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1 PS029 – C RIMINOLOGIA G ERAL T RABALHO CONV . ORDINÁRIA ALUNA: Lorrane Pereira da Costa USUÁRIO: BRPSMPC4401611 DATA: 6/4/2023 CASO 1 - Faça uma análise criminológica sobre “El Chapo” Guzmán. Você deve buscar informações sobre suas esferas sociais, seus possíveis problemas biológicos ou psicopatológicos, suas interdependências sociais e a posição do primeiro delito na seção longitudinal de sua vida. Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, que devido a sua altura ficou conhecido como “El Chapo”, “o baixinho”, é um narcotraficante mexicano, antigo comandante da Alianza de Sangre , também conhecida como Cartel de Sinaloa. Foi capturado pela primeira vez em 1993 na Guatemala, onde foi extraditado para o México e condenado a 20 anos por assassinato e tráfico de drogas.Por meio de suborno, conseguiu escapar da prisão federal de segurança máxima em 2001. El Chapo é o mais velho de uma prole de sete irmãos. Filho de mãe pobre desempregada, bem como de pai alcoólatra e violento, situação esta que o levou a trabalhar desde cedo vendendo balas e frutas para auxiliar no orçamento familiar, e como via de consequência, evadiu-se da escola. Aos 15 anos de idade, já plantava e vendia maconha escondido do genitor, entregando o dinheiro à sua mãe, pois se o pai o soubesse, gastaria em apostas e prostituição. 2 Com a descoberta, o seu genitor o expulsou de casa, vindo a residir com o avô, o que levou a conviver com o seu tio Pedro Alviles Perez, traficante internacional de drogas que o incentivou a trabalhar consigo e assim, se tornou assassino pessoal que realizava a proteção deste. A ascensão de Guzmán se deu após a morte do tio pela Polícia Federal. El Chapo passou a gerir os negócios dele, vindo a ser extremamente metódico e cruel. Aos 21 anos, se tornou um dos maiores narcotraficantes do México, dado ao monopólio da distribuição do material, bem como pelas riquezas e articulações políticas, inclusive com o Governo. Na década de 70, em virtude do forte comércio e acordos realizados no narcotráfico, El Chapo se aliou a Héctor Luiz Palmas Salazar, outro grande narcotraficante no México, os quais traçaram novas rotas para os Estados Unidos, o que os levaram a trabalhar com Miguel Ángel Félix Gallardo, “El Padrinho”, um dos principais chefes da máfia, dando-lhes o controle sobre o Cartel de Sinaloa. Guzman possuía grandes laboratórios dentro da floresta mexicana com produção em larga escala de cocaína, heroína e metanfetamina. Se tornou ainda maior, vindo a se tornar o maior controlador do mercado narcotraficante entre México, EUA, Ásia e Europa, além de outros países subsidiados por estes. É possível perceber que o perfil criminológico de El Chapo não é de difícil compreensão, tendo em vista o tipo de lar onde foi criado, bem como as alianças criadas durante a sua adolescência e maturidade. A situação de vulnerabilidade sofrida por Guzman se amolda à Teoria da Subcultura Delinquente, conhecida como teoria da oportunidade diferencial, desenvolvida por Richard Clowar e Lloyd Ohlin, afirma que “os jovens diante da reprovação social sofrida, sempre os 3 impedindo de ascender socialmente, terminavam praticando ações ilícitas para atingir os objetivos da cultura dominante, posto que os meios legais eram negados a esses excluídos.” Com isso, o meio delinquente se torna um abrigo para pessoas reprováveis como El Chapo. Alexandre Rocha Almeida de Moraes e Ricardo Ferracini Neto (2019, p. 313), relatam ainda sobre o meio onde El Chapo foi criado e porque esse ponto foi primordial no desenvolvimento de sua personalidade delitiva, pois "se o jovem vive em ambiente onde a criminalidade é comum, ele terá maior facilidade de acesso a um meio ilegítimo para alcançar seu objetivo do que a um meio legítimo. Estes meios legítimos ficarão mais distanciados e cada vez mais dificultados por barreiras sociais impostas. Assim, por uma questão de oportunidade diferenciada, o jovem usará dos meios que estão de forma mais facilitada à sua disposição, muitas vezes, o meio ilícito." Assim, o que El Chapo viveu e amadureceu no seu meio social, vindo a ter um fim específico de enriquecer às custas do tráfico de drogas, promovendo de forma sistêmica a sua liderança impondo-a por meio de assassinatos, apossando-se de terras alheias, guerreando por sua autoridade no Cartel de Sinaloa, Foi assim, o único meio de sobrevivência e satisfação encontrado em sua trajetória. Referências Bibliográficas Contreras, E. Gravioto, J. M. (2018). EL CHAPO: série da netflix. Direção: Estados Unidos . Recuperado de: https://www.netflix.com/watch/80132967?trackId=14170286&tctx=2%2C1%2C50dd5fbb-b991-4 804-a46d-12860e4773bf-51217915%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_35585257X3 XX1575807891609%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_ROOT >. Gonzaga, C. (2018). Manual de Criminologia . 