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A IMPORTÂNCIA DOS ESTÍMULOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA
 STENERT, Daiane Sampaio Pinheiro[footnoteRef:2] [2: Aluna Concluinte do Curso de Licenciatura em Pedagogia – FAEL.
2 Pedagoga, Especialista em Pedagogia Social, Mestra em Educação Linha: Políticas Públicas e Gestão Educacional, Doutoranda em Educação Linha: História e Políticas da Educação.
] 
MORGADO, B. A. Tamiris 2
Resumo
O presente artigo tem como objetivo apontar e reafirmar os principais motivos da importância dos estímulos na primeira infância para um desenvolvimento sadio. Traremos informações sobre temas associados à primeira infância, bem como a maneira que o desenvolvimento cognitivo ocorre inclusive comparando teorias conhecidas. construção desta pesquisa foi baseada em consultas bibliográficas de importantes autores no campo de estudos sobre a primeira infância, além de consulta a artigos, sites e documentários relacionados à temática.
Palavras-chave: Estímulos. Primeira infância. Desenvolvimento infantil.
1.INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apontar e reafirmar os principais motivos da importância dos estímulos na primeira infância para um desenvolvimento sadio. Esta fase necessariamente deve ser de qualidade, uma vez que este é o período onde a criança se desenvolve mais rapidamente e aprende com muito mais facilidade do que em qualquer outra fase da vida virá a aprender. Acompanhar o desenvolvimento infantil é fascinante, e é incrível a quantidade de aprendizado que uma pequena criança é capaz de absorver quando recebe os estímulos adequados daqueles que são responsáveis por ela.
A educação mudou muito nos últimos anos, sobretudo, a educação infantil. Existe um novo olhar sobre esta fase, um olhar muito mais atento, humano, responsável e preocupado com o desenvolvimento integral da criança. Ainda assim, falar de estímulos e de sua essencial importância na primeira infância se faz necessário, pois ainda existem profissionais que não compreenderam estes conceitos, e mesmo aqueles que compreenderam sua essência, digamos assim, ainda necessitam alinhar este conhecimento teórico à sua prática.
A construção desta pesquisa foi baseada em consultas bibliográficas de importantes autores no campo de estudos sobre a primeira infância, além de consulta a artigos, sites e documentários relacionados à temática.
O artigo está organizado em três tópicos, da seguinte forma: o primeiro traz explicações quanto à Primeira Infância, etapa que vai de zero aos seis anos, traz também os estudos da pesquisadora da infância, Maria Montessori e o conhecimento sobre os Períodos Sensíveis, além de informações gerais sobre a importância dos estímulos neste período visando o desenvolvimento humano integral. No segundo tópico, falaremos sobre o desenvolvimento cognitivo, trazendo brevemente as perspectivas teóricas de Piaget e Vygostsky. No terceiro e último tópico, abordaremos a intenção principal deste artigo, tratando sobre a importância dos estímulos, focando especificamente para o desenvolvimento cognitivo.
2. A PRIMEIRA INFÂNCIA
	A primeira infância é a fase que vai de zero a seis anos de idade, sendo este o período “que o cérebro mais se desenvolve em termos estruturais” e, como nos diz Meltzoff, no Documentário “O começo da vida”, o cérebro só para de se desenvolver no dia em que morre. Tendo isto em mente, sabemos que:
É durante a primeira infância (zero a seis anos) que a criança desenvolve o conhecimento sobre si e sobre o mundo que a cerca, sendo o período em que as funções motoras, cognitivas, perceptivas e psicossociais sofrem uma importante maturação. Nessa fase, quando adequadamente estimulada, a criança garante benefícios imprescindíveis ao seu desenvolvimento psicomotor e social. Tais estímulos podem ser encontrados em diversas atividades, das mais simples às mais complexas, principalmente sobre a forma do brincar, desenvolvendo assim seu potencial criativo de forma lúdica (Joaquim; da Silva; Lourenço, 2018 apud. Vieira; Raimundo e da Silva, 2019).
	Diante do exposto, felizmente, na atualidade, já não se debate mais a relevância da primeira infância no processo de desenvolvimento, pois é sabido que é “na infância que lançam-se as bases do desenvolvimento nos seus diversos aspectos físicos, motores, sociais, emocionais, cognitivos, linguísticos, comunicacionais, etc.” (PORTUGAL, 2009, p.33).
