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TEMA 04 - Meio Ambiente, Social e Governança

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DEFINIÇÃO 
Apresentação das questões ambientais, sociais e de governança corporativa, 
envolvendo investimentos responsáveis e finanças sustentáveis. 
PROPÓSITO 
Promover a reflexão sobre como a sustentabilidade pode impactar não 
somente as atividades das empresas, mas também a forma como os 
investidores tomam suas decisões financeiras. 
OBJETIVOS 
MÓDULO 1 
Descrever a evolução da sustentabilidade no mercado de investimentos e os 
conceitos de investimento sustentável 
MÓDULO 2 
Identificar os principais índices sustentáveis e tendências regulatórias no tema 
MÓDULO 3 
Definir caminhos possíveis para a integração da sustentabilidade nas decisões 
de investimentos, seus desafios e tendências 
INTRODUÇÃO 
A maioria das pessoas já ouviu falar em sustentabilidade e muitas empresas, 
além de investidores, têm se preocupado com esse tópico nos últimos anos. 
Inicialmente, podemos pensar que isso tem apenas uma motivação ética ou de 
reputação, mas, na verdade, o assunto tem ganhado mais força no mercado 
financeiro em função dos impactos que as questões ambientais, sociais e de 
governança corporativa (ASG) podem ter sobre vários aspectos, inclusive 
sobre a rentabilidade das empresas que estes agentes investem. É por isso 
que a agenda saiu das mesas dos ambientalistas e foi parar no centro da 
discussão do setor financeiro. 
Neste tema, vamos tratar com atenção de cada uma dessas dimensões. 
Primeiramente, vamos estudar sobre a evolução da sustentabilidade ao longo 
do tempo e os mais recentes investimentos sustentáveis. Depois, vamos 
aprender sobre os índices de sustentabilidade, aspectos da indústria e a 
regulação. Por fim, vamos elencar as principais tendências e desafios do setor. 
MÓDULO 1 
 
Descrever a evolução da sustentabilidade no mercado de investimentos e 
apresentar conceitos de investimento sustentável 
EVOLUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE 
Entre as três dimensões das questões ASG — ambientais, sociais e de 
governança corporativa —, a última foi a primeira a ser incorporada pelos 
investidores. Fica claro quando entendemos que as ações de governança são 
aquelas que influenciam como os conselheiros, diretores e demais executivos 
orientam as decisões da empresa. 
 
Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock 
Uma instituição com boas práticas de governança corporativa tem, portanto, 
uma melhor capacidade de gestão e, por isso, espera-se que ela gere 
melhores resultados e maior valor para os seus acionistas (IBGC, 2015). 
Hoje, podemos dizer que boa parte dos investidores institucionais, ou seja, 
organizações especializadas na gestão de investimentos, já analisa a 
governança corporativa como parte das questões essenciais para a escolha de 
empresas que vão compor, por exemplo, as suas carteiras de ações. 
COMENTÁRIO 
De alguns anos para cá, especialmente a partir da década de 1990, as 
questões ambientais também entraram na pauta. Os desafios ambientais, 
como o aumento da poluição e do desmatamento, as mudanças climáticas e 
até mesmo desastres — como o que ocorreu recentemente em Brumadinho — 
chamam a atenção para os riscos que as questões ambientais podem 
representar para todos, mas especialmente, neste caso, para a operação de 
uma empresa. 
Finalmente, vários fatores levaram os temas sociais a serem considerados 
muito relevantes para as empresas, como, por exemplo: o aumento do uso de 
mídias sociais até o envelhecimento da população e a entrada de uma nova 
geração, os millenials, no mercado de trabalho. 
As questões sociais dizem respeito à maneira como essas organizações vão 
lidar com os seus colaboradores, fornecedores, clientes etc. Afinal, uma 
empresa não é uma bolha fechada em si mesma. 
Embora a sustentabilidade esteja só agora entrando nos debates financeiros, 
os conceitos ligados ao desenvolvimento sustentável não são exatamente 
novos. Foi em 1987, há 33 anos, que se definiu em uma conferência das 
Nações Unidas o conceito oficial de desenvolvimento sustentável, que é: 
AQUELE QUE ATENDE ÀS NECESSIDADES 
DO PRESENTE, SEM COMPROMETER A 
CAPACIDADE DAS GERAÇÕES FUTURAS DE 
ATENDER ÀS SUAS NECESSIDADES”. 
(UNITED NATIONS, 1987, tradução livre) 
Trazendo esse conceito para o universo financeiro, isso significa que, se 
usarmos mais recursos do que o nosso planeta é capaz de regenerar, 
entraremos no “cheque especial” do nosso ecossistema. 
Podemos pensar, inicialmente, que o conceito de desenvolvimento sustentável 
estaria na contramão do que estudamos nos modelos econômicos tradicionais. 
De fato, existem algumas contradições. 
Na economia, em muitos casos, consideramos as questões ambientais e 
sociais como variáveis externas aos modelos, ou seja, que não têm relação 
com as projeções e análises (PENTEADO, 2010). Este, no entanto, é um falso 
dilema. 
A atenção para com o meio ambiente é fundamental para que tenhamos 
recursos, como água e matérias-primas, destinados à produção, assim como 
os recursos sociais (mão de obra) impactam a produção e o crescimento da 
economia. 
A Universidade de Cambridge (CISL, 2015) estabeleceu um modelo que ilustra 
a lógica entre essas dimensões e seus participantes, bem como as trocas que 
acontecem entre elas. Na Figura 1, podemos observar que, para o 
funcionamento adequado e o crescimento da economia, precisamos dos 
insumos ambientais e dos recursos sociais. 
É aí que, em um olhar de longo prazo, começamos a discutir a sustentabilidade 
como uma forma de garantir a perenidade das empresas. 
 
