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Introdução a Criminologia livro 3

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INTRODUÇÃO
O estudo da Criminologia permite compreender melhor o crime, as causas do delito, quem é o criminoso, quais
são as características relacionadas a ele, entre outros aspectos. A Criminologia também se volta a entender
quem é a vítima e qual é o seu papel, bem como identi�car as informações sobre ela que importam ao referido
campo de pesquisa.
É justamente nesse contexto que emerge a Vitimologia, ou seja, o estudo sobre o papel da vítima na dinâmica
criminal, assim como na prática criminal. Isso porque não há como estudar o crime sem compreender a postura
da vítima diante do fato e do criminoso.
Após obter os conhecimentos proporcionados pelo nosso estudo, você certamente estará mais bem preparado
para os desa�os pro�ssionais que se apresentarem. Vamos lá?
NOÇÕES GERAIS
A Vitimologia é tema de extrema importância para as ciências criminais, na medida em que a existência da
vítima é indispensável para o cometimento de um crime, ao passo que sem ela não existe crime. A Vitimologia é
o terceiro componente da antiga tríade criminológica, composta do criminoso, da vítima e do ato (crime). Alguns
doutrinadores ainda adicionam os meios de contenção social (PENTEADO FILHO, 2020, p. 109).
Figura 1 | Elementos do crime
Fonte: elaborada pela autora.
A vítima, que sofre um resultado infeliz dos próprios atos (como exemplo, o suicídio), das ações de outro
indivíduo (como exemplo, o homicídio) ou pelo acaso (como exemplo, o suicídio), até o surgimento do estudo da
Vitimologia, sempre esteve colocada em segundo plano (PENTEADO FILHO, 2020, p. 109). Na Escola Clássica, a
preocupação maior era o crime, enquanto na Escola Positiva, o criminoso era o grande foco dos estudos
(PENTEADO FILHO, 2020, p. 109). 
Aula 1
VITIMOLOGIA
O estudo da Criminologia permite compreender melhor o crime, as causas do delito, quem é o
criminoso, quais são as características relacionadas a ele, entre outros aspectos.
41 minutos
Em razão das nossas origens culturais e políticas, a sociedade sempre devotou mais ódio pelo transgressor do
que piedade pelo ofendido (PENTEADO FILHO, 2020, p. 109). É exatamente por isso que, diante dos crimes
brutais amplamente cobertos pela mídia, é comum encontrarmos notícias anos depois sobre o criminoso, mas
pouco se fala sobre as vítimas. 
Nesse contexto, o estudo da Vitimologia é extremamente importante, não se resumindo à simples ótica do
Direito Penal, ao passo que aborda noções sobre sociologia, psicologia, ciência política, ciências médicas,
antropologia, história, entre outros. 
Em breve síntese, a Vitimologia é uma disciplina da Criminologia que tem por objeto o estudo da vítima, de sua
personalidade, de suas características, de suas relações com o delinquente e do papel que assumiu na origem
do delito (GONZAGA, 2018, p. 191). Em outras palavras, é o estudo do comportamento da vítima na origem do
crime e do criminoso (GONZAGA, 2018, p. 191). 
Desde o início da década de 1950, a vítima vem ganhando muito destaque no sistema processual penal e no
estudo da Criminologia. Contudo, conforme narrado, no passado a vítima não era posta em evidência, ao passo
que criminoso e o crime sempre foram os elementos utilizados como foco no estudo da Criminologia. 
A história registra, basicamente, três fases do estudo das vítimas, quais sejam: idade de ouro, neutralização e
revalorização (PENTEADO FILHO, 2020, p. 109-110).
Na idade de ouro, existia o protagonismo da vítima, na medida em que era comum a ideia da vingança privada,
o “olho por olho”, possuindo a vítima o papel e o poder de revidar a agressão na mesma intensidade
(PENTEADO FILHO, 2020, p. 109-110).
Na neutralização, ocorreu o monopólio da jurisdição penal nas mãos do Estado, que colocou a vítima no
segundo plano, diminuindo a sua importância no processo penal, dado que ela deveria esperar pela atuação do
Estado, sem assumir o protagonismo na jurisdição penal (PENTEADO FILHO, 2020, p. 109-110). 
Na revalorização, por sua vez, ocorreu uma revitalização das ações efetivas de Política Criminal, com o
surgimento de delegacias de polícia de defesa da mulher, promotorias de justiça de defesa da mulher e
defensorias públicas, bem como por meio de alterações legislativas muito signi�cativas, que protagonizam
novamente a vítima na sistemática criminal, como é o caso da Lei Maria da Penha (PENTEADO FILHO, 2020, p.
109-110).
VIDEOAULA: NOÇÕES GERAIS
Neste vídeo serão abordadas as noções gerais da Vitimologia, com foco na Política Criminal do tratamento da
vítima, de modo que seja possível compreender de forma mais aprofundada a importância do estudo sobre a
vítima.
O PAPEL DA VÍTIMA NA DINÂMICA CRIMINAL
Os estudos da Vitimologia têm como foco principal a análise do papel da vítima na dinâmica criminal. A mente
pioneira nos referidos estudos foi Benjamin Mendelsohn, que era advogado e professor de Criminologia
(GONZAGA, 2018, p. 191).
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
No ano de 1947, Mendelsohn apresentou a conferência intitulada Um novo horizonte na ciência biopsicossocial
– a Vitimologia. O evento tinha como objeto de debate a participação da vítima no cometimento do crime
(GONZAGA, 2018, p. 191).
A partir do mencionado evento, surgiu a primeira classi�cação sobre a participação ou provocação da vítima na
prática do crime. Assim, as vítimas inicialmente foram classi�cadas de modo geral como inocente, provocadora
e agressora (GONZAGA, 2018, p. 191).
A vítima inocente, também conhecida como vítima ideal, seria aquela que tem nenhuma participação no crime
ou, se tiver, participa de forma mínima no resultado (GONZAGA, 2018, p. 191).
A vítima provocadora, por sua vez, seria a responsável pelo resultado do crime, podendo ser colocada como
provocadora direta, provocadora imprudente, provocadora voluntária ou provocadora ignorante (GONZAGA,
2018, p. 191).
Por último, tem-se a vítima agressora, que pode ser considerada uma falsa vítima, justamente por ter
participação consciente no crime, que ocorre quando ela gera a vontade criminosa no delinquente. Exemplo
clássico desta última classi�cação, qual seja, a de vítima agressora, é quando ocorre a legítima defesa
(GONZAGA, 2018, p. 191).
Posteriormente, em 1974, Hans von Hentig desenvolveu outras classi�cações, sendo a primeira a �gura do
criminoso-vítima-criminoso. É importante destacar que essa sequência de mudanças de papel ocorre de forma
sucessiva, consistindo nos casos em que o reincidente é hostilizado no cárcere e volta a delinquir em razão de
ter adquirido repulsa social (GONZAGA, 2018, p. 192).
A segunda classi�cação seria a do criminoso-vítima-criminoso simultaneamente. Enquanto na primeira
classi�cação a condição de criminoso ou vítima era sucessiva, aqui ela é simultânea, ou seja, ocorre ao mesmo
tempo. Estes casos seriam constatados quando a prática do crime se justi�casse pela condição de vítima.
