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Ramos_do_Direito

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1 
 
FD	
  –	
  Faculdade	
  de	
  Direito	
  
Disciplina:	
  Introdução	
  ao	
  Direito	
  
Turma	
  B	
  
Professora	
  Dra.	
  Claudia	
  Rosane	
  Roesler	
  	
   Divisões	
  	
  ou	
  Ramos	
  do	
  Direito	
  	
   	
  	
   As	
  normas	
  jurídicas	
  que	
  compõem	
  o	
  Direito	
  Positivo	
  podem	
  ser	
  agrupadas	
  em	
  diferentes	
  conjuntos,	
  que	
  recebem	
  o	
  nome	
  de	
  ramos,	
  segundo	
  as	
  matérias	
  que	
  regulam.	
  	
   Assim,	
  chamamos	
  de	
  Direito	
  Constitucional	
  aquele	
  conjunto	
  de	
  normas	
  que	
  regulam	
  a	
  organização	
  do	
  Estado,	
  definindo	
  o	
  regime	
  político	
  e	
  a	
  forma	
  do	
  Estado,	
  disciplinando	
   a	
   existência	
   dos	
   Poderes,	
   dando	
   competências	
   diversas	
   a	
   cada	
   um	
  dos	
   Poderes	
   e	
   estabelecendo	
   os	
   direitos	
   e	
   garantias	
   fundamentais	
   dos	
   cidadãos.	
  Essas	
   normas	
   jurídicas	
   encontram-­‐se	
   na	
   Constituição	
   e	
   são,	
   como	
   já	
   vimos,	
  hierarquicamente	
  superiores	
  às	
  demais	
  normas	
   jurídicas	
  que	
  compõem	
  o	
  Direito	
  Positivo.	
  	
   Isso	
   significa	
   que	
   o	
   Direito	
   Constitucional	
   é	
   mais	
   importante	
   do	
   que	
   os	
  demais	
   ramos	
   do	
   Direito?	
   Não,	
   necessariamente.	
   Significa,	
   sim,	
   que	
   para	
   poder	
  compreender	
   adequadamente	
   as	
   normas	
   dos	
   demais	
   ramos	
   do	
   Direito	
   muitas	
  vezes	
   precisamos	
   voltar	
   à	
   Constituição	
   para	
   ver	
   se	
   ela	
   não	
   esboçou,	
   mediante	
  algum	
  princípio	
   ou	
   regra,	
   algo	
   que	
   deva	
   ser	
   levado	
   em	
   conta	
   na	
   interpretação	
   e	
  aplicação	
  das	
  normas	
  daquele	
  ramo.	
  	
  Isso	
  acontece	
  com	
  grande	
   freqüência,	
  pois	
  a	
  Constituição	
  de	
  1988	
   foi	
  uma	
  Constituição	
   bastante	
   detalhista	
   e	
   estabeleceu	
   inúmeros	
   princípios	
   e	
   regras	
   que	
  depois	
  são	
  detalhados	
  nas	
  normas	
  jurídicas	
  infraconstitucionais.	
  	
  Podemos	
   considerar	
   que	
   esses	
   princípios	
   ou	
   regras	
   compõem	
   os	
   ramos	
  específicos	
   do	
   Direito,	
   segundo	
   a	
   matéria	
   que	
   tratam,	
   mesmo	
   estando	
   na	
  Constituição.	
   Um	
   princípio	
   como	
   o	
   da	
   proibição	
   das	
   penas	
   cruéis,	
   por	
   exemplo,	
  previsto	
  no	
  art.	
  5º,	
  XLVII,	
   “e”	
  da	
  Constituição	
   faz	
  parte	
  do	
  Direito	
  Penal	
  e	
  não	
  do	
  Direito	
  Constitucional,	
  em	
  sentido	
  estrito.	
  O	
   que	
   caracteriza	
   especificamente	
   o	
   Direito	
   Constitucional	
   é	
   a	
   matéria	
  regulada	
  nas	
  normas	
  constitucionais.	
  Esta	
  matéria	
  específica	
  é,	
  como	
  comentamos	
  acima,	
   a	
   forma	
   do	
   Estado	
   -­‐	
   federação	
   –,	
   o	
   regime	
   político	
   –	
   democracia	
   –,	
   a	
  
