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Orçamento Empresarial e Projeções Financeiras

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
E ORÇAMENTÁRIA 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Silvio Persona Filho 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Dando continuidade ao tema orçamento, a presente aula fornecerá 
informações acerca dos orçamentos operacional, de atividades financeiras e de 
capital. 
Após a apresentação desses temas, trataremos das projeções do fluxo de 
caixa, da demonstração de resultado do exercício e do balanço patrimonial, que, 
talvez, se constitua na fase mais importante, já que é nela que devemos verificar 
e avaliar todo o processo orçamentário. Os orçamentos parciais (vendas, 
produção, despesas operacionais, investimentos) são realizados em suas áreas 
de domínio com o apoio da controladoria e de forma isolada, sem total integração 
com todas as peças orçamentárias. Após a consolidação dessas peças, a 
controladoria deve gerar os relatórios contábeis mencionados para verificar se 
tudo o que foi planejado realmente gerou os resultados esperados. 
CONTEXTUALIZANDO 
O processo orçamentário se inicia no estabelecimento das premissas que 
expressam os desejos dos sócios ou acionistas para o futuro da empresa. Assim, 
a elaboração do orçamento empresarial é um processo de “criação do futuro”, 
direcionando a empresa a atingir metas e objetivos que a levará a uma situação 
favorável dos pontos de vista econômico e financeiro. 
Todo processo orçamentário envolve muitas pessoas em sua elaboração 
e execução. As partes do orçamento são realizadas separadamente e unidas 
posteriormente por meio de um processo chamado consolidação. Depois, é 
chegada a hora de verificar se tudo o que foi planejado em termos de metas está 
sendo contemplado no orçamento geral. Para tal, a ferramenta utilizada é a 
projeção dos relatórios contábeis, que aprova ou não o orçamento. 
TEMA 1 – ORÇAMENTO OPERACIONAL 
A etapa do orçamento operacional é aquela que envolve todos os planos 
de operações da empresa, ou seja, aqueles que estruturam as suas atividades. 
Segundo Frezatti (2008), a etapa operacional 
[...] é iniciada com o plano de marketing, a partir do que a entidade 
direciona os esforços para o seu mundo externo, pelo plano de 
produção, suprimentos e estocagem (no caso de uma entidade que 
 
 
3 
tenha a geração de um produto tangível), plano de investimento no 
ativo permanente e plano de recursos humanos. 
1.1 Plano de marketing 
A partir do estudo de demanda, a empresa tem condições de aliar as suas 
intenções de resultados às possibilidades do mercado, indicando, dessa forma, 
qual deve ser a sua atividade comercial. Cabe salientar que o estudo da 
demanda pode abranger as seguintes segmentações: 
 Demanda potencial: se refere à quantidade de pessoas que não consome 
o produto ou serviço da empresa, mas que poderá vir a consumir. Nesse 
caso, será necessária uma ação de convencimento. 
 Demanda reprimida ou não atendida: se refere às pessoas que querem 
comprar os produtos, mas não o encontram por indisponibilidade ou 
dificuldade de acesso. 
 Demanda atendida: se refere às pessoas que já consomem o produto e 
que poderão consumir ainda mais, ou que consomem o produto de seu 
concorrente e que poderão passar a consumir o seu. 
De posse das informações necessárias quanto à demanda e ao objetivo 
a ser atingido e definido no plano estratégico, a atividade comercial é planejada 
para atingir volume de vendas, áreas geográficas, preços, metas por períodos, 
ações de marketing, entre outras. 
1.2 Plano de produção, suprimentos e estocagem 
A partir do plano de marketing, se faz o plano de produção, em que são 
planejadas todas as atividades para produzir o volume desejado. Além disso, a 
empresa deve planejar a administração dos estoques (produtos acabados, 
matéria-prima necessária e demais suprimentos, estoque mínimo, lote 
econômico, mão de obra e demais controles). 
1.3 Plano de investimentos no ativo permanente 
Esse plano aponta as necessidades de investimento na capacidade 
produtiva, gerando movimentações no ativo imobilizado da empresa. Esse 
assunto será mais bem explorado no Tema 3 dessa aula. 
 