Exemplo clássico é o do usuário de drogas que também as vende para sustentar o próprio vício (GONZAGA,
2018, p. 192).
Como última classi�cação, Hans von Hentig pensou no caso do criminoso-vítima, o qual seria imprevisível.
Exemplo popular desse tipo de caso ocorre quando uma mãe tem o �lho assassinado e contribui para o
linchamento do assassino de seu rebento (GONZAGA, 2018, p. 192).
Após aprendermos sobre as classi�cações pioneiras da Vitimologia, em especial no que diz respeito ao papel da
vítima na dinâmica criminal, podemos perceber quão importante foi e é esse tipo de estudo para o
desenvolvimento da Criminologia.
Isso porque, além de ser um tema interessante e de demasiada relevância, o estudo da relação entre vítima e
criminoso contribui para a análise do per�l psicológico dos indivíduos envolvidos no crime, o que promove
desdobramentos e melhorias inclusive para a esfera penal, no geral.
VIDEOAULA: O PAPEL DA VÍTIMA NA DINÂMICA CRIMINAL
Neste vídeo será abordado o papel da vítima na dinâmica criminal, sob a perspectiva de classi�cações
especí�cas, de forma a complementaro conteúdo aprendido neste bloco.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
VITIMOLOGIA E A PRÁTICA CRIMINAL
A Vitimologia não existiria não fosse a prática do crime, já que o ato criminoso precisa de elementos para existir,
sendo a vítima um deles. O fato é que a vítima sempre teve papel fundamental no cometimento do delito, em
especial porque sua relação com o criminoso, por vezes, pode desencadear a prática criminosa (GONZAGA,
2018, p. 193).
Exemplos de quando a vítima contribui para nascer no agente a vontade de matar são os casos de adultério
(GONZAGA, 2018, p. 193). Contudo, cabe frisar que não se trata de analisar quem é culpado ou não, mas sim o
que provocou o crime. É importante tecer essa explicação porque a vítima sempre será vítima, e não só
precisará, mas merecerá o amparo das autoridades e da sociedade. Aqui estamos nos limitando a estudar os
fundamentos da Criminologia, os quais, em alguns casos, não consideram quem está certo ou errado, mas sim
como as mais diversas esferas, seja a jurídica, a social ou a psicológica, contribuem para o resultado crime.
Retomando o debate, é justamente em razão dos casos em que a vítima contribui para a prática criminal que o
Direito Penal previu como causa de diminuição da pena o homicídio privilegiado, em face da violenta emoção
logo após a injusta provocação da vítima (GONZAGA, 2018, p. 193). 
O mencionado comportamento é inclusive levado em consideração para �ns de dosimetria da pena, ou seja,
para o cálculo da pena (GONZAGA, 2018, p. 193). 
Somado a isso, é importante ressaltar que a forma como a vítima age é tão relevante para o estudo do crime
que o legislador, no Código Penal, mais precisamente no caput do seu artigo 59, se preocupou em acrescentar o
“comportamento da vítima” como elemento a ser considerado no momento em que o juiz for aplicar a pena
(GONZAGA, 2018, p. 193). 
Nesse sentido, o caput do artigo 59 prevê que o juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e às consequências do crime, assim como ao
comportamento da vítima, estabelecerá o que for necessário e su�ciente para reprovação e prevenção do crime
(BRASIL, 1940).
Assim, o comportamento da vítima passou a ser fundamental para análise e cálculo da pena, sobretudo nos
casos em que o mencionado comportamento for determinante para que seja de�agrado o delito (GONZAGA,
2018, p. 193).
Diante do exposto, pode-se perceber que a vítima e o seu comportamento são fundamentais para o estudo da
Criminologia, em especial quando se trata de um comportamento que dá causa ou, pelo menos, contribui para
o cometimento do delito. Por �m, cabe reforçar que não se trata de atribuir qualquer culpa à vítima, a qual já é
a padecedora da situação, mas sim de estudar, de modo analítico, quais são os elementos e as determinantes
do crime.
VIDEOAULA: O POSITIVISMO E A CRIMINOLOGIA RACISTA
Neste vídeo será proposta uma discussão sobre a Vitimologia e o papel do ofendido na prática criminosa,
apresentando também a classi�cação da vitimização em primária, secundária e terciária.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
ESTUDO DE CASO
Para contextualizar a sua aprendizagem, imagine que você é professor universitário e que um aluno traz a
seguinte situação, relacionada ao estudo da Criminologia: “professor, a minha vizinha viu o �lho dela sendo
gravemente agredido na rua e partiu para cima do agressor com uma barra de ferro que encontrou no chão,
batendo nele até ele desmaiar”.
Diante disso, o aluno indaga: “com base na teoria de Hans von Hentig, a minha vizinha é vítima ou criminosa?”.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Vamos retomar o caso em estudo? Na situação em questão, conforme a classi�cação desenvolvida por Hans
von Hentig, a vizinha do aluno seria criminosa-vítima. Inicialmente, ela era vítima do caso de agressão contra o
seu �lho, e, ao revidar também com agressão, ela passou a ser criminosa, ainda que alegue legítima defesa. 
 Saiba mais
Assim como todos os ramos de estudo do Direito, a Criminologia está em constante avanço e
desenvolvimento, ao passo que diariamente pesquisadores se debruçam sobre temas dessa ciência e
buscam formas de aprimorar a análise do delito. Diante disso, tanto o pro�ssional jurídico quanto o
estudante de Direito precisam estar constantemente atualizados, sob pena de não conseguirem aplicar o
conhecimento obsoleto ao contexto social e criminológico atual. Isto posto, o site do Instituto Brasileiro de
Ciências Criminais (IBCCRIM) é fundamental para atualizar aqueles que se voltam para o mencionado
campo de estudo.
Saiba mais acessando o link: https://www.ibccrim.org.br/.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Abordar o tema gênero, violência e criminalidade é extremamente importante para entendermos as diferenças
entre o tratamento dos mais diversos gêneros pelo âmbito criminológico. Estudar o referido tema, apoiados em
dados, nos permite entender que, ainda que a violência de gênero possa atingir qualquer indivíduo,
Aula 2
GÊNERO, VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE
Estudaremos os conceitos de violência de gênero, de violência sexual e aprenderemos como a
mulher se situa no contexto do sistema penal brasileiro, abordando também as legislações que
versam sobre o assunto
42 minutos
https://www.ibccrim.org.br/
independentemente de etnia, gênero, credo, idade ou classe social, no Brasil, a vítima e o agressor têm
desenhos bastante evidentes. 
Nesse sentido, estudaremos os conceitos de violência de gênero, de violência sexual e aprenderemos como a
mulher se situa no contexto do sistema penal brasileiro, abordando também as legislações que versam sobre o
assunto. Ademais, analisaremos dados, por exemplo, sobre a violência sexual no Brasil.
Vamos lá?
A VIOLÊNCIA DE GÊNERO
A violência de gênero é tema recorrentemente discutido pela doutrina criminalista e penal, ao passo em que
sociedades progressistas e que se preocupam com os direitos humanos e fundamentais precisam dirimir os
danos provocados por este tipo de violência. 
Para falar em violência de gênero, torna-se necessário destacar que é impossível discutir sobre gênero
utilizando os critérios biológicos que apenas consideram homem e mulher. 
