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Administração Financeira e Gerenciamento de Capital 3

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
O GERENCIAMENTO DE CAPITAL
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
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Prof. Daniel Weigert Cavagnari
CONVERSA INICIAL
Vimos, em conteúdos anteriores, que a Administração Financeira se baseia em escolhas. Escolhas
sim, mas não aleatórias. Uma das principais questões que dimensiona essas escolhas é a precisão ou,
pelo menos, no mínimo, o máximo de precisão.
Muitas das incertezas devem ser transformadas em certezas. Dados coletados da realidade
devem ser transformados em outros dados mais sintetizados, esclarecedores.
Para tanto, unimos grandes e extensas informações financeiras e contábeis e transformamos em
dados que resumem informações mais importantes, mais resumidas e claras.
Essa fase da Administração Financeira é muito importante, porque é na reunião desses dados que
estabeleceremos informações de diagnóstico, para tomadas de decisões precisas, ou bem próximo
disso.
CONTEXTUALIZANDO
Contextualizando no Excel. Herdando dados das pastas (abas).
Na etapa anterior, desenhamos uma tabela. Vamos usá-la.
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Crie a aba  Exercício2. E vamos criar um valor baseado nesta tabela do Exercício1.
Digite, na célula A4, o seguinte. Capriche, cuidado com o acabamento; tem que ficar igual.
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Vamos imaginar que a tabela do Exercício1 trata da receita de vendas mensal, no caso um total
de R$ 20.000,00 por mês.
Nesta aba do Exercício2, vamos registrar esse valor como “Receita Operacional”, sim, só que não
apenas como projeção do mês, mas para o ano todo.
Assim, vamos usar esse valor (20.000) e multiplicá-lo por 12 (meses) na célula B4.
• Passo a passo (siga essa ordem com cuidado e atenção):
1.  Clique na célula B4 (como na ilustração) do Exercício2;
2.  Digite “=” (apenas digite, não toque nem mova nada);
3.  Pegue o mouse, apenas o mouse, e clique na aba “Exercício1”. Apenas isso, mais nada;
4.  Ainda com o mouse em mãos, clique sobre a célula D9 (onde estão os 20.000). Na sua tabela
pode estar em outra célula. Sem problemas;
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Note, no alto, que a fórmula está se desenhando “=Exercício1!D9”.
5. Agora, apenas solte o mouse! Sem tocar em mais nada! Digite “*12” (significa multiplicar por
12). Vai aparecer lá na descrição da célula “=Exercício1!D9*12”;
6. Tecle Enter apenas!
Repare que ele volta à aba do Exercício2, e aparece o total de 240.000 (20000 x 12).
TEMA 1 – PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL
Figura 1 – O penhasco e o PEO
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Crédito: eelnosiva/Shutterstock.
O Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) é o nível de produção (quantidade produzida) ou
atividade que torna o resultado operacional nulo, ou seja, as receitas operacionais (ROB) são iguais ao
valor total dos custos e despesas operacionais (RT = CT ou ROB = COB).
Através do PEO, a empresa administra seu recurso mínimo produtivo, ou seja, a receita mínima
que deverá cobrir seus custos e despesas totais.
A questão principal é que o PEO é uma condição nula. Ou seja, ele não é bom e nem ruim. Mas
lembre-se: no ponto de equilíbrio operacional, há mais perigo do que que segurança.
Imagine-se à beira de um penhasco. Embora você não tenha caído, não significa que esteja
seguro. Então, a linha que divide a segurança da queda no penhasco é nosso ponto de equilíbrio
operacional. Você se sente seguro?
Então, lembre-se de que a condição de ponto de equilíbrio se compara à uma possibilidade
maior de prejuízo, do que de lucratividade segura.
Outra questão importante acerca da fronteira do penhasco, digo, do Ponto de Equilíbrio
Operacional (PEO) é onde ele está. Pense que nem sempre será dia, ou haverá uma planície que nos
permita perceber o ponto de equilíbrio de imediato.
Assim, importante é saber onde ele está, para nos distanciarmos contrariamente o máximo
possível. Para tanto, é preciso identificar o PEO, pois, ao contrário do que se imagina, nem sempre os
custos e as receitas serão os mesmos.
Mas, afinal, o que é que condiciona uma empresa ao Ponto de equilíbrio, abaixo ou acima dele?
