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Lista 2 - Física Quântica - 2023.1 Professor Fernando Semião 1. Se um estado excitado de um átomo tem um tempo de vida de 10−7s, qual é a indeterminação na energia dos fótons emitidos por este átomo em uma transição para o estado fundamental? Resposta: ∆E = 6, 6× 10−9eV. 2. (a) Qual é a indeterminação na energia de um estado fundamental, ou seja, um estado que não mais se altera? Use o princípio da incerteza para justificar sua resposta. (b) Um certo átomo tem um estado excitado com largura de linha de 6, 58 × 10−10eV. Qual é o tempo que este átomo leva para fazer a transição para o estado fundamental? Resposta parcial: (a) O estado fundamental é caracterizado por ser estável, ou seja, ∆t → ∞. Da relação de incerteza energia-tempo, ∆E ∼ ~/∆t, temos, portanto, que a largura de linha (indeterminação da energia) é nula (∆E = 0) para o estado fundamental. 3. Um corpo de massa 1µg está se movendo com uma velocidade de 1cm/s. Se a in- certeza na velocidade do corpo é de 1%, qual é a indeterminação de sua posição (em metros)? 4. A energia de um certo estado nuclear instável é conhecida com uma indeterminação de 1eV. Qual é o tempo de vida este estado? 5. O decaimento de átomos e núcleos pode se dar entre estados excitados e não apenas de um estado excitado a um estado fundamental. (a) Um exemplo é o decaimento radioativo do núcleo do 28Ti. O decaimento se dá de um estado excitado superior com tempo de vida de 1, 4ps para um estado excitado inferior com tempo de vida de 3,0ps. Qual é a indeterminação relativa ∆E/E da energia dos raios gama de 1,3 MeV que são emitidos neste decaimento? (b) Outro exemplo é a linha Hα da série de Balmer do hidrogênio. Neste caso, o tempo de vida dos dois estados excitados é praticamente o mesmo 10−8s. Qual é a incerteza na energia e frequência dos fótons que formam a linha Hα? Dica: Para os dois items, use o fato de que incertezas se somam (são grandezas aditivas). Respostas: a) ∆E/E = 5, 3× 10−10. b) ∆E = 1, 32× 10−7eV e ∆f = 32MHz. 6. Estime a incerteza na velocidade ∆v de um próton confinado numa região unidimensional de comprimento 1fm, ou seja, de 10−15m. Este é essencialmente o tamanho médio de um núcleo atômico. Você deve comparar ∆v com a velocidade da luz no vácuo c = 3× 108m/s. Resposta: ∆v = 0, 2c, o que é, portanto, um número muito grande. 7. Mostre que Ψ(x, t) = Ae(kx−ωt) não satisfaz a equação de Schrödinger. 8. Mostre que Ψ(x, t) = Aei(kx−ωt) satisfaz a equação de Schrödinger. Baseado neste exercício e no anterior, note a importância da unidade imaginária i. 9. Na presença de um certo potencial independente do tempo, uma partícula de massa m possui uma função de onda dada por ψ(x) = Ae−x2/2L2 e uma energia total igual a ~2/2mL2, onde L é uma constante positiva com dimensão de comprimento. Encontre a energia potencial V (x) e identifique que energia potencial é essa. Resposta: V (x) = kx2/2, com k = ~2/mL4. 10. Um certo elétron livre (V = 0) é descrito pela função de onda espacial ψ(x) = A sin(2, 5× 1010x), na qual A é uma constante. a) Determine a energia deste elétron. b) Determine seu momento linear. c) Determine seu comprimento de onda de de Broglie. Dica: Use a equação de Schrödinger independente do tempo para resolver o item a) e os demais itens seguem de definições conhecidas. Resposta: a) 23,8eV; b) 2, 6×10−24 kg.m/s; c) 0,25nm. 11. a) Normalize a função de onda do problema 8 na região −a ≤ x ≤ a, onde a é uma constante positiva. b) Por que esta função não pode ser normalizada na região compreendida entre −∞ a ∞? 