Nesse sentido, segundo a Comissão de Direitos Humanos de Nova York, existem 31 identidades de gênero,
dentre as quais estão: agênero, andrógino, gênero de fronteira, gênero �uido, gênero neutro, gender-queer,
gênero em dúvida, gênero variante, hijra, gênero não conformista, butch, bigênero, não-binário, male to female
(MTF), female to male (FTM), terceiro sexo, nenhum, homem, mulher (UFMG, 2021).
A violência de gênero, em breve síntese, pode ser de�nida como qualquer tipo de agressão física, psicológica,
sexual, �nanceira ou simbólica contra alguém que, em situação de vulnerabilidade devido a sua identidade de
gênero ou orientação sexual, se submete a uma relação de hipossu�ciência. 
Nesse contexto, podemos citar que, na doutrina da criminologia, merecem o realce de que estão se
desenvolvendo exponencialmente as concepções de criminologia queer e criminologia feminista, estas que se
debruçam sobre violência de gênero e, respectivamente, sobre a prática de crimes por pessoas LGBT²QI+ e
mulheres (GONZAGA, 2018). 
Passaremos a falar mais sobre a violência de gênero contra as mulheres, com ênfase no conceito de
criminologia feminista, especi�camente quando estudarmos as mulheres como vítimas de crimes.
A criminologia feminista, em apertada síntese, tem como objeto a proteção das mulheres nas mais variadas
formas de violência criminal, se debruçando sobre dois aspectos, quando ela é autora de um crime e de quando
ela �gura como vítima (GONZAGA, 2018).
A referida criminologia aprofunda-se nos movimentos feministas, fazendo com que se desenvolvam conceitos
criminológicos para deixar de reconhecer a mulher como mero objeto da prática de um crime (GONZAGA,
2018).
O fortalecimentoda mulher na doutrina criminalista e penal (ainda que distante de ser su�ciente para que se
tenha a paridade de gêneros), alcançou importantes avanços para o combate à violência de gênero contra a
mulher. 
No momento em que a mulher é vítima de uma infração penal, principalmente quando falamos em violência de
gênero, o sistema criminal não é tão e�caz a ponto de protegê-la, ao contrário: o que vemos na prática é uma
vitimização secundária. 
Para a doutrina, a mulher acaba sendo vítima de uma violência de gênero secundária, quando os controles
sociais formais chegam a atribuir a responsabilidade do crime à mulher (GONZAGA, 2018).
Nesse sentido, importa apresentar dois grandes avanços legislativos para coibir a violência de gênero. A Lei
Federal nº 13.104/2015 determina que o feminicídio deve ser imputado como circunstância quali�cadora do
crime de homicídio, passando a fazer parte do rol dos crimes hediondos (BRASIL, 2015). Por sua vez, a Lei
Federal nº 11.340/2006 cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher (BRASIL,
2006).
As disposições legais supracitadas são extremamente importantes para o sistema jurídico brasileiro, mas ainda
estão longe de serem su�cientes para coibir a violência de gênero contra a mulher no Brasil. 
VIDEOAULA: A VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Neste vídeo serão aprofundadas as disposições das Leis Federais n.º 11.340/2006 e 13.104/2015,
contextualizando-as no tema da violência de gênero contra a mulher. Ademais, será discutida a concepção da
criminologia queer, discutindo mais sobre a violência de gênero contra as pessoas LGBT²QI+.
VIOLÊNCIA SEXUAL
A violência sexual é um tema que tem ganhado ainda mais força nas últimas décadas, o que coincide com as
lutas feministas em prol de equidade de gênero. Nesse sentido, é importante entender que apesar de
tendermos a relacionar a violência sexual com com o gênero feminino, ela pode atingir indivíduos de qualquer
gênero, idade, etnia e classe social.
O conceito mais amplo de violência sexual é de autoria da Organização Mundial da Saúde (OMS), e rege que a
violência sexual é todo ato sexual, tentativa de consumar um ato sexual ou insinuações sexuais indesejadas,
podendo também ser caracterizada por ações para comercializar ou usar de qualquer outra forma a
sexualidade de uma pessoa por meio da coerção por outra pessoa, independentemente da relação com a
vítima, em qualquer âmbito, incluindo o lar e o ambiente de trabalho (ONU, 2021).
Conforme é possível perceber, o conceito de violência sexual não se destina a apenas um gênero, pelo
contrário, ele abarca toda e qualquer pessoa que sofra com determinados atos e condutas alheios.
Entretanto, o fato é que as mulheres são as principais vítimas desse tipo de violência, independentemente do
período de suas vidas. Justamente por isso, existem mais iniciativas voltadas para a prevenção da violência
sexual contra elas.
No que diz respeito à forma, a violência sexual pode acontecer de vários modos, por meio de diferentes graus
de força, intimidação psicológica, extorsão e ameaças. Outro ponto que merece destaque é o fato de a violência
sexual poder ser realizada se a pessoa não estiver em plenas condições de consentir com o ato, a exemplo de
estar sob efeito de álcool, drogas, dormindo ou psicologicamente incapacitada, além de outras situações
semelhantes, as quais muitas vezes dependerão de análise e da opinião da possível vítima, quando for o caso
(ONU, 2021).
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
No que se refere aos casos mais comuns de violência sexual, podemos citar o estupro no contexto do
relacionamento, estupro por pessoas desconhecidas, abusos de pessoas com incapacidades físicas e mentais,
estupro e abuso sexual de crianças, dentre outros.
Sobre a legislação que trata do tema, o Código Penal brasileiro tipi�ca, em seus artigos 213 a 218-C, vários
crimes relacionados à violência sexual. Dentre eles, cabe citar o estupro, a violação sexual mediante fraude,
importunação sexual e assédio sexual.
Somado a isso, a Lei Federal nº 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, traz em seu artigo 7,
III, a violência sexual como uma das formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando diz que:
Por �m, conforme pode-se perceber, a Lei Maria da Penha elenca com detalhes os casos que con�guram
violência sexual, bem como se preocupa em tratar esse crime como uma das formas de violência contra a
mulher.
VIDEOAULA: VIOLÊNCIA SEXUAL
Neste vídeo abordaremos dados estatísticos sobre a violência sexual no Brasil, de modo a discutir qual é per�l
do agressor e qual é o per�l da vítima.
MULHERES E O SISTEMA PENAL NO BRASIL
A criminologia feminina, fundamentada principalmente pelos movimentos feministas, debruça-se em analisar a
�gura da mulher como vítima do crime, bem como em estudar sobre a mulher como autora do crime. 
Nesse contexto, importa destacar, mais uma vez, que em razão da política penal heteronormativa masculina
dominante, a mulher, quando é vítima de um crime, passa por um processo de vitimização secundária, sendo
considerada culpada pela prática do crime do qual é vítima. 
Por outro lado, a mulher, no mesmo sistema penal dominado pela heteronormatividade masculina, quando
autora do crime, passa por uma análise descompassada do seu papel no ato praticado. 
Quando estamos diante de crimes que são comumente praticados por homens, como o trá�co de drogas,
roubo e homicídio, a mulher autora é vista como coadjuvante do crime. A interpretação mais usual é a de que
um homem – seja um familiar próximo, conhecido, vizinho ou parceiro amoroso – levou a mulher a cometer os
a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a
sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force
ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos.
