foi um documento que visava apenas qualificar tecnicamente os assistentes sociais para que 
eles pudessem atuar de forma efetiva frente as demandas que lhes eram apresentadas. No entanto, 
nesse mesmo período os debates internos da profissão provocaram uma revisão dos valores do Serviço 
Social e produziram um forte movimento de aporte ao marxismo. Esse contexto e o resultado por ele 
produzido, discutiremos no tópico subsequente. Vamos lá?
7.2 O Código de Ética de 1986: o caminho da mudança
Os anos 80 foram tempos de profundas transformações no cenário econômico, político e social 
de nosso país. Nesse período, a ditadura sucumbiu à ordem democrática e tivemos a ampliação das 
expressões da questão social, entre outros eventos afins. Carvalho Neto (2013) nos diz que esse rol de 
mudanças econômicas, sociais e políticas estimulou o já em curso processo de revisão conceitual da 
profissão. Essa revisão englobou os setores atuantes na prática profissional e também na academia, 
procedendo uma ampla reforma educacional e realizando o aporte ao marxismo, que passou a ser 
integrante da formação dos assistentes sociais desde a graduação. 
Nesse documento temos um direcionamento da profissão totalmente distinto se comparado 
ao expresso no documento anterior. Agora, vemos um rompimento com o tradicionalismo, com a 
fenomenologia e com a perspectiva do assistente social acrítico e apolítico.
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O documento é composto pelos itens: Introdução, título I com as Disposições Gerais, título II com 
Direitos e Responsabilidades Gerais do Assistente Social, título III com as Relações Profissionais e título 
IV com a Observância, Aplicação e Cumprimento do Código. Vamos agora conhecer um pouco mais 
desse documento?
Na Introdução, vemos que é enfatizada a necessidade de que os profissionais superem uma suposta 
falta de criticidade que imperava junto as categorias profissionais na época. O documento reivindica 
ainda o entendimento da dimensão histórica do Serviço Social, o que demandaria uma análise que 
permitisse compreender o surgimento e a consolidação do Serviço Social de forma vinculada à luta de 
classes. Mais: requer do profissional um posicionamento em favor da classe trabalhadora. Consonante 
a isso, temos a apresentação dos princípios, já na Introdução, que deveriam embasar o assistente social 
no entendimento de sua prática profissional. Assim, constituíram princípios de referência para a prática 
do Assistente Social:
• A devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos 
sujeitos sociais envolvidos.
• O acesso às informações no espaço institucional e o incentivo ao 
processo de democratização das mesmas.
• A contribuição na alteração da correlação de forças no espaço 
institucional e o fortalecimento de novas demandas de interesse dos 
usuários.
• A denúncia das falhas nos regulamentos, normas e programas da 
instituição e não acatamento de determinação patronal que fira os 
princípios e diretrizes deste Código.
• O respeito à tomada de decisão dos usuários, ao saber popular e à 
autonomia dos movimentos e organizações da classe trabalhadora.
• O privilégio ao desenvolvimento de práticas coletivas e o incentivo à 
participação dos usuários no processo de decisão e gestão institucional.
• A discussão com os usuários sobre seus direitos e os mecanismos a 
serem adotados na luta por sua efetivação e por novas conquistas; e 
a reflexão sobre a necessidade de seu engajamento em movimentos 
populares e/ou órgãos representativos da classe trabalhadora.
• O apoio às iniciativas e aos movimentos de defesa dos interesses da 
categoria e à divulgação no espaço institucional das informações de 
suas organizações.
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• A denúncia de agressão e abuso de autoridade às organizações da 
categoria e aos órgãos competentes.
• O apoio e/ou a participação nos movimentos sociais e organizações 
da classe trabalhadora (CFESS, 1986, p. 2-3).
Ou seja, os valores são voltados para a defesa da classe trabalhadora e dos segmentos vulneráveis, 
favorecendo os movimentos sociais e a luta contra a opressão e a agressão. 
