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AEP--crime-da-lei-12-850-13

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AGORA EU PASSO! 
1 
 
SUMÁRIO 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (MAJORANTES)................................................................................................ 2 
AFASTAMENTO CAUTELAR DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO ................................................................................... 4 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO ............................................................................................................................ 4 
SERVIDOR APOSENTADO ............................................................................................................................... 5 
PARTICIPAÇÃO DE POLICIAL .............................................................................................................................. 6 
LIDERANÇAS DE ORCRIM ARMADAS PRESAS EM ESTABELECIMENTOS PENAIS DE SEGURANÇA MÁXIMA ..... 7 
VEDAÇÃO A PROGRESSÃO DE REGIME AO PRESO QUE MANTÊM VÍNCULO ASSOCIATIVO ............................. 7 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA ............................................................................ 7 
II - CAPTAÇÃO AMBIENTAL DE SINAIS ELETROMAGNÉTICOS, ÓPTICOS OU ACÚSTICOS; ............................. 8 
V - INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS E TELEMÁTICAS, NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO 
ESPECÍFICA; .................................................................................................................................................... 8 
CONCEITO DE INTERCEPTAÇÃO, ESCUTA E GRAVAÇÃO CLANDESTINA .................................................... 9 
DISPENSA DE LICITAÇÃO .......................................................................................................................... 12 
III – AÇÃO CONTROLADA ............................................................................................................................. 12 
CONCEITO ................................................................................................................................................ 12 
COMUNICAÇÃO PRÉVIA AO JUIZ ............................................................................................................. 13 
SIGILO ...................................................................................................................................................... 14 
ACESSO AOS AUTOS................................................................................................................................. 14 
AUTO CIRCUNSTANCIADO ....................................................................................................................... 14 
TRANSPOSIÇÃO DE FRONTEIRAS ............................................................................................................. 14 
 
 
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AGORA EU PASSO! 
2 
 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (MAJORANTES) 
+ 1/6 a 2 /3 
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): 
I - Se há participação de criança ou adolescente; 
II - Se há concurso de funcionário público, valendo-se a 
organização criminosa dessa condição para a prática de 
infração penal; 
III - Se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no 
todo ou em parte, ao exterior; 
IV - Se a organização criminosa mantém conexão com outras 
organizações criminosas independentes; 
V - Se as circunstâncias do fato evidenciarem a 
transnacionalidade da organização. 
As causas de aumento de pena são: 
 Se há participação de criança ou adolescente; 
 Se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa 
 Se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao 
exterior; 
 Se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas 
independentes; 
 Se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. 
I - Se há participação de CRIANÇA ou ADOLESCENTE; 
Surge a dúvida se é aplicado o art. 244-B do ECA (corrupção de menores) em concurso. 
Para uma corrente não incide porque haveria bis in idem. Portanto, bastaria que as 
pessoas integradas em organização criminosa com a participação de crianças fossem 
denunciadas pela associação, considerada a referida causa de aumento de pena. 
Em oposição, outra corrente defende que não haveria bis in idem porque o bem jurídico é 
diverso e a consumação se dá em momentos diversos. Admitindo-se, portanto o concurso 
material. 
Prevalece que a participação de criança ou adolescente também acarreta a caracterização 
da corrupção de menores (art. 244-B do ECA) para os agentes culpáveis. 
Esse crime, de natureza formal, independe de prova de efetiva deturpação do menor de 
18 anos, pois se constitui em crime de perigo. 
É o que se extrai da súmula 500 do STJ: 
“A configuração do crime previsto no artigo 244-B do ECA independe 
de prova efetiva de corrupção do menor, por se tratar de delito 
formal.” 
II - Se há concurso de FUNCIONÁRIO PÚBLICO, valendo-se a 
organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal; 
Para a incidência da majorante, não basta o concurso de funcionário público, na forma de 
coautoria ou participação do delito de organização criminosa. Além disso, é necessário que a 
organização criminosa se valha de sua condição funcional para a prática da infração 
penal (crime organizado por extensão). Ou seja, deve existir um nexo causal entre a atividade 
funcional desenvolvida pelo agente e a prática do crime. 
Há PERDA AUTOMÁTICA DO CARGO! 
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AGORA EU PASSO! 
3 
 
