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SIMULADO2 Literatura para Notário e Registrador (TJ MA) 2023

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Literatura para Notário e Registrador (TJ MA) 2023 (
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2dE55 )
Ordenação: Por Matéria
Literatura Brasileira e Estrangeira
Questão 401: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Anoitecer
 
A Dolores
 
É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas, apitos
aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.
 
[...]
 
É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz — morte — mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.
 
Hora de delicadeza,
agasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim, meu passado,
meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.
 
ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).
 
Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro A rosa do povo revela desdobramentos da
visão poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a)
 a) defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra.
 b) desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra.
 c) olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado.
 d) exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados.
 e) espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1193022
Questão 402: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2016
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Quinze de Novembro
 
Deodoro todo nos trinques
 
Bate na porta de Dão Pedro Segundo.
 
— Seu imperado, dê o fora que nós queremos tomar conta desta bugiganga.
 
Mande vir os músicos.
 
O imperador bocejando responde:
 
— Pois não meus filhos não se vexem
 
me deixem calçar as chinelas
 
podem entrar à vontade:
 
só peço que não me bulam nas obras completas de
 
 [Victor Hugo.
 
MENDES, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
 
A poesia de Murilo Mendes dialoga com o ideário poético dos primeiros modernistas. No poema, essa
atitude manifesta-se na
 a) releitura irônica de um fato histórico.
 b) visão ufanista de um episódio nacional.
 c) denúncia implícita de atitudes autoritárias.
 d) isenção ideológica do discurso do eu lírico.
 e) representação saudosista do regime monárquico.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1196246
Questão 403: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2016
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Maria Diamba
 
Para não apanhar mais
falou que sabia fazer bolos:
virou cozinha.
Foi outras coisas para que tinha jeito.
Não falou mais:
Viram que sabia fazer tudo,
até molecas para a Casa-Grande.
Depois falou só,
só diante da ventania
que ainda vem do Sudão;
falou que queria fugir
dos senhores e das judiarias deste mundo
para o sumidouro.
 
LIMA, J. Poemas negros. Rio de Janeiro: Record, 2007.
 
O poema de Jorge de Lima sintetiza o percurso de vida de Maria Diamba e sua reação ao
sistema opressivo da escravidão. A resistência dessa �gura feminina é assinalada no texto pela
relação que se faz entre
 a)  o uso da fala e o desejo de decidir o próprio destino.
 b)  a exploração sexual e a geração de novas escravas.
 c)  a prática na cozinha e a intenção de ascender socialmente.
 d)  o prazer de sentir os ventos e a esperança de voltar à África.
 e)  o medo da morte e a vontade de fugir da violência dos brancos.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1196380
Questão 404: FUNDEP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2016
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
INSTRUÇÃO: A questão refere-se a noções de Teoria da Literatura: Gêneros Literários; Estilos de Época
(do Barroco ao Modernismo - Brasil): Contexto Histórico, características e principais autores.
Gênero literário é a categoria à qual pertence uma obra com base em suas características
predominantes, que possibilitam o agrupamento por semelhanças.
 
Em relação à autoria das obras literárias brasileiras do século XX, assinale a alternativa CORRETA.
 a) O quinze (1930) foi o primeiro livro de Raquel de Queiroz. A grande seca ocorrida em 1915 e a
fome que a acompanha fazem parte do pano de fundo do romance que se tornou um dos grandes
representantes da chamada literatura regionalista.
 b) A hora da estrela (1977) foi escrito por Cecília Meireles e publicado no ano da morte da autora. É
um romance que apresenta três histórias superpostas dialogando por toda a narrativa. O romance já
surpreende por apresentar 13 títulos possíveis.
 c) A trilogia épica O tempo e o vento apresenta a saga das famílias de Terra-Cambará na formação
do Rio Grande do Sul. A obra, escrita por Rubem Braga, foi dividida em três partes, publicadas em 1949,
1951 e 1962.
 d) O livro A morte e a morte de Quincas Berro d´água, de Vinícius de Morais, destaca-se por sua
leveza, criatividade e humor. Escrita em menos de uma semana, foi publicada em 1959 e teve sucesso
imediato.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1230069
Questão 405: FUVEST - Vest (USP)/USP/2016
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Observe a imagem e leia o texto, para responder à questão.
 
 
O Comissário apertou lhe mais a mão, querendo transmitir lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem
Medo esvaía se para o solo do Mayombe, misturando se às folhas em decomposição.
[...]
Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante disse. Os lábios já mal se moviam.
A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca se do sincretismo da mata, mas se eu percorrer com
os olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura se à folhagem geral e é de novo o sincretismo. Só
o tronco se destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os gigantes só o são em parte, ao nível do
tronco, o resto confunde se na massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos nítidas e a
mancha verde predominante faz esbater progressivamente a claridade do tronco da amoreira gigante. As
manchas verdes são cada vez mais sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da amoreira ainda se
afirma, debatendo se. Tal é a vida.
[...]
Os olhos de Sem Medo ficaram abertos, contemplando o tronco já invisível do gigante que para sempre
desaparecera no seu elemento verde.
Pepetela, Mayombe.
Consideradas no âmbito dos valores que são postos em jogo em Mayombe, as relações entre a árvore e
a floresta, tal como concebidas e expressas no excerto, ensejam a valorização de uma conduta que
corresponde à da personagem
 a) João Romão, de O cortiço, observadas as relações que estabelece com a comunidade dos
encortiçados.
 b) Jacinto, de A cidade e as serras, tendo em vista suas práticas de beneficência junto aos pobres
de Paris.
 c) Fabiano, de Vidas secas, na medida em que ele se integrava na comunidade dos sertanejos, seus
iguais e vizinhos.
 d) Pedro Bala, de Capitães da Areia, em especial ao completar sua trajetória de politização.
 e) Augusto Matraga, do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Sagarana, na sua fase inicial,
quando era o valentão do lugar.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1398965
Questão 406: ITA - Vest (ITA)/ITA/2015
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
No romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, o desenlace trágico decorre sobretudo
 a) do fato de Madalena ter se casado unicamente por necessidade financeira.
 b) das dúvidas de Paulo Honórioquanto à paternidade do filho de Madalena.
 c) da tristeza final de Paulo Honório, que o leva a se desinteressar pela fazenda.
 d) dos envolvimentos sexuais de Paulo Honório com as empregadas da fazenda.
 e) dos conflitos nascidos da diferença de mentalidade e de temperamento do casal.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/768448
Questão 407: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Exmº Sr. Governador:
 
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
 
[…]
 
ADMINISTRAÇÃO
 
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro
considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame,
proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que
não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um
telegrama; porque se deitou pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um
telegrama.
 
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILIANO RAMOS
 
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.
 
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é
destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar
a norma prevista para esse gênero, pois o autor
 a) emprega sinais de pontuação em excesso.
 b) recorre a termos e expressões em desuso no português.
 c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o destinatário.
 d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especializado.
 e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/958374
Questão 408: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Cântico VI
 
Tu tens um medo de
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
 
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).
 
A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o homem em seu aspecto existencial. Em Cântico
VI, o eu lírico exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à condição humana,
 a) a sublimação espiritual graças ao poder de se emocionar.
 b) o desalento irremediável em face do cotidiano repetitivo.
 c) o questionamento cético sobre o rumo das atitudes humanas.
 d) a vontade inconsciente de perpetuar-se em estado adolescente.
 e) um receio ancestral de confrontar a imprevisibilidade das coisas.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/958632
Questão 409: DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Assinale a alternativa que contém uma das características da segunda fase modernista brasileira.
 a) Os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram a posições mais
definidas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia
social.
 b) Na poesia, ganha corpo uma geração de poetas que se opõem às conquistas e inovações dos
primeiros modernistas de 1922. Uma nova proposta é defendida inicialmente pela revista Orfeu.
 c) O período de 1930 a 1945 é o mais radical do movimento modernista, pela necessidade de ruptura
com toda arte passadista.
 d) As revistas e manifestos marcam o segundo momento modernista, com a divulgação do movimento
pelos vários estados brasileiros.
 e) Ao mesmo tempo em que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se
manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a
procura de uma “língua brasileira”.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1538883
Questão 410: DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Leia o trecho do romance “São Bernardo” e dê o que se pede.
 
“(...)
O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem
objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um
arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada.
(...)
Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê!
Comer e dormir como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida!
E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que
porcaria!
Não é bom vir o diabo e levar tudo?
(...)
Penso em Madalena com insistência. Se fosse possível recomeçarmos... Para que enganar-me? Se fosse
possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que
mais me aflige.
(...)
Foi este modo de vida que me inutilizou. Sou um aleijado. Devo ter um coração miúdo, lacunas no
cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos
enormes.
(...)”
 
Quanto ao trecho lido, é correto afirmar que
 a) há predomínio de uma visão ufanista do narrador.
 b) o intimismo dificulta uma visão crítica.
 c) a abordagem universal permite alcançar à dimensão regional.
 d) a incapacidade de modificar o modo de vida revela traços deterministas.
 e) o narrador externo explora conflitos internos do personagem.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1538885
Questão 411: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área XX/Consultor
Legislativo/2014
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2012, p.10.
Em relação ao poema acima apresentado, à obra de Carlos Drummond de Andrade e às diversas fases do
Modernismo brasileiro, julgue o próximo item.
 
A obra de Carlos Drummond de Andrade, que se estende da década de trinta à década de oitenta do
século XX, caracteriza-se pela uniformidade de procedimentos poéticos e pela não interferência de novas
tendências.
 Certo
 Errado
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/255838
Questão 412: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área XX/Consultor
Legislativo/2014
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por centode ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2012, p.10.
Em relação ao poema acima apresentado, à obra de Carlos Drummond de Andrade e às diversas fases do
Modernismo brasileiro, julgue o próximo item.
 
Na última estrofe do poema, o eu-lírico faz alusão a tempos distintos da modernização brasileira,
mediante referência à existência íntima e à passagem do tempo experienciada em termos individuais.
 Certo
 Errado
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/255839
Questão 413: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área XX/Consultor
Legislativo/2014
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2012, p.10.
Em relação ao poema acima apresentado, à obra de Carlos Drummond de Andrade e às diversas fases do
Modernismo brasileiro, julgue o próximo item.
 
Ao retomar, de maneira acrítica, as formas e os temas poéticos tradicionais, a obra de Carlos Drummond
de Andrade aproxima-se, em muitos aspectos, da produzida pela denominada Geração de 45 do
Modernismo brasileiro.
 Certo
 Errado
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/255841
Questão 414: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área XX/Consultor
Legislativo/2014
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2012, p.10.
Em relação ao poema acima apresentado, à obra de Carlos Drummond de Andrade e às diversas fases do
Modernismo brasileiro, julgue o próximo item.
 
Em alguns poemas, a exemplo de Operário no Mar e Morte do leiteiro, Drummond busca retratar
personagens característicos das classes subalternas brasileiras, o que também é feito pelos autores das
narrativas regionalistas da chamada Geração de 30.
 Certo
 Errado
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/255842
Questão 415: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Mãos dadas
 
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
 
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
 
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.
 
ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
 
Escrito em 1940, o poema Mãos dadas revela um eu lírico marcado pelo contexto de opressão política no
Brasil e da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade, o eu lírico
 a) considera que em sua época o mais importante é a independência dos indivíduos.
 b) desvaloriza a importância dos planos pessoais na vida em sociedade.
 c) reconhece a tendência à autodestruição em uma sociedade oprimida.
 d) escolhe a realidade social e seu alcance individual como matéria poética.
 e) critica o individualismo comum aos românticos e aos excêntricos.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1155313
Questão 416: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2014
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
A despropósito
 
Olhou para o teto, a telha parecia um quadrado de doce.
Ah! — falou sem se dar conta de que descobria,
durando desde
a infância, aquela hora do dia, mais um galo cantando,
um corte de trator, as três camadas de terra
a ocre, a marrom, a roxeada. Um pasto,
não tinha certeza se uma vaca
e o sarilho da cisterna desembestado, a lata
batendo no fundo com estrondo.
Quando insistiram, vem jantar, que esfria,
ele foi e disse antes de comer:
“Qualidade de telha é essas de antigamente”.
 
PRADO, A. Bagagem. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2006.
 
A poesia brasileira sofreu importantes transformações após a Semana de 1922, sendo a aproximação
com a prosa uma das mais significativas. O poema da poeta mineira Adélia Prado rompe com a lírica
tradicional e se aproxima da prosa por apresentar
 a) travessão, estrutura do verso com pontuação comum a orações e aproximação com a oralidade,
elementos próprios da narrativa.
 b) uma estrutura narrativa que não segue a sequência de estrofes nem utiliza de linguagem
metafórica.
 c) personagem situado no tempo e espaço, descrevendo suas memórias da infância.
 d) discurso direto e indireto alternados na voz do eu lírico e localização espacial.
 e) narrador em primeira pessoa, linguagem discursiva e elementos descritivos.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1188566
Questão 417: IBFC - PEB (SEDF)/SEDF/Língua Portuguesa/2013
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Leia a primeira estrofe de Póetica, de Vinicius de Moraes, para responder à questão:
De manhã escureco
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
 
Como dito, a estrofe apresentada pertence a um dos poemas de Vinicius de Moraes. Sobre o referido
autor, não é correto afirmar que:
 a) Produziu sua obra durante o período modernista da literatura brasileira.
 b) É famoso por seus notórios sonetos, que tematizam em grande parte o amor erótico.
 c) Sua poesia nunca contemplou acrítica social.
 d) Em suas primeiras obras, produziu uma poesia neo-simbolista, de inspiração religiosa.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/362225
Questão 418: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Ai, palavras, ai, palavras
que estranha potência a vossa!
 
Todo o sentido da vida
principia a vossa porta:
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
 
A liberdade das almas,
ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
 
MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento).
 
O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada
no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla
sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:
 a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.
 b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das
palavras.
 c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem
pela vida.
 d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas
crenças.
 e) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e
gestos.
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Questão 419: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
TEXTO I
 
Poema de sete faces
 
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse
Raimundo seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.
 
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001 (fragmento).
 
TEXTO II
 
CDA (imitado)
 
Ó vida, triste vida!
Se eu me chamasse
Aparecida dava na mesma.
 
FONTELA, O. Poesia reunida. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.
 
Orides Fontela intitula seu poema CDA, sigla de Carlos Drummond de Andrade, e entre parênteses indica
“imitado” porque, como nos versos de Drummond,
 a) apresenta o receio de colocar os dramas pessoais no mundo vasto.
 b) expõe o egocentrismo de sentir o coração maior que o mundo.
 c) aponta a insuficiência da poesia para solucionar os problemas da vida.
 d) adota tom melancólico para evidenciar a desesperança com a vida.
 e) invoca a tristeza da vida para potencializar a ineficácia da rima.
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Questão 420: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2010
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Texto I
 
Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes
proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que
aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis
anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento
que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos
puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações...
 
