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Prévia do material em texto

1HISTÓRIA
1. A colonização francesa
Antecedentes
A França iniciou tardiamente seu processo de
expansão ultramarina. Envolvida na Guerra dos Cem
Anos (1337-1453), somente na segunda metade do
século XV ini ciou as navegações, que proporcionaram a
formação de seu Império Colonial na Amé ri ca,
estabelecendo-se em áreas desprezadas pelos ibéricos.
As navegações francesas tinham por objetivo encon -
trar uma passagem a no roes te para a Ásia.
Assim como os ingleses, os franceses organizaram
sua ação em termos de pi ra taria e concessão de cartas
de corso reais contra as frotas dos países ibéricos, 
ou por meio de ataques a vilas e povoados da América
luso-espanhola. Cabe lembrar que o rei Francisco I ques -
tio na va o Tratado de Tordesilhas, exigindo para a sua
aceitação o “testamento de Adão”.
As conquistas
Na primeira metade do século XVI, os franceses
organizaram expedições para o Novo Mundo. Entre 1534
e 1535, Jacques Cartier explorou a foz do Rio São
Lourenço, dando-lhe o nome de Nova França. Nesse
mesmo período, tentaram fundar uma colônia de
povoamento na Baía da Guanabara (atual Rio de Janeiro),
que ficou conhecida como “França Antártica”.
Logo em seguida, na França, tiveram início as
Guerras de Religião, que en vol ve riam toda a história
francesa até o final do século XVI, atrasando assim os
empreen dimentos ultramarinos.
No reinado de Henrique IV, a questão religiosa foi
apaziguada e retomou-se a ideia de exploração da América.
Em 1603, Samuel de Champlain começou a ocupação das
terras; em 1608, fundou a cidade de Québec, no Canadá.
Nessa região, apesar dos esforços para a implan ta -
ção de atividades agrícolas, desenvolveu-se um lucrativo
comércio de peles com os indígenas algonquinos.
Em 1627, o governo do cardeal Richelieu criou a
Companhia de Comércio Nova França, que recebeu o
monopólio do comércio de peles e comprometeu-se a
povoar o Canadá.
Em 1642, missionários católicos fundaram a cidade
de Montreal, expandindo a área conquistada pela França.
Módulos
45 – Expansão e colonização francesa
46 – Expansão e colonização holandesa
47 – Colonização espanhola
48 – África I – Origens e características 
gerais
49 – África II – Tráfico Negreiro
50 – A origem do ameríndio
51 – Os maias
52 – Os astecas
53 – Os incas
54 – Os indígenas norte-americanos
55 – Indígenas brasileiros
56 – Política indigenista no Brasil
45
Expansão e 
colonização francesa
Palavras-chave:
• Corsários 
• Companhias de comércio
• Colbertismo
HISTÓRIA INTEGRADA
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 04/06/2021 14:16 Página 1
2 HISTÓRIA
Entre 1673 e 1674, os jesuítas alcançaram a região
dos Grandes Lagos, o que possibilitou a descoberta da
foz do Rio Mississippi, pelo qual Robert de Cavelier de
La Salle navegou de 1680 a 1682, ane xan do, em nome
da França, todo o território até a nascente do rio. Esse
território foi denominado Louisiana.
O mercantilismo francês proporcionou um afluxo de riquezas para
o erário. Sala dos Espelhos, Palácio de Versalhes.
Com Colbert, minis tro de Luís XIV, ex tin guiu-se a
Compa nhia de Comércio Nova Fran ça e a responsa -
bilidade pela colonização pas sou para a Coroa Fran -
cesa. O Canadá seria transformado em re gião
produtora de ma dei ra e peles, tor nando-se uma pro -
víncia do Impé rio.
Colbert, ministro das Finanças de Luís XIV.
Nas Pequenas An tilhas, a ocupação francesa deu-
se principalmente com a fun dação da Companhia das
Índias Ocidentais, por Colbert. As ilhas ocupadas pela
Fran ça, a partir de 1635, foram Guadalupe, Martinica,
São Cristóvão, São Bartolo meu, São Martinho, Santa
Lúcia, Santa Cruz e Granada, além da porção ocidental
da ilha de Hispaniola ou Ilha de São Domingos (mais
tarde, chamada de Haiti). Essas áreas im pro dutivas
nas mãos da Companhia de Comércio passaram, em
1674, para o do mí nio do Esta do, produzindo tabaco,
algodão, açúcar, cacau, café e ma dei ras tin to riais.
2. O declínio do 
Império Francês na América
A ocupação da América do Norte por franceses e
ingleses acabou conduzindo a choques inevitáveis
entre esses grupos, motivados por interesses
econômicos e territoriais.
Os franceses dominavam o comércio de peles
com os indígenas, o que atraía a atenção dos ingleses,
que já se sentiam limitados, pois a presença francesa
na região da Louisiana impedia sua expansão para as
áreas a oeste.
Nesses conflitos, era comum a busca de alianças
com os grupos indígenas locais. Os franceses estabe -
le ce ram aliança com os algonquinos; e os ingleses,
com os iroque ses, tribos rivais desde o período pré-
coloni za dor.
A expansão de colonos ingleses para além dos
Montes Allegheny resultou em conflito com os
franceses que, somado aos conflitos europeus, como
a Guerra de Sucessão Espanhola (1701 a 1713),
retirou da França, de acordo com o Tratado de
Utrecht, a região de Nova Acádia e Terra Nova, no
Canadá.
Mais tarde, novos conflitos envolveram franceses
e ingleses. Entre 1756 e 1763, eclodiu a Guerra dos
Sete Anos, travada em duas frentes: uma americana e
outra europeia. A França foi a grande derrotada e, com
a assina tura do Tratado de Paris, em 1763, perdeu o
Canadá, as Peque nas Antilhas e o leste do Rio
Mississippi para a Inglaterra. A Espanha (aliada da
Inglaterra) recebeu a Louisiana como recompensa pela
perda da Flórida para os ingleses.
Durante a Guerra de Independência norte-ame ri -
cana, a França retomou a Louisiana, que, em 1803, foi
vendida por Napoleão Bonaparte aos Estados Unidos
da América.
Atualmente, a Guiana Francesa é o único território
francês nas américas. Foi colônia até 1947, quando se
tornou um departamento ultramarino. 
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 2
3HISTÓRIA
� (MODELO ENEM) – Em 1555, um dos
mais importantes líderes do protes tantismo
francês, o Almirante Coligny, enviou uma
expedição à América. Em novembro do
mesmo ano, sob o comando de Nicholas
Durand de Villegaignon, a expedição chegou
ao atual Estado do Rio de Janeiro, onde
construiu o forte Coligny e fundou uma colônia
deno minada França Antártica.
Destaca-se, entre as razões que motivaram a
fundação dessa colônia, a
a) disputa pela posse das lavouras açu -
careiras implan tadas no território brasileiro.
b) luta pelo controle do porto de Paraty, por
onde era exportada a produção de ouro.
c) retaliação aos católicos pelo massacre de
pro tes tantes na “Noite de São Bartolo -
meu”.
d) disputa pela hegemonia do comércio de
pau-brasil para a manufatura têxtil.
e) necessidade de ampliar o controle
territorial francês até a foz do Rio da Prata.
Resolução
Desde os primórdios do século XVI, os
franceses se interessavam pela extração do
pau-brasil em nosso litoral. A fundação da
França Antártica insere-se nessa disputa com
os portugueses, bem como nos conflitos entre
católicos e huguenotes (protestantes calvinis -
tas) na França. 
Obs.: A importância do pau-brasil relacionava-se
com a produção de uma tintura vermelha para
as manufaturas têxteis da Europa.
Resposta: D
� Michel Eyquem de
Montaigne (1533-1592)
compara, nos trechos a
seguir, as guerras das sociedades Tupinambá
com as chamadas “Guerras de Religião” dos
franceses que, na segunda metade do século
XVI, opunham católicos e protestantes. 
“(...) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no
que dizem daqueles povos; e, na verdade,
cada qual considera bárbaro o que não se
pratica em sua terra. (...) Não me parece
excessivo julgar bárbaros tais atos de
crueldade [o canibalismo], mas que o fato de
condenar tais defeitos não nos leve à cegueira
acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro
comer um homem vivo do que o comer depois
de morto; e é pior esquartejar um homem
entre suplícios e tormentos e o queimar aos
poucos, ou entregá-Io a cães e porcos, a pre -
texto de devoção e fé, como não somente o
lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos
nossos conterrâneos; e isso em verdade é
bem mais grave do que assar e comer um
homem previa mente executado. (...) Podemos
portanto quali ficar esses povos como bárbaros
em dando apenas ouvidos à inteligência, mas
nunca se compararmos anós mesmos, que os
exce demos em toda sorte de barbaridades”.
(Michel Eyquem de Montaigne. Ensaios. 
São Paulo: Nova Cultural, 1984.)
De acordo com o texto, pode-se afirmar que,
para Montaigne,
a) a ideia de relativismo cultural baseia-se na
hipótese da origem única do gênero
humano e da sua religião. 
b) a diferença de costumes não constitui um
critério válido para julgar as diferentes
socie dades. 
c) os indígenas são mais bárbaros do que os
europeus, pois não conhecem a virtude
cristã da piedade. 
d) a barbárie é um comportamento social que
pressupõe a ausência de uma cultura civili -
zada e racional. 
e) a ingenuidade dos indígenas equivale à
racionalidade dos europeus, o que explica
que os seus costumes são similares. 
Resolução 
A resposta correta resulta da simples inter pre -
tação do texto apresentado. Podemos, porém,
reforçá-la considerando o conceito antropo -
lógico de cultura: conjunto da produção
coletiva de uma comunidade, independen te -
men te de seu nível de adiantamento técnico.
Assim, não se podem estabelecer juízos de
valor entre diferentes culturas, com base
exclu sivamente nas diferenças ou no aparente
exotismo dos costumes de uma comunidade.
Obs.: No texto transcrito, Mon taigne comete
uma contradição ao considerar as práticas
adotadas pelos europeus, nas guerras entre
católicos e protestantes, mais condenáveis
que o canibalismo dos tupinambás. Para
chegar a essa conclusão, o pensador francês
estabe leceu juízos pessoais, sem considerar
os valores predominantes na sociedade de seu
tempo. 
Resposta: B 
Exercícios Resolvidos
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 3
4 HISTÓRIA
� Quais as razões do atraso da França nas Grandes
Navegações?
