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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E O GERENCIAMENTO DE CAPITAL AULA 3 UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 1 of 29 08/04/2023, 21:32 Prof. Daniel Weigert Cavagnari CONVERSA INICIAL Vimos, em conteúdos anteriores, que a Administração Financeira se baseia em escolhas. Escolhas sim, mas não aleatórias. Uma das principais questões que dimensiona essas escolhas é a precisão ou, pelo menos, no mínimo, o máximo de precisão. Muitas das incertezas devem ser transformadas em certezas. Dados coletados da realidade devem ser transformados em outros dados mais sintetizados, esclarecedores. Para tanto, unimos grandes e extensas informações financeiras e contábeis e transformamos em dados que resumem informações mais importantes, mais resumidas e claras. Essa fase da Administração Financeira é muito importante, porque é na reunião desses dados que estabeleceremos informações de diagnóstico, para tomadas de decisões precisas, ou bem próximo disso. CONTEXTUALIZANDO Contextualizando no Excel. Herdando dados das pastas (abas). Na etapa anterior, desenhamos uma tabela. Vamos usá-la. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 2 of 29 08/04/2023, 21:32 Crie a aba Exercício2. E vamos criar um valor baseado nesta tabela do Exercício1. Digite, na célula A4, o seguinte. Capriche, cuidado com o acabamento; tem que ficar igual. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 3 of 29 08/04/2023, 21:32 Vamos imaginar que a tabela do Exercício1 trata da receita de vendas mensal, no caso um total de R$ 20.000,00 por mês. Nesta aba do Exercício2, vamos registrar esse valor como “Receita Operacional”, sim, só que não apenas como projeção do mês, mas para o ano todo. Assim, vamos usar esse valor (20.000) e multiplicá-lo por 12 (meses) na célula B4. • Passo a passo (siga essa ordem com cuidado e atenção): 1. Clique na célula B4 (como na ilustração) do Exercício2; 2. Digite “=” (apenas digite, não toque nem mova nada); 3. Pegue o mouse, apenas o mouse, e clique na aba “Exercício1”. Apenas isso, mais nada; 4. Ainda com o mouse em mãos, clique sobre a célula D9 (onde estão os 20.000). Na sua tabela pode estar em outra célula. Sem problemas; UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 4 of 29 08/04/2023, 21:32 Note, no alto, que a fórmula está se desenhando “=Exercício1!D9”. 5. Agora, apenas solte o mouse! Sem tocar em mais nada! Digite “*12” (significa multiplicar por 12). Vai aparecer lá na descrição da célula “=Exercício1!D9*12”; 6. Tecle Enter apenas! Repare que ele volta à aba do Exercício2, e aparece o total de 240.000 (20000 x 12). TEMA 1 – PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL Figura 1 – O penhasco e o PEO UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 5 of 29 08/04/2023, 21:32 Crédito: eelnosiva/Shutterstock. O Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) é o nível de produção (quantidade produzida) ou atividade que torna o resultado operacional nulo, ou seja, as receitas operacionais (ROB) são iguais ao valor total dos custos e despesas operacionais (RT = CT ou ROB = COB). Através do PEO, a empresa administra seu recurso mínimo produtivo, ou seja, a receita mínima que deverá cobrir seus custos e despesas totais. A questão principal é que o PEO é uma condição nula. Ou seja, ele não é bom e nem ruim. Mas lembre-se: no ponto de equilíbrio operacional, há mais perigo do que que segurança. Imagine-se à beira de um penhasco. Embora você não tenha caído, não significa que esteja seguro. Então, a linha que divide a segurança da queda no penhasco é nosso ponto de equilíbrio operacional. Você se sente seguro? Então, lembre-se de que a condição de ponto de equilíbrio se compara à uma possibilidade maior de prejuízo, do que de lucratividade segura. Outra questão importante acerca da fronteira do penhasco, digo, do Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) é onde ele está. Pense que nem sempre será dia, ou haverá uma planície que nos permita perceber o ponto de equilíbrio de imediato. Assim, importante é saber onde ele está, para nos distanciarmos contrariamente o máximo possível. Para tanto, é preciso identificar o PEO, pois, ao contrário do que se imagina, nem sempre os custos e as receitas serão os mesmos. Mas, afinal, o que é que condiciona uma empresa ao Ponto de equilíbrio, abaixo ou acima dele? Veremos isso mais à frente. O PEO (Ponto de Equilíbrio Operacional) apresenta algumas formas específicas e cada um com UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 6 of 29 08/04/2023, 21:32 posicionamento específico. Vejamos. Tabela 1 – Formas do PEO Fonte: Elaborado pelo Cavagnari, 2022. 