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FISIOPATOLOGIA DA DOR

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MÓDULO DE DOR, UC XIII | CICLO CLÍNICO 
MEDICINA FAP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IÔGO TORRES – TURMA 01 
CONCEITO DE DOR 
A DOR É UM MECANISMO PROTETOR. ELA OCORRE SEMPRE QUE OS TECIDOS SÃO 
LESIONADOS, FAZENDO COM QUE O INDIVÍDUO REAJA PARA REMOVER O ESTÍMULO 
DOLOROSO. (GUYTON) 
A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de 
Dor descrevem a dor como o quinto sinal vital que deve sempre ser registrado ao mesmo tempo e 
no mesmo ambiente clínico em que também são avaliados os outros sinais vitais, quais sejam: 
temperatura, pulso, respiração e pressão arterial. 
A dor pode ser definida como uma experiência subjetiva que pode estar associada a dano real ou 
potencial nos tecidos, podendo ser descrita tanto em termos desses danos quanto por ambas as 
características. Independente da aceitação dessa definição, a dor é considerada como uma 
experiência genuinamente subjetiva e pessoal. A percepção de dor é caracterizada como uma 
experiência multidimensional, diversificando-se na qualidade e na intensidade sensorial, sendo 
afetada por variáveis afetivo-motivacionais. 
CLASSIFICAÇÃO DA DOR 
Dor: 
✓ Dor Rápida (dor pontual, dor em agulhada, dor aguda ou dor elétrica): sentida 0,1 
segundo após a aplicação do estímulo doloroso. A dor pontual rápida não é sentida nos 
tecidos mais profundos do corpo. 
 
✓ Dor Lenta (dor em queimação, dor persistente, dor pulsátil, dor nauseante e dor 
crônica): sentida após 1 segundo ou mais, aumentando lentamente durante vários 
segundos e, algumas vezes, durante minutos. Esse tipo de dor geralmente está associado 
à destruição tecidual, podendo ocorrer na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos 
profundos. 
RECEPTORES PARA A DOR E SUA ESTIMULAÇÃO 
Os receptores para dor na pele e em outros tecidos são terminações nervosas livres. Eles 
existem dispersos nas camadas superficiais da pele, bem como em certos tecidos internos, como 
o periósteo, as paredes das artérias, as superfícies articulares e a foice e o tentório da abóbada 
craniana. 
A maioria dos outros tecidos profundos está esparsamente suprida com terminações nervosas 
para a dor; porém, lesões teciduais extensas podem se somar e causar dor lenta e crônica na 
maioria dessas áreas. 
ESTÍMULOS EXCITATÓRIOS DA DOR 
1. Estímulos dolorosos mecânicos 
2. Estímulos térmicos 
3. Estímulos químicos (bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e 
enzimas proteolíticas) 
Dor rápida → estímulos mecânicos e térmicos 
Dor crônica → todos os estímulos 
SE LIGA! 
➔ As prostaglandinas e a substância P aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, 
mas não excitam diretamente essas terminações; 
➔ As substâncias químicas são de modo especial importantes para a estimulação do tipo de 
dor lenta e persistente que ocorre após lesão tecidual. 
NATUREZA NÃO ADAPTATIVA DOS RECEPTORES PARA DOR 
Os receptores para dor se adaptam muito pouco e algumas vezes não se adaptam. Em algumas 
situações, a excitação das fibras dolorosas fica progressivamente maior, à medida que o estímulo 
persiste, especialmente para a dor lenta persistente nauseante. 
O aumento da sensibilidade dos receptores para dor chama-se HIPERALGESIA. 
INTENSIDADE DA LESÃO TECIDUAL COM ESTÍMULO PARA A DOR 
➔ ESTÍMULOR DE CALOR 
Pele aquecida acima dos 45° C → Dor. Importante salientar que a dor secundária ao calor é 
intimamente relacionada à intensidade em que ocorre o dano aos tecidos e não ao dano total que 
já ocorreu. 
A intensidade da dor também está intimamente relacionada à intensidade do dano tecidual, por 
causas diferentes do calor, como infecção bacteriana, isquemia dos tecidos, contusão dos tecidos 
e outras. 
➔ ESTÍMULOS DOLORORSOS QUÍMICOS 
A bradicinina é substância que parece induzir a dor de modo mais acentuado do que as outras 
substâncias. Acredita-se que a bradicinina poderia ser a principal responsável pela indução da 
dor após dano tecidual. Além disso, a intensidade da dor se correlaciona ao aumento local da 
concentração do íon potássio ou ao aumento na concentração de enzimas proteolíticas que 
atacam diretamente as terminações nervosas e estimulam a dor por fazer as membranas 
nervosas mais permeáveis aos íons. 
➔ ISQUEMIA TECIDUAL COMO CAUSA DA DOR 
Quando o fluxo sanguíneo para um tecido é bloqueado, o tecido em geral fica muito dolorido em 
poucos minutos. Quanto maior for a intensidade do metabolismo desse tecido, mais rapidamente 
a dor aparece. 
Uma das causas sugeridas para a dor, durante a isquemia, é o acúmulo de grande quantidade de 
ácido lático nos tecidos, formada em consequência do metabolismo anaeróbico (metabolismo 
sem oxigênio). 
➔ ESPASMO MUSCULAR COMO CAUSA DA DOR 
O espasmo muscular também é causa comum de dor, sendo a base de muitas síndromes clínicas 
dolorosas. Essa dor provavelmente resulta em parte do efeito direto do espasmo muscular na 
estimulação de receptores para dor mecanossensíveis. 
O espasmo aumenta a intensidade do metabolismo do tecido muscular, tornando a isquemia 
relativa ainda maior e criando condições ideais para a liberação de substâncias químicas 
indutoras da dor. 
VIAS DUPLAS PARA A TRANSMISSÃO DOS SINAIS DOLOROSOS AO SNC 
Apesar dos receptores para a dor serem terminações nervosas livres, elas utilizam duas vias 
separadas para transmissão de sinais dolorosos para o SNC. 
1. Via para a dor pontual rápida: os sinais rápidos dolorosos são desencadeados por 
estímulos mecânicos ou térmicos. Tais sinais são transmitidos pelos nervos periféricos 
para a medula espinal por meio de fibras AÔ do tipo pequeno, com velocidade entre 6 e 
30m/s. 
 