RESOLUÇÃO:
Os motivos que levaram ao atraso foram: no século XV, o
envolvimento na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e a necessidade
de recuperação do país após o conflito; no século XVI, as Guerras
de Religião (1562-98) entre católicos e hugue notes, as quais
dividiram o País, evitando a união dos esforços que deveriam ser
direcionados aos empreendimentos marítimos.
� Quais as mudanças promovidas na colonização do Canadá
com o ministério de Colbert?
RESOLUÇÃO:
Colbert extinguiu a Companhia de Comércio Nova França, e o
Canadá se transformou em província do Império. Como
consequência, a França passou a ocupar-se com a exploração
comercial das Pequenas Antilhas.
� Comente os efeitos da Guerra dos Sete Anos para o
Império Colonial Francês.
RESOLUÇÃO:
A França, derrotada na Guerra, perdeu para a Inglaterra os ter -
ritórios do Canadá, Pequenas Antilhas e leste do Mississippi.
� Com relação à colonização francesa na América, assinale
Verda deiro ou Falso.
(0) A exploração colonial foi efetivamente desenvolvida por Col -
bert.
(1) No Canadá, os franceses estabeleceram postos para o
comér cio de peles.
(2) Nas pequenas Antilhas, foi desenvolvida a mineração.
(3) A França manteve o seu império colonial intacto até o final da
Época Moderna.
(4) Os franceses não desenvolveram a grande lavoura mercantil
em suas colônias americanas.
RESOLUÇÃO:
2 – Nas pequenas Antilhas foi desenvolvida a grande lavoura de
produtos tropicais.
3 – Antes do fim da Idade Moderna, a França já havia perdido
diversos territórios para a Inglaterra.
4 – O principal foco da colonização francesa nas Américas foi o
desenvolvimento de latifúndios.
Itens verdadeiros: 0 e 1.
Itens falsos: 2, 3 e 4.
Exercícios Propostos
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 4
5HISTÓRIA
� Jean de Léry viveu na França na segunda
metade do século XVI, época em que as
chamadas Guerras de Religião opuseram
católicos e protestantes. No texto abaixo, ele relata o cerco da
cidade de Sancerre por tropas católicas.
“(...) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com
maior frequência, tornou-se necessário que todos dormissem
nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de
um lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei
suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os
quais eu estive durante dez meses) o que foi imediatamente
imitado por todos os nossos soldados, de tal maneira que a
caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim
puderam confirmar o quanto esta maneira é apropriada tanto
para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas
(...).”
Neste texto, Jean de Léry
a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos in dí genas
americanos.
b) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de
“selvagens”.
c) reconhece a superioridade das sociedades indí ge nas
americanas com relação aos europeus.
d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas ame ricanos,
adaptando-o às suas necessidades.
e) valoriza os costumes dos indígenas americanos por que eles
também eram perseguidos pelos católicos.
RESOLUÇÃO:
O texto se explica por si mesmo, mostrando como um europeu que
vivera entre os índios do Brasil assimilou algumas de suas práticas,
adaptando uma delas (o uso da rede) às suas neces sida des na
Europa.
Resposta: D 
� (UFRRJ – MODELO ENEM) – O texto a seguir trata das
incursões francesas na América; entretanto, essas ainda não
representavam que a França tivesse dado início à sua
expansão.
“Ao longo do século XVI, os franceses estiveram na América,
mas isso não significava uma atitude sistemática e coerente
desenvolvida pela Coroa. Era, no mais das vezes, atuação de
corsários e de uns poucos indivíduos. Como exemplo, pode-se
mencionar as invasões do litoral brasileiro, (...), e algumas
visitas à América do Norte.”
(R. de M. Faria; F. C. Berutti; A. M. Marques. 
História para o Ensino Médio. Belo Horizonte: Lê, 1998, p.182.)
Dentre os motivos que levaram a França a iniciar tardiamente
sua expansão marítima e comercial, podemos destacar
a) os problemas internos ligados à consolidação do Estado
Nacional.
b) a derrota da França na violenta guerra contra a Alemanha.
c) a falta de associação entre a Coroa e a Burguesia francesa.
d) a violenta disputa religiosa entre calvinistas e luteranos.
e) a não inclusão das classes superiores no projeto expan -
sionista.
RESOLUÇÃO:
As guerras de religião (católicos contra protestantes huguenotes)
impediram a unificação do país em torno de uma família real,
condição fundamental para a realização das navegações.
Resposta: A
� (FUVEST) – Sobre a presença francesa na baía de
Guanabara (1557-1560), podemos dizer que foi
a) apoiada por armadores franceses católicos que procuravam
estabelecer no Brasil a agroindústria açucareira.
b) um desdobramento da política francesa de luta pela liberdade
nos mares e assentou-se numa exploração econômica do
tipo da feitoria comercial.
c) um protesto organizado pelos nobres franceses huguenotes,
descontentes com a Reforma Católica implementada pelo
Concílio de Trento.
d) uma alternativa de colonização muito mais avançada do que
a portuguesa, porque os huguenotes que para cá vieram
eram burgueses ricos.
e) parte de uma política econômica francesa levada a cabo pelo
Estado com intuito de criar companhias de comércio.
RESOLUÇÃO:
A França não reconhecia o Tratado de Tordesilhas e afirmava que
as terras do Novo Mundo não pertenciam a quem as descobriu,
mas a quem as ocuparia de fato.
Resposta: B
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 5
6 HISTÓRIA
1. Antecedentes
Na Baixa Idade Média, a região da Flandres (ou
Países Baixos), correspondente à Bélgica e à Holanda
atuais, era um importante centro mercantil e manufa -
tureiro, principalmente no setor têxtil. Poli ti ca men te, era
formada por um aglomerado de feudos com extensão
variável, submetidos sucessivamente à suserania da
França, do Ducado da Borgonha, da Áustria e, a partir de
1556, da Espanha (então governada por um ramo da
Dinastia de Habsburgo). 
Na época, a Reforma Protestante provocara uma cisão
entre os flamengos: os habitantes da porção setentrional
(atual Holanda) aderiram ao calvinismo, enquanto os
moradores do sul (Bélgica de hoje) permaneceram cató -
licos. Felipe II, rei da Espanha (1556-98)e senhor dos
Países Baixos, era um católico inflexível e o principal líder
leigo da reação antiprotestante (Contrarreforma). Tentando
forçar os flamengos do norte* a retornar ao catolicismo,
ele iniciou uma série de perseguições que levaram os
protestantes a se revoltar contra o domínio espanhol, em
1568. Em 1581, os rebe lados proclamaram a indepen -
dência da República das Sete Províncias Unidas dos Países
Baixos (comumente conhecida como Holanda), sob a
forma de uma república burguesa.
* Inicialmente, o termo flamengo designava todos os habitantes da
Flandres. Atualmente, aplica-se apenas aos belgas que falam holandês
(os belgas que falam francês são conhecidos pelo nome de valões). Por
outro lado, a denominação Países Baixos, antes extensiva a toda a
Flandres, hoje se restringe à Holanda.
Mesmo durante o período em que esteve subordi na -
da à Espanha, a Holanda desenvolveu-se como um
Estado capitalista, e, como já foi dito, com a burguesia
profes sando uma religião protestante calvinista. Assim,
os flamengos já tinham uma participação expressiva no
comércio marítimo europeu, possuindo uma grande
frota mercante, desenvolvendo uma poderosa marinha
de guerra e tornando-se rapidamente uma das maiores
potências navais da época, comparável à Espanha e à
Inglaterra. Além disso, naquela época, os holandeses
tornaram-se parceiros de Portugal na comercialização do
açúcar brasileiro, realizando grandes investimentos nos
engenhos de cana-de-açúcar.
2. União Ibérica
Em 1580, com a extinção da Dinastia de Avis, a
Coroa Portuguesa passou para a Espanha, formando a
União Ibérica (1580-1640). Obrigados a seguir a política
externa espanhola, os portugueses romperam suas rela -
ções mercantis com os flamengos, contra os quais pas -
sa ram a combater. 
Em 1599, os holandeses tentaram uma primeira pe -
ne tração no Rio de Janeiro, mas não obtiveram sucesso.
Em 1602, fundaram a Companhia das Índias
Orien tais e iniciaram a penetração no Oriente (Índia,
Ceilão, hoje Sri Lanka, e Ilhas Molucas), além de
realizarem o tráfico negreiro com a África.
De 1609 a 1621, foi firmada e vigorou a Trégua dos
Doze Anos, período em que se intensificaram as com -
pras de açúcar e Amsterdã tornou-se um dos grandes
centros refinadores e distribuidores do produto.
Os êxitos da Companhia das Índias Orientais esti mu -
la ram a criação, em 1621, de uma empresa congênere
para atuar no Oceano Atlântico: a Companhia das Índias
Oci dentais (sigla em holandês: WIC), estruturada nos
moldes de sua antecessora. A WIC atuou nas três
Américas e também na costa ocidental da África, onde
chegou a dominar Angola, importante centro fornecedor
de escravos.
Na América do Sul, os holandeses invadiram o Brasil
em duas ocasiões, visando apoderar-se dos centros
produtores de açúcar, mas foram expulsos nas duas
tentativas (Guerras do açúcar). Em 1624-25, atacaram a
Bahia. Na segunda vez, invadiram Pernambuco (1630-54),
tendo chegado a dominar o litoral nordestino desde
Alagoas até o Mara nhão. Mesmo derrotados, conseguiram
transplantar o cultivo da cana e as técnicas da produção
açucareira para as possessões que haviam conquistado
nas Antilhas, estabelecendo uma concorrência que
prejudicou o açúcar brasileiro. Aliás, algumas dessas
colônias insulares permanecem até hoje sob a soberania
dos Países Baixos.
3. Decadência
A Companhia das Índias Ocidentais também tentou
fixar-se na América do Norte, fundando em 1625, na Ilha
de Manhattan, a cidade de Nova Amsterdam, capital da
colônia da Nova Holanda. A região recebeu numerosos
imigrantes e prosperou, mas não conseguiu resistir ao
crescente poderio da Inglaterra. A Guerra de
Navegação dos holandeses con tra os ingleses de Oliver
Cromwell (1651-54), devido à decretação do Ato de
Nave ga ção (1651) pela Ingla ter ra, contri buiu para
46
Expansão e 
colonização holandesa
Palavras-chave:
• Independência
• Companhias de comércio 
• Guerras do açúcar
C4_1a_HISTORIA_JR_2022.qxp 13/05/2022 14:45 Página 6
7HISTÓRIA
enfraquecer ainda mais os flamen gos. Em 1674, Nova
Amsterdam passou definiti vamente para o domínio
inglês, com o nome de Nova York.