AMADO, J. Capitães de Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
 
Texto II
 
À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os
bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e
pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado,
 
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).
 
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária recorrente
na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,
 a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados.
 b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens.
 c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social.
 d) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão.
 e) a crítica à indiferença da sociedade pelos margina - lizados é direta,
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Questão 421: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele ambiente tão
característico de família, com seus pesados móveis de vinhático ou de jacarandá, de qualidade antiga, e
que denunciavam um passado ilustre, gerações de Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora,
uma espécie de desordem, de relaxamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim era
fácil perceber o que haviam sido, esses nobres da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente na
sombra, suas pratas semi-empoeiradas que atestavam o esplendor esvanecido, seus marfins e suas
opalinas – ah, respirava-se ali conforto, não havia dúvida, mas era apenas uma sobrevivência de coisas
idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que se ia desagregando, que um mal oculto o roía, como um tumor
latente em suas entranhas.
 
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002 (adaptado).
 
O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses, família da
aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não apenas a história da decadência dessa família, mas é,
ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política, social e econômica do país. O
recurso expressivo que formula literariamente essa desagregação histórica é o de descrever a casa dos
Meneses como
 a) ambiente de pobreza e privação, que carece de conforto mínimo para a sobrevivência da família.
 b) mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de decadência da
aristocracia rural mineira.
 c) cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano,
compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos.
 d) símbolo de um passado ilustre que, apesar de superado, ainda resiste à sua total dissolução graças
ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa.
 e) espaço arruinado, onde os objetos perderam seu esplendor e sobre os quais a vida repousa como
lembrança de um passado que está em vias de desaparecer completamente.
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Questão 422: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Confidência do Itabirano
 
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
[comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
[sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
 
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
 
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografiana parede.
Mas como dói!
 
ANDRADE, C. D. Poesia completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.
 
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus
poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas
humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe
claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de
construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima
 a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de
expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.
 b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e
dados históricos.
 c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que
representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.
 d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em
comparação com as prendas resgatadas de Itabira.
 e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e
do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
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Questão 423: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2007
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Texto I
 
Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho
amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o
pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha
Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem,
guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado
amarelo.
 
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.
 
Texto II
 
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma
tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis
soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca,
uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande
medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a
despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda
categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas
faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana
de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
 
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.
 
 
A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções
artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
 
I O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em
protagonista privilegiado do romance social de 30.
 
II A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da
década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
 
III Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar
a posição social do sertanejo na realidade nacional.
 
É correto apenas o que se afirma em
 a) I.
 b) II.
 c) III.
 d) I e II.
 e) II e III.
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Questão 424: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2007
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Texto I
 
Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho
amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o
pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha
Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem,
guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado
amarelo.
 
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.
 
Texto II
 
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma
tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis
soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca,
uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande
medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a
despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda
categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas 
Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza
humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
 
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.
 
 
No texto II, verifica-se que o autor utiliza
 a) linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas Secas, a
relação entre o escritor e o personagem popular.
 b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao
leitor.
 c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de
forma pitoresca.
 d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar
determinado momento da literatura brasileira.
 e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo,
para facilitar o entendimento do texto.
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Questão 425: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2006
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer
com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa
afirmação.
(...)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
trouxeste a chave?
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo.
Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14.
 
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:
 a) a nostalgia do passado colonialista revisitado.
 b) a preocupação com o engajamento político e social da literatura.
 c) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos.
 d) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética.
 e) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
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Questão 426: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2003
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Eu começaria dizendo que poesia é uma questão de linguagem. A importância do poeta é que ele torna
mais viva a linguagem. Carlos Drummond de Andrade escreveuum dos mais belos versos da língua
portuguesa com duas palavras comuns: cão e cheirando.
 
Um cão cheirando o futuro
 
(Entrevista com Mário Carvalho. Folha de SP, 24/05/1988. adaptação)
 
O que deu ao verso de Drummond o caráter de inovador da língua foi
 a) o modo raro como foi tratado o “futuro”.
 b) a referência ao cão como “animal de estimação”.
 c) a flexão pouco comum do verbo “cheirar” (gerúndio).
 d) a aproximação não usual do agente citado e a ação de “cheirar”.
 e) o emprego do artigo indefinido “um” e do artigo definido “o” na mesma frase.
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Questão 427: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2001
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
 
“A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui”.
 
MENDES, Murilo. Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
 
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre
em:
 a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais
 b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca
 c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
 d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro
 e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade
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Questão 428: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/1999
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em
outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de
intertextualidade. Leia os seguintes textos:
 
I. Quando nasci, um anjo torto
 Desses que vivem na sombra
 Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida
 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)
 
II. Quando nasci veio um anjo safado
 O chato dum querubim
 E decretou que eu tava predestinado
 A ser errado assim
 Já de saída a minha estrada entortou
 Mas vou até o fim.
 
 (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
 
III. Quando nasci um anjo esbelto
 Desses que tocam trombeta, anunciou:
 Vai carregar bandeira.
 Carga muito pesada pra mulher
 Esta espécie ainda envergonhada.
 
 (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
 
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de
Andrade, por
 a) reiteração de imagens.
 b) oposição de idéias.
 c) falta de criatividade.
 d) negação dos versos.
 e) ausência de recursos.
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Questão 429: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/1999
Assunto: Modernismo - 2ª Geração (G. Ramos, J. Amado, Rego, C. Drummond, Cecilia M,
etc)
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei
lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O
que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um
arco-íris de plumas.
 
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de
elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
 
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e
estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de
glórias e me faz magnífico.
 
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20.ed.)
 
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga:
 
O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e
econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da
realidade e o remédio para ela.
 
Em seu texto, Rubem Braga afirma que “este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes
com o mínimo de elementos”. Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Carlos Drummond
de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é
 a) uma narrativa direta e econômica.
 b) real, palpável.
 c) sentimento de realidade.
 d) seu expediente de homem.
 e) seu remédio.
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Questão 430: RBO - AFisc (Navegantes)/Pref Navegantes/2022
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Considere o trecho de "A quinta história", de Clarice Lispector, para responder à questão.
 
A quinta história
 
Esta história poderia chamar-se "As Estátuas". Outro nome possível é "O Assassinato". E também "Como
Matar Baratas". Farei então pelo menos três histórias, verdadeiras, porque nenhuma delas mente a
outra. Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem.
A primeira, "Como Matar Baratas", começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a
queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A
farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de dentro delas. Assim fiz. Morreram.
A outra história é a primeira mesmo e chama-se "O Assassinato". Começa assim: queixei-me de baratas.
Uma senhora ouviu-me. Segue-se a receita. E então entra o assassinato. A verdade é que só em
abstrato me havia queixado de baratas, que nem minhas eram: pertenciam ao andar térreo e escalavam
os canos do edifício até o nosso lar. Só na hora de preparar a mistura é que elas se tornaram minhas
também. Em nosso nome, então, comecei a medir e pesar ingredientes numa concentração um pouco
mais intensa. Um vago rancor me tomara, um senso de ultraje. De dia as baratas eram invisíveis e
ninguém acreditaria no mal secreto que roía casa tão tranqüila. Mas se elas, como os males secretos,
dormiam de dia, ali estava eu a preparar-lhes o veneno da noite. Meticulosa, ardente, eu aviava o elixir
da longa morte. Um medo excitado e meu próprio mal secreto me guiavam. Agora eu só queria
gelidamente uma coisa: matar cada barata que existe. Baratas sobem pelos canos enquanto a gente,
cansada, sonha. E eis que a receita estava pronta, tão branca. Como para baratas espertas como eu,
espalhei habilmente o pó até que este mais parecia fazer parte da natureza. De minha cama, no silêncio
do apartamento, eu as imaginava subindo uma a uma até a área de serviço onde o escuro dormia, só
uma toalha alerta no varal. Acordei horas depois em sobressalto de atraso. Já era de madrugada.
Atravessei a cozinha. No chão da área lá estavam elas, duras, grandes. Durante a noite eu matara.
 
Sobre o texto, assinale a alternativa correta.
 a) No trecho, a autora narra a tentativa de matar cada barata que existe, ainda que acorde de
sobressalto durante a noite, envolta em remorso e arrependimento.
 b) "O Assassinato" revela diversos pensamentos sobre o ato de matar baratas, surgidos após a
realização da primeira história "Como Matar Baratas".
 c) As duas narrativas apresentadas no texto refletem dois pontos de vistas diferentes sobre a mesma
ação: a primeira objetiva e a segunda com aspectos psicológicos da autora.
 d) Ao alegar que as baratas "passaram a ser dela também", a autora se exime das maldades que
guiavam seu ímpeto na preparação da misturamortal.
 e) O assassinato das baratas é justificado por seu comportamento notívago, uma vez que o hábito
diurno das baratas causa "um senso de ultraje".
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Questão 431: FGV - Adv (SEN)/SEN/2022
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Assinale o segmento que pertence à obra, de estilo muito particular, do escritor modernista João
Guimarães Rosa.
 a) “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços
neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-
lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.”
 b) “Esta imensa campina, que se dilata por horizontes infindos, é o sertão de minha terra natal. Aí
campeia o destemido vaqueiro cearense, que à unha de cavalo acossa o touro indômito no cerrado mais
espesso, e o derriba pela cauda com admirável destreza. Aí, ao morrer do dia, reboa entre os mugidos
das reses, a voz saudosa e plangente do rapaz que abóia o gado para o recolher aos currais no tempo da
ferra. Quando te tomarei a ver, sertão da minha terra, que atravessei há muitos anos na aurora serena e
feliz da minha infância?”
 c) “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham
caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como
haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que
procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da
catinga rala.”
 d) “Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa,
mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto,
dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.”
 e) “— Chá... tchá... chá... tchá. Era um pássaro madrugador que anunciava a antemanhã, primeiro
que o galo-de-campina, que toda a orquestração das matinas. Um xexéu desgracioso, cor das barreiras
enferrujadas, a que os escravos davam caça, a bodoque , nos dias de folga, porque — regulador que não
se atrasa — lhes marcava, pontualmente , o início das tarefas diárias. O feitor, como ainda chamam a
esse arauto importuno, pegava no estribilho temporão, tirando do sono a cabroeira extenuada, como
contratado pelo senhor rural: chá... tchá...”
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Questão 432: VUNESP - Vest (UNESP)/UNESP/2022
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Para responder a questão, leia o trecho do conto “A menina, as aves e o sangue”, do escritor
moçambicano Mia Couto (1955- ).
 
Aconteceu, certa vez, uma menina a quem o coração batia só de quando em enquantos. A mãe sabia
que o sangue estava parado pelo roxo dos lábios, palidez nas unhas. Se o coração estancava por
demasia de tempo a menina começava a esfriar e se cansava muito. A mãe, então, se afligia: roía o
dedo e deixava a unha intacta. Até que o peito da filha voltava a dar sinal:
 
— Mãe, venha ouvir: está a bater!
 
A mãe acorria, debruçando a orelha sobre o peito estreito que soletrava pulsação. E pareciam, as duas,
presenciando pingo de água em pleno deserto. Depois, o sangue dela voltava a calar, resina empurrando
a arrastosa vida.
 
Até que, certa noite, a mulher ganhou para o susto. Foi quando ela escutou os pássaros. Sentou na
cama: não eram só piares, chilreinações. Eram rumores de asas, brancos drapejos de plumas. A mãe se
ergueu, pé descalço pelo corredor. Foi ao quarto da menina e joelhou-se junto ao leito. Sentiu a
transpiração, reconheceu o seu próprio cheiro. Quando lhe ia tocar na fronte a menina despertou:
 
— Mãe, que bom, me acordou! Eu estava sonhar pássaros.
 
A mãe sortiu-se de medo, aconchegou o lençol como se protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no
lençol uma pena se desprendeu e subiu, levinha, volteando pelo ar. A menina suspirou e a pluma,
algodão em asa, de novo se ergueu, rodopiando por alturas do tecto. A mãe tentou apanhar a errante
plumagem. Em vão, a pena saiu voando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite, na ilusão de
escutar a voz de um pássaro. Depois, retirou-se, adentrando-se na solidão do seu quarto. Dos pássaros
selou-se o segredo, só entre as duas.[...]
 
Com o tempo, porém, cada vez menos o coração se fazia frequente. Quase deixou de dar sinais à vida.
Até que essa imobilidade se prolongou por consecutivas demoras. A menina falecera? Não se
vislumbravam sinais dessa derradeiragem. Pois ela seguia praticando vivências, brincando, sempre
cansadinha, resfriorenta. Uma só diferença se contava. Já à noite a mãe não escutava os piares.
 
— Agora não sonha, filha?
 
— Ai mãe, está tão escuro no meu sonho!
 
Só então a mãe arrepiou decisão e foi à cidade:
 
— Doutor, lhe respeito a permissão: queria saber a saúde de minha única. É seu peito... nunca mais deu
sinal.
 
O médico corrigiu os óculos como se entendesse rectificar a própria visão. Clareou a voz, para melhor se
autorizar. E disse:
 
— Senhora, vou dizer: a sua menina já morreu.
— Morta, a minha menina? Mas, assim...?
— Esta é a sua maneira de estar morta.
 
A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo. Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o
médico. Todo seu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro, duvidava. Pode-se morrer assim com
tanta leveza, que nem se nota a retirada da vida? E o médico, lhe amparando, já na porta:
 
— Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade.
 
A mãe regressou à casa e encontrou a filha entoando danças, cantarolando canções que nem existem.
Se chegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexistisse. A sua pele não desprendia calor.
 
— Então, minha querida não escutou nada?
 
Ela negou. A mãe percorreu o quarto, vasculhou recantos. Buscava uma pena, o sinal de um pássaro.
Mas nada não encontrou. E assim, ficou sendo, então e adiante.
 
Cada vez mais fria, a moça brinca, se aquece na torreira do sol. Quando acorda, manhã alta, encontra
flores que a mãe depositou ao pé da cama. Ao fim da tarde, as duas, mãe e filha, passeiam pela praça e
os velhos descobrem a cabeça em sinal de respeito.
 
E o caso se vai seguindo, estória sem história. Uma única, silenciosa, sombra se instalou: de noite, a
mãe deixou de dormir. Horas a fio a sua cabeça anda em serviço de escutar, a ver se regressam as
vozearias das aves.
 
(Mia Couto. A menina sem palavra, 2013.)
 