— (BRASIL, 2006)
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
referidos crimes. É possível que se fale, nesse caso, no processo de vitimização da autora do crime. 
Ainda é possível identi�car que o sistema penal dominado pela heteronormatividade masculina criminaliza de
maneira desproporcional as mulheres autoras de determinados crimes, principalmente quando falamos dos
crimes nos quais as mulheres apenas estão exercendo os seus direitos de decidir sobre o seu próprio corpo. 
O tipo penal do aborto é um grande exemplo desta criminalização exacerbada e, ainda que exista o excludente
de ilicitude, a mulher é criminalizada. A sociedade passa a tratar a mulher da pior forma possível, sem ao menos
lembrar de que, muitas vezes, também existe a decisão de um homem na prática do aborto. 
No crime de aborto consentido (art. 126 do Código Penal) evidentemente é necessária a �gura de um homem
que também ajudou a gerar o feto, contudo, é comum que o estigma se concentre na �gura da mulher (art. 124
do Código Penal), levando a segundo plano a �gura paterna (GONZAGA, 2018).
A criminologia feminista e as mulheres já conseguiram alguns avanços no que tange ao supramencionado tema,
principalmente na descriminalização de alguns tipos penais que, de maneira exagerada, colocavam as mulheres
na posição de ofensoras da honra do grupo dominante ou eram tratadas e apresentadas como meros objetos. 
Como exemplos, podemos citar o adultério e a sedução, ambos já revogados e considerados �guras atípicas,
posto que a mulher adúltera não mais poderia ser tratada como um ser diferente e perverso, bem como a
�gura estéril da sedução de mulher virgem, na qual almejava impedir que mulheres que ainda não tinham
experimentado a vida sexual pudessem ser “iludidas” por homens que apenasqueriam fazer sexo sem
compromisso (GONZAGA, 2018). 
Por �m, no que tange à política carcerária feminina brasileira, importa destacar que as políticas carcerárias
brasileiras não foram construídas com base nas especi�cidades de gênero, ao passo que as normas penais e
sua execução foram estruturadas do ponto de vista masculino, desconsiderando as especi�cidades femininas
(SANTOS; REZENDE, 2020). 
Além disso, parte da população LGBT²QI+ é completamente desassistida pelo sistema carcerário brasileiro.
Como exemplo, as mulheres trans só alcançaram recentemente o direito de optar por estarem em presídios
femininos, o que, apesar de representar um avanço, também evidencia o despreparo do sistema carcerário de
recepcionar as mulheres. 
VIDEOAULA: MULHERES E O SISTEMA PENAL NO BRASIL 
Neste vídeo abordaremos dados estatísticos, informações e conceitos sobre a inserção das mulheres no
sistema carcerário brasileiro.
ESTUDO DE CASO
Para contextualizar a sua aprendizagem, imagine que você é professor universitário e que no �m de uma aula
foi abordado por uma aluna e ela compartilhou com você que foi vítima de um estupro. Ela está desesperada,
pois descobriu que está grávida e pediu sua orientação sobre como proceder, pois escutara, em outro
momento, o pastor da igreja que frequenta dizer que o aborto é crime.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Diante do exposto, responda os seguintes questionamentos: a sua aluna pode ou não realizar o aborto? Se sim,
o ato seria considerado crime? Qual é a previsão legal sobre o tema? O estupro consiste em violência sexual?
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Olá, aluno! Tudo bem? Vamos retomar o caso em estudo? No caso em questão, você é professor universitário e
no �m de uma aula foi abordado por uma aluna, a qual compartilhou com você que foi vítima de um estupro.
Ela pediu orientação sobre como proceder, pois escutara, em outro momento, o pastor da igreja que frequenta
dizer que o aborto é crime.
No que diz respeito às orientações que você deve dar a sua aluna, inicialmente, é importante explicar que, no
Brasil, o aborto é crime. Contudo, o artigo 128, II, do Código Penal elenca hipóteses em que não se pune o
aborto, como quando a gravidez é resultado de estupro. Ademais, o estupro consiste em violência sexual,
conforme estabelece, por exemplo, a Lei Maria da Penha e, sim, sua aluna pode fazer o aborto de forma legal.
 Saiba mais
Discutir gênero, violência e criminalidade é fundamental para todos os que convivem em sociedade, isso
porque nos permite ter um olhar mais apurado e atento sobre o tema. Já o pro�ssional e o estudante do
direito têm o dever de se manterem atualizados sobre os assuntos que envolvem o mundo jurídico, sendo
o debate sobre gênero, violência e criminalidade essenciais para que os referidos indivíduos se
mantenham atualizados e consigam tratar possíveis casos com o rigor técnico e legal necessários. Nesse
sentido, o dossiê Violência contra as mulheres é uma importante ferramenta que trata o assunto com a
seriedade devida.
Para saber mais, clique no link a seguir:
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-sexual/. Acesso em: 26 out. 2021.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
A evolução tecnológica tem caminhado a passos largos nas últimas décadas, em especial após o advento da
internet, em 1969, que permitiu maior conexão entre a comunidade global e acentuou o processo de
compartilhamento de conhecimento entre mais pessoas e de forma mais rápida.
Aula 3
TECNOLOGIA E CIBERCRIMINALIDADE
Veremos o que são crimes cibernéticos, o que é a engenharia social e em que contexto ela se
apresenta e como se dá o combate à cibercriminalidade.
40 minutos
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-sexual/
Nesse contexto, o direito precisou se atualizar rapidamente, de modo que não �casse obsoleto diante de tantas
criações de natureza tecnológica, e com a criminologia não foi diferente, ao passo que com o surgimento da
tecnologia, novos contextos e desa�os emergiram para esse campo de estudo.
Nesse sentido, estudar a tecnologia e a cibercriminalidade é fundamental para entendermos os novos
contornos do campo jurídico em discussão. Assim, veremos o que são crimes cibernéticos, o que é a engenharia
social e em que contexto ela se apresenta e como se dá o combate à cibercriminalidade.
Vamos lá?
ESPECIFICIDADES DOS CRIMES CIBERNÉTICOS
Com o avanço da internet e com o desenvolvimento do meio ambiente digital, novas relações foram criadas e,
como consequência, novas práticas ilícitas também surgiram e foram aperfeiçoadas em um curto espaço de
tempo. 
A criação e o aperfeiçoamento acelerado desses novos crimes são, de certo modo, de responsabilidade do
Estado, ao passo que não existe aparelhamento e corpo técnico su�cientes ainda para o combate às novas
práticas criminosas. 
Além disso, a legislação brasileira não se atualiza na mesma velocidade do desenvolvimento do meio ambiente
digital, fazendo com que o sistema penal brasileiro tenha que aplicar, na maior parte das vezes, leis genéricas
que tratam de outras matérias para problemas especí�cos do âmbito digital. 
O meio ambiente digital, em breve síntese, é conceituado por muitos autores como a manifestação da criação
humana e parte do patrimônio imaterial, sobretudo representado pela tecnologia do espectro eletromagnético
(ondas de rádio, TV, celular e internet) (CAVEDON; FERREIRA; FREITAS, 2015).