1ª ed. São Paulo: Saraiva educação. https://www.netflix.com/watch/80132967?trackId=14170286&tctx=2%2C1%2C50dd5fbb-b991-4804-a46d-12860e4773bf-51217915%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_35585257X3XX1575807891609%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_ROOT https://www.netflix.com/watch/80132967?trackId=14170286&tctx=2%2C1%2C50dd5fbb-b991-4804-a46d-12860e4773bf-51217915%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_35585257X3XX1575807891609%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_ROOT https://www.netflix.com/watch/80132967?trackId=14170286&tctx=2%2C1%2C50dd5fbb-b991-4804-a46d-12860e4773bf-51217915%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_35585257X3XX1575807891609%2C69e23b73-b14a-4c2f-bdce-362697a7d62f_ROOT 4 GRILONAUTAS2. (2016). Perfil Psicológico de “El Chapo ”. Recuperado de: https://www.youtube.com/watch?v=PrxSndvcU8E >. Istoé, G. (2019). El Chapo, traficante que vendia doces na infância, aguarda a prisão perpétua . Recuperado de: https://istoe.com.br/el-chapo-traficante-que-vendia-doces-na-infancia-aguardaaprisao-perpetua/ Moraes, A.R.A.; Neto, R.F (2019). Criminologia. 1ª ed. Salvador: Juspodivm. Caso 02 - Medo do Delito - Elabore um questionário para investigar o medo do delito por parte dos habitantes de sua população. Utilize uma amostra mínima de 20 pessoas. Uma vez coletados os dados, será preciso avaliar se a percepção do medo é mais ou menos realista, levando em conta a delinquência real encontrada em sua população. Você também deve relacionar o medo com variáveis demográficas, como sexo, idade, nível de escolaridade e classe social. O medo é o sentimento natural que nos protege em situações de risco, como o instinto de sobrevivência que nos faz aguçar reflexos involuntários ou atitudes planejadas. Beato Filho (2009) alega que o ambiente e a percepção de risco são fatores importantes e estão relacionados com aspectos emocionais de medo e preocupação. Quando a percepção de risco aumenta, a segurança passa a ser uma questão e as emoções atreladas ao medo são desencadeadas, deixando os indivíduos alertas e mais propensos a tomar atitudes como correr ou lutar. Contudo, há ainda o medo recorrente e a preocupação constante, que afastam o alerta convenientede quando estamos em circunstâncias de risco. Cegando-nos quanto a percepção de risco real. E ainda, podem ocorrer mutuamente, não sendo independente uma da outra, mas se influenciam intervindo tanto na análise preditora quanto no produto de emoção. https://www.youtube.com/watch?v=PrxSndvcU8E https://istoe.com.br/el-chapo-traficante-que-vendia-doces-na-infancia-aguarda-a-prisao-perpetua/ 5 Em outra via, há ainda os comportamentos protetivos e ações restritivas. Os comportamentos protetivos são aqueles que visam prover a segurança pessoal por meio de medidas que resguardam contra ameaças em caso de um atentado, já as ações restritivas motivadas pelo medo do crime são aquelas que afetam o cotidiano e implica evitar determinados comportamentos com o objetivo de minimizar as chances de vitimização ( Cardia (2003). Enfim, diante dos conceitos aprendidos, realizamos a pesquisa do medo do delito com 20 pessoas que foram abordadas no maior supermercado da área nobre da cidade de Boa Vista/RR. A pesquisa foi realizada com moradores residentes na área residencial dos bairros Caçarí e Paraviana, local este que as pessoas popularmente conhecem como de baixa periculosidade e sob ordem policial. Isso foi refletido em nossa pesquisa: O bairro em tela possui um núcleo habitacional costumeiramente conhecido com estabilidade financeira e familiar, o que refletiu grandemente em nossa pesquisa, uma vez que apontamos 6 45% do público de pessoas