2. Via para a dor lenta crônica: os estímulos para a dor lenta são, em sua maioria, 
químicos, porém também podem ser mecânicos ou térmicos persistentes. Essa dor lenta 
crônica é transmitida para a medula espinal por fibras do tipo C com velocidades entre 0,5 
e 2m/s. 
 
Estímulo doloroso súbito: sensação dolorosa “dupla”: dor pontual rápida que é transmitida para o 
cérebro pela via de fibras AÔ, seguida, em 1 segundo ou mais, por uma dor lenta transmitida pela 
via das fibras C. 
Ao entrarem na medula espinhal, vindas pelas raízes espinhais dorsais, as fibras da dor terminam 
em neurônios-relé (?) nos cornos dorsais. Nesse ponto existem dois sistemas para o 
processamento de sinais dolorosos em seu caminho para o encéfalo: Trato Neoespinotalâmico e 
Trato Paleoespinotalâmico 
VIAS DUPLAS PARA DOR NA MEDULA E NO TRONCO CEREBRAL – TRATO 
NEOESPINOTALÂMICO E TRATO PALEOESPINOTALÂMICO 
Ao entrar na medula espinhal, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo, pelos (1) do 
trato neoespinotalâmico e (2) do trato paleoespinotalâmico. 
1) Trato Neoespinotalâmico: Dor Rápida 
2) Trato paleoespinotalâmico: Dor Crônica Lenta 
 