2 
 separação	
  dos	
  Poderes	
  e	
  suas	
  competências	
  –	
  Executivo,	
  Legislativo	
  e	
  Judiciário	
  –	
  e	
  os	
  direitos	
  e	
  garantias	
  fundamentais.	
  O	
   Direito	
   Administrativo	
   é	
   o	
   conjunto	
   de	
   normas	
   que	
   se	
   destina	
  especificamente	
  a	
  regular	
  a	
  atividade	
  do	
  Estado	
  enquanto	
  Administração	
  Pública,	
  ou	
  seja,	
  enquanto	
  governo	
  que	
  precisa	
  executar	
  determinadas	
  ações	
  e	
  deve	
  fazê-­‐lo	
  de	
  acordo	
  com	
  normas	
  jurídicas.	
  Segundo	
  Rizzatto	
  Nunes	
  (2005,	
  p.	
  139):	
  	
  O	
   Direito	
   Administrativo	
   corresponde	
   ao	
   conjunto	
   de	
   normas	
  jurídicas	
  que	
  organizam	
  administrativamente	
  o	
  Estado,	
  fixando	
  os	
  modos,	
   os	
  meios	
   e	
   as	
   formas	
  de	
   ação	
  para	
   a	
   consecução	
  de	
   seus	
  objetivos.	
   Dessa	
   forma,	
   tais	
   normas	
   estruturam	
   e	
   disciplinam	
   as	
  atividades	
  dos	
  órgãos	
  da	
  Administração	
  Pública	
  direta	
  e	
   indireta,	
  as	
  autarquias,	
  as	
  empresas	
  públicas,	
  as	
  entidades	
  paraestatais	
  etc.	
  O	
  Direito	
  Financeiro	
  também	
  regula	
  a	
  atividade	
  do	
  Estado,	
  mas	
  se	
  preocupa	
  com	
  outro	
  aspecto	
  dela:	
  as	
  atividades	
  financeiras	
  do	
  Estado,	
  a	
  receita	
  e	
  a	
  despesa	
  públicas.	
   Conexo	
   a	
   ele	
   está	
   o	
   Direito	
   Tributário,	
   que	
   regula	
   a	
   instituição,	
  arrecadação	
   e	
   fiscalização	
   de	
   tributos,	
   ou	
   seja,	
   volta-­‐se	
   para	
   a	
   relação	
   entre	
   o	
  contribuinte	
  (quem	
  paga	
  os	
  tributos)	
  e	
  o	
  Estado	
  (que	
  os	
  recebe).	
  	
  Durante	
   muito	
   tempo	
   toda	
   essa	
   atividade	
   estatal	
   era	
   regulada	
  exclusivamente	
  pelo	
  Direito	
  Administrativo.	
  E,	
  com	
  o	
  crescimento	
  do	
  tamanho	
  e	
  da	
  complexidade	
  do	
  Estado,	
  dele	
  desmembraram-­‐se	
  o	
  Direito	
  Financeiro	
  e	
  o	
  Direito	
  Tributário.	
   Em	
   um	
   primeiro	
   momento,	
   o	
   Direito	
   Financeiro	
   abrangia	
   o	
   Direito	
  Tributário.	
  Hoje,	
   consideramos	
  que	
  esses	
   três	
   ramos	
   são	
   independentes	
   entre	
   si,	
  embora	
  todos	
  regulem	
  a	
  atividade	
  do	
  Estado,	
  cada	
  qual	
  por	
  um	
  ângulo	
  diferente.	
  Em	
   nossas	
   futuras	
   aulas	
   vamos	
   detalhar	
  mais	
   e	
  melhor	
   o	
   que	
   compõe	
   cada	
   um	
  deles.	
   O	
  Direito	
  Penal	
  é	
  um	
  ramo	
  do	
  Direito	
  do	
  qual	
  com	
  certeza	
  você	
  já	
  deve	
  ter	
  ouvido	
  falar	
  com	
  relativa	
  freqüência,	
  especialmente	
  em	
  tempos	
  como	
  os	
  atuais,	
  nos	
  quais	
   a	
   violência	
   se	
   faz	
   presente	
   continuamente	
   nos	
   noticiários.	
   Ele	
   regula	
   a	
  atividade	
   repressiva	
   do	
   Estado	
   fixando	
   o	
   que	
   é	
   delito	
   e	
   quais	
   as	
   penalidades	
  correspondentes.	
  De	
  acordo	
  com	
  Miguel	
  Reale	
  (2004,	
  p.347)	
  o	
  Direito	
  Penal	
  é:	
  “[...]	
  é	
   o	
   sistema	
   de	
   princípios	
   e	
   regras	
   mediante	
   os	
   quais	
   se	
   tipificam	
   as	
   formas	
   de	
  conduta	
   consideradas	
   criminosas,	
   e	
   para	
   as	
   quais	
   são	
   cominadas,	
   de	
   maneira	
  precisa	
   e	
   prévia,	
   penas	
   e	
   medidas	
   de	
   segurança,	
   visando	
   a	
   objetivos	
  determinados.”	
  