	Os estímulos são essenciais para que o desenvolvimento aconteça de maneira plena e satisfatória, mas não basta oferecê-los aleatoriamente, em qualquer fase da vida da criança, é imprescindível estar atento aos períodos sensíveis. Descoberto inicialmente pelo cientista Hugo de Vries, mas que passou a ser utilizado por Maria Montessori como base para seu estudo sobre o crescimento das crianças com enfoque na educação. Os períodos sensíveis são, segundo Montessori (1936, p. 54):
(...) sensibilidades especiais, que se encontram nos seres em evolução, ou seja, nos estados infantis, as quais são passageiras e limitam-se à aquisição de uma determinada característica. Uma vez desenvolvida essa característica, a sensibilidade acaba, e assim cada característica se estabelece com a ajuda de um impulso, de uma possibilidade passageira.
Dizer que a sensibilidade acaba não significa que a criança nunca mais será capaz de desenvolver uma habilidade, apenas devemos ter em mente que durante o período sensível a absorção do conhecimento acontece de forma muito mais fluída e natural.
	No site Lar Montessori encontra-se disponível uma tabela completa sobre os períodos sensíveis, no entanto Salomão, 2019; destaca que os períodos sensíveis não começam ou terminam em uma idade específica, porém é importante para que possamos nos guiar e o principal a ser feito é sempre observar a criança.
 (
Fonte: https://larmontessori.com/2019/03/23/periodos-sensiveis-montessori/
)Tabela 1 - Períodos Sensíveis
Fonte: https://larmontessori.com/2019/03/23/periodos-sensiveis-montessori/
Os Períodos Sensíveis possibilitam a aquisição de habilidades com excelência, no entanto, pode ser também um período de fragilidade e causar efeitos contrários ao desejado. Isto porque, nesta fase de formação o cérebro fica extremamente receptivo a todos estímulos,bons ou ruins e inclusive a ausência deles, e ai encontra-se um grande perigo, ocasionando questões que podem caminhar ao longo da vida com o indvíduo. (Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância, 2014).
Portanto, seguindo a linha de pensamento de Nunes; Chanini, 2017 e Girade; Didonet, 2005 apud. Vieira; Raimundo e da Silva, 2019, compreende-se que: ao oferecer estímulos inadequados, a criança pode sofrer atrasos importantes, levando até mesmo a processos patológicos, que podem ou não ser revertidos, mas que independentemente disto, atrasarão o desenvolvimento. Sendo assim, quanto mais estímulos de qualidade e em boa quantidade forem oferecidos, mais ligações neuronais se desenvolverão, o que permitirá o aumento da capacidade de aprendizado e raciocínio de maneira suficientemente boa.
3. O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
	Segundo a definição no dicionário Michaelis, cognição é o “processo de aquisição de um conhecimento” ou “conjunto de processos mentais conscientes que se baseiam em experiências sensoriais, pensamentos, representações e recordações”. Sendo assim, compreende-se que ao falarmos de desenvolvimento cognitivo estamos nos referindo aos processos de aprendizagem e aquisição da mesma.
	São várias as abordagens acerca deste campo de estudo, entretanto, Piaget e Vygotsky tiveram suas teorias mais amplamente disseminadas no país. Cada um dos teóricos propõe uma ideia, porém, o que todos tem em comum é a procura por explicações quanto ao surgimento do pensamento humano, sendo classificados como teóricos da psicologia genética. (Araújo, 2020).
	Abordaremos na sequencia, de maneira sucinta, os principais pontos das abordagens destes estudiosos.
3.1 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NAS PERSPECTIVAS DE PIAGET E VIGOTSKI
	
	O biólogo e epistemólogo, Jean Piaget trabalhou emsua teoria durante mais de 50 anos, fundamentando-a na construção do conhecimento. (Craidy e Kaercher, 2001). Em sua teoria ele “afirma que conhecer significa inserir o objeto do conhecimento em um determinado sistema de relações, partindo de uma ação executada sobre o referido objeto. Tal processo envolve, portanto, a capacidade de organizar, estruturar, entender e posteriormente, com a aquisição da fala, explicar pensamentos e ações.” (Craidy e Kaercher, p.30, 2001).
	De acordo com Munari, 2010; primeiramente, em relação à teoria do construtivismo genético de Piaget, bem como sua definição dos estágios de desenvolvimento, foram alvo de várias concepções diferentes, mas dentre elas vale destacar duas tendências principais:
uma que entende a cultura como um tipo de edifício que se constrói progressivamente, segundo um procedimento bem programado; e outra que a considera antes como uma espécie de rede, dotada de certa plasticidade e de uma capacidade de auto-organização e, por conseguinte, o processo de construção ou de reconstrução pode ser provocado ou facilitado, mas não dominado totalmente (Fabbri; Munari, 1984, p. 24).