AULA – FISIOPATOLOGIA DA DOR | Dra. Cínthia Passos 
DOR → Experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela 
associada, a uma lesão tecidual real ou potencial. 
(Definição de dor revisada da IASP, 2020) 
NOTAS 
• A dor é sempre uma experiência pessoal e influenciada, em graus variáveis, por fatores 
biológicos, psicológicos e sociais; 
• Dor e nocicepção são fenômenos diferentes. A dor não pode ser determinada 
exclusivamente pela atividade dos neurônios sensitivos; 
• Através das suas experiências de vida, as pessoas aprendem o conceito de dor; 
• O relato de uma pessoa sobre uma experiência de dor deve ser respeitado; 
• Embora a dor geralmente cumpra um papel adaptativo, ela pode ter efeitos adversos na 
função e no bem-estar social e psicológico; 
• A descrição verbal é apenas um dos vários comportamentos para expressar a dor: a 
incapacidade de comunicação não invalida a possibilidade de um ser humano ou um 
animal sentir dor. 
 
TAXONOMIA DA DOR → NOMEAÇÃO DOS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DE UM 
PACIENTE COM DOR 
• Nocicepção: mecanismo de detecção de estímulosperiféricos por receptores específicos, 
os nociceptores. Processo 100% fisiológico! 
• Nociceptores: receptores aferentes (fibras nervosas periféricas) que detectam e sinalizam 
o estímulo nociceptivo 
o Podem ser de três tipos: mecânicos, químicos e térmicos 
• Hipoestesia: diminuição da sensibilidade a um estímulo qualquer 
• Anestesia: ausência de sensibilidade 
• Anestesia Dolorosa: sensação dolorosa em uma região anestesiada (adormecida). Isso 
pode ocorrer, por exemplo, em pacientes com Neuralgia do Trigêmeo. 
• Alodínea: dor causada por estímulo inócuo, ou seja, não-doloroso (térmico ou mecânico) 
• Hiperpatia: resposta explosiva e frequentemente prolongada a um estímulo. Pacientes 
com a Sd. do Túnel do Carpo 
• Parestesia: sensação anormal (formigamento), espontânea ou provocada, nem sempre 
desagradável 
• Disestesia: sensação anormal, espontânea ou provocada, porém sempre desagradável. 
Tal termo é utilizado, por exemplo, quando o paciente não consegue explicar a dor que 
está sentindo, pois é uma dor que sempre trás um desconforto para o paciente. 
 
A Declaração de Montreal, documento desenvolvido durante o Primeiro Encontro Internacional 
de Dor, em 3 de setembro de 2010, declara que o “acesso ao tratamento de dor é um direito 
humano fundamental.” 
 
MODELO DA CEBOLA DO JOHN LOESER (1982) 
O modelo da Cebola, formulado pelo Dr. John Loeser, afirma que a complexidade do fenômeno 
doloroso torna necessária uma avaliação multidisciplinar de cada caso. Assim sendo, Loeser 
formulou o modelo conceitual da experiência da dor que enfatiza quatro componentes: 
nocicepção, dor, sofrimento e comportamento doloroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA DOR (IASP, 2011) 
• Classifica-se a dor de acordo com: 
o Temporalidade → divisão meramente didática 
▪ Aguda 
▪ Crônica → quando o paciente está com determinada dor há 3 meses (porém, 
sabe-se que quando o fator causal já foi resolvido em menos de 3 meses e a 
dor permaneceu, então essa dor é considerada como crônica) 
o Fisiopatologia 
▪ Nociceptiva ou inflamatória → acomete o sistema nervoso somatossensorial, 
normalmente associado à injúrias 
▪ Neuropática → dor em que ocorre uma lesão no SNC ou SNP 
▪ Nociplástica → enxaqueca, fibromialgia, sd do intestino irritável. É uma dor na 
qual não se consegue identificar organicamente uma causa para essa dor. 
Sabe-se que o limiar de dor desse paciente é menor 
▪ Mista → quando há a interseção de mais de um tipo de dor 
o Padrão/Caráter 
▪ Episódica → dor disruptiva, dor abrupta, dor que se inicia antes da próxima 
dose do medicamento. Apresenta-se em pacientes oncológicos 
▪ Contínua → 
o Intensidade 
▪ Leve 
▪ Moderada 
▪ Forte 
CONCEITO DE DOR TOTAL → DESENVOLVIDO PELA CICELY SAUNDERS 
O conceito de DOR TOTAL enfatiza a importância de se interpretar o fenômeno doloroso não 
somente na sua dimensão física, mas também nas suas dimensões emocionais, sociais e 
espirituais que influenciam na gênese e na expressão da queixa dolorosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA DA DOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
EVENTOS CELULARES 
• Transdução → é a estimulação dos nociceptores. É quando o estímulo nociceptivo é 
transformado em potencial de ação no nociceptor periférico. O nociceptor, durante o 
evento traumático, será lesado e isso dará início a uma cascata inflamatória de sinalização 
que irá ativar os nociceptores... 
 