Fonte:ShutterstockFigura 1 ‒ A lógica das relações entre meio ambiente, 
sociedade e economia. Fonte: CISL, 2015, tradução livre. 
As relações entre as áreas ambiental, social e econômica não dizem respeito 
apenas ao fornecimento de insumos para a produção de bens e serviços. O 
resultado dessa produção também gera o que chamamos de externalidades 
para a sociedade e o meio ambiente. 
A poluição, as mudanças climáticas e outros fatores são exemplos 
dessas externalidades, que podem gerar acidentes, prejuízos à saúde da 
população ou até mesmo mudanças estruturais que prejudiquem a economia 
em longo prazo. 
EXEMPLO 
Podemos trazer como exemplo o agronegócio, com o apoio de alguns 
relatórios de instituições, como a Embrapa, que buscam medir o efeito 
potencial das mudanças climáticas na agricultura brasileira. 
De acordo com a pesquisa, boa parte dos cultivos analisados apresenta um 
potencial de queda na produção, dependendo do cenário de aumento médio de 
temperatura e o horizonte de tempo (EMBRAPA, 2008). 
Em um país como o Brasil, que tem uma boa parte do PIB ligado ao 
agronegócio, os impactos das mudanças climáticas podem representar uma 
queda no crescimento econômico. 
Ao analisar esses impactos potenciais, os investidores entendem que as 
questões ASG podem representar riscos à rentabilidade das suas carteiras e, 
por isso, aumentam a busca por informações que permitam que estes 
profissionais consigam incorporar, também, estes riscos aos seus processos de 
análise de empresas e decisão de alocação em carteira. 
O aumento da demanda por informações ASG das empresas é crescente, 
segundo pesquisas de mercado como a da Ernst & Young (EY), que aponta 
que cerca de 90% dos investidores acredita que estas informações podem ser 
importantes no ajuste do valor atribuído às empresas (EY, 2018). 
Esse movimento, que passou a tratar de temas ASG entre os investidores, 
ficou mais conhecido como investimentos responsáveis. Nas próximas 
seções, abordaremos os principais conceitos, iniciativas e práticas do mercado 
brasileiro e internacional sobre esta agenda. 
INVESTIMENTOS RESPONSÁVEIS 
Assista ao vídeo e saiba mais sobre investimentos responsáveis. 
 
O conceito é mais amplo do que uma responsabilidade moral, já que também 
trata do dever que os investidores institucionais têm com os seus clientes, de 
analisar de forma adequada os riscos das empresas e outros ativos em que 
investem. 
ATIVOSConsideramos ativos os bens que o investidor possui em carteira. São 
considerados exemplos dessa classe: ações, títulos públicos do governo, 
dívidas de empresas (ex.: debêntures), cotas de fundos de investimento, 
moedas, entre outras modalidades possíveis. 
Se essas questões podem, de fato, impactar a capacidade das empresas de 
gerar resultados, é dever desses profissionais considerá-las nas suas decisões. 
A esta responsabilidade, damos o nome de dever fiduciário. 
A seguir, discutiremos um pouco mais sobre como cada um desses fatores 
impacta o mercado de investimentos, em seus diversos aspectos. 
javascript:void(0)
RELEVÂNCIA: QUAIS QUESTÕES 
ASG SÃO MAIS IMPORTANTES? 
Existem várias iniciativas que listam questões ambientais, sociais e de 
governança corporativa a serem analisadas em um processo de investimento. 
Entre elas, podemos selecionar como exemplo a do próprio PRI, adequada por 
se tratar de uma iniciativa orientada especificamente para este mercado. 
A Tabela 1, a seguir, mostra uma lista de alguns destes fatores, que não 
devem ser vistos como exclusivos. O tópico é complexo, mas podemos 
considerar este como um bom ponto de partida. 
Ambiental Social Governança 
Mudanças climáticas Direitos humanos Suborno e corrupção 
Esgotamento de recursos naturais Escravidão moderna Remuneração de executivos 
Gestão de resíduos Trabalho infantil Diversidade e estrutura do Conselho de Administração 
Poluição Condições de trabalho Lobby e doações políticas 
Desmatamento Relações trabalhistas Estratégia tributária 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela 1 - Exemplos de Fatores ASG. Fonte: PRI, 2020, tradução livre. 
Diversos fatores ASG devem ser considerados, mas eles vão depender, 
basicamente, do que estamos analisando. As questões mais relevantes no 
setor de petróleo, por exemplo, que têm impactos significativos sobre o meio 
ambiente, não são as mesmas do setor de educação, com um impacto muito 
maior sobre os aspectos sociais. 
Chamamos de materialidade esse olhar setorial específico sobre as atividades 
de cada empresa para determinar a relevância das questões ASG. 
EXEMPLO 
Vamos analisar uma empresa do setor de varejo: as Lojas Renner. Entre as 
questões ambientais, as mais relevantes talvez sejam, por exemplo, o uso de 
energia nas lojas ou as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da sua 
operação logística, como o transporte das mercadorias por caminhões a diesel, 
altamente poluentes. No entanto, ao analisarmos os seus aspectos sociais, 
alguns pontos chamam a atenção. 
Em primeiro lugar, o relacionamento com os fornecedores. Sabemos que a 
cadeia de confecção está altamente exposta a riscos de trabalho degradante 
ou análogo ao escravo. Como compradora, a Renner possui a 
corresponsabilidade por estes fornecedores. 
Outro público relevante para a empresa é, evidentemente, o cliente. Qualquer 
empresa no setor de varejo que lida diretamente com o consumidor final 
precisa estar atenta às suas demandas, necessidades e satisfação, para 
garantir e aumentar sua participação no mercado. 
Entre as questões de governança corporativa, embora todas sejam relevantes, 
pode-se dar atenção extra à forma como a empresa remunera seus executivos 
(se por metas exclusivamente de curto prazo ou considerando aspectos mais 
estratégicos e de longo prazo) e seus programas de diversidade, 
especialmente considerando a diversidade de gênero e classe social de seus 
consumidores. 
Neste caso, ter representantes de diferentes públicos apoiando a elaboração 
da estratégia pode ser um bom negócio para a companhia! 
MAPEAR E CONTROLAR ESSES 
ASPECTOS PODE REPRESENTAR UM 
CUSTO ADICIONAL ÀS EMPRESAS, 
CERTO? 
Sim, é verdade. E é justamente por isso que vários profissionais acreditam que 
a sustentabilidade reduz os resultados das empresas. Esse é um dos principais 
mitos do investimento responsável e já existem várias evidências contrárias a 
esse dilema. 
Tomemos o exemplo citado há pouco, das Lojas Renner. O investimento em 
eficiência energética — troca de iluminação por lâmpadas mais econômicas e 
regulação do ar condicionado — não traz benefício apenas para o meio 
ambiente, mas reduz o custo de manutenção das lojas. 
Projetos como este, muitas vezes, se pagam em um curto espaço de tempo e 
podem ser vantajosos para as empresas. 
Outra questão que podemos analisar, no mesmo exemplo, é a gestão de 
fornecedores. Não podemos negociar o aspecto ético de remuneração e 
condições de trabalho dignas dos funcionários do setor de confecção. Esse é 
um custo que sequer deveria ser discutido. 
Independente disso, o controle sobre os fornecedores reduz a chance de a 
empresa se envolver em um escândalo sobre trabalho análogo ao escravo, 
como já vimos em algumas organizações do setor. Além de pagar multas e 
indenizações, os danos à marca podem custar a fidelidade de clientes e a 
receita da empresa. 
A gestão da sustentabilidade, portanto, tem duas vantagens: 
Preservar o valor das empresas, evitando riscos que podem prejudicar a 
receita, a reputação e gerar passivos trabalhistas e em outras esferas cíveis e 
judiciais. 
Pode antecipar tendências e aumentar a geração de valor para os 
colaboradores, clientes, cadeia de fornecedores e, por consequência, os 
acionistas. 
É isso que vários estudos têm demonstrado estatisticamente. Uma pesquisa de 
Harvard aponta que as empresas com boas práticas em sustentabilidade 
apresentam nível mais baixo de endividamento, maior fidelidade de clientes e 
maiores indicadores de retorno (ECCLES, 2012). 
No mesmo estudo, a avaliação de duas carteiras de ações, uma com as 
melhores e outra com as piores empresas em sustentabilidade, demonstrou 
que o desempenho das ações também pode ter relação com as questões ASG. 
A Figura 3, a seguir, mostra o que teria acontecido se uma pessoa investisse 
um dólar em uma carteira de ações com as melhores empresas em 
sustentabilidade versus a mesma quantia nas piores empresas nesse quesito. 
 