1.1 O EQUILÍBRIO E A TEMPESTADE Certa vez, estava viajando com meu irmão de Fusca, em meados dos anos 80. Estávamos indo para o litoral, época em que as estradas não só eram precárias, como também inexistentes em muitos trechos. Neste dia, chovia muito, e sabíamos que, apesar de faltarem apenas 30 km do destino, nos últimos 5 km, na estrada de início ao balneário que era de chão, estaria alagada e com risco de atolamento, no mínimo. A questão era importante, principalmente porque chovia muito e a noite apenas havia iniciado. Não dava para parar e dormir no carro, por exemplo, porque até pelo para-brisa do Fusca entrava água. O risco ainda era maior de esperar no acostamento. Precisávamos de um ponto intermediário, que ficava entre a alegria de chegarmos sãos e salvos e UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 7 of 29 08/04/2023, 21:32 de ter passado a pior parte da viagem. Era nosso ponto de equilíbrio. Isso mesmo, precisávamos parar em algum lugar que acomodássemos o Fusca e nós mesmos. Um hotel. De lá, no dia seguinte, o final da viagem seria mais seguro. Lembramos então que, de onde estávamos, se rodássemos por aproximadamente mais 20 km, estaríamos apenas a 10 Km do nosso destino final e a 7 Km de distância da entrada do balneário, trecho esse da estrada provavelmente barrento e alagado. E, neste ponto, sabíamos que havia um município que, embora pequeno, possuía hospedagem e refeição. Foram 20 km difíceis, lentos, mas, pelo menos, com a certeza de que não atolaríamos ou que ficaríamos sem apoio até para uma possível carona. Enfim, uma hora depois, chegamos ao hotel. Acomodamo-nos e, no dia seguinte pela manhã, seguimos nossa viagem. Não digo que fora um final de viagem tranquilo, mas bem mais seguro. Em uma empresa, o ponto de equilíbrio significa uma condição de segurança a ser alcançada. A partir dele, os lucros aparecem. Antes dele, só prejuízo. E quanto mais você permanecer antes do “ponto de equilíbrio”, maior o risco. TEMA 2 – CUSTOS FIXO E VARIÁVEL Figura 2 – BEP/PEO UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 8 of 29 08/04/2023, 21:32 Crédito: Febrizio – VectorOz/Shutterstock. Para calcular o PEO, precisamos de algumas variáveis importantes, que estão presentes em nosso Demonstrativo de Resultado no Exercício (DRE). Outras ainda devem ser calculadas. Para tanto, vejamos algumas das variáveis importantes nesse processo. 2.1 CUSTO FIXO (CF) OU CUSTO FIXO TOTAL (CFT) São aqueles custos que se mantêm inalterados dentro de certos limites, independentemente das variações nos níveis de atividade. A exemplo dos custos fixos, temos aluguéis, manutenção, seguro, entre outros, que não influenciam diretamente a produção. Diretamente. Não confunda com ajuste de preços nos custos ou aumento indireto, como fotocopiar mais documentos porque está vendendo mais. Os custos fixos, na maioria das vezes, serão custos indiretos e vice-versa. Mas isso não é propriamente uma regra, porque existem custos fixos diretos (o aluguel da fábrica, por exemplo), indiretos(seguro predial). Entre muitos outros. Mas lembre-se que são termos com aplicação diferente. 2.2 CUSTO VARIÁVEL (CV) OU CUSTO VARIÁVEL TOTAL (CVT) São aqueles que variam proporcionalmente ao volume de produção ou outras medidas de atividade da empresa. Matéria prima, mão de obra direta (operários), entre outros são exemplos de custos que variam conforme aumentamos ou diminuímos nossa produção. Exemplo: se eu aumento a produção de determinado bem, preciso de mais matéria-prima (aumento nos custos de matéria prima) e algumas vezes mais trabalhadores. Esse aumento de custos UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 9 of 29 08/04/2023, 21:32 foi ocasionado pelo aumento na produção, portanto são custos diretos e