Veremos isso mais à frente.
O PEO (Ponto de Equilíbrio Operacional) apresenta algumas formas específicas e cada um com
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posicionamento específico. Vejamos.
Tabela 1 – Formas do PEO
Fonte: Elaborado pelo Cavagnari, 2022.
1.1 O EQUILÍBRIO E A TEMPESTADE
Certa vez, estava viajando com meu irmão de Fusca, em meados dos anos 80. Estávamos indo
para o litoral, época em que as estradas não só eram precárias, como também inexistentes em muitos
trechos.
Neste dia, chovia muito, e sabíamos que, apesar de faltarem apenas 30 km do destino, nos
últimos 5 km, na estrada de início ao balneário que era de chão, estaria alagada e com risco de
atolamento, no mínimo.
A questão era importante, principalmente porque chovia muito e a noite apenas havia iniciado.
Não dava para parar e dormir no carro, por exemplo, porque até pelo para-brisa do Fusca entrava
água. O risco ainda era maior de esperar no acostamento.
Precisávamos de um ponto intermediário, que ficava entre a alegria de chegarmos sãos e salvos e
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de ter passado a pior parte da viagem. Era nosso ponto de equilíbrio. Isso mesmo, precisávamos parar
em algum lugar que acomodássemos o Fusca e nós mesmos. Um hotel. De lá, no dia seguinte, o final
da viagem seria mais seguro.
Lembramos então que, de onde estávamos, se rodássemos por aproximadamente mais 20 km,
estaríamos apenas a 10 Km do nosso destino final e a 7 Km de distância da entrada do balneário,
trecho esse da estrada provavelmente barrento e alagado. E, neste ponto, sabíamos que havia um
município que, embora pequeno, possuía hospedagem e refeição.
Foram 20 km difíceis, lentos, mas, pelo menos, com a certeza de que não atolaríamos ou que
ficaríamos sem apoio até para uma possível carona. Enfim, uma hora depois, chegamos ao hotel.
Acomodamo-nos e, no dia seguinte pela manhã, seguimos nossa viagem. Não digo que fora um final
de viagem tranquilo, mas bem mais seguro.
Em uma empresa, o ponto de equilíbrio significa uma condição de segurança a ser alcançada. A
partir dele, os lucros aparecem. Antes dele, só prejuízo. E quanto mais você permanecer antes do
“ponto de equilíbrio”, maior o risco.
TEMA 2 – CUSTOS FIXO E VARIÁVEL
Figura 2 – BEP/PEO
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Crédito: Febrizio – VectorOz/Shutterstock.
Para calcular o PEO, precisamos de algumas variáveis importantes, que estão presentes em nosso
Demonstrativo de Resultado no Exercício (DRE). Outras ainda devem ser calculadas.
Para tanto, vejamos algumas das variáveis importantes nesse processo.
2.1 CUSTO FIXO (CF) OU CUSTO FIXO TOTAL (CFT)
São aqueles custos que se mantêm inalterados dentro de certos limites, independentemente das
variações nos níveis de atividade. A exemplo dos custos fixos, temos aluguéis, manutenção, seguro,
entre outros, que não influenciam diretamente a produção. Diretamente. Não confunda com ajuste de
preços nos custos ou aumento indireto, como fotocopiar mais documentos porque está vendendo
mais.
Os custos fixos, na maioria das vezes, serão custos indiretos e vice-versa. Mas isso não é
propriamente uma regra, porque existem custos fixos diretos (o aluguel da fábrica, por exemplo),
indiretos(seguro predial). Entre muitos outros. Mas lembre-se que são termos com aplicação
diferente.
2.2 CUSTO VARIÁVEL (CV) OU CUSTO VARIÁVEL TOTAL (CVT)
São aqueles que variam proporcionalmente ao volume de produção ou outras medidas de
atividade da empresa. Matéria prima, mão de obra direta (operários), entre outros são exemplos de
custos que variam conforme aumentamos ou diminuímos nossa produção.
Exemplo: se eu aumento a produção de determinado bem, preciso de mais matéria-prima
(aumento nos custos de matéria prima) e algumas vezes mais trabalhadores. Esse aumento de custos
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foi ocasionado pelo aumento na produção, portanto são custos diretos e variáveis.