• Transmissão → propagação do estímulo elétrico pelas vias nociceptivas. 
• Modulação → mecanismos que atenuam, ou amplificam (em situações patológicas), os 
impulsos nociceptivos (SNP e SNC) 
• Percepção → mecanismos cerebrais de discriminação e decodificação do fenômeno 
doloroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOCICEPTORES 
 
Os nociceptores são especializados em transmitir a informação dolorosa, e estes, por sua vez, 
podem ser de dois tipos: 
• Metabotrópicos → acoplados à proteína G (por exemplo, os receptores de opioide são 
receptores metabotrópicos acoplados à pt G) 
• Ionotrópicos → canal iônico transmembrana que será sensibilizado e irá transmitir a 
informação 
SUBSTÂNCIAS ALGOGÊNICAS 
• Uma vez que os nociceptores, metabotrópicos ou ionotrópicos, são ativados na periferia, 
eles originarão o Reflexo Axônico Local ou Inflamação Neurogênica. Tal mecanismo 
nada mais é do que a capacidade do SNC em criar uma cascata inflamatória. 
• A partir do reflexo axônico ou inflamação neurogênica, teremos uma ação antidrômica, ou 
seja, teremos a ativação de um potencial de ação que, ao invés de ir da periferia para 
o SNC, irá do SNC para a periferia. 
Ação Antidrômica: contra a ação do potencial de ação na parte periférica do organismo 
(cascata inflamatória do SNC para a periferia) 
 
o OBS.: Ação Ortodrômica: ação a favor da condução do potencial de ação, ou seja, 
da periferia para o SNC. 
 
• Sopa inflamatória (serotonina, histamina, glutamato, substância P, prostaglandinas, 
tromboxano, bradicininas, TNF-alfa, IL-1 e 6) 
 
• Cascata das cininas: origem à bradicinina 
 
• Cascata do ácido araquidônico: sistema das cicloxigenases, lipoxigenases e 
epoxigenases) 
 
• Agem em sinergismo, reduzindo o limiar de excitabilidade dos nociceptores 
(principalmente a PGE2) 
NEUROQUÍMICA DA NOCICEPÇÃO 
• Neurotransmissores excitatórios → facilitam a transmissão da informação dolorosa. 
Glutamato, substância P, aspartato, neurocininas A/B, peptídeo relacionado com a 
calcitonina (CGRP → um dos principais neurotransmissores envolvidos com a cefaleia 
crônica), CCK, NO 
• Neurotransmissores inibitórios → atenuam a informação de dor que é carregada até o 
SNC. Sistema opioide endógeno, GABA, encefalinas, endorfinas 
 
 
 
 
 
 
 
#Bradicininas e Prostaglandinas → Produzidas na cascata das cininas e do ácido araquidônico. 
Vão estimular os receptores waniloides diminuindo a concentração do AMP cíclico intracelular dos 
nociceptores, o que irá reduzir o limiar de disparo da fibra nervosa e facilitar a transmissão do 
potencial de ação; 
#Neurotrofinas → Aumentam a substância P e o CGRP nas fibras C, reduzindo a atividade do 
GABA (inibitório do SNC) e modificando os receptores vanilores (VR1) das fibras A delta. 
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA 
• Redução do limiar de excitabilidade dos nociceptores periféricos, tornando-os responsivos 
a estímulos que anteriormente eram inócuos (como por exemplo estímulos de tato, de 
pressão), e aumento da resposta que normalmente não seria reconhecida como dolorosa. 
Nesse caso, então, posso ter uma dor: 
o Espontânea ou Alodínea 
• Hiperalgesia primária: sensibilização (exacerbada) restrita ao local da lesão/injúria 
 