III - Se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo 
ou em parte, ao EXTERIOR; 
A pena, em tais situações, deve ser aumentada ainda que o produto ou proveito do crime 
não tenha efetivamente sido embarcado ao exterior, bastando a comprovação da intenção dos 
integrantes da organização. 
IV - Se a organização criminosa mantém CONEXÃO COM OUTRAS 
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS independentes; 
Há exposição ainda maior do bem jurídico. 
V - Se as circunstâncias do fato evidenciarem a 
TRANSNACIONALIDADE DA ORGANIZAÇÃO. 
Há divergência quanto à sua aplicação. 
• 1ª corrente: Sendo a transnacionalidade uma elementar do conceito de 
organização criminosa (art.1.°, §1.°), é de se ter por inadmissível a aplicação 
dessa causa de aumento de pena, haja vista que não se tolera a dupla imputação 
pelo mesmo fato (princípio do ne bis in idem). Não é o melhor entendimento 
porque, nem sempre, a transnacionalidade será concretizada no tipo penal, 
portanto, é elemento acidental. 
• 2ª corrente: Entende que o caráter transnacional não é elemento inerente e toda 
e qualquer organização criminosa, não fazendo parte de sua essência. Em 
verdade, o caráter transnacional é um “elemento meramente incidental”, o que se 
comprova pela conjunção alternativa “ou” (art. 1.°,§1.°). 
Desse modo, havendo preenchimento dos elementos conceituais para 
caracterização da organização criminosa e dos núcleos do topo do artigo 2 da Lei 
12.850/13 e, apurando-se que ela praticou infrações penais com penas máximas 
superiores a 4 anos, a transnacionalidade acaba por assumir caráter de elemento 
acidental (não sendo elemento necessário para assumir a figura típica), podendo, 
portanto, ser considerada como causa de aumento de pena, não havendo que se 
falar em bis in idem. 
1. Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DEPEN 
Determinada organização criminosa voltada à prática do tráfico de armas de fogo e 
extorsão esperava um grande carregamento de armas para dia e local previamente 
determinados. Durante a investigação policial dessa organização criminosa, a autoridade 
policial, de acordo com informações obtidas por meio de interceptações telefônicas autorizadas 
pelo juízo, identificou que o modus operandi da organização tinha se aprimorado, pois ela havia 
passado a contar com o apoio de um policial militar, cuja atribuição era negociar o preço das 
armas;e um policial civil, ao qual cabia a tarefa de receber o dinheiro do pagamento das armas. 
No local onde seria efetivada a operação, verificou-se a atuação de José, de quatorze anos de 
idade, a quem cabia a tarefa de receber e distribuir grande quantidade de cigarros estrangeiros 
contrabandeados, fomentando assim o comércio ilegal, a fim de diversificar os ramos de 
atividade do grupo criminoso. A autoridade policial decidiu, por sua conta e risco, retardar a 
intervenção policial, não tendo abordado uma van, na qual os integrantes do grupo 
transportavam as armas e os cigarros. Em seguida, os policiais seguiram o veículo e, horas 
depois, identificaram o fornecedor das armas e prenderam em flagrante os criminosos e os 
policiais envolvidos na organização criminosa. Após a prisão, o policial militar participante da 
organização criminosa negociou e decidiu colaborar com a autoridade policial, confessando, 
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AGORA EU PASSO! 
4 
 
nos autos do inquérito policial, sua participação no delito imputado e também delatando outros 
coautores e partícipes, o que contribuiu para o esclarecimento de outros crimes. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item com base na Lei n.º 12.850/2013, que 
trata de organizações criminosas, investigação criminal e outras matérias correlatas. 
A participação de José na organização criminosa representa uma circunstância agravante. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: A presença de um adolescente é uma causa de aumento de pena, 
e não agravante. Observar os comentários anteriores acerca da diferenciação entre 
majorantes, agravantes e qualificadoras. 
AFASTAMENTO CAUTELAR DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público 
integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu 
afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação 
ou instrução processual. 
A antiga discussão existente a respeito do prejuízo ou não da remuneração do servidor foi 
suprida pela previsão legal de que, em afastamento cautelar, não haverá prejuízo da 
remuneração. 
Passível de decretação em qualquer fase da persecução penal, a medida cautelar somente 
poderá recair sobre o agente que tiver se aproveitando de suas funções públicas para auxiliar 
as atividades ilícitas executadas pela organização criminosa, ou seja, deve haver um nexo entre 
a prática do delito e atividade funcional desenvolvida pelo agente. 
Observar que é uma possibilidade ofertada ao Juiz. É discricionário. Não pode jamais ser 
imposto como efeito automático do início das investigações ou da instauração do processo 
penal. 
Detentor de mandato eletivo também está no rol dos funcionários 
públicos 
Esse entendimento também foi perfilhado pelo STF na ocasião em que o 
Plenário da Corte referendou a decisão do Min. Teori Zavaski, proferida na ação 
cautelar 4.070, que suspendeu Eduardo Cunha do exercício do mandato de 
deputado federal e, por consequência, da função de presidente da câmara dos 
deputados. 
Entendeu-se que o afastamento seria uma medida necessária para impedir a 
interferência do deputado em investigações criminais, e não implicaria em 
interferência indevida Judiciário no Poder Legislativo, uma vez eu a autonomia dos 
parlamentares não é ilimitada, e ambos os poderes se submetem a Constituição. 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
Art. 2º § 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao 
funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou 
mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo 
público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
Efeito extrapenal da sentença condenatória definitiva. Perceber que a consequência da 
perda do cargo independe da quantidade de pena, bastando apenas a condenação apos o 
trânsito em julgado. 
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5 
 
