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SISTEMA DE ENSINO DIREITO ELEITORAL Direitos Políticos Livro Eletrônico 2 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Sumário Apresentação .....................................................................................................................................................................3 Direitos Políticos .............................................................................................................................................................4 1. Introdução ........................................................................................................................................................................4 2. Direitos Políticos Ativos e Passivos ...............................................................................................................4 3. Condições de Elegibilidade ...................................................................................................................................9 3.1. Nacionalidade Brasileira .................................................................................................................................. 10 3.2. Pleno Exercício dos Direitos Políticos .......................................................................................................11 3.3. Alistamento Eleitoral .........................................................................................................................................14 3.4. Domicílio Eleitoral na Circunscrição .........................................................................................................15 3.5. Filiação Partidária ................................................................................................................................................16 3.6. Idades Mínimas .......................................................................................................................................................18 4. Inelegibilidades .........................................................................................................................................................19 5. Princípio da Anualidade Eleitoral .................................................................................................................. 24 6. Consultas Populares ..............................................................................................................................................27 7. Partidos Políticos .................................................................................................................................................... 28 7.1. Infidelidade Partidária .......................................................................................................................................33 8. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo .................................................................................................35 Resumo ...............................................................................................................................................................................38 Mapa Mental ....................................................................................................................................................................44 Questões de Concurso ...............................................................................................................................................46 Gabarito ...............................................................................................................................................................................61 Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................62 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi ApresentAção Olá, pessoal, tudo bem? Acredito e espero que sim!! Na aula de hoje, estudaremos os Direitos Políticos, fazendo uso, para isso, das regras ex- pressas no texto da Constituição Federal. Além disso, veremos as disposições do texto constitucional relacionadas com os Partidos Políticos. Em provas de concurso público, ambos os assuntos apresentam um grande índice de exigência. Forte abraço a todos e bons estudos! Diogo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi DIREITOS POLÍTICOS 1. Introdução Como forma de assegurar que a democracia seja exercida em sua plenitude, a Constitui- ção Federal tratou se estabelecer diversas regras a serem observadas pelos cidadãos, quer no exercício do direito de votar, quer na possibilidade de serem eleitos como representantes do povo. Tais possibilidades consagram aquilo que a doutrina denomina de Direitos Políticos. Assim, podemos conceituar os Direitos Políticos como a possibilidade de os particulares participarem, direta ou indiretamente, do processo democrático. Para isso, os cidadãos estão sujeitos tanto a prerrogativas quanto a sujeições. Prerrogativas? Sujeições? O que vem a ser isso, professor? Simples, pessoal... As prerrogativas podem ser entendidas como as possibilidades de os cidadãos influenciarem no processo de escolha dos representantes. Dessa forma, quando nos dirigimos a uma seção eleitoral e praticamos o ato de votar, estamos exercendo um direito que nos foi conferido. No entanto, o ato de votar também é uma obrigação, de forma que o seu não exercício implica em uma serie de consequências para o respectivo eleitor. Logo, chegamos à conclu- são de que o voto é um poder-dever conferido a todos os cidadãos que se encontrem habilita- dos para tal. 2. dIreItos polítIcos AtIvos e pAssIvos Os direitos políticos podem ser divididos em ativos e passivos. Os direitos políticos ativos nada mais são do que a possibilidade de o eleitor se alistar e votar no candidato de sua escolha. Tais direitos são exercidos por meio da capacidade elei- toral ativa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Os direitos políticos passivos, ao contrário, podem ser conceituados como a possibilidade de os cidadãos candidatarem-se e serem eleitos para os diversos cargos eletivos. Tais direitos são exercidos por meio da capacidade eleitoral passiva. A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 14, a seguinte redação: Art. 14, A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. Em todas estas hipóteses, estamos diante dos direitos políticos ativos (capacidade eleito- ral ativa), que pode ser exercida diretamente (através de plebiscito, referendo e iniciativa popu- lar) ou indiretamente (através da escolha dos representantes por meio do voto direto e secreto). O mencionado artigo constitucional,no entanto, pode levantar uma série de dúvidas: o que é Sufrágio? O que é Plebiscito? E referendo? Inicialmente, temos que saber que o sufrágio não se confunde com o voto. Enquanto o pri- meiro conceito liga-se à ideia do próprio direito em si, o segundo atua como forma de exercer este direito. EXEMPLO Ao exercer o voto, estamos escolhendo nossos representantes para um dado período de tempo. Estamos, em outras palavras, exercendo um direito. Mas vocês já pararam para pensar em qual direito que está sendo exercido por meio do ato de votar? A resposta para tal pergunta é o sufrágio, que, como mencionado, liga-se a uma ideia maior do que o voto, uma vez que envolve o processo eleitoral como um todo. Assim, o Sufrágio pode ser entendido como a soma da capacidade eleitoral ativa (direito de votar) e da capacidade eleitoral passiva (direito de se eleger). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi A doutrina identifica dois tipos de sufrágio, sendo eles o universal e o restrito. O sufrágio universal, que é o atualmente vigente em nosso ordenamento, é aquele em que o direito de votar é estendido a todos os nacionais, desde que obedeçam às condições previs- tas em lei. Por isso mesmo é que em nosso país todos os brasileiros, em regra, podem votar. O sufrágio restrito, por outro lado, é aquele que não possibilita que todos os nacionais exerçam o direito do voto, mas sim apenas aqueles que atendam a algumas características especiais. Tal tipo de sufrágio pode ser capacitário ou censitário. Teremos sufrágio capacitário quando o direito de votar é conferido apenas às pessoas que possuam alguma característica especial, tal como a conclusão de curso superior ou o domínio de mais de um idioma. Da mesma forma, teremos sufrágio censitário quando o direito de votar for assegurado apenas àqueles que possuam determinadas condições econômicas, tais como uma renda mí- nima ou a comprovação da posse de um número certo de bens. Afirmar que o voto é direto significa garantir que os próprios eleitores serão os responsá- veis pela escolha dos governantes e parlamentares. O voto indireto, em sentido contrário, é aquele em que os eleitores elegem delegados, que, por sua vez, serão os responsáveis pela escolha dos representantes da população. Neste sentido é o entendimento de Maria Helena Diniz: Voto indireto Aquele em que os eleitores elegem delegados que, por sua vez, escolherão aqueles que vão ocupar cargos políticos. Além de direito, o voto também é secreto, de forma que o eleitor não é obrigado a mani- festar publicamente em quem irá votar para o exercício dos cargos políticos. Trata-se esta, talvez, da mais importante garantia assegurada ao voto, e, por consequência, da democracia como um todo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi EXEMPLO Já pensaram em como seria “complicado” se o voto fosse aberto? Os empregados de uma empresa poderiam se sentir constrangidos em ter que votar em um candidato que não fosse o da preferência do patrão. As eleições, se assim o fosse, correriam o sério risco de não passar de processos de “fachada”, uma vez que a democracia não estaria presente e os representantes eleitos não iriam refletir, necessariamente, a vontade popular. Ainda nas disposições iniciais, temos que conhecer os conceitos de plebiscito e referendo. Ambos os institutos são formas de manifestação direta da vontade popular, consistindo em consulta à população sobre matéria constitucional, legislativa ou administrativa. Enquanto no plebiscito a população é consultada previamente à edição do ato legislativo ou administrativo, no referendo, em sentido oposto, o povo é consultado quando a lei ou o ato administrativo já foram editados. De acordo com a Constituição Federal, deverá ocorrer plebiscito sempre que os Estados ou Municípios tiverem o interesse de modificar sua extensão territorial. Tal modificação poderá ocorrer, dentre outras formas, por desmembramento, incorporação, fusão ou anexação, confor- me previsão do artigo 18, §§ 3º e 4º, da Constituição: Art. 18, §3º, Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se ane- xarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da popula- ção diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadu- al, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. EXEMPLO Como exemplo de plebiscito, podemos citar o caso do Estado do Pará, que, em 2011, convo- cou a população interessada para decidir pela criação ou não de mais dois Estados: Carajás e Tapajós. Na época, surgiu uma dúvida acerca de qual seria a “população diretamente envolvida” no desmembramento: apenas aqueles residentes nos municípios situados em território even- tualmente pertencente aos novos Estados (em caso de aprovação) ou toda a população do Estado do Pará. Incitado a se manifestar, decidiu o STF, no julgamento da ADI 2650, que o artigo 7º da Lei 9.709, de 1998, é plenamente constitucional, de forma que toda a população do Estado estaria obri- gada a manifestar-se acerca do possível desmembramento. Vejamos o mencionado artigo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi EXEMPLO Como exemplo de referendo, tivemos, em 2005, uma consulta à população em momento pos- terior à alteração do Estatuto do Desarmamento. Com a alteração já efetuada, o comércio de armas de fogo se tornara proibido, conforme alteração legislativa. Após o referendo, a maioria da população decidiu que o comércio de armas de fogo e munições deveria ser permitido, de forma que o dispositivo que proibida a comercialização foi excluído, posteriormente, do Estatuto do Desarmamento. Dessa forma, temos que levar para a prova que, assim como ocorre nas eleições para es- colha de cargos políticos, no plebiscito e no referendo: a) O voto é facultativo para os analfabetos, para os maiores de 70 anos e para os eleitores com idade entre 16 e 18 anos; b) O voto é obrigatório para os eleitores com idade entre 18 e 70 anos; c) Cada eleitor vota em sua seção eleitoral (a mesma das eleições); d) Aqueles que deixarem de votar devem se justificar, sob pena de não ficarem em dia com a Justiça Eleitoral. 001. (IBFC/ASC/CBM AC/2022) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos. Assinale a alternativa que apresenta uma forma de exercício de soberania popular, além das formas supracitadas. a) Direito de reunião b) Emenda constitucional c) Iniciativa popular d) Mandado se segurança individual A iniciativa popular,dentre as alternativas propostas, é uma forma de exercício de soberania popular, conforme previsão do texto constitucional. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; (...) entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende des- membrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a po- pulação da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi II – referendo; III – iniciativa popular. Letra c. 002. (FCC/TEC LEG/CL DF/TÉCNICO LEGISLATIVO/2018) De acordo com a Constituição Federal, a soberania popular é exercida, nos termos da lei, por meio de instrumentos como a) o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular e o voto direto e aberto. b) a iniciativa popular e o voto indireto e secreto. c) o sufrágio universal e o voto indireto e secreto. d) a iniciativa popular, o referendo e o voto indireto e aberto. e) o plebiscito e o referendo. A questão deve ser respondida de acordo com as disposições do artigo 14, de seguinte redação: Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. Claramente se percebe que a Letra E, por retratar os instrumentos de exercício da soberania popular, é a resposta da questão. Letra e. 3. condIções de elegIbIlIdAde Para poder concorrer a um cargo eletivo, o particular deve possuir todas as condições de elegibilidade e não recair em nenhuma das causas de inelegibilidade. Podemos conceituar elegibilidade como os pressupostos legais para que um indivíduo seja votado, ao passo que a inelegibilidade pode ser compreendida como as situações que afastam a possibilidade de que isso ocorra. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Dessa forma, estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 14, § 3º, as condições de elegibilidade: Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I – a nacionalidade brasileira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; III – o alistamento eleitoral; IV – o domicílio eleitoral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI – a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. Professor, é necessário conhecer essas condições? Muito mais do que necessário, pessoal! É elementar! Isso porque muitas questões de prova se limitam a exigir a literalidade das condições aqui apresentadas, ou então tentam confundir os candidatos menos atentos com pequenas alterações no sentido de cada uma das assertivas. 3.1. nAcIonAlIdAde brAsIleIrA Não podemos confundir nacionalidade com naturalidade. Naturalidade está ligada com o local em que a pessoa nasceu, ao passo que a Nacionalidade confere à pessoa um vínculo com um determinado Estado. Para efeitos de elegibilidade, podem ser candidatos, em regra, tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados. No entanto, alguns cargos apenas poderão ser preenchidos por brasi- leiros natos, sendo eles, de acordo com a Constituição (art. 12, § 3º) os seguintes: Art. 12, § 3º, São privativos de brasileiro nato os cargos: I – de Presidente e Vice-Presidente da República; II – de Presidente da Câmara dos Deputados; III – de Presidente do Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de oficial das Forças Armadas. VII – de Ministro de Estado da Defesa O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Percebam que existe uma lógica por traz dos cargos privativos de brasileiros natos. São eles os representantes das autoridades máximas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judici- ário, ou então cargos essenciais para a defesa do próprio Estado. Importante exceção é tida com relação aos portugueses equiparados. E isso se tornou possível com a entrada em vigor do Tratado da Amizade, expresso pelo Decreto n. 3.927/2001. Tal norma apresenta, em seu artigo 17, as seguintes possibilidades: Artigo 17, 1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade competente. 2. A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalida- de, houverem sido privadas de direitos equivalentes. 3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mes- mos direitos no Estado da nacionalidade. E o que podemos entender de tais dispositivos? Primeiramente, que é assegurado aos portugueses com residência no Brasil há mais de 3 anos o direito de exercitarem os Direitos Políticos. No entanto, para que isso seja possível, deve haver reciprocidade, em Portugal, quanto aos brasileiros lá residentes pelo mesmo perí- odo de tempo. Outra peculiaridade é que nem todos os cargos políticos poderão ser ocupados pelos por- tugueses equiparados, uma vez que os cargos privativos de brasileiros natos não admitem esta possibilidade. Por fim, o exercício dos direitos políticos em um dos dois países implica em suspensão do exercício dos mesmos direitos no outro país. 3.2. pleno exercícIo dos dIreItos polítIcos Estar em pleno exercício dos Direitos Políticos implica em não recair em nenhuma das causas de suspensão ou perda dos Direitos Políticos. Tais possibilidades estão previstas no artigo 15 da Constituição: Art. 15, É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II – incapacidade civil absoluta; III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Pessoal, não é exagero afirmar que aqui estamosdiante de uma das maiores divergên- cias doutrinárias de todo o Direito Eleitoral. Tal confusão vem à tona quando se tenta clas- sificar cada uma das cinco hipóteses acima como casos de perda ou de suspensão dos direitos políticos. Praticamente toda a doutrina concorda que a situação expressa no inciso I é situação de perda, uma vez que o naturalizado, ao ter sua naturalização cancelada com trânsito em julga- do, perde definitivamente a possibilidade de exercer os direitos políticos. Da mesma forma, as situações elencadas nos incisos II, III e IV não encontram maiores divergências sobre o fato de serem situações de suspensão. Em todas elas, pode o particular readquirir, com o passar do tempo, os direitos políticos. Na incapacidade civil absoluta (inciso II), pode o incapaz tornar-se capaz, situação em que todos os direitos políticos lhe serão assegurados. Da mesma forma, nos casos de Improbidade Administrativa (inciso V) ou de Condenação Criminal (inciso III), como estamos diante de situa- ções que ensejam penalidades, e considerando que o nosso ordenamento jurídico não admite penas eternas, com o cumprimento das sanções o particular poderá exercer novamente os direitos políticos anteriormente suspensos. A grande divergência ocorre com relação à situação estabelecida no inciso IV: “recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII”. Esta- mos aqui diante da conhecida Escusa de Consciência. Vamos entender melhor como isso funciona? Inicialmente, a CF/88 estabelece, em seu artigo 5º, VIII, a seguinte redação: Art. 5º, VIII, Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosó- fica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Pois bem... Caso alguém alegue a escusa de consciência como motivo para não cumprir com uma obrigação legal a todos imposta, nenhum direito poderá lhe ser privado. No entanto, para que isso não ocorra, faz-se necessário o cumprimento de prestação social alternativa. Caso não cumpra com tal prestação alternativa, aí sim não tem jeito, de forma que a pes- soa terá os seus direitos políticos... Suspensos ou Perdidos? Segundo o professor Alexandre de Moraes, tal situação enseja a perda dos direitos polí- ticos. Por outro lado, diversos diplomas legais afirmam o oposto, ou seja, que a situação em tela enseja a suspensão dos Direitos Políticos. Neste sentido, por exemplo, é o artigo 438 do Código de Processo Penal: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Art. 438, A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. No mesmo sentido estabelece o artigo 4º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 8.239 (norma que regula- menta a forma como se dará a prestação social alternativa): Art. 4º, § 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo, sob qualquer pretexto, por motivo de responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não-fornecimento do certificado correspondente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período estabelecido. § 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só será emitido após a decretação, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento das obrigações devidas. A confusão é tamanha que as próprias bancas organizadoras possuem entendimentos em sentidos opostos. E na hora da prova, professor, o que fazer? Devemos usar o bom senso. Acredito que uma questão com as duas opções de resposta (perda e suspensão), nos dias atuais, seria alvo de uma imensidão de recursos, com grandes chances de ser anulada. Ainda assim, é possível afirmar que a doutrina majoritária possui en- tendimento de que a mencionada situação é caso