Este meio ambiente é o espaço da interconectividade, comumente representada pelo ambiente da internet, por
ser o espaço mais conhecido e mais desenvolvido do conjunto do meio ambiente digital. 
Enquanto alguns crimes podem acontecer no meio ambiente urbano (espaços físicos das cidades) e no meio
ambiente natural (geralmente, na natureza), certos crimes apenas podem ocorrer no meio ambiente digital. 
Os referidos crimes são conhecidos como cibercrimes, nome dado aos crimes cibernéticos, ou seja, os crimes
que envolvam qualquer atividade ou prática ilícita na rede. Esses crimes podem ser apenas praticados na rede
ou praticados em um sistema misto de meio ambiente físico com o meio ambiente digital (por exemplo,
clonagem de cartões de crédito em compras online).
Apesar do grande atraso legislativo, em comparação ao avanço das tecnologias, é possível apontar alguns
importantes avanços legislativos que possibilitaram o combate a essas práticas com as especi�cidades
necessárias ao combate de crimes cibernéticos.
A Lei Federal nº 12.735/2012, por exemplo, tipi�cou as condutas realizadas mediante uso de sistema eletrônico,
digital ou similares, que sejam praticadas contra sistemas informatizados e similares (BRASIL, 2012). 
Apesar de ter norma genérica, o dispositivo supracitado auxiliou o enquadramento de novas práticas (em
ambiente digital) como crimes. Outra lei de extrema relevância é a Lei Federal nº 12.737/2012, esta que tipi�cou
os crimes de: invasão de dispositivo informático; interrupção ou perturbação de serviço telegrá�co, telefônico,
informático, telemático ou de informação de utilidade pública; e falsi�cação de cartão (BRASIL, 2012).
A já citada Lei Federal nº 12.735/2012 dispõe que os órgãos da polícia judiciária deverão estruturar setores e
equipes especializadas no combate aos cibercrimes (BRASIL, 2012).
A referida lei estruturou as bases do combate especializado aos cibercrimes, na medida em que dispôs sobre
norma que obriga a criação e estruturação de setores e equipes especializados. Exatamente por isso é possível
encontrar nos grandes centros delegacias especializadas em crimes cibernéticos, estas que devem ser
procuradas prioritariamente pelas vítimas dos referidos crimes, ao passo que o combate e a investigação deles
ocorre com estrutura tecnológica e equipe especializada.
Por �m, cabe citar a Lei Federal nº 14.155/2021, que recentemente alterou o Código Penal, no sentido de tornar
mais graves os crimes deviolação de dispositivo informático, furto e estelionato cometidos de forma eletrônica
ou pela internet, o que con�gura relevante avanço para a punição de crimes desse gênero. 
VIDEOAULA: ESPECIFICIDADES DOS CRIMES CIBERNÉTICOS
Neste vídeo serão aprofundados alguns cibercrimes mais aplicados, apresentando exemplos para a melhor
compreensão. Ademais, serão apresentadas as limitações do combate especializado aos crimes cibernéticos no
Brasil.
NOÇÕES DE ENGENHARIA SOCIAL
A engenharia social consiste em uma espécie de técnica utilizada por criminosos no âmbito virtual, com o
objetivo de contaminar os dispositivos eletrônicos das pessoas, a exemplo de computadores e celulares, com
malwere (também conhecidos como “softwares maliciosos”), para ter acesso a dados con�denciais dos usuários
desses dispositivos.
As práticas mais conhecidas da engenharia social são: a) os e-mails de phishing, ou seja, e-mails que levam os
usuários a clicar no seu conteúdo; b) vishing, que é muito semelhante ao phishing, mas é praticado por meio
verbal, a exemplo das ligações telefônicas; e c) baiting, que é também semelhante ao phishing, mas usa mídia
física, normalmente drivers USB, a exemplo de quando um sujeito coloca um pendrive no computador de outro
e o contamina.
A referida técnica pode afetar todo e qualquer usuário, contudo, as pessoas com menor conhecimento
computacional são as que costumam ser vítimas desses tipos de golpe, em especial porque clicam em links de
sites desconhecidos ou que simulam sites conhecidos.
Nesse sentido, para entender o que é a engenharia social, é fundamental conhecer quem são os indivíduos que
utilizam a referida técnica. É importante que você saiba que existem muitos conceitos e �guras nesse meio, a
exemplo dos hackers, crackers, cheaters, carders, defacers, lammers e tantos outros. Entretanto, trataremos
aqui sobre os mais relevantes para o estudo da criminologia, ao passo que são os que comumente estão
envolvidos em crimes cibernéticos, que são os hackers, crackes e lammers.
Assim, inicialmente, podemos tratar da �gura do hacker, que consiste no sujeito com vasto conhecimento em
informática e que usa esse conhecimento para explorar falhas e meios de correção para essas falhas.
Além dele, também existe o cracker, que também tem amplo conhecimento em informática, mas utiliza esse
conhecimento para o seu benefício ou com a �nalidade de destruir sites, programas ou informações.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Por último, existe o lammer, que é o sujeito que não tem tanto conhecimento em informática quanto os demais,
mas é o que podemos chamar de autodidata e, por conta própria, busca conhecimento em tutoriais,
objetivando fazer invasões mais básicas.
Nesse contexto, é fundamental explicar que a engenharia social é intitulada como tal justamente porque abarca
uma série de habilidades técnicas informacionais para desenvolver verdadeiros golpes virtuais.
Outro ponto relevante é que a engenharia social causa no usuário a impressão de que ele está sob o domínio
da situação, já que um link de um site, por exemplo, para muitas pessoas que não têm conhecimento técnico
su�ciente, pode parecer inofensivo.
Assim, o ponto-chave da engenharia social é o induzimento das pessoas, ou seja, uma verdadeira manipulação,
ao passo que leva os usuários ao engano e acaba por explorar essa vulnerabilidade para invadir e acessar
informações e documentos alheios.
Por �m, cabe destacar que a legislação penal ainda não apresenta tipi�cações especí�cas, que contemplem
plenamente o tipo de crime em questão. Contudo, crimes como o de dano, dano quali�cado, supressão de
documentos, furto, furto quali�cado e estelionato são aplicados comumente às práticas ora tratadas.
VIDEOAULA: NOÇÕES DE ENGENHARIA SOCIAL
Nesta aula vídeo abordaremos casos de golpes que utilizaram de engenharia social, de modo a entender quais
são as principais práticas e como a referida técnica é empregada cotidianamente.
APORTES DA CRIMINOLOGIA NO COMBATE À CIBERCRIMINALIDADE 
Como se sabe, a criminologia é o conjunto de conhecimentos, estruturado como ciência, que tem como objetivo
o estudo das causas de um crime, da personalidade do autor (criminoso), sua maneira de agir e os meios
necessários para ressocializá-lo, sendo importante para o avanço da análise dos crimes e das suas punições. 
Para que seja possível o estudo da criminologia, torna-se imprescindível que se tenha a real dimensão de quais
são os crimes vigentes, como se dão as suas práticas e quais são suas causas mais comuns. 
Nesse sentido, os doutrinadores da criminologia vêm se debruçando sobre os cibercrimes, ou seja, sobre todos
os crimes praticados no meio ambiente digital ou pelo meio ambiente digital, ao passo que os temas são
indispensáveis para o estudo da prática do crime e das suas consequências. 