AFERENTES PRIMÁRIOS 
 
• Aferentes primários: A delta e C → conduzem o estímulo doloroso até o corno dorsal 
da medula espinal 
o Fibras A delta → são mielinizadas. São responsáveis pela transmissão da dor 
rápida/aguda. Estímulos térmicos e mecânicos 
o Fibras C → são fibras amielínicas. Responsáveis pela dor lenta. Estímulos químicos, 
térmicos e mecânicos. 
 
MECANISMO CENTRAL DA DOR 
Os aferentes primários, fibras A delta e C, conduzem os estímulos dolorosos até o corno dorsal 
da medula espinal. O corno dorsal, por sua vez, é responsável pela sensibilidade, e nas lâminas 
de rexed ele corresponde às lâminas de I a VI. 
 
O estímulo periférico, que inicialmente foi desencadeado na origem, irá chegar ao corno dorsal da 
medula através das fibras A delta e C. Quando tal estímulo chegar ao corno dorsal da medulo, ele 
irá convergir para as lâminas I (marginal) , II (substância gelatinosa de Rolando → responsável 
pela atenuação do estímulo doloroso) e V. 
Após a chegada da informação para a lâmina I, o neurônio fará sinapses para conduzir a 
informação para a lâmica II. A lâmica II possui um mecanismo de inibição (substância gelatinosa 
de Rolando, onde temos o acúmulo de neurotransmissores inibitórios → neurônicos 
encefalinérgicos, gabaérgicose glutamatérgicos) que irá atenuar a informação dolorosa. Em 
seguida, a informação vai da lâmica II para a lâmina V. Na lâmina V, por fim, haverá a 
decussação da informação, ou seja, a informação irá cruzar para o lado contra-lateral, 
organizando-se em tratos e formando o trato ascendente. 
 
 
 
 
 
PROCESSO PATOLÓGICO → QND A DOR SE TORNA CRÔNICA 
Quando a dor se torna crônica devido a algum processo patológico, haverá o recrutamento de 
neurônios que não seriam originalmente responsáveis pela transmissão da informação dolorosa 
(neurônios WDR, responsáveis pelas inforamções de tato e pressão, por exemplo). Assim, de 
uma forma patológica, esses neurômios WDR farão sinapses na medula espinal, de modo a 
reforçar a informação de dor já conduzida pelos outros neurônios. 
Fibras A-beta → neurônios WDR (em 
situação patológica) → captam a 
informação tátil, porém conduzem a 
informação como se fosse dolorosa → 
ALODÍNIA 
 