Claro que a relação de custos variáveis ou fixos depende desde do tipo de empresa, até mesmo
seu tamanho. A mão de obra operária em uma montadora de veículos, por exemplo, é um custo
variável.
Já em uma panificadora ou posto de gasolina, o salário desses trabalhadores pode ser um custo
fixo. Contabilmente falando, há condições ainda que tratam esse tipo de custo fixo como direto, dada
a existência da sua relação produtiva, mas sem alteração. Mais precisamente, cargos como gerência
de produção e supervisão são exemplos típicos.
Bom, custo variável é um custo direto, sim, mas, como no caso do custo fixo, existem casos de
custos indiretos que podem variar com a produção. Um exemplo típico seria seguro de vida aos
funcionários. Aumento de funcionários por conta do aumento da produção, aumento do seguro.
TEMA 3 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Figura 3 – Margem de contribuição
Crédito: Fotoverkaeufer/Shutterstock.
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3.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Antes de definir o que é, vamos lembrar alguns pensamentos de senso comum. Você preparou
alguns doces para vender aos colegas na faculdade. Você levou 100 brigadeiros no primeiro dia. Esses
brigadeiros custaram-lhe, entre o seu trabalho, leite condensado, chocolate, entre outros insumos e
preparação, R$ 150,00. Na faculdade, você vendeu todos eles a R$ 7,00 cada, rendendo-lhe R$ 700,00
no total. Qual o seu lucro?
Vejamos: R$ 700,00 de receita, menos R$ 150,00 de custos com matéria prima e insumos, total de
R$ 550,00 de lucro. Certo? Errado! Esses R$ 550,00 que você chama de lucro tem outro nome. Chama-
se “Margem de Contribuição”. O lucro (lucro operacional bruto) só ocorrerá quando forem
descontados ao demais custos, nesse caso, os custos fixos.
A margem de contribuição é formada da seguinte forma:
MC = RT – CVT
• RT = Receita Total
• CVT = Custos Variáveis Totais
Essa margem de contribuição, quando suficiente apenas para cobrir os custos fixos, temos nosso
PEO. Se for maior que o PEO, teremos lucro.
MC = CF → PEO
Portanto, a margem de contribuição (MC) é o valor com o qual a produção vendida contribui
para o pagamento dos custos fixos e obtenção do lucro.
Vejamos esse raciocínio:
• PEO = R$ 80,00 ou CF = R$ 30,00 e CV = R$ 50,00. Nesse caso, o PEO será o mesmo que os
custos totais (CT);
• Sendo assim, de uma margem de contribuição de R$ 150,00, cobriremos R$ 30,00 de CF e
portando, a diferença, R$ 120,00, serão nosso lucro.
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Além disso, da mesma forma que operamos esses valores em totais, fazemos o mesmo em
unidades, conforme uma determinada quantidade de itens produzidos.
Pense assim: se cada produto tem um preço unitário de venda (PV), deve possuir um Custo
Médio (CMT) ou Custo Unitário, um Custo Variável Unitário (CVu) e até mesmo uma Margem de
Contribuição Unitária (MCu).
3.2 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA (MCU)
É o valor com o qual cada unidade produzida vendida, dado seu preço unitário menos seu custo
variável unitário, contribui, juntamente com a quantidade produzida, para o pagamento dos CF e a
obtenção do lucro desejado.
3.3 CÁLCULO APLICADO AO PEO
Vejamos a seguir quais as possíveis fórmulas que nos permitem chegar aos valores dessas
variáveis:
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Exemplo: dados os valores a seguir, apure o ponto de equilíbrio operacional (PEO) em
quantidades físicas, em volume de receita (RT) e em percentual.
• CF: R$ 300.000,00
• CV: R$ 1.800.000,00
• Produção Mensal: 200.000 unidades
• Preço de Venda: R$ 12,00
MCu = 12 – 9 = R$ 3,00
PEOR$ = 100.000 * 12,00 = 1.200.000,00
ou
Avaliando os resultados, temos os seguintes dados:
• O PEOR$ totaliza em R$ 1.200.000,00, ou seja, esse é o mínimo que a empresa deve faturar para
que todos os seus custos sejam cobertos;
• Qualquer valor a mais será seu lucro operacional bruto (Ex: 1.200.001,00, lucro de R$ 1,00).