Figura 3 - Desempenho de uma carteira teórica de ações com alto nível de 
sustentabilidade (high) 
e baixo nível de sustentabilidade (low). Fonte: ECCLES, 2012. 
Com o tempo, as questões ASG passaram a ser vistas pelos investidores como 
uma forma de avaliar a gestão das companhias. Aquelas que estão 
preocupadas com a satisfação dos seus colaboradores, a gestão adequada de 
fornecedores, o olhar para o meio ambiente e para a governança corporativa 
tendem a realizar uma gestão mais madura de suas atividades. 
Com isso, tendem a apresentar um desempenho melhor que seus 
concorrentes. É simples: empresa que está no vermelho não pensa no verde! 
DEMANDA DOS CLIENTES: QUAL É O 
TAMANHO DO MERCADO ASG? 
Conforme o mercado conhece melhor as questões ASG e seus impactos, 
começa a surgir a demanda por produtos que incluam essa agenda em seus 
processos de escolha de empresas e de alocação de recursos. 
Globalmente, surge um mercado de investimentos socialmente 
responsáveis, ou SRI (da sigla em inglês socially responsible investments). Os 
primeiros fundos dessa natureza surgiram ainda nos anos 1970 e 1980, mas foi 
na década de 1990 que os investimentos responsáveis ganharam a primeira 
referência de mercado, por meio de um índice de sustentabilidade. 
Em 1999, foi lançado na bolsa de Nova Iorque o Dow Jones Sustainability 
Index (PRI, 2020). 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. QUAL DAS ALTERNATIVAS REPRESENTA MELHOR O 
FALSO DILEMA ENTRE O DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL E OS MODELOS ECONÔMICOS 
TRADICIONAIS? 
O de que variáveis ambientais não têm relação direta com o desenvolvimento 
econômico. 
O de que variáveis ambientais não são sequer consideradas como propulsoras 
do desenvolvimento econômico. 
O de que variáveis ambientais desempenham um papel maior do que deveriam 
nos modelos econômicos. 
O de que modelos econômicos são completamente incapazes de incorporar os 
fatores ambientais.2. DE QUE MANEIRA A GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE 
PODE PRESERVAR O VALOR DE UMA EMPRESA? 
Criando novas estratégias de marketing ambiental. 
Fidelizando mais os clientes. 
Trabalhando ativamente para gerar valor por meio de políticas ambientais. 
Evitando os riscos associados a fatores ASG que prejudiquem receitas, 
reputação e condições de trabalho. 
GABARITO 
1. Qual das alternativas representa melhor o falso dilema entre o 
desenvolvimento sustentável e os modelos econômicos tradicionais? 
A alternativa "A " está correta. 
 
 
Modelos econômicos tradicionais incorporavam as variáveis sociais e 
ambientais como externas (exógenas) ao desenvolvimento econômico, de 
modo que não tinham impacto direto na economia. 
2. De que maneira a gestão da sustentabilidade pode preservar o valor de 
uma empresa? 
A alternativa "D " está correta. 
 
 
A preservação de valor ocorre por meio da redução dos riscos associados aos 
fatores ASG. 
MÓDULO 2 
 
Identificar os principais índices sustentáveis e tendências regulatórias no 
tema 
OS ÍNDICES DE 
SUSTENTABILIDADE 
Índices de ações são a principal referência para sabermos a média de 
desempenho deste tipo de investimento em um determinado mercado. No 
Brasil, por exemplo, o principal índice de ações é o IBOVESPA, que vemos 
anunciado todos os dias nos jornais e publicações do mercado financeiro. 
Quando ouvimos que um índice subiu ou caiu, isso significa que, em média, 
suas ações se valorizaram ou desvalorizaram, respectivamente. 
 
Fonte: rafapress/Shutterstock 
A criação de um índice de sustentabilidade tem como principal objetivo conferir 
a tese que apresentamos neste documento. Se as ações de empresas com 
boas práticas em sustentabilidade tendem a ter uma rentabilidade maior, 
poderia se esperar que um índice composto dessas empresas se valorizasse 
mais do que os tradicionais do mercado. 
Foi com esta intenção que surgiram os índices de sustentabilidade, que são 
carteiras teóricas de ações escolhidas por suas iniciativas e indicadores ASG. 
MAS AFINAL, PARA QUE SERVE UM 
ÍNDICE? 
A partir desta referência teórica, gestores de investimentos podem espelhar ou 
se referenciar nessa carteira e criar fundos de investimento compostos por 
estas ações. 
Assim, pessoas físicas ou grandes investidores institucionais que queiram 
investir em empresas mais sustentáveis podem alocar seus recursos nesses 
fundos de investimento. 
 