Nos mesmos moldes que a Lei de Tortura, a perda do cargo é AUTOMÁTICA, dispensando 
decisão motivada (idem lei de tortura) 
Indaga-se: esses efeitos abrangem qualquer atividade que o agente esteja exercendo ao 
tempo da condenação? 
STJ: Em regra, a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado 
ou função pública exercida no momento do delito, salvo se o magistrado a quo 
considerar, motivadamente, que o novo cargo guarda correlação com as atribuições do 
anterior, ou seja, naquele em que foram praticados os crimes, mostra-se devida a perda da 
nova função, uma vez que tal ato visa a anular a possibilidade de reiteração de ilícitos da 
mesma natureza (...)”. 
SERVIDOR APOSENTADO 
Se o acusado se encontrava, a época do crime, em pleno exercício do cargo, vindo a se 
aposentar dias depois, é plenamente legítima a cassação de sua aposentadoria, se tiver havido 
declaração fundamentada da perda do cargo como efeito extrapenal da condenação por crime 
cometido na atividade. 
Questiona-se se seria possível aplicar a cassação da aposentadoria se, ao tempo da 
condenação, o servidor estiver aposentado. 
• 1ª corrente: ainda que a lei preveja apenas a perda e afastamento do cargo, 
entendia-se que seria perfeitamente possível a cassação da aposentadoria – esse 
é o pensamento antigo do STJ. 
(STJ – Resp 911405, Dje 14.02.2011) 
• 2ª corrente defende que não será possível a cassação de aposentadoria como 
efeito da condenação criminal – essa é a jurisprudência atual. 
(STJ – AgRg no Resp 1447549, Dje 09/03/2016) 
 
STJ 
“I. A perda do cargo público somente pode ser declarada nas hipóteses restritas e 
taxativamente previstas na lei, vedada a interpretação extensiva ou analógica em desfavor do 
réu, sob pena de afronta ao princípio da legalidade. 
II. A previsão legal é dirigida para a perda de cargo, função pública ou mandato efetivo, 
o que não é a hipótese dos autos, considerando que o agravado, no decorrer da ação penal, 
aposentou-se. 
III. Consubstanciando a aposentadoria um ato jurídico perfeito, com preenchimento de 
requisitos legalmente exigidos, não se pode desconstitui-la como efeito extrapenal específico 
da sentença condenatória, mesmo que o fato apurado tenha sido cometido quando o 
funcionário ainda estava ativo. A cassação da aposentadoria tem previsão legal, mas no âmbito 
administrativo, não na esfera penal. 
ATENÇÃO: Desde que prevista a penalidade no regime jurídico do servidor, 
nada impede que a prática de fato criminoso em serviço acarrete a cassação da 
aposentadoria em procedimento administrativo (Resp 1.317.487, Dje 
22.08.2014). 
 