A linguagem poética, o emprego de neologismos e as marcas de oralidade, que podem ser identificados
no texto de Mia Couto, caracterizam também a prosa do seguinte escritor brasileiro:
 a) Guimarães Rosa.
 b) Graciliano Ramos.
 c) Machado de Assis.
 d) Euclides da Cunha.
 e) Aluísio de Azevedo.
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Questão 433: ITA - Vest (ITA)/ITA/2021
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Leia atentamente o trecho do conto “A mão no ombro” e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA.
 
Deixou cair a folha seca,
enfurnou as mãos nos bolsos e
seguiu pisando com a mesma
prudência da estátua.
Contornou o tufo de begônias,
vacilou entre os dois ciprestes
(mas o que significava essa
estátua?) e enveredou por uma
alameda que lhe pareceu menos
sombria. Um jardim inocente.
 a) é um narrador predominantemente em terceira pessoa, que utiliza, por vezes, o discurso indireto
livre para se confundir com a personagem protagonista.
 b) é um narrador em primeira pessoa que constrói um monólogo interior.
 c) é um narrador protagonista, que relata, em primeira pessoa, as experiências que outra personagem
lhe contou.
 d) é um narrador em terceira pessoa pouco atento aos pensamentos da personagem protagonista.
 e) é um narradorjudicativo que recrimina a culpa que a personagem protagonista sente e, por isso,
faz perguntas a si próprio.
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Questão 434: CEBRASPE (CESPE) - Prof (B Coqueiros)/Pref B dos
Coqueiros/Português/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Em 2020, a escritora Clarice Lispector completaria cem anos de idade. Autora de prosa e ficção, ela é
uma representante da terceira geração modernista. As obras produzidas pelos escritores dessa geração
ficaram marcadas, entre outras características,
 a) pela importância dada à forma, o que fez muitos autores serem considerados experimentalistas.
 b) pela preocupação exagerada com a forma, o que impedia que esses autores fossem considerados
experimentalistas.
 c) pela despreocupação com o conteúdo, o que tornava esses autores instrumentalistas.
 d) pelo descuido da forma e pela preocupação com o conteúdo, representando a tendência poética
denominada práxis.
 e) pela valorização excessiva da tradição das gerações anteriores, embora de forma renovada.
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Questão 435: Instituto Consulplan - Vest (FM RO)/FM RO/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
“Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que
justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos
antecedentes.”
 
(LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Fragmento.)
 
A escritora Clarice Lispector é um dos principais nomes da terceira fase do Modernismo que
apresenta obras em que predominam:
 a) Nacionalismo e objetividade.
 b) Racionalismo e crítica aos valores religiosos.
 c) Complexidade estética e densidade psicológica.
 d) Expressão do realismo no plano da poesia e objetividade.
 e) Crítica ao monarquismo e análise psicológica dos personagens.
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Questão 436: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a narradora protagonista de “Senhor Diretor”.
 a) exagerada compulsividade por limpeza, como no trecho: “E se fosse tranquilamente ler na praça?
Mas a praça devia estar tão suja, que prazer podia se encontrar numa praça assim?”.
 b) sincera dedicação à família, como no trecho: “Agradeço muito, meus queridos, mas hoje já tenho
um compromisso com um grupo de amigas, vão me oferecer um chá, vocês não se importam se
marcarmos um outro dia?”
 c) fiel dedicação às amigas, como no trecho: “Eleonora, de bacia quebrada, a coitadinha. Mariana, se
embaralhando em alguma mesa, a cabeça já não dava nem para um sete e meio e inventou de aprender
bridge, não estava na moda? Beatriz, pajeando o bando de netos enquanto a nora adernava o oitavo
mês. E Elza estava morta.”
 d) senso de dever cívico, como no trecho: “Compete à professora, Senhor Diretor, estudar
urgentemente um projeto de educação desse povo que tem a idade mental daquelas meninas que eu ia
fiscalizar quando saíam do reservado, Puxou a descarga? eu perguntava. E a cara inocente de susto, Ai!
Esqueci. Mas será que só eu no meio dessa multidão se importa?”
 e) recalque sexual, como no trecho: “Ela foi afundando na poltrona enquanto a loura emergia do
fundo na direção do homem, Meus Céus, também aqui?! Fixou o olhar no casal todo enrolado na fileira
da frente. Beijavam-se com tanta fúria que o som pegajoso era ainda mais nítido do que o barulho dos
dois corpos amassando a folhagem na tela.”
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Questão 437: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa que não apresenta um trecho que contribui para o entendimento do desfecho de
“As Formigas”.
 a) “Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles
vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.”
 b) “O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não
era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho.”
 c) “– Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado,
só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente, extra. Telefone, também.”
 d) “No céu, as últimas estrelas já empalideciam. Quando encarei a casa, só a janela vazada nos via, o
outro olho era penumbra.”
 e) “Acordei pra fazer pipi, devia ser umas três horas. Na volta, senti que no quarto tinha algo mais,
está me entendendo?”
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Questão 438: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa que não contribui para a compreensão do desfecho do conto “Tigrela”.
 a) “Só eu sei que cresceu, só eu notei que está ocupando mais lugar embora continue do mesmo
tamanho, ultimamente mal cabemos as duas, uma de nós teria mesmo que... Interrompeu para acender
a cigarrilha, a chama vacilante na mão trêmula.”
 b) “No fim, quis se atirar do parapeito do terraço, que nem gente, igual. Igual, repetiu Romana
procurando o relógio no meu pulso.”
 c) “Uma noite dessas, quando eu voltar para casa o porteiro pode vir correndo me dizer. A senhora
sabe? De algum desses terraços...”
 d) “Finge que não liga mas a pupila se dilata e transborda como tinta preta derramando no olho
inteiro, eu já falei nesse olho? É nele que vejo a emoção. O ciúme. Fica intratável.”
 e) “Fiquei olhando para o pequeno círculo de água que seu copo deixou na mesa. Mas, Romana, não
seria mais humano se a mandasse para o zoológico?”
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Questão 439: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Em “A Sauna”, os diferentes epítetos de Rosa usados pelo narrador protagonista revelam:
 a) a sua genuína opinião a respeito da ex-companheira.
 b) o que ele gostaria que a ex-companheira fosse.
 c) a maneira como ele gostaria que as outras pessoas a enxergassem.
 d) a verdadeira natureza de Rosa.
 e) a maneira como ele gostaria que Marina enxergasse Rosa.
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Questão 440: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Leia as asserções destacadas acerca de “As Formigas” e, em seguida, assinale a alternativa correta.
 
I. A descrição da pensão, a caracterização da sua dona, o cheiro, a janela quebrada, os pesadelos e
o desaparecimento das formigas são elementos que contribuem para a construção de uma atmosfera
de suspense.
 
II. O trecho a seguir exemplifica a dubiedade da narrativa: “– Um anão. Raríssimo, entende? E acho
que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a
montar ele.”
 
III. A vulnerabilidade das protagonistas pode ser constatada em seus atos corriqueiros, como ter
um ursinho de pelúcia e o cuidado recíproco que têm uma pela outra.
 
 a) são verdadeiras apenas I e II.
 b) são falsas apenas II e III.
 c) são verdadeiras apenas I e III.
 d) são todas asserções falsas.
 e) nenhuma das asserções é falsa.
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Questão 441: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto:Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Leia atentamente o trecho destacado de “Presença”: “Ele pousou a mala no chão e pediu um
apartamento. Por quanto tempo? Não estava bem certo, talvez uns vinte dias. Ou mais. O porteiro
examinou-o da cabeça aos pés. Forçou o sorriso paternal, disfarçando o espanto com uma cordialidade
exagerada, Mas o jovem queria um apartamento? Ali, naquele hotel?!”
 
Assinale a alternativa correta relativamente ao grifo do pronome demonstrativo e o uso da pontuação.
 a) indicam a enorme distância entre as personagens e o hotel.
 b) sugerem que havia outros hotéis à disposição.
 c) cumprem a função de destacar o absurdo da escolha do jovem.
 d) enfatizam o momento oportuno para as férias do rapaz.
 e) indicam que o porteiro desejava enfaticamente que o jovem se hospedasse naquele hotel.
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Questão 442: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Leia as asserções destacadas e, em seguida, assinale a alternativa correta:
I. Em “Senhor Diretor”, Maria Emília é uma mulher marcada por uma rígida repressão sexual.
II. Em “A Sauna”, após repassar sua vida a limpo, o narrador protagonista se arrepende de seus
atos egoístas e mesquinhos.
III. Em “WM”, os fatos da vida de Wlado não são revelados ao leitor.
IV. Em “Seminário dos ratos”, a invasão dos ratos simboliza uma aterrorizante ameaça ao poder
representado pelo Secretário do Bem-Estar Público e Privado e pelo Chefe de Relações Públicas.
 
 a) são todas asserções verdadeiras.
 b) I, III e IV são falsas.
 c) I e II são verdadeiras.
 d) I e IV são verdadeiras.
 e) são todas asserções falsas.
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Questão 443: ITA - Vest (ITA)/ITA/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Sobre “WM”, é correto afirmar que:
 a) é uma narrativa sobre uma família dilacerada por um filho que resolve se relacionar com uma
prostituta para se vingar da mãe.
 b) é a narrativa de um filho caçula, cuja família foi dilacerada pela morte precoce de sua irmã mais
velha.
 c) é uma história narrada em primeira pessoa, por um garoto que se sacrifica para cuidar da família
após o pai abandoná-los.
 d) é a narrativa em primeira pessoa de uma jovem obrigada a cuidar do irmão caçula uma vez que
seus pais, cada um à sua maneira, abandonaram os filhos.
 e) é a narrativa em primeira pessoa de uma garota cuja mãe, envaidecida pela própria beleza e
talento, abandona os filhos à própria sorte.
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Questão 444: DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/Topografia/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Vergonha de viver
Clarice Lispector
 
 Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por
exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido
que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (...)
 Sempre fui uma tímida muito ousada. Lembro-me de quando há muitos anos fui passar férias numa
grande fazenda. Ia-se de trem até uma pequeníssima estação deserta. Donde se telefonava para a
fazenda que ficava a meia hora dali, num caminho perigosíssimo, rude e tosco (...). Telefonei para a
fazenda e eles me perguntaram se queria carro ou cavalo. Eu disse logo cavalo. E nunca tinha montado
na vida.
 Foi tudo muito dramático. Caiu uma grande chuva de tempestade furiosa e fez-se subitamente noite
fechada. Eu, montada no belo cavalo, nada enxergava a minha frente. Mas os relâmpagos revelavam-me
verdadeiros abismos. (...) E eu, ensopada, morria de medo: sabia que corria risco de vida. Quando
finalmente cheguei à fazenda, não tinha força de desmontar (...).
 De 12 para 13 anos mudamo-nos do Recife para o Rio, a bordo de um navio inglês. Eu não sabia
ainda inglês. Mas escolhia no cardápio ousadamente os nomes de comida mais complicados. (...)
 Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num
diário. Nunca foram aceitas. E eu, teimosa, continuava escrevendo. (...)
 
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Pode-se dizer que, na crônica Vergonha de Viver, Clarice Lispector tem por objetivo
 a) confidenciar que a timidez é, na verdade, uma arma para aqueles que são ousados.
 b) mostrar que aos tímidos, entre os quais ela se inclui, resta só a constatação de que o medo lhes
fechará todas as portas.
 c) revelar, com os sinais de sua história, que todo tímido deseja chegar ao outro, no entanto tem ele
de gritar contra a solidão porque sua alma grita.
 d) esclarecer ao leitor que, apesar dos momentos de ousadia dos tímidos, suas tentativas acabam em
fracassos, como os vários exemplos de sua vida.
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Questão 445: DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/Enfermagem/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Vergonha de viver
Clarice Lispector
 
 Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por
exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido
que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (...)
 Sempre fui uma tímida muito ousada. Lembro-me de quando há muitos anos fui passar férias numa
grande fazenda. Ia-se de trem até uma pequeníssima estação deserta. Donde se telefonava para a
fazenda que ficava a meia hora dali, num caminho perigosíssimo, rude e tosco (...). Telefonei para a
fazenda e eles me perguntaram se queria carro ou cavalo. Eu disse logo cavalo. E nunca tinha montado
na vida.
 Foi tudo muito dramático. Caiu uma grande chuva de tempestade furiosa e fez-se subitamente noite
fechada. Eu, montada no belo cavalo, nada enxergava a minha frente. Mas os relâmpagos revelavam-me
verdadeiros abismos. (...) E eu, ensopada, morria de medo: sabia que corria risco de vida. Quando
finalmente cheguei à fazenda, não tinha força de desmontar (...).
 De 12 para 13 anos mudamo-nos do Recife para o Rio, a bordo de um navio inglês. Eu não sabia
ainda inglês. Mas escolhia no cardápio ousadamente os nomes de comida mais complicados. (...)
 Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num
diário. Nunca foram aceitas. E eu, teimosa, continuava escrevendo. (...)
 
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No último parágrafo, a autora
 a) apresenta, por meio de reminiscências da infância, a valorização de seu dom como escritora.
 b) mostra que a insistência em escrever histórias foi determinante para o reconhecimento de uma
grande cronista.
 c) sugere que a teimosia em escrever, apesar das recusas, pode têla impulsionado para a senda da
literatura.
 d) leva à conclusão, por ser autobiográfico e contraditório, de que escrever na infância foi o embrião
de seu futuro ofício.
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Questão 446: DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
“Esses gerais sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão
de opiniães... O sertão está em toda parte”
O fragmento acima, de Guimarães Rosa, marca
 a) os limites do regional.
 b) o determinismo do meio.
 c) o sertão universal.
 d) o sertanejo e sua cor local.
 e) sofrimento regional.
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Questão 447: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Netoetc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam
surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei:
maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos
pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
A narrativa apresentada reforça a ligação de Clarice Lispector com o Modernismo brasileiro,
aproximando-a especialmente do Regionalismo de 1930, que tratou de temas como a desigualdade e a
fome.
 Certo
 Errado
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Questão 448: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam
surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei:
maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos
pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
A consciência ecológica da personagem evidencia-se com sua responsabilidade quanto aos seres vivos,
confirmada na caracterização dos pássaros como inocentes.
 Certo
 Errado
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Questão 449: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam
surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei:
maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos
pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
Segundo a narrativa apresentada, come-se a carne das baleias porque elas são animais ferozes.
 Certo
 Errado
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Questão 450: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam
surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei:
maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos
pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
Por tratar de um fato do cotidiano de forma pessoal e com linguagem poética, o texto apresentado pode
ser caracterizado como uma crônica.
 Certo
 Errado
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Questão 451: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2020Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Em minutos espalhara-se a notícia: uma baleia na praia do Leme e outra na praia do Leblon haviam
surgido na arrebentação de onde tinham tentado sair sem no entanto poder voltar. (…)
Não fui ver a baleia que estava a bem dizer à porta de minha casa a morrer. Morte, eu te odeio.
Enquanto isso as notícias misturadas com lendas corriam pela cidade do Leme. Uns diziam que a baleia
do Leblon ainda não morrera mas que sua carne retalhada em vida era vendida por quilos pois carne de
baleia era ótimo de se comer, e era barato, era isso que corria pela cidade do Leme. E eu pensei:
maldito seja aquele que a comerá por curiosidade, só perdoarei quem tem fome, aquela fome antiga dos
pobres.
Outros, no limiar do horror, contavam que também a baleia do Leme, embora ainda viva e arfante, tinha
seus quilos cortados para serem vendidos. Como acreditar que não se espera nem a morte para um ser
comer outro ser? Não quero acreditar que alguém desrespeite tanto a vida e a morte, nossa criação
humana, e que coma vorazmente, só por ser uma iguaria, aquilo que ainda agoniza, só porque é mais
barato, só porque a fome humana é grande, só porque na verdade somos tão ferozes como um animal
feroz, só porque queremos comer daquela montanha de inocência que é uma baleia, assim como
comemos a inocência cantante de um pássaro. Eu ia dizer agora com horror: a viver desse modo, prefiro
a morte.
Clarice Lispector. Morte de uma baleia.
In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
A partir do fragmento de texto precedente, de Clarice Lispector, julgue o item seguinte, considerando as
características do Modernismo brasileiro.
 
