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Pesquisa e Ação V5 N3: Dezembro de 2019 ISSN 2447-0627 PROCESSO DE AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHOS EM ELETRICIDADE Luiz Carlos Gomes1, Fabio Xavier de Melo2 RESUMO A autorização é um processo administrativo através do qual a empresa declara formalmente sua anuência, autorizando cada trabalhador individualmente a operar e/ou intervir em suas instalações elétricas, por escrito em papel timbrado da empresa com identificação e assinatura do representante legal da empresa, ou por ele designado, especificando que os trabalhadores capacitados, qualificados e os profissionais habilitados, que efetuaram mo mínimo os cursos de segurança em eletricidade previstos na Norma Regulamentadora NR 10 (Segurança das instalações elétricas). Publicada no Diário Oficial da União em 08/12/2004, a NR 10 estabelece um maior controle das autorizações, e de sua abrangência, aos trabalhadores das empresas no processo de intervenção junto a instalações elétricas e equipamentos, obrigando as empresas a desenvolverem critérios claros referentes à diferenciação dos profissionais que serão autorizados a intervir em instalações elétricas de cada empresa e as competências dos profissionais. Os treinamentos obrigatórios e adicionais, o atestado de saúde ocupacional, assim como o processo de autorização e seus critérios são fatores críticos de sucesso para a efetividade dos controles e uma referência para o enquadramento. A análise de qualificações, pelo profissional responsável pela autorização, é muito importante, pois existem diferenças entre as formações, capacitações e abrangências de atuações dos profissionais, por isso, as empresas devem manter um sistema de autorização bem claro para os trabalhadores. Este artigo apresenta as principais diretrizes que devem ser seguidas para elaboração de um sistema adequado de autorizações para trabalhos de intervenção em equipamentos e instalações elétricas, tendo como principal referência a Norma Regulamentadora NR 10. Palavras-chave: Treinamento, qualificação, autorização, sistemas elétricos, NR 10. ABSTRACT The regulatory standard NR 10, Safety of electrical installations, published in the by Diário oficial da União on 08/12/2004, established more control of the authorizations and its comprehensiveness to the workers of companies specialized in process for intervention on electrical installations. Therefore it is necessary to establish clear criteria to classify professionals who will be licensed to perform in industrial electrical installations and the necessary professional competences. The mandatory training and the additional, the occupational health certificate, as well as the license process and its criteria are critical success factors to the effectiveness of the controls and a referential to the framework. he analysis of qualifications by the professional responsible for the authorization is very important because there are differences between the training, qualifications and scope of professional activities, therefore, companies must maintain a clear authorization system for workers. This article presents the main guidelines that must be followed to elaborate an adequate system of authorizations for intervention works in electrical equipment and installations, having as main reference the NR 10. Keywords: Training, qualification, licensing, electrical systems, NR 10. INTRODUÇÃO O texto de atualização da Norma Regulamentadora NR-10 (1) – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, estabelecido pela Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n° 598 de 07/12/2004 foi publicado no Diário Oficial da União em 08/12/2004. A Norma Regulamentadora NR 10 (1) (item 10.1.1) estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a 1 Engenheiro de Segurança do Trabalho pela Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU (2019), MBA em Gerenciamento de Projetos para Engenheiros UNIP (2019) e Pós-Graduação em Especialização em Instalações Elétricas pela Faculdade de Engenharia de Sorocaba – FACENS (2017). Engenheiro Eletricista pela Engenharia elétrica pela Faculdade de Engenharia Industrial - FEI (1987). E-mail: luiz.gomes@am.umicore.com 2 Doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo, Brasil(2017). Professor de pós-graduação em Engenharia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, Centro Universitário Brazcubas. E-mail: fabio.melo@brazcubas.br 9 segurança e saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. A norma Regulamentadora NR 10 (1) (item 10.1.2) se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades. Muitas empresas mantêm trabalhadores envolvidos com eletricidade que desconhecem ou subestimam o risco inerente à eletricidade por não possuir qualificação e capacitação formal, em cursos regulares, conhecimento de segurança, não respeitarem suas limitações de capacidade, os limites de aproximação conforme níveis de tensão existentes, seus limites de atuação ou a abrangência de sua autorização. Para o trabalhador ser autorizado a intervir nas instalações elétricas de uma empresa é necessária uma análise das suas habilidades e aptidões, da formação ou da sua capacitação para definição em quais áreas e instalações elétricas poderá atuar e o enquadramento de suas atribuições e atividades no sistema elétrico de uma empresa. Este artigo se propõe orientar como efetuar uma avaliação da documentação comprobatória da profissão ou ocupação, qualificação, habilitação, capacitação, treinamentos realizados, dentre outros, para emitir uma correta autorização formal, conforme NR 10 (1), liberando o trabalhador para serviços de instalações elétricas na empresa, informando sua abrangência e identificando os trabalhadores autorizados. CONCEITOS DE FORMAÇÃO As iniciativas para a criação de um sistema nacional de certificação profissional baseada em competências estão a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de vários organismos nacionais de formação profissional (Serviço nacional de aprendizado industrial - SENAI, entre outros). Os profissionais que atuam na área de eletricidade deverão possuir qualificação, habilitação, capacitação e autorização para atuar em eletricidade Qualificação, segundo o item 10.8.1 da NR-10 (1), é comprovação de conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo sistema oficial de ensino. 10 Tipos de Curso Cursos específicos de qualificação ou habilitação, na área elétrica, em instituição reconhecida e autorizada pelo Sistema Oficial de Ensino (Ministério da Educação e Cultura - MEC). Nesta categoria se encaixam, além dos profissionais de nível superior e nível médio, com Profissões regulamentadas, as pessoas que adquiriram conhecimento que lhes permitiu ter uma ocupação profissional, os eletricistas montadores, eletricistas de manutenção, e outros. Sistema Oficial de Ensino O Sistema Oficial de Ensino classifica os cursos em educação de nível técnico, tecnologia e superior. Esses cursos são fiscalizados pelo MEC e somente podem ser oferecidos por instituições credenciadas. O MEC, Ministério da Educação e Cultura, reconhece (impõe normas de funcionamento) apenas os cursos de nível fundamental, médio, técnico, tecnológico e superior (cursos de Graduação. O MEC prevê a legalidade dos cursos livres e profissionalizantes, porém não impõe regras para seu funcionamento, portanto o MEC regulamenta os Cursos Livres e Profissionalizantes Classificação Brasileirade Ocupações (CBO) (3) Guia de identificação das ocupações existentes no mercado de trabalho brasileiro, realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e que reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações, para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares, e onde consta todas as profissões e ocupações que o Ministério do Trabalho e Emprego reconhece. A padronização na descrição da ocupação dos profissionais é importante. Esta ferramenta pode ser consultada através do site do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. Os títulos e códigos devem constar na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, no campo relativo ao contrato de trabalho, dentre outros. 11 Formação Inicial e Continuada ou Qualificação Profissional As Leis de Diretrizes e Bases (LDB) (4) da Educação 9.394/1996 e 11.741/2008 regulamenta o ensino profissionalizante no Brasil e mostra que os Cursos Livres e Profissionalizantes, voltado para estudantes com intenção de ampliar sua qualificação, passaram a integrar a Educação Profissional. Os cursos de aprendizagem industrial de nível básico estão vinculados a uma legislação, destacando a Lei 10.097, de dezembro/2000, e o Decreto 5.598, de dezembro/2005. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (4), os cursos profissionalizantes enquadram-se na categoria “formação inicial e continuada ou qualificação profissional”, para a qual o aluno não precisa ter concluído o Ensino Fundamental, Médio ou Superior para fazer um curso livre, visto que o único propósito do treinamento profissional é o de proporcionar ao aluno conhecimentos que lhe permitam inserir-se ou se reinserir no mercado de trabalho, ou ainda aperfeiçoar seus conhecimentos em determinada área. Esses cursos devem possuir registro no sistema oficial de ensino, porém não são fiscalizados pelo MEC, portanto não são de nível técnico, tecnólogo ou superior, sendo de capacitação rápida. Os Cursos de educação profissional e tecnológico específico em sistema oficial de ensino podem, segundo a LDB (Lei das Diretrizes Básicas, Capítulo III, art. 39, § 2º) (4), ser divididos em 3 categorias, conforme abaixo: I. Cursos livres e profissionalizantes Formação inicial e continuada ou qualificação profissional Nível Básico voltado para estudantes e pessoas de qualquer nível de instrução, que buscam uma qualificação mínima aos profissionais de nível básico. Formação profissional técnica capacitado em escola técnica (Capacitação Profissional). Devem possuir registro no sistema oficial de ensino para habilitarem o profissional como qualificado. 12 Não são fiscalizados pelo MEC, portanto não são de nível técnico, tecnólogo ou superior, sendo de capacitação rápida (pode ser desenvolvido por instituições de ensino sem autorização prévia das secretarias estaduais de educação). Ex.: SENAI, etc. São cursos de qualificação de curta duração (cerca de 3 meses, mínima de 160 e média de 200 horas). Conferem Certificados de conclusão e de Qualificação Profissional com o nome do curso ministrado. Ex.: Eletricista instalador industrial, Eletricista Industrial, Eletricista de Manutenção, Eletricista de manutenção eletroeletrônica, entre outros. II. Curso profissional de Graduação Técnica Educação profissional técnica de nível médio Nível técnico voltado para estudantes de ensino médio ou pessoas que já possuam este nível de instrução, visando à formação, habilitação e certificação de técnicos. Cursos de nível médio (Graduação Técnica, Graduação Superior). São fiscalizados pelo MEC e somente podem ser oferecidos por instituições credenciadas (realizado apenas por instituições de ensino médio, com autorização prévia das secretarias estaduais de educação). Inclui redes federal, estadual, municipal e privada. Universidades públicas e privadas. Cursos com duração média de 18 meses a 2 anos (carga horária entre 800h e 1.200h). Conferem Diplomas de Técnico de Nível Médio com o nome do curso ministrado, apenas a quem concluiu o Ensino Médio. São reconhecidos pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) Ex.: Técnicos, Tecnólogos, Engenharia, Tecnólogo em Eletrotécnica, Tecnologia em Instalações Elétricas, Engenharia elétrica, Engenharia eletrônica, Engenharia em energia, etc. III. Curso profissional de Graduação Superior e Pós-Graduação 13 Educação profissional tecnológica de graduação e de pós-graduação de nível superior. Nível tecnológico voltado para pessoas que queiram cursar um ensino superior tecnológico, conferindo ao aluno (a) o diploma tecnológico. Cursos de nível superior (Graduação Superior). São fiscalizados pelo MEC e somente podem ser oferecidos por instituições credenciadas (realizado apenas por instituições de ensino superior, com autorização prévia das secretarias estaduais da educação). Conferem Diplomas de Graduação. Cursos com longa duração que podem ser subdivididos em dois níveis: Tecnólogo: Média de 30 meses (5 semestres) que conferem um grau superior em tecnologia também reconhecido pelo CREA. Ex.: Tecnólogo em Eletrotécnica, Tecnologia em Instalações Elétricas, etc. Engenharia: Curso com duração de 60 meses (10 semestres) confere o grau superior em engenharia também reconhecido pelo CREA. Ex.: Engenharia elétrica, Engenharia eletrônica, Engenharia