Fonte: metamorworks/Shutterstock 
Além do Dow Jones Sustainability Index, outros índices foram criados em 
diversos países do mundo, inclusive no Brasil. A B3 lançou em 2005, ainda 
como Bovespa, o índice de sustentabilidade empresarial (ISE), que há 15 
anos avalia as empresas listadas no mercado brasileiro em diversos aspectos 
da sustentabilidade. O processo de construção do ISE segue as seguintes 
etapas: 
As empresas listadas na B3 são convidadas a participarem do processo de 
seleção da carteira do ISE. 
 
Para as que aceitam, é enviado um questionário que avalia as práticas da 
empresa em sete dimensões (B3, 2020). 
 
Após a consolidação das notas, as empresas são submetidas à aprovação do 
conselho deliberativo do ISE, CISE, composto por profissionais que 
representam as associações de empresas, de instituições financeiras e da 
sociedade civil. 
 
A carteira teórica é definida e divulgada ao público. Ela vale por um ano, de 
janeiro a dezembro. 
 
A B3 monitora e divulga diariamente a valorização do índice, calculado com 
base no preço das ações que compõem a carteira. 
SETE DIMENSÕES 
Dimensão Definição 
javascript:void(0)
Geral 
Compromissos com o desenvolvimento sustentável, alinhamento às boas práticas de sustentabilidade, transparência das informações 
corporativas e práticas de combate à corrupção. 
Natureza do 
produto 
Impactos pessoais e difusos (para toda a sociedade e o meio ambiente) dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas, adoção do princípio 
da precaução e disponibilização de informações ao consumidor. 
Governança 
corporativa 
Relacionamento entre sócios, estrutura e gestão do conselho de administração, processos de auditoria e fiscalização, práticas relacionadas à 
conduta e a conflito de interesses. 
Econômico-
financeira 
Políticas corporativas (normas e procedimentos internos), gestão (iniciativas e processos), desempenho (indicadores e metas) e cumprimento 
legal. Ambiental 
Social 
Mudança do clima 
Política corporativa, gestão, desempenho e nível de abertura das informações sobre o tema (quanto a empresa divulga ao mercado sobre as 
suas iniciativas e como mede a sua exposição a questões climáticas). 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela 2 - Dimensões do ISE. Fonte: B3, 2020. 
Além do ISE, a B3 também possui um índice que olha exclusivamente para as 
questões climáticas. É o índice carbono eficiente (ICO2), que compõe a sua 
carteira teórica a partir de um cálculo que usa como referência as emissões de 
gases de efeito estufa das empresas. 
Outros índices no mercado internacional possuem características distintas. Na 
bolsa de Londres, por exemplo, o FTSE4GOOD é um índice de 
sustentabilidade que avalia não somente as iniciativas das empresas, mas as 
classifica de acordo com o risco setorial em relação às questões de 
sustentabilidade (FTSE, 2013). 
É uma outra forma de olhar a materialidade, usada na composição de um 
índice. A Tabela 3 apresenta, como exemplo, a classificação de riscos ASG 
usada no Reino Unido. 
3. Alto 2. Médio 1. Baixo 
Agricultura Construção Do It Yourself (DIY) Tecnologia de informação 
Transporte aéreo Equipamentos elétricos e eletrônicos Mídia 
Aeroportos Distribuição de energia e combustíveis Financiamento ao consumo 
Materiais de construção Engenharia e equipamentos pesados Investidores em propriedade 
Químicos e farmacêuticos Indústria financeira Pesquisa e desenvolvimento 
Construção Hotelaria, catering e facilities Atividades de lazer e esporte 
Engenharia de grandes sistemas Indústria manufatureira Serviços de suporte 
Cadeias de fastfood Portos Telecom 
Alimentos, bebidas e tabaco Impressão e publicação de jornais Distribuidores atacadistas 
Florestas, papel e celulose Incorporadoras 
 
Mineração e metais Varejistas 
 
Petróleo e gás Aluguel de veículos 
 
Geração de energia Transporte público 
 
Logística terrestre e marítima 
 
Supermercados 
 
Produção automobilística 
 
Gestão de resíduos 
 
Água 
 
Controle de pragas 
 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela 3 - Classificação de nível de impacto ASG do índice FTSE4Good. 
Fonte: FTSE, 2013, tradução livre. 
Os índices são uma alternativa para o desenvolvimento de produtos de 
investimento. Em todo o mundo, aumenta significativamente o número de 
investidores e o volume de recursos que adota o olhar para os riscos e 
oportunidades ASG, entre as suas práticas de investimento. 
Esses investimentos não acontecem somente no mercado de ações, e são 
adotados até mesmo por investidores globais na compra de títulos públicos, 
comparando as políticas públicas de sustentabilidade entre os países em que 
podem investir. 
ATENÇÃO 
É importante analisarmos esse mercado para entender os riscos, bem como as 
oportunidades de negócios que surgem da integração ASG. 
A INDÚSTRIA DE INVESTIMENTOS 
RESPONSÁVEIS NO MUNDO 
Aqui, vamos dar um passo importante para entender não apenas o que são 
investimentos responsáveis, mas como investidores usam informações ASG 
para decidir em quais ativos investir. 
Embora falamos bastante sobre mercado de ações, estes processos de 
investimento podem valer para diferentes modalidades de investimento. 
 
Fonte: PopTika/Shutterstock 
À semelhança dos mercados tradicionais, cada investidor tem o seu jeito de 
escolher os ativos que compõem a sua carteira. Alguns mais conservadores, 
outros mais arriscados, com diferentes prazos e critérios deescolha. Isso vale 
para as questões ASG. 
Para entender como o mercado vem crescendo, é importante entender as 
diferentes estratégias de investimentos responsáveis (BUOSI, 2017). 
Assista ao vídeo e saiba mais sobre as estratégias de investimento sustentável. 
 