3 
 As	
  normas	
  do	
  Direito	
  Penal	
  estão	
  basicamente	
  localizadas	
  em	
  uma	
  lei	
  que	
  se	
  chama	
   Código1	
  Penal.	
   O	
   Código	
   Penal	
   tem	
   duas	
   partes:	
   uma	
   parte	
   geral,	
   na	
   qual	
  aparecem	
  regras	
  e	
  princípios	
  que	
  servem	
  para	
  todos	
  os	
  tipos	
  de	
  delitos	
  previstos	
  no	
   Código;	
   e	
   uma	
   parte	
   especial,	
   com	
   a	
   previsão	
   de	
   cada	
   delito	
   e	
   da	
   pena	
  correspondente.	
  	
  Um	
  exemplo	
  para	
  você	
  entender	
  melhor:	
  na	
  parte	
  geral	
  está	
  a	
  previsão	
  do	
  que	
  é	
  “legítima	
  defesa”	
  (art.	
  25),	
  enquanto	
  que	
  na	
  parte	
  especial	
  está	
  a	
  definição	
  do	
  que	
  é	
  homicídio	
  (art.121),	
  furto	
  (art.155)	
  etc.	
  Existem,	
  no	
  entanto,	
  leis	
  que	
  chamamos	
  de	
  esparsas	
  e	
  que	
  também	
  contém	
  normas	
   penais,	
   pois	
   muitas	
   vezes	
   as	
   circunstâncias	
   sociais	
   e	
   as	
   modificações	
  ocorridas	
   ao	
   longo	
   do	
   tempo	
   exigem	
   que	
   se	
   façam	
   normas	
   específicas	
   que	
   não	
  podem	
  ser	
  integradas	
  ao	
  Código.	
  O	
   Direito	
   do	
   Trabalho	
   é	
   o	
   conjunto	
   de	
   normas	
   jurídicas	
   que	
   regula	
   as	
  relaçõesentre	
   empregados	
   e	
   empregadores,	
   seja	
   enquanto	
   indivíduos,	
   ou	
  enquanto	
  categorias	
  profissionais.	
  A	
  maior	
  parte	
  de	
  suas	
  normas	
  estão	
  reunidas	
  na	
  Consolidação	
  das	
  Leis	
  do	
  Trabalho	
  –	
  CLT.	
  A	
  CLT	
   é	
   chamada	
  de	
   consolidação	
   e	
   não	
  de	
  Código,	
   como	
  o	
  Código	
  Penal,	
  porque	
  ela	
  é	
  uma	
  reunião	
  de	
  leis	
  que	
  já	
  existiam	
  e	
  que	
  foram	
  agrupadas.	
  Os	
  códigos	
  sempre	
   são	
   leis	
   novas	
   que	
   são	
   feitas	
   já	
   com	
   o	
   intuito	
   de	
   sistematizar	
   um	
  determinado	
  ramo	
  do	
  Direito.	
  Semelhante	
   ao	
   Direito	
   do	
   Trabalho,	
  mas	
   preocupado	
   exclusivamente	
   com	
  questões	
  de	
  seguridade	
  social	
  dos	
  trabalhadores	
  está	
  o	
  Direito	
  Previdenciário.	
  Ele	
  regula	
   como	
   e	
   quanto	
   devemos	
   contribuir	
   para	
   a	
   Previdência	
   para	
   nos	
  aposentarmos,	
  quais	
  os	
   tipos	
  de	
  benefícios	
  previdenciários	
  que	
  existem,	
  como	
  se	
  faz	
   para	
   consegui-­‐los	
   etc.	
   O	
   Direito	
   Previdenciário	
   não	
   tem	
   um	
   código	
   ou	
   uma	
  consolidação	
  e	
  está	
  regulado	
  na	
  Constituição	
  e	
  em	
  várias	
  leis	
  esparsas.	
  O	
  Direito	
  Civil	
  é	
  um	
  dos	
  ramos	
  do	
  direito	
  mais	
  importante,	
  porque	
  regula	
  as	
  nossas	
  relações	
  como	
  indivíduos	
  que	
  interagem	
  com	
  o	
  objetivo	
  de	
  fazer	
  negócios,	
  mudar	
   status	
   –	
   casar,	
   por	
   exemplo	
   –	
   ,	
   constituir	
   um	
   patrimônio,	
   herdar	
   alguma	
  coisa.	
  	