12. a) Encontre a densidade de probabilidade de posição, corretamente normalizada, para uma partícula de massa m cuja a função de onda é dada por Ψ(x, t) = Ae− √ km 2~ x 2 e−i t 2 √ k/m, na qual A e k são constantes reais e positivas. Em outras palavras, determine a constante multiplicativa A tal que a densidade de probabilidade de posição esteja corretamente nor- malizada. Para resolver este item, pode ser útil saber que ∫∞ −∞ e −bx2dx = √ π b , se b > 0. b) Com a densidade normalizada, determine a probabilidade de encontrar a partícula na posição x = −1. É bom ressaltar que qualquer cálculo de probabilidade só faz sentido se a distribuição de probabilidade estiver normalizada a um. c) Supondo que o cenário físico que define este problema é a energia potencial V (x) = kx2/2, encontre a energia total da partícula. Resposta parcial: b) 4√ km√ π~ e− √ km/~dx. 13. Um próton está em um poço quadrado infinito de largura L. Calcule: a) A energia do estado fundamental se L = 0, 1nm, que é o tamanho típico de uma molécula. b) A energia do estado fundamental se L = 10−15m, que é o tamanho típico de um núcleo. c) Qual escala é mais energética, a nuclear ou a molecular? Resposta parcial: a) 0, 021eV. 14. Uma partícula está no estado fundamental de um poço quadrado infinito de largura L. Encontre a probabilidade de encontrar a partícula no intervalo ∆x = 0, 002L nos pontos: a) x = L/2. b) x = 2L/3. c) x = L. 15. Repita o problema anterior considerando que a partícula se encontra no segundo estado excitado, ou seja, n = 3. Respostas: a) 0, 004; b) 0; c) 0. 16. O comprimento de onda emitido por um laser de rubi é 694, 3nm. Assumindo que esta radiação é emitida devido a transição de um elétron do primeiro estado excitado para o estado fundamental em um poço infinito, determine a largura L deste poço. 17. Um elétron tem o número quântico n = 5 em um poço de potencial infinito de largura L. a) Mostre que a probabilidade de encontrar o elétron entre x = 0, 2L e x = 0, 4L é exatamente igual a 1/5. b) Calcule a probabilidade de encontrar o elétron na região ∆x = 0, 01L em x = 0, 2L. 18. Uma partícula de massa igual a oito vezes a massa de um elétron realiza uma transição do número quântico n = 2 para n = 1 em um poço de potencial infinito de largura L = 1nm. Calcule o comprimento de onda da luz emitida nesta transição. Resposta: 8, 8µm. 19. Para o segundo estado excitado de uma partícula em uma caixa unidimensional (n = 3), calcule: a) 〈x〉. b) 〈p〉. Respostas: a) 〈x〉 = L/2; b) 〈p〉 = 0 20. Dentro do poço infinito, a energia total é puramente cinética, ou seja, E = mv2/2 = p2/2m. Disso, conclui-se que p2 = 2mE. Agora, tomando a média nesta expressão, ficamos com 〈p2〉 = 2m〈E〉. Para o primeiro estado excitado de uma partícula em um poço infinito unidimensional, calcule: a) 〈p〉2. b) 〈p2〉. Perceba que 〈p2〉 6= 〈p〉2. c) 〈E〉. d) Baseando-se nos itens anteriores confira que de fato 〈p2〉 = 2m〈E〉 é válido. 21. Consideraremos agora a superposição de funções de onda de diferentes energias no problema da partícula no poço infinito. Em particular, considere a função de onda Ψ(x, t) formada pela superposição do estado fundamental Ψ1(x, t) (de energia E1) e do primeiro estado excitado Ψ2(x, t) (de energia E2): Ψ(x, t) = aΨ1(x, t) + bΨ2(x, t), onde a e b são números reais e constantes. Usando as funções de onda completas Ψ1(x, t) e Ψ2(x, t) para a partícula em uma caixa, calcule a energia média para esta função de onda Ψ(x, t). Resposta: 〈E〉 = a2E1 + b2E2.
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