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PARTICIPAÇÃO DE POLICIAL 
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que 
trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará INQUÉRITO 
POLICIAL e COMUNICARÁ AO MINISTÉRIO PÚBLICO, que 
designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão. 
Havendo indícios de participação de policial nos crimes de que trata a nova Lei das 
Organizações Criminosas, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará 
ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão. 
O dispositivo legal tem como finalidade garantir a eficiência na investigação, 
impedindo eventual omissão decorrente de corporativismo. 
Trata-se de desdobramento lógico do controle da polícia, exercido pelo Ministério 
Público, nos moldes preconizados pelo art. 129, VII, da Constituição Federal. A atuação da 
corregedoria acompanhada pelo Ministério Público, obviamente não impede investigação 
conduzida pelo próprio MP. 
A comunicação ao Ministério Público é consectário lógico do art. 129, VII, da CF/88: 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público VII - 
exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
O dispositivo refere-se, ordinariamente, à PolíciaJudiciária. Portanto, em âmbito estatal, 
a Corregedoria acionada será a da Polícia Civil. 
Todavia, a Lei nº 13.491/2017 ampliou, significativamente, o conceito de crime militar 
e passou-se a considerar como tal não apenas os delitos inscritos no Código Penal Militar, mas, 
também, os previstos na legislação penal (inclusive, LCO), se cometidos por militares da ativa 
em uma das condições do inciso II, artigo 9º, do CPM. 
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação 
penal, quando praticados: 
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra 
militar na mesma situação ou assemelhado; 
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar 
sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou 
reformado, ou assemelhado, ou civil; 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em 
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do 
lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou 
reformado, ou civil; 
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra 
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o 
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem 
administrativa militar; 
Para mais, se o crime for militar será a Corregedoria da Polícia Militar que deverá ser 
comunicada. Esse dispositivo (§7º do art. 2º da LCO) não impediu a investigação pelo Ministério 
Público. 
 
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LIDERANÇAS DE ORCRIM ARMADAS PRESAS EM 
ESTABELECIMENTOS PENAIS DE SEGURANÇA MÁXIMA 
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que 
tenham armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena 
em estabelecimentos penais de segurança máxima. 
Circunstância trazida pelo PACOTE ANTICRIME visando inviabilizar a atuação de chefes 
do crime organizado e desestimular a atividade dos demais membros. 
Agora, lideranças de organizações criminosas (ORCRIM) armadas ou que tenham armas 
à disposição deverão iniciar o cumprimento de pena em estabelecimento penal de segurança 
máxima. 
Cuidado para não confundir: A lei estabelece os estabelecimentos de segurança máxima e 
não os presídios federais! Não confunda! 
VEDAÇÃO A PROGRESSÃO DE REGIME AO PRESO QUE 
MANTÊM VÍNCULO ASSOCIATIVO 
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar 
organização criminosa ou por crime praticado por meio de 
organização criminosa não poderá progredir de regime de 
cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros 
benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem 
a manutenção do vínculo associativo. 
Mais uma vedação trazida pelo PACOTE ANTICRIME visando inviabilizar a atuação de 
chefes do crime organizado e desestimular a atividade dos demais membros. 
Os réus condenados por integrar organizações criminosas ou por crimes praticados 
através delas, ficam afastados dos benefícios prisionais - como a progressão de regime e o 
livramento condicional - quando existirem elementos que indiquem a manutenção do vínculo 
associativo com a organização. O condenado, portanto, ficará restrito ao regime mais rigoroso 
enquanto ainda houver algum tipo de vínculo ou contato com a organização criminosa pela qual 
foi condenado. 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA 
PROVA 
Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem 
prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção 
da prova: 
I - Colaboração premiada; 
II - Captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou 
acústicos; 
III - Ação controlada; 
IV - Acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados 
cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a 
informações eleitorais ou comerciais; 
V - Interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos 
termos da legislação específica; 
VI - Afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos 
da legislação específica; 
Havendo necessidade justificada 
de manter sigilo sobre a 
capacidade investigatória, 
poderá ser dispensada licitação 
para contratação de serviços 
técnicos especializados, 
aquisição ou locação de 
equipamentos destinados à 
polícia judiciária para o 
rastreamento e obtenção de 
provas previstas nos incisos II e 
V 
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AGORA EU PASSO! 
8 
 