	Sobre o Construtivismo; Rodrigues, 2005 apud Ferrari, 2014, afirma que:
Ele é o fundamento que explica todo o processo de desenvolvimento humano, sendo a equilibração o direcionamento do organismo em busca do pensamento lógico, caracterizando-se como universal para todos os indivíduos. Porém é importante ressaltar que o termo sofre variações em função de conteúdos culturais do meio em que se está inserido. Piaget ainda observa que o Construtivismo diferencia fatores invariantes de variantes no desenvolvimento cognitivo humano. 	
	De acordo com Piaget, 1971 apud Ferrari, 2014, os fatores invariantes são aqueles que já nascem com o indivíduo, ou seja, recebe como herança uma série de estruturas biológicas pré-definidas, que o acompanharão por toda a sua vida. Estas estruturas biológicas são o que predispõe as estruturas mentais. Partindo deste pressuposto, entende-se então que na teoria de Piaget, o indivíduo nasce com características que farão parte do seu comportamento base e que independem das experiências externas para se desenvolver.
	Já os fatores variantes, na teoria piagetiana, referem-se as interações com o meio, ou seja, neste caso o indivíduo se transforma e busca adaptação de acordo com o impacto das experiências vivenciadas.
	Segundo a fundamentação de Piaget 1971 apud Ferrari 2014, o desenvolvimento antecede a aprendizagem, uma vez que alguns conhecimentos só são adquiridos após o amadurecimento cerebral. A partir desta hipótese e por considerar relativamente esperável, criou os estágios do desenvolvimento cognitivo, divididos em quatro fases:
	A primeira delas é a sensório motora que vai de zero a aproximadamente dois anos de idade. É nesta fase que a inteligência da criança começa a se formar, como descrita por Rodrigues et al (2005) apud Ferrari (2014), por uma sequência de práticas e ações reflexivas e “enfatiza a inteligência inata do ser vivo, ou seja, a capacidade natural que todos temos para enfrentar os problemas/ conflitos encontrados no ambiente.” (Filho e Ponce, p. 149, 2005.).
	Neste período acontecem respostas naturais do corpo e os movimentos vão sendo aprimorados a medida que novas habilidades são adquiridas. (Ferrari, 2014).
	Este estágio também é marcado pelo egocentrismo da criança que ainda não desenvolveu a capacidade de socializar com seus pares. “O indivíduo, a princípio fechado no egocentrismo inconsciente que caracteriza sua perspectiva inicial, só se descobre na medida em que aprende a conhecer os outros.” (Piaget, p. 141 apud Munari, p. 65).
	O estágio sensório motor também divide-se em subestágios, importantes para o entendimento do desenvolvimento e adaptação do bebê ao mundo.
Subestágio 1 (0 a 1 1½ mês): o recém-nascido possui esquemas de reflexos como giro involuntário da cabeça, sucção, movimentos de agarrar e olhar. Subestágio 2 (1½ a 4 meses): surgem as reações circulares primárias e há a repetição de reações agradáveis. Subestágio 3 (4 a 8 meses): já se inscrevem as reações circulares secundária, e começa a existir uma consciência ampliada dos efeitos das próprias ações sobre o ambiente. Subestágio 4 (8 a 12 meses): ocorre a coordenação das reações circulares secundárias e o bebê realiza combinação de esquemas para atingir um efeito desejado. Subestágio 5 (12 a 18 meses): é o início das reações circulares terciárias em que é possível à criança variar deliberadamente os meios de resolução de problemas e também experimentar conseqüências. Subestágio 6 (18 a 24 meses): surge a representação simbólica e as imagens e palavras passam a representar objetos familiares e a possibilidade de invenção de novos meios de resolução de problemas através de combinações simbólicas.
	Conforme Balestra (2007) apud Ferrari (2014), à medida que a criança vai se entendendo como um ser a parte e vai se diferenciando do mundo o processo de descentralização vai acontecendo, e a “liberta de seu egocentrismo intelectual espontâneo.” (Piaget apud Munari, p. 117).
