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resumo Africa na sala de aula (cap 02 e 03)

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CAPÍTULO 2: O PROCESSO DE “ROEDURA” DO CONTINENTE E A CONFERÊNCIA DE BERLIM 
 
A Partilha da África, significa o protagonismo europeu, ao traçar novas fronteiras da África de 
acordo com seus interesses, enquanto a Conferência de Berlim (1884 – 1885) é o grande 
marco do fortalecimento do processo de “roedura” do continente, que foi iniciado em 1430 
com a chegada dos portugueses no continente africano. 
Chegada dos portugueses na África se deve pela procura de rotas marítimas para chegar até as 
Índias, já que o acesso por terra estava cada vez mais difícil devido aos turcos otomanos 
impedirem a passagem portuguesa (Batalha de Lepanto (1571)). Primeiro contato entre 
portugueses e africanos é em 1430. 
Alguns marcos do contato entre portugueses e africanos: 
1434: Portugueses contornam o Cabo Bojador. É relatado atividades comerciais, em que os 
portugueses adquirem escravos negros e ouro dos mulçumanos. A partir desse momento há 
vários contatos entre portugueses e o continente africano (COLOCAR MAPA 2.1). 
1456: Portugueses atingem pequenos pontos do continente (“Pontos de trato”); 
1482: No promontório do Golfo da Guiné, que fica ao sul do Saara, são construídas as 
primeiras edificações como o forte e o castelo de São Jorge da Mina – Região conhecida como 
a Costa do Ouro, em que foram adquiridas ouro e escravos; 
1483: Diogo Cão adentra o continente pelo Rio Congo a procura de nova rota para as Índias e 
encontra o reino do Congo, atual região da Angola. O reino do Congo será destruído no século 
XVIII, pelas tropas lusas, africanas e brasileiras e teve seu mani (senhor) convertido em 1512 ao 
cristianismo e arrastou grande parte da nobreza a conversão. 
1487: Viagem de Bartolomeu Dias ao Cabo da Boa esperança. Em 1652, os portugueses 
fundaram a colônia do Cabo; No século XVI, os portugueses contavam com 80 km de extensão 
do continente africano entre a Costa atlântica e o interior, com interesse comercial. O maior 
centro de produção era o escravocrata – até 1530 de Pinda a Angola foram retirados 4 mil 
cativos. 
O tráfico negreiro será muito importante a partir de 1575, quando a América para Portugal, 
Espanha, França e Inglaterra, será um mercado para a mão de obra escrava. (Entre 1648 e 
1850 – Brasil será destaque para trabalho escravo). 
A troca de negros escravos acontecia com aguardente, tabaco, cavalo pra montaria, 
manufaturados europeus e armas de fogo. Essas negociações tinha a participação da elite 
africana. Conforme o interesse comercial pelo tráfico negreiro vai perdendo espaço, em 
meados do século XIX, aumentam a expansão europeia e a “roedura” da África. 
A partir de 1830, teremos a ida de vários missionários para África, a serviço dos ingleses, que 
serão anglicanos, metodistas, batistas e presbiterianos, que desenvolverão trabalhos nas 
regiões da Serra Leoa, Libéria, Costa do Ouro e Nigéria. Uma das grandes participações dos 
missionários, será contra o tráfico negreiro. 
 
[...] a propaganda europeia, sobretudo a inglesa, de condenação solene do tráfico definida no 
Congresso de Viena, em 1815. Simultaneamente, missionários católicos franceses na 
bordadura do Senegal, desde 1848, fizeram inúmeros protestos contra o aprisionamento e a 
escravidão. Sob argumentos de que era preciso “salvar as almas dos selvagens” e “pôr termo 
ao massacre dos negros”, escondia a ideia de conquista da África pela Europa. (p.53) 
A evangelização cristã (católica ou protestante) tinha três pontos em comum: 
- Primeira: Conversão do africanos, não apenas ao cristianismo, mas aos valores da cultura 
ocidental europeia; 
- Segunda: Ensinar a divisão das esferas espirituais e secular – Totalmente o oposto das 
crenças sobre vida e morte dos africanos; 
- Terceira: Minar a influência dos chefes tradicionais africanos; 
Inegável a contribuição missionária no século XIX para a abertura do continente. 
Durante os séculos XVIII e XIX a exploração na África ocorrerá principalmente pela procura de 
grandes eixos de acesso ao interior para interesses comerciais, em especial dos ingleses e 
franceses. É nessas viagem exploratórias, que se descobrem mais rios e seus cursos. 