 
4 
1.4 Plano de recursos humanos 
Aponta as necessidades de pessoal e consequente remuneração. Nesse 
plano são definidas as quantidades de pessoas por atividade (contratações ou 
desligamentos, terceirização), assim como as necessidades de 
treinamento/capacitação. 
TEMA 2 – ORÇAMENTO DE ATIVIDADES FINANCEIRAS 
Essa etapa do orçamento estabelece os recursos financeiros necessários 
para a realização do orçamento geral. Assim, a etapa operacional é convertida 
em linguagem financeira, consolidando todos os planos estabelecidos para o 
período orçado. Nesse momento, a responsabilidade pela execução cabe, 
normalmente, às áreas de controladoria e finanças, com análise e aprovação da 
alta administração da empresa. 
Para entender melhor essa etapa, devemos lembrar que o orçamento é 
realizado a partir das premissas estabelecidas pela alta administração, ou seja, 
a partir do desejo que ela tem para o futuro da empresa. Assim, metas são 
estabelecidas e, para alcançá-las, inúmeras atividades são planejadas. Para a 
realização dessas atividades é preciso dinheiro, e é exatamente nessa etapa que 
se deve levantar todos os gastos necessários para a realização de todas as 
atividades planejadas. 
É importante que o aluno entenda que gasto é todo sacrifício financeiro 
com o qual uma empresa arca para adquirir um bem ou serviço, seja para gerar 
outros bens e serviços, seja para consumo. A sua classificação genérica é 
representada pela figura a seguir: 
Figura 1 ‒ Classificação genérica de gasto 
 
Assim, gasto é um termo genérico que engloba: 
 
 
5 
 Investimento: se o gasto for destinado a um ativo que será utilizado para 
a produção de outros bens ou serviços; 
 Custo: se o gasto for relativo à utilização de bens e serviços na produção 
de outros bens e serviços; 
 Despesa: se o gasto for destinado a fazer frente às atividades de suporte 
da empresa. 
2.1 Orçamento de investimentos 
Segundo Padoveze (2012), o orçamento de investimentos “tem como 
objetivo básico estabelecer o orçamento dos gastos previstos com investimentos 
que serão ativados como ativos imobilizados ou intangíveis, também 
denominados ativos fixos, bem como dos financiamentos para obter os fundos 
necessários para a sua aquisição”. 
O orçamento de investimento também tem relação com o longo prazo, ou 
seja, ele não impactará somente no período que se está orçando (geralmente de 
um ano), pois as aquisições afetarão resultados futuros que extrapolem o 
período do orçamento. Para a efetivação desse orçamento é preciso 
primeiramente realizar as análises de todos os projetos previstos. Assim, se faz 
necessária a utilização das ferramentas de análise de investimentos que vimos 
na Aula 2, em que cada investimento somente será realizado se a análise 
apontar viabilidade para tal. 
Ainda faz parte desse orçamento o gasto necessário para a manutenção 
da estrutura existente na empresa, bem como o desinvestimento que a empresa 
realizará (venda de ativos imobilizados e intangíveis). 
2.2 Orçamento de financiamentos 
Nesse momento são levantadas todas as possibilidades de obtenção de 
recursos financeiros para fazer frente aos gastos previstos no orçamento. Após 
a definição das fontes de financiamento, são projetados os gastos para a sua 
manutenção e pagamentos necessários. 
2.3 Orçamento de custos e despesas 
Todos os custos e despesas necessários para as áreas pertencentes à 
atividade fim e à atividade meio da empresa são levantados nesse momento. Os 
 
 
6 
valores são previstos para os chamados “centrosde custos”, de forma a obter 
melhores gerenciamento e controle. O somatório dos valores compõe o total do 
orçamento de custos e despesas. Veja o exemplo da tabela a seguir: 
Tabela 1 ‒ Orçamento de despesas para o ano “X” 
 
TEMA 3 – ORÇAMENTO DE CAPITAL 
O orçamento de capital corresponde aos investimentos no ativo 
imobilizado, necessários para atender ao planejamento estratégico da empresa, 
e, portanto, possibilitar o atingimento das metas contidas no orçamento geral. 
Por meio de um processo de seleção de projetos de investimento, e 
utilizando-se as ferramentas de análise de investimentos, são relacionados os 
projetos viáveis e quantificados os recursos financeiros necessários. 
Os projetos de investimentos normalmente envolvem elevada monta e 
geram resultados em vários períodos orçamentários; portanto, esse orçamento 
é considerado uma das etapas mais importantes e preocupantes para a 
empresa. Ele deve ter total aderência ao planejamento estratégico da empresa, 
pois gerará impactos relevantes no longo prazo. Segundo Sanvicente e Santos 
(2008), “a vinculação do orçamento de capital com os planos de longo prazo é 
fundamental para qualquer empresa, pois a natureza dos investimentos em 
ativos imobilizados não permite flexibilidade suficiente para afetar mudanças 
radicais posteriores sem grandes prejuízos”. 
Para a elaboração do orçamento de capital são necessárias algumas 
etapas. De acordo com Sanvicente e Santos (2008, citados por Horne, 1974, p. 
36) as etapas são: “a geração de propostas de investimento; a estimação dos 
fluxos de caixa das diversas propostas; a avaliação dos fluxos de caixa; a 
escolha de projetos com base em um critério de aceitação; a avaliação 
permanente dos projetos de investimento já aceitos e em execução”. 
Veja as etapas em maiores detalhes, para um melhor entendimento: 
 