	A segunda fase do desenvolvimento cognitivo é a Pré-operatória, etapa que inicia por volta dos dois anos até os seis anos de idade em média. De acordo com Ferrari (2014), este estágio é marcado por um grande avanço com o desenvolvimento da capacidade simbólica. E segundo Papallia, 2000 apud Ferrari, 2014, além da compreensão do simbólico, a criança também pode ser capaz de entender conceitos de causa e efeito, identidade, classificação e organização e compreensão dos números.
	Além da compreensão simbólica a aquisição da linguagem é um importante marco do período, pois de acordo com Balestra, 2007 apud Ferrari, 2014, p. 22: 
gera novos esquemas e favorece a reconstrução daqueles anteriormente formados, oportunizando a edificação do pensamento simbólico em substituição à ação direta do sujeito sobre o objeto pela sua evocação e representação mental.
	O terceiro estágio chama-se operatório-concreto e ocorre entre os seis e os doze anos de idade. Dentre os principais marcos podemos incluir a capacidade de realização das operações concretas. Conforme diz Vieira, Raimundo e Silva, 2019, p. 38: “Possui ideias organizadas e coordenadas, esquemas conceituais e pensamentos coerentes”. Ou ainda, segundo Ferrari, 2014, p. 21: 
O pensamento operatório permite às crianças combinar mentalmente, separar, ordenar e transformar objetos e ações. Essas operações são consideradas concretas porque são realizadas na presença de objetos e eventos sobre os quais se está pensando”.
	É nesta fase também, que finalmente a criança começa a despedir-se de fato, de seu egocentrismo, dando lugar a construção da capacidade de relacionar-se com os outros. (Vieira, Raimundo e Silva, 2019).
	O quarto e último estágio é o operatório-formal, acontece por volta dos doze anos e nos acompanha pelo resto da vida. O pensamento não está mais ligado somente a experiências diretas em virtude do amadurecimento cognitivo. Diante de problemas o indivíduo possui a capacidade de administrar e encontrar soluções de maneira lógica. É possível estabelecer linhas de raciocínio baseadas em hipóteses e não mais apenas em situações concretas. (Ferrari, 2014).
	Segundo Balestra, 2007 apud Ferrari, 2014, todo o processo que ocorre nos estágios anteriores é fundamental para a construção do pensamento, logo, as operações formais só são possíveis devido a uma série de aquisições que é construída gradativamente, ao longo dos anos.
	Nas palavras de Ferrari, 2014, p. 22: “No estágio operatório formal serão construídas novas operações, de lógica proposicional, ou seja, a lógica de todas as combinações possíveis de pensamento”.
	RODRIGUES et al, 2005 apud Ferrari, 2014, traz uma concepção a respeito da teoria de Piaget que revela o humano como um ser social, no entanto esta habilidade de socializar somente acontecerá de forma equilibrada quando os indivíduos estiverem alinhados quanto ao estágio de desenvolvimento, uma vez que é necessário proporcionalidade nas trocasde conhecimento.
	A habilidade de socializar é algo importante a ser estabelecido na infância, deste modo entende-se a relevância do trabalho em grupo, que oportuniza trocas entre os pares, compreensão de limites e respeito.
	Outro autor relevante no campo do desenvolvimento cognitivo é Lev Semenovich Vygotsky, estudioso da área de filosfia, psicologia, história e literatura, deixou pesquisas riquíssimas que baseiam diversas linhas de pesquisa.
	Para Vygotsky, segundo Craidy e Kaercher, 2001: “o funcionamento psicológico estrutura-se a partir das relações sociais estabelecidas entre o indivíduo e o mundo exterior”, isto é, à medida que o ser humano interage com seu meio, através da troca de vivências, por meio de experimentações e interpretações é que ele vai se estruturando psicologicamente, entendendo suas preferências ou aquilo que desagrada.
	A linguagem tem papel fundamental neste processo de socialização, pois além de fazer a conexão entre os pares,
a linguagem simplifica e generaliza a experiência, ordenando as instâncias do mundo real, agrupando todas as ocorrências de uma mesma classe de objetos, eventos, situações, sob uma mesma categoria conceituai cujo significado é compartilhado pêlos usuários dessa linguagem. (Oliveira, 1993, p. 27 apud Craidy e Kaercher, 2001, p. 29).
	Ainda sobre a linguagem, o autor entende que primeiro a criança utiliza a fala para a socialização, com o objetivo de se comunicar. Somente depois é que a fala passa ter a função auxiliar do pensamento, como um meio de adaptação social. Existe a fala egocêntrica entre o discurso socializado e o discurso interior, eis aqui a maior diferença entre Piaget e Vygotsky:
Em Piaget é exatamente ao contrário, isto é, a fala egocêntrica seria uma transição entre estados mentais individuais não-verbais, de um lado, e o discurso socializado e o pensamento lógico, de outro. Tanto para Piaget quanto para Vygotsky, o discurso egocêntrico é entendido como um transição, no entanto, entre processos diferentes. Craidy e Kaercher, 2001, p. 29.