No texto, a pessoa que narra os acontecimentos se recusa a ver as baleias que agonizam nas praias,
porque teme agir como aqueles que as atacam.
 Certo
 Errado
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Questão 452: Instituto Consulplan - Vest (FIMCA)/FIMCA/Medicina/2019
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
A terceira fase do Modernismo, 1945 a 1960, é vista como o “apuro da forma”, entre os autores que se
destacam estão: João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Nelson Rodrigues e Ariano
Suassuna. Assinale, a seguir, a alternativa concernente à terceira fase modernista.
 a) Na prosa e na poesia observa-se a imersão dos escritores na linguagem e na psicologia das
personagens.
 b) O regionalismo e a literatura de investigação psicológica deixaram de ser apreciados como temas
abordados pelos autores.
 c) A literatura regionalista romântica é retomada tal como apresentou-se no século XIX, retomando
assim a tradição daquele período.
 d) Observa-se, entre os escritores, a afirmação da identidade de uma nova geração, rejeitando
plenamente as características das gerações anteriores.
 e) A linguagem predominante é a culta havendo um distanciamento e até mesmo um choque cultural
entre a linguagem dos personagens e a realidade da linguagem coloquial.
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Questão 453: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2019
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que nasce dos buracões e sobe a serra. O guará-lobo
trota a vago no campo. As pessôas mais velhas são inimigas dos meninos. Soltam e estumam cachorros,
para ir matar os bichinhos assustados — o tatú que se agarra no chão dando guinchos suplicantes, os
macacos que fazem artes, o coelho que mesmo até quando dorme todo-tempo sonha que está sendo
perseguido. O tatú levanta as mãozinhas cruzadas, ele não sabe — e os cachorros estão rasgando o
sangue dele, e ele pega a sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no cerrado, na beira do capoeirão.
Ele conhece as árvores, abraça as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemido deles campeando
socôrro. Todo choro suplicando por socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz a salve-rainha.
Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os homens, pé-ante-pé, indo a peitavento, cercaram o casal de
tamanduás, encantoados contra o barranco, o casal de tamanduás estavam dormindo. Os homens
empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta, o tamanduá que se acordava. Deu som surdo, no
corpo do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como um colchão velho.
 
ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile).
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
 
 
Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros.
Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma expressividade apoiada na
 a) plasticidade de cores e sons dos elementos nativos.
 b) dinâmica do ataque e da fuga na luta pela sobrevivência.
 c) religiosidade na contemplação do sertanejo e de seus costumes.
 d) correspondência entre práticas e tradições e a hostilidade do campo.
 e) humanização da presa em contraste com o desdém e a ferocidade do homem.
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Questão 454: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros —
porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se
misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada
não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de
ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de
velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu
fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos
esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o
chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de
me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse.
Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som
como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente
não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim,
não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
A expressividade literária do texto baseia-se, entre outros elementos, na precisão com que o mundo
natural é descrito pelo autor.
 Certo
 Errado
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Questão 455: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros —
porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se
misturame desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada
não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de
ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de
velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu
fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos
esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o
chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de
me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse.
Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som
como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente
não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim,
não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
O texto atesta uma característica central da obra de Guimarães Rosa: o tratamento literário dado pelo
autor à oralidade popular.
 Certo
 Errado
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Questão 456: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros —
porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se
misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada
não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de
ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de
velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu
fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos
esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o
chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de
me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse.
Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som
como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente
não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim,
não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
O modelo narrativo escolhido por Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas aproxima a prosa da
poesia pelo uso abundante de figuras de linguagem, como a que se observa em “Diadorim é a minha
neblina.
 Certo
 Errado
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Questão 457: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros —
porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se
misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada
não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de
ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de
velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu
fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos
esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o
chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de
me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse.
Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som
como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente
não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim,
não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.
 
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
Tendo como referência o texto precedente, extraído da obra Grande sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa, julgue o item a seguir.
 
Em termos de historiografia literária, considera-se a prosa regionalista de Guimarães Rosa integrante do
primeiro momento modernista, caracterizado pelo nacionalismo pitoresco.
 Certo
 Errado
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Questão 458: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Texto para o item.
 
De mim, pessoa, vivo para a minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-
querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim,
penso também — mas Diadorim é a minha neblina.
 
[...]
 
Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros —
porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se
misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada
não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo — podia morrer. Se acostumavam de
ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego — bicame de
velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu
fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos
esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o
chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de
me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse.
Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som
como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente
não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele — o irremediável extenso da vida. Por mim,
não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele estava obedecendo quieto.João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. 19.a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 40-5 (com
adaptações).
 
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto de João Guimarães Rosa, julgue o item a
seguir.
 
O último período do texto é um exemplo de linguagem denotativa, em meio a tantos recursos linguísticos
e poéticos inovadores que permeiam a linguagem de Guimarães Rosa.
 Certo
 Errado
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Questão 459: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
 
A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por
 a) romper com a linearidade das ações da narrativa literária.
 b) ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história.
 c) articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas.
 d) potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais.
 e) desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição.
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Questão 460: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2017
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Dois parlamentos
 
Nestes cemitérios gerais
não há morte pessoal.
Nenhum morto se viu
com modelo seu, especial.
Vão todos com a morte padrão,
em série fabricada.
Morte que não se escolhe
e aqui é fornecida de graça.
Que acaba sempre por se impor
sobre a que já medrasse.
Vence a que, mais pessoal,
alguém já trouxesse na carne.
Mas afinal tem suas vantagens
esta morte em série.
Faz defuntos funcionais,
próprios a uma terra sem vermes.
 
MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).
 
A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um viés temático muito presente em João Cabral de
Melo Neto. No fragmento em destaque, essa abordagem ressalta o(a)
 a) inutilidade de divisão social e hierárquica após a morte.
 b) aspecto desumano dos cemitérios da população carente.
 c) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte.
 d) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra.
 e) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos.
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Questão 461: FACET - Prof (Pref Sobrado)/Pref Sobrado/Português/2016
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Assinale a alternativa na qual o par formado por ator = obra está INCORRETO:
 a) José de Alencar = Til
 b) João Cabral de Melo Neto = Morte e vida Severina
 c) Machado de Assis = Senhora
 d) João Ubaldo Ribeiro = Viva o Povo Brasileiro
 e) Marcelo Rubens Paiva = Feliz Ano Velho
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Questão 462: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Casamento
 
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
 
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
 
O poema de Adélia Prado, que segue a proposta moderna de tematização de fatos cotidianos, apresenta
a prosaica ação de limpar peixes na qual a voz lírica reconhece uma
 a) expectativa do marido em relação à esposa.
 b) imposição dos afazeres conjugais.
 c) disposição para realizar tarefas masculinas.
 d) dissonância entre as vozes masculina e feminina.
 e) forma de consagração da cumplicidade no casamento.
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Questão 463: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Antiode
Poesia, não será esse
o sentido em que
ainda te escrevo:
flor! (Te escrevo:
flor! Não uma
flor, nem aquela
flor-virtude - em
disfarçados urinóis).
Flor é a palavra
flor; verso inscrito
no verso, como as
manhãs no tempo.
Flor é o salto
da ave para o voo:
o salto fora do sono
quando seu tecido
se rompe; é uma explosão
posta a funcionar,
como uma máquina,
uma jarra de flores.
 
MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).
 
A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo.
Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a
recriação poética de
 a) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos
significados.
 b) um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX.
 c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra
poética.
 d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução
Industrial.
 e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.
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Questão 464: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Famigerado
 
Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente. Contra que
aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se resolveu.
Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não me encarava, só se fito à
meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar.
 
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos,
insequentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as
mínimas entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me
iludir, ele enigmava. E, pá:
 
— Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado... faz-
me-gerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...?
 
ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
 
A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem a Guimarães Rosa um lugar de destaque na
literatura brasileira. No fragmento lido, a tensão entre a personagem e o narrador se estabelece porque
 a) o narrador se cala, pensa e monologa, tentando assim evitar a perigosa pergunta de seu
interlocutor.
 b) o sertanejo emprega um discurso cifrado, com enigmas, como se vê em “a conversa era para teias
de aranha".
 c) entre os dois homens cria-se uma comunicação impossível, decorrente de suas diferenças
socioculturais.
 d) a fala do sertanejo é interrompida pelo gesto de impaciência do narrador, decidido a mudar o
assunto da conversa.
 e) a palavra desconhecida adquire o poder de gerar conflito e separar as personagens em planos
incomunicáveis.
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Questão 465: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora noserviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com
água quente.
 
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
 
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
 
Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um lirismo presente nas cenas
e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a poesia desses elementos a partir
do(a)
 a) reflexão irônica sobre a importância atribuída aos estudos por sua mãe.
 b) sentimentalismo, oposto à visão pragmática que reconhecia na mãe.
 c) olhar comovido sobre seu pai, submetido ao trabalho pesado.
 d) reconhecimento do amor num gesto de aparente banalidade.
 e) enfoque nas relações afetivas abafadas pela vida conjugal.
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Questão 466: DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Leia o trecho a seguir e responda.
“O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos -gerais a
fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucúia. Toleima. Para os de Corinto e do
Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos
carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde
criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucúia vem dos montões oestes.
Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as
vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. Os
gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor
sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte.”
Quanto ao trecho, é correto afirmar que
 a) não há ponto de vista do narrador, que apenas relata as impressões alheias.
 b) apresenta alguns neologismos, como “toleima”, “almargem”, “opiniães” e “oestes”.
 c) não há abordagem universal, a passagem constitui apenas uma descrição do sertão.
 d) o trecho transpõe os limites do regional, alcançando a dimensão universal.
 e) transparece todo misticismo sertanejo, baseado apenas nos dois extremos: o bem e o mal.
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Questão 467: DECEx - Alun (EsPCEx)/EsPCEx/2015
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Leia os versos a seguir e responda.
 
Alguidar: recipiente de barro, metal ou material plástico, usado para tarefas domésticas
 
“Catar Feijão
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e o oco, palha eco,”
Em Catar feijão, João Cabral de Melo Neto revela
 a) o princípio de que a poesia é fruto de inspiração poética, pois resulta de um trabalho emocional.
 b) influência do Dadaísmo ao escolher palavras, ao acaso, que nada significam para a construção da
poesia.
 c) preocupação com a construção de uma poesia racional contrária ao sentimentalismo choroso.
 d) valorização do eu lírico, ao extravasar o estado de alma e o sentimento poético.
 e) valorização do pormenor mediante jogos de palavras, sobrecarregando a poesia de figura e de
linguagem rebuscada.
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Questão 468: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2014
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
O correr da vida embrulha tudo. A vida e assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e
depois desinquieta. O que ela quer da gente e coragem.
 
ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
 
No romance Grande sertão: veredas, o protagonista Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do
trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo se aproxima de um(a)
 a) diário, por trazer lembranças pessoais.
 b) fábula, por apresentar uma lição de moral.
 c) notícia, por informar sobre um acontecimento.
 d) aforismo, por expor uma máxima em poucas palavras.
 e) crônica, por tratar de fatos do cotidiano.
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Questão 469: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas
as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico
querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno
agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e,
como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar
nominalmente a própria existência.
 
ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento).
 
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da
linguagem, identificada como
 a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar
a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
 b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito
ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.
 c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso
o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
 d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso
o emprego de “hipotrélico”.
 e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do
advérbio de dúvida “talvez”.
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Questão 470: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2013
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas
antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve.
Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
 
[...]
 
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se
as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da prépré- história já havia os monstros apocalípticos?
Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu
que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas
nordestinas que andam por aí aos montes.
 
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual — há dois anos e meio
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que
justificaria o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
 
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).
 
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector,
culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se
essa peculiaridade porque o narrador
 a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às
personagens.
 b) relata a história sem ter tido a preocupaçãode investigar os motivos que levaram aos eventos que
a compõem.
 c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
 d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras
exatas.
 e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.
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Questão 471: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
TEXTO I
 
A canção do africano
 
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia-voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez p’ra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem.”
 
ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento)
 
TEXTO II
 
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido
mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em
relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito
romântico.
 
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento).
 
O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto porque
 a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico.
 b) canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo.
 c) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso.
 d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a injustiça social.
 e) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria.
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Questão 472: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2011
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
TEXTO I
 
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias,
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
 
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento).
 
TEXTO II
 
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o
Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do
texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços
biográficos são sempre partilhados por outros homens.
 
SECCHIN, A. O. João Cabral: a poesia do menos.
Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento).
 
Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a
relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social
expresso Iiterariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?”. A
resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da
 a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador.
 b) construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação.
 c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua
condição.
 d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise
existencial.
 e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel
Zacarias.
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Questão 473: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2011
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Ele se aproximou e com a voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:
― E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
― Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa, antes que ele mudasse de ideia.
― E se me permite, qual é mesmo a sua graça?
― Macabea.
― Maca ― o quê?
― Bea, foi ela obrigada a completar.
― Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.
― Eu também acho esquisito mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se
eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a
nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um
instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor
― pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
[...]
Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.
― Olímpico de Jesus Moreira Chaves ― mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus,
sobrenome dos que não têm pai. [...]
― Eu não entendo o seu nome ― disse ela. ― Olímpico?
Macabea fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso
era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não
sabia responder. Disse aborrecido:
― Eu sei mas não quero dizer!
― Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978 (fragmento).
Na passagem transcrita, a caracterização das personagens e o diálogo que elas estabelecem revelam
alguns aspectos centrais da obra, entre os quais se destaca a
 a) ênfase metalinguística nas falas dos personagens, conscientes de sua limitação linguística e
discursiva.
 b) relação afetiva dos personagens, por meio da qual tentam superar as dificuldades de comunicação.
 c) expressividade poética dos personagens, que procuram compreender a origem de seus nomes.
 d) privação da palavra, que denota um dos fatores da exclusão social vivida pelos personagens.
 e) consciência dos personagens de que o fingimento é uma estratégia argumentativa de persuasão.
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Questão 474: CEBRASPE (CESPE) - CL (SEN)/SEN/Assessoramento
Legislativo/Pronunciamentos/2002
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
A literatura brasileira do período colonial - se é que assim podia-se chamar - era uma extensão da
portuguesa e recebia, via Portugal, a influência francesa, inglesa, espanhola e italiana. A situação de país
colonizado explica que a questão da afirmação nacional seja central à fase de formação da literatura
brasileira, que começa com o Arcadismo e se completa com o Romantismo. Ao longo do tempo, houve
diferentes respostas dadas pelos escritores às questões que eles próprios se colocavam quanto à busca
ou à afirmação de uma identidade nacional. Os românticos inicialmente frisaram a originalidade do Brasil,
realçando a cor local em suas produções literárias. O Realismo corresponde a uma busca de objetividade
ou de neutralidade do ponto de vista. A obra do carioca Machado de Assis é um marco na literatura
brasileira e guarda atualidade até nossos dias. A partir da década de oitenta do século XIX, ele assume o
papel central numa tradição brasileira de literatura urbana, geralmente realista e pouco orientada para o
pitoresco. O Modernismo, cujo marco é a Semana de Arte Moderna de 1922, operará uma grande síntese
na cultura brasileira. O Realismo, o Barroco e o Romantismo nele estão de alguma forma presentes. Vive-
se no Brasil um momentode crises, de efervescência política, de imigrações, de transformações
econômicas. Existe o contágio das vanguardas estéticas européias.
 
 
João Almino. "De Machado a Clarice: a força da literatura". In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem Incompleta
- a experiência brasileira (1500-2000): a grande transação. São Paulo: Editora SENAC, 2000, p. 45-6, 50,
52, 57-8 (com adaptações).
Com o auxílio do texto, julgue o item seguinte, referente à literatura brasileira do século XX.
Em uma época em que o país acordava para a utopia da vitória sobre o subdesenvolvimento e
conscientizava-se da necessidade de enfrentar as desigualdades regionais e sociais, quadro marcante dos
anos cinqüenta, Guimarães Rosa - Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas, ambos de 1956 - e
Érico Veríssimo - O Tempo e o Vento, entre 1949 e 1962 - escreviam a respeito da saga heróica do
povo brasileiro, estivesse no sertão, nos pampas ou nas coxilhas.
 
 
 Certo
 Errado
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Questão 475: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2000
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos noticiados. Veja
um exemplo:
 
 
O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é:
 a) Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.
(AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro/Brasília: José Aguilar/INL,1971)
 
 b) Essa cova em que estás
Com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
É de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe
deste latifúndio.
(MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta. Rio de Janeiro: Sabiá, 1967)
 
 c) Medir é a medida
mede
A terra, medo do homem, a lavra;
lavra
duro campo, muito cerco, vária várzea.
(CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo: Summums, 1978)
 
 d) Vou contar para vocês
um caso que sucedeu
na Paraíba do Norte
com um homem que se chamava
Pedro João Boa-Morte,
lavrador de Chapadinha:
talvez tenha morte boa
porque vida ele não tinha.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983)
 
 e) Trago-te flores, – restos arrancados
Da terra que nos viu passar
E ora mortos nos deixa e separados.
(ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1986)
 
 
 
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Questão 476: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/1999
Assunto: Modernismo - 3ª Geração (G. Rosa, C. Lispector, JCM Neto etc)
Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:
 
“Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a
vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na
adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a
situação da miséria no Nordeste.”
 
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
 a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para
determinados leitores.
 b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu
texto seja lido.
 c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
 d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos
os leitores.
 e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o
leitor.
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Questão 477: FAUEL - AuxLg (CM Douradina)/CM Douradina/2022
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
LÍNGUA PORTUGUESA
 
Leia atentamente o texto a seguir, extraído de uma das crônicas de Rachel de Queiroz, para responder as
próximas questões.
 
“Se me perguntassem qual é o aspecto mais desolante da civilização moderna, eu diria que é a sua
padronização. Neste mundo em que vivemos está se acabando realmente a invenção, a originalidade, a
marca pessoal. Hoje, no mais longínquo sertão, as moças se vestem pelo figurino de Hollywood — talvez
com uns toques de Brigitte Bardot ― tão igual, tão igual que dá bocejos, quando não dá risadas. Os
concursos de beleza, então. As meninas são tão estereotipadas, tão decalcadas umas pelas outras, tão
estandardizadas, dentro de dois ou três tipos, que parecem bonecas saídas de uma linha de montagem.
Nem mesmo na roupa se diferenciam. Ou antes, muito menos se diferenciam na roupa, se justamente é
a roupa o elemento principal da padronização. E se fossem só as misses. Mas ande-se em Copacabana e
a impressão que se tem é que um colégio soltou as suas meninas pelas ruas do bairro sul. Tudo de blusa
de listra horizontal e calça comprida colante — ou saia branca de tergal. Os penteados, os colares, a
pintura, os sapatos (agora no inverno é mocassim) são também uniformes. E note- -se o traço mais
curioso da coisa — elas têm prazer de se sentir idênticas, fazem questão de parecer reproduções
fotográficas do mesmo modelo, adoram ser uma unidade num rebanho uniforme. Alguma que venha
diferente, mesmo elegante, mesmo bem vestida, choca ― só mesmo porque é diferente. Parece que
morreu aquela preocupação feminina da originalidade, que fazia as mulheres ricas pagarem fortunas por
um ‘modelo’ único de grande costureiro, ou as moças pobres rasgarem a página escolhida no figurino da
modista, para evitar outras cópias. Será que a humanidade está marchando mesmo para a padronização
geral, será que o fim próprio do aperfeiçoamento da técnica, o progresso da indústria, o avanço danado
da ciência vai nos levar a isso? Tudo parecido, como andorinhas no fio ou misses na passarela?”.
(Rebanho, de Rachel de Queiroz, com adaptações).
 
Em sua crônica, Rachel de Queiroz argumenta que o mundo moderno tem se caracterizado pelo declínio
de algumas coisas. Marque a alternativa que NÃO indica uma delas.
 a) Invenção.
 b) Marca pessoal.
 c) Originalidade.
 d) Padronização.
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Questão 478: VUNESP - Esc Pol (PC SP)/PC SP/2022
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O homem vigia.
Dentro dele, estumados (*),
uivam os cães da memória.
Aquela noite, o luar
e o vento no cipó-prata e ele,
o medo a cavalo nele
ele a cavalo em fuga
das folhas do cipó-prata.
A mãe no fogão cantando,
os zangões, a poeira, o ar anímico.
Ladra seu sonho insone,
em saudade, vinagre e doçura.
 
(Adélia Prado, Insônia. Reunião de poesia.)
 
(*) Estumados: atiçados, provocados
 
É correto afirmar que o poema sugere que o eu lírico está
 a) sonhando com perspectivas de uma vida de liberdade.
 b) buscando a oportunidade de visitar lugares desconhecidos.
 c) vivendo situações aflitivas provocadas pelo uivo de cães.
 d) lamentando a falta de perspectiva de seu futuro.
 e) recompondo imagens e lembranças de sua existência.
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Questão 479: VUNESP - Esc Pol (PC SP)/PC SP/2022
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O homem vigia.
Dentro dele, estumados (*),
uivam os cães da memória.
Aquela noite, o luar
e o vento no cipó-prata e ele,
o medo a cavalo nele
ele a cavalo em fuga
das folhas do cipó-prata.
A mãe no fogão cantando,
os zangões, a poeira, o ar anímico.
Ladra seu sonho insone,
em saudade, vinagre e doçura.
 
(Adélia Prado, Insônia. Reunião de poesia.)
 
(*) Estumados: atiçados, provocados
 
É correto afirmar que, no poema, a expressão é marcada pela presença de
 a) comparações insólitas, que se mostram em frasescomo – os zangões, a poeira.
 b) construções pleonásticas, que se mostram em frases como – Ladra seu sonho insone.
 c) referências metafóricas, que se mostram em frases como – uivam os cães da memória.
 d) onomatopeias, que se mostram em frases como – A mãe no fogão cantando.
 e) catacreses, que se mostram em frases como – em saudade, vinagre e doçura.
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Questão 480: COMVEST UNICAMP - Vest (UNICAMP)/UNICAMP/Vestibular Indígena
(VI)/2022
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O trecho a seguir foi retirado do artigo “Etno-histórias nas escolas brasileiras: um caminho de
aproximação com os povos indígenas”. No artigo, os autores distinguem três tipos de literaturas:
 
Literaturas indígenas: produções artístico-literárias criadas por pessoas indígenas. Têm forma e
conteúdo diversificados e tratam de questões étnicas (tradições, resistências), subjetivas (sentimentos),
identitárias (sentimento de não pertencimento, por exemplo) e/ou sociais (alcoolismo, violência,
suicídio).
 
Literaturas indigenistas: falam sobre os indígenas, sobre seus modos de ser e outros temas
relacionados, de forma a dialogar com a luta dos diferentes povos e de favorecer o protagonismo
indígena.
 
Literaturas indianistas: trazem a figura do indígena como o “bom selvagem”, em geral de forma
romantizada ou estereotipada, por vezes caracterizando-a como preguiçosa e não civilizada.
 
(Adaptado de Rogério Back, Ana Paula Marques Beato-Canato e Marcel Alvaro de Amorim. Etno-
histórias nas escolas brasileiras: um caminho de aproximação com os povos indígenas, Gragoatá,
Niterói, v.26, n. 56, 2021.)
Considerando os três tipos de literatura, as literaturas indígenas são aquelas que
 a) abordam a vivência do povo indígena, retratando lendas e mitos de sua cultura, mesmo que do
ponto de vista de um não-índio.
 b) representam o índio como personagem idealizado ou caricato, não condizem com a realidade
indígena e são escritas por um não-índio.
 c) tratam de questões indígenas de cultura, identidade, mitos fundadores, além de outros temas, e
são escritas por indígenas.
 d) representam o indígena na visão do movimento literário Romantismo que o vê como herói de
acordo com a visão do colonizador.
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Questão 481: CPV UFRR - Vest (UFRR)/UFRR/Prova Integral (PI)/2022
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O romance Ponciá Vicêncio - EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. 3ªedição. Rio de Janeiro: Pallas,
2017, p.70-72, narra uma parte da estória de vida da protagonista que dá título ao livro. É uma mulher
negra, de família pobre, que, após a morte do pai, sai da casa na roça pra procurar outras oportunidades
na cidade. O mesmo ocorre com os demais personagens de seu núcleo familiar – o irmão também sai à
procura de uma vida melhor na cidade e a mãe, por último, sai em busca dos 2 filhos, porque estava
envelhecendo sozinha. O romance cria um mosaico-miniatura de uma diáspora familiar, repetindo o
destino de negros africanos escravizados em África e trazidos ao Brasil, famílias separadas. A procura por
identidade e pertencimento atinge os personagens de maneira semelhante, embora tenham sonhos
diferentes. Percebemos o sofrimento e a angústia que levam Ponciá à insatisfação e desesperança,
porque sentia falta dos familiares mais próximos com quem conviveu na roça – mãe e irmão, cada um
deles num local diferente, buscando um novo destino.
 
Com base na descrição acima, pode-se afirmar que:
 a) As perdas sucessivas de filhos vivenciadas por Ponciá geraram seu questionamento e revolta
buscando uma resposta pela arte.
 b) Mesmo as famílias negras tendo recebido alforria por lei no Brasil do século XIX, muitos anos
depois muitas delas continuam sofrendo e escravas da pobreza e miséria.
 c) Sua infância na roça era vivida com muita igualdade de recursos entre as famílias de brancos e
negros.
 d) Sua vida na cidade atendeu a suas expectativas de uma vida melhor do que aquela da qual tinha
fugido.
 e) Os exemplos familiares levaram Ponciá a acreditar que teria uma vida melhor que a de seus
antepassados.
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Questão 482: FUNDEP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2021
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
A mim pouco importava. Tendo descoberto o mundo da palavra escrita, eu estava feliz, muito feliz. [...]
Bastava-me o ato de escrever. Colocar no pergaminho letra após letra, palavra após palavra, era algo
que me deliciava. Não era só um texto que eu estava produzindo; era beleza, a beleza que resulta da
ordem, da harmonia. Eu descobria que uma letra atrai outra, que uma palavra atrai outra, essa afinidade
organizando não apenas o texto, como a vida, o universo. O que eu via, no pergaminho, quando
terminava o trabalho, era um mapa, como os mapas celestes que indicavam a posição das estrelas e
planetas, posição essa que não resulta do acaso, mas da composição de misteriosas forças, as mesmas
que, em escala menor, guiavam minha mão quando ela deixava seus sinais sobre o pergaminho. [...] A
única pessoa a quem eu tinha vontade de contar o que acontecia era o pastorzinho. Diria a ele que
minha vida tinha agora um sentido, um significado: feia, eu era, contudo, capaz de criar beleza. Não a
falsa beleza que os espelhos enganosamente refletem, mas a verdadeira e duradoura beleza dos textos
que eu escrevia, dia após dia, semana após semana – como se estivesse num estado de permanente e
deliciosa embriaguez.
SCLIAR, Moacyr. In: PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Obra Aberta. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento,
Ano 5. n.66, abr.2011, p.34-35.
Disponível em: <https://poetriz.wordpress.com/2011/04/16/bastava-escrever/>.
 