 
7 
 Geração de propostas de investimento: as diversas áreas da empresa 
apresentam as suas necessidades para avaliação da administração 
superior. 
 Estimação dos fluxos de caixa das diversas propostas: nesse 
momento, os fluxos de caixa que devem ser gerados pelos projetos são 
estimados, ou seja, os projetos geram receitas e gastos em sua operação, 
permitindo o levantamento dos fluxos líquidos de caixa. Essa etapa é 
extremamente importante, pois esses dados são utilizados na verificação 
da viabilidade dos projetos. 
 Avaliação dos fluxos de caixa: nessa etapa, as ferramentas de análise 
de investimentos (TIR, VPL, VAUE, Payback, entre outras) são utilizadas 
para determinar a viabilidade de cada projeto. Cabe salientar que um 
determinado projeto pode ter várias alternativas de investimento e, assim 
sendo, a escolha recai sobre aquele que apresenta o melhor retorno para 
o investimento. 
 Escolha de projetos com base em um critério de aceitação: os 
critérios de aceitação são aqueles definidos em cada ferramenta ou 
método de análise. Os projetos aceitos são aqueles que possuem as suas 
taxas internas de retorno maiores do que as taxas mínimas de 
atratividade exigida para os projetos; projetos com valor presente 
líquido maiores do que R$ 0,00; valor anual equivalente uniforme 
maior do que R$ 0,00, ou seja, positivo; o prazo de retorno dentro do 
esperado pelos administradores e menor que o tempo da análise. Enfim, 
os critérios dependem dos métodos utilizados na análise de 
investimentos. 
 Avaliação permanente dos projetos de investimento já aceitos e em 
execução: o acompanhamento é de suma importância, pois, se os 
valores projetados não forem atingidos, todo o resultado da análise fica 
comprometido. 
Após as definições dos projetos que serão aceitos, é feito o orçamento de 
capital. Na tabela a seguir, temos um exemplo de orçamento: 
 
 
 
8 
Tabela 2 ‒ Orçamento de capital para o ano “X” 
 
TEMA 4 – PROJEÇÃO DAS DEMONSTARÇÕES CONTÁBEIS: PARTE I 
Como vimos anteriormente, a elaboração do orçamento empresarial é um 
consolidado de outros orçamentos parciais: primeiramente é elaborado o 
orçamento de vendas, e, a partir dele, são elaborados os de produção, despesas 
operacionais e investimentos. Após a consolidação do orçamento, são geradas 
algumas demonstrações contábeis que devem apresentar os resultados 
econômicos e financeiros projetados para o futuro. Dessa forma, todo o processo 
se constitui, basicamente, em três etapas que, finalizadas, levam à execução e 
ao controle orçamentário. 
Figura 2 ‒ Etapas do processo orçamentário 
 
Perceba que três relatórios são gerados, sendo que dois deles têm maior 
peso na aprovação ‒ ou reprovação ‒ de todo o orçamento. São eles: a 
demonstração de resultado do exercício (DRE) e o fluxo de caixa. Dependendo 
dos resultados que são apresentados nesses relatórios, o orçamento pode ser 
aprovado sem alterações ou mesmo reprovado, e, nesse caso, deve ser revisto 
e ajustado. 
 