Pieter Stuyvesant (1612-72), governador da Nova Holanda,
defendendo a cidade de Nova Amsterdam (futura Nova York) contra
os ingleses.
Ainda no século XVII, a Holanda estabeleceu-se na
região da Guiana, mas perdeu para a Grã-Bretanha boa
parte desse território (1796). A área restante (com
exclusão da Guiana Francesa) permaneceu em poder da
Holanda até 1975, quando obteve sua independência,
com o nome de Suriname.
Em marcha lenta nas ilhas do Caribe
“Formadas por Barbados, ilhas de
Sotavento, Trinidad e Tobago, Guadalupe,
Porto Rico e República Dominicana, as
Antilhas eram as Sugar Lands, ilhas do
açú car, que foram sucessivamente
incorpo ra das ao mercado mundial como
produtoras de açúcar e ficaram conde -
nadas até nossos dias. Prisio nei ras da
monocul tura da cana nos lalifúndios de
vastas terras exaustas, as ilhas sofrem
com o desem prego e a pobreza; o açúcar
é cultivado em gran de escala e em grande
escala irradia suas mal di ções. Também
Cuba conti nua depen dendo, em medida
determinante, de suas vendas de açúcar,
mas a partir da reforma agrária de 1959,
iniciou-se um intenso pro cesso de
diversificação da economia da ilha, o que
colocou um ponto-final no desemprego.
Os cubanos não trabalham ape nas cinco
meses no ano, durante as safras, mas sim
doze, ao longo da inter rompida e, decerto,
difícil construção de uma nova sociedade.
‘Pensareis talvez, senhores’, dizia
Karl Marx em 1848, ‘que a produção de
café e açúcar é o destino natural das
Índias Oci den tais. Há dois séculos, a
natureza, que pou co tem a ver com o
comércio, não tinha plan ta do ali nem a
árvore do café nem a cana-de-açú car’. A
divisão interna cional do trabalho não se foi
estruturando por obra e graça do Espírito
Santo, senão por obra dos homens ou,
mais precisa mente, por causa do desen -
 vol vimento internacional do capitalismo.
Na realidade, Barbados foi a primeira
ilha do Caribe onde se produziu o açúcar
para a exportação em grandes quanti da -
des, desde 1641, embora anteriormente
os espanhóis tenham plantado cana na
Ilha Dominicana e em Cuba. Foram os
holan deses, como vimos, que introdu zi -
ram as plantações na minúscula ilha
britânica. Em 1666, já havia em Barbados
800 planta ções de cana e mais de 800 mil
escravos. Vertical e horizontalmente
ocupada pelo latifúndio nascente, Barba -
dos não teve melhor sorte do que o Nor -
des te do Brasil. Antes, a ilha desfrutava
da policultura; produ zia, em pequenas
propriedades, algo dão, ta baco, laranjas,
vacas e porcos. Os canaviais devoraram
as culturas agrícolas e devasta ram as
densas matas em nome do efêmero
apogeu. Rapidamente, a ilha descobriu
que seus solos haviam se esgotado, que
não tinha como alimentar sua população e
que estava produ zindo açúcar a preços
fora de concorrência.
O açúcar propagou-se a outras ilhas,
em direção ao arquipélago de Sotavento,
rumo à Jamaica e, em terras continentais,
às Guianas. No começo do século XVIII,
os escravos eram, na Jamaica, dez vezes
mais numerosos do que os colonos
brancos. Também seu solo se cansou em
pouco tempo. Na segunda metade do
século, o melhor açúcar do mundo brota -
va do solo esponjoso das planuras da cos -
ta do Haiti, uma colônia francesa que na -
quela época se chamava Saint Domin gue.
Ao norte e a oeste, o Haiti converteu-se
em sorvedouro de escravos, pois o açúcar
exigia cada vez mais braços. Em 1786,
chegaram à colônia 27 mil escravos e, no
ano seguinte, 40 mil. 
No outo no de 1791, explodiu a
revolução. Num só mês, se tem bro,
duzentas planta ções de cana fo ram
tomadas pelas chamas; os incên dios e os
combates suce deram-se sem trégua à
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 7
8 HISTÓRIA
medida que os escravos insurretos iam
empurrando os exércitos fran ceses até o
oceano. Os barcos zarparam car regando
cada vez mais fran ceses e cada vez
menos açúcar. A longa guerra der ramou
rios de sangue e devastou as plantações.
O país, emcinzas, ficou para lisado; em
fins do século, a produ ção caiu verti cal -
mente. ‘Em novembro de 1803 quase
toda a colônia, antigamente flores cente,
era um grande ce mitério de cinzas e
escombros’, diz Lep kowski. 
A Revolu ção Haitiana tinha coinci -
dido, e não só no tempo, com a Revo -
lução Francesa; o Haiti sofreu também, na
própria carne, o bloqueio da coalizão inter -
nacional contra a França quando a Ingla -
ter ra domi nava os mares. Porém, logo
sofreu, à medi da que sua in de pendência
se fazia inevi tável, o bloqueio da França.
Cedendo à pressão francesa, o Congresso
dos Estados Unidos proibiu o co mércio
com o Haiti, em 1806. Logo em 1825, a
França reconheceu a indepen dên cia de
sua anti ga colônia, mas em troca de uma
gi gan tes ca indenização em dinheiro. E m
1802, pouco de pois de Tous saint-Lou -
verture (cau dilho dos exér citos escra vos)
ser preso, o ge neral Leclerc escre vera a
seu cunhado Na poleão: ‘Eis minha opinião
sobre o país: há que supri mir todos os
negros das montanhas, homens e
mulheres, conser vando-se somente as
crianças menores de doze anos, extermi -
nar a metade dos negros nas planícies e
não deixar na colônia nem um só negro
que use jarre tei ras’. O trópico vingou-se
de Leclerc, pois mor reu ‘agarrado pelo
vômito-negro’ (apesar das esconju ra -
ções mágicas de sua esposa, Paulina Bona -
par te, irmã de Napoleão), sem poder
cumprir seu plano, porém a indeni za ção
em dinhei ro se tornou uma pedra esma -
gadora sobre as costas dos haitianos
independentes que haviam sobre vivido
aos banhos de sangue das suces sivas
expedi ções militares enviadas contra
eles. O país nasceu em ruínas e não se
recuperou jamais; hoje é o mais pobre da
América Latina.
A crise do Haiti provocou o auge açu -
ca reiro de Cuba, que rapidamente conver -
teu-se na primeira supridora do mundo.
Também a produção cubana de café,
outro artigo de intensa demanda no
ultramar, recebeu seu impulso da queda
de pro dução haitiana, po rém o açúcar
ganhou a corrida da mono cul tura e, em
1862, Cuba viu-se obrigada a importar
café. Um membro dile to da ‘sacaro cracia’
cuba na chegou a escrever sobre as
‘profundas vantagens que se podem tirar
da desgraça alheia’. À rebelião haitiana
suce de ram os preços mais fabulo sos da
história do açú car no mercado euro peu, e,
em 1806, Cuba já tinha duplicado, ao
mesmo tempo, os en genhos e a produti -
vidade.”
(Eduardo Galeano. As veias abertas da
América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Adaptado.)
� (MACKENZIE – MODELO ENEM) – “E
se a lição foi aprendida a vitória não será vã.
Nesse Brasil holandês tem lugar para
português e para o Banco de Amsterdam.”
(Chico Buarque e Rui Guerra. Cababar.)
Indique a alternativa que justifica o texto
relativo às Invasões Holandesas no séc. XVII.
a) Após a vitória holandesa, os senhores de
engenho continuaram a resistência, sem
jamais aceitar o novo dominador.
b) A administração de Nassau, marcada pela
intolerância religiosa, desencadeou a
violenta resis tência dos colonos.
c) Negros e índios não participaram das lutas
contra os invasores holandeses.
d) A Companhia das Índias ofereceu créditos,
liber dade religiosa e proteção aos colonos,
que aos poucos retornaram aos engenhos
e à produção.
e) Os holandeses não conseguiam dominar
Pernam buco, nem conseguiam aliados
entre os nativos, sofrendo duros revezes.
Resolução
A política adotada pela Companhia das Índias
Ocidentais em relação ao Brasil holandês somen -
te corresponde ao explicitado na alter nativa d
se consi derarmos o Período Nassoviano
(1637-44). Antes e depois disso, o que houve
foi uma postura de exploração e de arrocho
econômico.
Resposta: D
� (FATEC – MODELO ENEM) – “Guerreado
por Madri e pela Holanda, posto em qua -
rentena pela Santa Sé, Portugal busca o apoio
de Lon dres, preferindo à aliança com os dis -
tan tes here ges à as sociação com os vizinhos
católicos. Dando se guimento a vários tratados
bilaterais, os portu gueses fa cilitam o acesso
dos mercadores e das mercadorias inglesas às
zonas sob seu controle na Ásia, África e
América.”
(L.F. de Alencastro. A economia política dos
descobrimentos. In A. Novaes (org.). A descoberta
do homem e do mundo. São Paulo: Cia. das Letras,
1998, p. 193.)
O trecho do texto de Alencastro refere-se
a) ao período inicial da expansão marítima
portu guesa, no qual as rivalidades com a
Espanha em torno da partilha da América
levaram a uma apro ximação diplomática
entre Portugal e Inglaterra.
b) à época da Restauração, que se seguiu à
união di nás tica entre as monarquias
ibéricas e que obrigou a Coroa Portuguesa
a en frentar tropas espanholas na Europa e
holan desas na África e na América.
c) à época napoleônica, que acabou por
definir o início da aproximação diplomática
de Portugal com a Inglaterra, em virtude da
articulação franco-espanhola que ameaçava
as colônias portuguesas na América.
d) ao período de Guerras de Religião, durante
o qual a monarquia portuguesa, por aproxi -
mar-se dos calvinistas ingleses, passou a
ser enca rada com suspeitas pelo poder
pontifício.
e) à época das primeiras viagens portuguesas
às Ín dias, quando muitas expedições foram
or gani zadas em conjunto por Inglaterra e
Portugal, o que alijou holandeses e es -
panhóis das atividades mercantis reali -
zadas na Ásia.