A partir da leitura desse texto, verifica-se que o escritor Moacyr Scliar
 a) apresenta a personagem Sherazade, de As mil e uma noites, e sua obrigação de narrar
infinitamente sua história.
 b) conclui que a personagem alcançou sucesso por sua habilidade de criar beleza por escrito ao
produzir harmonia em seu texto.
 c) descreve o êxtase da personagem diante da descoberta das possibilidades expressivas da escrita e
da criação do texto.
 d) lamenta que a personagem, assumidamente sem atributos de beleza, tenha elegido um único
interlocutor para sua escrita.
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Questão 483: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2021
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado.
A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de
fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando
apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra.
Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado,
também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que
anteriormente.
RUB1ÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1974.
Murilo Rubião é um expoente da narrativa fantástica na literatura brasileira. No fragmento, a
singularidade do modo como o autor explora o absurdo manifesta-se no(a)
 a) expressão direta e natural de uma situação insólita.
 b) relato denso e introspectivo sobre a experiência da morte.
 c) efeito paradoxal da irregularidade na organização temporal.
 d) discrepância entre a falta de emotividade e o evento angustiante.
 e) alternância entre os pontos de vista do narrador e do personagem.
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Questão 484: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2021
Assunto: PósModernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O Bom-Crioulo
 
Com efeito, Bom-Crioulo não era somente um homem robusto, uma dessas organizações privilegiadas
que trazem no corpo a sobranceira resistência do bronze e que esmagam com o peso dos músculos.
 
[…]
A chibata não lhe fazia mossa; tinha costas de ferro para resistir como um hércules ao pulso do guardião
Agostinho. Já nem se lembrava do número das vezes que apanhara de chibata.
[…]
Entretanto, já iam cinquenta chibatadas! Ninguém lhe ouvira um gemido, nem percebera uma contorção,
um gesto qualquer de dor. Viam-se unicamente naquele costão negro as marcas do junco, umas sobre as
outras, entrecruzando-se como uma grande teia de aranha, roxas e latejantes, cortando a pele em todos
os sentidos.
[…]
Marinheiros e oficiais, num silêncio concentrado, alongavam o olhar, cheios de interesse, a cada golpe.
- Cento e cinquenta!
Só então houve quem visse um ponto vermelho, uma gota rubra deslizar no espinhaço negro do
marinheiro e logo este ponto vermelho se transformar numa fita de sangue.
CAM1NHA, A. O Bom-Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2006.
A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo cientificismo e pelo determinismo. No fragmento,
a cena de tortura a Bom-Crioulo reproduz essas concepções, expressas pela
 a) exaltação da resistência inata para legitimar a exploração de uma etnia.
 b) defesa do estoicismo individual como forma de superação das adversidades.
 c) concepção do ser humano como uma espécie predadora e afeita à morbidez.
 d) observação detalhada do corpo para a identificação de características de raça.
 e) apologia à superioridade dos organismos saudáveis para a sobrevivência da espécie.
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Questão 485: FUVEST - Vest (USP)/USP/2021
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Por narrativas paralelas entende-se um procedimento literário segundo o qual dois ou mais fios narrativos
pertencentes a níveis distintos de realidade se desenrolam intercaladamente formando um todo.
Considerando-se a sua estrutura, as duas narrativas que podem ser identificadas com base nessa
definição são:
 a) Quincas Borba e Nove noites
 b) Campo geral e Terra sonâmbula
 c) Angústia e Campo geral
 d) Nove noites e Terra sonâmbula
 e) Quincas Borba e Angústia
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Questão 486: Instituto Consulplan - Vest (FM RO)/FM RO/2020
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Dentre alguns dos principais nomes da literatura contemporânea está o paulistano Marçal
Aquino cuja obra é composta por produções jornalísticas, roteirísticas e literárias. O trecho a
seguir é um exemplo de sua produção literária.
 
“Aos poucos, Berenice se instalou no apartamento. Ele
percebeu o que acontecia, mas não fez nada a respeito.
Gostava dela, ou ao menos pensou que gostava. Não do jeito
que gostara, gostara?, de Marlene. Menos.
Brito tinha esperança de que a coisa aumentasse de intensidade
com o tempo. Era só tirar os comprimidos de cena.
Berenice dava festas, recebia amigos para jantar. Gente
colorida, alegre, cuja noção de futuro não ia muito além da
programação das noites da semana. Brito e Marlene nunca
recebiam ninguém no apartamento, e ele ficou em dúvida se
o isolamento dos dois não contribuíra para o fim.
Os convidados de Berê o divertiam. Eram todos bem
mais jovens do que ele, mas o tratavam de igual para igual,
e Brito gostava daquilo. Uma vez, numa festa, um barbudo
cheio de brincos e anéis perguntou como ele ganhava a vida.
Eu mato gente.”
 
(AQUINO, Marçal. Cabeça a prêmio. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. Fragmento.)
De acordo com as informações apresentadas e em relação ao trecho anterior pode-se
afirmar que possui como característica(s) literária(s):
 
 a) Narrativa de fatos notáveis e históricos da sociedade contemporânea.
 b) Linguagem concisa e subjetiva que retrata o ritmo da narrativa contemporânea.
 c) Emprego da fala direta e sem rebuscamento no tratamento da situação apresentada.
 d) Exploração da ironia e ambiguidade por meio das ações dos personagens na narrativa
apresentada.
 e) Escolha do narrador personagem buscando a interlocução entre o narrador e os demais
personagens.
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Questão 487: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Pessoal intransferível
 
Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é
inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e
explodir com ela. Nada no bolso e nas mãos. Sabendo: perigoso,divino, maravilhoso.
 
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os
versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa.
 
Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está
sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por
cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da poesia dos que levaram a coisa até o fim e
continuam levando, graças a Deus.
 
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro.
O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão.
 
TORQUATO NETO. Melhores poemas de Torquato Neto. São Paulo: Global, 2018.
 
Expoente da poesia produzida no Brasil na década de 1970 e autor de composições representativas da
Tropicália, Torquato Neto mobiliza, nesse texto,
 a) gírias e expressões coloquiais para criticar a linguagem adornada da tradição literária então
vigente.
 b) intenções satíricas e humorísticas para delinear uma concepção de poesia voltada para a felicidade
dos leitores.
 c) frases de efeito e interpelações ao leitor para ironizar as tentativas de adequação do poema ao
gosto do público.
 d) recursos da escrita em prosa e noções do senso comum para enfatizar as dificuldades inerentes ao
trabalho do poeta.
 e) referências intertextuais e anedóticas para defender a importância de uma atitude destemida ante
os riscos da criação poética.
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Questão 488: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
TEXTO I
 
A planta de Belo Horizonte
 
Foi muito grande o contraste entre a nova capital e as antigas vilas coloniais mineiras,nascidas das
necessidades das populações do século XVIII, que se desenvolveram sem nenhum planejamento. A
futura capital seria inovadora, moderna e progressista. Assim, o projeto urbanístico que o engenheiro
paraense Aarão Reis elaborou para Belo Horizonte causou curiosidade e entusiasmo.
 
É digno de atenção observar os nomes que foram dados às ruas de Belo Horizonte:estados brasileiros,
tribos indígenas, rios etc. Mencioná-los era uma verdadeira aula de estudos sociais. Era, inclusive, uma
forma de ensinar a população, ainda carente de ensino formal.
 
Disponível em: www.descubraminas.com.br. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado).
 
TEXTO II
 
Ruas da cidade
 
Guaicurus, Caetés, Goitacazes
Tupinambás, Aimorés
Todos no chão
 
Guajajaras, Tamoios, Tapuias
Todos Timbiras, Tupis
Todos no chão
 
A parede das ruas não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial, arraial
 
Passa bonde, passa boiada
Passa trator, avião
Ruas e reis
 
Guajajaras, Tamoios, Tapuias
Tupinambás, Aimorés
Todos no chão
 
A cidade plantou no coração
Tantos nomes de quem morreu
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial, arraial
 
A parede das ruas não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
 
BORGES,L.; BORGES, M. In: NASCIMENTO, M. Clube da esquina 2. Rio de Janeiro: EMI, 1978 (fragmento).
 
Os textos abordam a preservação da memória e da identidade nacional, presente na nomeação das ruas
belorizontinas. Quais versos do Texto II contestam o projeto arquitetônico descrito no Texto I?
 a) “Guaicurus, Caetés, Goitacazes” / “Tupinambás, Aimorés”.
 b) “A parede das ruas não devolveu” / “Os abismos que se rolou”.
 c) “Passa bonde, passa boiada” / “Passa trator, avião” / “Ruas e reis”.
 d) “A cidade plantou no coração” / “Tantos nomes de quem morreu”.
 e) “Horizonte perdido no meio da selva” / “Cresceu o arraial, arraial”.
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Questão 489: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
O eu lírico do poema é um trabalhador do setor canavieiro.
 Certo
 Errado
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Questão 490: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
 
É possível reconhecer no texto recursos literários que intensificam a experiência sensorial relatada, como
o uso da expressão “água na pele”
 Certo
 Errado
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Questão 491: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
 
O poema está estruturado na constatação, pelo eu lírico, das semelhanças entre a vida dos “homens de
vida amarga” e a do “dono da mercearia”
 Certo
 Errado
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Questão 492: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
 
Na expressão “homens de vida amarga”, constata-se o uso do recurso literário da conotação para
qualificar a vida dos trabalhadores dos canaviais.
 Certo
 Errado
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Questão 493: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/EAD/Licenciatura UAB/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e purocom que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. O açúcar. In: Alfredo Bosi (org.). Ferreira Gullar – melhores poemas. São Paulo: Global Editora,
2012.
 
O texto literário de Ferreira Gullar é uma experiência singular de expressão, interpretação e
representação da realidade. Considerando as ideias do texto apresentado e a peculiaridade da linguagem
poética, julgue o item a seguir.
 
Predomina no texto a função referencial da linguagem, haja vista o caráter de denúncia de problemas
sociais nele explícito.
 Certo
 Errado
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Questão 494: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
O poema expressa o sentimento lírico de preocupação com a devastação da natureza em prol do lucro.
 Certo
 Errado
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Questão 495: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
Graça Graúna emprega uma linguagem predominantemente denotativa ao falar dos quatro elementos da
natureza.
 Certo
 Errado
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Questão 496: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
 
O eu lírico se apresenta como uma pessoa alheia ao movimento de degradação da natureza.
 Certo
 Errado
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Questão 497: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
 
Um recurso literário utilizado pela autora no poema é a atribuição de características humanas a figuras
não humanas.
 Certo
 Errado
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Questão 498: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Indígena/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Texto
 
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância, o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Graça Graúna. Caos climático. In: Tarsila de A. R. Lima. Entrevista com Graça Graúna (...). Palimpsesto, n.º
20, Ano 14, 2015, p. 146.
 
Considerando o poema Caos climático, de Graça Graúna, julgue o item a seguir.
 
As repetições sonoras e a plurissignificação da linguagem são elementos da literariedade do poema.
 Certo
 Errado
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Questão 499: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Se, na Grécia antiga, o teatro começou com os rituais para Dionísio, no Brasil, a história do teatro nasce
com os rituais indígenas e suas celebrações antropofágicas. Depois chegaram os jesuítas e seus autos
de catequização, os escravos e seus rituais para celebrar divindades, a Corte e o luxo das óperas
estrangeiras. O teatro com grupos formados por atores brasileiros se estabeleceu a partir do século XIX,
o que propiciou o desenvolvimento da comédia de costumes e do teatro burlesco. No século XX, com os
grupos universitários, o teatro se modernizou; nos anos 60 e 70, viveu-se um ápice criativo urgente e
penetrante.
 
Internet: <www.redeglobo.globo.com> (com adaptações).
 
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir.
 
Ao abordar aspectos do subconsciente e da desagregação das relações familiares, a peça Vestido de
noiva, de Nelson Rodrigues, inovou por sua temática, em comparação com as produções cênicas
brasileiras anteriores.
 Certo
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Questão 500: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2019
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Se, na Grécia antiga, o teatro começou com os rituais para Dionísio, no Brasil, a história do teatro nasce
com os rituais indígenas e suas celebrações antropofágicas. Depois chegaram os jesuítas e seus autos
de catequização, os escravos e seus rituais para celebrar divindades, a Corte e o luxo das óperas
estrangeiras. O teatro com grupos formados por atores brasileiros se estabeleceu a partir do século XIX,
o que propiciou o desenvolvimento da comédia de costumes e do teatro burlesco. No século XX, com os
grupos universitários, o teatro se modernizou; nos anos 60 e 70, viveu-se um ápice criativo urgente e
penetrante.
 
Internet: <www.redeglobo.globo.com> (com adaptações).
 
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir.
 
A peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, retrata os problemas sociais da realidade
brasileira dos anos 90 do século passado, de forma a privilegiar a perspectiva da ideologia política
dominante na época.Certo
 Errado
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Questão 501: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2018
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
esse cão que me segue
é minha família, minha vida
ele tem frio mas não late nem pede
ele sabe que o que eu tenho
divido com ele, o que eu não tenho
também divido com ele
ele é meu irmão
ele é que é meu dono
 
bicho se é por destino sina ou sorte
só faltando saber se bicho decente
bicho de casa, bicho de carro, bicho
no trânsito, se bicho sem norte na fila
se bicho no mangue, se bicho na brecha
se bicho na mira, se bicho no sangue
 
catar papel é profissão, catar papel
revela o segredo das coisas, tem
muita coisa sendo jogada fora
muita pessoa sendo jogada fora
 
OLIVEIRA, V. L. O músculo amargo do mundo. São Paulo: Escrituras, 2014.
 
No poema, os elementos presentes do campo de percepção do eu lírico evocam um realinhamento de
significados, uma vez que
 a) emerge a consciência do humano como matéria de descarte.
 b) reside na eventualidade do acaso a condição do indivíduo.
 c) ocorre uma inversão de papéis entre o dono e seu cão.
 d) se instaura um ambiente de caos no mosaico urbano.
 e) se atribui aos rejeitos uma valorização imprevista.
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Questão 502: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2017
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Texto
 
 
Um desenho animado irônico, satírico e inteligente, feito pela cartunista norte-americana Nina Paley,
mostra o conflito histórico pelo domínio da região conhecida como Terra Santa. O desenho, intitulado
This Land is Mine, ilustra a matança dos povos habitantes daquela região. This Land is Mine é uma
paródia de The Exodus Song. Esta música era uma espécie de trilha sonora do sionismo norte-
americano nas décadas de 60 e 70 do século passado para expressar o direito judaico sobre Israel. Ao
colocar a música para todos os que estão em guerra cantarem, também se está criticando a canção
original. Respeitando a cronologia das guerras, o desenho animado representa todas elas em torno da
Terra Santa — nome bíblico que compreende o território de Israel, da Cisjordânia e de parte da
Jordânia, que teria sido prometida ao povo judeu no Antigo Testamento.
Internet: <http://blog.ninapaley.com>.
 
Considerando o texto e a imagem anteriormente apresentados, julgue o item.
 