VII - Infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma 
do art. 11; 
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, 
estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse 
da investigação ou da instrução criminal. 
As técnicas especiais de investigação possuem o objetivo de fazer frente à gravidade dos 
ilícitos perpetrados pelas organizações criminosas para se atingir a eficiência desejada de um 
Estado atuante. 
A execução dos novos meios extraordinários de obtenção de prova não pode ser levada 
adiante sem a necessária observância dos direitos e garantias fundamentais inerentes ao 
devido processo legal. 
O art. 3º é claro ao dizer que em qualquer fase da persecução penal: significa que os 
meios de obtenção de prova poderão ser utilizados não apenas na fase investigatória, 
propriamente dita, mas também durante a fase judicial (processo). 
Assim, admite-se emprego dos meios de obtenção de prova durante: 
 Fase investigatória; 
 Fase do processo judicial. 
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a 
capacidade investigatória, poderá ser dispensada licitação para 
contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação 
de equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento 
e obtenção de provas previstas nos incisos II e V 
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação de que trata o 
parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, 
devendo ser comunicado o órgão de controle interno da realização 
da contratação. 
Com o advento da Lei nº 13.964, de 2019, conhecida como PACOTE ANTICREME, foram 
muitas mudanças relacionadas a Colaboração Premiada e, em virtude disso, será estudada em 
uma parte separada posteriormente. 
II - CAPTAÇÃO AMBIENTAL DE SINAIS ELETROMAGNÉTICOS, 
ÓPTICOS OU ACÚSTICOS; 
Vamos estudar os institutos conjuntamente. 
V - INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS E 
TELEMÁTICAS, NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA; 
Em QUALQUER FASE da persecução penal, o art. 3º, II, autoriza a CAPTAÇÃO 
AMBIENTAL de sinais eletromagnéticos, ópticos (filmagens ou fotografias) ou acústicos 
(gravação ambiental de uma conversa entre pessoas presentes) e o art. 3º, V, permite a 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. 
Quanto à aplicação da lei, há primeiro que se distinguir interceptação ambiental de 
outros institutos semelhantes, quais sejam, gravação e escuta telefônica. 
Não confundir INTERCEPTAÇÃO com ESCUTA, nem com CAPTAÇÃO 
AMBIENTAL. 
 
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AGORA EU PASSO! 
9 
 
CONCEITO DE INTERCEPTAÇÃO, ESCUTA E GRAVAÇÃO CLANDESTINA 
 INTERCEPTAÇÃO EM SENTIDO AMPLO 
A doutrina faz distinção entre interceptação e escuta, não importando qual a modalidade 
de interceptação tendo todas elas o mesmo conceito. 
Na interceptação, uma terceira pessoa escuta o que está sendo conversado entre duas 
pessoas, mas sem que qualquer dos comunicadores tenha ciência de que há uma terceira 
pessoa escutando. 
• Interceptação Telefônicas: Lei das Interceptações Telefônicas 
Ao analisar os dispositivos da lei das interceptações telefônicas, resta evidente que ficou 
prevista somente a interceptação da comunicação telefônica tratada especificamente pela 
Lei N° 9.296/96, o que não torna possível analisar a interceptação ambiental de forma distinta 
sem entendermos esse outro dispositivo. A Lei N° 9.296/96 se faz necessária para regulamentaro artigo 5º, inciso XII de nossa lei maior. Dispõe a referida norma constitucional no sentido de 
que é inviolável o sigilo das comunicações, salvo, no caso da telefônica, por ordem judicial, nas 
hipóteses que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal e/ou instrução processual 
penal. 
Conceito retirado da aula sobre a Lei das Interceptações Telefônicas 
Interceptação Telefônica 
Interceptação telefônica entenda-se o ato de interromper, realizar uma interferência no fluxo de 
comunicação telefônica entre duas pessoas diferentes do interceptador. O interceptador capta o fluxo da 
comunicação entre duas pessoas estranhas a ele. 
Assim, a interceptação telefônica pode ser definida como a captação de conversa feita por um 
terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII 
do artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei nº. 9.296/1996. 
A ausência de autorização judicial para captação da conversa macula a validade do material como 
prova para processo penal. 
Assim, o instrumento do inciso II da Lei de Organizações Criminosas NÃO abrange as 
Interceptações Telefônicas, mas o inciso V, sim! 
• Interceptação ambiental em sentido estrito: 
É a captação sub-reptícia de uma comunicação no próprio ambiente em que ocorre, 
público ou privado, feita por um terceiro sem o conhecimento de nenhum dos comunicadores, 
com o emprego de meios técnicos, utilizados em operação oculta e simultânea à comunicação. 
Exemplo: Suponha que, no curso de uma investigação relativa ao crime de tráfico de drogas, a 
autoridade policial realize filmagem de indivíduos comercializando drogas em determinada 
praça, sem que os traficantes tenham ciência de que esse registro está sendo efetuado. 
 ESCUTA 
Já na escuta, ao menos um dos comunicadores tem ciência de que um terceiro está 
ouvindo a conversa de ambos. Entende-se que a escuta também é uma forma de interceptação 
uma vez que também é efetuada por terceira pessoa diferindo somente pelo fato em que um 
dos interlocutores tem a ciência que o diálogo está sendo captado, apesar de tal nomenclatura 
não estar explicitada na letra da lei. 
• Escuta Telefônica 
A escuta telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de 
apenas um dos interlocutores. 
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AGORA EU PASSO! 
10 
 