O estudo da vitimologia, por exemplo, é indispensável para o avanço do estudo da criminologia no âmbito dos
cibercrimes, ao passo que saber qual é a postura da vítima diante do criminoso do ambiente digital é de suma
importância para entender como se dá a cibercriminalidade. Saber se uma vítima entrou sabidamente em site
malicioso é um bom exemplo de postura da vítima que contribui com o crime. 
O estudo da criminologia, além de ser de suma importância para o entendimento teórico da cibercriminalidade,
também apresenta resultados de extrema relevância para o combate a esses novos crimes. 
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
A exemplo disso temos a criação da Convenção de Budapest sobre o Cibercrime, convenção internacional criada
inicialmente pelo Conselho da Europa (atualmente conta com 60 signatários) que tem como escopo o
compromisso da elaboração de leis penais que tipi�quem e punam os crimes cometidos por meio de um
sistema de computador (CONSELHO DA EUROPA, 2001).
Destaque-se que a referida convenção foi criada um pouco mais de dez anos após a criação da World Wide Web
(www) e a consequente popularização da internet, que ocorreu poucos anos depois. 
A Convenção de Budapest sobre o Cibercrime é resultado direto do avanço da criminologia no estudo da
criminalidade, ao passo que a partir desta ciência �cou reconhecido o despreparo que os Estados tinham no
combate aos cibercrimes, sendo imprescindível o avanço legislativo na coibição especializada. 
De acordo com a própria convenção, as normas criadas foram resultado de uma preocupação dos Estados com
o risco de que as redes informáticas e a informação eletrônica fossem igualmente utilizadas para cometer
infrações criminais e de que as provas dessas infrações fossem armazenadas e transmitidas através dessas
redes (CONSELHO DA EUROPA, 2001).
Destaque-se que a Convenção, apesar de ser de 2001, data que se aproxima muito do momento da
popularização da internet, já se preocupava com o uso do meio ambiente digital para o cometimento de crimes,
resultado direto do estudo e da atualização da criminologia. 
VIDEOAULA: APORTES DA CRIMINOLOGIA NO COMBATE À
CIBERCRIMINALIDADE 
Neste vídeo serão explicitadas as normas mais relevantes da Convenção de Budapest sobre o Cibercrime,
apresentando qual é o posicionamento do Brasil sobre a referida convenção.
ESTUDO DE CASO
Para contextualizar a sua aprendizagem, imagine que você é advogado e foi procurado por um cliente que alega
que teve o celular invadido por um cracker, que pegou fotos íntimas do seu dispositivo e agora está pedindo o
valor de R$ 100.000,00 para não expor as referidas fotos na internet.
Em razão disso, o cliente está desesperado e gostaria de saber como deve proceder em relação ao caso
explicitado.
Diante do exposto, responda os seguintes questionamentos: a conduta do cracker é passível de punição? Se
sim, qual é o melhor caminho/estratégia legal que o seu cliente deve seguir?
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Olá, aluno! Tudo bem? Vamos retomar o caso em estudo? No caso em questão, você é advogado e foi
procurado por um cliente que alega que teve ocelular invadido por um cracker, que pegou fotos íntimas do seu
dispositivo e agora está pedindo o valor de R$ 100.000,00 para não expor as referidas fotos na internet. Em
razão disso, o cliente gostaria de saber como deve proceder em relação ao caso.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
No que diz respeito à conduta do cracker, ela pode ser tipi�cada como extorsão, conforme o artigo 158 do
Código Penal, ao passo que o cracker está constrangendo o seu cliente, mediante grave ameaça, e com o intuito
de obter para si vantagem econômica. 
Somado a isso, desde 2012, a Lei Federal nº 12.737/2012, também conhecida como Lei Carolina Dieckmann,
alterou o Código Penal no sentido de tipi�car os delitos informáticos, a exemplo da invasão de dispositivos,
como é o caso em discussão. Assim, a conduta do cracker é passível de punição.
Sobre a melhor estratégia legal a ser seguida, inicialmente, é importante orientar o seu cliente a registrar um
boletim de ocorrência, de modo que, após o seguimento deste, seja iniciado o processo de responsabilização
criminal do cracker.
Ademais, também é possível ingressar com uma ação civil de danos morais e, caso seja do seu entendimento,
de obrigação de fazer. 
 Saiba mais
O pro�ssional e o estudante de direito precisam estar constantemente atualizados, em especial sobre as
decisões judiciais que envolvem os mais diversos temas do direito, a exemplo da tecnologia e a
cibercriminalidade. Nesse contexto, é comum a utilização de sites que compilam inúmeras decisões em
tempo real, de modo a fornecer embasamento técnico para quem precisa recorrer às decisões judiciais
para �ns de atualização, estudos e pesquisas no geral. O Jusbrasil é um desses sites que, além de vários
outros serviços, fornece a compilação de decisões dos mais diversos tribunais brasileiros.
Para saber mais, clique no link a seguir: https://www.jusbrasil.com.br/home. Acesso em: 27 out. 2021.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
A criminologia compreende o estudo, por exemplo, das causas do crime e da personalidade do criminoso e da
vítima. Assim, analisar os elementos compreendidos por esse campo de estudo demanda necessariamente
perpassar pelo entorno social, ao passo que ele é um dos componentes que pode afetar o resultado crime.
Nesse sentido, veremos o conceito de criminologia ambiental, conheceremos quais são as teorias que
relacionam o crime e o entorno social, bem como aprenderemos mais sobre as estratégias de atuação prática,
com foco no local do crime.
Aula 4
CRIMINOLOGIA E O ENTORNO SOCIAL
Analisar os elementos compreendidos por esse campo de estudo demanda necessariamente
perpassar pelo entorno social, ao passo que ele é um dos componentes que pode afetar o
resultado crime.
55 minutos
https://www.jusbrasil.com.br/home
A partir disso, será possível entender em que contexto surgiram as teorias do crime que abarcam o entorno
social, a exemplo das teorias sociológicas, assim como em qual medida o local do crime in�uencia na prática
delituosa.
Vamos lá?
CRIMINOLOGIA AMBIENTAL
Para discutir sobre a criminologia ambiental, torna-se necessário, antes de tudo, falar um pouco sobre uma das
escolas do pensamento da criminologia, a Escola de Chicago. Esta escola tem relação íntima com a concepção
de criminologia ambiental, conforme será melhor explanado. 
A Escola de Chicago, tomando como base o aspecto social da Escola Interacionista, encara o crime com base na
ecologia, ou seja, estuda a arquitetura da cidade como formadora do comportamento delinquente (GONZAGA,
2018). 
Conforme se depreende da concepção da Escola de Chicago, ao estudar a arquitetura da cidade como
formadora do comportamento do criminoso, estamos diante de traços da criminologia ambiental. 
A obra que deu base para a compreensão da distribuição ecológica do crime na cidade de Chicago (a origem do
nome da escola vem da cidade na qual iniciaram-se os estudos) é o Delinquency areas, de Cli�ord Shaw, do ano
de 1929 (GONZAGA, 2018). 