variáveis. Claro que a relação de custos variáveis ou fixos depende desde do tipo de empresa, até mesmo seu tamanho. A mão de obra operária em uma montadora de veículos, por exemplo, é um custo variável. Já em uma panificadora ou posto de gasolina, o salário desses trabalhadores pode ser um custo fixo. Contabilmente falando, há condições ainda que tratam esse tipo de custo fixo como direto, dada a existência da sua relação produtiva, mas sem alteração. Mais precisamente, cargos como gerência de produção e supervisão são exemplos típicos. Bom, custo variável é um custo direto, sim, mas, como no caso do custo fixo, existem casos de custos indiretos que podem variar com a produção. Um exemplo típico seria seguro de vida aos funcionários. Aumento de funcionários por conta do aumento da produção, aumento do seguro. TEMA 3 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Figura 3 – Margem de contribuição Crédito: Fotoverkaeufer/Shutterstock. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 10 of 29 08/04/2023, 21:32 3.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Antes de definir o que é, vamos lembrar alguns pensamentos de senso comum. Você preparou alguns doces para vender aos colegas na faculdade. Você levou 100 brigadeiros no primeiro dia. Esses brigadeiros custaram-lhe, entre o seu trabalho, leite condensado, chocolate, entre outros insumos e preparação, R$ 150,00. Na faculdade, você vendeu todos eles a R$ 7,00 cada, rendendo-lhe R$ 700,00 no total. Qual o seu lucro? Vejamos: R$ 700,00 de receita, menos R$ 150,00 de custos com matéria prima e insumos, total de R$ 550,00 de lucro. Certo? Errado! Esses R$ 550,00 que você chama de lucro tem outro nome. Chama- se “Margem de Contribuição”. O lucro (lucro operacional bruto) só ocorrerá quando forem descontados ao demais custos, nesse caso, os custos fixos. A margem de contribuição é formada da seguinte forma: MC = RT – CVT • RT = Receita Total • CVT = Custos Variáveis Totais Essa margem de contribuição, quando suficiente apenas para cobrir os custos fixos, temos nosso PEO. Se for maior que o PEO, teremos lucro. MC = CF → PEO Portanto, a margem de contribuição (MC) é o valor com o qual a produção vendida contribui para o pagamento dos custos fixos e obtenção do lucro. Vejamos esse raciocínio: • PEO = R$ 80,00 ou CF = R$ 30,00 e CV = R$ 50,00. Nesse caso, o PEO será o mesmo que os custos totais (CT); • Sendo assim, de uma margem de contribuição de R$ 150,00, cobriremos R$ 30,00 de CF e portando, a diferença, R$ 120,00, serão nosso lucro. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 11 of 29 08/04/2023, 21:32 Além disso, da mesma forma que operamos esses valores em totais, fazemos o mesmo em unidades, conforme uma determinada quantidade de itens produzidos. Pense assim: se cada produto tem um preço unitário de venda (PV), deve possuir um Custo Médio (CMT) ou Custo Unitário, um Custo Variável Unitário (CVu) e até mesmo uma Margem de Contribuição Unitária (MCu). 3.2 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA (MCU) É o valor com o qual cada unidade produzida vendida, dado seu preço unitário menos seu custo variável unitário, contribui, juntamente com a quantidade produzida, para o pagamento dos CF e a obtenção do lucro desejado. 3.3 CÁLCULO APLICADO AO PEO Vejamos a seguir quais as possíveis fórmulas que nos permitem chegar aos valores dessas variáveis: UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 12 of 29 08/04/2023, 21:32 Exemplo: dados os valores a seguir, apure o ponto de equilíbrio operacional (PEO) em quantidades físicas, em volume de receita (RT) e em percentual. • CF: R$ 300.000,00 • CV: R$ 1.800.000,00 • Produção Mensal: 200.000 unidades • Preço de Venda: R$ 12,00 MCu = 12 – 9 = R$ 3,00 PEOR$ = 100.000 * 12,00 = 1.200.000,00 ou Avaliando os resultados, temos os seguintes dados: • O PEOR$ totaliza em R$ 1.200.000,00, ou seja, esse é o mínimo que a empresa deve faturar para que todos os seus custos sejam cobertos; • Qualquer valor a mais será seu lucro operacional bruto (Ex: 1.200.001,00, lucro de R$ 1,00). Abaixo, prejuízo; UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 13 of 29 08/04/2023, 21:32 • O PEOq é de 100.000 unidades. Ou seja, se a empresa produzir 100.000 unidades, cobrirá todos os seus custos (PEO). 