Resolução
A União Ibérica (1580-1640) terminou quando
da Res tauração Portuguesa, com a ascensão
da Dinastia de Bragança. Nessa ocasião,
Portugal teve de lutar contra a Espanha (que
não queria reconhecer a eman cipação lusa) e
contra a Holanda, que invadira diversas colô -
nias portu guesas, entre elas o Brasil e An gola.
Resposta: B 
Vômito-negro: febre amarela.
Exercícios Resolvidos
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 8
9HISTÓRIA
� (UFV) – Durante a segunda metade do século XVII, os
portugueses perderiam grande parte do controle do comércio
do Oriente e das rotas do Oceano Índico para os holandeses,
que, por sua vez, logo se veriam superados pelos ingleses.
Holandeses e ingleses deviam seu sucesso à capacidade de
organizar e financiar seus empreendimentos simultaneamente
militares e comerciais.
a) Qual o principal instrumento de política colonial dos holan de -
ses e ingleses?
b) Aponte um evento que indique os desdobramentos da con -
cor rência entre as grandes potências na América Portugue -
sa.
RESOLUÇÃO:
a) As companhias de comércio.
b) A decretação dos Atos de Navegação pela Inglaterra.
� O que foi a Guerra do Açúcar?
RESOLUÇÃO:
Conflitos em que a Holanda buscou apoderar-se das regiões
produtoras de açúcar no Nordeste brasileiro. 
� Assinale a alternativa correta.
I. A grande propriedade inexistiu nas áreas coloniais dos
chama dos não ibéricos.
II. As colônias franco-holandesas não exploraram nenhuma
forma de escravidão. 
III. A Guiana foi a única porção territorial que os holandeses
toma ram de Portugal.
a) Se todas estiverem corretas.
b) Se todas estiverem incorretas.
c) Se I e II estiverem corretas.
d) Se I e III estiverem corretas.
e) Se II e III estiverem corretas.
RESOLUÇÃO:
I. Falso, pois Inglaterra, França e Holanda desenvolveram colônias
de exploração com latifúndios.
II. Falso, pois franceses e holandeses se utilizaram da escravidão
para a exploração colonial.
III. Falso, pois os holandeses também tomaram posse de Pernam -
buco, no século XVII.
Itens falsos: I, II e III.
Resposta: B
� Assinale a alternativa correta.
I. Os holandeses chegaram a se estabelecer na região do Rio
Hud son.
II. As companhias de comércio holandesas eram pacíficas em -
presas mercantis. 
III. O Ato de Navegação, de Cromwell, ani qui lou a supremacia
marítima flamenga.
a) Se todas estiverem corretas.
b) Se todas estiverem incorretas.
c) Se I e II estiverem corretas.
d) Se I e III estiverem corretas.
e) Se II e III estiverem corretas.
RESOLUÇÃO:
II. Falso, pois as companhias holandesas não agiram pacifi ca -
mente durante todo período colonial, entrando em conflito com
portugueses, espanhóis e ingleses.
Itens verdadeiros: I e III.
Itens falsos: II.
Resposta:D
Exercícios Propostos
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 9
10 HISTÓRIA
� (FUVEST – MODELO ENEM) –
Este quadro, pintado por Franz Post por volta de 1660, pode
ser corretamente relacionado
a) à iniciativa pioneira dos holandeses de construção dos
primeiros engenhos no Nordeste.
b) à riqueza do açúcar, alvo principal do interesse dos
holandeses no Nordeste.
c) à condição especial dispensada pelos holandeses aos
escravos africanos.
d) ao início da exportação do açúcar para a Europa por
determinação de Maurício de Nassau.
e) ao incentivo à vinda de holandeses para a consti tuição de
pequenas propriedades rurais.
RESOLUÇÃO: 
A União Ibérica (1580-1640) fez com que Portugal rompes se
relações com a Holanda, que até então comercia li za va o açúcar
brasileiro, mas se encontrava em guerra com a Espanha. Em
consequência, a Com pa nhia das Índias Ocidentais, formada por
capitais ho landeses, atacou o Nordeste brasileiro, principal re gião
produtora de açúcar. Durante a dominação holandesa em
Pernambuco, ocorreu a administração de Maurício de Nassau
(1637-1644), que trouxe para o Brasil o pintor Franz Post, autor da
tela reproduzida na questão.
Resposta: B
� (MACKENZIE) – “(...) o número de refinarias, na Holanda,
passara de 3 ou 4 (1595) para 29 (1622), das quais 25
encontravam-se em Amsterdã, que se transformara no grande
centro de refino e distribuição do açúcar na Europa.”
(Elza Nadai e Joana Neves.)
A respeito do aumento de interesse, por parte dos holandeses,
não apenas na refinação do açúcar brasileiro, mas também no
transporte e distribuição desse produto nos mercados
europeus, acentuadamente no século XVII, é correto afirmar
que:
a) com a União Ibérica (1580-1640), os holandeses desejavam
conquistar militarmente o litoral nordestino para obter postos
estratégicos na luta contra a Espanha.
b) a ocupação de Salvador, em 1624, por tropas flamengas, foi
um sucesso, do ponto de vista militar, para diminuir o poderio
de Filipe II, rei da Espanha.
c) a criação da Companhia das Índias Ocidentais foi responsável
pela conquista do litoral ocidental da África, do nordeste
brasileiro e das Antilhas, visando obter mão de obra para as
lavouras antilhanas.
d) o domínio holandês, no nordeste brasileiro, buscava garantir
o abastecimento de açúcar, controlando a principal região
produtora, pois foi graças ao capital flamengo, que a empresa
açucareira pode ser instalada na colônia.
e) a Companhia das Índias Ocidentais, em 1634, na luta pela
conquista do litoral nordestino, propõe a proteção das
propriedades brasileiras submetidas à custódia holandesa,
porém, em troca, os brasileiros não poderiam manter sua
liberdade religiosa.
RESOLUÇÃO:
Os holandeses invadiram duas vezes o Nordeste Brasileiro:
Salvador (1624-25), centro administrativo; e Pernambuco (1630-
54), centro produtor de açúcar. Tinha por objetivo garantir os
investimentos flamengos na agroindústria do açúcar, devido à
proibição espanhola (União Ibérica) do comércio entre Portugal e
a Holanda.
Resposta: D
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 10
11HISTÓRIA
1. A conquista da América
Da fase inicial de exploração do novo continente
pelos espanhóis, destacam-se as conquistas de Porto
Rico, em 1508, por Juan Ponce de León; Jamaica, em
1509, por Juan Esquivel; Cuba, em 1511, por Diego
Velázquez. Também sobressaem a descoberta do
Oceano Pacífico, em 1513, por Vasco Núñez Balboa; no
mesmo ano, a navegação da Bacia do Mississippi, por
Juan Ponce de León; o descobrimento do Rio da Prata,
em 1516, por Juan Días de Solis; a primeira viagem de
circum-navegação da Terra, de 1519 a 1522, iniciada por
Fernão de Magalhães e concluída por Sebastián del
Cano.
Aos europeus e espanhóis interessava mesmo a
conquista de áreas com metais preciosos e, nesse
aspecto, a Espanha foi privilegiada na conquista da
América.
Entre 1519 e 1521, Fernão Cortês, contando com a
supremacia bélica, dominou o Império Asteca (México),
garantindo para a Espanha o envio de imensas
quantidades de metais preciosos.
O controle das minas de metais preciosos no Novo
Mundo não cessava somente com essas conquistas.
Entre 1531 e 1533, Francisco Pizarro e Diego de
Almagro conquistaram o Império Inca (Peru), fundando,
em 1535, a Ciudad de los Reyes, atual Lima.
Além das ricas regiões mineradoras, a Espanha
dominou El Salvador e Guatemala (1523 a 1524),
Honduras (1524 a 1526), Califórnia (1532) e Bolívia (1538
a 1544).
A conquista militar e religiosa (ação da Companhia
de Jesus) desestruturou a cultura religiosa e sua
organização econômica, atingindo até a sua integridade
física.
2. A administração 
espanhola na América
As terras americanas eram consideradas proprie -
dade pessoal dos reis es pa nhóis. Assim, a admi nis tra ção
seguiu um rígido esquema, determinado pela Coroa.
Durante a fase de conquista europeia, grandes ex -
ten sões de terras eram entregues aos chefes conquis -
tadores, que eram denominados adelantados e
possuíam autonomia de poder dentro do território.
Páginas do catecismo para índios, do frei Pedro de Gante.
Com a descoberta das minas de prata e ouro, a
Coroa Es panhola, fortalecida, retirou a inde pen dên cia
dos ade lan tados e redefiniu a adminis tração da América.
A subdivisão do território da América Espanhola en -
con trou sua forma definitiva no século XVIII, como segue:
• Vice-Reinos: No va Espanha, cria do em 1535,
compre en dendo o oeste do atual território norte-ame -
ricano, o México e parte da América Central; Peru, criado
em 1543, formado pelos atuais Peru e parte da Bolívia;
Nova Granada, criado em 1717, abrangendo os atuais
Equador, Panamá e Colômbia; Rio da Prata, criado em
1776, composto pelos atuais territórios da Argentina, do
Paraguai, do Uru guai e parte da Bolívia.
• Capitanias-Gerais: Cuba, Guatemala, Venezuela
e Chile.
Órgãos administrativos
No século XVI, a Espanha já organizava os órgãos que
controlariam, a partir da Europa, as possessões ameri ca nas.
Em 1503, foi criada a Casa de Contratação, com a
tarefa de fiscalizar a exploração colonial e impedir o con -
trabando, por meio da contagem e registro das riquezas
coloniais. Origi nalmente, as funções reservadas à Casa
de Contratação eram comerciais. Durante o reinado de
Felipe II, ela passou a ter um papel meramente fisca -
lizador das áreas coloniais, ficando subordinada ao Con -
selho das Índias, criado em 1524 por Car los V. Esse
órgão passou a controlar os assuntos re lativos à Amé -
rica, tais como no meação de vice-reis, capi tães-ge rais e
Au diências, além de fun cio nar como tri bunais de apela -
ção para os colo nos e fazer as leis para a América.
Durante o reinado de Felipe II, o Conselho das Índias foi
submetido ao próprio rei, esva ziando-se o seu poder.
47 Colonização espanhola
Palavras-chave:
• Vice-reinos 
• Casa de contratação 
• Frotas anuais/porto único
C4_1a_HISTORIA_JR_2022.qxp 13/05/2022 14:45 Página 11
12 HISTÓRIA
Os responsáveis pela realização de sindicância sobre
os funcionários espanhóis na América eram os Juízes
de Resi dência, enquanto os Visitadores eram encarre -
gados de fa zer inspeções não previstas regularmente e
que eram defi ni das em razão das necessidades da
Coroa, como ve rificar a ocor rência de abusos ou fazer
reformas ad mi nis trativas.