Abaixo, prejuízo;
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• O PEOq é de 100.000 unidades. Ou seja, se a empresa produzir 100.000 unidades, cobrirá todos
os seus custos (PEO). 99.999 unidades, prejuízo. Como se trata de uma unidade abaixo do
mínimo, com margem de contribuição unitária (MCu) de R$ 3,00, prejuízo de R$ 3,00;
• Nosso PEO% de 50% identifica, dado o potencial atual de 200.000 unidades, que, para
atingirmos o PEO, é necessária apenas 50% da capacidade.
Vejamos outro exemplo, usando uma DRE (Demonstração de Resultados do Exercício)
simplificado. Com base na DRE a seguir, apure o ponto de equilíbrio operacional em receita e
percentual (PEOR$ e PEO%). Em seguida, ajuste o DRE com produção à 50% (metade da produção
atual) e recalcule o PEO com a nova receita.
Esse é um bom momento pra você reproduzir essa planilha no Excel.
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Note, na nossa DRE, que a receita operacional diminui, assim como os custos variáveis, pela
metade. Já o custo fixo (por ser fixo) permanece o mesmo.
Ao calcularmos nosso PEOR$, não importa a capacidade produtiva utilizada, o PEO será sempre o
mesmo.
Concluímos, então, que:
• Os custos fixos da empresa e os custos variáveis unitários (CVu), são proporcionais ao ponto de
equilíbrio operacional. Se aumentam, o PEO aumenta, e vice-versa.
• O PEO tem relação direta com os custos totais da empresa. Consequência do CT = CF + CV
• Alterações na produção (aumento ou diminuição da quantidade produzida) não afetam o PEO.
• O custo variável total, se alterado pela quantidade produzida (CV = q * CVu), não influencia o
PEO.
• Uma alteração na receita total, dada uma mudança na quantidade produzida (RT = q * PV), não
altera o PEO.
• Portando, influências em qualquer variável (RT, CT e CVT) dadas pela quantidade produzida (e
vendida), não alteram o PEO.
• O preço unitário do produto é inversamente proporcional ao PEO.
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• O PEO% se altera proporcionalmente à receita máxima estabelecida.
• Um PEO é considerado alto quando está próximo à receita máxima permitida pela empresa.
• Um aumento no custo fixo, caracterizado por investimentos em ampliação na estrutura
produtiva da empresa (possibilidade de maior receita), no longo prazo reduz o PEO.
TEMA 4 – GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL
Figura 4 – GAO
Crédito: Yellow_man/Shutterstock.
O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a variação do resultado operacional (lucro)
ocasionada por uma alteração no volume de produção (quantidade) e venda da empresa, em
proporção maior.
Ou seja, a produção aumenta e se o lucro aumentar em proporção maior, significa que nossos
custos fixos estão excessivamente altos. Porém, o efeito contrário (reduçãonas vendas) também é
previsto e arriscado.
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A questão é a proximidade do faturamento com o ponto de equilíbrio da empresa. Se próximo,
qualquer aumento (a alavancagem) passa a ser significativo.
O GAO é uma ferramenta importante na identificação da saúde da empresa. Vejamos um
exemplo.
Tabela 2 – Níveis de GAO
Fonte: Cavagnari, 2022.
Aparentemente parece que um GAO alto (aumento dos lucros em proporção maior que a
receita) significa uma coisa boa. Mas não é bem assim. Se o GAO está alto, significa que há uma
proximidade do nosso Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) e, portanto, proximidade do “penhasco”.
A lógica é a seguinte:
• Lucro e receita próximos ao PEO:
◦ PEO = R$ 100,00
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◦ Receita = R$ 110,00
◦ Lucro = 10
• Aumento da receita em 100%:
◦ PEO = R$ 100,00
◦ Receita = R$ 220,00
◦ Lucro = R$ 120,00
GAO = 10 ou aumento em 1100% nos lucros.
Dado o exemplo, temos um aumento de 100% na receita e 1100% nos lucros.
Vejamos agora um lucro e receita distantes do PEO:
• PEO = R$ 100,00
• Receita = R$ 1.100,00
• Lucro = R$ 1.000,00
Aumento da receita em 100%:
• PEO = R$ 100,00
• Receita = R$ 2.200,00
• Lucro = R$ 2.100,00 (110%)
GAO = 1,1 ou aumento em 110% nos lucros.