Diferentemente da interceptação telefônica em sentido estrito (os envolvidos não sabem), pois, 
aqui, um dos interlocutores sabe que a conversa está sendo captada. É necessário o seu 
consentimento válido. 
Para a maioria da doutrina, a lei abrange a interceptação telefônica em sentido estrito e a escuta 
telefônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Lei N° 9.296/96 (Lei das interceptações telefônicas) cuida de 
interceptação, escuta telefônica, interceptação e escuta ambiental. 
 GRAVAÇÃO 
Tratamento diferenciado, temos na chamada Gravação Clandestina, seja Telefônica ou 
Ambiental. As gravações ambientais e/ou telefônicas não são objeto da Lei N° 9.296/96, 
porque a gravação é a feita por um dos comunicadores. 
Na gravação um dos próprios interlocutores realiza a gravação da conversa. Alguns 
aparelhos de telefone, por exemplo, oferecem a possibilidade de gravar a conversa. Tal hipótese 
configuraria Gravação, e não escuta e muito menos Interceptação. 
Na gravação ambiental, um dos comunicadores liga o gravador quando está travando 
uma conversa com outra. Esta conversa não ocorre por meio de telefone, mas é presencial. 
Ambos os interlocutores devem estar no mesmo ambiente, por isso a terminologia Gravação 
Ambiental. 
A Lei nº 12.850/13, inciso II, permite expressamente a interceptação 
AMBIENTAL de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos. 
 
A expressão CAPTAR deve ser compreendida como o ato de tomar 
conhecimento do conteúdo de comunicação alheia. É da essência da captação a 
participação de um terceiro do conteúdo da comunicação entre duas pessoas, 
geralmente sem o conhecimento de um dos interlocutores. Essa captação pode ser 
feita mediante escutas, microfones, câmeras ocultas, monitoramento à distância, por 
satélite, antenas direcionais e outras tantas tecnologias hoje existentes para esse 
fim. 
O art. 3ª, II, da Lei 12. 850/2013 dispôs apenas que a CAPTAÇÃO AMBIENTAL (que 
ocorre em determinado ambiente, não se confundindo com interceptação telefônica) de sinais 
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos seria permitida em qualquer fase da persecução penal 
como meio de obtenção de prova. 
O instituto (captação ambiental), também chamado de vigilância eletrônica, permite 
que “os agentes de polícia ou eventualmente o Ministério Público [...]” instalem aparelhos de 
gravação de som e imagem em ambientes fechados (residências, locais de trabalho, 
estabelecimentos prisionais) ou abertos (ruas, praças, jardins públicos etc.), com finalidade de 
CAPTAÇÃO FEITA POR UM TERCEIRO 
ESCUTA TELEFÔNICA 
COM CONHECIMENTO DE UM 
DOS INTERLOCUTORES 
INTERCEPTAÇÃO 
TELEFÔNICA 
SEM O CONHECIMENTO DE 
NENHUM DOS 
 