A maior autoridade executiva da América, escolhida
dentro da nobreza, eram os vice-reis. Eram represen tan -
tes diretos da Coroa Espanhola que monopolizavam as
funções militares, judiciais (presidente da Audiência da
capital do vice-reino), fiscais (membro do Tribunal de Con -
tas), administrativas (distribuir reparti mi en tos, doar
terras), religiosas (autoridade da Igreja das Índias) e finan -
 ceiras (presi dente da Junta da Fazenda Colonial). Fun ção
semelhante à do vice-rei era exe r ci da pelos capi tães-ge -
rais, que governavam as capitanias-gerais e cons ti tuíam
a au to ridade executiva máxima nessas áreas.
Na América, os principais órgãos administrativos
eram representados pelas Audiências e Cabildos.
Apartir de 1526, as chamadas Audiên cias, que cor -
res pon diam aos tribunais de justiça criados na Espa nha,
foram trans plantadas para a Amé rica; ficavam subordi na -
das ao Conselho das Índias e repre sentavam a justiça
real em todo o território colonial. Os critérios de implan -
tação das audiências no continente americano foram ba -
seados na concen tra ção demo gráfica e na im portância
econômica das regiões. Eram representadas pelos
ouvidores (no mea dos pelo rei e com função vita lícia) e,
em bora con sistissem em poder local, não se tratava de
um poder limitado, na me dida em que aos ouvidores
cabia, entre outras ta refas, a de fiscalizar os vice-reis. As
Audiên cias mais importantes, na América, foram as do
México, Lima, Guatemala, Bogotá, Quito, Santiago do
Chile e Bue nos Aires. 
Os Cabildos ou Ayuntamientos correspondiam às
Câmaras Municipais. Cons tituíam o poder político local e
gozavam de autonomia em relação à Espanha. Formados
pela elite local, eram responsáveis pela política, pela
administração e, também, pela eleição de uma autori -
dade política e judiciária, conhecida como alcaide.
Todo esse aparelho burocrático montado pela Coroa
tinha por finalidade im pe dir o contrabando, garantir a
manu ten ção do monopólio comercial e da co brança de
im postos, o que levaria, consequentemente, ao seu
próprio fortale ci mento.
Entre os impostos cobrados pela Espanha na
América, figuravam: o taxado sobre o comércio externo
e interno, por vias marítimas, denominado almoja ri -
fazgo; sobre a extração mineral, denominado quinto;
sobre a circulação de mercadorias e sobre índios em
idade adulta, aptos a trabalhar, chamado al cavala; e o de
proteção aos galeões que faziam o comércio entre
Espanha e Amé rica, denominado avería.
Além dos impostos, a Espanha adotou, como meio
de manter um rígido fiscalismo sobre a América, o
sistema de portos únicos. Na Espanha, o porto comercial
ficava em Sevilha e, posteriormente, foi trans ferido para
Cádiz. Na América, os portos autorizados a realizar
importações e ex por tações foram fixados no Panamá
(Porto Belo), no Mé xi co (Vera Cruz), na Colômbia
(Cartágena) e em Cuba (Havana).
O poder eclesiástico completava a administração co -
lonial. Para que se efetivasse o processo de colonização
foram criadas as missões ou reduções, para a evange li -
zação dos nativos. A partir de 1571, foram montados os
Tribunais do San to Ofício da Inquisição, para perse -
guir e punir os hereges.
Colombo e 
os reis católicos.
Monopólio: exclusividade.
C4_1a_HISTORIA_JR_2021.qxp 03/06/2021 23:06 Página 12
13HISTÓRIA
3. A estrutura social e a
mão de obra
Quanto à estrutura social, havia profundas diferen -
ças entre as classes sociais, com relação aos nascidos
na Espa nha e aos nascidos na América. Pode mos iden -
tificar, cla ra mente, quatro grupos: chapetones ou
guachupines, bran cos nascidos na Espanha que, na
América, ocu pavam os car gos burocráticos da adminis -
tração; criollos, brancos nascidos na América que,
apesar de constituírem a elite eco nô mica local,
estavam impedidos de assumir cargos su periores
dentro da admi nistração; mestiços, resultado da mis -
cigenação de brancos e indí genas, que de sem penha -
vam funções como as de capata zes e artesãos; e
escravos ne gros, que, trazidos da África, eram
utilizados em várias ati vidades.
O grupo indígena era majoritário e constituía a
base de sustentação da economia colonial. Eram
consi dera dos vassalos do rei e sobre eles recaía a
tarefa mais árdua: trabalhar para fortalecer o Império
Espanhol. Eram obriga dos a pagar impostos, e o
pagamento era feito com tra balho compulsório. Uma
das formas de paga mento era a encomienda,
segundo a qual era dado ao colonizador o direito de
posse sobre um território e os indígenas que nele se
encontravam; esses indígenas, para permane cerem no
território, pagavam tributos sob a forma de trabalho e,
em troca, recebiam a catequese. Outra forma de
imposto era o reparti mien to, instituído pela Coroa
para a construção de grandes obras públicas ou para a
exploração de regiões ricas, como minas e grandes
lati fúndios; consistia no recru ta mento de massas
indígenas, que era feito, geralmente, por sorteio, e,
em troca do trabalho, o indígena recebia um salário.
Esse fato, porém, não significa que se tratava de
relações capi talistas de trabalho, pois este era
compulsório e asseme lhava-se à mita e ao cuate quil,
instituições, respec ti vamente, incaica e asteca, que
foram formas de exploração de trabalho exercidas
pelas elites dessas civilizações.
Manuscrito espanhol
do século XVI mos -
trando a exploração no
México.
� (MODELO ENEM) – Sobre a implementa -
ção do sistema colonial espanhol na América,
temos as seguintes asserções: 
I. A Casa de Contratação era a instituição res -
ponsável por todas as questões coloniais,
fossem de natureza judicial, legislativa,
mili tar ou ecle siástica.
II. O Conselho das Índias era uma importante
instituição, pois estava incumbida de cen -
tralizar a administração das colônias; por -
tanto, com petia a essa a suprema autori -
dade sobre todas as ques tões coloniais,
fos sem de natureza judicial, legislativa,
militar ou eclesiástica.
III. A Casa de Contratação tinha como função
central a organização do comércio, o reco -
lhimento de impostos e a fiscalização
dessas áreas.
Dessas afirmações, está(ão) correta(s)
a) apenas I. b) apenas II.
c) apenas III. d) I e II somente.
e) II e III somente.
Resolução
A afirmativa I está incorreta, porque a Casa de
Contratação era responsável pelo controle do
comércio colonial para impedir o contrabando. 
Resposta: E
� (UNESP – MODELO ENEM) – "(...) desde
o começo até hoje a hora presente os espa -
nhóis nunca tiveram o mínimo cuidado em
procurar fazer com que a essas gentes fosse
pregada a fé de Jesus Cristo, como se os
índios fossem cães ou outros animais: e o que
é pior ainda é que o proibiram expres sa mente
aos religiosos, causando-lhes inumeráveis
aflições e perseguições, a fim de que não
pregassem, porque acreditavam que isso os
impediria de adquirir o ouro e riquezas que a
avareza lhes prometia." 
(Frei Bartolomeu de Las Casas.
Brevíssima relação da des truição das Índias, 1552.)
No contexto da colonização espanhola na
América, é possível afirmar que 
a) existia concordância entre colonizadores e
missionários sobre a legitimidade de
sujeitar os povos indígenas pela força.
b) os missionários influenciaram o processo
de con quista para salvar os índios da cobiça
espa nhola. 
c) colonizadores, soldados e missionários
respeitavam os costumes, o modo de vida
e a religião dos povos nativos. 
d) os padres condenavam as atitudes dos
soldados porque pretendiam ficar com as
riquezas das terras descobertas.
e) os missionários condenavam o uso da
força e propunham a conversão religiosa
dos povos indí genas.
Resolução
O texto reflete o choque – frequente na América
Es pa nhola e também na América Portuguesa –,
entre os mis sionários católicos (notadamente
jesuítas) e os con quis tadores espanhóis, acerca da
forma de tratar os in dí genas para incorporá-los
ao processo colo nizador. Resposta: E
Exercícios Resolvidos
Latifúndio: grande propriedade rural.
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14 HISTÓRIA
� “A espada, a cruz e a fome dizimaram a família selvagem”.
A propósito dos versos do poeta chileno Pa blo Neruda, comen -
te os efeitos da colonização para os indígenas da América.
RESOLUÇÃO:
Conquista e subordinação dos povos ameríndios; destruição da
sua cultura e modo de vida; imposição de valores cultu rais
europeus.
� (UNESP) – As epidemias provocadas pelos contatos entre
europeus e povos autóctones da América
a) demonstraram o risco da expansão territorial para áreas
distantes e determinaram o imediato desenvolvimento de
vacinas.
b) representaram uma espécie de guerra biológica que afetou,
ainda que de forma desigual, conquistadores e conquistados.
c) provocaram a interdição, pelas cortes europeias, da
circulação de mulheres grávidas entre osdois continentes.
d) foram utilizadas pelos nativos para impedir o avanço dos
europeus, que contraíram doenças tropicais, como a febre
amarela e a malária.
e) levaram à proibição, pelas cortes europeias, do contato
sexual entre europeus e nativos, para impedir a propagação
da sífilis.
RESOLUÇÃO:
A baixa imunidade dos nativos às moléstias trazidas pelos
europeus provocou inúmeras mortes entre os primeiros. Esse fator
biológico veio a ser utilizado por espanhóis e portugueses como
um recurso de guerra destinado a quebrantar a resistência inimiga. 
Resposta: B
� (UNESP) – “A instalação de uma Igreja poderosa,
dominadora e próxima dos autóctones” contribuiu para a
dominação espanhola e portuguesa da América, uma vez que
os religiosos
a) mediaram os conflitos entre grupos indígenas rivais e
asseguraram o estabelecimento de relações amistosas
destes com os colonizadores.
b) aceitaram a imposição de tributos às comunidades
indígenas, mas impediram a utilização de nativos na
agricultura e na mineração.
c) toleraram as religiosidades dos povos nativos e assim
conseguiram convencê-los a colaborar com o avanço da
colonização.
d) rejeitaram os regimes de trabalho compulsório, mas
estimularam o emprego de mão de obra indígena em obras
públicas.
e) desenvolveram missões de cristianização dos nativos e
facilitaram o emprego de mão de obra indígena na empresa
colonial.