  
 
1 Um	
  código	
  é	
  uma	
  lei	
  com	
  características	
  específicas,	
  pois	
  pretende	
  abarcar	
  toda	
  uma	
  área	
  da	
  vida	
  humana	
  e	
  discipliná-­‐la,	
  sistematizando	
  adequadamente	
  as	
  normas	
  pertinentes.	
  
4 
 Nas	
  palavras	
  de	
  Maria	
  Helena	
  Diniz	
  (2005,	
  p.	
  268):	
  “O	
  direito	
  civil	
  é,	
  pois,	
  o	
  ramo	
  do	
   direito	
   privado	
   destinado	
   a	
   reger	
   relações	
   familiares,	
   patrimoniais	
   e	
  obrigacionais	
   que	
   se	
   formam	
   entre	
   indivíduos	
   encarados	
   como	
   tais,	
   ou	
   seja,	
  enquanto	
  membros	
  da	
  sociedade.”	
  Ele	
   está	
   regulado	
   pelo	
   Código	
   Civil.	
   Em	
   2002	
   entrou	
   em	
   vigor	
   um	
   novo	
  Código	
  que	
  substituiu	
  o	
  antigo,	
  que	
  era	
  de	
  1916	
  e	
  estava	
  bastante	
  defasado,	
  como	
  você	
  bem	
  pode	
  imaginar.	
  O	
  projeto	
  do	
  novo	
  Código	
  Civil,	
  que	
  entrou	
  em	
  vigor	
  em	
  2002,	
  demorou	
  anos	
  para	
  passar	
  pelo	
  processo	
  legislativo,	
  que	
  estudamos	
  na	
  aula	
  anterior.	
  Ele	
  é	
  uma	
  lei	
  ordinária	
  e	
  seu	
  primeiro	
  projeto	
   ingressou	
  na	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
   em	
   1975,	
   mas	
   já	
   estava	
   sendo	
   estudado	
   por	
   uma	
   Comissão	
   de	
  estudiosos	
   do	
   Direito	
   nomeada	
   para	
   isso	
   desde	
   1961!	
   Sucessivamente	
  “engavetado”,	
   finalmente	
   foi	
   promulgado	
   e	
   publicado	
   em	
   janeiro	
   de	
   2002	
   e	
   sua	
  cláusula	
  de	
  vigência	
  previu	
  um	
  ano	
  de	
   adaptação,	
   razão	
  pela	
  qual	
   ele	
   entrou	
  em	
  vigor	
  em	
  janeiro	
  de	
  2003.	
  O	
   Código	
   Civil	
   também	
   está	
   dividido	
   em	
   duas	
   partes:	
   geral	
   e	
   especial.	
   Na	
  parte	
   geral	
   estão	
   as	
   regras	
   e	
   princípios	
   que	
   disciplinam	
   as	
   pessoas,	
   os	
   bens,	
   os	
  fatos	
   jurídicos,	
  os	
  atos	
  e	
  negócios	
   jurídicos,	
  a	
   teoria	
  das	
  nulidades	
  e	
  a	
  prescrição.	
  Na	
  parte	
   especial	
   as	
  normas	
  dizem	
  respeito	
   ao	
  direito	
  das	
  obrigações,	
   ao	
  direito	
  das	
  empresas,	
  ao	
  direito	
  das	
  coisas,	
  ao	
  direito	
  de	
  família	
  e	
  ao	
  direito	
  das	
  sucessões.	
  Chama-­‐se	
   direito	
   das	
   obrigações	
   o	
   conjunto	
   de	
   normas	
   que	
   disciplinam	
  como	
  devemos	
  fazer	
  para	
  assumir	
  obrigações,	
  contratando	
  com	
  outros	
  indivíduos.	
  O	
  direito	
  das	
  empresas,	
  por	
  seu	
  turno,	
  disciplina	
  a	
  forma	
  como	
  as	
  empresas	
  devem	
  ser	
  constituídas	
  e	
  as	
  regras	
  de	
  seu	
  funcionamento.	
  E	
   o	
   direito	
   das	
   coisas?	
   Quer	
   dizer	
   então	
   que	
   as	
   coisas	
   têm	
   direitos	
   no	
  sentido	
  de	
  direitos	
  subjetivos?	
  Não.	
  O	
  Direito	
  das	
  Coisas,	
  apesar	
  do	
  nome,	
  regula	
  as	
  nossas	
  questões	
  patrimoniais:	
  como	
  se	
  adquire,	
  perde	
  ou	
  transfere	
  a	
  propriedade	
  de	
   coisas	
  móveis	
   –	
   como	
   um	
   carro,	
   por	
   exemplo	
   –	
   imóveis,	
   como	
   uma	
   casa	
   –	
   e	
  semoventes	
  –	
  como	
  os	
  animais.	
  Ele	
  regula,	
  portanto,	
  os	
  nossos	
  direitos	
  subjetivos	
  sobre	
  as	
  coisas.	
  O	
  Direito	
  de	
  Família,	
   como	
  o	
  próprio	
  nome	
  está	
  dizendo,	
   regula	
   situações	
  como	
  o	
  casamento,	
  a	
  filiação,	
  a	
  adoção,	
  a	
  união	
  estável.	
  Já,	
  o	
  Direito	
  das	
  Sucessões	
  regula	
  como	
  e	
  quando	
  se	
  transfere	
  o	
  patrimônio	
  daqueles	
  que	
  morrem.	
  