de suspensão dos direitos políticos. Organizando nosso conhecimento, ficamos com as seguintes situações: Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado Perda Incapacidade civil absoluta Suspensão Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos Suspensão Improbidade administrativa Suspensão Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (escusa de consciência) Divergência, sendo que a doutrina majoritária possui entendimento de que é caso de suspensão dos direitos políticos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi 003. (FCC/ANA JUR/SEAD AP/2018) Em uma situação hipotética, João Pedro, empresário do ramo minerário, com pretensão de se candidatar a deputado estadual, foi condenado pela prática do crime de sonegação fiscal em primeira instância. Convencido de sua inocência, ele orientou seu advogado a recorrer contra essa condenação, pois sabe que, no campo dos direi- tos políticos, a condenação criminal transitada em julgado é causa de a) conscrição. b) perda ou suspensão desses direitos. c) hipossuficiência. d) improbidade administrativa. e) inalistabilidade ab initio. De acordo com a Constituição Federal, a condenação criminal transitada em julgado é causa de suspensão ou perda dos direitos políticos. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; Letra b. 3.3. AlIstAmento eleItorAl É por meio do alistamento eleitoral que o indivíduo adquire a condição de cidadão, passan- do assim a poder usufruir o direito do voto. Através do alistamento, o então cidadão pode exercer a sua Capacidade Eleitoral Ativa (Direito de Votar), mas ainda não poderá exercer a Capacidade Eleitoral Passiva (Direito de ser Votado), uma vez que deve atender a outras condições de elegibilidade. Disso decorre que todo elegível é obrigatoriamente um eleitor, mas nem todo eleitor é considerado elegível. Em outras palavras, todos aqueles que possuem a capacidade eleitoral passiva (serem votados), para conseguirem chegar nesta situação tiveram que atender a todas as condições de elegibilidade, dentre as quais se encontra o alistamento eleitoral, que possibilita o exercício da capacidade eleitoral ativa (direito de votar). No tocante a esta (a Capacidade Ativa), estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 14, § 1º, as situações em que o seu exercício será obrigatório ou facultativo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Art. 14, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II – facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Assim, são obrigados a realizar o alistamento e arespectiva votação aqueles que se encon- trem na faixa etária de 18 a 70 anos. Para aqueles com 16 a 18 anos, ou então com idade superior a 70, tais procedimentos se- rão facultativos. Além disso, a Constituição Federal faculta aos analfabetos a possibilidade de alista- mento e voto. 3.4. domIcílIo eleItorAl nA cIrcunscrIção De início, cumpre salientar que Domicílio Eleitoral não é a mesma coisa que Domicílio Ci- vil. O Domicílio Civil trata-se de um conceito mais restrito, estabelecido nos artigo 70 e 71 do Código Civil: Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, conside- rar-se-á domicílio seu qualquer delas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi O domicílio eleitoral, por sua vez, é um conceito mais amplo, uma vez que se trata de qualquer residência ou moradia do cidadão. Logo, percebe-se que o domicílio eleitoral, ao contrário do domicílio civil, não exige ânimo de permanência, de forma que, na situação do indivíduo possuir duas residências ou moradias, qualquer uma delas poderá ser considerada domicílio eleitoral. Para controlar tal mandamento, temos que o domicílio do Prefeito, do Vice-prefeito e dos Vereadores é o respectivo Município. Para os Governadores e respectivos vices, bem como para os Deputados Federais, Deputados Estaduais e Senadores, qualquer município localiza- do dentro do respectivo Estado. Para o Presidente e Vice-presidente, por fim, o domicílio será qualquer um dos municípios da Federação. A prova de qualquer um dos domicílios será feita mediante a apresentação do respectivo título de eleitor. 3.5. FIlIAção pArtIdárIA Com a filiação partidária, o cidadão passa a ter um vínculo que, em tese, englobaria os ide- ais defendidos pelo partido. Desta forma, temos que memorizar que não é possível, em nosso ordenamento, a exis- tência de candidaturas avulsas, assim consideradas aquelas que não estão vinculadas a um Partido Político. Situação interessante, e que representa uma exceção à regra da filiação com 6 meses de antecedência, é a do militar. E isso ocorre porque o militar, de acordo com a CF/88, em seu artigo 142, V, não pode filiar-se a partido político enquanto estiver em serviço ativo: Art. 142, V, O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; Isso quer dizer que os militares que estiverem na ativa não poderão concorrer a cargos políticos? Para evitar que isso ocorra, e considerando que estamos diante de um aparente confronto entre artigos constitucionais, é que o TSE possui o entendimento de que a condição de elegibi- lidade relativa à filiação partidária não é exigível ao militar da ativa que pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura, após prévia escolha em conven- ção partidária. Ainda no que se refere aos militares, estabelece a CF/88, em seu artigo 14, § 8, as regras a serem observadas após o registro da candidatura. Art. 14, §8º, O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas- sará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 004. (FCC/TJ TRE PR/ADMINISTRATIVA/2017) De acordo com as normas da Constituição Federal, o militar alistável, a) com menos de dez anos de serviço, poderá candidatar-se para cargo político, mas deverá afastar-se da atividade. b) com menos de dez anos de serviço, poderá candidatar-se para cargo político, quando será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diploma- ção, para a inatividade. c) com mais de dez anos de serviço, poderá candidatar-se para cargo político e, se eleito, deve- rá ser agregado pela autoridade superior. d) com mais de dez anos de serviço, poderá candidatar-se para cargo político, quando será agregado pela autoridade superior e, se eleito, poderá cumular o exercício do cargo político com a função militar, se não estiver conscrito e se houver compatibilidade de horários. e) que esteja em atividade, não poderá candidatar-se para cargo político. Sobre a possibilidade de o militar alistável candidatar-se aos cargos eletivos, devemos fazer uso das disposições do artigo 14, § 8º, da Constituição Federal, de seguinte redação: Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas- sará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi a) Certa. Por possuir menos de 10 anos de serviço, deverá o militar, para que seja possível can- didatar-se aos cargos eletivos, afastar-se da respectiva atividade. b) Errada. Se contar com menos de 10 anos, deverá ele afastar-se da atividade. c) Errada. Aqui, será ele será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automati- camente, no ato da diplomação, para a inatividade. d) Errada. Se eleito, passará o militar automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. e) Errada. O militar em atividade poderá candidatar-se para os cargos políticos, devendo, para isso, observar as regras constitucionais relacionadas com o tempo de serviço. Letra a. 3.6. IdAdes mínImAs De todas as condições para que o indivíduo possa candidatar-se a um cargo eletivo, esta, sem sombra de dúvidas, é a mais exigida em concursos públicos. Assim, a CF/88 estabelece as seguintes idades mínimas, a depender do cargo que estará em disputa: • 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; • 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; • 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; • 18 anos para Vereador. 