DOR REFERIDA 
Quando temos uma dor aguda bem localizada, 
por exemplo, isso quer dizer que os nociceptores 
estão transmitindo a dor da forma esperada... Por 
outro lado, quando temos uma dor referida (não 
bem localizada), como é o caso da dor no IAM, 
sabe-se que toda a informação dolorosa confluiu 
para chegar ao mesmo nível da medula. Porém, 
tais informações vieram de receptores não 
somente específicos para dor, como é o caso dor 
neurônios WDR, por exemplo. 
VIAS NOCICEPTIVAS ASCENDENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATO ESPINOTALÂMICO: INFORMAÇÃO VAI DA PERIFERIA → CENTRO 
• Trato Neoespinotalâmico (espinotalâmico lateral) 
• Trato Paleoespinotalâmico (Espinorreticular) 
• Substância Cinzenta Periaquedutal (PAG) → principal mecanismo inibitório da dor no SNC, 
a nível encefálico. 
o NÃO ESQUEÇA!!!! A NÍVEL MEDULAR → Mecanismo INIBITÓRIO = Lâmina II 
(substância gelatinosa de Rolando) 
IMPORTANTE!!! 
Por que o paciente com dor não dorme bem? 
R: Porque uma das vias que transmite a dor até o cérebro é a Via Espinorreticular. Tal via, vai em 
direção ao sistema reticular ativador ascendente e deixa o paciente bastante alerta. Assim, se a 
transmissão da dor for feita por meio da via Espinorreticular ele não dormirá bem! 
AGORA QUE CHEGAMOS AO CÓRTEX CEREBRAL... 
• Neurônios de 1° ordem (nível periférico) → São os primeiros a receberem a informação de 
nocicepção. São as fibras aferentes primárias = fibras A delta e fibra C 
Após os neurônios de 1° ordem chegarem à medula e organizarem-se em tratos ascentes, aí 
teremos os neurônios de 2° ordem 
• Neurônios de 2° ordem (já a nível central)→ trato espinotalâmico e trato 
paleoespinotalâmico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MECANISMO CENTRAL ENCEFÁLICO 
→ Integração e regulação entre o sna, snc (sara = sistema reticular ativador ascendente) e 
sistema límbico 
o Por que a dor tem um componente psíquico/emocional? Porque uma das vias que 
conduz a dor para o córtex cerebral é a via do sistema límbico (via das emoções)! 
→ Modulação da transmissão nociceptiva 
→ Áreas envolvidas no sistema inibitório descente: substância cinzenta pereaquedutal (PAG) 
NEUROPLASTICIDADE → capacidade do neurônio, no corpo dorsal da medula e também a nível 
cortical, de modificar o tipo de sinapse que esse neurônio realiza, geralmente em resposta a 
estímulos nociceptivas. Geralmente é um processo a longo prazo! 
DORES QUANDO NÃO SÃO BEM TRATADAS → NEUROPLASTICIDADE 
• Capacidade dos neurônios do corno dorsal da medula em modificar o tipo de sinapses que 
realizam em resposta ao estímulo nociceptivo 
• Alterações a longo prazo 
• Dependendo da intensidade, frequência e duração, podem ocorrer: 
 
o Dessensibilização/ Sensibilização 
OU 
o Potenciação (melhora duradoura da transmissão) / Facilitação 
 
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL → Ocorre no momento da eficácia das sinapses dos neurônios no 
corno dorsal da medula, seguido de um intenso estímulo doloroso OU um estímulo doloroso 
prolongado. 
 
→ receptores NMDA: Quando falamos de evitar o processo da cronificação da dor, podemos 
fazer uso, por exemplo, de Quetamina ou do Sulfato de Magnésio, com o objetivo de bloquear o 
receptor de NMDA para evitar que ele seja hiperexcitado pelo glutamato e assim não ocorra o 
mecanismo da sensibilização central. 
SENSIBILIZAÇÃO SECUNDÁRIA 
→ Mecanismo periférico → hiperalgesia primária (FISIOLÓGICO) = aumento da sensibilidade 
de determinada região de forma protetiva 
→ Mecanismo central → hiperalgesia secundária (PATOLÓGICO) = aumento da área dolorosa 
• Hiperalgesia secundária é uma consequência do mecanismo de sensibilização central 
• Resulta da resposta aumentada dos neurônios do corno dorsal medular aos estímulos 
periféricos 
• Quando está desenvolvida, torna-se independente dos estímulos periféricos 
o Para bloquear esse caminho independente → uso de medicações moduladoras 
WIND UP (AQUI, ESTÃO ENVOLVIDOS OS NEURÔNIOS WDR E RECEPTORES NMDA) → 
ESTÍMULOS DOLOROSOS LENTOS (BAIXA VOLTAGEM), PORÉM REPETIDOS 
• potencialização das respostas dos neurônios WDR à repetida estimulação das fibras 
aferentes do tipo C (estímulos de baixa voltagem) 
• após a cessação do estímulo de dor, as células continuam a disparar o potencial de ação 
por algum tempo, que é o mecanismo de wind up. Ou seja, terei uma produção de 
despolarização acumulativa. O que isso quer dizer? Significa quetal mecanismo funciona 
de modo a “guardar” energia de maneira acumulativa para usa-la quando o estímulo for 
cessado, onde essa energia acumulada possibilitará que o estímulo doloroso continue a 
ser transmitido. Isso ocorre no sentido ortodrômico, ou seja, a transmissão favor do 
potencial de ação. 
• desbloqueio do canal de Mg do receptor de NMDA, que acarretará um aumento da 
sensibilidade ao glutamato (um dos principais neurotransmissores excitatórios do SNC) 
 