No título I são apresentadas as disposições gerais e nelas são detalhadas as competências dos 
Conselhos Federal e Regional, destacando as atribuições de cada um desses órgãos na fiscalização da 
profissão e na defesa da categoria dos assistentes sociais. 
No título II são indicados os direitos e responsabilidades do assistente social. Nesse item é destacado 
o que pode ser compreendido como direito, o que é entendido como dever e também informações sobre 
o sigilo. Assim, os artigos 2º e 3º apresentam como direitos e deveres:
Art. 2° ‐ Constituem‐se direitos do Assistente Social:
a. Desempenhar suas atividades profissionais, com observância da legislação 
em vigor;
b. Livre exercício das atividades inerentes à profissão;
c. Livre acesso aos usuários de seus serviços;
d. Participação na elaboração das Políticas Sociais e na formulação de 
programas sociais;
e. Inviolabilidade do domicilio, do local de trabalho e respectivos arquivos e 
documentação;
f. Desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;
g. Remuneração por seu trabalho profissional definida pelas organizações 
sindicais, estaduais e nacionais, articuladas a luta geral da classe trabalhadora;
h. Acesso às oportunidades de aprimoramento profissional; 
i. Participação em manifestações de defesa dos direitos da categoria e dos 
interesses da classe trabalhadora;
j. Participação nas entidades representativas e de organização da categoria;
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k. Pronunciamento em matéria de sua especialidade;
l. Acesso às informações no espaço institucional que viabilizem a pratica 
profissional.
[...]
Art. 3° ‐ Constituem deveres do Assistente Social:
a. Desempenhar suas atividades profissionais, com observância da legislação 
em vigor;
b. Devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos sujeitos 
sociais envolvidos, no sentido de que estes possam usá‐los para o 
fortalecimento dos interesses da classe trabalhadora;
c. Democratizar as informações disponíveis no espaço institucional, como 
dos mecanismos indispensáveis à participação social dos usuários;
d. Aprimorar de forma continua os seus conhecimentos, colocando‐os a 
serviço do fortalecimento dos interesses da classe trabalhadora;
e. Denunciar, no exercício da profissão, às organizações da categoria, 
às autoridades e aos órgãos competentes, qualquer forma de agressão à 
integridade física, social e mental, bem como abuso de autoridade individual 
e institucional;
f. Utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da 
profissão (CFESS, 1986, p. 4-5).
Podemos então observar que há uma série de orientações, indicações acerca da conduta do 
profissional, porém, nesse documento vemos que o objetivo é oferecer parâmetros para a ação ética dos 
profissionais e não mais moldar um tipo de profissional idealizado. Na questão do sigilo é resguardado o 
direito do assistente social guardar sigilo, incluindo em situações de depoimento judicial. É permitida a 
quebra do sigilo em casos pontuais e específicos quando existir possibilidade de envolver em risco outras 
pessoas da sociedade.
No título III é apresentado um rol de informações sobre as relações profissionais do assistente social, 
indicando-se aspectos que envolvem as relações com os usuários, asrelações com instituições, as relações 
entre profissionais de Serviço Social, as relações com entidades da categoria e demais organizações da 
classe trabalhadora e as relações com a justiça. O rol de indicações é amplo e detalhado e oferece 
parâmetros para o posicionamento do assistente social frente às situações com as quais poderá se 
deparar em sua prática profissional e no contato com o usuário, com outros profissionais, com outros 
assistentes sociais e com os empregadores. Porém, o que emerge aqui é um profissional que é orientado 
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em como se relacionar com o outro, consciente das prerrogativas que devem orientar o seu fazer 
cotidiano. Nesse sentido, o profissional eficaz e acrítico dá lugar ao trabalhador crítico, mas consciente 
das prerrogativas que norteiam o seu fazer profissional. 
O último título aborda a questão da observância, aplicação e cumprimento do Código e atribui a 
todos os profissionais o dever de zelar por isso. Nesse item ainda são apontadas as chamadas infrações 
disciplinares e apresentadas as medidas disciplinares, como consta no artigo 32:
a. Multa;
b. Advertência em aviso reservado;
c. Advertência pública;
d. Suspensão do exercício profissional;
e. Eliminação dos quadros (CFESS, 1986, p. 10).