em energia, etc. CONCEITOS SOBRE QUALIFICAÇÃO, HABILITAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO O processo de qualificação, conforme o item 10.8.1 da NR-10 (1), se resume comprovar conclusão de curso especifica na área elétrica reconhecida pelo sistema oficial de ensino. Os critérios de profissional “qualificado” e “habilitado” estão bem claros nos itens 10.8.1 e 10.8.2 da NR 10 (1) respectivamente, porem a diversidade de cursos na área de elétrica e das diferenças entre as instalações elétricas sempre causam dificuldades na elaboração do documento de autorização. O processo de “capacitação”, conforme o item 10.8.3 a e b da NR-10 (1), condiciona o trabalhador a receber capacitação sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado, e trabalhar sob responsabilidade de profissional habilitado e autorizado, não sendo necessário que este profissional seja o mesmo que o capacitou. 14 ANÁLISE DAS DOCUMENTAÇÕES COMPROBATÓRIAS DA FORMAÇÃO OU CAPACITAÇÃO PARA O PROCESSO DE AUTORIZAÇÃO Comprovação da Qualificação A comprovação da qualificação se dará através da apresentação de cópia do diploma ou certificado de qualificação profissional dos cursos ministrados com o nome da instituição do sistema oficial de ensino ou de cursos livres e profissionalizantes. No certificado ou diploma deverá constar que o curso ministrado é de qualificação profissional, conferindo grau de qualificação, e a emenda/portaria que confirma essa qualificação. Certificado de conclusão e de qualificação profissional de curso específico na área elétrica, com o nome do curso ministrado/ da ocupação CBO / MTE, e o nome da instituição. Diploma de Técnico de Nível Médio ou Certificado de qualificação profissional técnica na área elétrica com o nome do curso ministrado / da profissão regulamentada, carimbo ou selo do MEC, com o nome da instituição. Diploma de Graduação Tecnológica de graduação na área elétrica com o nome do curso ministrado / da profissão regulamentada, carimbo ou selo do MEC, com o nome da instituição. Caso no certificado ou diploma ministrado não conste que o curso é de QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL o trabalhador será considerado CAPACITADO e deverá ser entregue a documentação comprobatória de trabalhador capacitado. Não serão validos os cursos de aperfeiçoamento profissional (de ampliação, extensão, complementação, atualização ou aprofundamento de competências)por não serem de qualificação. As instituições conferem somente Certificados de conclusão, participação ou aperfeiçoamento com o nome do curso/programa. Ex.: Comandos elétricos (desenvolvimento de competência, Segurança em instalações em eletricidade NR 10 (aperfeiçoamento profissional, etc.). Comprovação da Habilitação Conforme item 10.8.2 da NR 10 (1) (2) para que as pessoas qualificadas sejam consideradas profissionais habilitados devem preencher as formalidades de registro nos respectivos conselhos regionais de fiscalização do exercício profissional. É o conselho 15 profissional quem estabelece as atribuições e responsabilidades de cada qualificação em função dos cursos, cargas horárias e matérias ministradas. São os conselhos profissionais que habilitam os profissionais com nível médio e superior (técnicos, tecnólogos e engenheiros). A regularidade do registro junto ao conselho competente é que resulta na habilitação. Comprovação da Capacitação A comprovação da capacitação se dará através da apresentação de cópia do documento comprovando o treinamento de capacitação formal da empresa onde trabalham, realizada por profissional habilitado e autorizado pela empresa. Documento de comprovação da capacitação e declaração ou termo de capacitação, para trabalhadores não qualificados, descrevendo e comprovando que o capacitado foi instruído formalmente das atividades a serem exercidas, técnicas a serem aplicadas de trabalho, segurança do trabalho proposto, os limites e abrangência estabelecidos no processo de capacitação, assinado por profissional legalmente habilitado da Área Elétrica Autorizado pela prestadora, autorizando o funcionário capacitado e se responsabilizando pelo mesmo, conforme item 10.8.3 da NR 10 (1) . Constar os dados do capacitado (Nome, matricula, cargo, etc.) e do