casadas e de renda familiar superior a 5 salários mínimos. É o que sentimos na pesquisa: O bairro é antigo e isso pode ter refletido na faixa etária a ser entrevistada, onde apenas 25% dos entrevistados são pessoas abaixo de 30 anos - 20% entre 18 e 30 anos, mais 5% abaixo de 18 anos. Quanto ao gênero, as mulheres abordadas, ao tomarem conhecimento 7 sobre o tema, foram mais suscetíveis a responder o questionário, o que refletiu na resposta cuja diferença atingiu 55% de público feminino, em face de 45% do masculino. Foi nítido durante abordagem que as mulheres se interessavam pelo tema e expressavam as suas inseguranças com a violência local, bem como extensa ao território da capital. Talvez se a idade possa contribuir com essa insegurança feminina, vez que o público mais jovem teve menos interesse em responder o questionário sobre o tema violência em um bairro conhecido por sua segurança. Sobre a etnia, o público da pesquisa é de massa parda e de brancos. Em se tratando de um bairro popularmente conhecido como “nobre”, é bem possível que tenha influenciado na nossa pesquisa: De acordo com a pesquisa encomendada pelo Banco Mundial ao Núcleo de Pesquisa Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e ao Instituto de Referência 8 Negra Peregum, as oportunidades empregatícias no nosso país não costumam beneficiar negros e possivelmente, este fator possa ter influenciado na nossa pesquisa local. Sendo assim, diante do cenário de um bairro com moradias de valor acima do popular, seria notório que o não encontraríamos um público expressivamente negro durante as abordagens nesta localidade, o que totalizou a quantia de apenas 5% dos entrevistados foram de pessoas negras. 9 Os bairros Caçarí e Paraviana são, além de região de moradores antigos, uma expressiva massa de casas e não de edifícios ou condomínios, diferentemente de outras localidades centrais e periféricas que possuem tal tipo de massa. Esse fato, de acordo com a nossa pesquisa, parece refletir no número de habitantes por moradia, pois se trata de famílias cujo núcleo corresponde entre 3 a 4 pessoas, não havendo a presença de público numeroso em grande parte dos núcleos de entrevistados. Tal situação é costumeiramente encontrada em famílias de alta renda. Diante deste cenário, por óbvio, acreditamos que não encontraríamos mazelas sociais com grande público de desordeiros às ruas, imóveis depredados ou sujeira nos logradouras tão popularmente encontrados em bairros periféricos. Contudo, para o nosso espanto, foi possível observar que mesmo que a pesquisa sendo realizada em um bairro com atenção do poder público, ainda assim houve uma considerável presença de caos apontados por nossos entrevistados: 10 Nota-se que a presença de ruído, música alta, gritaria e confusão foi o item mais votado entre os entrevistados, talvez seja reflexo do horário em que essas pessoas permanecem em suas residências: Esse dado pode ser intimamente ligado à faixa etária anteriormente explorada, onde o maior público de entrevistados estão acima dos 30 anos de idade, ou seja, permanecem o turno 11 do dia em atividade laboral, enquanto que descansam em suas residências no período noturno, ao qual é propício de incômodo sonoro de festas particulares ou públicas. Houve um expressivo número de votos no item que aponta a presença de pedintes e de terrenos baldios, ou seja, propício ao acobertamento de pontos de violência, inclusive, a resposta dos entrevistados quanto ao questionamento de assaltos foi ligeiramente alto, vindo a atingir assim, 35% destes: Como havia dito anteriormente, esta região possui a presença do poder público, com incentivo ao esporte, à cultura, além dos serviços de saúde, transporte público e policiamento, o que reflete na diminuição da periculosidade e influência das mazelas sociais aos que ali residem, como bem apontado pelos entrevistados: 12 13 14 Essa presença de atividades do poder público traz a sensação da presença de segurança e ordem, o que reflete nas respostas dos entrevistados que percebem que há iluminação pública, pavimentação, promoção ao esporte e cultura, policiamento, postos de saúde, entre outros. Torna-se não propício ao aumento da criminalidade e proporciona a sensação de segurança vista em nossa pesquisa com entrevistados desta região. Referências Bibliográficas