Na referida obra, Cli�ord sistematizou dados o�ciais sobre a delinquência juvenil em Chicago, estes que foram
coletados por décadas, com o objetivo inicial de observar os locais urbanos onde nascia a criminalidade ao
longo dos anos, de modo a veri�car se existiriam as chamadas áreas criminais (GONZAGA, 2018). 
O estudo foi indispensável para que se iniciassem os estudos da relação entre as áreas da cidade, desde o
centro cívico às áreas marginalizadas, para o surgimento da criminalidade. Assim, é possível conceber que a
criminologia ambiental surge da concepção da Escola de Chicago, ao passo que o estudo ambiental se tornou
imprescindível para a análise criminológica. 
Considerando os conceitos da Escola de Chicago no aspecto ambiental, percebe-se que o aspecto urbano está
intimamente atrelado ao modo como a criminalidade surge no ambiente citadino. 
O criminoso escolhe praticar alguns delitos levando em consideração as condições ambientais, analisando
fatores como oportunidade, condições físicas da vítima, condições �nanceiras da vítima, horário e espaços
favoráveis à prática criminal (GONZAGA, 2018).
Sopesadas as condições supramencionadas, o delinquente elege o local e o momento ideal para a prática dos
seus crimes, podendo os personagens da segurança pública avaliarem os melhores meios para criar espaços
inibidores do crime, como ambientes bem iluminados, com vigilância constante por meio da presença policial e
esteticamente bem cuidados (GONZAGA, 2018). 
Alguns ambientes do espaço urbano são sabidamente locais de altos índices do cometimento dos crimes, como
ruas escuras, ambientes com grande movimentação noturna, ruas pouco movimentadas, dentre outros. 
As situações que levam um espaço urbano ser mais ou menos suscetível aos crimes são análises especí�cas da
criminologia ambiental, devendo ser estudadas para a correta prevenção de infrações penais.
A criminologia ambiental, por estudar estes fatores, é extremamente importante para que o Estado consiga
coibir crimes de maneira e�ciente, reduzindo as características que aumentam a probabilidade da prática
criminosa. 
Além disso, o processo de urbanização também é afetado pelas zonas com altos índices de criminalidade, ao
passo que as “zonas perigosas” são comumente menos valorizadas e as pessoas buscam mais áreas “mais
seguras”, aumentando vertiginosamente o adensamento populacional. 
VIDEOAULA: CRIMINOLOGIA AMBIENTAL
Neste vídeo serão pontuados maiores detalhes sobre a obra Delinquency areas, de Cli�ord Shaw, esta que foi
de suma importância para a construção da Escola de Chicago e, consequentemente, para a criminologia
ambiental.
TEORIAS QUE RELACIONAM O CRIME E O ENTORNO SOCIAL
As teorias do crime, também comumente chamadas de teorias do delito, consistem em correntes doutrinárias
que se debruçam em estudar o crime. Algumas dessas se ocupam em analisar o delito e a sua relação com o
contexto social do fato criminoso e do próprio delinquente, de modo a entender se o entorno social afeta ou
não e, se sim, em qual proporção. Somado a isso, as teorias sociológicas também visam compreender a reação
da sociedade ao crime.
Assim como ocorre com várias outras teorias, dentro das teorias sociológicas também existem correntes, sendo
as principais macroteorias as teorias do consenso e as teorias do con�ito. As teorias do consenso entendem
que a ordem social se dá quando as instituições estão em pleno funcionamento, de forma que existam
objetivos comuns entre indivíduos.
Nesse sentido, as teorias consensuais têm como postulado a ideia de que toda a sociedade é formada de
elementos perenes, integrados, funcionais, estáveis, os quais se pautam no consenso entre seus integrantes
(PENTEADO FILHO, 2020).
Já as teorias do con�ito entendem que o crime corresponde a uma tentativa de alteração da ordem jurídica.
Nesse caso, para manter a ordem, os instrumentos mais e�cientes seriam a força e a coerção, desconsiderando
assim o diálogoe a tentativa de conciliação de interesses.
As teorias do con�ito, por sua vez, têm como postulado a ideia de que as sociedades estão sujeitas a mudanças
constantes, sendo ubíquas, em razão de todo elemento contribuir para a sua dissolução. Ademais, defende que
sempre haveria a luta de classes, bem como que a violação da ordem seria muito mais proveniente da ação de
indivíduos, grupos ou bandos, do que de um substrato ideológico e político (PENTEADO FILHO, 2020, p. 79).
No contexto das citadas macroteorias, cabe citar duas teorias que se destacam, sendo elas a teoria da anomia e
teoria da associação diferencial.
A teoria da anomia é uma criação do sociólogo Emile Durkhein e defende a normalidade do crime e a
funcionalidade do delito. Assim, essa teoria é vista como uma teoria do consenso e rege que em toda sociedade
haverá condutas que fogem do padrão de retidão, existindo condutas dentro do mencionado padrão, portanto,
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
regradas, e condutas fora do citado padrão, estas que seriam delituosas. Também é relevante explicar que
anomia signi�ca ausência de lei ou de regra ou desvio das leis naturais, o que converge com a ideia defendida
pela teoria em questão.
A teoria da associação diferencial, por sua vez, tem como expoente Edwin H. Sutherland, é vista como uma
teoria do consenso e rege que o comportamento criminoso é aprendido, jamais herdado, criado ou
desenvolvido pelo sujeito ativo. A teoria é pautada na ideia de que existem de�nições favoráveis ou
desfavoráveis ao crime (PENTEADO FILHO, 2020).
Por �m, é importante que você saiba que existem incontáveis teorias sobre o crime, sobre o entorno social,
sobre o criminoso, dentre outras. Em razão disso, é fundamental que você conheça as principais e, sobretudo, o
raciocínio macro sobre elas.
VIDEOAULA: O SISTEMA PENAL BRASILEIRO
Neste vídeo abordaremos a teoria ecológica e suas propostas e contribuições para o estudo da criminologia, em
especial para o estudo do crime e do entorno social.
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO PRÁTICA VISANDO O LOCAL DO CRIME
A criminologia ambiental apresenta algumas teorias sobre a prática criminosa, estas que sempre levam em
consideração os fatores ambientais para estudar o padrão criminoso. Falaremos a seguir sobre pontos
especí�cos na teoria das atividades rotineiras e na teoria do padrão criminal, estes que se relacionam com as
estratégias de atuação prática visando o local do crime.
Na teoria das atividades rotineiras, dentro da constituição do crime, existe o fator ausência de um guardião
capaz, podendo a expressão ser representada por policiais, seguranças,
sistemas de segurança e testemunhas oculares de uma infração penal (GONZAGA, 2018). 
A falta de um guardião que vigie os espaços urbanos é ponto que merece destaque, podendo inclusive,
culminar em estratégia especí�ca de combate do crime visando os ambientes. Em ambientes com a ausência do
guardião capaz, o criminoso se sente seguro e encorajado a cometer crimes, ao passo que inexiste qualquer
sistema para coibi-los. 
Não existe, por exemplo, via de regra, o medo de ser �agrado, o que facilita a prática do delito e reduz a
quantidade de erros do delinquente. O aumento do policiamento ostensivo nos espaços com a referida
ausência é urgente para os espaços urbanos, ao passo que os guardiões capazes inibem a prática criminosa. 