5 
 Muito	
   próximo	
   a	
   algumas	
   partes	
   do	
   Direito	
   Civil,	
   constando	
   inclusive	
   no	
  novo	
  Código	
  Civil,	
  está	
  o	
  Direito	
  Comercial.	
  Segundo	
  nos	
  ensina	
  Maria	
  Helena	
  Diniz	
  (2005,	
  p.	
  274):	
  “O	
  Direito	
  Comercial	
  constitui-­‐se	
  de	
  normas	
  que	
  regem	
  a	
  atividade	
  empresarial;	
  porém,	
  não	
  é	
  propriamente	
  um	
  direito	
  dos	
  empresários,	
  mas	
  sim	
  um	
  direito	
   para	
   a	
   disciplina	
   da	
   atividade	
   econômica	
   organizada	
   para	
   a	
   produção	
   e	
  circulação	
  de	
  bens	
  ou	
  de	
  serviços.”	
  Também	
  próximo	
  ao	
  Direito	
  Civil	
  está	
  o	
  Direito	
  do	
  Consumidor.	
  Este	
  ramo	
  cuida,	
  exclusivamente,	
  dos	
  contratos	
  realizados	
  nas	
  relações	
  de	
  consumo,	
  ou	
  seja,	
  protege	
  de	
  maneira	
  mais	
  incisiva	
  os	
  direitos	
  dos	
  consumidores.	
  Parte-­‐se	
   do	
   pressuposto	
   que	
   quando	
   somos	
   consumidores	
   de	
   bens	
   e	
   de	
  serviços	
  nossa	
  condição	
  de	
  fazer	
  contratos	
  justos	
  e	
  em	
  condições	
  de	
  igualdade	
  com	
  os	
   fornecedores	
   está	
   diminuída	
   e	
   por	
   isso	
   é	
   necessário	
   que	
   existam	
   regras	
   e	
  princípios	
  específicos	
  para	
  a	
  proteção	
  ao	
  consumidor.	
  	