005. (AOCP/ASS PREV/IPE PREV/2022) Analise o seguinte caso hipotético: Determinado empresário, com grande influência política em âmbito nacional, deseja se candi- datar ao cargo de Presidente da República nas eleições do ano de 2022. À luz das disposições constitucionais, é condição de elegibilidade, para o cargo de Presidente da República, a ida- de mínima de a) 18 (dezoito) anos. b) 21 (vinte e um) anos. c) 24 (vinte e quatro) anos. d) 30 (trinta) anos. e) 35 (trinta e cinco) anos. Para concorrer ao cargo de Presidente da República, uma das condições de elegibilidade é a idade mínima de 35 anos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquertítulo, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: VI – a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; Letra e. 4. InelegIbIlIdAdes O instituto da inelegibilidade é um dos mais importantes de todo o Direito Eleitoral. Por meio dele, consegue-se verificar, nas hipóteses previstas na Constituição Federal ou na Lei Complementar n. 64/1990 (conhecida como Lei das Inelegibilidades), se o cidadão está ou não apto a exercer a sua capacidade eleitora passiva, ou seja, o direito de ser votado nas eleições. O renomado autor José Afonso da Silva apresenta um conceito de Inelegibilidade que me- rece destaque, uma vez que traduz com precisão a forma como tal instituto obsta a capacida- de do cidadão eleger-se: Inelegibilidade revela impedimento à capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado). Obsta, pois, à elegibilidade. Não se confunde com inalistabilidade, que é o impedimento à capacidade elei- toral ativa (direito de ser eleitor), nem com incompatibilidade, impedimento ao exercício do mandato depois de eleito. Dentre as diversas classificações existentes em nosso ordenamento, aquela que é exigida em provas de concurso é a referente às inelegibilidades absolutas e relativas. Trata-se de conhecimento de fácil entendimento, de forma que as situações de inelegibi- lidade absoluta são aquelas que impedem o exercício de todos os cargos eletivos existentes em nosso ordenamento. Por outro lado, os casos de inelegibilidade relativa são situações que impedem o exercício para determinados cargos eletivos. Nesta última situação, vem à tona o conceito de desin- compatibilização, que nada mais é do que o prazo antes do qual o cidadão deverá afastar-se do cargo ou função pública que exerce como forma de poder participar do pleito democrático. EXEMPLO Tício foi eleito Prefeito do Município de Concurcity! Dois anos após, resolve se candidatar a Governador do Estado de Concursópolis. Para que possa assim proceder, de acordo com as disposições da Constituição Federal, deverá afastar-se do cargo de Prefeito 6 meses antes da data da realização das eleições para Governador. Este afastamento nada mais é do que a desincompatibilização, de forma que se Tício não pro- ceder desta forma será considerado inelegível para a realização da eleição almejada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Vejamos as hipóteses de Inelegibilidade previstas na Constituição Federal: a) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. (Art. 14, §4º) Aqui, estamos diante de uma inelegibilidade absoluta, ou seja, os inalistáveis e os analfa- betos não poderão se candidatar para nenhum Cargo Eletivo, motivo pelo qual não há que se falar em desincompatibilização. De acordo com as informações da Constituição Federal, em conjunto com as disposições do Código Eleitoral, as seguintes pessoas são consideradas inalistáveis: • Estrangeiros; • Conscritos durante o período do serviço militar obrigatório; • Os que não saibam exprimir-se na língua nacional; • Os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos. 006. (VUNESP/SOLD/PM SP/2ª CLASSE/2022) De acordo com a Constituição Federal, são inelegíveis: a) os analfabetos e os militares alistáveis. b) os estrangeiros e os conscritos, durante o serviço militar obrigatório. c) os estrangeiros naturalizados e os condenados por sentença judicial. d) os militares alistáveis e o cônjuge do Presidente da República. e) o cônjuge e os parentes consanguíneos e afins, de Governadores e Prefeitos, no territó- rio nacional. Estabelece o § 2º do artigo 14 da Constituição Federal que, Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obriga- tório, os conscritos. Tais pessoas, por não poderem se alistar, são considerados inelegíveis, uma vez que não aten- dem à condição de elegibilidade do alistamento eleitoral. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi b) Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. (Art. 14, §6º) Os Chefes do Executivo podem perfeitamente ser eleitos para um período subsequente. No entanto, caso queiram se candidatar para outro cargo eletivo, deverão se afastar em caráter permanente (renúncia) dos respectivos mandatos no prazo de 6 meses antes da realização das eleições. E neste caso, inelegibilidade absoluta ou relativa? Com toda certeza é relativa, uma vez que os Chefes do Executivo podem concorrer para mais um mandato além daquele que estão exercendo (reeleição) sem a necessidade de se desincompatibilizarem do cargo. Apenas haverá tal necessidade quando o Presidente, os Go- vernadores ou os Prefeitos desejarem concorrer a cargo diferente do já ocupado. c) São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. (Art. 14, §7º) Temos aqui a conhecida “Inelegibilidade Reflexa”, de forma que os parentes até segundo grau dos Chefes do Executivo não poderão, via de regra, se candidatar para Cargos Eletivos dentro da circunscrição do titular. EXEMPLO Como exemplo, imaginemos um Prefeito que acabou de ser eleito para o cargo. No municí- pio em que este estiver exercendo as suas atribuições, seus parentes até o segundo grau não poderão ser eleitos, por exemplo, para o cargo de Vereador. Importante mencionar que, caso o parente já esteja exercendo as atribuições do cargo, não há que se falar em inelegibilidade. Da mesma forma, se ambos forem eleitos na mesma eleição, a inelegibilidade fica afastada. EXEMPLO Na cidade de Concurcity, Mévio foi eleito para vereador nas eleições de 2008. Em 2012, concor- reu novamente ao cargo e foi reeleito. Nesta última eleição, porém, Tício, que é filho de Mévio (parente de primeiro grau) candidatou-se ao cargo de Prefeito e acabou sendo eleito. Nesta situação, algum deles será declarado inelegível? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Claro que não, uma vez que quando Tício foi eleito para o cargo de Prefeito (fato gerador da Inelegibilidade Reflexa), Mévio já ocupava o cargo de Vereador. A mesma lógica se aplica caso os dois candidatos (Tício e Mévio) tivessem corrido na mesmaeleição e não estivessem exercendo, anteriormente, nenhum cargo eletivo. Neste último exemplo, caso Tício fossem eleito Prefeito e Mévio não conseguisse se eleger Vereador, ficaria Mévio impedido de candidatar-se até que Tício estivesse ocupando o cargo. Algum aluno poderia estar se questionando se a inelegibilidade seria afastada pela dis- solução do vínculo conjugal (separação), no exercício do primeiro mandato, como forma de possibilitar que o cônjuge se tornasse elegível. Tal situação é possível? O STF possui entendimento de que a separação ou dissolução do vínculo conjugal, ainda que ocorra no período do primeiro mandato, não afasta a inelegibilidade prevista na Constitui- ção Federal. Tal entendimento está exposto na Súmula Vinculante n. 18: JURISPRUDÊNCIA Súmula Vinculante 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do man- dato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. EXEMPLO Jorge, que é casado com Fernanda, é Governador do Estado de Concursópolis. Nesta situação, Fernanda é considerada inelegível no território de jurisdição do titular (todo o Estado). No entanto, seria muito fácil “driblar” a regra da inelegibilidade forjando uma separação conju- gal, situação que deixaria os dois cônjuges em condições de disputar qualquer cargo na res- pectiva jurisdição, não é mesmo? Assim, como forma de evitar que isso ocorra, o entendimento dos Tribunais Superiores é de que, no caso concreto, ainda que haja a separação do casal no curso do primeiro mandato de Jorge, tal ocorrência não afastará a inelegibilidade de Fernanda. E se Jorge renunciar ao cargo, Fernanda é considerada elegível? Depende! Para que isso ocorra, a renúncia de Jorge deverá ocorrer no curso do primeiro man- dato, ou seja, Jorge deve renunciar em uma situação em que poderia concorrer ao segundo mandato. Caso ele já esteja no curso do segundo mandato (foi reeleito), nem mesmo a sua renúncia acarreta a possibilidade de Fernanda concorrer a algum cargo na circunscrição. 007. (FCC/TJ TRE SP/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2017) Brasileiro naturaliza- do, com 25 anos de idade, pela segunda vez consecutiva no exercício do mandato de Vereador, filho do Governador do Estado em que possui domicílio eleitoral, poderá, à luz da Constituição Federal, candidatar-se, na esfera O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi a) municipal, à reeleição para Vereador, apenas, sem precisar para tanto renunciar ao respec- tivo mandato. b) municipal, a Prefeito, apenas, desde que renuncie ao respectivo mandato até seis meses antes do pleito. c) municipal, à reeleição para Vereador ou a Prefeito, devendo, neste último caso, renunciar ao respectivo mandato até seis meses antes do pleito. d) estadual, a Deputado Estadual, mas não a Governador do Estado, estando ainda impossibi- litado de concorrer a mandatos na esfera municipal. e) estadual, a Governador do Estado, mas não a Deputado Estadual, estando ainda impossibi- litado de concorrer a mandatos na esfera municipal. De acordo com o § 7º do artigo 14, temos a previsão de que, São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses an- teriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Sendo assim, a regra geral é a de que são inelegíveis, no território de jurisdição dos Chefes do Poder Executivo, o cônjuge e parentes até segundo grau. No entanto, devemos observar que o filho do Governador já ocupa o mandato de Vereador, se enquadrando, desta forma, na exceção do final do mencionado artigo. Logo, está correta a Letra A e incorretas as Letras B e C. Consequentemente, poderá ele candidatar-se, na esfera municipal, apenas para o cargo de Vereador, não havendo necessidade, pelo fato do cargo pertencer ao Poder Legislativo, de desincompatibilização. No âmbito estadual, não haverá possibilidade de concorrer a nenhum cargo eletivo (Erro das Letras D e E). Letra a. Por fim, importante afirmar que as situações de inelegibilidade não se resumem às previs- tas no texto constitucional, podendo, de acordo com o artigo 14, § 9º da Constituição Federal, ser estabelecidas novas formas por intermédio de Lei Complementar. Art. 14, § 9º, Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influ- ência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 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A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Merece destaque, para a correta compreensão do princípio, a compreensão das diferenças existentes entre a vigência e eficácia das normas. A vigência está relacionada com o momento em que a norma adentra no ordenamento ju- rídico. Dessa forma, caso uma lei eleitoral seja publicada e nada mencione acerca do período de vigência, esta ocorrerá 45 dias após a sua publicação. Trata-se a vigência, em última análise, do momento em que a norma, após passar por todas as suas fases procedimentais, pode, após um período de tempo, produzir efeitos. A eficácia, por sua vez, relaciona-se com o momento em que a norma inicia a produção de efeitos jurídicos perante terceiros. Na imensa maioria dos ramos do direito, a eficácia, como regra, possui o mesmo lapso temporal que a vigência. Como resultado, uma lei publicada e que nada mencione sobre o momento de início da pro- dução de efeitos jurídicos terá o início de tais efeitos no mesmo momento em que a vigência. EXEMPLO Com exemplo, podemos citar uma lei que foi publicada em 05 de maio de 2015 e que mencione que nesta mesma data inicia a produção de efeitos. Neste caso, tanto a vigência quanto a efi- cácia da norma terão início no mesmo dia, ou seja, na data de publicação. Isso vale para quase todos os ramos do Direito. Com o Direito Eleitoral isso não ocorre, de forma que a eficácia das leis eleitorais apenas ocor- rerá após o período de 1 ano da data em que a norma entrar em vigor. Em tal ramo do direito, caso uma norma entre em vigor no dia 05 de julho de 2015, apenas poderá produzir efeitos a partir do dia 06 de julho de 2016. Evita-se, com o princípio da anualidade, que o legislador modifique, no ano eleitoral, as regras pertinentes às eleições, obstando assim que o abuso do podereconômico possa modi- ficar as regras eleitorais com o objetivo de fraudar a lisura de todo o certame. 