Quando analisamos a prevenção secundária, com enfoque no combate aos focos de
criminalidade, sempre são levados em consideração os guardiões formais, a segurança pública, com o aumento
do corpo policial. 
Contudo, ainda existem os guardiões informais, que não pertencem aos quadros estatais, mas que são de suma
importância para prevenção dos crimes levando em conta os locais dos cometimentos. 
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
O vigilante privado é um exemplo de guardião informal, qual seja, a pessoa particular contratada para a
proteção do patrimônio privado, nos locais onde não há material humano estatal su�ciente para prestar a
segurança. Apesar de ser uma forma de coibir crimes, os guardiões informais não deveriam sequer existir, pois
cabe ao Estado o controle da criminalidade. 
Outro exemplo de �gura informal são os sistemas de segurança, como exemplo as câmeras de vigilância, os
alarmes, as cercas elétricas, isto é, são �guras mecânicas que reduzem a criminalidade. Por �m, destaque-se
que as testemunhas oculares também são fontes informais de segurança. 
No que tange à teoria do padrão criminal, existe a análise da localização da prática do delito, devendo ser
considerado o aspecto ambiental pelo qual vários infratores e vítimas interagem entre si (GONZAGA, 2018).
É muito comum encontrar nos ambientes urbanos a expressão hot spots ou “zonas quentes de criminalidade”
(GONZAGA, 2018). Com base nesses fatores que consideram os padrões da criminalidade, torna-se possível
adotar políticas para a prevenção de futuros delitos, colocando policiamento ostensivo e investigativo nas zonas
quentes (GONZAGA, 2018). 
Seguindo a mesma orientação do padrão criminal nas zonas quentes, vítimas em potencial e padronizadas
devem evitar sair nas ruas com objetos de valor e também ter cuidado com os locais em que costumam fazer o
seu itinerário, bem como o horário que transitam nos espaços públicos, na medida em que esse tipo de padrão
também é usado pelo criminoso para encontrar o momento ideal para praticar o crime.
VIDEOAULA: ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO PRÁTICA VISANDO O LOCAL DO CRIME
Neste vídeo serão pontuados os aspectos da teoria do padrão criminal, enfatizando como se de�nem as
políticas de prevenção criminal com base nesta teoria.
ESTUDO DE CASO
Para contextualizar a sua aprendizagem, imagine que você é o secretário da segurança pública do seu Estado e
que foi procurado pela sua equipe técnica para de�nir as políticas públicas para os próximos meses. Existe na
capital do Estado uma zona com intensos con�itos de gangues, além de ser um local com altas taxas de
criminalidade e com forte presença de tra�cantes de drogas ilícitas. Além disso, na região, praticamente não
existe a presença do Estado, ao passo que os antigos secretários sempre pensaram em proteger o seu corpo
policial e evitar con�itos. 
Diante do exposto, com base no seu conhecimento da criminologia ambiental, responda os seguintes
questionamentos: existe na criminologia o estudo de zonas semelhantes à supramencionada? Como você, no
papel de secretário da segurança pública, pode reduzir a criminalidade na citada zona? As decisões dos antigos
secretários da segurança pública foram acertadas? Justi�que a sua resposta com base no seu conhecimento
sobre criminologia ambiental. 
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Olá, aluno! Tudo bem? Vamos retomar o caso em estudo? No caso em questão, você é secretário de segurança
pública do seu Estado e foi questionado pela sua equipe sobre como reduzir a criminalidade em uma região da
capital com altos índices de criminalidade.
No que diz respeito ao estudo da criminologia sobre zonas semelhantes à narrada no caso em questão, dentro
da criminologia ambiental existe o estudo da teoria do padrão criminal. Nesta teoria, dentre outros aspectos, as
localidades são analisadas para que se tenha traçado o padrão criminal. É muito comum encontrar nos
ambientes urbanos a expressão hot spots ou “zonas quentes de criminalidade”, ambientes com altos índices
criminais, o que evidencia um padrão da criminalidade. O ambiente da capital do seu Estado é um exemplo
clássico de “zona quente de criminalidade”.
No que tange às práticas que deverão ser adotadas para a redução da criminalidade da “zona quente de
criminalidade” da sua capital, devem ser adotadas políticas de policiamento ostensivo e investigativo intenso na
região, com a adoção de rondas periódicas e, quando necessário, o confronto direto para reduzir os índices
criminais. Frise-se que esta zona deverá ter policiamentomais intenso que em outras áreas da cidade,
exatamente por ser um hot spot. 
Além disso, deverão ser adotadas políticas educacionais na região, como forma de educar a população sobre
como agir nessas zonas quentes, bem como para realizar uma política de redução das drogas (por ser um
ambiente com intenso trá�co).
Por �m, é importante destacar que os antigos secretários de segurança pública adotaram políticas
completamente erradas. Isto porque, nos moldes da teoria das atividades rotineiras, a ausência de guardiões,
formais ou informais, é fator determinante para o aumento da frequência do cometimento da criminalidade.
Reduzir o corpo policial nas zonas quentes apenas amplia a criminalidade. Assim, é possível falar que as
políticas de segurança antigas contribuíram para o aumento da criminalidade na região.
 Saiba mais
Entender os conceitos que regem o estudo da criminologia é fundamental para ter domínio sobre o
mencionado ramo do direito. Independentemente do tempo de pro�ssão ou de estudo, o pro�ssional e o
estudante do direito sempre precisarão recorrer a fontes seguras que conceituem os termos jurídicos.
Pensando nisso, Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) criou um glossário com inúmeros termos
e expressões jurídicas, con�gurando assim fonte segura para a consulta.
Para saber mais, clique no link a seguir: https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/476-glossario. Acesso
em: 27 out. 2021.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 1
REFERÊNCIAS
20 minutos
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/476-glossario
BRASIL. Lei Federal nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Institui o Código Penal. Brasília, DF: Presidência da
República, 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso
em: 30 ago. 2021.
GONZAGA, C. Manual de Criminologia. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
PENTEADO FILHO, N. S. Manual esquemático de Criminologia. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
Aula 2
BRASIL. Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 26 out. 2021.
BRASIL. Lei Federal nº 13.104, de 09 de março de 2015. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível
em: https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?
tipo=LEI&numero=13104&ano=2015&ato=defMTS65UNVpWTacb#:~:text=ALTERA%20O%20ART.,NO%20ROL%20
DOS%20CRIMES%20HEDIONDOS. Acesso em: 26 out. 2021.
GONZAGA, C. Manual de criminologia. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
ONU. OMS aborda consequências da violência sexual para saúde das mulheres. Disponível em:
https://brasil.un.org/pt-br/80616-oms-aborda-consequencias-da-violencia-sexual-para-saude-das-
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20em%20qualquer. Acesso em: 14 set. 2021.
PENTEADO FILHO, N. S. Manual esquemático de criminologia. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
SANTOS, B. R. M.; REZENDE, V. A. Sistema carcerário feminino: uma análise das políticas públicas de segurança
com base em um estudo local. Cadernos Ebape.Br, [S.L.], v. 18, n. 3, p. 583-594, 20 set. 2020. FapUNIFESP
(SciELO). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1679-395120190034. Acesso em: 26 out. 2021.
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