  Neste	
  sentido,	
  se	
  você	
  e	
  eu	
  fazemos	
  um	
  contrato	
  de	
  compra	
  e	
  venda	
  de	
  meu	
  automóvel	
  não	
  recorremos	
  ao	
  Direito	
  do	
  Consumidor,	
  mas	
  ao	
  Direito	
  Civil.	
  Se	
  você	
  compra	
   o	
   seu	
   automóvel	
   na	
   concessionária	
   ou	
   em	
   uma	
   loja	
   de	
   automóveis,	
   seu	
  contrato	
  está	
  disciplinado	
  e	
  amparado	
  pelo	
  Direito	
  do	
  Consumidor.	
  As	
  normas	
  jurídicas	
  do	
  Direito	
  do	
  Consumidor	
  estão	
  no	
  Código	
  de	
  Defesa	
  do	
  Consumidor,	
  lei	
  que	
  entrou	
  em	
  vigor	
  em	
  1990.	
  O	
   Direito	
   Ambiental	
   também	
   é	
   um	
   ramo	
   do	
   direito	
   relativamente	
   novo.	
  Inicialmente	
   vinculado	
   ao	
  Direito	
  Administrativo,	
   dele	
   se	
   desvinculou	
   quando	
   as	
  questões	
   de	
   proteção	
   do	
  meio	
   ambiente	
   passaram	
   a	
   exigir	
   um	
   tratamento	
  mais	
  adequadoe	
  detalhado.	
  Assim,	
  assuntos	
  como	
  o	
  uso	
  da	
  água	
  e	
  a	
  proteção	
  aos	
  rios	
  e	
  mares,	
  a	
  proteção	
  da	
  fauna	
  e	
  da	
  flora,	
  o	
  uso	
  adequado	
  do	
  solo,	
  são	
  hoje	
  regulados	
  por	
  normas	
  jurídicas	
  –	
  princípios	
  e	
  regras	
  –	
  que	
  compõem	
  o	
  Direito	
  Ambiental.	
  O	
   Direito	
   Internacional,	
   como	
   o	
   nome	
   indica,	
   regula	
   as	
   relações	
   no	
   plano	
  externo.	
  A	
  peculiaridade	
  disso	
  é	
  que	
  no	
  plano	
  internacional	
  não	
  há	
  um	
  poder	
  único	
  capaz	
  de	
   impor	
  o	
  cumprimento	
  das	
  normas	
   jurídicas	
  e	
  por	
   isso	
  os	
  estudiosos	
  do	
  Direito	
  dizem	
  que	
  não	
  há	
  relação	
  de	
  subordinação,	
  mas	
  de	
  coordenação	
  entre	
  os	
  Estados.	
  	
  Isso	
  acarreta	
  certa	
  dificuldade,	
  como	
  é	
  óbvio,	
  pois	
  se	
  não	
  há	
  ninguém	
  para	
  aplicar	
  a	
  sanção,	
  muitas	
  vezes	
  também	
  não	
  há	
  o	
  cumprimento	
  da	
  norma.	
  Você,	
  com	
  certeza,	
  já	
  viu	
  no	
  noticiário	
  da	
  televisão	
  a	
  desavença	
  entre	
  Israel	
  e	
  os	
  palestinos	
  no	
  
6 
 Oriente	
   Médio.	
   Israel	
   já	
   foi	
   condenada	
   muitas	
   vezes	
   na	
   ONU	
   –	
   Organização	
   das	
  Nações	
   Unidas	
   –	
   mas	
   se	
   recusa	
   a	
   cumprir	
   a	
   condenação.	
   Do	
   mesmo	
   modo	
   os	
  Estados	
  Unidos	
  quando	
  invadiram	
  o	
  Iraque.	
  Quando	
   essas	
   relações	
   são	
   entre	
   os	
   Estados	
   chamamos	
   o	
   conjunto	
   de	
  normas	
  que	
  as	
  regulam	
  de	
  Direito	
  Internacional	
  Público.	
  Suas	
  regras	
  e	
  princípios	
  estão	
  nos	
  costumes	
   internacionais,	
  nas	
  convenções	
  e	
  nos	
  acordos	
  que	
  os	
  Estados	
  firmam	
   entre	
   si	
   ou	
   quando	
   aceitam	
   participar	
   de	
   organizações	
   internacionais,	
  como	
  a	
  ONU,	
  por	
  exemplo.	
  	
  Conforme	
  nos	
  explica	
  Maria	
  Helena	
  Diniz	
  (2005,	
  p.	
  265):	
  	