[...] tentando compreender a importância dessas viagens exploratórias para os países 
europeus, é útil recordar que elas só deram continuidade como aceleraram o processo de 
“roedura” do continente e tornaram acaloradas as discussões sobre a partilha, precipitadas 
pela forte crise do Império Otomano e pelo final do trato negreiro. O marco foi a Conferência 
de Berlim, cujas as consequências para a África fazem-se presentes até os dias atuais. (p. 59) 
Houveram quatro principais motivos para a Conferência de Berlim: 
- Primeiro: Interesses do rei Leopoldo II da Bélgica, em fundar um império ultramarino: 
1875: Funda uma cadeia de postos comerciais e científicos que vai de Zanzibar (África Central) 
até o Atlântico para combater o comércio de escravos e proteção de missões cristãs. 
Rei da Bélgica patrocina em 1876 a Conferência Geográfica de Bruxelas que tinha como 
objetivo, localizar rotas abertas no interior da África para tráfico negreiro. (Queria o 
reconhecimento de sua soberania sobre a Bacia do Congo). 
- Segundo: Frustrada corrida de Portugal aos interesses na conquista do “mapa cor de rosa” 
(1883), que pressupunha a ligação de Angola e Moçambique, do Atlântico até o Pacífico. A 
Conferência de Bruxela acabou alarmando os portugueses. 
- Terceiro: Aumento da participação política francesa e inglesa no controle do Egito (1879). 
- Quarto: Interesse em torno da livre navegação do comércio nas bacias do Níger e do Congo. 
Fatos indicam uma convergência de interesses políticos e econômicos que girava em torno da 
África, o que fez, por meio de tratado, do continente presa fácil para o colonialismo europeu 
no século XIX. Os tratados mais importantes são sobre tráfico de escravos e comércio, fontes 
de conflitos africanos com a intervenção europeia (comum que dirigentes africanos 
assinassem tratados em que abriam mão de sua soberania para os europeus). 
A Conferência de Berlim, foi um tratado de diplomacia entre os conflitos de interesses de 
países signatários: França, Grã-Bretanha, Portugal, Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha, Áutra-
Hungria, Países Baixos, Dinamarca, Rússia, Suécia, Noruega, Turquia e Estados Unidos. 
A Ata Geral da Conferência de Berlim, assinada em 23 de fevereiro de 1885, era composta por 
6 pontos fundamentais formalizados em capítulos. Os principais objetivos eram assegurar as 
vantagens de livre navegação e livre comércio sobre os dois principais rios africanos que 
deságuam no Atlântico, o Níger e o Congo. Visam regulamentar as novas ocupações de 
território dos africanos, em particular da costa ocidental do continente. (p.62) 
A conferência de Berlim determinou a carta geopolítica da África, em que se conserva as 
fronteiras decididas, até hoje. “Com isso foram desconsiderados os direitos dos povos 
africanos e suas especificidades históricas e linguísticas. [...] Mas cerca de trinta anos depois, 
por volta de 1920, quase todo o continente estava sob administração, proteção colonial ou 
ainda era reivindicado por alguma potência europeia.” (p.64). 
Após a Conferência houveram aguns acertos complementares, como o tratado anglo-alemão 
(1885), que definia regiões da África como zonas de intervenção da Inglaterra e Alemanha. 
Com vários tratados toda a África ficou sob o domínio europeu, com exceção da Libéria, que 
teve sua independência proclamada em 1847 e por isso foi considerada “semicolônia” dos EUA 
e a Etiópia, que derrotaram as tropas italianas em 1896, foi apenas em 1935-1936, sob o 
governo de Mussolini que conseguiram adentrar o país. 
 
CAPÍTULO 3: O “NOVO IMPERIALISMO” E A PERSPECTIVA AFRICANA DA PARTILHA 
 
A Partilha da África foi impulsionada pela concorrência entre as economias industriais em 
preservar mercado e pela pressão econômica (1880) que desencadeou um expansionismo 
europeu.Dessa forma, assistiu-se a um imperialismo agressivo que conquistou áreas de 
influência (protetora e colonial). 
Não é difícil compreender que esse imperialismo de fins do século XIX esteve ligado ao 
desenvolvimento do sistema capitalista, em uma fase cuja a inovação é a forma como se 
articula política e economia, na qual o Estado assumiu, decisivamente, o papel de parceiro e 
interventor econômico. (p. 71) 
O termo imperialismo tinha como significado em 1870, na Grã-Bretanha: política orientada 
para criar uma federação imperial baseada no fortalecimento da unidade autônomos do 
império. No fins do século XIX, esse imperialismo procura identificar o feixe de condições 
econômicas, políticas e ideológicas que tinha como elemento o expansionismo territorial. 
Dentro das teorias que explicam esse fenômeno temos: 
- Teoria Marxista: Formuladas pós 2ª Guerra Mundial, tem como principais representantes 
Lênin e Rosa de Luxemburgo. 