RESOLUÇÃO:
A catequese dos indígenas pela Igreja Católica resultou em um
processo de aculturação que, além de facilitar a submissão dos
nativos aos europeus, contribuiu para inseri-los na empresa
colonizadora como mão de obra compulsória e de baixo custo. 
Resposta: E
� ”O encontro entre o Velho e o Novo Mundo,
que a descoberta de Colombo tornou pos -
sível, é de um tipo muito particular: é uma
guerra — ou a Conquista —, como se dizia então. E um
mistério continua: o resultado do combate. Por que a vitória
fulgurante, se os habitantes da América eram tão superiores
em número aos adversários e lutaram no próprio solo? Se nos
limitarmos à conquista do México — a mais espetacular, já
que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo pré-
colombiano — como explicar que Cortez, liderando centenas
de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma,
que dispunha de centenas de milhares de guerreiros?” 
(TODOROV. T. A conquista da América. 
São Paulo: Martins Fontes. 1991. Adaptado.) 
No contexto da conquista, conforme análise apresentada no
texto, uma estratégia para superar as disparidades levantadas
foi 
a) implantar as missões cristãs entre as comunidades
submetidas. 
b) utilizar a superioridade física dos mercenários africanos. 
c) explorar as rivalidades existentes entre os povos nativos. 
d) introduzir vetores para a disseminação de doenças
epidêmicas. 
e) comprar terras para o enfraquecimento das teocracias
autóctones. 
RESOLUÇÃO:
A utilização das rivalidades entre os povos nativos da América para
conseguir aliados na luta contra grupos dominantes (astecas, no
caso citado), pelos colonizado res europeus, foi um recurso para
minimizar a inferio ridade numérica dos atacantes em relação à
população nativa. 
Obs. A referência da alternativa D sobre o emprego de agentes
biológicos para provocar doenças e debilitar a resistência dos
nativos não pode ser aplicada à conquista do Império Asteca pelos
espanhóis, tendo em vista a rapidez com que esse processo se
consumou (1519-1521). 
Resposta: C
Exercícios Propostos
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15HISTÓRIA
1. Introdução
“A História da África é importante para nós,
brasilei ros, porque ajuda a explicar-nos. Mas é
importan te também por seu valor próprio e porque nos
explica o grande continente que fica em nossa fronteira
leste e de onde proveio quase metade de nossos
antepassados. Não pode continuar o seu estudo
afastado de nossos currículos, como se ela fosse
matéria exótica. O obá do Benin ou o angola a quiluanje
estão mais próximos de nós do que os reis da França.”
(Alberto da Costa e Silva. Os estudos de história da África e sua
importância para o Brasil. Palavras na abertura da II Reunião
Internacional de História de África.)
2. Política e sociedade
No continente africano surgiram diferentes formas
de organização sociopolítica, que variavam de grandes
impérios a pequenos vilarejos. Mas, mesmo com essa
diversidade de estruturas políticas, todas possuíam a
mesma unidade básica: a família. Reunindo parentes e
agregados, a família era subordinada ao chefe,
geralmen te o homem mais velho e sábio. 
Várias famílias agrupadas formavam uma aldeia, que
se dispunha à autoridade de um chefe. Esse chefe era
responsável pela justiça e pela distribuição de terras, e
também liderava os guerreiros em combate. Para tomar
suas decisões, o chefe de aldeia contava com um
conselho formado pelos líderes das famílias que faziam
parte da aldeia.
Diferentes aldeias podiam se reunir, formando uma
confederação liderada por um conselho de chefes, que
tomavam decisões em conjunto. Entretanto, caso da
reunião de aldeias surgisse um único líder, com
autoridade sobre todos os demais chefes, ocorreria a
formação de um reino (ou império).
Por fim, cabe destacar a existência de grupos nôma -
des nos desertos e áreas florestais, além das diversas
cidades independentes e fortificadas, cercadas por
paliçadas ou muralhas, espalhadas pelo continente.
3. Reinos
Nilo
Egito Antigo (séc. XXX – I a.C.)
• Política: império teocrático.
• Economia: agricultura (rio Nilo); comércio;
artesa nato.
• Religião: politeísta; antropozoomórfica; mumifi -
cação.
• Destaque: arquitetura (pirâmides e templos);
escrita (hieróglifos).
• Decadência: invasões (romanos).
Kush (séc. XVIII a.C. – IV)
• Política: monarquia eletiva.
• Economia: agricultura; comércio; artesanato;
pecuária; mineração (ouro).
• Religião: politeísta.
• Povo: kushita.
• Destaque: no séc. VIII a.C., os kushitas conquis ta -
ram o Egito e reinaram por cem anos; arquitetura
(pirâmides).
• Decadência: invasão e conquista pelo Reino de
Axum.
48
África I – Origens e
características gerais
Palavras-chave:
• Tribos • Agricultura 
• Comércio • Diversidade
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16 HISTÓRIA
Sudaneses
Gana (séc. IV – XIII)
• Política: monarquia centralizada.
• Economia: comércio (tecidos e noz-de-cola),
mineração (ouro) e agricultura.
• Religião: religião tradicional africana; islamismo.
• Povos: soninquês; mandingas ou diulas.
• Destaque: era conhecida, desde o século VIII,
como “a terra do ouro”.
• Decadência: ascensão do Reino do Mali.
Mali (séc. XI – XVI)
• Política: monarquia descentralizada, abarcando
diferentes reinos e aldeias.
• Economia: mineração (ouro), comércio, agricult -
ura, pecuária e artesanato.
• Religião: religião tradicional africana; islamismo.
• Povos: mandingas; jalofos, sereres, tucolores e
fulas (Senegal); bambaras e soninquês (Níger);
malinquês; queitas.
• Destaque: Mansa Musa, entre 1324 e 1326, fez
uma peregrinação a Meca, levando 60 mil servos,
100 camelos e gigantescas quantidades de ouro;
em 1337, a cidade de Timbuktu (ou Tombuctu),
capital de seu império, se transformou num centro
islâmico de estudos.
• Decadência: disputas internas.
Songai (séc. XV – XVI)
• Política: monarquia centralizada.
• Economia: mineração (ouro), comércio (produtos
agrícolas e escravos) e agricultura (arroz, sorgo e
milhete).
• Religião: religião tradicional africana; islamismo.
• Povo: songai.
• Destaque: Soni Ali, em meados do século XV, fez
o Império Songai atingir seu auge territorial e eco -
nômico (agricultura e comércio).
• Decadência: invasão marroquina
Mansa Musa – Atlas Catalão, 1375.
Savanas e florestas
Ifé (séc. VI – XVI)
• Política: monarquia divina.
• Economia: mineração (ouro), comércio (marfim,
noz-de-cola, sal, pimenta, inhame, vidro, peixe
seco, dendê, goma e escravos), agricultura e
metalurgia (ferro e bronze).
• Religião: religião tradicional africana.
• Povo: edo, ibo, nupe, ijó, igala e iorubá.
• Destaque:centro religioso da região; imagens
em bronze e ferro, hoje consideradas obras de
arte, narram a história desse reino.
• Decadência: concorrência comercial da costa
atlântica.
Benin (séc. XII – XIX)
• Política: monarquia.
• Economia: comércio (dendê, pimenta, marfim e
escravos; usavam como moeda pedaços de cobre
e ferro, além de búzios), agricultura (inhame,
melão, feijão, pimenta e algodão), metalurgia
(ferro e bronze) e artesanato (marfim).
• Religião: religião tradicional africana.
• Povo: edos.
• Destaque: exército profissional e uso de
fortificações para defesa.
• Decadência: invasão britânica em 1896-1897.
Oyo (séc. XIV – XIX)
• Política: monarquia. 
• Economia: comércio (sal, couro, cavalos, noz-de-
cola, marfim, tecidos e escravos), metalur gia
(ferro) e artesanato (couro).
• Religião: religião tradicional africana.
• Povo: iorubá.
• Destaque: exército profissional.
• Decadência: invasão britânica em 1896.
África Oriental
Axum (séc. I – X)
• Política: monarquia. 
• Economia: mineração (ouro, esmeraldas e ferro);
comércio (marfim, cascos de tartaruga, produtos
agrícolas, sal, seda e especiarias), com rotas
marítimas e terrestres, interligando Axum com a
Índia, China, Egito, Mesopotâmia, Síria e Bizâncio;
agricultura (trigo e cevada); pecuária (gado bovino,
ovelhas e camelos).
• Religião: politeísmo árabe e judaísmo (até o séc.
IV); cristianismo (após o séc. IV).
• Povo: abissínios, kushitas, kunamas e naras. 
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17HISTÓRIA
• Destaque: primeiro reino africano a cunhar moe -
das; acreditavam ser descendentes de Salomão e
da rainha de Sabá.
• Decadência: expansão islâmica.
Grande Zimbábue (séc. XI – XVI)
• Política: monarquia.
• Economia: comércio (cerâmica, produtos agríco -
las, cobre, sal, ouro e marfim, tecidos, porcelana
e vidro), com rotas marítimas e terrestres interli -
gando o Grande Zimbábue com a Índia, China,
Síria e Pérsia; agricultura; pecuária; mineração;
artesanato (escultores e tecelões).
• Religião: religião tradicional africana.
• Povo: xonas.
• Destaque: construções de muralhas de blocos de
granito, com mais de 10m de altura, que cerca -
vam as moradias dos governadores.
• Decadência: diminuição das águas do rio Save;
infestação da mosca tsé-tsé; crescimento popula -
cional; esgotamento do solo e dos animais de caça.
África Centro-ocidental
Congo (séc. XIV – XIX)
• Política: monarquia eletiva;
• Economia: comércio (produtos agrícolas, sal,
tecidos de algodão e de ráfia e escravos); agricul -
tura (coco, banana, dendê, sorgo, milhete, inhame
e noz-de-cola); criação de animais (porcos, cabras
e galinhas); mineração e artesanato (cestarias,
ferreiros e tecelões).
• Religião: religião tradicional africana; cristianismo.
• Povo: congos.
• Destaque: utilizavam búzios como moeda.
• Decadência: dominação portuguesa (1857).
