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AULA 4 SLIDES

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Prof.ª Aline Chalus Vernick Carissimi
Políticas Educacionais
Aula 4
Neste aula, vamos tratar dos temas que têm 
sido os principais desafios para as políticas 
educacionais na última década, especialmente 
após o ano de 2016, quando aconteceu o 
impeachment da presidenta Dilma Rousseff, 
que se constituiu um marco da história política 
recente do nosso país e trouxe à tona muitos 
novos debates acerca da educação nacional
Políticas para a educação na última década 
– revisitando os principais desafios 
pós-2016
Princípios da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional 
– LDB n. 9.394/1996
Liberdade e solidariedade humana; igualdade 
de condições para o acesso e a permanência; 
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e 
divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o 
saber; pluralismo de ideias e concepções 
pedagógicas; e respeito à liberdade e apreço 
à tolerância – todas expressões que não 
permitem que pautas do desapreço da 
individualidade humana sejam colocadas 
em contexto de sobreposição de interesses 
alheios ao bem comum
Essas expressões estão na LDB como 
extensões do contido na Constituição 
Federal de 1988 como garantias e reforçam 
a dignidade da vida humana e da cidadania, 
especialmente no que tange ao tema 
educacional
A função da escola se materializa, de 
acordo Mainardes e Stremel (2013), numa 
perspectiva progressista, tal como acolhida 
pela LDB, na efetivação e na apropriação do 
conhecimento científico pelos estudantes. 
Essa apropriação é estimada como um meio 
essencial para o processo de emancipação 
humana e o desenvolvimento de uma 
sociedade igualitária
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Nesse sentido, a escola figura como lócus 
que possibilita a transformação da condição 
e potencialidade humana, instrumentalizando 
o espírito crítico, o pluralismo de ideias 
e de pensamento, o apreço à tolerância 
e tudo aquilo que possa enaltecer o 
desenvolvimento humano e político 
dos estudantes
Plano Nacional da Educação 
(PNE) – Lei n. 13.005
Os planos de educação são documentos 
norteadores da política educacional em 
cada sistema de ensino. Eles estabelecem 
diretrizes e metas no âmbito nacional, 
quando do plano nacional de educação, 
e nos estados e municípios, quando dos 
planos estaduais e municipais. Os planos 
de educação geralmente são elaborados 
para o prazo de dez anos
A função do plano de educação é fazer com 
a política pública ocorra no limiar da política 
de Estado e supere a política de governo. As 
propostas realizadas pelos candidatos aos 
governos, portanto, são o principal indutor 
das políticas educacionais
O Plano Nacional de Educação (PNE) é 
um documento orientador das diretrizes 
para a educação nacional. O atual PNE foi 
sancionado a partir da Lei n. 13005/2014 
e estabelece 20 metas que apresentam 
subsídios e diretrizes para o cumprimento 
efetivo de cada uma das metas
Para além das metas e estratégias para os 
diferentes níveis de ensino, os planos de 
educação constituem-se como instrumentos 
que não só orientam toda a política 
educacional dos entes federados, como 
também são os principais mecanismos de 
gestão das políticas, permitindo, para além 
da participação democrática da sociedade, 
também a fiscalização e o controle da 
política pública
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A Emenda Constitucional n. 
95 e o Limite de Gastos 
Públicos com a Educação
Em dezembro de 2016, foi aprovada a 
Emenda Constitucional n. 95, instituindo um 
novo regime fiscal com vigência para 20 
anos. Essa emenda baliza a aplicação dos 
recursos financeiros públicos por parte da 
União, limitando assim o valor executado no 
ano anterior, indicando, para tanto, que o 
reajuste deve ser atualizado considerando o 
Índice Nacional de Preços ao Consumidor 
Amplo (IPCA)
Assim, vários entes federados congelaram 
os planos de carreira do magistério público 
em redes e sistemas de ensino da educação 
básica, mesmo que os planos de carreira 
sejam mecanismos importante no contexto 
da valorização do magistério público, 
comprometendo ainda o pagamento 
do piso salarial do magistério
É importante destacar que a redução dos 
recursos que a União transfere aos entes 
federados, com a aprovação da EC n. 95, não 
anula os valores mínimos constitucionais 
vinculados para a educação, porém, produz 
outros efeitos, como a inviabilização do 
cumprimento do próprio Plano Nacional de 
Educação, reduzindo os investimentos em 
educação e a concretização das várias 
metas almejadas para o país no período
Como podemos observar, muitos são os 
desafios postos para a educação nacional no 
âmbito do PNE. Pode se considerar maior 
ainda os desafios dos entes federados em 
fazer cumprir, a partir do PNE e de suas 
realidades locais, seus próprios planos 
de educação. Com o corte de recursos 
financeiros, eles se tornam praticamente 
inviáveis de serem concretizados
Novas Reformas na Educação 
Pós-2016
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As maiores reformas no campo educacional 
no pós-2016 foram, sem dúvidas, nos campos 
curriculares, seja na instituição da Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC), 
seja na Reforma do Ensino Médio
No contexto das políticas educacionais da 
atualidade, o currículo escolar tem sido 
definido a partir da discussão sobre a Base 
Nacional Curricular Comum (BNCC), de 
maneira que oriente os processos de 
aprendizagem e desenvolvimento dos 
estudantes da Educação Básica
O documento da BNCC está organizado em 
quatro áreas de conhecimento:
Linguagens (Língua Portuguesa, Educação 
Física, Artes e Língua Estrangeira)
Matemática (Matemática)
Ciências Humanas (História, Geografia, 
Sociologia e Filosofia)
Ciências da Natureza (Ciências, Biologia, 
Física e Química)
Já as principais mudanças em relação ao 
Ensino Médio estão previstas a partir da Lei 
n. 13.415/17, embora mantenham e talvez 
até aprofundem ainda mais as desigualdades 
de oferta desse nível de ensino. O que marca, 
nas leituras sobre o retrospecto histórico da 
educação brasileira, é a dualidade estrutural
Da negação da diversidade à 
assunção do neoconservadorismo: 
escola sem partido e debate de 
gênero na escola
O tema da diversidade é bastante polêmico 
e, ao mesmo tempo, atual na sociedade. 
Ele transpassa toda a teia educativa, pois 
discutir a diversidade na educação é discutir 
as oportunidades e o direito à educação. Essa 
discussão estar ao alcance de todos é uma 
forma de proporcionar igualdade e respeitar 
as diferenças, não só no espaço escolar, mas 
em toda a sociedade
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A escola é um ambiente importante para a 
desconstrução de preconceitos e discriminação, 
bem como promover condições de 
conscientização para a superação desses 
conceitos. Obviamente ela não é a redentora da 
humanidade nesse quesito, mas um importante 
instrumento de combate. Dessa forma, é possível 
afirmar que a luta pelos direitos humanos tem 
sido protagonizada pela busca da afirmação da 
igualdade entre todos os seres humanos 
(Candau, 2012)
No período pós-impeachment da presidenta 
Dilma Rousseff, as querelas das narrativas 
políticas se acirraram no cenário social. 
Disputas como a escola sem partido e o 
debate de gênero na escola ganharam 
força nos discursos populares, negando a 
assunção social do conceito de diversidade 
no ambiente escolar
Esses temas conservadores entram em 
cena e disputam o currículo e a narrativa da 
política educativa. Os educadores passam a 
ser acusados de fazer apologia ideológica em 
sala de sala, especialmente quando versam 
sobre a organização social política no Brasil 
atual e as ações ofensivas à classe 
trabalhadora
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