	Nesta teoria, o que o ser humano sozinho, não possui aptidões para desenvolver-se, necessitando da interação social, logo, não é um processo simples e rápido, com marcos definidos, pois depende inteiramente das relações que serão construídas e do tipo de troca que será feita.
	Para Vygotsky, 1991 apud Ferrari, 2004, a criança nasce com funções cognitivas básicas, digamos assim, mas estas somente se desenvolvem a partir do contato com o meio, através da interação com outros indivíduos e serão estas interações as responsáveis pela formação da noção de valores sociais e culturais.
	Por meio de suas observações e anos de estudo, Vygotsky chegou a um esquema de zonas de desenvolvimento, os quais chama de zona de desenvolvimento real, zona de desenvolvimento potencial e zona de desenvolvimento proximal.
	O nível de desenvolvimento real diz respeito às habilidades já aprendidas pela criança, isto é, coisas que ela é capaz de fazer sem a ajuda de terceiros. Já o nível de desenvolvimento potencial é qualquer atividade que, mesmo que a criança não domine, espera-se que ela seja capaz de executar. E por fim, a zona de desenvolvimento proximal refere-se às habilidades que podem ser aprendidas e executadas caso a criança tenha a ajuda de outros.
	Sobre a aquisição de aprendizado: “Cabe à escola fazer a criança avançar na sua compreensão do mundo a partir do desenvolvimento já consolidado, tendo como meta etapas posteriores, ainda não alcançadas”. (Craidy e Kaercher, 2001, p. 30).
	Vygotsky também preza muito pela brincadeira de faz de conta e jogos simbólicos, uma vez que estas atividades contribuem “para o desenvolvimento do pensamento, pois faz com que a criança se desvincule das situações concretas e imediatas sendo capaz de abstrair”. (Craidy e Kaercher, 2001, p. 30).
4. OS ESTÍMULOS NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
	
	.Para que o desenvolvimento cognitivo aconteça faz-se necessário que ocorra um processo de composição que depende da adequada conjunção de alguns aspectos, como motores, psicológicos e intelectuais. (BRASIL, 2016 apud VIEIRA et al, 2019). Alguns dos aspectos que compõem a demanda cognitiva da criança são: retenção e conhecimento de informações básicas, identificação e distinção de letras e números e soluções para questões de raciocínio lógico. (BERLINSKI; SCHADY, 2016 apud VIEIRA et al, 2019).	
	Jogos simbólicos e brincadeiras que envolvam processos repetitivos colaboram para a construção da aprendizagem e do desenvolvimento da criança e todas estas atividades são extremamente importantes na formação da imaginação. (ROFATTO, 2015 apud VIEIRA et al, 2019).
	Quando ocorre a troca entre o indivíduo e o meio e ocorrem alterações que são necessárias para a aquisição do conhecimento por meio do processo chamado de adaptação, que baseia-se na assimilação e acomodação. Normalmente o indivíduo interage com o meio e a resposta será a assimilação primeiramente e depois a acomodação	 até que no final estará adaptado as mudanças ocorridas por meio da experiência vivenciada. Isto, pois de acordo com Piaget: “é resultado das trocas entre o organismo e o meio em que o indivíduo está inserido, o que permite a construção própria e individual da capacidade de conhecer”. (GHEDIN; GOMES, 2012 apud VIEIRA et al, 2019).
	
De acordo com Corrêa e Corrêa, 2015 apud VIEIRA et al, p. 38, 2019, ao associar as fases do desenvolvimento com os principais marcos correspondentes a cada uma delas é possível acompanhar as sequências neuroevolutivas das crianças e assim possibilitar intervenções quando necessário.
	A relevância da estimulação no desenvolvimento cognitivo para o processo de aprendizagem da criança está mais do que evidente. O que torna essencial um olhar atento a investimento em prol da primeira infância, a criação de políticas que regulamentem e dêem a devida atenção faz-se necessária, pois somente assim teremos a educação e do desenvolvimento de qualidade que nossas crianças merecem. Profissionais bem capacitados e uma base familiar que esteja atenta e ao desenvolvimento faz toda a diferença, sendo primordial à criança. Tendo em vista tudo o que foi exposto fica mais do que evidente a urgência na criação de políticas públicas que invistam nas escolas de educação infantil, tanto em estrutura quanto em profissionais, uma vez que o professor é peça fundamental no desenvolvimento cognitivo da criança. (FILGUEIRAS; LANDEIRA-FERNANDEZ, 2014 apud CAVALCANTE et al, 2019).