Teorias de Lênin são usadas para explicar o neocolonialismo, “isto é, as relações entre os 
países formalmente independentes e os Estados que continuaram a explorá-los, em grande 
parte das vezes as próprias ex-metrópoles europeias.” (p.73) 
Teoria de Rosa de Luxemburgo (teoria do subconsumo) “explica, basicamente, que o 
imperialismo se insere num pensamento mais amplo, a teoria do subconsumo [...] devido ao 
baixo poder aquisitivo da classe trabalhadora e a miserabilidade do seu nível de vida, a 
produção corrente do mundo capitalista não pode ser absorvida” (p. 74) 
Os americanos Baran e Sweezy, por meio da teoria de Lênin, após a 2ª Guerra Mundial, tentam 
superar essa teoria ao buscarem identificar elementos próprios de uma economia monopólica 
(principal característica da economia americana). 
O mais inovador dessa teoria é a existência de um “surplus” (substituto da mais valia), que se 
refere as despesas em pesquisa e desenvolvimento tecnológico no setor militar, fundamental 
no mundo bipolarizado. 
Ainda afirma, essa teoria, que mesmo independentes os países atrasados, ainda serão 
explorados, em consequência do expansionismo que busca o lucro e desenvolve empresas 
multicontinentais, que gera desequilíbrios territoriais e sociais que acarreta em um processo 
de pobreza crescente. Para o fim desse “capitalismo monopólico”, Baran e Sweezy essa 
situação só pode ser mudada com uma guerra revolucionária que implante uma economia 
socialista. 
- Representação da “interpretação social democrata do imperialismo”: Tem Hobson como 
principal representante, a ideia central é o subconsumo, mas não do viés marxista. Para o 
autor o subconsumo das classes populares irá impulsionar a busca por mercados externos, o 
que alimenta o papel da “política de poder”. 
- Interpretação liberal do imperialismo: O principal represente dessa teoria é J. A. Schumpeter 
(1919). Ao analisar o imperialismo desde a Antiguidade, conclui que é resultado (o 
imperialismo) das condições econômicas, sociais, políticas, culturais e psicológicas do pré-
capitalismo e não de seu desenvolvimento. “Assim, o que leva à expansão imperialista são 
atitudes psicológicas e culturais ‘agressivo-irracionais’ que se manifestam na prática política 
pré-capitalista em variadas formas de violência” (p. 75) 
- Teoria da Razão e do Estado: Para essa teoria o imperialismo deriva de uma estrutura 
anárquica das relações internacionais que se fundamenta no uso da força. “[...] estabelecendo 
uma relação desigual de poder entre os Estados, que possibilita o domínio dos mais fortes 
sobre os mais fracos, criando as condições necessárias para a exploração econômica de uns 
sobre os outros.” (p. 76). Dessa forma, o fim do imperialismo depende da superação do estado 
de anarquia internacional com uma “Constituição Federal Mundial” que irá por limite a 
soberania”. Os principais representantes dessa teoria são Max Weber e Otto Hintzer. 
Para a autora essas teorias não incorporam as relações históricas específicas principalmente 
entre expansão territorial e imperialismo. Ainda realça que Hobsbawn, em pesquisa, com 
recorte histórico entre 1890-1914, ao considerar os fatos históricos, reconhece a divisão do 
globo com a dimensão econômica, mas destaca a importância do poder político e aglutinantes 
ideológicos do “novo imperialismo”. 
Em contrapartida, algumas teorias sobre o imperialismo apoiam-se no pressuposto do 
subconsumo. No entanto, o que se verifica empiricamente é que o próprio desenvolvimento 
desigual do sistema capitalista propiciou um consumo de massa nas metrópoles, criando um 
mercado em rápida expansão para os “bens coloniais”, isto é, para o chá, o café, a açúcar, o 
cacau e derivados e os óleos vegetais, que se tornaram disponíveis graças às técnicas de 
conservação e a maior rapidez dos transportes. Como consequência, as plantations e os 
comerciantes e financistas tornaram-se importantes pilares da economias imperiais.(p.77-78) 
Hernandez ao analisar o conjunto dos elementos econômicos, o ponto crucial da situação 
econômica ocorre pela quantidade de novas economias que surgem e que necessitam de 
novos mercados. E é por isso que “se abrem portas” para o consumo no mundo 
subdesenvolvido (América – processos de independência) e exploram o “terceiro mundo” 
(África). 
Nessa nova perspectiva, os interesses econômicos começaram a ser articulado com os 
interesses políticos, e será elaborado um projeto simbólico para justificar e legitimar a 
exploração e dominação dos europeus na África. 