 
9 
 Demonstração de resultado: ao realizar a projeção da DRE, o que se 
espera obter é exatamente o resultado almejado e contido no 
planejamento da empresa. Por exemplo, se a empresa deseja obter R$ 
10 milhões de lucro no próximo exercício e a DRE projetada aponta um 
valor inferior a esse, certamente o orçamento deve ser revisto e ajustado; 
 Fluxo de caixa: apresenta as projeções de entradas e saídas de caixa, 
permitindo à empresa verificar se a geração de caixa aliada a sua 
capacidade de obtenção de fundos é capaz de financiar todas as 
operações previstas no período. Caso não seja, o orçamento deve ser 
revisto e ajustado. 
Neste Tema 4, focaremos o entendimento do fluxo de caixa projetado, 
apresentando exemplos de relatórios utilizados pelas áreas de finanças, assim 
como aquele utilizado pela contabilidade. 
Podemos resumir o fluxo de caixa como sendo um demonstrativo de todas 
as entradas e saídas financeiras de uma empresa em um determinado período. 
É um relatório extremamente simples no que se refere à forma, mas que merece 
extrema atenção em sua elaboração, dada a sua sensibilidade. Conforme 
Sardinha et al. (2008), o 
[...] orçamento de caixa elaborado para períodos longos, como um ano, 
possui considerável grau de imprecisão, pois se baseia em valores 
orçados nas demais peças orçamentárias. Portanto a qualidade de 
suas previsões depende, sobremaneira, do grau de confiabilidade dos 
valores estimados nos diversos orçamentos. 
O fluxo de caixa projetado, baseando-se nas operações previstas para o 
período orçamentário, tem como objetivo precípuo determinar os saldos de caixa 
em cada período que comporá o intervalo de tempo considerado. A seguir, temos 
um exemplo de fluxo de caixa que é utilizado pela área de tesouraria. 
 
 
 
10 
Tabela 3 ‒ Fluxo de caixa projetado: primeiro trimestre do ano “X” 
 
Existem alguns modelos diferentes de fluxo de caixa, e cada empresa 
utiliza o mais adequado para as suas operações, podendo ainda criar o seu 
modelo próprio. Na prática, se utiliza muito um modelo de fluxo de caixa 
projetado que apresente o dinamismo exigido pela área de tesouraria (finanças), 
que contemple as entradas e saídas nos momentos exatos em que ocorrerão e 
que permita simular as movimentações de entradas e saídas necessárias para 
a equalização (busca pelo equilíbrio) do caixa por meio de empréstimos, 
financiamentos ou outras formas de captação de recursos, bem como contemple 
as movimentações de aplicação e resgate. Esse dinamismo permite ao gestor 
financeiro simular e projetar a melhor configuração para a administração do 
capital de giro da empresa. Caso o fluxo de caixa apresente uma posição em 
que a equalização não seja possível, o orçamento deve ser revisto e ajustado. 
 
 
11 
Sobre o fluxo de caixada Tabela 3: 
 O fluxo de caixa normalmente é elaborado para todo o período 
orçamentário, mas, para facilitar o seu entendimento, a Tabela 3 
apresenta um período de apenas três meses. Os valores dos juros, tanto 
na aplicação financeira como no empréstimo efetuado, são apenas 
simbólicos; não é o objetivo desta aula entrar no mérito do cálculo, e, sim, 
mostrar como se procede à prática pela busca do equilíbrio do caixa. 
 A equação do fluxo de caixa é: 
saldo final de caixa = saldo inicial + entradas - saídas 
 O saldo inicial para o período considera todas as disponibilidades de caixa 
e aplicações financeiras. 
 No exemplo, é considerado o saldo mínimo de caixa de R$ 10.000,00. 
Entendemos como saldo mínimo de caixa o valor que a empresa mantém 
parado em seu caixa para atender imprevisibilidades. 
 No mês de janeiro há uma sobra de caixa no valor de R$ 96.000,00, sendo 
que o gestor financeiro efetua uma aplicação financeira. 
 Em fevereiro, a empresa tem um recebimento menor que em janeiro e, 
consequentemente, apresenta uma posição deficitária no caixa, tendo que 
resgatar todo o valor aplicado no mês anterior (R$ 96.480,00 com os juros 
auferidos). Mesmo com o valor resgatado, precisa emprestar R$ 
57.520,00 (pois, além de cobrir o déficit ela tem que manter um saldo de 
R$ 10.000,00 de caixa mínimo). 
 Em março ela recupera as vendas e totaliza um superávit de R$ 
36.000,00. Considerando que o empréstimo realizado no mês anterior 
tenha sido obtido por meio de sua conta garantida (crédito rotativo), ela 
tem condições de pagar os juros do período (R$ 863,00) e ainda amortizar 
R$ 35.137,00, ficando ainda com um saldo de R$ 22.383,00 para 
quitação. 
 A última coluna apresenta uma síntese de toda a movimentação de caixa 
realizada no período. Observe que a empresa inicia o trimestre com R$ 
230.000,00 (saldo inicial em janeiro) e termina com R$ 10.000,00 (saldo 
final em março). Podemos também observar que nesse período ela 
 