profissional legalmente habilitado (Nome, Formação, Nº do CREA, etc.) que o capacitou. Documento que comprova quem é o responsável pelos trabalhos do capacitado, que não necessariamente seja o mesmo que o capacitou. Constar os dados do capacitado (Nome, matricula, cargo, etc.) e do profissional legalmente habilitado (Nome, Formação, Nº do CREA, etc.) que o capacitou. Apresentação da anuência formal autorizando tanto o capacitado e o profissional Legalmente Habilitado que está capacitando, bem como do responsável pelo capacitado, que pode ser o mesmo que o capacitou. Conforme a NBR 14039-2005 (5) item “8.1.6, é vedada ao profissional capacitado a entrada em salas elétricas sem o acompanhamento de profissional qualificado”. Esta condição deve estar consignada na autorização. Cabe salientar que o Art. 180 da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – prega que “Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas”. 16 Comprovação dos cursos ou treinamento obrigatórios conforme NR 10 O curso básico de segurança em instalações e serviços com eletricidade de 40 horas e reciclagem bianual é obrigatório para todos os trabalhadores que irão intervir nas instalações elétricas. A validade da autorização de trabalho com eletricidade está vinculada a validade deste treinamento básico. O curso complementar de segurança no sistema elétrico de potência (SEP) e em suas proximidades de 40 horas e reciclagem bianual para os trabalhadores que irão intervir no sistema elétrico de potência sendo a cabine de medição um exemplo. A validade da autorização para trabalho com eletricidade está vinculada a validade deste treinamento para os trabalhadores que intervém no SEP. Os cursos, previstos na NR 10 (1), podem ser ministrados por instituição, organização ou a própria empresa mediante o concurso de profissionais com curso específico nas áreas de saber envolvidas nos treinamentos. É atribuição dos conselhos de classe definir os profissionais "habilitados" a ensinar nas áreas de saber necessárias aos treinamentos, ou seja, elétrica, segurança no trabalho e de medicina. Os certificados dos cursos previstos pela NR 10 devem ser assinados por profissionais com atribuição e competência de técnico eletrotécnico ou engenheiro eletricista, eletrónico, do técnico ou engenheiro de segurança, do enfermeiro ou médico, e de outros profissionais (p. ex. ocupação profissional de bombeiro, para ministrar combate a incêndio) e de acordo com as suas atribuições profissionais regulados por seu conselho de classe, que deve constar no certificado. Nos certificados dos cursos previstos pela NR 10 devem constar o nome da Empresa Atendida, para se constatar se o profissional, ao mudar de empresa, efetuou a reciclagem pela nova empresa. Outras comprovações necessárias (CTPS, ASO, etc.) Cópia da CTPS ou do contrato de trabalho para comprovação da data de admissão, do registro da função, profissão ou ocupação e da experiência do empregado. Currículo profissional, quando aplicável; 17 Certificados de outros cursos na área elétrica, eletrotécnica, eletrônica ou de instrumentação, se solicitado. Quanto ao atestado de saúde ocupacional (ASO), deve ser realizado pelo médico do trabalho baseado no programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO – NR 17), os riscos ocupacionais do trabalhador que deve constar no programa de prevenção contra riscos ambientais (PPRA – NR 9), no atestado de saúde ocupacional (ASO) do trabalhador deve constar apto para trabalhos com eletricidade. PROCESSO PARA AUTORIZAÇÃO E A IDENTIFICAÇÃO Efetuado após análise das documentações comprobatórias de formação ou capacitação Todos os profissionais devem passar por este processo de autorização, independente de executantes diretos de serviços em eletricidade ou de serviços não elétricos em proximidade. Obs.: O Profissional legalmente Habilitado e Autorizado NR 10(1) pode, se desejar, efetuar uma entrevista com o profissional candidato a Autorizado, junto com seu Gestor, para verificação de conhecimento, habilidades e experiência para melhor definição da abrangência (limites de tensão, intervenção, etc.). Fica proibido o acesso e a operação / execução de trabalhos / intervenções em instalações elétricas a qualquer funcionário