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não apenas gravar diálogos travados entre os investigados (sinais acústicos), mas também 
filmar as condutas por eles desenvolvidas (sinais ópticos). 
Ainda poderão os policiais registrar sinais emitidos através de aparelhos de comunicação, 
como rádios transmissores (sinais eletromagnéticos), que tecnicamente não se enquadram no 
conceito de comunicação telefônica, informática ou telemática” 
Em se tratando de procedimentos investigativos relativos a crimes de 
organizações criminosas, havendo prévia e motivada autorização judicial, TODA E 
QUALQUER GRAVAÇÃO E INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL SERÁ 
CONSIDERADA PROVA LÍCITA, NOS EXATOS TERMOS DO ART. 3º DA LEI 
12.850/13. 
A Lei nº 13.964 de 2019, conhecida como pacote anticrime, atualizou a Lei das 
Interceptações telefônicas ao acrescentar os artigos acrescida dos artigos 8º-A e 10-A, 
dispondo acerca da possibilidade de captação ambiental de sinais eletromagnéticos, opticos 
ou acústicos. 
Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser 
autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do 
Ministério Público, a CAPTAÇÃO AMBIENTAL de sinais 
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: 
I - A prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e 
igualmente eficazes; e 
II - Houver elementos probatórios razoáveis de autoria e 
participação em infrações criminais cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 anos ou em infrações penais conexas. 
Vimos no início da nossa aula que CAPTAÇÃO AMBIENTAL é gênero das espécies 
Interceptação Ambiental, Escuta Ambiental e Gravação Ambiental. 
Segundo o art. 8-A, a captação ambiental poderá ser autorizada pelo juiz. 
Então surge a dúvida se toda espécie deveria ser precedida de autorização judicial. 
Importante analisarmos o seguinte: 
• No art. 10-A, encontramos o crime do agente que realiza a captação ambiental 
sem autorização judicial. 
• No parágrafo 1º do art. 10-A, há a ressalva que traz a atipicidade se a captação 
ambiental for realizada por um dos interlocutores. 
Ora, se a gravação realizada por um dos interlocutores é a que chamamos de gravação 
ambiental, podemos concluir que dentre as espécies de CAPTAÇÃO AMBIENTAL que 
necessitam de autorização judicial, incluem-se a interceptação ambiental e a escuta 
ambiental. 
Assim, gravação ambiental sem autorização judicial é fato atípico 
Gravação ambiental e Lei das Organizações Criminosas 
O art. 3ª, II, da Lei 12. 850/2013 dispôs que a CAPTAÇÃO AMBIENTAL – art. 3º, II – (que 
ocorre em determinado ambiente, não se confundindo com interceptação telefônica) de sinais 
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos e a Interceptação telefônica e Telemática – art. 3º, V, 
seriam permitidas em qualquer fase da persecução penal como meio de obtenção de prova. 
O instituto (captação ambiental), por exemplo, também chamado de vigilânciaeletrônica, 
permite que “os agentes de polícia ou eventualmente o Ministério Público [...]” instalem 
aparelhos de gravação de som e imagem em ambientes fechados (residências, locais de 
trabalho, estabelecimentos prisionais) ou abertos (ruas, praças, jardins públicos etc.), com 
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finalidade de não apenas gravar diálogos travados entre os investigados (sinais acústicos), mas 
também filmar as condutas por eles desenvolvidas (sinais ópticos). 
Ainda poderão os policiais registrar sinais emitidos através de aparelhos de comunicação, 
como rádios transmissores (sinais eletromagnéticos), que tecnicamente não se enquadram no 
conceito de comunicação telefônica, informática ou telemática. 
Em se tratando de procedimentos investigativos relativos a crimes de 
organizações criminosas, havendo prévia e motivada autorização judicial, TODA E 
QUALQUER GRAVAÇÃO, INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL e TELEFÔNICA SERÁO 
CONSIDERADAS PROVA LÍCITA, NOS EXATOS TERMOS DO ART. 3º, II, DA 
LEI 12.850/13. 
Portanto, em face do disposto na Lei de Organizações Criminosas, admite-se a filmagem 
(registros ópticos) e a gravação (sinais acústicos) no interior de residência ou local 
íntimo, seja pela captação (a chamada escuta ambiental, realizada entre presentes), seja 
pela interceptação ambiental (realizada por um terceiro). 
Assim, desde que haja prévia e circunstanciada autorização judicial, os registros não 
constituem prova ilícita por violação ao direito da intimidade ou à garantia da inviolabilidade 
do domicílio. 
DISPENSA DE LICITAÇÃO 
Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, 
poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição 
ou locação de equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de 
provas previstas nos incisos II e V 
III – AÇÃO CONTROLADA 
CONCEITO 
Trata-se de técnica especial de investigação por meio da qual é retardado o momento da 
intervenção dos órgãos estatais responsáveis pela persecução penal, que deve ocorrer no 
momento mais oportuno sob o ponto de vista da investigação criminal. 
A depender do caso concreto é estrategicamente mais produtivo, sob o ponto de vista da 
colheita de provas, evitar a prisão prematura de integrantes menos graduados de determinada 
organização criminosa, pelo menos em um primeiro momento, de modo a permitir o 
monitoramento de suas ações e subsequente identificação e prisão dos demais membros, 
notadamente daqueles que exercem o comando. 
Assim, muitas vezes a ação policial é adiada e, consequentemente, seja alcançado um 
número maior de criminosos, visando à desestruturação de toda a organização. Por isso esse 
procedimento é conhecido como flagrante retardado, postergado ou diferido. É, na verdade, 
uma mitigação do flagrante obrigatório, das autoridades policiais. 
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção 
policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização 
criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e 
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento 
mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. 
• Técnica especial de investigação; 
• Por meio da qual a autoridade policial ou administrativa; 
• Mesmo percebendo que existem indícios da prática de um ato ilícito em curso; 
• Relativa à ação praticada por ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ou A ELA VINCULADA 
• Posterga a intervenção neste crime para um momento posterior; 
• A observação e o acompanhamento devem ser mantidos 
• Com a finalidade de conseguir coletar mais provas; 
• Descobrir coautores e partícipes da empreitada criminosa; 
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• Recuperar o produto ou proveito da infração ou; 
• Resgatar, com segurança, eventuais vítimas. 
COMUNICAÇÃO PRÉVIA AO JUIZ 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será 
previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, 
estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
 O retardamento da intervenção policial ou administrativa será PREVIAMENTE 
COMUNICADO AO JUIZ competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites 
e comunicará ao Ministério Público. 
 Ou seja, não há necessidade de autorização judicial para que se realize a ação 
controlada, mas sim a COMUNICAÇÃO PRÉVIA. 
 O Juiz poderá estabelecer limites e comunicará ao Ministério Público. 
Os limites poderão ser temporais (estabelecimento de prazo) ou funcionais 
(diante da possibilidade de danos a bens jurídicos de maior relevância, deve o juiz 
determinar a pronta intervenção da autoridade policial) 
 Se, mesmo com toda cautela empregada, não for possível a identificação e prisão dos 
demais agentes – ou até mesmo dos primeiros criminosos identificados -, não há que 
se falar crime de prevaricação (CP, art. 319), a nao ser que fique evidenciado que o 
flagrante não foi efetuado pela autoridade policial para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
Na Lei de Drogas, a ação controlada requer autorização judicial. 
Na Lei 11.343/06 – Lei de Drogas – em qualquer fase da persecução criminal relativa 
aos crimes ali previstos, é permitida, MEDIANTE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, e ouvido o 
Ministério Público, a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus percursores 
químicos ou produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, 
com a finalidade de identificar e responsabilizar maior numero de integrantes de operações de 
tráfico e distribuição, sem prejuízo de ação penal cabível. 
 