Em todo o mundo, crescem anualmente os recursos direcionados a essas 
estratégias de investimento. A Global Sustainable Investment Alliance (GSIA) 
aponta para um crescimento de 34% do volume de recursos que adotam 
estratégias de investimento responsáveis em regiões desenvolvidas, como 
apresentado na Tabela 4. 
Na mesma publicação, são apresentados aumentos expressivos nas 
estratégias de produtos temáticos (+269%), best in class (+125%), investimento 
de impacto (+79%) e integração (+69%), todas avaliadas entre os anos de 
2016 e 2018. 
Região 
Ativos (em US$ bilhões) 
2016 2018 Cresc. % 
Europa $12.040 $14.075 16,90% 
EUA $8.723 $11.995 37,51% 
Japão $474 $2.180 359,92% 
Canadá $1.086 $1.699 56,45% 
Austrália/ NZ $516 $734 42,25% 
TOTAL $22.839 $30.683 34,34% 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela 4 - Volume de ativos que adotam estratégias ASG. Fonte: GSIA, 2018. 
No Brasil, ainda temos poucas opções para os investidores que desejam 
direcionar seus recursos para a sustentabilidade. Na pesquisa da Associação 
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), os 
gestores dizem que as principais estratégias adotadas são o best in class, por 
30%, e as exclusões, por cerca de 27% das instituições (ANBIMA, 2018). 
Para que a agenda avance no Brasil, assim como em outras regiões no mundo, 
é preciso que o mercado de investimento inove, tanto nos processos de análise 
como na criação de novos produtos de investimento. 
Como este é um assunto relativamente novo, a cooperação entre os vários 
agentes do mercado é fundamental. No mundo, diversos grupos de trabalho, 
iniciativas colaborativas e acordos voluntários debatem a agenda ASG, mas 
uma em especial é orientada para o mercado de investimentos: o PRI. 
OS PRINCÍPIOS PARA O 
INVESTIMENTO RESPONSÁVEL 
(PRI) 
O PRI foi uma iniciativa que já começou grande. Lançado oficialmente em 
2006, na Bolsa de Valores de Nova Iorque, os princípios foram apoiados pelas 
Nações Unidas, na época representadas pelo secretário-geral Koffi Annan, e 
contaram com a organização de 20 dos maiores investidores globais. 
A ideia desses investidores foi lançar um conjunto de princípios voluntários, 
mas que trouxessem o compromisso dessas instituições com a agenda ASG. 
Os seis princípios falam da consideração de questões ASG na decisão de 
investimento, da influência na adoção de melhores práticas pelas empresas, do 
trabalho colaborativo entre investidores e da transparência ao mercado. 
Princípio 1 Incorporaremos as questões ASG às análises e aos processos de decisão de investimentos. 
Princípio 2 Seremos proprietários ativos e incorporaremos os temas de ASG às nossas políticas e práticas de detenção de ativos. 
Princípio 3 Buscaremos a transparência adequada nas entidades em que investimos quanto às questões ASG. 
Princípio 4 Promoveremos a aceitação de implementação dos princípios dentro da indústria de investimentos. 
Princípio 5 Trabalharemos em conjunto para ampliar a eficácia na implementação dos princípios. 
Princípio 6 Reportaremos nossas atividades e progresso em relação à implementação dos princípios. 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal 
Tabela 5 - Os princípios para o investimento responsável. Fonte: PRI, 2020a. 
 
PROPRIETÁRIOS DE ATIVOS 
Nesta categoria, em geral, estamos falando de grandes investidores 
institucionais, como fundos de pensão — públicos ou privados —, fundações, 
famílias com grandes fortunas e outras instituições que são detentoras de 
recursos de investimentos. 
 
GESTORES DE ATIVOS 
Nesta categoria, encaixam-se instituições especializadas na gestão de 
recursos de terceiros. Esses gestores podem, inclusive, administrar fundos ou 
produtos que recebam os recursos dos proprietários de ativos. Mas, também, 
podem criar produtos para o mercado de varejo, recebendo investimentos 
diretos de pessoas físicas, por exemplo. 
 
PRESTADORES DE SERVIÇOS FINANCEIROS 
Consultorias, agências de informação, bolsas de valores e outras instituições 
ligadas ao mercado de investimentos podem aderir ao PRI nesta categoria. 
E POR QUE O PRI É TÃO IMPORTANTE? 
Além de ter sido um dos primeiros acordos voltados para o setor financeiro, a 
força dos investidores institucionais que o apoiaram gerou um movimento 
positivo que ampliou rapidamente o número de signatários do acordo e o 
volume de recursos que passou a se comprometer com a agenda ASG. 
Em 2020, o PRI atingiu a marca de 3 mil signatários, que respondem por cerca 
de US$90 trilhões em ativos sob gestão. 
No mercado brasileiro, o PRI ganhou força desde o início do acordo. Tendo a 
Previ — fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil — como um dos 
20 apoiadores iniciais, o Brasil foi o primeiro a estruturar uma rede local de 
signatários do PRI, em 2007. 
O modelo brasileiro espelhou a criação de nove outras redes locais, para que 
investidores possam considerar as particularidades de seus mercados no 
processo de debate e integração ASG. Atualmente, o Brasil possui 65 
signatários do PRI. 
REGULAÇÃO: COMO O ASG SAIU 
DO VOLUNTÁRIO PARA O 
REGULATÓRIO 
Quando investidores trazem novos temas para a mesa, é natural que os 
reguladores queiram se informar sobre a situação. É assim com diversos 
temas, e com o ASG não foi diferente. No mundo todo, bancos centrais e 
comissões de valores mobiliários, os principais órgãos que regulam as 
operações financeiras, articulam-se para entender melhor a agenda ASG e 
trazê-la para os seus instrumentos de supervisão do sistema financeiro. 
 