	
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	No decorrer desta pesquisa foram abordados assuntos essenciais para o desenvolvimento da temática escolhida. À medida que a pesquisa foi realizada tive a oportunidade de conhecer mais sobre autores importantíssimos, e que ainda que não sejam pedagogos, contribuíram e ainda contribuem muito na atividade do educador.
	Falar sobre a primeira infância é um assunto extremamente importante, visto que são nos primeiros anos de vida que importantes conexões são feitas, o cérebro se molda de acordo com nossas vivências, independente da teoria que norteie a nossa prática, este é o princípio.
	Ficou evidente desde o princípio da pesquisa que estimulação e o desenvolvimento da cognição caminham juntos, apesar ficar entendido que independentemente disso o desenvolvimento ocorrerá, mas é claro, não teremos a mesma qualidade, por isto é tão importante a estimulação.
	Ao visitar os escritos de Maria Montessori percebemos que a criança é um ser capaz de fazer por si só desde que sejam dadas as devidas condições, ou seja, ninguém fará por ela algo que ela pode realizar sozinha e como é bonito e mágico ver este processo acontecendo, proporcionando a independência e autonomia e sempre estando atento aos períodos sensíveis da criança, oportunizando momentos que capacitem esta criança, auxiliando no seu desenvolvimento.
	As obras de Piaget e Vygotsky também foram esclarecedoras e apesar de já conhecer superficialmente foi de grande a valia a pesquisa, onde pude relacionar com mais clareza as diferenças e semelhanças entre as teorias e perceberque de modo geral elas se complementam.
	Em suma, a pesquisa que tinha por objetivo reafirmar a importância dos estímulos para o desenvolvimento cognitivo de qualidade. Ainda que as crianças tenham capacidades que já nascem com elas, como uma das vertentes piagetianas, ficou bem claro que para um desenvolvimento integral e de qualidade a estimulação faz-se indispensável.
REFERÊNCIAS
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ARAÚJO, Cláudio Romero Pereira de; Um Diálogo entre Piaget, Vygotsky e Wallon sobre as categorias de Desenvolvimento e Aprendizagem. Id on Line Rev.Mult. Psic., Fevereiro/2020, vol.14, n.49, p. 489-503. ISSN: 1981-1179. Disponível em: < https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/2369 >. Acesso em: 19 de out. 2021.
CAVALCANTE, Marilia Vieira et. al. Estimulação cognitiva e aprendizagem infantil: Revisão de literatura. 2019. Disponível em: < https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA9_ID8728_19082019155234.pdf> Acesso em: 02 de nov. de 2021.
Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância (2014). Estudo nº 1: O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Aprendizagem. Disponível em: < https://ncpi.org.br/publicacoes/impactodesenvolvimento/ >. Acesso em: 30 de set. de 2021.
CRAIDY, Maria e KAERCHER, Gladis. Educação Infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
FERRARI, Dércio Fernando Moraes. Desenvolvimento Cognitivo: As Implicações das Teorias de Vygotsky e Piaget no Processo de Ensino Aprendizagem. Disponível em:< http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4808 >. Acesso em: 01 de Nov. de 2021.
MONTESSORI, Maria. O Segredo da Infância. 1° ed. Campinas, SP: Kírion, 2019.
MUNARI, Alberto. Jean Piaget. Tradução e organização: Daniele Saheb. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
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OLIVEIRA , Lelimar Lopes de. A Importância dos Estímulos: Afetivo, cognitivo e motor no desenvolvimento da criança desde sua tenra idade. Artefactum – Revista de Estudos em Linguagem e Tecnologia. v.17, n. 2, 2018. Disponível em: <http://artefactum.rafrom.com.br/index.php/artefactum/article/view/1735/812> Acesso em: 03 de nov. de 2021. 
SALOMÃO, Gabriel. Períodos Sensíveis: O que São e Quais Seu Filho Está Vivendo Agora. Lar Montessori, 2019. Disponível em: <https://larmontessori.com/2019/03/23/periodos-sensiveis-montessori/>. Acesso em: 03 de out. de 2021.
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