Na concepção do referido desenho animado, a cartunista considerou dois campos — a arte e a política
—, cujo entrecruzamento engendrou as possibilidades da narrativa e da estética.
 Certo
 Errado
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Questão 503: FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Língua Portuguesa/2016
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
E é justamente pelo lirismo reflexivo que Rubem Braga, capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, ocupa um
lugar de destaque na história da literatura brasileira contemporânea: corajosamente ele só tem publicado
crônicas, mesmo que em uma delas confesse ter escrito um soneto “para enfrentar o tédio dos
espelhos”. Sua opção é ainda mais corajosa porque, vivendo num país de frases bombásticas, ele cumpre
a principal característica do escritor: o despojamento verbal, que implica uma construção ágil, direta,
sem adjetivações.
 
(SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 1987, p. 13. Fragmento)
 
O “despojamento verbal, que implica uma construção ágil, direta, sem adjetivações” também se observa
no seguinte comentário sobre Braga:
 a) Você (Rubem Braga) para mim é um poeta que teve pudor de escrever versos, e então inventou a
crônica (pois foi você que inventou esse gênero de literatura), crônica que é poesia em prosa, em você.
(Clarice Lispector).
 b) De repente me deu o estalo e achei: eu estava era sentindo falta da crônica diária do velho Braga:
a semanal da Manchete não me bastava. Agora estou como quero: compro de manhã o Diário de
Notícias e vou logo a segunda página, ao puxa-puxa de Braga. Braga é sempre bom, e quando não tem
assunto então é ótimo. (Manuel Bandeira).
 c) Os olhos do cronista, treinados no jornal para o flagrante do cotidiano, afeitos à experiência do
choque inesperado em qualquer esquina, estão preparados, em meio à vida fragmentária, aleatória e
fugaz dos tempos modernos, para a caça de instantâneos. (David Arrigucci Jr.).
 d) Esse estilo conciso (de Braga), que se comunga com a simplicidade, acaba por conceber um texto
claro, provido de construções oracionais e tópicos frasais ordenados em linearidade progressiva, e com
primazia de períodos coordenados. (Cícero Nicácio do Nascimento Lopes).
 e) Sem dúvida, se tratava de um cronista, de um narrador comentarista dos fatos corriqueiros de
todo dia, mas algo ali transfigurava a crônica, dando-lhe uma consistência que ela jamais tivera. (David
Arrigucci Jr.).
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Questão 504: FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Língua Portuguesa/2016
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
As enchentes de minha infância
Rubem Braga
 
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que
moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a
casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando
para o rio.
 
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a
enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras,
vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio
cresceu tanto que a família defronte teve medo.
 
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas
nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam
muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava
pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos
a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos correndo
para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes
chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas
nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que
aquela fosse a maior de todas as enchentes.
 
(BRAGA, Rubem. As enchentes de minha infância. In: Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor,
1962, p. 157)
 
É correto afirmar sobre a crônica:
 a) A organização compositiva da narrativa se dá no momento presente, mas “de repente”, algo surge,
que faz com que o narrador se recorde de algo que ele viveu em seu passado. A partir do “estalo”, que é
captado pelo narrador a partir de um detalhe, a narrativa toma outro rumo e incursiona em algum
momento do passado.
 b) Após cercar-se dos acontecimentos diários, o narrador dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu
texto elementos como ficção, fantasia e criticismo. A crônica toma uma forma realista que se plasma com
essa matéria mesclada do cotidiano, aspirando à comunicação humana e fazendo da solidariedade social
um valor básico.
 c) Prepondera uma atmosfera restauradora de painéis temporais pretéritos, dispostos na
recomposição de elementos relacionados à própria experiência de vida do autor. O narrador evoca fatos,
pessoas, objetos e espaços e os resgata à momentaneidade do presente.
 d) Depois de falar de negócios, família, política e da vida de todo o dia. O narrador volta ao tempo
presente e exalta os cantos pitorescos de sua terra, fatos e valores substanciaisque darão contornos,
através do manejo da linguagem, a um quadro de imagens nostálgicas.
 e) O narrador ridiculariza e ironiza o fato, tema da crônica, e, sendo, sorrateiramente, corrosivo e
impiedoso, mas sob um tom que não perde o humor, fixa um olhar investigativo sobre a confluência de
dois planos temporais primordiais que assinalam a recordação contemplativa.
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Questão 505: ITA - Vest (ITA)/ITA/2016
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
No poema de Maria Lúcia Alvim intitulado Frasco de âmbar, que possui uma atmosfera muito feminina,
 
Frasco de âmbar
 
À força de guardar-te
evaporaste!
(Em: Vivenda. São Paulo: Duas Cidades, 1989.)
 
I. a voz lírica expressa-se de modo sentimental - daí o ponto de exclamação - revelando forte afeto
do "eu" em relação ao "tu".
 
II. a fala dirigida ao objeto contém um lamento pela sua perda, ocorrida apesar de todo o cuidado e
apego que a ele foram dedicados.
 
III. o teor metafórico do poema se reforça na associação estabelecida entre a volatilidade do
perfume e o sentimento amoroso.
 
 
Está(ão) correta(s)
 a) apenas I.
 b) apenas I e II.
 c) apenas II.
 d) apenas II e III.
 e) todas.
 
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Questão 506: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Noites do Bogart
 
O Xavier chegou com a namorada mas, prudentemente, não a levou para a mesa com o grupo.
Abanou de longe. Na mesa, as opiniões se dividiam.
— Pouca vergonha.
— Deixa o Xavier.
— Podia ser a filha dele.
— Aliás, é colega da filha dele.
Na sua mesa, o Xavier pegara na mão da moça.
— Está gostando?
— Pô. Só.
— Chocante, né? — disse o Xavier. E depois ficou na dúvida. Ainda se dizia “chocante”?
Beberam em silêncio. E ele disse:
— Quer dançar?
E ela disse, sem pensar:
— Depois, tio.
E ficaram em silêncio. Ela pensando "será" que ele ouviu?”. E ele pensando “faço algum comentário a
respeito, ou deixo passar?”. Decidiu deixar passar. Mas, pelo resto da noite aquele "tio" ficou em cima da
mesa, entre os dois, latejando como um sapo. Ele a levou em casa. Depois voltou. Sentou com os
amigos.
— Aí, Xavier. E a namorada?
Ele não respondeu.
 
VERISSIMO, L. F. O melhor das comédias da vida privada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
 
O efeito de humor no texto é produzido com o auxílio da quebra de convenções sociais de uso da língua.
Na interação entre o casal de namorados, isso é decorrente
 a) do registro inadequado para a interlocução em contexto romântico.
 b) da iniciativa em discutir formalmente a relação amorosa.
 c) das avaliações de escolhas lexicais pelos frequentadores do bar.
 d) das gírias distorcidas intencionalmente na fala do namorado.
 e) do uso de expressões populares nas investidas amorosas do homem.
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Questão 507: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Sem acessórios nem som
Escrever só para me livrar
de escrever.
Escrever sem ver, com riscos
sentindo falta dos acompanhamentos
com as mesmas lesmas
e figuras sem força de expressão.
Mas tudo desafina:
o pensamento pesa
tanto quanto o corpo
enquanto corto os conectivos
corto as palavras rentes
com tesoura de jardim
cega e bruta
com facão de mato.
Mas a marca deste corte
tem que ficar
nas palavras que sobraram.
Qualquer coisa do que desapareceu
continuou nas margens, nos talos
no atalho aberto a talhe de foice
no caminho de rato.
FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
 
Nesse texto, a reflexão sobre o processo criativo aponta para uma concepção de atividade poética que
põe em evidência o (a)
 a) angustiante necessidade de produção, presente em "Escrever só para me livrar/ de escrever".
 b) imprevisível percurso da composição, presente em "no atalho aberto a talhe de foice/ no caminho
de rato".
 c) agressivo trabalho de supressão, presente em "corto as palavras rentes/ com tesoura de jardim/
cega e bruta".
 d) inevitável frustração diante do poema, presente em "Mas tudo desafina:/ o pensamento pensa/
tanto quanto o corpo".
 e) conflituosa relação com a inspiração, presente em "sentindo falta dos acompanhamentos/ e figuras
sem força de expressão".
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Questão 508: ITA - Vest (ITA)/ITA/2015
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O poema abaixo é de José Paulo Paes:
 
Bucólica
 
O camponês sem terra
Detém a charrua
E pensa em colheitas
Que nunca serão suas.
 
(Em: Um por todos – poesia reunida. São Paulo:
Brasiliense, 1986.)
 
O texto apresenta
 a) uma oposição campo/cidade, de filiação árcade-romântica.
 b) um bucolismo típico da tradição árcade, indicado pelo título.
 c) uma representação tipicamente romântica do homem do campo.
 d) um contraste entre o arcadismo do título e o realismo social dos versos.
 e) uma total ruptura com a representação realista do homem do campo.
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Questão 509: ITA - Vest (ITA)/ITA/2015
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O poema ao lado é de Ivan Junqueira. O texto,
 
Flor amarela
 
Atrás daquela montanha
tem uma flor amarela;
dentro da flor amarela,
o menino que você era.
 
Porém, se atrás daquela
montanha não houver
a tal flor amarela,
o importante é acreditar
que atrás de outra montanha
tenha uma flor amarela
com o menino que você era
guardado dentro dela.
 
(Em: Poemas reunidos. Rio de Janeiro:
Record, 1999.)
 
 
I. na 1ª estrofe, trata da infância por meio de metáforas construídas com elementos naturais
(“montanha” e “flor amarela”).
 
II. na 2ª estrofe, por meio da conjunção “porém”, rompe com a representação metafórica presente
na 1ª estrofe.
 
III. na sequência da 1ª para a 2ª estrofe, faz com que as metáforas apontem mais para a
interioridade do sujeito que para a exterioridade da natureza.
 
Está(ão) correta(s) apenas
 a) ( ) I.
 b) ( ) I e II.
 c) ( ) I e III.
 d) ( ) II.
 e) ( ) II e III.
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Questão 510: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
da sua memória
 
mil
e
mui
tos
out
ros
ros
tos
sol
tos
pou
coa
pou
coa
pag
amo
meu
 
ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998.
 
Trabalhando com recursos formais inspirados no Concretismo, o poema atinge uma expressividade que
se caracteriza pela
 a) interrupção da fluência verbal, para testar os limites da lógica racional.
 b) reestruturação formal da palavra, para provocar o estranhamento no leitor.
 c) dispersão das unidades verbais, para questionar o sentido das lembranças.
 d) fragmentação da palavra, para representar o estreitamento das lembranças.
 e) renovação das formas tradicionais, para propor uma nova vanguarda poética.
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Questão 511: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
À garrafa
 
Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.
 
Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.
 
Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,
 
numa explosão
de diamantes.
 
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
 
A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária
contemporânea, que, no poema deJosé Paulo Paes, se expressa por um(a)
 a) reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão
“Por translúcida pões".
 b) subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se
observa em "prisão da forma".
 c) visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme
expressa o verso " e te estilhaces, suicida".
 d) processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos
"numa explosão / de diamantes".
 e) necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente
comparada à "garrafa" a ser "estilhaçada".
 
 
 
 
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Questão 512: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2015
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum,
eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A
nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançando em redor
olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]
 
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei
furiosa. [...]
 
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se
casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa
era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem
e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com
loucura e tudo. "E tem mais coisas ainda, minha queridinha", anunciou Margarida fazendo um agrado no
meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava
desmoralizar meus heróis?
 
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
 
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói
modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)
 a) convivência frágil ligando pessoas financeiramente dependentes.
 b) tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença da matriarca.
 c) pacto de atitudes e valores mantidos à custa de ocultações e hipocrisias.
 d) tradicional conflito de gerações protagonizado pela narradora e seus tios.
 e) velada discriminação racial refletida na procura de casamentos com europeus.
 
 
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Questão 513: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2013
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Logo todos na cidade souberam: Halim se embeiçara por Zana. As cristãs maronitas de Manaus, velhas e
moças, não aceitavam a ideia de ver Zana casar-se com um muçulmano. Ficavam de vigília na calçada do
Biblos, encomendavam novenas para que ela não se casasse com Halim. Diziam a Deus e ao mundo
fuxicos assim: que ele era um mascate, um teque-teque qualquer, um rude, um maometano das
montanhas do sul do Líbano que se vestia como um pé rapado e matraqueava nas ruas e praças de
Manaus. Galib reagiu, enxotou as beatas: que deixassem sua filha em paz, aquela ladainha prejudicava o
movimento do Biblos. Zana se recolheu ao quarto. Os clientes queriam vê-la, e o assunto do almoço era
só este: a reclusão da moça, o amor louco do “maometano”.
 
HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Cia. das Letras, 2006 (fragmento).
 
Dois irmãos narra a história da família que Halim e Zana formaram na segunda metade do século XX.
 
Considerando o perfil sociocultural das personagens e os valores sociais da época, a oposição ao
casamento dos dois evidencia
 a) as fortes barreiras erguidas pelas diferenças de nível financeiro.
 b) o impacto dos preceitos religiosos no campo das escolhas afetivas.
 c) a divisão das famílias em castas formadas pela origem geográfica.
 d) a intolerância com atos litúrgicos, aqui representados pelas novenas e ladainhas.
 e) a importância atribuída à ocupação exercida por um futuro chefe de família.
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Questão 514: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2013
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Grupo escolar
 
Sonhei com um general de ombros largos
que fedia
e que no sonho me apontava a poesia
enquanto um pássaro pensava suas penas
e já sem resistência resistia.
O general acordou e eu que sonhava
face a face deslizei à dura via
vi seus olhos que tremiam, ombros largos,
vi seu queixo modelado a esquadria
vi que o tempo galopando evaporava
(deu para ver qual a sua dinastia)
mas em tempo fixei no firmamento
esta imagem que rebenta em ponta fria:
poesia, esta química perversa,
este arco que desvela e me repõe
nestes tempos de alquimia.
 
BRITO, A. C. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 Poetas Hoje: antologia.
Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998.
 
O poema de Antônio Carlos Brito está historicamente inserido no período da ditadura militar no Brasil. A
forma encontrada pelo eu lírico para expressar poeticamente esse momento demonstra que
 a) a ênfase na força dos militares não é afetada por aspectos negativos, como o mau cheiro atribuído
ao general.
 b) a descrição quase geométrica da aparência física do general expõe a rigidez e a racionalidade do
governo.
 c) a constituição de dinastias ao longo da história parece não fazer diferença no presente em que o
tempo evapora.
 d) a possibilidade de resistir está dada na renovação e transformação proposta pela poesia, química
que desvela e repõe.
 e) a resistência não seria possível, uma vez que as vítimas, representadas pelos pássaros, pensavam
apenas nas próprias penas.
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Questão 515: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Das irmãs
 
os meus irmãos sujando-se
na lama
e eis-me aqui cercada
de alvura e enxovais
 
eles se provocando e provando
do fogo
e eu aqui fechada
provendo a comida
 
eles se lambuzando e arrotando
na mesa
e eu a temperada
servindo, contida
 
os meus irmãos jogando-se
na cama
e eis-me afiançada
por dote e marido
 
QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980.
 