 
12 
recebe R$ 1.230.000,00 e efetua R$ 1.472.000,00 em pagamentos 
diversos. 
Outro modelo de fluxo de caixa ‒ este pertencente à categoria dos 
relatórios contábeis ‒ é o da demonstração do fluxo de caixa (DFC), que é 
elaborada tão logo o orçamento obtenha a sua aprovação final. Ela se diferencia 
do fluxo de caixa da tesouraria por sua estrutura, que é determinada pelas 
normas contábeis para permitir a comparação entre os desempenhos de 
diferentes empresas. 
TEMA 5 – PROJEÇÃO DAS DEMONSTAÇÕES CONTÁBEIS: PARTE II 
Neste tema, trataremos da elaboração da demonstração de resultado 
do exercício e do balanço patrimonial, ambos projetados e oriundos do 
orçamento empresarial. 
5.1 Demonstração de resultado do exercício (DRE) 
A elaboração desse relatório tem por objetivo apresentar o resultado 
econômico projetado para o período do orçamento. Como vimos anteriormente, 
os orçamentos parciais são elaborados separadamente e depois consolidados 
em um único orçamento. No entanto, ainda não se sabe se a conjunção desses 
valores realmente gera os resultados que foram definidos inicialmente no 
planejamento. 
De acordo com Sanvicente e Santos (2008), se 
[...] a projeção de valores revelar, de acordo com o planejamento 
efetuado, que leva em conta as operações viáveis, dadas as condições 
presumidas, que a situação da empresa se deteriorará (por exemplo, 
em sua capacidade de pagamento de dívidas, em sua rentabilidade, 
ou em seus investimentos), a administração poderá solicitar aos 
responsáveis correspondentes que refaçam seus planos, de forma a 
permitir que os resultados esperados sejam atingidos, dentro das 
condições de operação esperadas. 
Para a elaboração da DRE projetada, a controladoria utiliza os dados do 
orçamento consolidado, seguindo basicamente as seguintes etapas de 
preenchimento da planilha da demonstração: 
a. Preenchimento das receitas de vendas previstas para cada período. 
 
 
13 
b. Cálculo dos tributos sobre as vendas e, se conveniente, realização de uma 
estimativa para devoluções, abatimentos e descontos com base no 
histórico. 
c. Cálculo da receita líquida com base nos dados preenchidos na planilha; 
d. Cálculo do custo total dos produtos vendidos em cada período (ou 
mercadorias vendidas ou serviços prestados). 
e. Cálculo do resultado líquido. 
f. Levantamento de todas as despesas e receitas operacionais previstas no 
orçamento e preenchimento de planilha. 
g. Cálculo do resultado antes do resultado financeiro. 
h. Levantamento de receitas e despesas financeiras com base na análise do 
fluxo de caixa projetado e preenchimento de planilha. 
i. Cálculo do resultado antes do IR/CS. 
j. Cálculo do imposto de renda e da contribuição social, conforme 
resultado apresentado na DRE. 
k. Cálculo do resultado líquido do período. 
Dessa forma, a controladoria obtém uma projeção do resultado que o 
orçamento previsto deve gerar. A seguir, apresentamos um exemplo de projeção 
da DRE para um período de três meses: 
Tabela 4 ‒ DRE projetada para o primeiro trimestre do ano “X” 
 
 
 
 
14 
5.2 Balanço patrimonial 
O balanço patrimonial projetado demonstra a que posição patrimonial 
e financeira a empresa chegará quando forem agregadas todas as 
movimentações previstas no orçamento. Diferentemente da DRE, o balanço 
patrimonial contém muitos valores já concretizados na existência da empresa, 
ou seja, oriundos de operações passadas. 
O balanço apresenta os saldos das operações no final do período 
orçamentário, considerando todas as movimentações que o orçamento prevê 
acrescidas às estruturas patrimonial e financeira já existentes. Assim, os ativos 
imobilizados existentes continuam se depreciando normalmente, e aqueles que 
forem ativados no período em questão, frutos de imobilizações previstas, 
também passam a se depreciar. Tanto os saldos dos direitos (disponíveis, 
estoques, clientes a receber, impostos a compensar etc.) quanto aqueles das 
obrigações (fornecedores, empréstimos e financiamentos etc.) já assumidas no 
passado devem compor o balanço projetado, e a eles serão acrescidos os saldos 
relativos às operações do período orçado. 
De acordo com Sardinha et al. (2008), as empresas projetam o balanço 
patrimonial porque ele “auxilia a verificar a consistência na elaboração do 
orçamento; possibilita uma análise econômico-financeira da empresa; fornece 
dados para análise da administração do capital de giro da empresa”. 
TROCANDO IDEIAS 
Conforme mencionamos no Tema 3 desta aula, o orçamento de capital 
corresponde aos investimentos no ativo imobilizado ‒ necessários para atender 
ao planejamento estratégico da empresa e, portanto, possibilitar o atingimento 
das metas contidas no orçamento geral. Assim, pesquise e justifique como esse 
orçamento pode gerar impactos positivos ou negativos em exercícios futuros da 
empresa (longo prazo). 
NA PRÁTICA 
Considerando as informações contidas no orçamento empresarial de uma 
determinada empresa para o exercício seguinte, elabore a demonstração de 
resultado do exercício projetada e informe se o objetivo de obtenção de um 
lucro no valor de R$ 250.000,00 foi atingido. 
 
 
15 
Utilize as seguintes informações para o ano orçado: 
 Receita bruta = R$ 1.500.000,00 
 Deduções da receita bruta = 40% da receita bruta 
 Custo dos produtos vendidos = 25% da receita bruta 
 Despesas administrativas = R$ 100.000,00 
 Despesas comerciais = R$ 60.000,00 
 Outras receitas operacionais = R$ 30.000,00 
 Outras despesas operacionais = R$ 15.000,00 
 Receita financeira = R$ 32.000,00 
 Despesa financeira = R$ 23.000,00 
 IRPJ = conforme legislação para lucro real 
 CSLL = alíquota de 9% Resultado de operações descontinuadas = R$ 0,00 
Tabela 5 ‒ Planilha para a projeção 
RECEITA BRUTA 
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
(=) RECEITA LÍQUIDA 
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 
(=) RESULTADO BRUTO 
(+/-) RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS 
(-) Despesas administrativas 
(-) Despesas comerciais 
(+) Outras receitas operacionais 
(-) Outras despesas operacionais 
(=) RESULTADO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 
(+) Receita financeira 
(-) Despesa financeira 
(=) RESULTADO ANTES DO IR E CS 
(-) IRPJ 
(-) CSLL 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 
(+/-) RESULTADO DE OPERAÇÕES DESCONTINUADAS 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
 
 
16 
FINALIZANDO 
No decorrer desta aula, vimos que: 
 O orçamento operacional é a etapa que envolve todos os planos de 
operações da empresa, ou seja, os planos de marketing, produção, 
suprimentos e estocagem, além de investimentos no ativo imobilizado e 
de recursos humanos. 
 O orçamento das atividades financeiras levanta os recursos financeiros 
necessários para a realização do orçamento de forma global, em que a 
etapa operacional é convertida na linguagem financeira. 
 O orçamento de capital corresponde aos investimentos no ativo 
imobilizado, necessários para atender ao planejamento estratégico da 
empresa, possibilitando, portanto, o atingimento das metas contidas no 
orçamento geral. Nesse orçamento entram todos os projetos que foram 
selecionados e aprovados pelo processo de análise de investimentos. 
 A última etapa do processo orçamentário envolve a projeção de relatórios 
que devem demonstrar se os objetivos contidos no planejamento estão 
gerando os resultados esperados para a empresa. 
 O fluxo de caixa projetado tem como objetivo principal determinar se os 
saldos de caixa de cada período orçado são suficientes para financiar 
todas as operações previstas no orçamento. 
 A demonstração de resultado do exercício projetada tem por objetivo 
apresentar o resultado econômico projetado para o período do orçamento. 
Se o resultado não é condizente com o que foi planejado, o orçamento 
deve ser revisto. 
 O balanço patrimonial projetado deve demonstrar a que posição 
patrimonial e financeira a empresa chegará quando forem agregadas 
todas as movimentações previstas no orçamento. O balanço deve 
apresentar os saldos das operações no final do período orçamentário, 
considerando todas as movimentações que o orçamento prevê acrescidas 
às estruturas patrimonial e financeira já existentes. 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 4. 
ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
HORNE, J. C. Política e administração financeira. São Paulo: USP, 1974. 
LUNKES, J. R. Manual do orçamento. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional. 3. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2012. 
_____. Manual de Contabilidade Básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
PADOVEZE, C. L.; TARANTO, F. C. Orçamento empresarial: novos conceitos 
e técnicas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. 
SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de 
empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
SARDINHA, J. C. et al. Orçamento e controle. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora 
FGV, 2008.

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