99.999 unidades, prejuízo. Como se trata de uma unidade abaixo do mínimo, com margem de contribuição unitária (MCu) de R$ 3,00, prejuízo de R$ 3,00; • Nosso PEO% de 50% identifica, dado o potencial atual de 200.000 unidades, que, para atingirmos o PEO, é necessária apenas 50% da capacidade. Vejamos outro exemplo, usando uma DRE (Demonstração de Resultados do Exercício) simplificado. Com base na DRE a seguir, apure o ponto de equilíbrio operacional em receita e percentual (PEOR$ e PEO%). Em seguida, ajuste o DRE com produção à 50% (metade da produção atual) e recalcule o PEO com a nova receita. Esse é um bom momento pra você reproduzir essa planilha no Excel. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 14 of 29 08/04/2023, 21:32 Note, na nossa DRE, que a receita operacional diminui, assim como os custos variáveis, pela metade. Já o custo fixo (por ser fixo) permanece o mesmo. Ao calcularmos nosso PEOR$, não importa a capacidade produtiva utilizada, o PEO será sempre o mesmo. Concluímos, então, que: • Os custos fixos da empresa e os custos variáveis unitários (CVu), são proporcionais ao ponto de equilíbrio operacional. Se aumentam, o PEO aumenta, e vice-versa. • O PEO tem relação direta com os custos totais da empresa. Consequência do CT = CF + CV • Alterações na produção (aumento ou diminuição da quantidade produzida) não afetam o PEO. • O custo variável total, se alterado pela quantidade produzida (CV = q * CVu), não influencia o PEO. • Uma alteração na receita total, dada uma mudança na quantidade produzida (RT = q * PV), não altera o PEO. • Portando, influências em qualquer variável (RT, CT e CVT) dadas pela quantidade produzida (e vendida), não alteram o PEO. • O preço unitário do produto é inversamente proporcional ao PEO. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 15 of 29 08/04/2023, 21:32 • O PEO% se altera proporcionalmente à receita máxima estabelecida. • Um PEO é considerado alto quando está próximo à receita máxima permitida pela empresa. • Um aumento no custo fixo, caracterizado por investimentos em ampliação na estrutura produtiva da empresa (possibilidade de maior receita), no longo prazo reduz o PEO. TEMA 4 – GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL Figura 4 – GAO Crédito: Yellow_man/Shutterstock. O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a variação do resultado operacional (lucro) ocasionada por uma alteração no volume de produção (quantidade) e venda da empresa, em proporção maior. Ou seja, a produção aumenta e se o lucro aumentar em proporção maior, significa que nossos custos fixos estão excessivamente altos. Porém, o efeito contrário (reduçãonas vendas) também é previsto e arriscado. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 16 of 29 08/04/2023, 21:32 A questão é a proximidade do faturamento com o ponto de equilíbrio da empresa. Se próximo, qualquer aumento (a alavancagem) passa a ser significativo. O GAO é uma ferramenta importante na identificação da saúde da empresa. Vejamos um exemplo. Tabela 2 – Níveis de GAO Fonte: Cavagnari, 2022. Aparentemente parece que um GAO alto (aumento dos lucros em proporção maior que a receita) significa uma coisa boa. Mas não é bem assim. Se o GAO está alto, significa que há uma proximidade do nosso Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) e, portanto, proximidade do “penhasco”. A lógica é a seguinte: • Lucro e receita próximos ao PEO: ◦ PEO = R$ 100,00 UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 17 of 29 08/04/2023, 21:32 ◦ Receita = R$ 110,00 ◦ Lucro = 10 • Aumento da receita em 100%: ◦ PEO = R$ 100,00 ◦ Receita = R$ 220,00 ◦ Lucro = R$ 120,00 GAO = 10 ou aumento em 1100% nos lucros. Dado o exemplo, temos um aumento de 100% na receita e 1100% nos lucros. Vejamos agora um lucro e receita distantes do PEO: • PEO = R$ 100,00 • Receita = R$ 1.100,00 • Lucro = R$ 1.000,00 Aumento da receita em 100%: • PEO = R$ 100,00 • Receita = R$ 2.200,00 • Lucro = R$ 2.100,00 (110%) GAO = 1,1 ou aumento em 110% nos lucros. Note que, dada a receita de R$ 1.100,00, estamos distantes do PEO (R$ 100,00), portanto em situação confortável. Outra questão é o lucro. Anteriormente, no primeiro caso, tivemos um lucro (em valor) de apenas R$ 110,00 a mais, apesar do aumento em percentual ter sido significativo (1100% de lucro). Agora, neste segundo caso, com um GAO baixo (1,1) e longe do PEO, tivemos um aumento no lucro de R$ 1.100,00, ou lucro de apenas 110%. Assim, o que é melhor, um aumento de 1100% ou 110%? Bom, só que essa é a pergunta errada. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 18 of 29 08/04/2023, 21:32 O certo é: o que é melhor, um aumento no lucro de R$ 110,00 (1100%) ou de R$ 1.100,00 (110%)? Em outras palavras, o que é melhor, lucrar mais dinheiro (R$ 1.100) ou menos dinheiro (R$ 110,00)? Saiba mais PERCENTUAL % não define volume, apenas uma fração dele. Ou seja, 100% de 1, é 100. Mas 1% de 1.000.000, é 10.000. Qual você prefere? 100% de 100 ou 1% de 1 milhão? 4.1 CÁLCULO DO GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL Para calcularmos o GAO, necessitamos calcular, antes de tudo, o Ponto de Equilíbrio Operacional em quantidades. (PEOq) Na sequência, utilizamos as seguintes fórmulas (MCU e PEOq iniciam os cálculos): UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 19 of 29 08/04/2023, 21:32 Veja que o cálculo do GAO é simplesmente a fórmula: Porém, algumas variáveis que não possuímos devem ser calculadas. Vejamos nosso exemplo anterior: Assim, temos que primeiramente calcular a variação das mudanças: Grau de alavancagem = 1,1. Baixo grau, distância significativa do PEO, lucro efetivo alto. Boa condição. Algumas vezes, calculamos o GAO em condições mais aprofundadas, como uma condição de aumento na quantidade produzida, comparando alguns níveis projetáveis de produção e uma condição média de aumento nas vendas. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 20 of 29 08/04/2023, 21:32 Exemplo: calcule o GAO da empresa a seguir, para os seguintes níveis de produção e venda: Considere ainda os seguintes dados: • Custo fixo mensal (CF): R$ 2.000,00 • Custo variável unitário (CVu): R$ 10,00 • Preço de Venda (PV): R$ 15,00 • Percentual de variação média nas vendas: 30% MCU = PV – Cvu = 15 – 10 = 5 PEOq = = = 400 unidades Produção em 500 unidades: • LO = (500 – 400) * 5 = R$ 500,00 Aumentando em 30% as vendas, o lucro operacional passa para: (500,00 * 1,30 – 400) *5 = R$ 1.250,00 Variação no lucro operacional: Ou seja, a cada unidade % na variação das vendas (q), ocorre uma variação 5 vezes maior no lucro operacional. Produção em 1.000 unidades: UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 21 of 29 08/04/2023, 21:32 • LO = (1.000 – 400) * 5 = R$ 3.000,00 Aumentando em 30% as vendas, o lucro operacional: (1.000 * 1,30 – 400) * 5 = R$ 4.500,00. A cada unidade percentual na variação das vendas, o lucro aumenta 1,67 vezes mais percentualmente nos lucros. Apesar de menor GAO ao anterior, temos uma condição de lucros mais atraente. Produção em 2.000 unidades: • LO = (2.000 – 400) * 5 = R$ 8.000,00 Aumentando em 30% as vendas, o lucro operacional: (2.000 * 1,30 – 400) * 5 = R$ 11.000,00. △LO% = = 37,5% GAO = = 1,25 A cada unidade percentual na variação das vendas, o lucro aumenta 1,25 vezes mais percentualmente nos lucros. Note que, a partir de um GAO baixo, a diferença não é tão maior. O GAO mínimo é de 1,0. Conclusão: • Quanto menor o GAO, menor é o impacto dos CF, menor será a alavancagem e maior será o lucro. • Quanto maior o GAO, maior é o impacto dos CF, maior será a alavancagem nos lucros e menor será o lucro em volume. Essa condição ocorre pela proximidade da produção ao PEO. • Quanto mais distante a empresa estiver operando do PEO (GAO baixo), menor será o impacto em uma provável queda nas vendas. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 22 of 29 08/04/2023, 21:32 TEMA 5 – GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA Figura 5 – GAF Crédito: jertam2020/Shutterstock. Embora mencionemos o termo “alavancagem”, não há uma relação direta entre o GAO (Grau de Alavancagem Operacional) e o GAF (Grau de Alavancagem Financeira). O detalhe maior da Alavancagem Financeira (o GAF) é o risco. O risco, nesse caso, são os juros pagos às instituições financeiras. Eu explico. Imagine que sua empresa necessita de capital externo (empréstimo bancário, venda de ações na bolsa, entre outros) que, apesar de demonstrar uma entrada de recurso na empresa, por outro lado, gera uma despesa de juros que devem ser pagos ao credor. Imagine a seguinte situação. Você tem uma empresa que fatura R$ 100.000,00 por mês e faz um empréstimo de R$ 50.000,00 para investir em uma nova máquina. Essa nova máquina vai gerar duas reações no fluxo de caixa, o lucro pelo seu uso e a despesa de juros pelo pagamento do investimento. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 23 of 29 08/04/2023, 21:32 Assim, calculamos o GAF que o investimento da máquina gerou. Ou melhor, calculamos o GAF causado pela entrada de capital de terceiros. Vejamos: ou Lembrando que: • LAJIR: Lucro apresentado no DRE antes dos juros (pagos aos credores) e antes do Imposto de Renda • LAIR: Lucro antes do IR (depois que pagou os juros). O GAF é um indicador, raciocinado da seguinte forma: • Se o resultado do cálculo estabelecer um GAF = 1, nossa alavancagem financeira foi nula. Ou seja, a variação do lucro líquido foi a mesma da variação do LAJIR. Ou, então, o valor do LAJIR foi o mesmo do LAIR, portanto, ou não houve captação de recurso de terceiros ou os recursos do empréstimo geraram um lucro equivalente a não fazer o investimento. • Se o GAF > 1, temos uma alavancagem financeira favorável, pois os empréstimos adquiridos e aplicados geraram um lucro maior e, portanto, um aumento no patrimônio líquido da empresa, apesar das despesas de juros. • Se o GAF < 1, o investimento não foi satisfatório, pois as despesas com os juros, gerados pelo uso de capital de terceiros, foram maiores que os benefícios adquiridos. Neste caso, os terceiros estarão absorvendo o patrimônio da empresa, reduzindo-o. Enfim, o GAF é um índice simples, mas preciso e muito útil. TROCANDO IDEIAS UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 24 of 29 08/04/2023, 21:32 Abra o MicrosoftExcel e desenhe a tabela a seguir. Não se esqueça do acabamento. Faça ela ser preenchida calculando as fórmulas. Uma réplica dela pode ser vista no Tema 3. Veja a dica a seguir: Note que CT = CV + CF (B3 = B4 + B5). UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 25 of 29 08/04/2023, 21:32 Aqui, C4 = B4 * C1, ou, C4 é igual aos CV multiplicando 50% (0,5), que dá a metade do valor (50%). NA PRÁTICA Dados os valores a seguir, apure o Grau de Alavancagem Operacional (GAO), com base em um aumento de 20% na produção (quantidade produzida) mensal. • Custo Fixo (CF): R$ 295.900,00 • Custo Variável (CV): R$ 1.470.833,33 • Produção Mensal (q): 165.250 unidades produzidas • Preço de Venda do produto (PV): R$ 13,35 UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 26 of 29 08/04/2023, 21:32 Aproveite o momento para criar a sua planilha no Excel, colocando as fórmulas como são apresentadas. Responda: • O GAO calculado apresenta qual diagnóstico? Justifique. • Quais as variáveis que influenciam o grau de alavancagem operacional? • Quais delas podem ser mudadas por decisões administrativas? Por quê? FINALIZANDO Nesta etapa, pudemos observar algumas ferramentas essenciais para suporte e apoio da administração financeira, ferramentas estas para cálculo, projeções e planificações dos dados, utilizando planilhas e fórmulas específicas para essa função. Na sequência, foram abordadas algumas questões que nos fazem refletir acerca dos investimentos. Também vimos alguns instrumentos de raciocínio e projeção de dados para análise, fundamental para previsões gerenciais com menor ou maior risco, tanto de investimento quanto de ampliação. REFERÊNCIAS ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W. Gestão financeira moderna: uma abordagem prática. Curitiba: UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c=/gradNova/2... 27 of 29 08/04/2023, 21:32 Intersaberes, 2013. ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010 ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007 BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Cartão BNDES. Disponível em: <https://www.cartaobndes.gov.br/cartaobndes>. Acesso em: 19 dez. 2022. _____. FINAME. Disponível em: < https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento /finame/>. Acesso em: 19 dez. 202. BRAGA, R. 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