Ampliando os conhecimentos… 
Entrega Vigiada 
É a técnica especial de investigação que consiste em permitir que remessas 
ilícitas ou suspeitas saiam do território de um ou mais Estados, os atravessem ou 
neles entrem, com o conhecimento e sob o controle das suas autoridades 
competentes, com a finalidade de investigar infrações e identificar as pessoas 
envolvidas na sua prática. 
A entrega vigiada comporta duas espécies: 
ENTREGA VIGIADA LIMPA (OU COM SUBSTITUIÇÃO): as remessas ilícitas são 
trocadas antes de serem entregues ao destinatário final por outro produto qualquer, 
afastando o risco de extravio da mercadoria. 
ENTREGA VIGIADA SUJA (OU COM ACOMPANHAMENTO): a encomenda segue 
seu itinerário sem alteração do conteúdo, seguindo seu curso normal sob redobrado 
monitoramento, a fim de diminuir o risco de extraviar a mercadoria ilícita. 
 
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SIGILO 
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não 
conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada. 
ACESSO AOS AUTOS 
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será 
restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como 
forma de garantir o êxito das investigações. 
O advogado defensor terá acesso ao inquérito, mas não à ação controlada. Ou seja, terá 
acesso com o término da diligência. Acesso aos autos durante a diligência será restrito ao: 
• Ministério Público 
• Delegado 
• Juiz 
AUTO CIRCUNSTANCIADO 
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado 
acerca da ação controlada. 
TRANSPOSIÇÃO DE FRONTEIRAS 
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o 
retardamento da intervenção policial ou administrativa somente 
poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que 
figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo 
a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento 
ou proveito do crime. 
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