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Pág. 1 Gramática Processos Fonológicos Inserção (PEP) + Prótese – início schola > escola Epêntese – meio creo > creio Paragoge – fim ante > antes Supressão (ASA) - Aférese – início psalmo > salmo Síncope – meio filu > fio Apócope – fim amore > amor Alteração ≠ Metátese – Deslocamento de segmentos ou sílabas dentro da palavra Frol > Flor Assimilação Progressiva – A unidade que se altera segue aquela que causa a mudança Nostru > nosto > nosso Assimilação Regressiva – A unidade que se altera antecede aquela que causa a mudança Persona > pessoa Dissimilação – Dois fonemas iguais ou semelhantes, tornam-se diferentes Felipe > Filipe Sonorização – Uma consoante surda torna-se sonora quando está entre vogais Foco > Fogo Vocalização – Alteração de consoante para vogal – antecedida de outra vogal na mesma sílaba, essa unidade é realizada como semivogal Amicu > Amigo Palatalização – Evolução, para som palatal, de uma unidade ou sequência Clave > Chave Crase – Fusão de duas vogais numa só Pee > Pé Sinérese – Uma sequencia de duas vogais em hiato dá lugar a um ditongo por semivocalização de uma delas Pág. 2 Lee < Lei Redução Vocálica – enfraquecimento de uma vogal em posição átona. Bolo > Bolinho Processos regulares de formação de palavras Derivação Prefixo – Adição de um prefixo (à esquerda) derivacional a uma forma de base. Ex: in + capaz = incapaz Sufixação – Adição de um sufixo (à direita) derivacional a uma forma de base. Ex: provar + vel = provável Prefixação e sufixação – Adição de um prefixo e de um sufixo à forma base. Ex: in + feliz + mente = infelizmente Parassíntese – Adição simultânea de um prefixo e de um sufixo derivacionais a uma forma base. A palavra resultante não permite adição de apenas um dos afixos. Ex: a + manhã + ec + er = amanhecer Derivação não-afixal – Formação de nomes a partir de verbos, substituindo as terminações do infinitivo. Ex: possuir – posse; abandonar – abandono. Conversão ou derivação imprópria – uma palavra pode mudar de classe ou de subclasse sem alterar a forma. Ex: via (nome comum) / via (preposição); jantar(verbo) / o jantar (nome); só (adjetivo) / só (advérbio); coelho (nome comum) / Coelho (nome próprio) Composição Por associação de palavras – tira-caricas; verde-água; trabalhador-estudante Por associação de vários radicais ligados pelas vogais i ou o – homofobia; pesticida; zoófilo Por associação de radicais e palavra ligados pelas vogais i ou o – agridoce; afroadolescente Processos irregulares de formação de palavras Amálgama – processo que combina partes de duas ou mis palavras, criando, assim, uma palavra nova. Ex: informática (informação + automática); Diciopédia (dicionário + enciclopédia) Pág. 3 Sigla – palavra formada pelas letras iniciais de um grupo de palavras; as siglas soletram-se pronunciando o nome de cada letra. Ex: UE (União Europeia) OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Economico) Acrónimo – palavra formada pela primeira ou mais letras de um grupo de palavras, pronunciando-se de forma continua. Ex: TAP (Transportes Aéreos Portugueses) OVNI (Objeto Voador Não Identificado) SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) Onomatopeia – palavra criada para imitar um som natural, produzindo por um animal, pela natureza, por um objeto, etc. Ex: triim, au-au, atchim, ribombar, tilintar Truncação – palavra formada através da redução e do apagamento de parte da palavra que lhe dá origem. Ex: metro (metropolitano) otorrino (otorrinolaringologista) foto (fotografia) Arcaísmos e neologismos Arcaísmo: palavra, significado de palavra ou construção cujo uso é considerado antiquado pelos falantes da língua Ex: mester (ofício); leixar (deixar) Neologismo: palavra, significado de palavra inexistente num estádio anterior da língua Ex: anhar, grandolar, postar Campo Semântico e Lexical Campo Semântico: conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos diferentes contextos em que se encontra. Ex: sentido – sentido único, não tem sentido, sentido da visão, ficar sentido… Campo Lexical: conjunto de palavras associadas, pelo significado, a um determinado domínio conceptual. Relações de hierarquia Hiperonímia – relação entre palavras em que o significado de uma (hiperónimo), pode ser mais global, inclui o de outras (hipónimo). O hiperónimo impõe sempre as suas propriedades ao hipónimo, criando-se, assim, entre eles uma dependência semântica. Um hiperónimo pode substituir, em todos os contextos, qualquer dos seus hipónimos; já o contrário não é possível. Pág. 4 Ex: flor (hiperónimo) / margarida, cravo, rosa (hipónimos) Hiponímia – relação entre palavras em que o significado de uma (hipónimo), por ser mais específico, se encontra incluído no de outra (hiperónimo). O hipónimo, além