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FÍSICO-QUÍMICA Prof. Isaías Soares Diagrama de Fases Mudança de Estado Físico Uma substância pode mudar seu estado físico, conforme variações na pressão ou na temperatura. Dependendo de cada processo de mudança, existe um nome particular para cada processo, conforme o diagrama abaixo. Uma fase é uma parte do sistema que é completamente homogênea e está separada das demais fases por uma fronteira bem definida. Durante a mudança de estado físico, a matéria apresenta duas fases em equilíbrio. Prof. Isaías Soares Propriedades características relacionadas às transições de fase. Temperatura de fusão (ou congelamento): Temperatura na qual , sob uma determinada pressão,as fases sólida e líquida coexistem em equilíbrio. Se a pressão externa é 1 atm, ela é chamada ponto de congelamento normal e se for 1 bar, ponto de congelamento padrão. Como essa diferença de pressão é pequena frente a líquidos e sólidos, praticamente não há distinção entre o ponto normal e o ponto padrão. Ponto triplo: Conjunto de condições de pressão e temperatura na qual as fases sólida, líquida e vapor coexistem em equilíbrio. No diagrama de fases ele é representado por um ponto. Ele só existe para um certo valor de pressão e temperatura. Por exemplo, para a água, ele se localiza a 273,16K e 611 Pa (0,00603 atm) e não existe mais nenhuma outra condição em que as três fases aparecem ao mesmo tempo. A invariância do ponto triplo é a base da sua adoção na escala termodinâmica de temperatura. Prof. Isaías Soares Propriedades características relacionadas às transições de fase. Pressão de vapor: é a pressão da fase vapor da substância em equilíbrio com sua Fase líquida, durante a ebulição. Pressão de vapor na sublimação: mesmo que o anterior, considerando o equilíbrio sólido-gasoso. Temperatura de ebulição: Temperatura na qual a pressão de vapor do líquido é igual à pressão externa. Se a pressão externa é 1 atm, ela é chamada ponto de ebulição normal e se for 1 bar, ponto de ebulição padrão. Exemplo: para a água, tem-se 100°C para o ponto de ebulição normal e 99,6°C para o ponto de ebulição padrão. Temperatura crítica: Temperatura na qual não se distinguem visualmente as fases líquida e vapor após aquecimento do líquido em vaso fechado. Para a água Essa temperatura é de 374°C (647K). A partir dessa temperatura só existe uma fase Denominada fluido supercrítico. A pressão nessas condições (pressão crítica) para a água é de 218 atm. Prof. Isaías Soares Formação do fluido supercrítico Fases líquida e vapor distinguíveis Uma única fase: o fluido supercrítico Aquecimento em vaso fechado Prof. Isaías Soares O DIAGRAMA DE FASES Prof. Isaías Soares Aplicação 1 A Figura a seguir mostra um diagrama de fases generalizado de uma substância. Coloque V ou F para as afirmativas sobre ele 1 - Em III o estado da substância é sólido; 2 - No ponto Q é possível encontrar a substância nos 3 estados físicos 3 - A sublimação ocorre na linha MQ. 4 - Em temperaturas abaixo de N consegue-se um fluido supercrítico da substância 5 - A substância pode passar da fase sólida para a vapor através da linha QO. 6 - Na região II a substância é um líquido. 7 - Na região I a substância é gasosa. 8 - A temperatura de fusão da substância diminui com o aumento da pressão. Solução: F,V,F,F,V,V,F,V Prof. Isaías Soares Diagramas de fase típicos Diagrama do CO2 Esse diagrama mostra que o ponto crítico do CO2 é de 5,1 atm e -56,6°C. Isso explica o fato pelo qual esse gás não existe como líquido à pressão atmosférica em nenhuma temperatura e que ele sublima após passar de -78,2°C (quando ele passa de gelo seco para CO2). Se quisermos ter esse gás na forma líquida precisamos de uma pressão e temperaturas superiores ao ponto triplo.É interessante notar também que uma temperatura pouco superior a 31,1°C já é suficiente para a formação do CO2 supercrítico, desde que a pressão seja superior a 73 atm. O CO2 supercrítico é utilizado, por exemplo, na remoção da cafeína na produção de café descafeinado ou na remoção da gordura do leite. Prof. Isaías Soares Diagramas de fase típicos Diagrama da água Esse diagrama mostra uma inclinação negativa na curva sólido-líquido. Essa característica é diferente da maioria dos diagramas de fases das substâncias. Isso indica que a temperatura de fusão do gelo diminui com o aumento da pressão. Esse fato é devido às pontes de hidrogênio que fazem com o que o gelo possua uma estrutura mais “aberta”, ocupando um volume maior que a água líquida. O ponto crítico da água (374°C e 218 atm) não aparece nesse diagrama devido à escala usada para detalhar o ponto triplo, o qual só existe a 0,006 atm e 0,01°C (273,16 K). Acima de 374°C a água não mais se tornará líquida, independentemente da pressão. Prof. Isaías Soares Aplicação 2 O gráfico abaixo representa o diagrama de