As experiências históricas efetivas demonstraram que o ‘novo’ imperialismo dispunham de 
mecanismos ideológicos como as exposições universais, verdadeiras ‘vitrines do progresso’, 
que levavam as massas a se identificarem com o Estado e a nação imperial, conferindo 
justificação e reconhecendo legitimidade á missão civilizadora europeia na África (p. 78) 
O protagonismo africano na Partilha, para a autora é ignorado na historiografia oficial, mas 
para ela o período de conquista da África foi um dos mais violentos da história recente. Essa 
omissão é consequência de uma separação política e ideológica das posições africanas e 
europeias. 
O pensamento africano sobre Partilha e conquista da África é fiel ao negar a dominação branca 
e ocidental no mundo negro (“inferno tenebroso” – África). Se por um lado houve a aceitação 
da elite cultural africana ao expansionismo europeu, por outro houve a resistência africana. 
No discurso de aceitação do expansionismo europeu temos dois elementos: Racismo e crítica 
ao etnocentrismo. Mas a historiografia mais recente africana, tem a preocupação de analisar a 
Partilha cem a influência das representações construídas pelos ocidentais, ou seja, 
desconsiderar: darwinismo social, cristianismo evangélico e atavismo social4, que estão 
articulados a um imaginário coletivo de superioridade racial e cultura. 
No âmbito político, teremos três teorias diplomáticas no discurso preconceituoso: 
- Teoria do prestígio nacional: Justifica o expansionismo como forma de manter ou restaurar o 
prestígio nacional (adeptos: Grã-Bretanha, Rússia, Alemanha, Itália, Portugal e Holanda) 
- Teoria do equilíbrio da força: O domínio dos países mais fortes sobre os mais fracos, ou seja, 
o país mais forte acaba tendo a predominância absoluta na força, perante os outros. 
- Teoria da estratégica global: Partilha e conquista são respostas ao “protonacionalismo” 
africanos. Lutas dos africanos são colocadas como risco aos interesses estratégico dos países 
europeus. 
Essas teorias atribuem a África um papel de apêndice na história da civilização ocidental, mas é 
necessário reconhecer a resistência e importância das lutas no processo de conquista, o que 
para Hernandez, implica em assumir a efetividade da burocracia colonial como instituição 
política. 
Hopkins apresenta a versão africana sobre a Partilha 
Por um lado, é possível conceder regiões onde o abandono do comércio de escravos se deu 
sem choques nem perdade rendimentos e onde as tensões internas foram controladas. Em 
casos tais, a explicação do retalhamento colonial deverá salientar os fatores externos, como as 
considerações mercantis e as rivalidades anglo-francesas. No outro extremo, é possível 
imaginar casos em que os chefes indígenas adotaram atitudes de reação, não hesitando em 
recorrer a métodos predatórios, na tentativa de manter os rendimentos, e em que os conflitos 
internos eram pronunciados. Nesses casos peso maior deve ser dado, na análise do 
imperialismo, ás forças de desintegração ativas no seio das sociedades africana, sem 
negligenciar, todavia, os fatores externos. (p. 51)5 
O nigeriano Godfrey Uzoigwe, nega que a Partilha e conquista da África tenha sido algo 
inevitável e que a Partilha é o marco do processo de “roedura” do continente. Esses 
acontecimentos “se constituem respostas a tratados comerciais e políticos, os quais exerceram 
uma influência decisiva para a desestabilização de vários espações geopolíticos do 
continente.” (p.84) 
Após a Conferência de Berlim há tratados firmados entre europeus e africanos. Havia como 
diferenciar os tratados políticos dos econômicos. 
[...] os tratados políticos celebrados por representantes de governos europeus ou por 
organizações privadas ou por organizações privadas [...] Quanto aos mandatários africanos , 
estes se submetiam à exclusividade do tratado assinado, por meio do qual renunciavam a 
soberania do território sob seu governo, em troca de proteção [...]” (p. 85) 
Havia três razões para os africanos firmarem tratados políticos: 1º Obter vantagens perante os 
vizinhos; 2º Tratado mantinha a soberania do senhor perante seus súditos; 3º Manter 
independência do seu reino; 
A maior parte desses tratados, foram feitos antes da Conferência de Berlim, mesmo assim, não 
significa que não houve resistência africana. “[...] os africanos não se resignaram pacificamente 
a ela (Conferência de Berlim), defendendo seus costumes e interesses vitais como a soberania, 
liberdade e independência.” (p. 86) 
A resistência africana precipitou a conquista militar e em muitos locais foi mantido sua cultura 
e interesses vitais. Houve a resistência diplomática, mas em alguns pontos houve a resistência 
armada, em resposta a invasão militar.

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