O documento apresenta ainda algumas indicações sobre a aplicação das penalidades.
Enfim, um resumo desse Código nos permite compreender suas principais prerrogativas e indicações 
e nos coloca a par das variações que esse documento apresentou no Serviço Social ao longo dos anos. Na 
sequência, seguindo essa perspectiva, abordaremos o Código de 1993, que ainda vigora em nosso país.
8 O CÓDIGO DE ÉTICA DE 1993, PROJETOS SOCIETÁRIOS E PROJETOS 
PROFISSIONAIS
8.1 O Código de Ética de 1993, a lei que regulamenta a profissão: a 
consolidação da mudança 
Neste item apresentaremos de forma breve os principais dispositivos que sustentam o compromisso 
ético-político do Serviço Social, a saber: o Código de Ética Profissional do Assistente Social de 1993 e 
a lei que regulamenta a profissão do assistente social no Brasil. Além de normativas, esses documentos 
auxiliam e orientam a nós, assistentes sociais, em nossa prática cotidiana. Vamos conhecê-los, começando 
pelo Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1993.
8.1.1 O Código Profissional de Ética do Assistente Social de 1993
O Código de Ética de 1993 representa a consolidação de um posicionamento da categoria profissional 
que vinha sendo gestado desde os anos 70, com o movimento de reconceituação. Nele, é nítido o aporte 
ao marxismo e a defesa das classes sociais menos favorecidas. Apesar de defender direitos e deveres de 
nossa categoria e de oferecer parâmetros para a atuação cotidiana dos assistentes sociais, busca, acima 
de tudo, reforçar valores éticos e morais que são tidos como basais para o exercício profissional nas mais 
variadas frentes (CARVALHO NETO, 2013).
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O documento é composto pelos itens: Introdução, Princípios Fundamentais, título I - Disposições 
Gerais, título II - Dos Direitos e Das Responsabilidades Gerais do Assistente Social, título III - Das Relações 
Profissionais, capítulo I - Das Relações com os Usuários, capítulo II - Das Relações com as Instituições 
Empregadoras e Outras, capítulo III - Das Relações com Assistentes Sociais e Outros Profissionais, capítulo 
IV - Das Relações com Entidades da Categoria e Demais Organizações da Sociedade Civil, capítulo V - 
Do Sigilo Profissional, capítulo VI - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento e título 
IV - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento. Não há como reproduzir esse documento 
neste texto, mas, para que seja possível o seu entendimento, passaremos a apresentar suas principais 
informações. 
O trecho introdutório, assinado no contexto por Marlise Vinagre, mas que representa toda a 
organização dos assistentes sociais brasileiros é uma apresentação dos possíveis motivadores da 
constituição do novo código. Nesse sentido, na introdução é destacado que o novo código incorpora as 
mudanças políticas e a reflexão da categoria profissional. O Código de 1993 reafirma valores centrais do 
Código de 1986, sendo eles a liberdade e a justiça social, mas busca avançar em determinados aspectos 
visando à proteção do trabalho do assistente social brasileiro. O trecho introdutório é um verdadeiro 
primor e recomendamos que você faça a sua leitura, na íntegra.
No embalo desse belo trecho que abre a discussão do referido documento, temos na sequência a 
apresentação dos princípios fundamentais, os quais são considerados como a referência genérica para 
o exercício do assistente social no Brasil. Vejamos o quão representativos são esses princípios de nossa 
categoria:
• Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão 
dos indivíduos sociais; 
• Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo; 
• Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial 
de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e 
políticos das classes trabalhadoras; 
• Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da 
participação política e da riqueza socialmente produzida; 
• Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas 
e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
• Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, 
incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos 
socialmente discriminados e à discussão das diferenças; 
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• Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais 
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso 
com o constante aprimoramento intelectual; 
• Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção 
de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, 
etnia e gênero; 
• Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais 
que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos 
trabalhadores; 
• Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população 
e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência 
profissional; 
• Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, 
por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, 
nacionalidade, opção sexual, idade e condição física (CFESS, 
1993, p. 3-4).