Fonte: kan_chana/Shutterstock 
Um estudo das Nações Unidas afirma que as regulações do sistema financeiro 
que abordam as questões ASG dobraram entre 2013 e 2017 (UNEP-FI, 2018). 
O PRI, da mesma forma, observa um aumento expressivo destas regulações, 
orientado especificamente para o mercado de investimentos, como 
apresentado na Figura 4 a seguir: 
 
Figura 4 - Número cumulativo de intervenções regulatórias em relação às 
questões ASG. 
Fonte: PRI, 2020. 
A tendência de aumento da regulação sobre o tema não deve ser modificada 
nos próximos anos. Em diversas regiões, o debate já faz parte das agendas do 
setor público e, especialmente, do setor financeiro. Em 2017, foi estabelecida 
uma rede internacional de Bancos Centrais e Supervisores, a NGFS (da sigla 
em inglês Network for Greening the Financial System, ou Rede para um 
Sistema Financeiro mais Verde, em tradução livre). 
A iniciativa já conta com 54 membros dos cinco continentes, que representam 
mais de 57% do PIB Global. O Banco Central do Brasil aderiu ao NGFS em 
2020. 
Uma vez que essas iniciativas se traduzam em novas regulações, aumentará o 
controle sobre os gestores de recursos e, esperamos, sobre as empresas 
investidas. Até este momento, a maior parte das regulações é orientativa, ou 
seja, indica de forma ampla e sem critérios específicos que os investidores 
devem atentar para os riscos ASG na sua estratégia de investimentos. 
A evolução dessa tendência é definir quais são os temas e indicadores a serem 
monitorados e reportados aos supervisores e ao mercado. 
No mercado local, existem algumas regulações no âmbito do Sistema 
Financeiro Nacional que devem ser destacadas: 
RESOLUÇÃO 4.327/2014 DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) 
É aplicável a todas as instituições que reportam ao Banco Central, desde os 
grandes bancos até cooperativas de crédito, bancos de investimento, 
corretoras de valores etc. 
É a principal regulação do Sistema Financeiro Nacional sobre o tema, traz a 
necessidade de as instituições possuírem uma Política de ResponsabilidadeSocioambiental (PRSA) e um sistema de gerenciamento do risco 
socioambiental. 
INSTRUÇÃO CVM 552 
Orientada às companhias listadas na B3, coloca entre os itens a serem 
divulgados em seus documentos regulatórios, especialmente o formulário de 
referência, questões relacionadas aos riscos socioambientais das companhias, 
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atendimento a regulação socioambiental e instrumentos usados para a 
divulgação de informações ASG ao mercado. 
RESOLUÇÃO 4.661/2018 DO CMN 
Orientada às entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), ou 
fundos de pensão, como são conhecidos no mercado, a resolução orienta que, 
sempre que possível, as entidades observem as questões ASG em seus 
processos de investimento. 
INSTRUÇÃO 6/2018 DA PREVIC 
A superintendência nacional de previdência complementar, responsável pela 
supervisão das EFPC, emitiu, em complemento à Resolução 4.661/2018, uma 
instrução que orienta a adoção das questões ASG pelos fundos de pensão, 
sugerindo que estas adotem um olhar setorial para os riscos desta natureza. 
FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA 
O formulário de referência é um documento de divulgação obrigatória, exigido 
pela comissão de valores mobiliários (CVM), no qual a empresa divulga as 
principais informações sobre suas práticas de gestão, resultados financeiros, 
fatores de risco, atendimento à regulação e outras políticas relevantes. 
O recado é claro: aos investidores que ainda não consideram os temas ASG de 
forma estratégica, a questão está, cada vez mais, migrando para uma agenda 
obrigatória. Antecipar a regulação costuma custar menos às instituições, que 
têm mais tempo para implementar estratégias, processos e controles. 
Além disso, quem já possui experiência no tema consegue, inclusive, debater 
com o regulador para dizer o que de fato funciona e o que torna inviável o 
processo de investimento. De qualquer forma, o processo parece ser cada vez 
mais inevitável. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APONTA O PRINCIPAL 
OBJETIVO DA ELABORAÇÃO DE UM ÍNDICE DE EMPRESAS 
SUSTENTÁVEIS: 
Criação de um fundo de empresas sustentáveis. 
A previsão de que um índice composto dessas empresas se valorizasse mais 
do que os índices tradicionais do mercado. 
A previsão de que um índice composto dessas empresas se valorizasse menos 
do que os tradicionais do mercado. 
O fato de servir apenas para pesquisas na área de sustentabilidade. 
2. NO QUE CONSISTE A ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTOS 
RESPONSÁVEIS DE IMPACTO? 
Consiste na avaliação da performance financeira e dos indicadores ASG. 
Consiste em utilizar o poder de acionista ou investidor institucional para 
influenciar boas práticas. 
Consiste em definir as melhores empresas do setor de sustentabilidade. 
Consiste em direcionar recursos exclusivamente para setores ou empresas 
sustentáveis. 
GABARITO 
1. Assinale a alternativa que aponta o principal objetivo da elaboração de 
um índice de empresas sustentáveis: 
A alternativa "B " está correta. 
 
 
Destacamos que eles foram criados para indicar a valorização de empresas 
que respeitam as ASG. 
2. No que consiste a estratégia de investimentos responsáveis de 
impacto? 
A alternativa "C " está correta. 
 
 
Existem diversas estratégias de desenvolvimento de investimento responsável. 
Uma delas é a estratégia de impacto, que envolve a avaliação não só da 
performance financeira, mas dos indicadores ASG — como emprego, renda e 
redução de emissões de GEE. 
MÓDULO 3 
 
Definir caminhos possíveis para a integração da sustentabilidade nas 
decisões de investimentos, seus desafios e tendências 
TENDÊNCIAS DAS QUESTÕES ASG 
Embora tudo que dissemos até agora mostre que já avançamos no 
entendimento da sustentabilidade pelas empresas e pelos investidores, ainda 
há muito a ser feito. Este é um tema em constante evolução, influenciado pelo 
aumento do conhecimento científico e pelas mudanças da nossa sociedade. 
Com isso, surgem novos olhares para o ASG, que buscam orientar as políticas 
públicas, as práticas das empresas e, por consequência, as decisões 
financeiras. Alguns desses tópicos são explicados neste módulo, mas não 
concentram todo o debate em torno da sustentabilidade, que é muito mais 
complexo. 
OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL (ODS) 
Assista ao vídeo e conheça os objetivos do desenvolvimento sustentável. 
 
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A TCFD 
Entre todos os temas das questões ASG, as mudanças climáticas — sem 
dúvida — têm chamado mais atenção, especialmente no setor financeiro e em 
países desenvolvidos. 
 
Fonte: ParabolStudio/Shutterstock 
Podemos considerar algumas razões para isso. Em primeiro lugar, as 
economias desenvolvidas estão menos expostas às questões sociais que 
atingem outros países, como o Brasil, e, dessa forma, acabam direcionando 
suas atenções para as questões ambientais. 
Além disso, os efeitos das mudanças climáticas podem impactar severamente 
não apenas o meio ambiente, como a própria sociedade. Eventos climáticos, 
como furacões e enchentes, tendem a atingir mais regiões, impactando 
populações e gerando prejuízos à economia. 
O principal grupo de debate sobre as mudanças climáticas é o Painel 
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês que 
significa Intergovernamental Pannel on Climate Change). 
Esse grupo de cientistas de todo o mundo realiza estudos para avaliar em que 
nível estamos em relação ao aumento médio de temperatura no planeta, quais 
as perspectivas para as próximas décadas e os efeitos adversos desse 
aumento. 
Quando falamos de um aumento médio de 2 oC de temperatura, podemos 
achar que é pouca coisa, certo? Mas vamos fazer um paralelo: o que acontece 
com o seu corpo se a sua temperatura aumentar em 2 oC? 
Você fica com febre. Agora, imagine se esse aumento for de 4 oC? Você 
precisa correr para o hospital! O mesmo ocorre com o nosso planeta. Os 
efeitos de um aumento de temperatura média, ainda que pequeno, podem ser 
desastrosos para muitos países. 
Para entender como esses riscos podem impactar a economia, o 
Financial Stability Board (FSB), responsável pela regulação do sistema 
financeiro internacional, criou uma força-tarefa para desenvolver 
recomendações para empresas e para o setor financeiro avaliarem e 
divulgarem os seus riscos climáticos. 
 
Fonte: Piotr Swat/Shutterstock 
A Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas às Mudanças 
Climáticas vem da sigla TCFD, em inglês, que significa Task-Force for Climate-
related Financial Disclosures. No mercado, a TCFD é chamada apenas pela 
sigla. 
A importância da TCFD foi levar para o setor financeiro um conjunto de 
recomendações que permitem às empresas avaliarem sua exposição aos 
riscos climáticos, mas também identificarem oportunidades de negócios 
relacionadas ao tema. 
As recomendações se organizam em 4 dimensões: a governança das 
instituições, ou seja, como as lideranças estão olhando para as questões 
climáticas; a forma como os impactos reais são considerados na estratégia; os 
processos de análise e gestão de riscos climáticos; e as métricas e 
metas estabelecidas para a redução da exposição a estes riscos (TCFD, 
2020). 
 
Figura 6 - Riscos, oportunidades e impactos financeiros relacionados às 
mudanças climáticas. Fonte: TCFD, 2020. 
Como podemos observar na Figura 6, a TCFD esclarece os potenciais riscos e 
as oportunidades que advêm da preocupação com a questão climática. Com 
isso, bancos, investidores e seguradoras podem analisar mais detalhadamente 
esses riscos em suas operações financeiras. 
A partir das recomendações da TCFD, muitos investidores passaram a fazer 
análises dos possíveis prejuízos que suas empresas investidas teriam com o 
aumento dos impactos das mudanças climáticas, por exemplo. 
O tema tomou uma proporção tão grande que, hoje, até mesmo os bancos 
centrais já estudam uma forma de inserir essa agendanas suas próximas 
regulações. 
OS DESAFIOS DA 
SUSTENTABILIDADE E COMO 
ENFRENTÁ-LOS 
Afinal, se tudo que apresentamos é tão importante, por que ainda temos tanta 
polêmica quando falamos em sustentabilidade? Por que governos, empresas e 
instituições financeiras ainda têm dúvidas sobre a relevância deste tema? 
Podemos começar pelo fato de que é difícil medir a sustentabilidade. 
Especialmente em um modelo econômico tradicional, em que tudo é medido e 
priorizado pelo seu impacto na forma de cálculos, essas questões ainda são 
um pouco abstratas para os líderes empresariais e financeiros. 
Conforme avançamos no debate, vamos desenvolvendo conhecimento, 
fazendo contas e chegando aos resultados que ajudam a convencer essas 
lideranças, mas ainda estamos trilhando esse caminho. 
COMENTÁRIO 
Outra dificuldade é que este não é um tema para o qual podemos prescrever 
uma receita única, que se aplique a todos os setores e empresas. A 
sustentabilidade exige uma reflexão para encontrar a materialidade e os riscos 
específicos de cada organização, o que é mais complicado quando ainda não 
existe tanto conhecimento sobre o tema. 
Além do desafio em estabelecer essa materialidade, temos que considerar 
também que os investidores precisam tomar decisões que exigem que os 
dados e informações analisados sejam comparáveis. Nas demonstrações 
financeiras, isso ocorre com alguma facilidade, mas este não é o caso das 
informações ASG. 
Indicadores não são padronizados e não existe uma regulação específica que 
diga exatamente o que as empresas devem informar sobre suas iniciativas e 
resultados nas questões de sustentabilidade. 
Alguns movimentos tentam endereçar esses desafios e já promovem bons 
avanços. É o caso das iniciativas de relatórios de sustentabilidade, que 
criam padrões para apoiar as empresas nessa divulgação. 
 
Fonte: Stokkete/Shutterstock 
Os próprios reguladores têm se articulado para aumentar a padronização de 
dados ASG nas empresas, facilitando a vida de analistas e gestores de 
investimentos. 
O fundamental é ter consciência de que este é um caminho sem volta. Para 
atingirmos patamares mais sustentáveis em nossa sociedade, precisamos, em 
primeiro lugar, nos informar sobre este tema e debater a respeito nas 
universidades, empresas e no setor financeiro. 
Os impactos da sustentabilidade não ocorrem em outro lugar, distantes de nós. 
É uma discussão que nos envolve diretamente e precisa da colaboração de 
todos para mudarmos o tom dessa conversa. 
Ainda há muito caminho a ser percorrido, mas estamos na direção está correta. 
Precisamos apenas aumentar a velocidade, e isso se faz com conhecimento e 
colaboração. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. ENTRE TODOS OS TEMAS DAS QUESTÕES ASG, QUAL 
ASPECTO TEM SIDO MAIS DEBATIDO E CHAMADO MAIS A 
ATENÇÃO DE GOVERNOS E INVESTIDORES DOS PAÍSES 
DESENVOLVIDOS NOS ÚLTIMOS ANOS? 
O aspecto ambiental. 
O aspecto social. 
O aspecto de governança corporativa. 
O aspecto das grandes empresas. 
2. QUAL DESSAS DIFICULDADES NÃO ESTÁ ASSOCIADA 
AOS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE? 
A sustentabilidade é difícil de ser medida. 
Não há uma forma única de dimensionar a sustentabilidade. 
É difícil comparar políticas sustentáveis. 
A sustentabilidade depende do ponto de vista. 
GABARITO 
1. Entre todos os temas das questões ASG, qual aspecto tem sido mais 
debatido e chamado mais a atenção de governos e investidores dos 
países desenvolvidos nos últimos anos? 
A alternativa "A " está correta. 
 
 
Conforme falamos, o aspecto ambiental chama mais a atenção de diferentes 
atores, pois, entre outros fatores, países desenvolvidos apresentam questões 
sociais menos urgentes, de modo que podem focar em políticas ambientais. 
2. Qual dessas dificuldades NÃO está associada aos desafios da 
sustentabilidade? 
A alternativa "D " está correta. 
 
 
Durante o tema, estabelecemos que as principais dificuldades enfrentadas 
pelos defensores de uma agenda sustentável concernem à medição e à 
comparação de medidas. 
CONCLUSÃO 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste tema, trouxemos o debate das questões ambientais, sociais e de 
governança corporativa (ASG). 
No primeiro módulo, destacamos como ocorreu a evolução da sustentabilidade 
como a conhecemos hoje e definimos os investimentos responsáveis. Com 
isso, trouxemos uma visão ampla sobre a relação entre finanças e 
sustentabilidade. 
No segundo módulo, abordamos os diferentes índices de sustentabilidade e 
das suas principais funções, e falamos sobre a importância do papel regulatório 
para o setor. Por fim, trouxemos os principais desafios e tendências das 
questões ASG, adequando o debate aos dias atuais. 
Esperamos que você tenha compreendido a importância de aprofundarmos o 
debate de sustentabilidade, baseados nos aspectos econômicos e financeiros 
que regem as economias dos países contemporâneos. 
 
AVALIAÇÃO DO TEMA: 
REFERÊNCIAS 
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FINANCEIROS E DE CAPITAIS – ANBIMA. 2ª Pesquisa de sustentabilidade: 
engajamento de questões ambientais, sociais e de governança na análise de 
investimento de gestores de recursos. São Paulo: ANBIMA, 2018. 
B3. ISE: processo de seleção. Consultado em meio eletrônico em: 5 jul. 2020. 
BUOSI, M. E. Integração ASG (questões ambientais, sociais e de 
governança) à análise de investimentos. In: COMISSÃO de Valores – CVM 
& Associação de Analistas e Profissionais de Investimentos no Mercado de 
Capitais ‒ APIMEC. Livro TOP análise de investimentos. Rio de Janeiro: CVM, 
2017. 
CISL. Rewiring the economy. Cambridge: University of Cambridge Institute for 
Sustainable Leadership, 2015. 
ECCLES, R. G. et al. The impact of a corporate culture of sustainability on 
corporate behavior and performance. Working Paper, Harvard Business 
School, 2011. 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – 
EMBRAPA. Aquecimento global e a nova geografia da produção agrícola 
no Brasil. São Paulo: Cepagri/Unicamp, 2008. 
ERNEST & YOUNG ‒ EY. Does your nonfinancial reporting tell your value 
creation story? 2018. 
FINANCIAL TIMES STOCK EXCHANGE SUSTAINABILITY INDEX – 
FTSE4GOOD. FTSE4Good index inclusion criteria: thematic criteria and 
scoring Framework. FTSE, 2013. 
GLOBAL SUSTAINABLE INVESTMENT ALLIANCE – GSIA. Global 
Sustainable Investment Review, 2018. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ‒ 
IBGC. Código de melhores práticas de governança corporativa. 5. ed. São 
Paulo: IBGC, 2015. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. 17 Objetivos para 
Transformar Nosso Mundo, 2020. Consultado em meio eletrônico em: 6 jul. 
2020. 
PENTEADO, H. Ecoeconomia — uma nova abordagem. São Paulo: Lazuli, 
2010. 
PRINCIPLES FOR RESPONSIBLE INVESTMENT – PRI. What is responsible 
investment? 2020a. Consultado em meio eletrônico em: 5 jul. 2020. 
PRINCIPLES FOR RESPONSIBLE INVESTMENT – PRI. What are the 
principles for responsible investment? 2020b. Consultado em meio 
eletrônico em: 5 jul. 2020. 
TASK-FORCE FOR CLIMATE-RELATED FINANCIAL DISCLOSURE – 
TCFD. Recomendações da força-tarefa para divulgações financeiras 
relacionadas às mudanças climáticas. Tradução das recomendações 
internacionais, Brasil, 2020. 
THE CENTRAL BANKS AND SUPERVISORS NETWORK FOR GREENING 
THE FINANCIAL SYSTEM – NGFS. In: NGFS Annual Report 2019, 2020. 
UNITED NATIONS. Our common future. Genebra: United Nations, 1987. 
UNITED NATIONS ENVIROMENTAL PROGRAM-FINANCIAL INITIATIVE – 
UNEP-FI. Making waves: aligning the financial system with sustainable 
development. Genebra: UNEP-FI, 2018a. 
UNITED NATIONS ENVIROMENTAL PROGRAM-FINANCIAL INITIATIVE – 
UNEP-FI.. Rethinking Impact to Finance the SGDs. Genebra: UNEP-FI, 
2018b. 
 
EXPLORE+ 
 Acesse o site do Pacto Global – Rede Brasil, para se aprofundar ainda mais 
sobre as questões discutidas. 
 Pesquise sobre os princípios para o investimento responsável, no site da 
associação. 
 Pesquise na Internet artigos sobrea iniciativa econômica voltada para o 
meio ambiente. 
 
CONTEUDISTA 
Maria Eugênia dos Santos Buosi 
CURRÍCULO LATTES 
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