Note que, dada a receita de R$ 1.100,00, estamos distantes do PEO (R$ 100,00), portanto em
situação confortável.
Outra questão é o lucro. Anteriormente, no primeiro caso, tivemos um lucro (em valor) de apenas
R$ 110,00 a mais, apesar do aumento em percentual ter sido significativo (1100% de lucro).
Agora, neste segundo caso, com um GAO baixo (1,1) e longe do PEO, tivemos um aumento no
lucro de R$ 1.100,00, ou lucro de apenas 110%.
Assim, o que é melhor, um aumento de 1100% ou 110%? Bom, só que essa é a pergunta errada.
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O certo é: o que é melhor, um aumento no lucro de R$ 110,00 (1100%) ou de R$ 1.100,00 (110%)? Em
outras palavras, o que é melhor, lucrar mais dinheiro (R$ 1.100) ou menos dinheiro (R$ 110,00)?
Saiba mais
PERCENTUAL % não define volume, apenas uma fração dele. Ou seja, 100% de 1, é 100. Mas
1% de 1.000.000, é 10.000. Qual você prefere? 100% de 100 ou 1% de 1 milhão?
4.1 CÁLCULO DO GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL
Para calcularmos o GAO, necessitamos calcular, antes de tudo, o Ponto de Equilíbrio Operacional
em quantidades. (PEOq)
Na sequência, utilizamos as seguintes fórmulas (MCU e PEOq iniciam os cálculos):
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Veja que o cálculo do GAO é simplesmente a fórmula:
Porém, algumas variáveis que não possuímos devem ser calculadas.
Vejamos nosso exemplo anterior:
Assim, temos que primeiramente calcular a variação das mudanças:
Grau de alavancagem = 1,1. Baixo grau, distância significativa do PEO, lucro efetivo alto. Boa
condição.
Algumas vezes, calculamos o GAO em condições mais aprofundadas, como uma condição de
aumento na quantidade produzida, comparando alguns níveis projetáveis de produção e uma
condição média de aumento nas vendas.
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Exemplo: calcule o GAO da empresa a seguir, para os seguintes níveis de produção e venda:
Considere ainda os seguintes dados:
• Custo fixo mensal (CF): R$ 2.000,00
• Custo variável unitário (CVu): R$ 10,00
• Preço de Venda (PV): R$ 15,00
• Percentual de variação média nas vendas: 30%
MCU = PV – Cvu = 15 – 10 = 5
PEOq =  =  = 400 unidades
Produção em 500 unidades:
• LO = (500 – 400) * 5  = R$ 500,00
Aumentando em 30% as vendas, o lucro operacional passa para: (500,00 * 1,30 – 400) *5 = R$
1.250,00
Variação no lucro operacional:
Ou seja, a cada unidade % na variação das vendas (q), ocorre uma variação 5 vezes maior no lucro
operacional.
Produção em 1.000 unidades:
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• LO = (1.000 – 400) * 5 = R$ 3.000,00
Aumentando em 30% as vendas, o lucro operacional: (1.000 * 1,30 – 400) * 5 = R$ 4.500,00.
A cada unidade percentual na variação das vendas, o lucro aumenta 1,67 vezes mais
percentualmente nos lucros. Apesar de menor GAO ao anterior, temos uma condição de lucros mais
atraente.
Produção em 2.000 unidades:
• LO = (2.000 – 400) * 5 = R$ 8.000,00
Aumentando em 30% as vendas, o lucro operacional: (2.000 * 1,30 – 400) * 5 = R$ 11.000,00.
△LO% =  = 37,5%
GAO =  = 1,25
A cada unidade percentual na variação das vendas, o lucro aumenta 1,25 vezes mais
percentualmente nos lucros. Note que, a partir de um GAO baixo, a diferença não é tão maior. O GAO
mínimo é de 1,0.
Conclusão:
• Quanto menor o GAO, menor é o impacto dos CF, menor será a alavancagem e maior será o
lucro.
• Quanto maior o GAO, maior é o impacto dos CF, maior será a alavancagem nos lucros e menor
será o lucro em volume. Essa condição ocorre pela proximidade da produção ao PEO.
• Quanto mais distante a empresa estiver operando do PEO (GAO baixo), menor será o impacto
em uma provável queda nas vendas.