São princípios que orientam nossa prática profissional e conferem ao assistente social uma 
característica, uma especificidade profissional. Seria, no entanto, possível aplicar todos esses princípios 
atualmente? Que tal pensarmos sobre isso? Nós temos sempre que tentar e acreditar, buscando sempre 
conferir concreticidade a esses valores.
Mas voltando ao Código Profissional do Assistente Social de 1993, vemos que no título I, Disposições 
Gerais, temos a apresentação das competências do CFESS e do CRESS, compreendidos como organismos 
que teriam como premissa zelar e orientar o exercício profissional do assistente social, além de funcionar 
como tribunal superior de ética nos casos em que se aplicasse. De acordo com esse trecho inicial, caberia 
também ao conjunto CFESS/CRESS propor alterações no Código.
O título II, por outro lado, nos apresenta os direitos e as responsabilidades gerais dos assistentes 
sociais. São os direitos,os deveres e aquilo que é vedado ao assistente social. Vejamos:
Art. 2º - Constituem direitos do assistente social: 
a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei 
de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código; 
b) livre exercício das atividades inerentes à Profissão; 
c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na 
formulação e implementação de programas sociais; 
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d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, 
garantindo o sigilo profissional; 
e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional; 
f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos 
princípios deste Código; 
g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se 
tratar de assuntos de interesse da população; 
h) ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo obrigado a prestar 
serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou 
funções;
i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos 
de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos. 
Art. 3º - São deveres do assistente social: 
a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e 
responsabilidade, observando a legislação em vigor; 
b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da 
Profissão; 
c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a 
censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, 
denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes; 
d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade 
pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades. 
Art. 4º - É vedado ao assistente social: 
a) transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de 
Regulamentação da Profissão; 
b) praticar e ser conivente com condutas anti-éticas, crimes ou contravenções 
penais na prestação de serviços profissionais, com base nos princípios deste 
Código, mesmo que estes sejam praticados por outros profissionais; 
c) acatar determinação institucional que fira os princípios e diretrizes 
deste Código; 
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d) compactuar com o exercício ilegal da Profissão, inclusive nos casos 
de estagiários que exerçam atribuições específicas, em substituição aos 
profissionais; 
e) permitir ou exercer a supervisão de aluno de Serviço Social em Instituições 
Públicas ou Privadas que não tenham em seu quadro assistente social que 
realize acompanhamento direto ao aluno estagiário; 
f) assumir responsabilidade por atividade para as quais não esteja capacitado 
pessoal e tecnicamente; 
g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os princípios 
da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração, demissão 
ou transferência; 
h) pleitear para si ou para outrem emprego, cargo ou função que estejam 
sendo exercidos por colega; 
i) adulterar resultados e fazer declarações falaciosas sobre situações ou 
estudos de que tome conhecimento; 
j) assinar ou publicar em seu nome ou de outrem trabalhos de terceiros, 
mesmo que executados sob sua orientação (CFESS, 1993, p. 4-5).
O documento delimita aspectos que devem ser observados no exercício profissional pelos 
assistentes sociais. Na sequência, no título III, o documento aborda as relações profissionais e nesse 
sentido apresenta uma série de prerrogativas que buscam oferecer parâmetros para a atuação dos 
assistentes sociais em seu relacionamento com os usuários, com as instituições empregadoras, 
com outros profissionais e também com as entidades da categoria e demais organizações. Aqui são 
indicados deveres, direitos e também aquilo que é vedado ao assistente social. 
Ainda no título III é apresentada a questão do sigilo já abordada no Código de 1986. Nesse sentido, 
novamente o sigilo aparece como uma prerrogativa do trabalho do assistente social, garantido até em 
casos de depoimento judicial e permitido somente dentro do estritamente necessário. Derivando dessa 
apresentação inicial, o documento ainda apresenta orientações sobre a relação do assistente social com 
a Justiça.