de apresentar as propriedades semânticas do hiperónimo, possui os seus próprios traços específicos. Ex: visão (hipónimo) / sentido (hiperónimo) Holonímia – relação entre palavras em que o significado de uma (holónimo) refere um todo do qual a outra palavra (merónimo) é parte constituinte. O holónimo não impõe obrigatoriamente as suas propriedades ao merónimo. Ex: livro (holónimo) / capa (merónimo); mão (holónimo) / dedo (merónimo) Meronímia – relação entre palavras em que o significado de uma (merónimo) remete para uma parte constituinte da outra (holónimo). O merónimo cria uma relação de dependência ao implicar a referência a um todo (holónimo). Ex: raiz (merónimo) / planta (holónimo) Classes e subclasses de Palavras Nome Próprio – designa uma entidade individualizada. Ex: Mariana; Joana; Rita; Ricardo Comum – designa entidades enquanto membros de um conjunto com as mesmas propriedades. Ex: bola; avó; copo; Comum coletivo – designa um conjunto de entidades do mesmo tipo. Ex: alcateia; multidão; flora; constelação Adjetivo Qualificativo – refere uma qualidade do nome. Admite grau; normalmente aparece depois do nome. Ex: bonito; cansado; alto; amarelo Numeral – refere a ordem ou sucessão de algo; normalmente aparece antes do nome, precedido por determinante. Ex: o primeiro lugar; a sexta casa Verbo Principal intransitivo – não exige complementos. Ex: Eu adormeci. Pág. 5 Principal transitivo direto – exige um complemento direto Principal transitivo indireto – exige um complemento indireto ou oblíquo. Ex: Tu foste à Hungria? Principal transitivo direto e indireto – exige um complemento direto, indireto ou oblíquo. Ex: A avó pousou a jarra na mesa. Principal transitivo-predicativo - exige um complemento direto e um predicativo do complemento direto. Ex: O juiz considera a borboleta bonita. Auxiliar temporal – ação acabada, durativa… Ex: foi premiado; tenho feito… Auxiliar modal – desejo, possibilidade, dever, necessidade, certeza Ex: Não podem sair Auxiliar aspetual – ação habitual, pontual, durativa… Ex: Acabaram de entrar Auxiliar dos tempos compostos – verbos ter e haver, antes do princípio do verbo principal ou copulativo. Ex: Eu havia falado com ele; Eles têm andado doentes. Auxiliar da passiva – verbo ser, antes do particípio do verbo principal. Ex: O acidente foi provocado por um pombo. Verbo Copulativo – Relaciona um sujeito com um predicativo do sujeito, que lhe atribui um estado, uma quantidade, uma localização. Verbos: ser, estar, ficar, continuar, parecer, permanecer, andar, tornar-se, revelar-se. Ex: Eles permaneceram sentados. Advérbios De negação – nega uma ideia - não De afirmação – afirma ou reforça uma ideia – sim, certamente, realmente… De quantidade e grau – transmite ideia de porção ou de intensidade – bastante, pouco, mais, tanto, tão, quase… De modo – indica a forma ou maneira de realizar uma ação – assim, depressa, melhor, mal, calmamente… De tempo –indica o tempo da ação – hoje, agora, depois, nunca, brevemente… De lugar – indica o local da ação – abaixo, ali, longe, algures… Pág. 6 De inclusão – inclui algo de um grupo – até, mesmo, também… De exclusão – exclui algo de um grupo – apenas, senão, simplesmente, só, somente, exclusivamente Designativo – eis De dúvida – transmite ideia de dúvida – acaso, porventura, talvez, provavelmente Conetivo – articulação do discurso do tipo adverbial; estabelece diferentes nexos semânticos entre frases ou partes de frases – assim, logo, portanto, porém, contudo Relativo – estabelece a relação entre o elemento subordinante e a oração relativa substantiva ou entre o antecedente e a oração relativa adjetiva – onde, como, quando. Interrogação – interroga acerca de um lugar, tempo, medo ou causa, em interrogativas diretas ou indiretas – onde, quando, como, porquê, porque Determinante Artigo definido – o; a; os; as Artigo indefinido – um; uma; uns; umas Demonstrativo – este; estes; esta; estas; essa, essas; esse; esses; aquele; aqueles; tal; tais; outro; outros; mesmo; mesmos Possessivo – meu; meus; minha; minhas; tua; tuas; teu; teus; sua; suas; seu; seus; nosso; nossos; vosso; vossas Indefinido – qual; quais; que Relativo – cujo; cujos; cuja; cujas Interrogativo – certo; certos; certa; certas; outro; outras Pronome Pessoal – eu; tu; ele; nós; vós; eles; me; te; nos; vos; mim; ti; lhe; o; a; comigo; contigo; connosco; convosco; consigo Demonstrativo – este; esta; isto; isso; aquele; aquela; aquele; aquelas; outas; tais; mesmo Possessivo – meu; meus; minha; minhas; teu; teus; tua; tuas; nosso; vosso; seu; sua Indefinido – algum; alguns; muito; pouco; nenhum; tanto; tantas; quaisquer; alguém; tudo; nada Relativo – o/a qual; os/as quais; que; quem; o que Interrogativo – que?; quê?; quem?; o quê?; o que Pág. 7 Quantificador: Universal – é relativo a todos os elementos de um conjunto - todo(s), toda(s), qualquer, quaisquer, nenhum(ns), nenhuma(s), ambos, cada Existencial – não expressa uma quantidade exata nem remete para a totalidade de um conjunto - algum(ns), bastante(s), muito(s), muita(s), pouco(s), tanta(s), vário(s), vária(s) Numeral Cardinal - expressa uma quantidade inteira precisa - um/uma, dois/duas, três, quatro, cinco… Numeral Multiplicativo - expressa um múltiplo de uma quantidade - dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo… Numeral Fracionário- expressa uma fração de uma quantidade - meio/metade, terço, quarto, quinto… Relativo - surge numa oração relativa e tem como antecedente a grupo nominal. quanto(s), quantas(s) Interrogativo - identifica o constituinte interrogação. quanto(s)?, quanta(s)? Preposições a, ante, após, até, com, conforme, contra, consoante, de, desde, durante, em, entre, exceto, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás… Funções Sintáticas Sujeito Elemento que controla a concordância, em pessoa e em número, relativamente ao núcleo. Pode ser: Simples – constituído apenas por um grupo nominal ou por uma frase. Composto – constituído por duas ou mais expressões nominais ou por duas ou mais frases. Nulo – não está realizado lexicalmente, sendo possível classificá-lo em: Subentendido – quando é possível identificar no contexto o referente para o qual remete o sufixo flexional. EX: «[Tu] Querias crescer depressa, aí tens.» Indeterminado – quando o verbo se encontra na 3ª pessoa do plural ou do singular, acompanhado, neste último caso, do pronome pessoal se com valor impessoal, não sendo possível identificar o referente do sujeito nulo indeterminado, uma vez que não é definido nem específico. EX: «Disseram-me que ia chover.»; «Via-se bem que alguns deles faziam logo as contas.» Pág. 8 Expletivo – ocorre apenas com verbos impessoais. EX: «Havia já algumas pessoas à sombra dos toldos ou estendidos ao sol.» Predicado Função sintática desempenhada pelo grupo verbal. Modificador da frase Grupo preposicional (1) ou adverbial (2) que, ao contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando informação suplementar. Caracterizam- se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase. EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.» (2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.» Vocativo Constituinte (não obrigatório) que identifica o interlocutor, ocorrendo em frases imperativas (1), exclamativas (2) e interrogativas (3). EX: (1) «Fecha a porta, Pedro.» (2) «Dói-me muito o peito, mãe!» (3) «Quando tenho alta, senhor doutor?» Complementos Constituintes da frase selecionados pelo verbo: Complemento direto – grupo nominal (1) ou oração substantiva completiva (2) que pode ser substituído respetivamente pelo pronome pessoal de 3ª pessoa (o/a, os/as) e pelo pronome demonstrativo átono. EX: (1) «Dois homens seguravam o porco.» → «Dois homens seguravam-no» (2) «Hão de jurar que não me conhecem.» → «Hão de jurá-lo.» Complemento indireto – grupo preposicional (geralmente introduzido pela preposição a) que pode ser substituído por um pronome pessoal de 3ª pessoa (lhe/lhes). EX: «Perguntem aí ao Gouveia.» → «Perguntem-lhe aí.» Complemento oblíquo – grupo adverbial (1) ou preposicional (2) que, ao contrário do complemento indireto, não pode ser substituído por um pronome pessoal (lhe/lhes). EX: (1) «Faz bem à alma.» →/ «Faz-lhe à alma.» (2) «Também me lembro do sopro do maçarico.» →/ «Também me lembro- lhe.» Exemplos de verbos que pedem complemento oblíquo: Pág. 9 a) ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido de preposição; advérbio); b) comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de, necessitar de, troçar de, casar-se com, divorciar-se de, dispor-se a, arrepender-se de, interessar-se por (nome ou pronome precedido de preposição). Complemento agente da passiva – grupo preposicional (geralmente introduzido pela preposição por) que, na frase ativa correspondente, passa a grupo nominal com função de sujeito. EX: «Uma Câmara não é eleita pelo povo, é nomeada pelo Governo.» → «O povo não elege uma Câmara, o Governo nomeia-a.» Predicativo Predicativo do sujeito – grupo nominal (1), adjetival (2), adverbial (3) ou proposicional (4) ou oração (5) selecionado por um verbo copulativo (estar, ficar, continuar, parecer, permanecer, revelar-se, ser, tornar-se…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao sujeito. EX: (1) «A mãe era uma criatura desagradável e azeda.» (2) «Garcia ficou aturdido.» (3) «Olhe que isto é preciso é que todos fiquem bem.» (4) «Caeiro era de estatura média.» (5) «Pensar é estar doente dos olhos.» Predicativo do complemento direto – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3), selecionado por um