4. Economia
Desde a Antiguidade, o continente africano possuía
uma economia complexa e dinâmica. Com o processo
de sedentarização, a agricultura e a criação de animais
progrediram extraordinariamente. A necessidade de
armazenamento do excedente de produção estimulou
a fabricação de objetos de cerâmica, e a metalurgia
acom panhou esse desenvolvimento. Um considerável
siste ma de trocas comerciais, tanto interno (via Saara,
ligando o Sahel e o Magreb) como externo (via Mediter -
râneo, Índico e Atlântico), foi estabelecido, tendo como
suas bases a mineração, a produção de sal e de víveres
(gêneros alimentícios), além da escravidão.
Agricultura e pastoreio
Produtos agrícolas típicos do continente eram:
banana, sorgo, milhete (milho de grãos miúdos),
inhame, trigo e cana-de-açúcar. O contato com os
europeus (via Atlântico) e com a Ásia (via Índico)
resultou na introdução do cultivo de novas espécies,
nativas do Oriente e das Américas, como frutas
cítricas, tomate, cebola, tabaco, mandioca, amendoim,
batata-doce, assim como certas variedades de milho e
inhame que acabaram diversifi cando e, em alguns
lugares, até revolucionando as práticas agrícolas.
A pecuária também fazia parte da economia básica
das populações africanas antigas. Os tipos de gado eram
o bovi no (das raças zebu e sanga, mais adaptados ao cli -
ma seco e quente), o asinino (burros), o equino (cavalos)
e os camelos, usados no transporte de cargas pesadas
em longas distâncias. Esses animais eram criados em
grandes estábulos, no interior das aldeias ou dentro das
muralhas das cidades.
Cabe ainda destacar que nas áreas litorâneas,
assim como naquelas que contam com lagos (como o
Chade, o Tanganica e o Vitória) e rios (como o Nilo e o
Níger), a pesca foi uma importante atividade
econômica.
Comércio
Interno
Rotas de comércio interligavam diferentes regiões:
o Saara, a África Ocidental e Oriental, o interior e áreas
do Transvaal, formando de uma maneira dinâmica uma
intrincada rede mercantil.
“Os nômades, senhores do deserto, foram muito
beneficiados pelo comércio transaariano, pois as
caravanas levavam-lhes cereais e tecidos em troca de
carne, sal e água. Assim, os nômades e os povos
seden tários complementavam-se. As caravanas
necessitavam de guias na imensidão do Saara; estes
lhes eram fornecidos pelos nômades, que conheciam as
rotas e eram pagos a preço de ouro. 
(Djibril Tamsir Niane. Relações e intercâmbios entre as várias regiões.
In Djibril Tamsir Niane (edit.). História geral da África, vol. IV. 
Brasília: UNESCO, 2010, p. 699.)
Ruínas das muralhas do Grande Zimbábue.
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18 HISTÓRIA
Externo
No mar Mediterrâneo transitavam produtos e
mercadorias vindos da Europa para o norte do continente
africano e, no sentido oposto, navios carregados partiam
dos portos africanos em direção ao Velho Mundo. Esse
trânsito de produtos (como grãos), pessoas e conheci -
mento ocorria desde a Antiguidade, quando fenícios,
gregos, cartaginenses e romanos faziam tal travessia. Já
na Idade Média, o norte da África foi palco da expansão
islâmica, que interligou tal região à Península Arábica,
graças às caravanas de mercadores e aos peregrinos em
direção à Meca. 
A costa oriental da África, desde o Chifre da África
até Sofala, se ligaram, via oceano Índico, a redes de
comércio que se estendiam até a China e a Indonésia,
passando pela Índia e pela Arábia Saudita. Nessa região
circulavam produtos caros e luxuosos, como incenso,
tecidos finos e pedras preciosas, que eram trocados por
marfim, escravos, tecidos, âmbar, pele e penas raras. 
O tran sporte por essas longas distâncias era compen -
satório, já que tais mercadorias alcançavam altos preços
nos mercados de Axum (Etiópia), Cairo e, via Mar
Vermelho, de Constantinopla e Roma.
Já o litoral Atlântico, com a chegada dos portugue -
ses durante o processo de Expansão Marítima (e, mais
tarde, com franceses, ingleses e holandeses), acabou
interligando o continente africano às economias
europeia e americana, com o comércio de ouro,
marfim, pimenta e escravos. Além disso, os
entrepostos portugueses na África serviam como
pontos de apoio para as viagens lusas até os portos
comerciais orientais.
Artesanato e mineração
A produção de cerâmica acontecia em diversos
pontos do continente, servindo o comércio interno e
também as redes comerciais externas. Os povos
africanos da Antiguidade desenvolviam, ainda a
metalurgia (ferro, ouro e bronze) e a produção de vidro.
O sal, produto valorizado no território africano,
devido a sua utilizacão para a conservação de alimentos,
chegava a valer mais que o ouro.
5. Religião e cultura
Religião
As populações africanas acreditavam em um Ser
Supremo que governava o mundo junto com divinda des;
estas agiriam como Seus ministros ou funcionários, que
realizavam Seus desejos e funcionavam como in terme -
diários entre Ele e os homens. Esse sistema de crenças
é chamado por alguns especialistas de politeís mo, en -
quanto outros o definem como um monoteísmo difuso.
Entre aqueles que definem esse sistema de crenças
como politeísta está E. G. Parrinder, em West African
Religion. O autor usaessa definição devido à presença
de vários seres divinos no panteão africano. Já os que
estabelecem a crença dos povos africanos como um
monoteísmo difuso, a exemplo de Bolaji Idowu, em
Olodumare, entendem que as divindades derivam de
uma única e suprema autoridade.
Esse Ser Supremo, criador do universo, teria colo -
cado um espírito em todas as coisas, vivas ou não. Por
essa razão, a religião africana é considerada animista. 
As sociedades africanas antigas cultuavam seus
ancestrais, cujos nomes eram passados de geração em
geração pela tradição oral, e também utilizavam objetos
mágico-religiosos. 
Essa religião tradicional africana manteve-se como o
principal sistema de crenças do continente, mesmo
com a chegada de outras religiões, como o cristianismo
(que perdia adeptos conforme diminuía a extensão do
Império Bizantino, mas sobreviveria na Etiópia, Núbia e
em algu mas partes do Egito, até ser mais tarde
reintrodu zido pelas potências ibéricas durante a
Expansão Marítima) e o islamismo (em expansão desde
o século VII, tendo chegado ao Magreb, Sahel e na
costa Oriental da África).
A cidade de Timbuktu (ou Tombuctu), um grande centro islâmico de
estudos no Mali.
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19HISTÓRIA
Línguas
As diversas línguas faladas no continente podem ser
agrupadas em quatro grandes troncos: afro-asiático; nilo-
saariano; niger-kordofarian (que deu origem ao impor tan -
te conjunto bantu); e o khoisan.
Arte
“Para os africanos que os produzem e utilizam, tais
objetos são insígnias de poder, status e prestígio, são
objetos que tornam os ancestrais presentes, que auxiliam
a manutenção do equilíbrio do mundo, que propiciam a
fertilidade, que apoiam a transmissão da tradição oral.
São, portanto, fundamentais para sua existência.
Eles nunca ou raramente são apenas decorativos ou
estéticos, como grande parte da arte ocidental. Muitas
vezes eles não eram feitos para serem admirados; alguns
nem sequer podiam ser vistos por todos. (...) Tais objetos
têm uma evidente qualidade estética, que inclui noções
de equilíbrio, proporção, simetria – como expresso no
conceito yoruba ojú-onà, que pode ser traduzido como
‘consciência do design’. Os artistas utilizam códigos
reconhecidos por todo o grupo social, que resultam em
características formais e iconografia específicas.
As Máscaras, esculturas e emblemas são objetos
que trazem os ancestrais à presença dos vivos,
auxiliando a manutenção do equilíbrio, garantindo a
prosperidade e fertilidade, orientando as ações dos
indivíduos e da comunidade, explicando e dando sentido
ao mundo. Jogos divinatórios e instrumentos musicais
são outras formas de estabelecer a comunicação entre
vivos e ancestrais ou com as divindades.”
(MAFRO – Museu Afro-Brasileiro. Projeto de Atuação Pedagógica
e Capacitação de Jovens Monitores – Material do Professor.
Universidade Federal da Bahia, 2005.)
Placa de latão mostrando o rei do Benin – século XVI, Reino do Benin.
Cabeça coroada – cobre, século XIV-XV, Reino de Ifé.
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20 HISTÓRIA
� (ESTÁCIO – FMJ) – Sobre a cultura
africana no século pré-expansão marítima,
podemos afirmar:
a) era bastante variada, com cânticos, danças,
sendo um espelho da cultura primitiva
encontrada no Brasil com os indígenas.
b) possuíam reinos organizados, com religiões
diversas, destacando-se as tradições de
origem banta e a presença muçulmana.
c) os reinos de Mali e Songai eram de fatos
tribos atrasadas espa lhadas pelo deserto
do Saara, o que demonstra o atraso
tecnológico do grupo.
d) os africanos criam cânticos para exaltar os
deuses, brancos, que viriam do céu e que
os levaria à salvação, por isso a aceitação
da dominação dos europeus.
e) as disputas entre hutus e haussas que já
ocorria histori camente no século XVI é uma
demonstração da cultura africana subsaari -
ana que, perdida em conflitos, não avançava.
Resolução
Resposta: B
� (UNICAMP) – “A longa presença de
povos árabes no norte da África, mesmo antes
de Maomé, possibilitou uma interação cultural,
um conhecimento das línguas e costumes, o
que facilitou posterior mente a expansão do
islamismo. Por outro lado, deve-se considerar
a superiorida de bélica de alguns povos
africanos, como os sudaneses, que efetivaram
a conversão e a conquista de vários grupos na
região da Núbia, promovendo uma expansão
do Islã que não se apoia na presença árabe.”
(Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica Lopes.
História da África: uma introdução.
Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30.)
Sobre a presença islâmica na África, é correto
afirmar que:
a) O princípio religioso do esforço de conver -
são, a jihad, foi marcado pela violência no
norte da África e pela aceitação do islami -
smo em todo o continente africano.
b) Os processos de interação cultural entre
árabes e africanos, como os propiciados
pelas relações comerciais, são ante riores
ao surgimento do islamismo.
c) A expansão do islamismo na África ocorreu
pela ação dos árabes, suprimindo as crenças
religiosas tradicionais do continente.
d) O islamismo é a principal religião dos povos
africanos e sua expansão ocorreu durante a
corrida imperialista do século XIX.
Resolução
Mera interpretação de texto, pois a alternativa B
parafraseia as afirmações do enunciado.