Concluindo, em seu título IV, o documento apresenta as penalidades possíveis quando assistentes 
sociais incorrem em erros em sua conduta profissional. O último título apresenta como penalidades 
aplicáveis aos assistentes sociais:
a) multa; 
b) advertência reservada; 
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c) advertência pública; 
d) suspensão do exercício profissional; 
e) cassação do registro profissional (CFESS, 1993, p. 8).
O documento faz, no entanto, uma série de orientações sobre a aplicação de possíveis penas aos 
assistentes sociais. 
Em suma, é um documento amplo, rico em detalhes e que sempre deve ser considerado nossa 
referência para a atuação. Outro documento vital ao assistente social é a lei que regulamenta a profissão. 
Vamos conhecê-la?
8.1.2 A lei que regulamenta a profissão do assistente social
A lei que regulamenta a profissão do assistente social – Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993 – é a 
legislação que atualmente disciplina o exercício profissional dos assistentes sociais no Brasil. Essa lei, 
sancionada pelo então presidente Itamar Franco, é composta por 24 artigos que oferecem informações 
e orientações sobre o exercício legal dos assistentes sociais em nosso país.
Inicialmente, os artigos 1º, 2º e 3º destacam que é livre o exercício profissional do assistente social 
àqueles que estejam legalmente habilitados. Nesses artigos, é destacado que há prerrogativas para 
o exercício profissional do assistente social no Brasil e que somente profissionais habilitados podem 
exercer essa profissão, sendo indicado que a designação assistente social é privativa aos profissionais 
habilitados. 
Nos artigos subsequentes, 4º e 5º, temos então uma importante defesa da nossa categoria, uma 
vez que neles temos o detalhamento do que pode ser compreendido como competências e como 
atribuições privativas. As competências são atividades, ações que o assistente social pode desenvolver; 
já as atribuições privativas são atividades, ações que somente o assistente social pode desempenhar. 
Vejamos o que está posto em ambos artigos:
Art. 4º Constituem competências do Assistente Social: 
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a 
órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e 
organizações populares; 
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos 
que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da 
sociedade civil; 
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, 
grupos e à população; 
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IV - (Vetado); 
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido 
de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na 
defesa de seus direitos; 
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a 
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; 
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública 
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às 
matériasrelacionadas no inciso II deste artigo; 
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada 
às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e 
sociais da coletividade; 
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de 
Unidade de Serviço Social; 
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de 
benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta 
e indireta, empresas privadas e outras entidades (BRASIL, 1993).
Todos os aspectos indicados podem se configurar como atividades desempenhadas por assistentes 
sociais, no exercício regular de sua atuação. Por outro lado, o artigo 5º sumaria um rol de práticas que 
somente o assistente social poderá desempenhar. Ele nos diz:
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social: 
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social; 
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de 
Serviço Social; 
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e 
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; 
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e 
pareceres sobre a matéria de Serviço Social; 
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V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como 
pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e 
adquiridos em curso de formação regular; 
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço 
Social; 
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de 
graduação e pós-graduação; 
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de 
pesquisa em Serviço Social; 
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões 
julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes 
Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; 
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados 
sobre assuntos de Serviço Social; 
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e 
Regionais; 
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou 
privadas; 
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira 
em órgãos e entidades representativas da categoria profissional 
Caso outras profissões desempenhem os atos aqui descritos, poderão incorrer em erro ético. 
O artigo 6º altera as denominações do conjunto CFESS/CRESS agregando o termo Serviço Social em 
substituição a assistente social. Os artigos 7º ao 22 detalham uma série de atribuições conferidas ao 
conjunto CFESS/CRESS visando à fiscalização do trabalho do assistente social, bem como garantindo 
que nenhum profissional tenha seu direito cerceado. Merece destaque apenas o artigo 16º, que indica 
as possíveis penas aplicáveis aos assistentes sociais. Vejamos o que nos diz esse artigo:
I - multa no valor de uma a cinco vezes a anuidade vigente; 
II - suspensão de um a dois anos de exercício da profissão ao Assistente 
Social que, no âmbito de sua atuação, deixar de cumprir disposições do 
Código de Ética, tendo em vista a gravidade da falta; 
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III - cancelamento definitivo do registro, nos casos de extrema gravidade ou 
de reincidência contumaz. 