1) O neurônio pré-sinaptico irá liberar o 
glutamato, que é um dos principais 
neurotransmissores excitatórios do SNC, na 
fenda sináptica através de vesículas; 
 
2) No neurônio pós-sináptico, o Mg está 
bloqueando a entrada de glutamato na célula. 
Até aí, ok... o problema é que quando o Mg é 
retirado da jogada, o receptor NMDA fica mais 
sensível a estimulação do glutamato, o que faz 
com que haja aumento da sensibilização de 
dor. Por isso é interessante usar medicações bloqueadoras do receptor de NMDA, a fim de 
não deixar que eles fiquem tão sensíveis ao glutamato. 
 
o Uso de medicações bloqueadoras do receptor do NMDA, como a Quetamina, a 
Metadona ou o Sulfato de Magnésio ajudam a fazer com que os neurônios 
pós-sinápticos não fiquem tão susceptíveis à ação do glutamato. 
LONG TERM POTENTIATION (LTP) → ESTÍMULOS DOLOROSOS CURTOS (RÁPIDOS), 
PORÉM DE MUITA INTENSIDADE. MUITO RELACIONADO AO MECANISMO DA MEMÓRIA!!! 
• Potencialização de longo prazo da transmissão 
sináptica 
• Facilitação dos potenciais excitatórios em 
resposta a uma breve e repetida estimulação de alta 
frequência dos nociceptores 
• Fenômeno que ocorre também no hipocampo 
(memória) 
• Contrabalançado pelo LTD: mecanismo de 
depressão a longo prazo 
• Aumento da densidade dos receptores no 
neurônio pós-sinaptico 
VIAS INIBITÓRIAS DESCENDENTES 
O cérebro entendeu que há um estímulo doloroso, decodificou esse estímulo e agora ele tentará 
ATENUAR tal estímulo... 
• SISTEMA OPIOIDE 
o Atividade analgésica 
o Presente em TODO o percurso descendente 
o Diminuição da liberação de substância P 
o Hiperpolarização celular → diminuição da propagação do potencial de ação, ou seja, 
diminuição da dor 
• SISTEMA NORADRENÉRGICO 
o Ação da noradrenalina (NE) em receptores alfa-2-adrenérgicos 
o Moderação da atividade excitatória do neurônio aferente primário 
o Redução da liberação de neurotransmissores pró-nociceptivos, como a substância P 
e o glutamato através do feedback negativo 
• SISTEMA COLINÉRGICO 
o Ação da acetilcolina em receptores muscarínicos e nicotínicos 
o A liberação de AChem nível espinal produz antinocicepção 
o A ACh, em receptores nicotínicos, aumenta a liberação de NE, que por sua vez, 
ativa os receptores alfa-2-adrenérgicos 
 
• SISTEMA SEROTONINÉRGICO 
o Ação da serotonina na medula, tronco cerebral, cerebelo, sistema límbico e córtex 
o 15 subtipos de receptores (5ht), sendo que alguns destes receptores estão 
envolvidos com atividades pró-nociceptivas e outros estão envolvidos com 
atividades antinociceptivas (modulação bidirecional) 
o Modulação bidirecional da dor: inibitória, porém também excitatória → isso explica o 
fato de não usar-se ISRS no manejo da dor crônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Link da aula no YT: https://www.youtube.com/watch?v=Fx5prA-PuWw&t=2439s 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Fx5prA-PuWw&t=2439s

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