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Visão Detalhada Sobre Monitoramento

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1Curso	Ênfase	©	2021
EXECUÇÃO	PENAL
MONITORAMENTO	ELETRÔNICO
Visão	detalhada
1.	Monitoramento	eletrônico
A	Lei	nº	12.258/2010	alterou	e	introduziu	novos	dispositivos	na	Lei	de	Execução	Penal
(LEP).	Entre	eles	está	o	 instituto	do	monitoramento	eletrônico,	que	pode	ser	aplicado
em	 duas	 hipóteses	 taxativas:	 em	 relação	 aos	 condenados	 beneficiados	 com	 saídas
temporárias	no	regime	semiaberto	e	aos	que	se	encontrarem	sob	prisão	domiciliar,	de
acordo	com	o	art.	146-B	da	referida	lei.
Segundo	 Avena	 (2018,	 p.	 327),	 em	 que	 pese	 a	 existência	 de	 opiniões	 contrárias,	 a
medida	 não	 implica	 qualquer	 atentado	 ao	 princípio	 da	 dignidade	 da	 pessoa	 humana,
pois,	desde	que	o	agente	se	submeta	corretamente	às	condições	do	monitoramento,	não
sofrerá	restrições	maiores	do	que	as	decorrentes	do	uso	de	um	aparelho	eletrônico	que
pode	 ficar	 oculto	 sob	 suas	 roupas.	 Ademais,	 ainda	 que	 seja	 possível	 cogitar	 a
ocorrência	de	alguma	forma	de	violação	ao	princípio	da	dignidade	da	pessoa	humana
com	 tal	 monitoramento,	 é	 evidente	 que	 o	 grau	 de	 lesividade	 daí	 decorrente	 é
consideravelmente	inferior	àquele	que	advém,	por	exemplo,	do	indeferimento	de	saída
temporária	 ao	 preso	 do	 regime	 semiaberto	 diante	 do	 elevado	 risco	 de	 fuga	 ou	 de
recidiva	criminosa.
Compete	 ao	 juiz,	 de	 forma	 fundamentada,	 determinar	 a	 fiscalização	 por	 meio	 de
monitoração	 eletrônica.	 O	 condenado	 é	 instruído	 acerca	 dos	 cuidados	 que	 deverá
adotar	com	o	equipamento	eletrônico,	bem	como	sobre	seus	deveres.
Os	deveres	a	que	estão	submetidos	os	monitorados	são,	de	acordo	com	o	art.	146-C	da
2Curso	Ênfase	©	2021
Lei	nº	12.258/2010:
Art.	146-C.	(...)
I	–	receber	visitas	do	servidor	responsável	pela	monitoração	eletrônica,	responder	aos
seus	contatos	e	cumprir	suas	orientações;
II	 –	 abster-se	 de	 remover,	 de	 violar,	 de	 modificar,	 de	 danificar	 de	 qualquer	 forma	 o
dispositivo	de	monitoração	eletrônica	ou	de	permitir	que	outrem	o	faça.
Violado	algum	dos	deveres	impostos,	pode	ocorrer,	a	critério	do	juiz	da	execução	e	após
serem	ouvidos	o	Ministério	Público	e	a	defesa,	conforme	estipulado	no	parágrafo	único
do	 referido	 artigo:	 a	 regressão	 de	 regime;	 a	 revogação	 da	 autorização	 de	 saída
temporária;	 a	 revogação	 da	 prisão	 domiciliar;	 e	 advertência	 por	 escrito	 (caso	 não	 se
decida	pela	aplicação	das	outras	medidas).
1.1.	Revogação	da	monitoração	eletrônica
Segundo	Marcão	(2019,	p.	251),	embora	a	lei	não	verse	expressamente,	a	revogação	do
monitoramento	eletrônico	é	consequência	natural	da	revogação	da	prisão	domiciliar	e
da	 regressão	 de	 regime	 prisional,	 afinal	 não	 se	 admite	 o	 monitoramento	 quando	 o
condenado	estiver	cumprindo	pena	no	regime	aberto	ou	no	fechado.
	A	LEP	declara	em	seu	art.	146-D	que:
Art.	146-D.	A	monitoração	eletrônica	poderá	ser	revogada:
I	-	quando	se	tornar	desnecessária	ou	inadequada;	
II	 -	 se	o	acusado	ou	condenado	violar	os	deveres	a	que	estiver	 sujeito	durante	a	 sua
vigência	ou	cometer	falta	grave.	
Obra	coletiva	do	Curso	Ênfase	produzida	a	partir	da	análise	estatística	de	incidência
dos	temas	em	provas	de	concursos	públicos.	
A	autoria	dos	e-books	não	se	atribui	aos	professores	de	videoaulas	e	podcasts.	
Todos	os	direitos	reservados.

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