verbo transitivo predicativo (achar, chamar, considerar, eleger, julgar, nomear, tratar,…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao complemento direto. EX: (1) «[…] se o ministro fizer esse ladrão recebedor de comarca.» (2) «Todos a achavam simpática.» (3) «Todos o tinham por tolo.» Modificador do grupo verbal – grupo preposicional (1), adverbial (2) ou oração subordinada (3) que, ao contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase. EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.» (2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.» (3) «Não te posso dar minha filha, porque já não tenho filha.» Complemento do nome – grupo preposicional [oracional (1) ou não oracional (2)] ou, menos frequentemente,adjetival (3) que integra o grupo nominal, ocorrendo sempre à direita do nome que completa e sendo sempre de preenchimento opcional. Pág. 10 EX: (1) «Tem curiosidade de saber como é esta pobre máquina por dentro […].» (2) «Ter pena dele seria como ter pena dum plátano […].» (3) «A procura turística tem aumentado.» Modificador do nome – função sintática que integra o grupo nominal, modificando-o através de informações suplementares. a. Restritivo – grupo preposicional (1), grupo adjetival (2) ou oração relativa restritiva (3) que modifica o nome, restringindo a sua referência. EX: (1) «Fechou a porta da cela atrás de si […].» (2) «De repente, a rapariga loira viu uma criança sair a correr.» (3) «Há palavras que fazem bater mais depressa o coração […].» Modificador apositivo – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3) ou oração relativa explicativa (4) que, ao modificarem o nome, não limitam a sua referência. Na escrita, está sempre separado por vírgulas do nome que modifica e ocorre normalmente à direita do mesmo. EX: (1) «Alguma vez a sua Loló, magra e frenética criatura de olhos verdes, brincara nos jardins dos palacetes […]?» (2) «Que doença estranha, lenta mas tenaz, matava o Rei?» (3) «A velha tinha-se dado preparatoriamente um choro, de grande efeito em corações de viajante.» (4) «O rapaz, que chegou pelo lado de trás, abriu a cancela de madeira.» Complemento do adjetivo – grupo preposicional [não oracional (1) ou oracional (2)] que integra o grupo adjetival, ocorrendo sempre à sua direita. Não é de preenchimento obrigatório. EX: (1) «E será o pai feliz com o meu sacrifício?» (2) «Sou fácil de definir.» Modificador do adjetivo – grupo adverbial que integra o grupo adjetival, correspondendo a um advérbio colocado à esquerda do adjetivo. EX: «verão como o elefante se enfrenta com os mais furiosos ventos contrários.» Coordenação e Subordinação Orações Coordenadas Copulativa – estabelece uma relação de adição com a(s) oração(ões) com que se combina. Conjunções/ Locuções: e; nem; não só…; mas também; não só…; como também EX: «Estou cansado e vou descansar.» Adversativa – transmite uma ideia de contraste, de oposição, relativamente à ideia expressa na frase ou oração com que se combina. Pág. 11 Conjunções/ Locuções: mas; porém; todavia EX: «Estou cansado, mas vou continuar.» Disjuntiva – exprime um valor de alternativa face ao que é expresso pela oração com que se combina. Conjunções/ Locuções: ou; ou… ou; ora… ora; quer… quer; seja… seja EX: «Ou descanso ou não posso continuar.» Conclusiva – transmite uma ideia de conclusão decorrente da ideia expressa na frase ou oração com que se combina. Conjunções/ Locuções: logo; pois; portanto EX: «Estou cansado, logo não posso continuar.» Explicativa – apresenta uma justificação ou explicação relativa à frase ou oração com que se combina. Conjunções/ Locuções: pois; portanto; que EX: «Estou cansado porque andei muito.» Orações Subordinadas Substantiva Desempenha a função sintática de sujeito ou de complemento de um verbo, nome ou adjetivo, podendo ser facilmente substituída por um pronome como isso e subdividindo-se em: Completiva – que completa a ideia da oração anterior (verbo) Conjunções/ Locuções: que; se; para EX: «Eu bem sei que tu não voltas». Relativa – que é introduzida por quantificadores e pronomes relativos sem antecedente. Conjunções/ Locuções: quem, o que, onde, quanto, que, o qual, os quais, a qual, as quais. EX: «Quem espera sempre alcança.» Adjetivas Exerce a mesma função que um adjetivo e subdivide-se em: Relativa restritiva – que tem como função restringir a informação dada sobre o antecedente; a sua omissão acarreta uma alteração do sentido da oração subordinante, pois apresenta informação relevante para a definição do antecedente. Pág. 12 Conjunções/ Locuções: que; quem; o qual; cujo; onde… EX: «O poeta português que escreveu Os Lusíadas foi grandioso.» Relativa explicativa – que apresenta informação adicional sobre o antecedente; a sua omissão não altera o sentido da oração subordinante, uma vez que o antecedente já se encontra suficientemente definido. (virgulas) Conjunções/ Locuções: que; quem; o qual; cujo; onde… EX: «A literatura, que é imortal, encanta os leitores.» Adverbiais Desempenha a função sintática de modificador da frase ou do grupo verbal e, modificando o sentido de outras orações, subdivide-se em: Causal – que indica a causa ou o motivo daquilo que é expresso na subordinante. Conjunções/ Locuções: porque; pois; como; que; pois que; visto que; já que; por isso que; pelo muito que; tanto mais que; uma vez que EX: «Não compro este carro porque consome muito.» Final, que enuncia o objetivo da realização da situação descrita na subordinante. Conjunções/ Locuções: que; para; para que; a fim de que; por que EX: «Leva dinheiro para pagares as compras.» Temporal – que estabelece a referência temporal em relação à qual a subordinante é interpretada. Conjunções/ Locuções: quando; enquanto; mal; apenas; que antes que; depois que; logo que; assim que; desde que; até que; primeiro que; sempre que; todas as vezes que; tanto que; à medida que; ao passo que; senão quando EX: «Estavas ao telefone, quando entrei.» Concessiva – que admite algo contrário ao que é apresentado na subordinante mas incapaz de impedi-lo. Conjunções/ Locuções: embora; conquanto; que ainda que; apesar de que; mesmo que; posto que, ainda quando; se bem que; sem que; por menos que; por mais que EX: «Iremos à piscina, embora não seja do meu agrado.» Condicional – que indica uma hipótese ou condição em relação ao que é expresso na subordinante. Pág. 13 Conjunções/ Locuções: se; caso; a não ser que; contanto que; salvo se; desde que; a menos que; no caso de; exceto se EX: «Se ele fosse rico, teria muitos criados.» Comparativa – que contém o segundo elemento de uma comparação que estabelece em relação a uma situação apresentada na subordinante. Conjunções/ Locuções: como; conforme; segundo; (tal) qual; (tanto) quanto mais… do que; menos… do que; bem como; assim como; tal… qual EX: «Ele trata-me como se eu fosse sua inimiga.» Consecutiva – que apresenta uma consequência da situação expressa na subordinante. Conjunções/ Locuções: que (antecedido de tal, tanto, de tal maneira…); de maneira que; de modo que; de forma que; de sorte que EX: «Comi tanto que fiquei indisposta.» Semântica Valor Temporal Anterioridade Simultaneidade Posterioridade Valo Modal Epistémica – Valor de certeza e de probabilidade Deôntica – Valor de obrigação e de permissão Apreciativa (opinião/apreciação) Valor Aspetual Perfetiva (ações concluídas) Imperfetiva (ações não concluídas, ainda em curso) Genérica (situação atemporal; como verdade) Habitual (situação repetida com frequência) Iterativa (repetição de situações) Pág. 14 Atos Ilocutórios Ato ilocutório assertivo – Ato de fala que o locutor realiza pela enunciação de uma preposição, com cujo valor de verdade se compromete em maior ou menor grau. Entram na categoria de assertivos verbos como afirmar, sugerir, crer, admitir ou colocar uma hipótese. Ex: Parto para a Austrália na próxima semana. José Saramago foi Prémio Nobel da Literatura em 1998. Eles admitiram que o trabalho era difícil. Ontem sugerimos que o programa fosse alterado. Ato ilocutório expressivo – Ato de fala que pretende exprimir o estado psicológico do locutor relativamente ao conteúdo proposicional da frase. Fazem parte do paradigma dos atos expressivos verbos como agradecer, congratular-se, irritar-se, agradar, lamentar… Ex: lamento profundamente tudo o que aconteceu. Parabéns! Ato ilocutório diretivo – A intenção do locutor de levar o interlocutor a fazerou dizer alguma coisa, perfilando-se verbos como convidar, pedir, requerer, ordenar, suplicar ou avisar. As perguntas são uma subclasse de diretivos, tendo em conta que o objetivo é obter do interlocutor a execução de um ato de fala. Ex: Quero esse trabalho terminado dentro de meia hora. Ordeno-te que não saias já. Aviso-te uma última vez! Venham passar o fim de semana comigo a Lisboa! Querem ir ao cinema? Ato ilocutório compromissivo – Ato da fala que, como o de prometer, dá expressão a uma intenção do locutor, vinculando-o à realização de uma ação futura que poderá afetar o interlocutor de um modo positivo (no caso da promessa ou juramento) ou de um modo negativo (no caso da ameaça). Ex: ligo-te amanhã [Prometo que te ligo amanhã.] Ato ilocutório declarativo – Ato de fala que cria um estado de coisas novo pela simples declaração de que elas existem. Para que a realização dos atos declarativos seja bem-sucedida, é necessário, surja inscrito numa instituição extralinguística específica, como a igreja, o tribunal, o Estado, dentro da qual o locutor e o interlocutor desempenham papéis sociais pré- estabelecidos (o padre perante os noivos, por exemplo). Ex: Batizo este barco com o nome de… Declaro-vos marido e mulher. Declaro aberta a sessão. Coesão Textual Pág. 15 Coesão Textual Contribui para a coerência do discurso. Processa-se a vários níveis – da palavra, da oração, das frases e dos parágrafos. Coesão Lexical Reiteração – retoma por repetição do vocábulo ou expressão. Ex: Eu dou-vos as aulas, eu corrijo os testes, eu repito a matéria. Substituição Sinonímia – Utilização do vocábulo ou expressão com significado equivalente Ex: A língua portuguesa tem mais de 250 milhões de falantes. É o quinto idioma mais falado do mundo. Substituição Antonímia – Utilização do vocábulo ou expressão com significado oposto Ex: Vou comer um salgado, os doces fazem-me mal Substituição Hiperonímia/Hiponímia – Utilização do vocábulo ou expressão com significado mais geral ou mais particular Ex: Não sei se tenho o dicionário; desde que mudei de casa não encontro o livro. Substituição Holonímia/Meronímia – Utilização do vocábulo ou expressão que designa o todo ou parte constituinte. Ex: O prédio em frente está em obras; o telhado estava completamente destruído. Coesão Gramatical Interfrásica – a nível das frases e parágrafos, através do uso de conectores. Ex: Queria ir ao cinema, mas tenho teste amanha. Frásica – ao nível da oração/frase, através da concordância, da presença do número de complementos pedido pelo verbo. Ex: O Pedro gosta de cães, mas eu adoro gatos! Referencial – ao nível da palavra, através do uso anafórico de pronomes, sobretudo; a interpretação dos pronomes depende de outras expressões presentes no texto; os elementos que se referem à mesma entidade formam uma cadeia referencial Ex: Ontem, a Ana faltou à aula. O professor disse-lhe que ela tinha de pedir os apontamentos aos colegas Temporal – ao nível da ordenação cronológica, conforme ao nosso conhecimento do mundo, através da ordenação correlativa dos tempos verbais e de expressões adverbiais ou preposicionais com valor temporal. Ex: No domingo, o Pedro telefonou-te, mas tu já tinhas saído. Deixis/Deíticos Pág. 16 Deítico pessoal – indica as pessoas do discurso (locutor e interlocutor); integram este grupo os pronomes pessoais (ex: tu, me, nós, etc.), determinantes e pronomes possessivos (ex: o meu, o vosso, teu, etc.), sufixos flexionais de pessoa-número (ex: falas, falamos, etc.), bem como vocativos. EX: «Aceita que eu exista como os sonhos.»; «Quando eu disser não ouças.» Deítico espacial – assinala os elementos espaciais, evidenciando a relação de maior ou menor proximidade relativamente ao lugar ocupado pelo locutor; integram este grupo os advérbios ou locuções adverbiais de lugar (ex: aqui, cá, além, lá de cima, etc.), os determinantes e pronomes demonstrativos (ex: este, essa, aquilo, etc.), bem como alguns verbos que indicam movimento (ex: ir, partir, chegar, aproximar-se, afastar-se, entrar, sair, subir, descer, etc.). EX: «Vamos até ali.» Deítico temporal – localiza fatos no tempo; integram este grupo os advérbios, locuções adverbias ou expressões de tempo (ex: amanhã, ontem, na semana passada, no dia seguinte, etc.) e sufixos flexionais de tempo-modo-aspeto (ex: falarei, faláveis, etc.). EX: «Depois de amanha serei outro.» Deítico social – assinala a relação hierárquica existente entre os participantes da interação discursiva e os papéis por eles assumidos (ex: o senhor, vossa excelência, senhor diretor, etc.) EX: «Eu quero prevenir já o senhor doutor que ele não está bom da cabeça.» Reprodução do discurso no discurso Discurso direto Reprodução do discurso de um locutor, tentando respeitar o que foi dito e como foi dito (são transportas fielmente a palavras enunciadas pelo locutor) Encontra-se nos diálogos e monólogos, assumindo a personagem como sujeito de enunciação e limitando o narrador a anunciá-la e a deixá-la exprimir-se por si própria. É representada na escrita por aspas ou travessão, antecedido ou intercalando um verbo interlocutor de relato do discurso, e marcado por parágrafo. O discurso direto comporta várias vezes traços que contribuem para a caracterização das personagens. Ex: No entanto, dizia a Teresa: - Esta escrivã não é má rapariga. Pág. 17 Discurso indireto Reprodução do discurso através de um narrador. O narrador relata o discurso da personagem, mas não abdica do de estatuto de sujeito de enunciação, o que significa que transmite a fala ou os pensamentos das personagens não só com alterações em relação aos deíticos, tempos e modos verbais, mas também no próprio discurso, ao reformular, clarificar, interpretar e resumir o mesmo. O discurso indireto apresenta verbos interlocutores do relato do discurso e toma forma de orações subordinadas. Ex: A certa altura ele perguntou-me se eu escrevia. Respondi que sim. Discurso indireto livre Trata-se de um discurso hibrido