O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem
ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que
 a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama.
 b) a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres.
 c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres.
 d) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico.
 e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais.
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Questão 516: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O sedutor médio
 
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?
 
VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
 
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas
 a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os cônjuges
poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.
 b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedadesão ironizados, o que é
acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
 c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento,
apenas um dos cônjuges se sentiria realizado.
 d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por
dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
 e) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo
oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.
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Questão 517: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Pote Cru é meu pastor. Ele me guiará.
Ele está comprometido de monge.
De tarde deambula no azedal entre torsos de
cachorro, trampas, trapos, panos de regra, couros,
de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas
albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos,
linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em
gotas de orvalho etc. etc.
Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento
Foi encontrado em osso.
Ele tinha uma voz de oratórios perdidos.
 
BARROS, M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002.
 
Ao estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse poema, o eu lírico identifica-se com Pote Cru
porque
 a) entende a necessidade de todo poeta ter voz de oratórios perdidos.
 b) elege-o como pastor a fim de ser guiado para a salvação divina.
 c) valoriza nos percursos do pastor a conexão entre as ruínas e a tradição.
 d) necessita de um guia para a descoberta das coisas da natureza.
 e) acompanha-o na opção pela insignificância das coisas.
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Questão 518: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2012
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Logia e mitologia
 
Meu coração
de mil e novecentos e setenta e dois
já não palpita fagueiro
sabe que há morcegos de pesadas olheiras
que há cabras malignas que há
cardumes de hienas infiltradas
no vão da unha na alma
um porco belicoso de radar
e que sangra e ri
e que sangra e ri
a vida anoitece provisória
centuriões sentinelas
do Oiapoque ao Chuí.
 
CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
 
O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico
vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que
 a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso.
 b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente.
 c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência.
 d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto.
 e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada.
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Questão 519: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2011
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Brazil, capital Buenos Aires
No dia em que a bossa nova inventou o Brazil
Teve que fazer direito, senhores pares,
Porque a nossa capital era Buenos Aires,
A nossa capital era Buenos Aires.
E na cultura-Hollywood o cinema dizia
Que em Buenos Aires havia uma praia
Chamada Rio de Janeiro
Que como era gelada só podia ter
Carnaval no mês de fevereiro.
Naquele Rio de Janeiro o tango nasceu
E Mangueira o imortalizou na avenida
Originária das tangas
Com que as índias fingiam
Cobrir a graça sagrada da vida.
Tom Zé. Disponível em http://letras.terra.com.br. Acesso em: abr. 2010.
 
O texto de Tom Zé, crítico de música, letrista e cantor, insere-se em um contexto histórico e cultural que,
dentro da cultura literária brasileira, define-se como
 a) contemporâneo à poesia concretista e por ela influenciado.
 b) sucessor do Romantismo e de seus ideais nacionalistas.
 c) expressão do modernismo brasileiro influenciado pelas vanguardas europeias.
 d) representante da literatura engajada, de resistência ao Estado Novo.
 e) precursor do movimento de afirmação nacionalista, o Tropicalismo.
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Questão 520: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2010
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Reclame
 
Se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo
 
ótica olho vivo
agradece a preferência
 
CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006.
 
Chacal é um dos representantes da geração poética de 1970. A produção literária dessa geração,
considerada marginal e engajada, de que é representativo o poema apresentado, valoriza
 a) o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso.
 b) a sociedade de consumo, com o uso da linguagem publicitária.
 c) a construção do poema, em detrimento do conteúdo.
 d) a experimentação formal dos neossimbolistas.
 e) o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica.
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Questão 521: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2010
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Açúcar
 
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
[...]
Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
 
GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento).
 
A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar reflexão sobre desigualdade sociais. No
fragmento, essa reflexão ocorre porque o eu lírico 
 a) descreve as propriedades do açúcar.
 b) se revela mero consumidor de açúcar.
 c) destaca o modo de produção do açúcar.
 d) exalta o trabalho dos cortadores de cana.
 e) explicita a exploração dos trabalhadores.
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Questão 522: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Textos para a questão.
 
Texto I
 
[...] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente,
o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem
ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de
imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado
o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são
outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio
— definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você
que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o
mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não
mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me
apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o
exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...].
 
NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.
 
Texto II
 
Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto
verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugalecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura
militar.
 
COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em:
http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.
 
Considerando-se os textos apresentados e o contexto político e social no qual foi produzida a obra Um
Copo de Cólera, verifica-se que o narrador, ao dirigir-se à sua parceira, nessa novela, tece um discurso
 a) conformista, que procura defender as instituições nas quais repousava a autoridade do regime
militar no Brasil, a saber: a Igreja, a família e o Estado.
 b) pacifista, que procura defender os ideais libertários representativos da intelectualidade brasileira
opositora à ditadura militar na década de 70 do século passado.
 c) desmistificador, escrito em um discurso ágil e contundente, que critica os grandes princípios
humanitários supostamente defendidos por sua interlocutora.
 d) politizado, pois apela para o engajamento nas causas sociais e para a defesa dos direitos humanos
como uma única forma de salvamento para a humanidade.
 e) contraditório, ao acusar a sua interlocutora de compactuar com o regime repressor da ditadura
militar, por meio da defesa de instituições como a família e a Igreja.
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Questão 523: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2009
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Textos para a questão.
 
Texto I
 
[...] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente,
o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem
ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de
imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado
o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são
outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio
— definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você
que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o
mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não
mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me
apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o
exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...].
 
NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.
 
Texto II
 
Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto
verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal
ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura
militar.
 
COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em:
http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.
 
Na novela Um Copo de Cólera, o autor lança mão de recursos estilísticos e expressivos típicos da
literatura produzida na década de 70 do século passado no Brasil, que, nas palavras do crítico Antonio
Candido, aliam “vanguarda estética e amargura política”. Com relação à temática abordada e à
concepção narrativa da novela, o texto I
 a) é escrito em terceira pessoa, com narrador onisciente, apresentando a disputa entre um homem e
uma mulher em linguagem sóbria, condizente com a seriedade da temática político-social do período da
ditadura militar.
 b) articula o discurso dos interlocutores em torno de uma luta verbal, veiculada por meio de
linguagem simples e objetiva, que busca traduzir a situação de exclusão social do narrador.
 c) representa a literatura dos anos 70 do século XX e aborda, por meio de expressão clara e objetiva
e de ponto de vista distanciado, os problemas da urbanização das grandes metrópoles brasileiras.
 d) evidencia uma crítica à sociedade em que vivem os personagens, por meio de fluxo verbal
contínuo de tom agressivo.
 e) traduz, em linguagem subjetiva e intimista, a partir do ponto de vista interno, os dramas
psicológicos da mulher moderna, às voltas com a questão da priorização do trabalho em detrimento da
vida familiar e amorosa.
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Questão 524: CRS (PM MG) - Of (PM MG)/PM MG/Cadete/2007
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
Dura lex, sed lex
Circula na internet uma lista de leis ridículas aqui e nos Estados Unidos, recolhença atribuída ao ilustre
desembargador Antônio Pessoa Cardoso, do TJ-BA. Constatei no Google que o magistrado ingressou
naquele Tribunal em 4/7/06, promovido por merecimento. Nada mais justo.
Das leis recolhidas pelo meritíssimo, algumas são realmente hilariantes, como aquele decreto do prefeito
Élcio Berti, de Bocaiúva do Sul (PR), proibindo a venda de camisinhas e anticoncepcionais, sob o
argumento de que seu município estava perdendo receita do governo federal com a diminuição da
população. A lei foi revogada no dia seguinte.
Se o meritíssimo desembargador baiano vê a lei pela óptica do magistrado, vejo-a pela óptica de ex-
advogado do Sindicato dos Padeiros.
Divirjo de S. Exa. quando critica o projeto de lei apresentado pelo vereador José Filho, de Quixeramobim
(CE.), obrigando que “todos os rabos de bovinos, ovinos e caprinos do município” fossem pintados de
amarelo fosforescente, para evitar que os motoristas, à noite, atropelassem os animais.
Nos debates, surgiu emenda do vereador Rocélio Fernandes, propondo a pintura de todos os cascos e
chifres dos animais citados acima, e as orelhas dos animais mochos. Os valorosos edis não conseguiram
transformar seu projeto em lei. Foi pena. Certa vez, em noite de neblina, a vaca de um amigo meu, que
tinha fazenda à beira do asfalto, destruiu um ônibus interestadual, provocando ferimentos em diversos
passageiros.
Antes que as autoridades descobrissem a marca do meu amigo no couro da vaca, ele correu ao local do
acidente, amarrou a corrente do trator nos chifres da vaca e saiu arrastando a defunta pelo asfalto até
que o atrito lixasse o couro marcado pelo ferro em brasa. Sem marca, a vaca passou à condição de
animal sem dono, ou detentor, que pagasse os prejuízos por ela causados.
Projeto do deputado Hélio Braun estabelecia em seu artigo primeiro: “Denomina-se presunto
exclusivamente o produto obtido com o pernil do suíno ou com a sobrecoxa do peru”. O parágrafo único
dizia que “o produto obtido com a matéria-prima do peru terá o nome de presunto de peru.”
Justíssimo projeto. Se aprovado, pouparia o brasileiro de continuar comendo gato por lebre. Algo
parecido deve ser feito no capítulo de vinhos, para separá-los dos fermentados de uva engarrafados e
vendidos como vinhos, não somente no Brasil, como também no resto do mundo.
Cavalheiro influenciável pra dedéu, dia desses comprei um rosé animado pelo que lia nos jornais. Passei
mal durante quatro dias, não tanto pela bebida, que provei e joguei fora, mas pela burrice de emprenhar
o ouvido. Para compensar a besteira, comprei um Codorníu rosé brut, espumante da melhor
supimpitude. E bota supimpitude nisso.
Nas legislações estaduais norte-americanas, o meritíssimo critica a lei que proíbe amarrar jacaré em
hidrante. Desconcordo com Sua Excelência. Incêndios não têm hora para começar. Já pensaram na
situação dos bombeiros encontrando um caimão amarrado no hidrante? Na Flórida, os loteamentos de
luxo estão invadindo os pântanos em que abundam aligátores. O que tem de aligátor aparecendo nas
piscinas e nas churrasqueiras não está no gibi. Como é proibido matar os reptis crocodilianos
aligatorídeos, cujo focinho é mais curto e mais largo que o dos crocodilos e dos jacarés, o jeito é amarrá-
los nos hidrantes até que o pessoal darepartição competente apareça para levá-los. (...)
Em Nova York, outra lei justíssima: pena de morte para quem pular de um edifício. Claro, claríssimo: é
preciso pensar no risco para quem passa pela calçada.
Em São Francisco, na Califórnia, pessoas feias são proibidas de passear pelas ruas. Sugiro que a lei
sapientíssima seja adaptada para a televisão brasileira. Televisão tem compromisso com a estética e as
imagens são exibidas para pessoas inocentes, dentro dos nossos lares.
Em Utah, é proibido manter relações sexuais na parte de trás de uma ambulância, quando o veículo
estiver prestando serviço de emergência. Cabe a pergunta: como pode um desembargador ilustre criticar
essa lei? Já pensaram no susto do moribundo, ao encontrar seu médico transando na ambulância? Sou
amigo de diversos médicos: nenhum deles é homem de mandar para o bispo. Felizmente, acho que
todos já passaram da fase de trabalhar nas ambulâncias, veículos que se tornaram privativos de muitos
deputados e senadores, neste país grande e bobo.
Em Vermont, no extremo norte dos EUA, fronteira com o Canadá, as mulheres devem ter autorização
escrita dos maridos para usar dentaduras postiças. Presumo que seja por causa da dentadura, à noite,
no copo da mesinha de cabeceira. Ainda aí, dou carradas de razão aos legisladores de Vermont. Afinal,
depois de passar quatro dias advogando para o Sindicato dos Padeiros do RJ, o cavalheiro assimila o
espírito dos grandes jurisconsultos, capazes de condenar Fernando Paulo Nagle Gabeira, modelo 2007, e
absolver o pessoal das ambulâncias, se animados pela promessa de muitas fatias de presunto legítimo,
para acompanhar o já citado Codorníu rosé brut.
REIS, Eduardo Almeida. Dura lex, sed lex. Estado de Minas, Belo Horizonte, 22/07/2007. Caderno Gerais, p. 30.
 
Entre os acontecimentos finais do livro “O Encontro Marcado”, de Fernando Sabino, assinale a opção
CORRETA:
 a) Todos os amigos foram ao encontro marcado por eles.
 b) Eduardo pediu demissão da repartição e tornou-se compadre de Misael.
 c) Eduardo teve um filho com Antonieta.
 d) Eugênio tornou-se cafetão.
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Questão 525: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2004
Assunto: Pós Modernismo. Desconstrucionismo. Outros autores
O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa “epitalâmio”,
poema ou canto em homenagem aos que se casam.
 
 
Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem
incorporados no poema “Epithalamium - II”,
 a) adquirem novo potencial de significação.
 b) eliminam a subjetividade do poema.
 c) opõem-se ao tema principal do poema.
 d) invertem seu sentido original.
 e) tornam-se confusos e equivocados.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1048053
Gabarito
401) C 402) A 403) A 404) A 405) D 406) E 407) E
408) A 409) A 410) D 411) Errado 412) Certo 413) Errado 414) Certo
415) D 416) A 417) C 418) B 419) C 420) D 421) E
422) C 423) D 424) A 425) C 426) A 427) A 428) A
429) A 430) C 431) D 432) A 433) A 434) A 435) C
436) E 437) C 438) E 439) A 440) C 441) C 442) D
443) B 444) C 445) C 446) C 447) Errado 448) Certo 449) Errado
450) Certo 451) Errado 452) A 453) E 454) Errado 455) Certo 456) Certo
457) Errado 458) Errado 459) D 460) C 461) C 462) E 463) A
464) E 465) D 466) D 467) C 468) D 469) A 470) C
471) E 472) C 473) D 474) Certo 475) B 476) A 477) D
478) E 479) C 480) C 481) B 482) C 483) A 484) A
485) D 486) C 487) E 488) B 489) Errado 490) Certo 491) Errado
492) Certo 493) Errado 494) Certo 495) Errado 496) Errado 497) Certo 498) Certo
499) Certo 500) Errado 501) A 502) Certo 503) D 504) C 505) E
506) A 507) C 508) D 509) C 510) D 511) D 512) C
513) B 514) D 515) E 516) B 517) E 518) D 519) E
520) A 521) E 522) C 523) D 524) B 525) A

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