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TEMA 5 – GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA
Figura 5 – GAF
Crédito: jertam2020/Shutterstock.
Embora mencionemos o termo “alavancagem”, não há uma relação direta entre o GAO (Grau de
Alavancagem Operacional) e o GAF (Grau de Alavancagem Financeira).
O detalhe maior da Alavancagem Financeira (o GAF) é o risco. O risco, nesse caso, são os juros
pagos às instituições financeiras. Eu explico.
Imagine que sua empresa necessita de capital externo (empréstimo bancário, venda de ações na
bolsa, entre outros) que, apesar de demonstrar uma entrada de recurso na empresa, por outro lado,
gera uma despesa de juros que devem ser pagos ao credor.
Imagine a seguinte situação. Você tem uma empresa que fatura R$ 100.000,00 por mês e faz um
empréstimo de R$ 50.000,00 para investir em uma nova máquina. Essa nova máquina vai gerar duas
reações no fluxo de caixa, o lucro pelo seu uso e a despesa de juros pelo pagamento do investimento.
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Assim, calculamos o GAF que o investimento da máquina gerou. Ou melhor, calculamos o GAF
causado pela entrada de capital de terceiros. Vejamos:
ou
Lembrando que:
• LAJIR: Lucro apresentado no DRE antes dos juros (pagos aos credores) e antes do Imposto de
Renda
• LAIR: Lucro antes do IR (depois que pagou os juros).
O GAF é um indicador, raciocinado da seguinte forma:
• Se o resultado do cálculo estabelecer um GAF = 1, nossa alavancagem financeira foi nula. Ou
seja, a variação do lucro líquido foi a mesma da variação do LAJIR. Ou, então, o valor do LAJIR
foi o mesmo do LAIR, portanto, ou não houve captação de recurso de terceiros ou os recursos
do empréstimo geraram um lucro equivalente a não fazer o investimento.
• Se o GAF > 1, temos uma alavancagem financeira favorável, pois os empréstimos adquiridos
e aplicados geraram um lucro maior e, portanto, um aumento no patrimônio líquido da
empresa, apesar das despesas de juros.
• Se o GAF < 1, o investimento não foi satisfatório, pois as despesas com os juros, gerados
pelo uso de capital de terceiros, foram maiores que os benefícios adquiridos. Neste caso, os
terceiros estarão absorvendo o patrimônio da empresa, reduzindo-o.
Enfim, o GAF é um índice simples, mas preciso e muito útil.
TROCANDO IDEIAS
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Abra o MicrosoftExcel e desenhe a tabela a seguir. Não se esqueça do acabamento.
Faça ela ser preenchida calculando as fórmulas. Uma réplica dela pode ser vista no Tema 3. Veja a
dica a seguir:
Note que CT = CV + CF (B3 = B4 + B5).
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Aqui, C4 = B4 * C1, ou, C4 é igual aos CV multiplicando 50% (0,5), que dá a metade do valor
(50%).
NA PRÁTICA
Dados os valores a seguir, apure o Grau de Alavancagem Operacional (GAO), com base em um
aumento de 20% na produção (quantidade produzida) mensal.
• Custo Fixo (CF): R$ 295.900,00
• Custo Variável (CV): R$ 1.470.833,33
• Produção Mensal (q): 165.250 unidades produzidas
• Preço de Venda do produto (PV): R$ 13,35
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Aproveite o momento para criar a sua planilha no Excel, colocando as fórmulas como são
apresentadas.
Responda:
• O GAO calculado apresenta qual diagnóstico? Justifique.
• Quais as variáveis que influenciam o grau de alavancagem operacional?
• Quais delas podem ser mudadas por decisões administrativas? Por quê?
FINALIZANDO
Nesta etapa, pudemos observar algumas ferramentas essenciais para suporte e apoio da
administração financeira, ferramentas estas para cálculo, projeções e planificações dos dados,
utilizando planilhas e fórmulas específicas para essa função.
Na sequência, foram abordadas algumas questões que nos fazem refletir acerca dos
investimentos. Também vimos alguns instrumentos de raciocínio e projeção de dados para análise,
fundamental para previsões gerenciais com menor ou maior risco, tanto de investimento quanto de
ampliação.
REFERÊNCIAS
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