  As	
   fontes	
   do	
   direito	
   internacional	
   público	
   são:	
   1)	
   as	
   convenções,	
  que	
  geram	
  os	
  tratados	
  internacionais	
  resultantes	
  de	
  acordos	
  entre	
  os	
   Estados	
   e	
   que	
   podem	
   ser	
   a)	
   gerais,	
   se	
   fixam	
   normas	
   de	
  interesse	
  coletivo	
  dos	
  Estados	
  em	
  geral,	
  p.	
  ex.,	
  a	
  Carta	
  do	
  Atlântico,	
  que	
   consigna	
   princípios	
   visando	
   a	
   paz	
   universal;	
   b)	
   especiais,	
  quando	
   estabelecem	
  normas	
   de	
   interesse	
   particular	
   dos	
   Estados	
  signatários,	
   p.	
   ex.,	
   o	
   Tratado	
   “ABC”,	
   firmado	
   entre	
   Argentina,	
  Brasil	
  e	
  Chile,	
  relativo	
  ao	
  comércio	
  recíproco;	
  2)	
  os	
  usos	
  e	
  costumes	
  
jurídicos	
   internacionais,	
   que	
   consistem	
   na	
   observância	
   constante	
  de	
   uma	
   norma	
   reguladora	
   de	
   relações	
   internacionais,	
   tais	
   como	
  ato	
   diplomático,	
   sentença	
   de	
   tribunal	
   internacional,	
   prescrição	
  governamental	
  adotada	
  por	
  várias	
  nações,	
  lei	
  e	
  sentença	
  nacionais	
  atinentes	
  a	
  uma	
  relação	
  internacional.	
  Quando	
  as	
  relações	
  são	
  entre	
  um	
  Estado	
  e	
  os	
  cidadãos	
  são	
  pertencentes	
  a	
  outro	
   Estado	
   chamamos	
   de	
   Direito	
   Internacional	
   Privado.	
   Como	
   as	
   normas	
  jurídicas	
   de	
   um	
   Estado	
   têm	
   vigência	
   apenas	
   no	
   território	
   dele,	
   é	
   preciso	
   que	
  existam	
  normas	
   que	
   regulem	
  qual	
   norma	
   deve	
   prevalecer	
   quando,	
   por	
   exemplo,	
  cidadãos	
  de	
  Estados	
  diferentes	
  estabelecem	
  relações	
  entre	
  si,	
  ou	
  cidadãos	
  de	
  um	
  mesmo	
   Estado	
   vivendo	
   em	
   um	
   Estado	
   diverso	
   também	
   realizam	
   atos	
   jurídicos.	
  Vamos	
  dar	
  um	
  exemplo,	
  de	
  Maria	
  Helena	
  Diniz	
  (2005,	
  p.	
  266),	
  para	
  você	
  entender	
  melhor.	
  Um	
  brasileiro	
  de	
  18	
  anos	
  e	
  uma	
  argentina,	
  também	
  de	
  18	
  anos,	
  decidem	
  se	
  casar	
   e	
  morar	
  no	
  Brasil.	
  De	
   acordo	
   com	
  o	
  Código	
  Civil	
   brasileiro	
   a	
  maioridade	
   é	
  atingida	
  aos	
  18	
  anos.	
  De	
  acordo	
  com	
  o	
  Código	
  Civil	
  argentino,	
  aos	
  22	
  anos.	
  Deste	
  modo,	
   o	
   brasileiro	
   pode	
   se	
   casar	
   sem	
   a	
   anuência	
   dos	
   seus	
   pais,	
   pois	
   é	
  maior	
   de	
  idade,	
   enquanto	
   que	
   a	
   argentina	
   não	
   o	
   é	
   e,	
   precisaria	
   de	
   anuência	
   de	
   seus	
   pais.	
  Como	
  isso	
  se	
  resolve?	
  As	
  regras	
  do	
  Direito	
  Internacional	
  Privado	
  dizem	
  que	
  deve	
  prevalecer	
   a	
   lei	
   do	
   lugar	
   onde	
   se	
   realiza	
   o	
   casamento	
   e	
   onde	
   se	
   domiciliam	
   os	
  indivíduos	
  que	
  estão	
  se	
  casando.	
  Neste	
  caso,	
  portanto,	
  prevalece	
  a	
  lei	
  brasileira.	
  