§1º Provada a participação ativa ou conivência de empresas, entidades, 
instituições ou firmas individuais nas infrações a dispositivos desta lei pelos 
profissionais delas dependentes, serão estas também passíveis das multas 
aqui estabelecidas, na proporção de sua responsabilidade, sob pena das 
medidas judiciais cabíveis. 
§2º No caso de reincidência na mesma infração no prazo de dois anos, a 
multa cabível será elevada ao dobro (BRASIL, 1993).
Observe que os dispositivos de “punição” indicados na lei que regulamenta a profissão do assistente 
social são diferenciados dos indicados no Código de Ética em vigência. 
Concluímos assim esse primeiro eixo de nossas discussões sobre os códigos de ética surgidos na história 
de nossa profissão e passaremos então a discorrer sobre o projeto ético-político do Serviço Social.
8.2 Os projetos societários e os projetos profissionais: o projeto ético-político 
do Serviço Social
Neste último item convidamos você para a discussão sobre os projetos societários e sobre os projetos 
profissionais. São conceitos distintos, porém complementares e interligados e que influenciam a 
construção de um perfil profissional. Esses conceitos nos auxiliarão no entendimento da constituição do 
chamado projeto ético-político do Serviço Social, o qual é construído sob as bases do Código Profissional 
de Ética do Assistente Social e da lei que regulamenta a profissão do assistente social.
 Lembrete
A lei que regulamenta a profissão do assistente social é a Lei nº 8.662, 
de 7 de junho de 1993. 
Cabe para tanto uma busca em definir primeiro o que podemos compreender como projeto societário. 
Nesse esforço, recorremos a Netto (2006, p. 2) que define os projetos societários da seguinte forma: “Os 
projetos societários são projetos coletivos, mas seu traço peculiar reside no fato de se constituírem como 
projetos macroscópicos, como propostas para o conjunto da sociedade”, termos pelos quais o autor 
enfatizou que os projetos societários não são ou provém de aspectos individuais, esforços individuais, 
mais coletivos ordenados por determinado grupo e destinados à sociedade. 
Netto (2006) nos coloca que todas as ações humanas são orientadas a uma finalidade, um objetivo 
a ser logrado. Quando essas ações humanas são desenvolvidas coletivamente, segundo o autor, temos 
os projetos coletivos. São considerados projetos societários, uma vez que trazem, implícitos, valores de 
grupo coletivo que os encampa. 
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Disso decorre uma segunda definição posta pelo autor e que consiste em compreender que todos os 
projetos societários são projetos de uma classe social. Netto (2006) é vinculado à corrente marxista de 
pensamento e suas colaborações no sentido de disseminar tal fundamentação no interior das categorias 
profissionais são reconhecidas por toda categoria. Ao afirmar que os projetos societários são projetos de 
classes sociais, o autor indica que os projetos societários são impregnados e sustentados sob valores de 
classes sociais que possuem, via de regra, valores distintos. A afirmação de Netto (2006) busca atentar 
para o fato de que há valores que representam a classe burguesa e, por conseguinte, há valores que 
representam a classe proletária. Assim, com valores distintos, essas classes também irão orquestrar 
projetos societários diferenciados. 
Consequentemente, os projetos societários envolvem uma dimensão política, de posicionamento e 
postura política. A questão política é análoga ao poder. Segundo Netto (2006), ela não se restringe a 
partido político, mas engloba as expressões de poder com as quais o ser humano, vinculado a classes 
sociais, estabelece relacionamento. 
Os projetos societários não são estanques, mas mudam a depender de uma dada conjuntura social, 
econômica e política. Por tal motivo, os projetos societários são descritos por Netto (2006, p. 3) como 
projetos “flexíveis e cambiantes”, suscetíveis a alternâncias e mutações. 
A consolidação de um projeto societário em uma dada sociedade

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