Todavia, é conveniente lembrar que a arábia
Pré-Islâmica mantinha importantes relações
comerciais com a costa africana do Mar
Vermelho e do Oceano Indico – mas não com
a África do Norte, banhada pelo Mediterrâneo
e dominada sucessivamente por romanos,
vândalos e bizantinos.
Resposta: B
� Considerando os principais contatos comerciais estabe -
lecidos pelos africanos, interna e externamente, indique
a) as principais rotas internas.
b) os principais contatos externos.
c) os principais produtos comercializados.
RESOLUÇÃO:
a) Transaariana e Transvaal.
b) Muçulmanos, indianos e chineses na Costa Oriental; europeus
na Costa Ocidental e Mediterrânea.
c) Cereais, tecidos, carne, sal, ouro, marfim e escravos.
� ”No império africano do Mali, no século XIV,
Tombuctu foi centro de um comércio
internacional onde tudo era negociado – sal,
escravos marfim etc. Havia também um grande comércio de
livros de história, medicina, astronomia e matemática, além de
grande concentração de estudantes. A importância cultural de
Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio:
‘O sal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de
Deus e os tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu’.”
(ASSUMPÇÃO, J. E. “África: uma história a ser reescrita”.
In: MACEDO, J. R. (Org.). Desvendando a história da África.
Porto Alegre: UFRGS. 2008 (adaptado.) 
Uma explicação para o dinamismo dessa cidade e sua
importância histórica no período mencionado era o(a)
a) isolamento geográfico do Saara ocidental
b) exploração intensiva de recursos naturais.
c) posição relativa nas redes de circulação.
d) tráfico transatlântico de mão de obra servil.
e) competição econômica dos reinos da região.
RESOLUÇÃO:
A cidade de Tombuctu, capital do império do Mali, constituiu no
período citado um ponto de importante escala e de convergência
das rotas transaarianas, que ligavam comercialmente o Norte da
África à região do Sahel e, por extensão, à África Equatorial.
Acessoriamente, Tombuctu também realizava a conexão entre a
África Ocidental, o Vale do Nilo e, no limite, o Mar Vermelho e o
Oriente Médio.
Resposta: C
Exercícios Resolvidos
Exercícios Propostos
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21HISTÓRIA
� “A África também já serviu como ponto de
partida para comédias bem vulgares, mas de
muito sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace
Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um
lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A
animação O Rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme
americano ambientado na África, não chegava a contar com
elenco de seres humanos.”
(E. Leibowitz. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê.
Disponível em: http://noticias.uol.com.br.Acesso em: 17 abr. 2010.)
A produção cinematográfica referida no texto contribui para a
constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes.
Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os
seguintes aspectos do continente africano: 
a) A história e a natureza.
b) O exotismo e as culturas. 
c) A sociedade e a economia.
d) O comércio e o ambiente. 
e) A diversidade e a política. 
RESOLUÇÃO:
Os filmes citados enfatizam o exotismo da África, mantendo a
visão etnocentrista ocidental que, desde os primeiros contatos dos
europeus com o Continente Negro, procurou contrastar os povos
locais com os brancos “civilizados”, dentro de uma perspectiva
depreciativa. Ao mesmo tempo, negligenciam a evidência de que
as populações africanas apresentam uma rica variedade de
culturas que não podem ser avaliadas por juízos de valor, já que
refletem um longo processo de construção da própria identidade,
tão digna de consideração quanto a de outros continentes.
Resposta: B
� (IFRN – Adaptado) – Na África Tradicional – nome que se
dá ao período da história africana que antecede a Revolução
Industrial – a solução dos conflitos de terra apresentava
particularidades. 
Segundo um escritor que nasceu e viveu no Mali, 
“[...] todo africano tem um pouco de genealogista e é capaz de
remontar a um passado distante em sua própria linhagem. Do
contrário, estaria como que privado de sua “carteira de
identidade”. No antigo Mali, não havia quem não conhecesse
pelo menos 10 ou 12 gerações de antepassados. [...] A
genealogia é, desse modo, ao mesmo tempo sentimento de
identidade, meio de exaltar a glória da família e recurso em
caso de litígio. Um conflito por um pedaço de terra, por
exemplo, poderia ser resolvido por um genealogista, que
indicaria qual ancestral havia limpado e cultivado a terra, para
quem a havia dado, sob que condições etc.”
(A. Hampaté Bâ. A tradição viva. In J. Ki-Zerbo. (ed.). História Geral 
da África, I: Metodologia e Pré-História da África. 
Brasília: UNESCO, 2010, p. 203-204.) 
A partir da leitura do texto, é possível concluir que, nessa
sociedade, a posse da terra era legitimada 
a) pelos laços familiares mantidos com as antigas dinastias. 
b) pela tradição hereditária familiar, que ignorava os docu -
mentos escritos. 
c) pela identificação étnica reivindicada com os ancestrais. 
d) pelo modelo familiar patrilinear, que regularizava as
sucessões.
RESOLUÇÃO:
O texto exemplifica como o regime de posse de terra na “África
Tradicional” estava muito mais ligado à questões de genealogia e
legado cultural, do que, como no Ocidente, por questões de direito
instituído ou documentos escritos.
Resposta: B
� (FGV) – “Durante a Antigüidade e a Idade Média, a África
per maneceu relativamente isolada do resto do mundo. Em
1415, os portugueses conquistaram Ceuta, no norte do
continente, dando início à exploração de sua costa ocidental.”
(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, 
Toda a História.)
Acerca da África, na época da chegada dos portugueses em
Ceuta, é correto afirmar que
a) nesse continente havia a presença de alguns Estados or -
ganizados, como o reino do Congo, e a exploração de
escravos, mas não existia uma sociedade escra vista.
b) assim como em parte da Europa, praticava-se a ex ploração
do trabalho servil que, com a presença euro peia,
transformou-se em trabalho escravo.
c) a população se concentrava no litoral e o continente não
conhecia formas mais elaboradas de organização política, daí
a denominação de povos primitivos.
d) os poucos Estados, organizados pelos bantos, encon travam-
se no Norte e economicamente viviam da exploração dos
escravos muçulmanos.
e) a escravidão e outras modalidades de trabalho com pulsório
eram desconhecidas na África e foram introduzidas apenas
no século XVI, pelos portugueses e espanhóis.
RESOLUÇÃO:
Embora a África todo compreenda duas partes bastante distintas
(África do Norte e África Ne gra), em ambas, na época mencionada,
existiam Estados orga nizados e havia escravos; mas estes não
cons tituíam a base da força de trabalho e, conseqüen temen te, não
caracterizavam as sociedades africanas como escravistas.
Resposta: A
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22 HISTÓRIA
1. Introdução
Embora existam populações negroides nativas no
Sudeste Asiático, na Nova Guiné e na Austrália, con si -
dera-se a África ao sul do Saara (especialmente a África
Oriental) como o berço desse tronco étnico; por isso, o
con ti nente africano é também conhecido como Con ti -
nen te Negro*. No transcorrer da Idade Moderna, um
grande contingente de negros afri ca nos foi des lo cado à
força para as Américas e obri ga do a tra ba lhar, na
condição de es cra vos, em co lônias de ex ploração
implantadas pelas po tên cias ma rí ti mas europeias.
Calcula-se que, entre o século XVI e a primeira metade
do XIX, cerca de 10 mi lhões de africanos foram
transportados através do Atlântico, vindo a constituir
uma parcela ponderável da po pu lação das Américas (na
maioria das Antilhas, a proporção de negros chega a
quase 100%). Note-se que sua presença foi menos
marcante nas maioria das possessões hispano-
americanas, onde pre valeceu a mão de obra indígena.
* Os povos da África do Norte não fazem parte da África Negra, pois
estão relacionados, étnica e culturalmente, com os árabes e com os
berberes (principal etnia saariana).
Durante a Idade Média, a escravidão, tão relevante
na Antiguidade, praticamente deixou de existir na
Europa, embora os Estados cristãos do Mediterrâneo
mantivessem a prática de usar cativos muçulmanos
como remadores em suas galeras (barcos de guerra que,
apesar de disporem de velas, tinham nos remos seu
principal meio de pro pul são). Já no mundo islâmico, que
incluía a África do Norte, a es cra vi dão era institucio -
nalizada, abrangendo indis tin tamente bran cos e negros.
Estes últimos eram levados para a África Se tentrional
em caravanas que atravessavam o Saara, trans por tando
também ouro, marfim e pimenta-ver melha.
Pouco depois de iniciarem a Expansão Marítimo-Co -
mercial, os lusitanos descobriram e ocuparam os arqui -
pé la gos atlânticos dos Açores, Madeira e Cabo Verde; ali
desenvolveram a produção açucareira, que já praticavam
no sul de Portugal. Para cultivar a cana e produzir o
açúcar, recorreram a escravos trazidos da África Con ti -
nental*. Esse foi o início do escravismo mo der no, que se
tornaria a mola propulsora da economia de muitas
colônias, entre elas o Brasil**.
* Escravos africanos foram também introduzidos no Algarve (sul de
Portugal), a fim de trabalhar nas lavouras de cana e engenhos de açúcar.
** A escravidão negra foi justificada durante muito tempo pela
interpretação tendenciosa, não endossada pela Igreja, de um episódio
bíblico: os negros estavam des ti nados a ser escravos porque esta foi a
maldição lançada por Noé sobre a descendência de seu filho Cam, da
qual eles faziam parte.
2. O tráfico negreiro
A colonização da América impulsionou extraordi -
nariamente o comércio transatlântico de seres humanos.
Praticada a princípio apenas pelos portugue ses, essa
atividade passou depois a contar com intensa
participação de franceses, holandeses e so bretudo ingle -
ses, os quais chegaram a ser hegemônicos nesse setor
da economia.
Os negros trazidos para as Américas eram quase
sempre capturados por outras comunidades em guerras
tribais, sendo depois vendidos aos comerciantes brancos.
As negociações eram realizadas em feitorias estabelecidas
pelos europeus no litoral atlântico da África e em
Moçambique. As transações eram feitas por meio do
escambo, isto é, da troca de mercadorias com valores
desiguais. Os escravos eram cambiados por produtos de
custo baixo (aguardente, tabaco, te ci dos de má qualidade
e objetos de metal*), mas seriam vendidos nas colônias
americanas por preços altamente com pen sa dores –
mesmo perdendo-se na travessia, em média, 40% dos
cativos transportados. Na verdade, o comércio de escravos
afri ca nos tor nou-se um dos negócios mais rentáveis do
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