ou prestador de serviço, independente do grau hierárquico ou função, que não for capacitado, qualificado, profissional habilitado e estiver autorizado para tal atividade, através de anuência formal da empresa e Termo de Capacitação (Anexo V) conforme estabelece a NR-10(1) (2), e que não tiver esta condição anotada em seu registro de trabalho. Autorização de funcionários De acordo com o item 10.8.4 da NR 10 (1), “são considerados AUTORIZADOS os trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa”. Essa autorização deve ser compatível com a descrição do cargo do funcionário para evitar desvio de função, atendendo o item 10.8.6 da NR 10 (1), “os trabalhadores 18 autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa condição consignada no sistema de registro de empregado da empresa”, ou seja, no livro ou fichas de registro dos empregados. A autorização é um processo administrativo através do qual a empresa declara formalmente sua anuência, autorizando cada trabalhador individualmente a operar e/ou intervir em suas instalações elétricas, por escrito em papel timbrado da empresa com identificação e assinatura do representante legal da empresa, ou por ele designado, especificando que os trabalhadores capacitados, qualificados e os profissionais habilitados, que efetuaram mo mínimo os cursos de segurança em eletricidade previstos na NR 10(1), está autorizado a realizar atividades de intervenções elétricas e serviços com eletricidade dentro das dependências da empresa, contendono mínimo a identificação do profissional, função, abrangência e a declaração ou carta da autorização. Durante o processo de autorização podemos restringir a atuação dos profissionais não somente pela qualificação, mas também pelo cargo que o profissional irá desempenhar. Por exemplo, um engenheiro eletricista que irá atuar somente em projetos de baixa tensão não precisa ser autorizado para instalações de alta tensão. Autorização de trabalhadores de empresas contratadas O item 10.13.1 da NR-10 (1), fica explica que a responsabilidade ao cumprimento da NR-10 (1) “é solidária de ambas as empresas, contratantes e contratados”. No processo de contratação ou liberação para execução de serviços em sistemas ou instalações elétricas, o responsável pelo serviço deve informar ao contratado sobre os riscos a que estão expostos nas instalações elétricas, instruindo a empresa contratada quanto aos procedimentos, conforme item 10.13.2 da NR-10(1) Para atendimento adequado a esta regulamentação, deve descrever os cenários que o contratado vai intervir, faixa de tensão existente no local, métodos de trabalho, riscos, medidas de controle e condições impeditivas. Abrangência da Autorização A autorização de cada trabalhador capacitado, qualificado e habilitado deve ter uma abrangência segundo seu conhecimento, treinamento e competência, que consiste 19 em informar os serviços (em instalação elétrica, em áreas classificadas, etc.) que o profissional pode executar, as formas de trabalho como energizado e desenergizado, os níveis de tensão (Extra Baixa - EBT, Baixa Tensão - BT, Alta Tensão – AT/SEC, AT/SEP), limitação no valor de tensão de trabalho ao qual o trabalhador é autorizado a intervir (1kVca, 15 KVca, p. ex.), limites de intervenção ou zonas / distâncias de segurança interagem (Zona Livre - ZL, Zona Controlada - ZC ou Zona de Risco – ZR, em proximidade, etc.), na Alta Tensão, no SEP, Área Classificada (EX), etc. Conforme apresentado na Figura 2. Sistema de Identificação dos Profissionais Autorizados Conforme item 10.8.5.da NR 10(1) “a empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador, conforme o item 10.8.4.” Sistema de identificação permitindo a qualquer tempo conhecer a formação do profissional, a Zona de aproximação ou de atuação (distância de segurança) e a abrangência da autorização do profissional, tais como limites de intervenção (extra baixa, baixa e alta tensão), trabalhos em Áreas Classificadas, no SEP. O restante como as formas de trabalho (energizado ou desenergizado), limites de tensão de trabalho (1kV, 15 kV, 34,5 kV, etc.), devem ser verificados no Anexo III. A figura 1 demonstra um sistema de identificação e abrangência de autorização da NR 10, e outras habilitações, através de crachá e cores, onde será preenchido os campos de sua formação e abrangência. 