que aproxima o narrador e as personagens como se ambos falassem em simultâneo. Do ponto de vista formal, a 3ª pessoa e os tempos de narração coexistem com os deíticos, as interrogações e exclamações. As palavras e frases da personagem são reproduzidas sem a utilização de verbos interlocutores e, consequentemente, sem que o discurso tome a forma de uma oração subordinada. Ex: Aproximaram-se da sege como quem ia pedir esmola, Scarlatti mandou parar e estendeu-lhes as mãos, Adeus, Adeus. Sequências Textuais Sequência narrativa A sequência narrativa é estruturada no eixo do tempo, numa progressão causal; expressam ação e encadeiam causas e consequências, revelando a interação de elementos (personagens, por exemplo) para a realização de fatos. Sequencia descritiva Estrutura-se no eixo do espaço. Caracteriza as personagens de um referente por enumeração das suas propriedades físicas ou psicológicas. Sequência Dialogal Dois ou mais interlocutores interagem, trocando ideias, sentimentos… Sequência Explicativa Um locutor especialista num assunto explica um determinado fenómeno ou situação. O tema não é alvo de polémica. Pág. 18 Sequência Argumentativa O locutor parte de um fenómeno polémico e apresenta o seu ponto de vista, organizando de forma lógica o seu raciocínio. Intertextualidade Citação Reprodução, devidamente identificada, de um excerto textual, no interior de um texto, com o objetivo de ilustrar ou sustentar uma ideia. Ex: José Saramago cita Fernando Pessoa, Mensagem: “Em seu trono entre o brilho das estrelas, com seu manto de noite e solidão, tem aos seus pés o mar novo e as mortas eras, o único imperador que tem, deveras, o globo mundo em sua mão, este foi o infante D. Henrique […]”. Epígrafe Fragmento de texto célebre, devidamente identificado, no início de um texto,de um capítulo ou de uma secção, que relaciona o conteúdo do texto que se segue com o conteúdo da obra referida, integrando o hipertexto num domínio específico. Ex: Em Ano da Morte de Ricardo Reis: “Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo” Alusão Referência mais ou menos indireta a outro texto que deixa ao leitor a tarefa de o identificar. Ex: “Referencia de […] Bradam os demónios no inferno, e dessa maneira julgas escapar à condenação, mas aquele que tudo vê, não este cego Tobias, o outro a quem […]” Paráfrase Sequência que reformula um fragmento de texto, explicitando e desenvolvendo o sei sentido. Ex: Destas, duas serão relaxadas ao braço secular, em carne, por relapsas, e isto quer dizer reincidentes na heresia, por convictas e negativas, e isto, quer dizer teimosas apesar de todos os testemunhos, por contumazes, e isto quer dizer persistentes nos erros que são suas vontades, só desacertadas no tempo e no lugar. Paródia Imitação de um texto, deformando-o, com o prepósito de ridicularizar ou criticar. Pág. 19 Ex: “[…] e então uma voz se levanta, é um labrego de tanta idade já que o não quiseram, e grita subindo a um valado que é púlpito de rústicos, Ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei infame, ó pátria sem justiça […]” Imitação criativa Recriação a partir de um texto, sem o ridicularizar ou criticar. Ex: “Já vai andando a récua dos homens de Arganil, acompanham-nos até fora da vila as infelizes, que vão clamando, qual em cabelo, Ó doce e amado esposo, e outra protestando, Ó filho, a quem eu tinha só para refrigério e doce amparo desta cansada já velhice minha […]” Recursos Expressivos A nível fónico: Aliteração – repetição de sons consonânticos em sílabas próximas. (O vento vago voltou); Assonância – repetição intencional dos mesmos sons vocálicos (À tona de águas paradas); A nível sintático: Anáfora – repetição de uma ou mais palavras no início de uma frase, de um membro de frase ou de um verbo (nem rei nem lei, nem paz nem guerra); Anástrofe – alteração da ordem direta da frase devido à anteposição de um complemento ou à deslocação de uma palavra (Às horas em que um frio vento passa); Assíndeto – supressão da partícula de ligação (Grécia, Roma, cristandade, Europa); Enumeração – acumulação ou inventariação de elementos da mesma natureza (Mas o melhor do são as crianças/flores, música, o luar e o sol); Hipérbato – transposição da ordem normal das palavras de uma oração, donde resulta a separação dos elementos constituintes de um sintagma (Súbdita a frase o busca); Paralelismo de construção – repetição da estrutura frásica para memorizar ou destacar ideias (Três vezes do leme as mãos ergueu,/Três vezes ao leme as reprendeu); Polissíndeto – repetição do elemento de ligação entre frases ou palavras (E com as mãos e os pés/ E com o nariz e a boca). A nível interpretativo: Antítese – apresentação de dois conceitos opostos (Julguei que isto era o fim e afinal é o princípio); Pág. 20 Antonomásia – substituição de um nome próprio por uma palavra ou expressão que o designem de modo inconfundível (Cessem do sábio grego e do Troiano); Apóstrofe/invocação – interpelação, chamamento de alguém ou de algo personificado (Ó céu! Ó campo! Ó canção!); Comparação – relação de semelhança entre duas ideias usando uma partícula comparativa ou verbos como «parecer», «assemelhar-se» (O meu olhar é nítido como um girassol); Disfemismo – apresentação, de forma violenta, de uma ideia que pode ser expressa de forma suave (Cheiro que não ofende estes narizes, habituados, que estão ao churrasco do auto de fé); Eufemismo – expressão, de uma ideia chocante, de uma forma suave (quando a fogueira se apagar tens de te ir embora [= morrer]); Gradação – encadeamento, disposição de palavras/ideias segundo uma ordem crescente ou decrescente (Sagaz consumidora conhecida/de fazendas, de Reinos e de Impérios); Hipérbole – exagero da realidade (corre um rio sem fim); Hipálage – transferência de uma impressão causada por um ser para outro ser, ao qual logicamente não pertence, mas que se encontra relacionado com o primeiro. (No plaino abandonado.) Interrogação – pergunta retórica que não pretende obter resposta, mas enfatizar a questão (Quem vem viver a verdade/Que morrer D. Sebastião?); Ironia – afirmação que pretende sugerir ou insinuar o contrário; Metáfora – comparação de dois conceitos sem utilização da partícula comparativa (Numa onda de alegria); Metonímia – utilização de um vocábulo em vez de outro, com o qual tem uma relação de contiguidade (o continente pelo conteúdo; o autor pela obra, por exemplo: Estou a estudar Camões); Oximoro – expressão que inclui contradição (São coisas vestindo nadas); Perífrase – utilização de muitas palavras para dizer o que pode ser expresso por poucas (Pelo neto gentil do velho Atlante [= Mercúrio]); Personificação – atribuição de qualidades ou de comportamentos humanos a seres inanimados ou a animais (Quando uma nuvem passa a mão por cima da luz); Pleonasmo – repetição da mesma ideia (Vi, claramente visto, o lume vivo); Pág. 21 Sinédoque – expressão do todo pela parte ou da parte pelo todo, do singular pelo plural, do plural pelo singular, do género pelo indivíduo (Vós, ó novo temor da maura lança [= exército mouro]); Sinestesia – expressão simultânea de sensações diferentes (Brancura quente da calçada). Noções de Versificação VERSO Ritmo – efeito sonoro produzido intencionalmente pela alternância entre sílabas tónicas (acentuadas) e sílabas átonas (não acentuadas). Ao conjunto das sílabas acentuadas presentes num verso atribui-se a designação de acento rítmico. Metro/métrica – medida poética que corresponde ao número de sílabas métricas de um verso. A contagem do número de sílabas métricas: É efetuada apenas até à sílaba tónica (sílaba acentuada) da última palavra do verso; Procede-se normalmente à junção/elisão das vogais átonas finais quando a palavra seguinte é iniciada por vogal. EX: «Mu/dam/-se os/tem/pos/, mu/dam/-se as/von/ta/des.» 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (ùltima sílaba métrica) Classificação dos versos quando à métrica: Monossílabo – uma sílaba Dissílabo – duas sílabas Trissílabo – três sílabas Tetrassílabo – quatro sílabas Pentassílabo/redondilha menor – cinco sílabas Hexassílabo – seis sílabas Heptassílabo/redondilha maior – sete sílabas Octossílabo – oito sílabas o Eneassílabo – nove sílabas Decassílabo – dez sílabas Hendecassílabo – onze sílabas Dodecassílabo – doze sílabas RIMA Rima é a correspondência dos mesmos sons. Classificação da rima: Pág. 22 Em função da correspondência de sons: Rima consoante/perfeita – correspondência total de sons (consoantes e vogais) a partir da última sílaba tónica. Rima toante/imperfeita – existe apenas uma correspondência de sons vocálicos a partir da última sílaba tónica. Em função da natureza gramatical das palavras que rimam: Rima rica – incide em unidades pertencentes a classes de palavras diferentes. Rima pobre – incide em unidades pertencentes à mesma classe de palavras. Em função do esquema rimático (combinações de rima): Rima cruzada – a b a b o Rima emparelhada – a a b b Rima interpolada – a b b a ou a b c a Rima encadeada – última palavra de um verso rima com o meio do verso seguinte. EX: «E há nevoentos desencantos Dos encantos dos pensamentos» Rima interior – uma das palavras (ou ambas) que rima encontra-se no interior do verso. EX: «E eu na alma – tenho a calma» ESTROFE Classificação da estrofe em função do número de versos: Monóstico – um verso Dístico ou parelha – dois versos Terceto – três versos Quadra – quatro versos Quintilha – cinco versos Sextilha – seis versos Oitava – oito versos Novena – nove versos Décima – dez versos
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