Beato Filho, C. C.; Caminhas, D. A. Medo do crime em Minas Gerais: um olhar aproximativo de suas causas. In: Anais do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, Sociedade Brasileira de Sociologia, Rio de Janeiro, 2009. Cardia, N. Exposição à violência: seus efeitos sobre valores e crenças em relação a violência, polícia e direitos humanos . Lusotopie, nº 10, p. 299-328, 2003. Tokarnia, M. (2022). Jovens negros têm menos acesso ao mercado de trabalho, diz pesquisa . Recuperado de: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-11/jovens-negros-tem-menos-acesso-ao -mercado-de-trabalho-diz-pesquisa CASO 3 - Faça uma descrição das instâncias de controle social formal de seu país. A descrição deve fornecer dados sobre estrutura e funções. 15 Conceitua-se controle social como “qualquer influência volitiva dominante, exercida por via individual ou grupal sobre o comportamento de unidades individuais ou grupais, no sentido de manter-se uniformidade quanto a padrões sociais.” (Souto e Souto, 2003, pp.187-188). Sendo assim, qualquer instrumento que seja capaz de influenciar o ser humano a seguir o ritmo da pacificidade na convivênciaem sociedade, é tido como Controle Social. Manifesta-se “através da família, da educação, da medicina, da religião, dos partidos políticos, dos meios massivos de comunicação, da atividade artística, da investigação científica etc” (Zaffaroni, 2011, p. 63). De acordo com os doutrinadores Alfonso Serrano Maíllo e Luiz Regis Prado (2016, p.243): [...]existe uma série de sanções sociais informais que também possuem um sólido efeito preventivo: a maioria das pessoas não delinque, pois, caso forem descobertas, teriam de enfrentar a desaprovação de sua família e de seus amigos, colocando em perigo seu trabalho e muitas outras coisas, tendo, assim, um custo elevadíssimo para o sujeito. (Maíllo; Prado, 2016, p.243) Assim, o Controle Social se divide em informal e formal, onde o primeiro é volátil, característico de pequenos grupos sociais, tais como: família, círculo de amizades, igreja, colegas de trabalho, pequenas sociedades, tribos, aldeias, entre outros; onde é executado por recomendações e reprovação de condutas discordantes do acordado realizado entre o grupo sem a necessária formalização. Com esse entendimento, Gomes e Molina (2000, p. 121) dissertam o seguinte: Os agentes de controle social informal tratam de condicionar o indivíduo, de discipliná-lo através de um largo e sutil processo que começa nos núcleos primários (família), passa pela escola, pela profissão, pelo local de trabalho e culmina com a obtenção de sua aptidão conformista, interiorizando no indivíduo as pautas de conduta 16 transmitidas e aprendidas (processo de socialização) (Gomes; Molina, 2000, p.121). Quanto ao formal, é afeto às atividades reguladoras das autoridades estatais para que haja o controle das atitudes transgressoras das normas de conduta, disciplinado pelo sistema jurídico, quais sejam: Justiça, Ministério Público e Polícia, auxiliados por leis e seus regulamentos. Segundo Muñoz Conde (2005, p. 8;11), “Para regular a convivência entre os homens, estabelecem-se normas vinculantes que devem ser respeitadas pelas pessoas enquanto membros da comunidade. O acatamento dessas normas é uma condição indispensável para a convivência em sociedade. A ordem jurídica e o Estado não são, por conseguinte, mais que um reflexo ou superestrutura de uma determinada ordem social incapaz, por si mesma, de regular a convivência de um modo organizado e pacífico. Na medida em que a ordem social seja auto-suficiente, poderemos prescindir da ordem jurídica e do Estado”. Em nosso país, o controle social formal é classificado em três instâncias, cuja primeira é de incumbência da Polícia, enquanto que a segunda está a cargo do Ministério Público e a terceira por conta do Poder Judiciário. Gonzaga (2019) afirma o seguinte sobre o controle social formal: Para completar o estudo acerca dos controles sociais, destacam-se os chamados formais, ou seja, exercidos sob a influência e coordenação do Estado. Os principais estudados na área da Criminologia são a Polícia, o Ministério Público e o Poder Judiciário.” (Christiano Gonzaga, 2019, p. 75) . Sigamos assim a descrição da atividade de cada órgão listado. Primeira Instância - Polícia 17 A primeira instância possui cunho preventivo e repressivo exercido pelas forças policiais. Esta é incumbida de fiscalizar os atos criminosos garantindo a ordem pública e assim evitar o cometimento de atos reprováveis à sociedade. No artigo 144 da Constituição Federal/88, há a organização da polícia, visto que no Brasil temos múltiplos órgãos policiais: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 18 § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. 