20 Figura 1 – Sistema de Identificação e abrangência de autorização, através de crachá e de cores Fonte: Idealizado pelo autor Atuação no sistema elétrico Somente após o aceite da documentação é que os profissionais capacitados e autorizados, com anuência formal da empresa que o capacitou, sob responsabilidade e nas condições/limites estabelecidas de um profissional, da mesma empresa, legalmente habilitado e autorizado pela capacitação, poderão operar / interagir em nossas instalações elétricas. 21 A figura 2 demonstra o processo para o profissional receber a autorização para operar / interagir nas instalações elétricas da empresa. Figura 2 – Diagrama da estrutura para autorização Fonte: Idealizado pelo autor CONTROLES DOS TRABALHADORES AUTORIZADOS Os controles dos trabalhadores autorizados, documento de autorização e outras documentações comprobatórias devem estar disponíveis no prontuário das instalações elétricas e sob a responsabilidade da empresa ou por profissional por ela designada conforme item 12.2.4.d (1). 22 A Figura 3 demonstra uma planilha de controle da relação dos profissionais autorizados armazenada no prontuário. Figura 3 – Planilha de controle dos profissionais autorizados Fonte: Idealizado pelo autor CONCLUSÃO A análise de qualificações, pelo profissional responsável pela autorização, é muito importante, pois existem diferenças entre as formações, capacitações e abrangências de atuações dos profissionais. As empresas devem manter um sistema de autorização bem claro para os trabalhadores. A emissão de autorizações para trabalhos com eletricidade deve ser um processo que possa ser auditado. Este processo deve passar pelo responsável técnico habilitado das instalações elétricas, possuir um sistema que permita a identificação dos trabalhadores autorizados e realizar as atividades (com auxílio do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT) e finalmente manter o processo descrito e atualizado no prontuário das instalações elétricas. A empresa que aplicar e possuir meios de controle para o processo de autorização a trabalhos em eletricidade tem a oportunidade de garantir que somente 23 trabalhadores autorizados estarão atuando em suas instalações elétrica e prevenindo acidentes com eletricidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, NR 10: Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Acessado em: 11/06/19. http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf (2) MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Manual de auxílio na interpretação e Aplicação da NR 10 - NR 10 Comentada. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/seg_sau/pubrlicacoes.htm. Acessado em 11/06/19. (3) MINISTÉRIO DO TRABALHO - CBO – Classificação Brasileira de Ocupações – Acessado em 11/05/19: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/informacoesGerais.jsf. Acessado em 04/05/19. (4) LDB – Lei de diretrizes e bases da educação nacional, Brasília. Acessado em: 19/04/19. http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/544283/ lei_de_diretrizes_e_bases_2ed.pdf (5) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV – Acessado https://www.abntcolecao.com.br/normavw.aspx?ID=61391 (6) JUNIOR, J. R.S. NR-10 Segurança em eletricidade, 1ª Ed – São Paulo: Erica, 2013 (7) BARROS, B.F. NR-10 Norma regulamentadora de segurança em instalações e serviços em eletricidade, 3ª Ed – São Paulo: Erica, 2015. http://portal.mte.gov.br/seg_sau/pubrlicacoes.htm https://www.abntcolecao.com.br/normavw.aspx?ID=61391 http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/544283/lei_de_diretrizes_e_bases_2ed.pdf http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/544283/lei_de_diretrizes_e_bases_2ed.pdf http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/informacoesGerais.jsf RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO CONCEITOS DE FORMAÇÃO CONCEITOS SOBRE QUALIFICAÇÃO, HABILITAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO ANÁLISE DAS DOCUMENTAÇÕES COMPROBATÓRIAS DA FORMAÇÃO OU CAPACITAÇÃO PARA O PROCESSO DE AUTORIZAÇÃO Autorização de trabalhadores de empresas contratadas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS