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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÃO PAULO DIREITOS HUMANO CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA AZENAIDE PAULO CARNEIRO DA SILVA SÃO PAULO, 2023.1 2 CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA Azenaide Paulo Carneiro da Silva* " todas as formas de preconceito merecem repúdio de todas as pessoas que se comprometam com a justiça, com a democra cia, mais ainda os juízes do Estado Democrático de Direito” (Ministra Carmem Lúcia) A União homoafetiva é uma relação de afeto existente entre pessoas de mesmo gênero, ou seja, são pessoas que se sentem atraidas afetivamente por outra do mesmo sexo e esta relação foi equiparada como uma entidade familiar e regida com os mesmo direitos que se aplicam a união de casais heteroafetiva ou heterosexuais. Em 2011 o STF modificou o consenso do Código Civil, sobre a definição de familia e reconheceu por unanimidade o direito estabelecido no contrato de União Estável entre casais do mesmo sexo protegendo os mesmos direitos previstos na Lei de União Estável para casais heteroafetivos. Com isso, nasce uma nova concepção de familia que devidamente regulamentadas na Lei, conseguirão fazer valer os seus direitos civis como qualquer cidadão, perante uma sociedade ainda muito preconceituosa. Assim, este trabalho visa mostrar uma realidade social “União Estável Homoafetiva” que viu a necessidade de ser reconhecida devido a mudança da evolução da sociedade atual, e o conteúdo deste artigo foi elaborado com base em outros materiais já publicados anteriormente em sites de artigos cientificos, revistas e entre outras fontes juridicas. _________________________________________________________ * Azenaide Paulo Carneiro da Silva, graduanda do curso de Direito na Estácio de Sá - SP e autora do Projeto de Extensão “CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA “ 3 Este projeto tem por objetivo trazer a realidade do direito da União Estável adquirido para os casais homoafetivos, uma realidade mais que vivida entre pessoas do mesmo sexo há anos, um fato que se impõe e não pode ser negado, estando com o merecimento da tutela jurídica, ganhando força com base na Lei e com muita luta incessantemente pelo seu direito,a homoafetividade pode ser declarada exposta ao publico como o casamento comum, em que os companheiros são conhecidos, no local em que vivem, nos meios sociais, principalmente de sua comunidade, pois, existem cada vez mais pessoas que se relacionam com outras pessoas do mesmo sexo, que vivem histórias de amor, constroem ambiente familiar, que adotam crianças até com idades mais avançadas, que por muitas vezes essas crianças já com uma certa idade, tem dificuldade para serem escolhidas para adoção. É necessário mudar valores, abrir espaços para novas discussões, resolver principios, dogma e preconceitos. A definição para direitos humanos tem por fim proteger as pessoas de abuso, sejam políticos, legais ou mesmo socias, com o respaldo da lei protegendo direitos e garantias adquiridas, para a sociedade que enxerga essa forma familiar como não reconhecida, fora dos estereótipos resta por ser rotulado de “anormal”, ou seja, fora da normalidade, o que não se encaixa nos padrões. A sociedade cultiva valores dominantes em cada época e um sistema de exclusões baseado em preconceitos. A questão das uniões estáveis homossexuais é um fato social que nenhum estado contemporâneo pode ignorar, pois não se trata de um fato isolado, ou a frouxidão dos costumes como querem os moralistas, mas a expressão de uma opção pessoal que o Estado deve respeitar. E com isso, a união homoafetiva será vista com respeito, e poderão viver com liberdade para expressarem e optarem pela sua própria maneira de se relacionarem, sem rotulos, sem critérios governamentais, sem algemas de liberdade; mas com direito de realizações pessoais a fomalizarem união , a fomar seu ambiente e sua familia. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.(Art. 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos) 4 Da Evolução Histórica da União Estável Com base no código civil de 1916, a sociedade conhecia apenas o modelo de familia, apenas o casamento entre homem e mulher, na época o legislador do código civil de 1916 fez algumas menções sobre o concubinato, apenas para proteger o que a sociedade via como familia legitima e não tinha como reconhecimento a união de fato a Luz do artigo 233 do CC/1916. E assim, as uniões não formalizadas pelo casamento eram consequentemente, discriminadas no meio social, sendo os filhos advindo desta união, não sendo considerados legítimos. Com a Constituição Federal de 1988 que estabeleceu a união informal entre homem e mulher posicionando na entidade familiar. Dispõe o art. 226, § 3º, da CRFB/88, in verbis: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...) § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Com isso, passou-se a fazer parte da modalidade familiar a constituição de união estável, e o Estado se viu obrigado a proteger com amparo em Lei. Alguns doutrinadores, como Maria Berenice Dias(2007) detalha que que familia não é o casamento e si e sim a familia que a constituição chama de base. União estável é a relação duradoura entre duas pessoas, com o objetivo de constituição familiar, desde que não se evidenciem os impedimentos para o casamento dos conviventes. Com previsão no art.1531 do CC, admitindo-se, como convivente “pessoa casada separada de fato ou judicialmente”. O CC/2002 art. 1723, não delimita prazos para a união estável, com exigencia apenas que seja pública, continua e duradoura, sendo que não obriga que os individuos morem juntos, podendo ter até domicilios diferentes, desde que exista elementos que provem esta união. A respeito do regime tartado na união estavel, prevalece o da comunhão parcial de bens, podendo haver um contrato entre as partes sobre os bens dos companheiros co a mesma destreza admitida no pacto ante-nupcial. Com base no art. 1724, do CC; as relações pessoais entre os companheiros deverão obedecer aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento, e educação dos filhos”; e 5 por último, o artigo 1726 do CC, preceitua que “a união estável pode converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil”. Da União Homoafetiva A união homoafetiva era desprezada pelo ordenamento jurídico pátrio, pois não asseguravam aos parceiros os direitos previdenciários, sucessórios, benefício do seguro saúde ou qualquer outra garantia legítima como é comum em uma união estável tradicional. O códogo Civil, em seu artigo 1.723 estabeleceu: “ É conhecida como entidade familiar a união estável entre homem e a mulher , configurada na convivência pública, continua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de familia”. Desse momo, os elementos para a caracterização e requisitos essesnciais à união estável são a estabilidade, a continuidade da relação, publicidade, objetivo de constituição de familia. Do Reconhecimento Homoafetivo na Forma da Lei Em novembro de 2011, o STF decidiu tratar o direito sucessório reconhecendo a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada (STF, RE 646.721, Rel ministro Marco Aurelio, p. 11/11/2011). Assim as questões envolvendo o mesmo tema obedecerão a decisão do STF, podendo ser decididas na Vara de origem,sendo também as decisões anteriores retratadas na origem. As uniões homoafetivas aplicam-se nas mesmas regras sucessórias previstas no art. 1.790 do Código Civil, atinente aos companheiros ou companheiras, que permitem participar da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável. O Supremo Tribunal Federal, no dia 05 de maio de 2011, julgou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132 e a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.277, formalizando o reconhecimento da união estável homoafetiva como entidade familiar, visando a aplicação do art. 1.723 do Código Civil Brasileiro para a união estável homoafetiva e não somente para a união entre homem e 6 mulher. Apesar de o STF alegar que somente foi utilizada a interpretação conforme a Constituição, também houve o ativismo judicial, que configura como uma ação proativa do Poder Judiciário de interpretar a Magna Carta. Alguns doutrinadores se mostraram contrário à decisão proferida no julgamento da ADPF 132 e ADI 4.172 alegaram que o Supremo Tribunal Federal invadiu as atribuições do Poder Legislativo, querendo reescrever a Constituição e modificar conceitos, mas seria um retrocesso e uma falta de observância dos princípios emanados da Constituição brasileira, como por exemplo, o da igualdade e isonomia, pois a sociedade anda em constante mudança. Dos Direitos Civis Com base no Direito Constitucional a igualdade e a não discriminição, a Suprema Corte do Brasil, decidiu validar o direito básico para casais homoafetivos constituirem uma familia, que conforme o artigo 5º da CF/1988 é responsável por garantir o direito de todo cidadão, O Art, 5º da CF/1988 contém 78 incisos que objetivam e garantem os direitos civis a todos brasileiros, os quais devem ser garantidos aos cidadãos pelo simples fato de pertecerem a uma sociedade. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; Assim, como os direitos garantem a liberdade de escolha, devem respeitar as decisões feitas pelos cidadãos a sua liberdade individual da sua opção sexual bem como a liberdade reliogiosa. Agora os homossexuais podem se vincularem por união estável, converterem sua união estável em casamento ou casarem-se diretamente. A juíza Adriana Nolasco da Silva da 1ª Vara de Cajamar – SP, autorizou pela primeira vez o casamento civil homoafetivo direto no Brasil, de Wesley da Silva Oliveira e Fernando Júnior Isidoro Oliveira. O parecer do Ministério Público [94] - 7 favorável ao pedido – fez menção à decisão do STF, relembrando o seu efeito vinculante e eficácia erga omnes. REFERÊNCIAS ✓ Análise Crítica da ADPF 132( União estável homoafetiva) e da ADPF 54(...) à Luz do ativismo judicial; Disponivel em: Conteúdo Jurídico | Análise crítica da ADPF 132 (união estável homoafetiva) e da ADPF 54 (aborto de fetos anencéfalos) à luz do ativismo judicial (conteudojuridico.com.br), acesso em 06/03/2023. ✓ A UNIÃO HOMOAFETIVA: ENTENDA A DEFINIÇÃO E A LEGISLAÇÃO; Disponivél em: União Homoafetiva: entenda a definição e a legislação | Politize! , Acesso em 06/03/2023. ✓ Artigo – O Julgamento da ADPF 132 e da ADI 4277 e seus reflexos na seara do casamento civil; Disponivel em: Artigo - O julgamento da ADPF 132 e da ADI 4277 e seus reflexos na seara do casamento civil | Jusbrasil ; acesso em 06/03/2023. ✓ CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, Disponivel em : Constituição (planalto.gov.br), acesso em 06/03/2023. ✓ Supremo Tribunal Federal, Cordenadoria de Análise de Jurisprundência Dje nº 198 Divulgação 13/10/2011 Publicação 14/10/2011 Ementário nº 2607-1, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 132 Rio de Janeiro, Disponivel em: paginador.jsp.pdf , acesso em 13/03/2023. ✓ UNIÃO HOMOSSEXUAL - ASPECTOS SOCIAIS E JURÍDICOS; Berenice Dias, Maria; Desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Vice Pesidente do IBDFam, Autora do livro União Homossexual- O Preconceito & a Justiça, livraria do Advogado Editora, ano 2000; Disponivel em>Uniaohomo (direitodefamilia.adv.br); Acesso em 06/03/2023. ________________________________ https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/47184/analise-critica-da-adpf-132-uniao-estavel-homoafetiva-e-da-adpf-54-aborto-de-fetos-anencefalos-a-luz-do-ativismo-judicial https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/47184/analise-critica-da-adpf-132-uniao-estavel-homoafetiva-e-da-adpf-54-aborto-de-fetos-anencefalos-a-luz-do-ativismo-judicial https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/47184/analise-critica-da-adpf-132-uniao-estavel-homoafetiva-e-da-adpf-54-aborto-de-fetos-anencefalos-a-luz-do-ativismo-judicial https://www.politize.com.br/uniao-homoafetiva/ https://arpen-sp.jusbrasil.com.br/noticias/2978105/artigo-o-julgamento-da-adpf-132-e-da-adi-4277-e-seus-reflexos-na-seara-do-casamento-civil https://arpen-sp.jusbrasil.com.br/noticias/2978105/artigo-o-julgamento-da-adpf-132-e-da-adi-4277-e-seus-reflexos-na-seara-do-casamento-civil http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm file:///C:/Users/USER/Documents/2%20DIREITO%20ESTÃ�CIO/2023.1/5-%20QUA%20-%20Direitos%20humanos%20-%20manhã/trabalhos/paginador.jsp.pdf https://www.direitodefamilia.adv.br/2020/wp-content/uploads/2020/07/maria-berenice-uniao-homossexual.pdf
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