19 Em resumo, a Polícia Federal trata de assuntosde interesse da ordem pública nacional. Apura delitos que afetam o país, além de emitir passaportes, bem como realiza o combate à corrupção, pois é crime que causa prejuízo aos bens e recursos públicos da União. Enquanto que, a Polícia Rodoviária Federal além de fiscalizar, realiza patrulha e policiamento nas rodovias e estradas federais, além de atender às vítimas de acidentes e verificar o cumprimentos das leis de trânsito pelos motoristas. O mesmo prevalece para a polícia ferroviária, onde só altera o local de fiscalização, qual seja, ferrovias. Já a Polícia Civil realiza a investigação de crimes previstos na legislação. Ela é a responsável por elaborar os boletins de ocorrência e periciar provas e indícios de crime que auxiliem na resolutividade dos crimes praticados em sua jurisdição. No que tange a Polícia Militar, exerce o patrulhamento em espaços públicos e atende às chamadas de emergência, enquanto que, realiza abordagens e revistas de pessoas suspeitas nas ruas. Já o Bombeiro exerce a atividade de defesa civil. Quanto à Polícia Penal, esta é responsável pela custódia daqueles que estão cumprindo pena. Incumbida da manutenção da ordem e disciplina de todo o sistema prisional. Segunda Instância - Ministério Público O Ministério Público é o órgão que, munido das informações angariadas pelas polícias, realiza o processamento judicial. Na Constituição Federal/88, o artigo 127 reza as seguintes funções institucionais: I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II – zelar elo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição , promovendo as medidas necessárias a sua garantia. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 20 III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos na Constituição ; V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada na Constituição ; VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. Enfim, é o Ministério Público que proporciona à população a sensação de que o trabalho policial foi útil para o ingresso de uma ação penal, a qual poderá recair no exercício de uma possível punição para aqueles que violaram as leis mostrando à sociedade que há a prática da justiça nas mãos da justiça penal. Terceira Instância - Poder Judiciário É no Poder Judiciário que aquele que está sendo acusado tem o direito de exercer o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa antes de possíveis condenações. Há duas instâncias de processamento dos casos que são levados ao Judiciário, dos quais, o primeiro grau é a porta de entrada por onde se inicia a maior parte dos processos que são analisados e julgados por um juiz, são as varas ou seções judiciárias onde atuam o juiz de Direito, enquanto que a segunda instância é o meio de recorrer daquilo que foi julgado. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 21 A a Constituição Federal /88, nos artigos 92 ao 126 prevê que a organização do Poder Judiciário é composta por vários órgãos que estão divididos por área de atuação em dois graus de jurisdição, quais sejam: Justiça Comum, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar. Referência Bibliográfica Durkeim, E (1995). As Regras do Método Sociológico. Lisboa: Editorial Presença. Gomes,L. F.; Molina, A.G. (2000). Criminologia: introdução a seus fundamentos teóricos: introdução às bases criminológicas da lei 9.099/95 - Lei dos Juizados Especiais Criminais. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. Muñoz Conde, F. (2005). Direito penal e controle social. Tradução de Cintia Toledo Miranda Chaves. Rio de Janeiro: Forense. Sabadell, A. L. (2010). Manual de sociologia jurídica. São Paulo. Zaffaroni, E.R., (2011). et al. Direito Penal brasileiro. Teoria geral do Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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