fases da água. A linha A corresponde à pressão na cidade de Paranaguá, no litoral paranaense. A linha B, na cidade de Londrina, e a linha C, no pico Paraná (ponto culminante do estado do Paraná). Com base nesse gráfico, são feitas as seguintes afirmativas: I.Utilizando-se sistemas de aquecimento idênticos para aquecer massas iguais de água, com as mesmas temperaturas iniciais, até o ponto de vapor, gasta-se mais energia na cidade de Londrina que no pico Paraná. II. Nas três localidades, o gasto de energia para aquecer quantidades iguais de água, do ponto de gelo até o ponto de vapor, é o mesmo. III. A temperatura do ponto de gelo em Paranaguá é maior que a temperatura do ponto de gelo em Londrina. Quais são verdadeiras, quais são falsas? Solução: V,F,F Prof. Isaías Soares Tratamento quantitativo das transições de fase Um sistema está em equilíbrio quando sua energia de Gibbs (∆G) tende a um mínimo. Levando essa ideia para o estudo das fases de um sistema, a fase mais estável de um sistema, a uma certa temperatura e uma determinada pressão é a fase com menor energia de Gibbs naquela temperatura. p m m dT dG S =− Prof. Isaías Soares Efeitos da temperatura e pressão nas transições de fase É possível estabelecer relações matemáticas que descrevam as curvas de transições de fase. A equação de Clayperon (abaixo) mostra o efeito da variação na pressão na temperatura de transição entre as fases. Onde T é a temperatura de transição de fase e ∆Vm é a variação no volume de 1 mol de substância. A derivada dp/dT é o coeficiente angular de uma representação gráfica da pressão em função da temperatura, ou seja, do diagrama de fases. Quando um sólido se funde, apenas uma pequena variação do volume existe, de forma que que dp/dT é grande. Então, será necessária uma pressão muito grande para causar uma pequena variação na temperatura de fusão. (perceba a forte inclinação da curva sólido-líquido no diagrama de fase genérico apresentado). mVT H dT dp = Prof. Isaías Soares Exercício 1 O mercúrio tem um ponto de fusão de 234,4 K. A essa temperatura, a massa específica do Hg(l) é de 13,69 g/cm3 e a do Hg(s) é de 14,19 g/cm3. A variação da entalpia de fusão é de 1955,85 J/mol. Determine a pressão necessária para variar a temperatura de fusão em 2K. (Massa atômica do Hg: 200,6 g/mol) Solução: Utilizaremos a equação de Clayperon para determinar a taxa de variação da pressão para na temperatura de fusão do Hg. Considerando que Vm = M/d, teremos: K Pa 10 x 617,1 K.m10 Pa.m 17,16 K.cm J 17,16 /mol0,5163cm x K3,234 J/mol 85,1955 cm/g19,14 mol/g6,200 cm/g69,13 mol/g6,200 K3,234 J/mol 85,1955 d M d M T H dT dp VT H dT dp 7 36- 3 33 33 sólidolíquido m ==== = − = − =→ = Prof. Isaías Soares Então, essa é a pressão necessária para variar 1K na temperatura de fusão. Para variar ∆T = 2K, necessitaremos então do dobro dessa pressão, ou seja: Aplicação 3 O ponto de fusão do sódio ocorre a 98°C a 1 atm. As densidadesdo Na(s) e Na(l) são, respectivamente, 0,952g/cm3 e 0,929g/cm3. A variação de entalpia de fusão do Na é de 3 kJ/mol. Calcule a temperatura de fusão do Na a uma pressão de 120 atm. Solução: 98,9°C Pa 3,234x10 7= =→= K2x K Pa 10 x 617,1T K Pa 10 x 617,1p 77 Prof. Isaías Soares Sublimação e Vaporização Para mudanças de fase que envolvem vapores e gases, a equação de Clayperon pode ser modificada levando em consideração o comportamento dos vapores como gases ideais (isso é válido a baixas pressões) e o fato de que a variação da entalpia (∆H) e entropia (∆S) não variem muito com a temperatura. A equação modificada assume então a seguinte forma: Onde T1 é a temperatura de sublimação/vaporização na pressão p1 e Onde T2 é a temperatura de sublimação/vaporização na pressão p2. Se é conhecido o ponto de ebulição normal (Teb) de uma determinada substância (cuja pressão é a pressão atmosférica), a equação se torna: E então, a temperatura de ebulição,T, a uma pressão diferente,p, pode ser determinada. − = 211 2 T 1 T 1 R H p p ln − = eb vap 5 T 1 T 1 R H p Pa 10x013,1 ln Prof. Isaías Soares Exercício 2 O ponto de ebulição normal do benzeno é de 353,3 K (80,1°C) e sua entalpia de vaporização é de +30,8 kJ/mol. Qual a temperatura de ebulição a uma pressão de 5000 Pa? Solução: Utilizaremos a equação de Clayperon modificada para determinarmos a temperatura de ebulição do benzeno à pressão de 5000 Pa: Aplicação 4 A pressão de vapor do CCl4 a 0°C é de 44 mbar e a 50°C é de 422 mbar. Utilize esses dados para calcular a entalpia de vaporização e estimar seu ponto de ebulição padrão. Solução: 33,15 kJ/mol e 74,6°C 274,6KT =→=→ −= → − = 1-3- 5 eb vap 5 K 10 x 64,3 T 1 K3,353 1 T 1 K.mol/J 314,8 J/mol 30800 Pa5000 Pa 10x013,1 ln T 1 T 1 R H p Pa 10x013,1 ln Prof. Isaías Soares Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6: O diagrama de fases Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16