7 
 Por	
  fim,	
  existem	
  os	
  ramos	
  do	
  Direito	
  vinculados	
  às	
  questões	
  processuais,	
  ou	
  seja,	
   que	
   disciplinam	
   como	
   uma	
   ação	
   que	
   ingressa	
   no	
   Poder	
   Judiciário	
   deve	
   ser	
  feita.	
  Você,	
   com	
   certeza,	
   lembra	
   que	
   dissemos	
   anteriormente	
   que	
   ter	
   um	
   direito	
  subjetivo	
   significa	
   que	
   alguém	
   tem	
   um	
   dever.	
   Isso	
   implica	
   que	
   se	
   a	
   pessoa	
   não	
  cumpre	
  o	
  dever	
  podemos	
  ir	
  ao	
  Poder	
  Judiciário	
  para	
  exigir	
  que	
  o	
  faça.	
  A	
  previsão	
  de	
   como	
   fazê-­‐lo,	
   qual	
   tipo	
   de	
   ação,	
   onde	
   encaminhá-­‐la	
   e	
   como	
   será	
   o	
   seu	
  processamento	
  é	
  o	
  que	
  chamamos	
  de	
  matéria	
  processual.	
  Existem,	
  assim,	
  três	
  subdivisões	
  de	
  Direito	
  Processual:	
  o	
  Civil,	
  o	
  Penal	
  e	
  o	
  do	
  Trabalho.	
   Cada	
   um	
   deles	
   disciplina	
   as	
   ações	
   que	
   versam	
   sobre	
   a	
   proteção	
   das	
  relações	
  civis,	
  penais	
  e	
  do	
   trabalho.	
  Também	
  estão	
   incluídas	
  aqui	
  as	
  normas	
  que	
  disciplinam	
  a	
  organização	
   judiciária:	
   quantos	
   e	
  onde	
   ficam	
  os	
   tribunais,	
   como	
   se	
  dividem	
  as	
  suas	
  tarefas,	
  etc.	
  O	
   Direito	
   Processual	
   Civil	
   está	
   em	
   um	
   código,	
   chamado	
   de	
   Código	
   de	
  Processo	
   Civil.	
   O	
  Direito	
   Processual	
   Penal	
   também	
   está	
   em	
  um	
   código,	
   o	
   Código	
  Processual	
   Penal.	
   Já,	
   o	
   Direito	
   Processual	
   do	
   Trabalho	
   não	
   está	
   codificado	
   e	
  aparece	
   junto	
  com	
  o	
  Direito	
  do	
  Trabalho	
  na	
  Consolidação	
  das	
  Leis	
  do	
  Trabalho	
  –	
  CLT.	
  	
  	
  	
  Referências	
  	
  BRASIL.	
   Constituição	
   da	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil.	
   Brasília:	
   Senado	
  Federal,	
  2006.	
  BRASIL.	
   Código	
   Civil.	
   Lei	
   n.	
   10.406	
   de	
   10.1.2002.	
   Disponível	
   em	
  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/quadro_cod.htm.	
  BRASIL.	
  Código	
  de	
  Defesa	
  do	
  Consumidor.	
  Lei	
  n.	
  8.078	
  de	
  11.09.1990.	
  Disponível	
  em:	
  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/quadro_cod.htm.	
  BRASIL.	
   Código	
   Penal.	
   Del.	
   n.	
   2.848	
   de	
   7.12.	
   1940.	
   Disponível	
   em	
  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/quadro_cod.htm.	
  BRASIL.	
   Código	
   de	
   Processo	
   Penal.	
   Del.	
   n.	
   3.689	
   de	
   3.10.1941.	
   Disponível	
   em	
  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/quadro_cod.htm.	
  
8 
 BRASIL.	
   Código	
   Tributário	
   Nacional.	
   Lei	
   5.172de	
   25.10.1966.	
   Disponível	
   em	
  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/quadro_cod.htm.	
  BRASIL.	
   Código	
   de	
   Processo	
   Civil.	
   Lei	
   n.	
   5.869	
   de	
   11.1.1973.	
   Disponível	
   em	
  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/quadro_cod.htm.	
  BRASIL.	
  Consolidação	
  das	
  Leis	
  do	
  Trabalho.	
  Del.	
  n.	
  5.452	
  de	
  1.5.1943.	
  Disponível	
  em	
  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/quadro_cod.htm.	
  DINIZ,	
  Maria	
  Helena.	
  Compêndio	
  de	
  Introdução	
  à	
  Ciência	
  do	
  Direito.	
  17.	
  ed.	
  São	
  Paulo:	
  Saraiva,	
  2005.	
  NUNES,	
   Rizzatto.	
  Manual	
   de	
   Introdução	
   ao	
   Direito.	
   6.ed.	
   São	
   Paulo:	
   Saraiva,	
  2005.	
  REALE,	
  Miguel.	
  Lições	
  Preliminares	
  de	
  Direito.	
  27.	
  ed.	
  São	
  Paulo:	
  Saraiva,	
  2004.

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