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No caso da eficácia, os efeitos das modificações apenas poderão ocorrer nas eleições que se realizarem após o período de 1 ano da data em que a lei entrou em vigor, ou seja, apenas nas eleições que ocorrerem após janeiro de 2023. Dada a importância do princípio em questão, o STF já reconheceu que a anualidade eleito- ral (que se destina a regulamentar os direitos políticos) trata-se de uma cláusula pétrea, con- forme se observa do julgado da ADI 3.685: JURISPRUDÊNCIA Além de o referido princípio conter, em si mesmo, elementos que o caracterizam como uma garantia fundamental oponível até mesmo à atividade do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60, § 4º, IV, a burla ao que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV). Assim, podemos relacionar como principais características do princípio da anualidade o fato de tratar-se de uma cláusula pétrea e de destinar-se a evitar modificações legislativas antes de um período razoável de tempo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi 008. (FGV/UNI NAC/OAB/2022) Faltando um ano e meio para a eleição dos cargos políticos federais e estaduais, é promulgada pelo Presidente da República uma lei que estabelece diversas alterações no processo eleitoral. Alguns partidos políticos se insurgem, alegando ser inconstitu- cional que essa lei produza efeitos já na próxima eleição. Afirmam que uma nova lei eleitoral não pode ser aplicada na eleição imediata, pois isso contrariaria o princípio da anterioridade. No que tange à discussão referida, a possibilidade de a referida lei produzir efeitos já nas pró- ximas eleições é a) constitucional, já que o lapso temporal, entre a data de entrada em vigor da lei e a data da realização da próxima eleição, não afronta a regra temporal imposta pela Constituição Federal. b) inconstitucional, por violação expressa ao princípio da anterioridade da legislação eleitoral, nos limites que a Constituição Federal de 1988 a ele concedeu. c) inconstitucional, porque qualquer alteração do processo eleitoral somente poderia vir a ocor- rer por via do poder constituinte derivado reformador. d) constitucional, pois a Constituição Federal não impõe ao legislador qualquer limite temporal para a realização de alteração no processo eleitoral. Estabelece o artigo 16 que, A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Na situação apresentada pela questão, a nova norma editada já pode produzir efeitos nas próximas eleições, haja vista que foi promulgada (e entrou em vigor) antes do período mínimo exigido pela Constituição Federal (1 ano). Letra a. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi 6. consultAs populAres As consultas populares são uma das formas da população participar diretamente do pro- cesso democrático. Além da participação direta, os cidadãos participam indiretamente quan- do escolhem, por meio das eleições, aqueles que irão ocupar os mais diversos cargos eletivos. No âmbito das consultas populares, a Emenda Constitucional n. 111/2021 incluiu dois im- portantes parágrafos ao artigo 14 do texto da Constituição Federal. Art. 14, § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao nú- mero de quesitos. § 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão. Com base nos mencionados dispositivos, podemos chegar às seguintes conclusões: a) As consultas populares sobre questões locais serão realizadas concomitantemente com as eleições municipais. Dito de outra forma, no mesmo dia em que o eleitor for votar, opi- nará ele sobre assuntos relacionados com temas previamente definidos. b) Para que a consulta popular possa ser realizada, a questão deve ter sido aprovada pela Câmara Municipal e encaminhada à Justiça Eleitoral no prazo de até 90 dias antes da data das eleições. c) Antes da realização da consulta popular, é permitida a manifestação a favor ou contra a questão que será objeto de manifestação popular. Contudo, as manifestações apenas pode- rão ocorrer durante as campanhas eleitorais, não podendo fazer uso de propaganda gratuita no rádio e na televisão. Consultas Populares Quando serão realizadas Concomitantemente com as eleições municipais. Requisitos a) Aprovação pela Câmara Municipal. b) Encaminhamento à Justiça Eleitoral no prazo de até 90 dias antes da data das eleições. Manifestações Apenas poderão ocorrer durante as campanhas eleitorais, não podendo fazer uso de propaganda gratuita no rádio e na televisão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi 7. pArtIdos polítIcos Em seu artigo 17, a Constituição Federal estabelece as diretrizes a serem observadas para a criação e o funcionamento dos Partidos Políticos. Tais preceitos, vale ressaltar, objetivam conferir eficácia ao fundamento constitucional do Pluralismo Político. Art. 17, É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a so- berania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I – caráter nacional; II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III – prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV – funcionamento parlamentarde acordo com a lei. Assim, vigora a regra de que a criação ou qualquer outra forma de agrupamento partidário (fusão ou incorporação, por exemplo), são livres à iniciativa privada, de forma que os Partidos Políticos gozam de liberdade e autonomia para definir o modo como irão funcionar e a sua estrutura interna. Da mesma forma, a Constituição Federal estabelece que todo e qualquer partido político apenas poderá ter caráter nacional, ou seja, ter sua atuação em todo o território nacional, sem a possibilidade de restrição a determinados Estados ou Municípios. Como toda associação, o partido político deverá prestar contas dos seus gastos. No en- tanto, como estamos diante de uma entidade que participa ativamente do processo democrá- tico, os partidos, ainda que sejam dotados de personalidade jurídica de direito privado, devem realizar tal procedimento perante a Justiça Eleitoral, impedindo assim que o abuso do poder econômico possa influir no resultado das eleições. Também não poderá o partido político receber recursos de entidades ou governos es- trangeiros, tampouco estar subordinado a tais pessoas. Admitir tais possibilidades poderia colocar em risco a soberania do nosso Estado, uma vez que autoridades estrangeiras pode- riam exercer forte influência no processo democrático e até mesmo vir a ocupar, mesmo que indiretamente, cargos eletivos. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer re- gras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Art. 17, §1º) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Como mencionado, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, de forma a possuírem autonomia para definir sua estrutura interna e forma de funcionamento. Importante sabermos que não vigora mais em nosso ordenamento a regra da verticaliza- ção, uma vez que não há a obrigatoriedade de vinculação entre as coligações de âmbito nacio- nal, estadual e municipal. EXEMPLO Assim, se os Partidos Políticos A e B resolvem se coligar nas eleições para Presidente e Vice da República, não estarão obrigados a realizarem tal procedimento nas eleições estaduais ou municipais, de forma que o Partido A pode, perfeitamente, coligar-se com o Partido C no Estado Alfa e com o Partido D no Município Delta. No entanto, deve ser mencionado que a mencionada previsão constitucional é oriunda da Emenda Constitucional n. 97, de 2017, que trouxe, como uma das principais novidades, o fim das coligações nas eleições proporcionais. Para fins de prova de Direito Eleitoral, temos que memorizar que não é possível a realização de coligações para as eleições proporcionais, mas sim apenas para as eleições majoritárias. De acordo com o § 2º do artigo 17, Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Como os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, a aquisição da sua personalidade jurídica é feita com o registro da sua constituição no cartório de registro de pes- soas jurídicas. Após isso, o partido promove o apoiamento mínimo de filiados previsto em lei e procede ao registro de seu estatuto no TSE. Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à te- levisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Com o registro no TSE, o partido passa a contar com uma série de prerrogativas, dentre as quais a de ter acesso gratuito ao rádio e televisão, a de poder participar do processo eleitoral e a de receber recursos do Fundo Partidário. No entanto, após a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 97, passamos a contar com a necessidade de o partido político atender a, pelo menos, um dos seguintes requisitos para que tenham direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão. a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas; b) tiverem elegido pelo menos 15 Deputados Federais, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação; Importante mencionar que o candidato eleito por um partido político que não atenda a nenhum dos requisitos estabelecidos na Constituição Federal como necessários para o recebi- mento de recursos do fundo partidário e para o acesso ao rádio e à televisão tem assegurado o direito de mandato. Nesta situação, será facultado ao eleito a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que tenha atingido tais requisitos. No entanto, esta filiação não será considerada, no novo par- tido, para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. Outro ponto a ser destacado é que, após a Emenda Constitucional 117/2022, os partidos políticos passaram a contar com a obrigatoriedade de aplicar, no mínimo, 5% dos recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da partici- pação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. Além disso, o montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gra- tuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de, no mínimo, 30%, proporcional ao número de candidatas. Art. 17, § 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. § 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo parti- dário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada con- forme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, conside- rados a autonomia e o interesse partidário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meiose a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Recursos do fundo partidário Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. Deverão ser distribuídos às candidatas No mínimo, 30% do montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, da parcela do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos. A Constituição Federal também veda que os partidos façam uso de organização paramilitar. Art. 17, §4º, É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. EXEMPLO Exemplo de tal uso seria a divisão interna dos Partidos em “Batalhões”, de forma que cada um dos seus líderes seria chamado de “General”. Vejam que, nesta situação hipotética, não estamos diante de uma organização tipicamente militar, mas sim de uma organização que é “similar” a estas, daí o motivo de ser conceituada como paramilitar e ser, por consequência, vedada sua utilização pelos Partidos Políticos. Basicamente, as fases de constituição de um partido político podem ser divididas em três, sendo elas: a) aquisição de personalidade jurídica; b) apoiamento mínimo; c) registro de seu estatuto no TSE. a) Aquisição da personalidade jurídica: a aquisição da personalidade jurídica do partido político (considerando que este é pessoa jurídica de direito privado) é feita mediante o registro no cartório de registro civil das pessoas jurídicas, tal como ocorre com as demais empresas e associações privadas. No entanto, como apenas é admitida a existência de Partidos Políticos de caráter nacional, tal registro é feito no cartório de registro da capital federal, conforme previsão no artigo 8º da Lei n. 9.096/1995: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Art. 8º, O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em nú- mero nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado de: I – cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido; II – exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto; III – relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência. § 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido no território nacional. § 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no livro corres- pondente, expedindo certidão de inteiro teor. Importante salientar que o número mínimo de fundadores, para o registro dos Partidos Políticos, é de 101, bem como que estes devem possuir domicílio eleitoral em pelo menos um terço dos Estados da Federação. Satisfeitas todas estas exigências, o Oficial do Cartório procede ao registro do Partido Po- lítico, momento este em que o mesmo adquire sua personalidade jurídica. b) Apoiamento mínimo: com a aquisição da personalidade jurídica, o partido político deve proceder ao apoiamento mínimo necessário para o registro do seu Estatuto. DICA O apoiamento mínimo está previsto no § 1º do artigo 7º da Lei n. 9.096/1995, sendo constituído de eleitores correspondente a, pelo menos, meio por cento dos votos dados na última elei- ção geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do elei- torado que haja votado em cada um deles. A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona, sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados pelo Escrivão Elei- toral, que, ao receber cada uma das listas, dá recibo imediato do seu recebimento e, no prazo de 15 dias, lavra o seu atestado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi c) Registro do estatuto no TSE: Com a personalidade jurídica e o apoiamento mínimo ne- cessário, é chegado o momento de o partido político proceder ao registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. Esta, das três etapas de constituição, é, sem dúvidas, a mais importante, uma vez que assegura à agremiação a possibilidade de participar do processo eleitoral e de ter o direito à exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos. Podemos sedimentar as características dos partidos políticos por meio do gráfico a seguir: 7.1. InFIdelIdAde pArtIdárIA Um ponto que merece ser destacado, com relação aos partidos políticos, é a questão da infidelidade partidária. E isso ocorre na medida em que o § 6º do artigo 17 estabelece que, Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anu- ência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JULIO WESLEY FRUTUOSO CONCEICAO - 17704755757, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 95www.grancursosonline.com.br Direitos Políticos DIREITO ELEITORAL Diogo Surdi Sendo assim, a regra geral é a de que os eleitos para os cargos eletivos de Deputados Fe- derais, Deputados Estaduais, Deputados Distritais e Vereadores perderão o mandato quando se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos. As exceções ficam por conta das hipóteses de anuência do partido ou das situações de justa causa legalmente definidas. Obs.: � De acordo com a Lei dos Partidos Políticos, consideram-se justa causa para a desfilia- ção partidária somente as seguintes hipóteses: � a) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; � b) grave discriminação política pessoal; � c) mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao tér- mino do mandato vigente. Regra Geral Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato. Exceções 1. anuência do partido; 2. situações de justa causa definidas em lei, sendo elas:
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